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Este compósito cimentício apresenta flexibilidade e é auto-monolitizante.

Quando tensionado formam-se inúmeras


microfissuras, ao invés de uma grande fratura que, normalmente, conduziria o material à ruptura. Nesta foto, o
material está sendo tensionado 5% a tração. Um concreto tradicional estaria na ruptura com apenas 0,01%.

V
ocê encontra uma lâmpada mágica
no meio do deserto. Dá uma esfrega-
dinha e de dentro sai um gênio meio
afetado, que concede a você a realização de
um desejo. Humm... Você pediria um segun-
dinho para pensar? Eu não faria isso. O meu
desejo, diante dos problemas inerentes a esse
material chamado concreto, que faz parte do
meu dia a dia, como profissional que sou em
arranjar soluções para a arte de recuperá-lo,
seria pedir ao gênio para transformá-lo em
um material inteligente, autossintomático e
autorrecuperável. Não encontrei a lâmpada,
muito menos o gênio, mas dei de cara com
o meu desejo: um concreto ou compósito,
se bem que todo concreto é um compósito,
mistura de materiais diferentes que se unem
para formar um outro único, resistente, refor- Curva tensão-deformação do compósito cimentício autorrecuperável (CCAR) com 2% de fibras.
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çado com fibras e que, automaticamente, se
cura de fissuras e trincas, mantendo indefi-
nidamente sua integridade. Acredite, pois é Linhas bran-
verdade. Este novo compósito poderá tornar cas no corpo
de prova
nossas estruturas mais seguras, mais duráveis evidenciam
naturalmente, particularmente para seu mais onde o
ilustre hóspede: o aço. Claro, a formação CCAR sofreu
automonoli-
natural de fissuras e até microfissuras fazem tização, com
adentrar substâncias contaminantes. Como formação de
CaCO3. Este
todo aço é totalmente reativo, teríamos um corpo de
corpo fechado, ou seja, ausência de macro- prova sofreu
diversos
problemas. ciclos de
fissuramento
O compósito autorrecuperável com sub-
sequentes
processos
Esta maravilha da engenharia recuperativa, de automo-
nolitização,
que pode ser chamada de compósito cimen- evidenciando
resiliência
necessária à
GLOSSÁRIO atuação nas
Compósito – combinação de dois ou mais mate- obras.
riais, sem chance de se misturarem e que trabalham
em conjunto. Os compósitos são unidos por uma
substância comum que funciona como cola e que
recebe o nome genérico de matriz.
Polímeros – materiais com altíssima massa mo-
lecular, formados a partir de pequenas moléculas
submetidas a ligações covalentes que permitem
uma ligação. Polímeros podem ser feitos com um
ou diversos tipos de moléculas. As propriedades
dos polímeros, sejam borrachas, plásticos, fibras
ou adesivos são baseadas em sua enorme massa
molecular e grande tamanho de moléculas. A liga-
ção entre estas cadeias individuais apresentam
uma forma volumosa. Cadeia ou rede de unidades
repetidas combinadas quimicamente, formadas a
partir de monômeros pela polimerização.
Dúctil – capaz de ser estirado ou martelado e de
sofrer deformação plástica a frio sem romper, ao ser
submetido à força de tração.
Resiliência – o trabalho feito, por unidade de
volume, de um material em estado de deformação.
Propriedade dos corpos que armazenam grande
energia de deformação, antes de se deformarem
permanentemente.

