Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Processos de desativação
Um catalisador define-se habitualmente como uma substância que aumenta a velocidade de
uma reação sem ser consumido por esta.
Esta degradação/perda das propriedades catalíticas, isto é, o catalisador torna-se menos ativo,
ou seja, o perfil reacional afasta-se do que de deveria obter “idealmente” de acordo com a lei
cinética, é designada por desativação
Catalisadores homogéneos
Dimerização
Alterações estruturais (ou mesmo decomposição do catalisador) por exemplo devido a
alterações de pH do meio reacional
Nestes sistemas a recuperação dos catalisadores para serem reutilizados em ciclos sucessivos
implica várias etapas de separação e purificação com a consequente perda de material ao
longo dos vários processos.
Catalisadores heterogéneos
Esta divisão é uma forma muito abreviada de analisar a complexidade dos processos de
desativação que se podem observar num catalisador heterogéneo, que dependem quase
sempre de múltiplas variáveis, isto é, para alem das propriedades do catalisador (texturas,
acidez superficial), à que também se considerar os parâmetros experimentais, como a
composição da mistura reacional e a temperatura a que se realiza o processo.
Estes são determinantes para o mecanismo de desativação e na grande generalidade nos casos
de desativação coexistem diversos processos, ou seja, o catalisador não se envenena por um
único processo, mas será um conjunto de vários.
Degradação térmica: Sinterização
Ocorre em catalisadores constituídos por partículas metálicas, que neste são o que se
considera a fase ativa, onde se encontram os centros ativos, que estão suportadas num
material sólidos que pode ou não ter atividade catalíticas. A este tipo de catalisadores
chamam-se catalisadores suportados.
Migração de átomos:
- Transferência pela superfície do suporte ou pela fase gasosa
- Cristalites pequenas
Estes dois mecanismos de sinterização não são totalmente independestes um do outro, dado
que de um modo geral, ocorre inicialmente a transferência por migração de átomos de
cristalites pequenas para cristalites de maiores dimensões, e à medida que a temperatura
começa a ser importante, começa a aumentar, começa a observar-se a migração de cristalites
através da superfície do suporte.
Outro tipo de processo que leva a que se diminua o número de centros ativos disponíveis nas
cristalites metálicas é: As fases cristalinas do suporte sofrem transformação a temperaturas
elevadas, usualmente > 1000 °C
Neste caso, só desapareceu uma cristalite muito pequena, mas as transformações mais
importantes correspondem à modificação da estrutura porosa do suporte, que fez com que
parte das cristalites metálicas ficassem aprisionadas, ou seja, ficam sem poderem participar na
reação, pois o acesso aos centros ativos do catalisador fica impedido. Assim forma um poro
fechado.
À medida que a temperatura aumenta, os picos ficam cada vez com menor intensidade, ate
que no ultimo difratograma já é difícil de observar mais que pequeninos picos, o que significa
que temos uma estrutura amorfa, e neste caso a estrutura cristalina está colapsada, e portanto
com um grande decréscimo do número de centros ativos ou mesmo uma total perda de
centros ativos, deixando de ter porosidade, ficando uma amalgama.
Degradação química
A degradação corresponde à inativação dos centros ativos por reação de um componente da
mistura reacional ou de uma impureza.
Exemplo:
Inativação de centros ativos com características ácidas (óxidos ácidos), por neutralização com
compostos de natureza básica (aminas).
Este tipo de centros ativos são muito importantes nos catalisadores zeolíticos.
Degradação mecânica
Resulta de fenómenos de esmagamento/erosão dos grãos de catalisador que ocorre por
exemplo nos reatores de leito fluidizado
Exemplo:
Pelets do catalisador zeolítico usado no reator de cracking catalítico. São como se fossem
pequenos grãos de arroz que vão ficando desgastados à medida que vão sendo usados no
reator de leite fluidizado.
Envenenamento
Adsorção forte de impurezas ou produtos da reação sobre os centros ativos limitando a reação
dos reagentes e, portanto, a sua transformação
Exemplo:
Deposição de coque
É particularmente importante no caso de catalisadores porosos podendo envenenamento dos
centros ativos e/ou bloqueamento da porosidade
Por exemplo no modo 3, o que está mais à esquerda é mesmo a superfície da partícula. O facto
de haver aquelas partículas de coque que estão representadas na figura pela parte mais
escura, elas estão a bloquear a entrada de um poro e isso faz com que toda a porosidade fique
inacessível, o que significa que é uma desativação muito acentuada pois apenas uma única
partícula bloqueia a entrada.
