Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MISSÕES
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
CAMPUS SANTO ÂNGELO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA
SANTO ÂNGELO-RS
2018
0
FRANCISCO DALCIN VEZARO
SANTO ÂNGELO - RS
2018
FRANCISCO DALCIN VEZARO
BANCA EXAMINADORA
2
RESUMO
A industrialização tornou possível a produção em grande escala de diversos
produtos. Com a superprodução industrial, fez-se necessário a criação de
legislações para ter-se controle do impacto ambiental ocasionado pela mesma.
Durante o estágio realizado no setor ambiental do Frigorífico Callegaro foi
possível ter contato com a grande quantidade de exigências feitas pelos órgãos
ambientais com a indústria e o trabalho que esses cuidados geram para
manter-se tudo dentro dos parâmetros exigidos. O tratamento de efluentes,
central de armazenamento temporário para resíduos sólidos, controle de
emissão de fumaça da caldeira, análise de efluente e análise de solo
fertirrigado pelo efluente são algumas das práticas exigidas na licença de
operação da empresa, que foram realizadas. Além disso, realizou-se o
preenchimento de documentos e planilhas que também são necessários para
estar regulamentado. Foi realizada a confeccção de MTRs para diversos
resíduos, preenchimento de planilhas como do SIGECORS, DMR e da
aplicação da fertirrigação, foi feita a organização e controle das licenças de
operação de empresas parceiras e das FISPQ e Ficha de Segurança de
produtos químicos utilizados no frigorífico, como também a participação no
preenchimento do ILAI para pedido de aumento de capacidade produtiva.
Essas atividades foram algumas das realizadas durante o estágio, sendo que
são diretamente ligadas a possíveis futuras atuações na área de Engenharia
Química, além de terem trazido o conhecimento de como é o dia a dia em uma
empresa de grande porte.
Palavras-chave: setor ambiental, órgãos ambientais, licença de operação.
3
LISTA DE FIGURAS
5
1 INTRODUÇÃO
4.1.1. Efluentes
No frigorífico Callegaro há dois tipos de efluentes oriundos do processo
produtivo, linha verde, que são provenientes da lavagem de currais,
higienização dos caminhões de transporte dos animais vivos e do conteúdo
gastrointestinal dos animais; E linha vermelha, que são resultantes da sangria
dos bois, lavagem de carcaças, secção de cortes, lavagem de pisos e
equipamentos. Pode-se observar os efluentes na Figura 2
Figura 2 - Efluente linha vermelha e verde
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Assim como o efluente da linha verde, o da linha vermelha também é
encaminhado para as lagoas, mas primeiramente realiza-se um gradeamento
para retenção dos sólidos (visualizado na Figura 4), passando também por
chicanas para retirada das gorduras que passaram pelo gradeamento.
Fonte: o autor.
4.1.3. Lagoas de tratamento (ETE/total de 8 lagoas)
Depois de ser realizada a remoção do excesso de sólidos da linha verde
e vermelha, o efluente é enviado para as lagoas da ETE, o que pode ser
observado na Figura 5, que possui um total de 8 lagoas (7 anaeróbias e 1 para
armazenamento). O fluido foi encaminhado até as lagoas por meio de
canaletas por ação da gravidade, onde permaneceram em processo de
estabilização da matéria orgânica. O sistema de depuração anaeróbio dessa
matéria orgânica do efluente ocorre pela decomposição e ação das bactérias
presentes no mesmo.
De acordo com a LO (licença de operação), são exigidas análises de
efluente com periodicidade semestral, de diferentes parâmetros como: DBO,
DQO, sólidos dissolvidos totais, óleos e graxas, carbono orgânico total (COT),
pH, série nitrogenada completa (N-Kjedahl, N-amoniacal, N-nitrato, N- nitrito),
sulfeto, cloretos, dureza, condutividade elétrica, alumínio, fósforo, potássio,
cálcio, magnésio, enxofre, ferro, cobre, zinco, boro, manganês, sódio, arsênio,
cádmio, mercúrio, níquel, chumbo, bário, cianeto, cobalto, fluoreto, molibdênio,
selênio, vanádio e cromo.