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tício autorrecuperável (CCAR), necessita
apenas de água e ar para se autorrecuperar.
Uma chuvinha, apenas, será necessária para
fazer com que a estrutura de uma ponte, por
exemplo, se recomponha de na resistência
e tenha sua durabilidade preservada. De
acordo com os inventores deste fantástico
concreto, seu mecanismo de autopreenchi-
mento ou autorrecuperação deve-se apenas
à formação do nosso conhecido carbonato
de cálcio, CaCO3, formador da dura estrutu-
ra das conchas que encontramos nas praias
e também resulta da reação entre cimento
não hidratado e o gás dióxido de carbo-
no, CO2, dissolvido em água. Nosso bem
amado concreto tem uma particularidade
bastante interessante e conhecida: milhares
de partículas cimentícias não hidratadas,
dispersas na massa endurecida, ficam ab-
solutamente ávidas para se engajar ao todo.
De um modo geral, em todo concreto com
baixo fator água/cimento há um volume de
cerca de 25% de partículas de cimento não
hidratadas. Quando estruturas de concreto
fissuram ou trincam, estas partículas não
hidratadas ficam expostas à água e ao gás
CO2, presentes no ambiente e, naturalmen-
te, combinam-se, para desencadear o efeito
nocivo da carbonatação assim como formar
aquelas cicatrizes de eflorescências brancas
de CaCO3. Evidentemente, todos nós já ou-
vimos falar que estas formações ou reações,
em concretos antigos, acabam por fechar ou
colmatar as trincas, resultando na imper-
meabilidade delas. Pois bem, os inventores
afirmam que “a diferença entre o que é cria-
do em laboratório e a situação que ocorre
no concreto antigo é a qualidade e a inten-
sidade da autorrecuperação. Precisamos ter
certeza que o mecanismo de autorrecupera-
ção ocorrerá sempre”. Essa autorrecupera-
ção 100% controlada é totalmente possível,
devido às particularidades desenvolvidas no
CCAR, que têm incrível resistência à tração
e flexão. Quando flexionado, ao invés de
desenvolver uma ou duas trincas enormes,
que o conduziriam a ruptura, sofre muitas
microfissuras que acabam por se recuperar
ou monolitizar. Mesmo se o compósito for
tensionado a cargas superiores ao seu li-
mite, as fissuras permanecem pequenas e,
invariavelmente, o material acaba por recu-
perar sua resistência. Em números, poder-
se-á tencioná-lo a tração, algo como 3%,
o que significa esticá-lo 3% além do seu
comprimento original, ou seja, é como se DEMOX
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tivéssemos uma peça estrutural de 6m e a (0XX21) 3154-3250
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esticássemos 18cm. Para estas condições, ou seja, com cimento portland, água, areia,
o concreto ou qualquer estrutura metálica fibras, pozolanas e aditivos. O segredo pa-
seria levada à ruptura. A média de aber- rece estar na rede de microfibras especiais
tura das trincas no CCAR não ultrapassa dispersas na massa, com cerca de 2% em
60micrômetros, o que significa metade do relação ao seu volume, além de outros polí-
diâmetro do cabelo humano. Em condições meros especialmente formulados, de modo
normais, este incrível material trabalha com a promover a formidável característica de
deformações menores que 1%, e as micro- absorver trincas e fraturas, distribuindo
fissuras desenvolvidas são automaticamen- tensões para todo lado ao invés de deixá-
te monolitizadas, com a particularidade de las concentradas, ao mesmo tempo em que
retornarem ao seu estado inicial de tensões, promove monolitização automática. Real-
como se nada tivesse ocorrido. Testes de mente, é um espanto. Outra particularidade
recarregamento, após a automonolitização, é ser 40% mais leve, possuir flexibilidade
evidenciaram comprotamento similar à si- controlada e 500 vezes mais resistente ao
tuação original. As amostras testadas com fissuramento, quando submetido a defor-
medidas de freqüência ressonante, utilizan- mações de tração superiores a 5%.
do-se ondas de som, foram submetidas a A ROGERTEC, empresa do Grupo RECU-
ciclo de molhagem e secagem, de modo a PERAR, estará brevemente comercializan-
se determinar a integridade do compósito do este incrível material. É só aguardar.
antes e após a surgência de trincas e, cla-
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ro, após a automonolitização. Realmente,
é um tremendo avanço, considerando que
o comportamento do concreto tradicional é
frágil, quebradiço e também rígido como Para ter mais
qualquer cerâmica, tipicamente fraturando informações sobre
quando submetido a tensões de tração de Análises. RAS 3000
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apenas 0,01%. A particularidade intrigan- (0XX21) 3154-3250
te do nosso velho e bom concreto é que, produtos@recuperar.com.br
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tipicamente, desenvolve estado de ruína
com desmanche quando super tensionado. REFERÊNCIAS
Este novo compósito, com comportamento • Patricia Karina Tinoco é engenheira civil, espe-
dúctil e flexível é, na verdade, um concreto cialista em química e física da construção. www.ipacon.com.br
com ingredientes similares ao tradicional,