Esta forma esquemática mostra que no caso dos catalisadores porosos a desativação por
deposição de coque pode ocorrer por dois modos:
1. Cobertura, ou seja, envenenamento dos centros ativos com uma molécula de coque,
desativada em princípio um único centro ativo ou poucos
2. Bloqueio de poros, podendo vários centros tornarem-se inacessíveis às moléculas de
reagentes, e, portanto, inativos.
Processos de regeneração
São processos que dão vida novamente ao catalisador, mas nem sempre se consegue
ressuscitar/recuperara a totalidade do desempenho do catalisador inicial, ou seja, nem todos
os centros ativos ficam ativos novamente.
Zeólitos
Estão entre os catalisadores heterogéneos mais importantes do ponto de vista industrial. Isto
acontece devido a vários fatores, de onde sobressaem as suas propriedades excecionais,
nomeadamente, o facto de apresentarem uma estrutura porosa altamente organizada
associada a uma acidez superficial muitíssima elevada. Isto vai os permitir competir em
numerosos processos, substituindo ácidos fortes, que leva a uma menor corrosão ou mesmo
nenhuma para os reatores.
O nome zeólito provém das palavras gregas zeo (fetver) e lithos (pedra), isto porque quando
aquecidos saltam, ou seja, parece que fervem.
Quimicamente estas sólidos são alumino-silicatos, que são formados a partir de tetraedros de
SiO4 e AlO4- (que são designadas por unidades primárias de construção) que se ligam entre si
através dos átomos de Oxigénio:
A carga negativa dos tetraedros AlO 4- é compensada por catiões (normalmente catiões
alcalinos ou alcalino-terrosos, mas também podem ser protões) que se localizam no interior da
estrutura cristalina em posições permutáveis.
Num zeólito existe muito espaço livre que pode ser ocupado pelas moléculas de água de
hidratação como moléculas de reagente ou compostos adsorvidos. E este grande espaço vazio
resulta das características estruturais destes materiais.
Cada uma unidades base da estrutura designam-se por supercavidades que cada uma está
ligada a 4 outras supercavidades que por sua vez estão ligadas a 4 outras e assim se vai criando
a rede porosa tridimensional muito aberta. O volume das supercavidades corresponde a 45%
do volume da rede, ou seja, praticamente metade do material corresponde a volume vazio.
Os processos catalíticos acontecem nas supercavidades pois as aberturas tanto das cavidades
da sodalite como dos primas hexagonais são demasiadas pequenas e por isso impedem o
acesso à grande maioria das moléculas com interesse para o processo catalítico.
ZSM-5 (silicalite)
Neste caso os poros não têm todos a mesma dimensão.
Não há só um tipo de canais, mas sim dois sistemas de canais que são perpendiculares entre si
e com aberturas ligeiramente diferentes. Pelo facto de haver dois valores para o mesmo canal
significa que é ligeiramente oval.
Estas estruturas têm em comum o facto de permitirem a difusão das moléculas nas 3
dimensões do espaço, pelo menos enquanto não há grande envenenamento por deposição de
coque.
Zeólito A (LTA)-sintético
Também permite a difusão das moléculas nas 3 dimensões e, portanto, dizem-se estruturas
tridimensionais. E neste caso é bastante mais fácil de perceber como é que a difusão das
moléculas pode ocorrer nas 3 dimensões do espaço, através das setas da figura.
O grande problema que impedia a aplicação em larga escala era o facto de não se conhecer
depósitos de grandes dimensões e ainda por cima não eram depósitos monominerálicos, ou
seja, à mistura de vários tipos de minerais.
As grandes vantagens dos zeólitos sintéticos são o seu elevado grau de pureza e de serem
desenhadas estruturas adequadas para um determinado processo, sem que tenham
necessariamente correspondente natural, o que compensava o preço mais elevado comparado
com os zeólitos naturais.
