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CONCEITO DE CRIME
CAMPINAS
2021
1. CONCEITO DE CRIME NO DIREITO PENAL BRASILEIRO
O crime é uma categoria das infrações penais. Dito isso, seguiremos com o art. 1º
da Lei de Introdução Penal:
Nesse sentido, os crimes são punidos com reclusão ou detenção. Porém, o STF
compreendeu que existe uma tese de descriminalização da conduta do usuário, isto
é, um crime pode ser punido com uma “pena alternativa” (penas que não são de
reclusão, detenção ou multa) e assim sobressai o conceito analítico de crime e seus
elementos: fato típico, ilícito e culpável.
O crime em nossa sociedade está presente no nosso cotidiano e não consegue ficar
restrito apenas a um conceito, por isso, este conceito é mutável. Dessa maneira, o
crime é conceituado a partir de diversas formas, surgindo conceitos divergentes
como: material, formal e analítico. No qual, iremos discutir sobre o conceito analítico
- indica os elementos que compõem o crime.
Exige a prática de uma conduta que dá causa a um resultado previsto em lei. Bem
como, a análise da ofensa ao bem jurídico. Como por exemplo o princípio da
insignificância que traz consigo alguns requisitos:
1.1.2 Conduta
1.1.3 Dolo
Isto é, uma hipótese que em tese pode estar diante de análise de nexo de
causalidade, é preciso analisar se a hipótese está sendo referida a exceção prevista
no parágrafo 1º. Verificando que houve uma causa após a conduta do agente
(independente e que produza o resultado), será excluída a imputação do agente
pelo resultado.
Por exemplo, você atropela uma pessoa com a intenção de matar, mas a vítima não
morre e é socorrida. Porém, a caminho do hospital, a ambulância capota e mata
todos que estão dentro do carro. Nesse caso, você responderia por tentativa de
homicídio.
a) Cogitação;
b) Preparação;
c) Execução;
d) Consumação;
Os itens a e b não são puníveis, mas, caberá punição caso o agente integre nos
atos de execução (casos em que ele inicia a execução, mas não atinge a
consumação). Mas, de qualquer forma, se não houve consumação, houve tentativa
e isto está previsto no art. 15 (desistência voluntária e arrependimento eficaz),
apenas respondendo pelos atos já praticados.
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste
de prosseguir na execução ou impede que o
resultado se produza, só responde pelos atos já
praticados
Dessa maneira, quando o agente pratica uma conduta que deu causa a um
resultado com previsão legal, não pode-se afirmar que houve crime, mas sim que o
fato é típico. E após, verificar se houve ilicitude, no qual, é acompanhada de
algumas excludentes que estão dispostas no caput do art. 23, do CP.
Vale ressaltar que o excesso também será punido. E ao observarmos que o fato é
típico e ilícito, levamos a um terceiro molde para análise que é a culpabilidade.
Por isso, conseguimos analisar que existem “dois tipos de erro”: o erro de tipo e erro
de proibição. No primeiro caso (art. 20, CP), o agente tem falsa percepção da
realidade, portanto não sabe exatamente o que está fazendo. Por exemplo, portar
drogas sem saber. E, nesses casos, a consequência se dá no diagnóstico do fato
típico, mas permite punição por culpa se for evitável e inescusável.
No segundo caso, também é necessário analisar se o erro é evitável ou inevitável.
Sendo inevitável, exclui a culpabilidade e o evitável, apenas reduz a pena.
Contudo, diante da análise deste artigo, vale ressaltar que nem toda coação
irresistível excluirá a culpabilidade.