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Tema:

POR QUE O EPÓXI DE


PROTEÇÃO DO TANQUE DE
ÁGUA DESMINERALIZADA
FALHOU PRECOCEMENTE?
Pergunta:

S
ou da manutenção de uma grande
indústria no interior de São Paulo. A preocupação com a espessura da película a ser
Possuímos um tanque em aço carbo- É muito importante checar, após a completa secagem aplicada é outra questão importante, ligada à du-
no para estocagem de água desmineralizada da película, a espessura do filme seco, se está de rabilidade. Dependendo da espessura a ser utili-
totalmente fechado. A temperatura da água, acordo com o contratado. Há diversos equipamentos zada você poderá utilizar o teste do corte em X
adequados para tal. Pesquise na RECUPERAR. (ASTM D-3359)
no interior do tanque é 38ºC. Pintamos seu
interior com um epóxi fenólico há exatos
dois anos e, de lá para cá, a película está
soltando. Qual a explicação para o problema
e a sugestão para resolvê-lo?
Engº Marco Antônio S. Medeiros, SP.

Resposta:
É bem conhecida a performance de epóxis
fenólicos em ambientes de água destilada
e desmineralizada: formação de bolhas
osmóticas seguidas de perda de película.
Após a remoção da película antiga, torna-
se fundamental tomar todo cuidado na pre-
paração da superfície interna do tanque,
antes da repintura de proteção. Dever-se-á,
após a limpeza da superfície do metal bran-
co (grau de limpeza), checar a presença de
sais contaminantes tipo sulfatos, nitratos Na “The American Water Works Association” você encontra o normativo D102-06, “Pintando Tanques de
e, principalmente, cloretos. Infelizmente, Aço para Estocagem D’Água”, muito útil para sugerir o tipo de pintura para superfícies externas e internas
a ser aplicada em tanques de aço carbono.
99% das pessoas que trabalham no setor
não associam esta patologia à ação destrui- Se você não tem como testar, aplique uma (Holiday detector). Use a norma Petrobrás
dora dos sais contaminantes. Pelo fato de substância removedora de sais. Em princípio, N-2137 “Determinação da Descontinuidade
não vermos os contaminantes, não signifi- sugerimos qualquer outro epóxi adequado em Películas Secas de Tintas”. Outro aspec-
ca que não existam. Sugerimos um limite para serviços de imersão. Não se esqueça to importante: contrate uma empresa para
de, no máximo, 10ppm para cloretos. O de, após a aplicação da pintura, verificar se fiscalizar e inspecionar cada etapa do ser-
ideal é que seja zero PPM para todos eles. há furos na película, com detector de furos viço. Vale cada centavo.