Estes materiais são obtidos por tratamentos hidrotérmicos e a obtenção da estrutura porosa
tao organizada e uniforme resulta do facto de no meio reacional existirem espécies designadas
por agentes diretores de estrutura (template). A função destas espécies é servirem de molde
para a formação das várias subunidades, que depois vão permitir a construção das estruturas.
Os zeólitos naturais são produtos de custo não muito elevado que são retirados de minas e são
usados para aplicações menos tecnológicas, como por exemplo como agentes reguladores de
solos e fertilizantes.
As aberturas das cavidades que formam a estrutura porosa dos zeólitos têm entre 0,3 e 2,0 nm
(microporos) daí serem designados por peneiros moleculares.
Acidez superficial
Os zeólitos podem exibir uma forte acidez superficial.
Não basta colocar o zeólito na sua forma sódica, numa solução de um acido forte e havia
permuta dos sódios pelos protões, pois na grande maioria dos casos as estruturas zeolíticas
não são estáveis em meio acido, havendo uma degradação da estrutura.
Quando a forma protónica é sujeita a um tratamento térmico (aquecemos até por exemplo
400°C o material), o que acontece é que podem-se formar, por desidratação da estrutura,
centros ácidos de Lewis.
0% - n-heptano
Gasolina de índice de octano 95: Detonação idêntica à de uma mistura de 95% iso-octano-5%
n-heptano
Exemplo para a dismutação seletiva do tolueno, ou seja, quando temos duas moléculas de
tolueno a originarem dois produtos diferentes. Neste caso os produtos são benzeno e
xileno. Dizer simplesmente xileno está incorreto, pois
de facto há três isómeros deste composto, o orto, meta
e o para, que estão todos representados no que se
pretende que seja o interior do sistema poroso
do zeólito ZMS-5.
Este tipo de seletividade de forma foi introduzido para explicar a ausência do isómero 1,3,5-
trialquilobenzeno, como produto das dismutação do meta-xileno usando como catalisador o
mordenite. Apesar das dimensões das aberturas dos poros mais largos não impedirem a
difusão deste isómero, de facto ele não era obtido como um dos produtos da reação. A
justificação reside no facto de não haver espaço suficiente
para a formação do intermediário reacional
envolvido na formação deste
composto, ou seja, a espécie que está
mais à esquerda de todas, que está no
esquema.
Outro exemplo em que se usa o zeólito ZSM-5. Este zeólito foi aplicado no processo que foi
desenhado pelo Mobil, com o objeto de maximizar a produção de para-xileno através do corte
C8 aromático. O facto de nós usarmos este zeólito vamos impedir a dismutação dos xilenos por
necessitar de intermediários volumosos, isto é, vamos impedir a formação dos
trialquilobenzenos e do tolueno, mas estamos em condições de favorecer a formação do para-
xileno e igualmente do dietilbenzeno, o que é bastante importante pois é usado na cadeia da
produção do polímero estireno-divinilbenzeno.
Os catalisadores zeólitos que temos vindo a referir nos últimos slides, são largamente usados
fundamentalmente no processamento de aromáticos, ou seja, nos tais BTX, ou os processos
representados na parte de cima do fluxograma, correspondente às caixinhas amarelo, laranja e
castanho.
Refinação
O petróleo bruto (crude) é composto por diversos tipos de hidrocarbonetos, nomeadamente
alifáticos, nafténicos e aromáticos. Estes são de facto os componentes principais do petróleo,
mas há que referir a presença de impurezas, isto é, compostos com oxigénio, azoto, enxofre ou
vanádio. A presença destes elementos é de facto uma dor de cabeça para o processo de
refinação em virtude dos problemas ambientais que podem originar estando por isso a sua
presença nos produtos finais das refinarias altamente controlado.
A refinação do petróleo é um processo que tira partido dos diferentes pesos, volatilidades e
temperaturas de ebulição dos hidrocarbonetos para os separar, dando origem a produtos
intermédios e finais.
O processo começa com a destilação do crude, da qual resultam várias frações que são
posteriormente sujeitas a processos de purificação ou a um processamento químico de forma
a obter os produtos com diferentes aplicações.