Após a realização de todo tratamento de efluentes, foi efetuada a coleta
de amostras para análises de alguns parâmetros, os quais são exigidos na
licença de operação da empresa. As mesmas foram encaminhadas para
laboratórios credenciados junto à FEPAM.
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Outro resíduo que foi gerado durante o estágio foram lâmpadas de vapor
de mercúrio e LED. Para as lâmpadas de vapor de mercúrio foi necessário
acondicioná-las de forma segura, até o momento de enviá-las para empresas
especializadas em dar seu destino final. Esse cuidado foi realizado devido à
toxidade do vapor de mercúrio em contato humano e a capacidade poluidora
para o meio ambiente. A Figura 10 mostra as lâmpadas sendo revestidas com
plástico bolha, quando na ausência da embalagem original das mesmas.
Fonte: o autor.
Como pode ser visto teve-se uma geração de vários tipos de resíduos no
empreendimento, sendo que, cada resíduo teve que ser acondicionado dentro
da central de armazenamento temporário, para posterior coleta por empresas
regulamentadas junto a Fundação e Proteção Ambiental (FEPAM) ou
Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMMA).
Além de todas as atuais exigências ambientais que cabe a cada
empreendimento, a FEPAM está intensificando as cobranças nos cuidados
com o meio ambiente. Recentemente lançou a Portaria FEPAM Nº 033/2018 de
obrigatoriedade de emissão de Manifesto de Transporte de Resíduos (MTRs).
Esses documentos foram preenchidos em tempo real no sistema online
da FEPAM. Os MTRs são documentos que o transportador leva durante o
deslocamento de cada resíduo gerado dentro da empresa, constando pesos e
dados do receptor. Essas legislações desenvolvidas pelo órgão ambiental são
com intuito de ter total controle de que todos os resíduos gerados dentro dos
empreendimentos tenham seu destino final adequado.
Além dos MTRs de diferentes resíduos produzidos no frigorifico,
também foi realizado o preenchimento da DMR (Declaração de Movimentação
de Residuos). A DMR é uma declaração trimestral, sendo realizada no site da
FEPAM e nela foi informado a quantidade total produzida de cada resíduo, no
último trimestre. Sendo que foram informados tanto os resíduos que eram
obrigatórios a realização de MTRs quanto os desobrigados (que constam na
Portaria FEPAM nº 033/2018).
Outro controle realizado pela FEPAM é o SIGECORS (Sistema de
Gerenciamento e Controle de Resíduos Sólidos Industriais), que é
relativamente semelhante ao DMR. O SIGECORS também foi um feito, sendo
obrigatório o preenchimento trimestral do mesmo.
Como mencionam SENFF et al. (2010), o SIGECORS tem como objetivo
o acompanhamento da geração, transporte e destinação final dos resíduos
sólidos enquadrados nas classes I e II. O SIGECORS é realizado em uma
planilha online em que é necessário informar sobre os tipos de resíduos,
quantidade, acondicionamento, qual o procedimento que será realizado depois
de enviado para o destino final e a licença de operação do destinador.
Todas essas informações e sistemas de controles exigidos pela FEPAM
são necessários para garantir que os empreendimentos tenham cuidado total
com os resíduos gerados e como será o descarte final.
Além dessas documentações, também foi realizada a confecção do ILAI
(Informações para Licenciamento Ambiental de Atividades Industriais), para
pedido de aumento de capacidade produtiva. Esse documento é necessário ser
fornecido ao órgão ambiental para obter-se a Licença Prévia, Licença de
Instalação ou Licença de Operação, que todas as empresas passíveis de
licenciamento ambiental são obrigadas a prestar essas informações para
obtenção das licenças.
Fonte: o autor.
Outra atividade realizada ocorreu no Dia da Árvore, 21 de setembro,
nesta foram confeccionados e colocados a mostra cartazes sobre o cultivo de
árvores e a sua importância socioambiental. Além disso, foram distribuídas
mais de 130 mudas, que variam entre pitangueiras, ipês roxos e murtas. Dessa
forma os funcionários acabaram contribuindo com a arborização dentro da
cidade e em suas residências. A Figura 12 demonstra o momento que ocorreu
a distribuição das mudas.
Fonte: o autor.