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Figura 1 - Investigar

T
a presença de focos
oda umidade em pisos de concreto é ruim, é prejuízo. Mi- de umidade no piso
lhares de reais são gastos anualmente para pagar problemas de concreto, antes
da pintura, é tarefa
causados pela umidade em pisos de concreto revestidos importante. A água de
com epóxi. Na edição passada, apresentamos as fontes de umidade amassamento é neces-
sária para o cimento
naturais que assolam pisos de concreto. Nesta edição, apresen- hidratar, dar pega e
taremos as fontes de umidade artificiais, que também devem ser adquirir resistência.
do conhecimento de todo técnico ou engenheiro que lide com Dentro da água de
amassamento há a
patologias em pisos de concreto pintados com epóxi. água da trabalhabili-
dade, projetada para
A água do concreto permitir o lançamento
e o acabamento. É
O fator condicionante que determinará quanto tempo um considerada fonte
primária de umidade e
piso de concreto demorará a secar, pelo menos até um nível precisa ser removida
aceitável, é nada mais, nada menos que a água que entra na durante a secagem.
composição do próprio concreto. Quer dizer, o seu fator água/
cimento (figura 1).
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Figura 4 – A presença de plantas no interior contribui
Figura 2 – A cura úmida promove a melhor opor- Figura 3 – Fontes indesejáveis d’água abaixo para aquela umidade indesejada em pisos comer-
tunidade para o concreto obter sua completa do piso: tubulações com vazamentos, bolsões ciais e industriais, quando são muito molhadas e não
resistência, inclusive à abrasão. d’água e nível freático extremamente alto... houver coleta adequada da água que drena.

Por exemplo, um piso de concreto ar- o período correto de secagem de um piso Água de cura
mado com 10cm de espessura, feito com de concreto é considerar 1 mês para cada
um fator a/c = 0,40 pode durar de 2 a 3 2,5cm de espessura do piso. De forma A cura úmida é a responsável pela hi-
meses para secar até um nível conside- mais minuciosa, um dia de espera para dratação do cimento, tornando possível
rado aceitável. Este mesmo piso, se feito cada milímetro de espessura. A prática sua mais alta resistência e viabilizando
com um fator a/c = 0,50 demorará de 4 confirma esta teoria, desde que se em- a desejada durabilidade. Muito cuidado,
a 5 meses para chegar a um nível acei- pregue fator a/c muito próximos a 0,5. no entanto, para não introduzir água sob
tável de secagem. Tudo, naturalmente, Com fatores a/c maiores, mais tempo o piso, durante o processo de cura úmida,
dependendo das condições ambientais. para secagem. Com fator a/c menores, através de suas juntas, fissuras e/ou no en-
Uma dica super interessante para estimar menos tempo. Simples, não? torno de seu perímetro. Tecidos geotêxtis

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Aparelhos que detectam umidade servem para fazer um mapeamento da mesma em pisos industriais,
com o objetivo de detectar-se focos de umidade danosos à futura pintura epóxica.
Figura 5 – Torneiras e aparatos de irrigação, anexos
às paredes periféricas da indústria, acabam contri- da umidade ao longo do piso, certamente, de afundamento do piso e/ou das sapatas/
buindo com água para debaixo do piso.
informará o foco do problema. A solução pilares internos são facilmente resolvidos
encharcados ou películas de cura química para a presença de focos de umidade está com a técnica Compaction Grouting.
atendem bem à norma ASTM C171. na elaboração da drenagem periférica Caso haja presença de solo mole abaixo,
externa. Para projetos novos sugere-se, a técnica indicada é o CPR.
Tubulações sob o piso sempre, envolver a tubulação com ma-
terial granular adequado sobre geomem- Atividades com água
Muito frequentemente rompem-se tubula- brana, de modo a impedir que ocorram
ções d’água, sejam pluviais, industriais, subempoçamentos e/ou infiltrações para Durante a construção do piso, é comum
potáveis ou de incêndio sob pisos de o subleito, desestabilizando sapatas e o fazer a central de massas e/ou qualquer
concreto. A elaboração do mapeamento próprio piso. A ocorrência de problemas atividade com uso de água na região

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do futuro piso. O próprio caminhar do
pessoal na obra contamina o subleito/
sub-base, tornando difícil o processo de
secagem. É comum também instalar-se
torneiras junto às paredes periféricas, de
modo a permitir a irrigação de gramados
ou lavagem de passarelas. Banheiros,
cozinhas, copas, salas industriais que
funcionem com água, certamente acabam
por adicioná-la diretamente no piso, como
também aumentam a umidade relativa
interna de todo o ambiente industrial.