Em resumo, a refinação é uma indústria muitíssimo completa e que tem como principal
objetivo maximizar o valor acrescentado às matérias primas que são processadas e isso implica
uma continua adequação dos vários passos pois as características da matéria prima que chega
à refinaria são longe de serem constantes.
De facto, para além da composição do crude variar de acordo com a origem do mesmo,
também ao logo dos anos tem-se verificado a alteração da composição do crude de uma
mesma origem, e esta alteração tem sido no sentido de uma maior fração de compostos com
peso molecular mais elevado (H/C baixos, em resultado da presença de aromáticos) e,
portanto, mais difíceis de processar de forma a obter produtos com maior valor
nomeadamente os combustíveis. O aumento do teor em impurezas associado a
regulamentações ambientais cada vez mais restritivas é outro desafio atual das refinarias.
https://www.galp.com/corp/pt/sobre-nos/os-nossos-negocios/refinacao-e-
distribuicao/aprovisionamento-refinacao-e-logistica/fundamentos-de-refinacao
A figura em baixo é uma representação esquemática dos principais processos de uma refinaria
e que demonstra bem a complexidade do processo como um todo bem como a importância
dos materiais zeólitos em etapas importantíssimas como seja o processo FCC, que significa
fluid catalytic cracking.
Existem muitas etapas com a designação HDT. Todos estes são processos designados clean up,
ou seja, limpeza de impurezas concretamente dos compostos com oxigénio, azoto e enxofre ,
que iriam perturbar os processos seguintes de processamento das cargas e que não podem
estar nos produtos finais por limitações ambientais.
“Lube” -
lubrificante
Nas três colunas mais à direita indicam-se os processos envolvidos na produção do produto em
causa.
Relativamente aos processos envolvidos na produção das gasolinas tem especial importância o
cracking e a hidroisomeriazção.
Se virmos a importância relativa das parafinas e olefinas lineares fase às ramificadas torna-se
evidente que o processo onde se promove a formação de isómeros ramificados é
determinante para a qualidade do produto final.
Uma analise idêntica ao que se fez para a gasolina pode fazer-se para o gasóleo, reparando
que neste caso para além do número de cetano, que no fundo é o equivalente ao índice de
octano das gasolinas, o desempenho deste combustível é também dependente do
índice/ponto de fluidez, que corresponde à temperatura mínima necessária para que o
combustível se torne um liquido. Tal é bastante importante pois estamos a considerar
hidrocarbonetos com um maior número de carbonos do que acontece no caso das gasolinas.
As gasolinas têm hidrocarbonetos com 5 a 10 átomos de carbono enquanto que o gasóleo
pode ter hidrocarbonetos com o número de átomos de carbono que podem ir até aos 20. Para
além disso o gasóleo tem uma percentagem elevada de olefinas e daí a grande importância de
se estabelecer um determinado valor para o índice de fluidez.
Durante bastante tempo usaram-se zeólitos permutados com terras raras, nomeadamente
lantânio, mas atualmente usa-se o zeólito Y ultra-estabilizados. Esta estrutura obtém-se
através de um tratamento térmico da estrutura do zeólito Y, sendo feito na presença de vapor
de água e vai permitir modelar não só as propriedades ácidas e a porosidade do material (da
estrutura), mas, muito importante, vai permitir aumentar a estabilidade hidrotérmica do
catalisador, ou seja, tentar que ele não sofra grandes alterações quando colocado num
ambiente onde existe vapor de água e uma temperatura elevada, e, portanto, esta é um
propriedade extramente importante para que o catalisador consiga resistir às drástica
condições em que ele é colocado durante o processo de regeneração.
Para além do zeólito Y ultra-estabilizado são
adicionados aditivos que podem ter apenas uma
função de ligante ou de diluente (neste caso, o
diluente é a argila/clay), que vão também ao mesmo
tempo conferir resistência mecânica aos grãos do catalisador,
no entanto os aditivos podem ter um papel ativo e esse é
o caso da sílica-alumina ou só alumina. Este componente
tem como função fazer um craqueamento prévio
das moléculas mais volumosas, e por isso não
teriam acesso aos centros ativos do zeólito Y por peneiração molecular, logo não iriam sofrer
qualquer processo de craqueamento.
Estas reações ocorrem por catalise ácida via intermediários carbocatiónicos, ou seja, o
intermediário reacional é uma carbocatião.
Descrição simples das duas reações mais importantes que ocorrem neste processo, ou seja, a
reação de cracking e a reação de transferência de hidrogénio.
A 1ª etapa é a formação de carbocatiões, que ocorre por interação dos reagentes com os
protões dos centros ácidos do catalisador.
No caso dos alcenos e aromáticos as reações que levam à formação dos carbocatiões são as
seguintes:
No caso dos hidrocarbonetos saturados (alcanos) a protonação é mais difícil sendo atualmente
consensual que ocorre de acordo com a seguinte transformação:
Portanto, a grande vantagem do processo FCC com o zeólito Y como catalisador é que estamos
nas condições de favorecer a formação de alquilo aromáticos, e são estes os compostos com
maior influência no aumento do índice de octano das gasolinas.
Química do processo
A transferência de hidrogénio tem um papel determinante na distribuição de produtos do
processo FCC, no sentido de ser determinante para favorecer a formação de alcanos e
aromáticos, ou seja, ocorre a diminuição do teor de alcenos e naftenos e aumento do teor em
alcanos e aromáticos.
Tal é o resultado direto das características ácidas e estruturais do zeólito Y, tendo de ser as
duas em conjunto, pois são as duas juntas que permitem que haja uma elevada concentração
de reagentes nas supercavidades deste zeólito e é exatamente nestas cavidades onde estão
localizados os centros ativos, ou seja, os centros ácidos que são os centros onde vão ocorrer
estas reações e por isso há as condições necessárias para que as duas espécies intervenientes
na reação de transferência de hidrogénio estejam muito próximas, portanto favorecendo este
tipo de reação.
Por isso, comparativamente com as sílica aluminas amorfas a transferência de hidrogénio está
favorecida no catalisador Y devido a:
Hidroisomerização
Este processo tem como objetivo aumentar o índice de octano da fração leve da nafta das
gasolinas, por isomerização de n-alcanos lineares, C5-C6.
A reação de n-alcanos C5-C6 resulta em produtos de elevado índice de octano, isto é mono e
bi-ramificados, e sendo uma reação exotérmica será então favorecida a temperaturas baixas.
Na figura a seguir pode ver-se a forma como varia a distribuição dos produtos em função da
temperatura. Está também indicado os intervalos de temperatura de trabalho dos três
catalisadores que podem ser usados neste processo. O catalisador de platina-alumina clorada,
portanto Pt-Alumina clorada, é um catalisador extremamente ácido e por isso muitíssimo
ativo. Este catalisador é usado no intervalo de temperatura entre os 130-160 ºC, levando à
produção da maior percentagem de produtos de elevado índice de octano, comparativamente
com os catalisadores de platina-zircónia sulfatada (ZrO 2/SO42- ), ou platina suportada sobre
mordenite ácida. O primeiro catalisador funciona no intervalo de temperaturas entre 160-220
ºC e o segundo entre 230-270 ºC, respetivamente.
O
catalisador mais usado é o catalisador de platina suportada sobre mordenite, mas atendendo a
esta distribuição de produtos terá de haver alguma vantagem para se usar este catalisador e
não o catalisador suportado na alumina clorada que seria o que daria uma distribuição de
produtos mais favorável.
função hidrogenatante/desidrogenante – Pt
função ácida – MOR
A resposta ao paragrafo anterior tem haver com tolerância da estrutura zeólita aos
contaminantes deste catalisador, e este é um problema muito grande no caso do catalisador
Pt-alumina clorada, que mesmo na presença de pequenas quantidades de água ou compostos
sulfurados desativa irreversivelmente. Deste modo o uso deste catalisador para poder ser
encarado, tem de implicar etapas previas para eliminar estes contaminantes da carga, o que já
não é necessário quando se uso o catalisador Pt/Mor.
Para além da mordenite, há atualmente outras estruturas zeólitas a serem usadas como
suportes de catalisadores de Hidroisomerização.
Para isso, convém notar que dependente das condições operatórias e das características do
catalisador, nomeadamente a dispersão das partículas metálicas, o resultado pode indicar que
se está num mecanismo monofuncional, o que quer dizer que só se vê os produtos de
transformação que ocorrem num dos tipos dos centros presentes no catalisador, ou num
mecanismo bifuncional, onde intervêm os processos que decorrem das transformação que se
processam nos dois tipos de centros do catalisador.
A seguir, tem de ocorrer nova desadsorção dos metilpentenos dos centros ácidos para que
possam atingir, por difusão, os centros metálicos, sendo esta a 4ª etapa.
Por fim, dá-se a última das transformações, que é a hidrogenação sobre os centros metálicos,
sendo esta a 5ª etapa.
O que se considera é que este resultado mostra que os centros metálicos estarão tão
afastados que o alceno intermediário tem mais probabilidade de se difundir até a um centro
ácido onde ocorrerá o cracking do que até a um centro metálico para sofrer hidrogenação e no
fim originar os isómeros desejados.
A presença de um número muito elevado de centros ácidos têm ainda outra desvantagem,
pois é nestes centros que ocorre as transformações que levam à formação de coque e por isso
o catalisador irá desativar-se muitíssimo mais facilmente.
os catalisadores usados era dois ácidos, H 2SO4 e HF, ambos altamente tóxicos, o que
levantava grandes problemas não só na corrosão do reator, mas também no seu
armazenamento e transporte
o uso de H2SO4 implicava custos energéticos elevados associados ao arrefecimento dos
reatores
o produto alquilado necessita de várias etapas de purificação
desperdícios industriais perigosos
muitíssimo pouco amigo do ambiente
Foram assim desenvolvidos outros catalisadores relativamente mais verdes à base de sílica e
materiais zeolíticos, sendo estes últimos a base do catalisador que é usado no processo
AlkylClean desenvolvido pela empresa ABB Lummus em 1990. O catalisador terá na sua
composição para além do material zeolítico um metal nobre.
Aplicação ambiental
O catalisador existente em todos os automóveis que permite converter os gases de escape
nocivos para o ambiente em compostos ambientalmente benignos. Por outras palavras, é uma
aplicação da catalise heterogénea que está alinhada com alguns princípios da química verde.
Através do gráfico seguinte representa a composição média dos gases de escapa de um motor
a gasolina. Como era de esperar pela combustão de hidrocarbonetos temos a produção de
dióxido de carbono e água e uma grande percentagem de azoto.
Esta aplicação da catalise heterogénea está alinhada com alguns princípios da química verde e
para isto ser verdade implica uma recuperação dos metais dos catalisadores desativados e tal
ocorre de facto.
Para além dos zeólitos são também muito explorados as argilas, que são,
tal como os zeólitos, aluminossilicatos. A estrutura das argilas é bastante
diferente da dos zeólitos, pois neste caso temos uma estrutura em
camadas e ao contrário do que se tem nas estruturas zeolíticas o alumínio
encontra-se numa coordenação octaédrica.
Têm também sido usadas sílicas mesoporosas, ou seja, materiais como o caso
da sílica SBA-15. Esta estrutura tem uma organização muito elevada, formada
por canais paralelos entre si com aberturas na gama dos mesoporos. Este tipo
de sílica mesoporos tem tipicamente poros com aberturas de 9,6 nm.
Por último temos os materiais de carbono, que têm sido extensivamente usados como
suporte. Os carvões ativados têm uma estrutura muito pouca ou nada ordenada, mas
facilmente pode se fazer uma alteração dos grupos funcionais presentes na superfície
para permitir a imobilização os catalisadores homogéneos.
Na superfície deste material existem, como no caso de muitos carvões, vários tipos de grupos
funcionais, nomeadamente grupos hidroxilico, que eram os necessários para fazer a
imobilização no caso deste trabalho.
Os processos que se apresentam relativos à
imobilização são apenas dois exemplos dos
métodos de imobilização mais frequentes
reportados na literatura. Reparem que na
preparação do catalisador I fez-se uma
imobilização direta no suporte, enquanto que
no caso do catalisador II usou-se o que se
designa por um espaçador, neste caso o
APTES. A vantagem desta estratégia é ter no
final um complexo metálico mais afastado da
superfície e por isso vai funcionar, em
princípio, de forma mais aproximada do que
se teria em condições homogéneas.