Ar condicionado

Áreas comerciais e industriais submeti- Figura 7 – Sistemas de ar condicionado afetam a


das a ar condicionado sujeitam o piso de umidade interna do ambiente e, consequentemente,
do piso de concreto.
Figura 6 – Copas, cozinhas, além de todos os micro- concreto a particularidades interessantes.
ambientes industriais que trabalham com água,
contribuem com aquela umidade indesejada no Se a temperatura do ponto de orvalho do superfície do piso, ocorrerá um processo
piso de concreto. ar interno fica acima da temperatura da de condensação. Alguns sistemas de ar

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Limpeza e manutenção • ACI, Committee 302, Guide for Concrete Floor
and Slab Construction, ACI 302.1R, American
Concrete Institute, Farmington Hills, Michigan,
Para se obter a melhor aparência e fun- 2004.
cionalidade para pisos de concreto é • ACI, Commiittee 302, Guide for Concrete Slabs
fundamental promover uma adequada That Receive Moisture-Sensitive Flooring Ma-
terial, ACI 302.2R, American Concrete Institute,
e periódica limpeza. Muito cuidado na Farmington Hills, Michigan, 2006.
utilização de produtos químicos para a • ACI, Committee 515, Guide to the Use of Wa-
limpeza do piso de concreto armado/ terproofing, Dampproofing, Protective, and
protendido. O ideal é utilizar produtos Decorative Barrier Systems for Concrete, ACI
515.1R, American Concrete Institute, Farming-
neutros. ton Hills, Michigan, 1985.
fax consulta nº 14 • ASCE Committee on Professional Practice, Qua-
lity in the Constructed Project, 2nd Ed, ASCE
Manuals and Reports on Engineering Practice
No. 73, American Society of Civil Engineers,
Reston, Virginia, 2000.
Para ter mais • Berke, Neal S., and Li, Lianfang, “Early age
informações sobre shringkage and moisture loss of concrete,” Ri-
Análises. lem Proceedings, VOl. 36, 2004.
• Blumer, H.M., “New justifications in an Old
Debate: Specifying Vapor Barriers Under Sla-
bs-on-Grade,” Construction Spedifier, Februa-
Figura 8 – Produtos químicos utilizados na limpeza
ajudam a conduzir a água para dentro do piso, com
ry 1990, pages 27-28.
o agravante de contaminar o concreto armado- REFERÊNCIAS • Brown, W.S., Protection from Moisture for
protendido. Slab-On-Ground Construction and for Habi-
• Mariana Tati é engenheira civil e trabalha no re-
table Spaces Below Grade, National Research
pairbusiness na área de monitoramento.
condicionado, hoje, injetam vapor no am- • ACI, Commiittee, Guide for Concrete Floor and Council Publication 707, Washington, Natio-
biente, de modo a umidecer o ar interno. Slab Construction, ACI 302.1R, American Concre- nal Academy of Sciences, National Research
Council, 1959.
Um descontrole no sistema poderá causar te Institute, Farmington Hills, Michigan, 1989.
• ACI, Committee 302, Guide for Concrete Floor • Campbell, R.H.; Harding, W.; Misenheimer, E.;
problemas, principalmente com relação and Slab Construction, ACI 302.1R, American Nicholson, L.P.; and Sisk, J., “Job Conditions
ao crescimento de colônias de microor- Concrete Institute, Farmington Hills, Michigan, Affect Cracking and Strength of Concrete In-
ganismos no piso e paredes. 2006. Place,” ACI Journal, 1976, pages 10-13.

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Gasta-se, anualmente no repairbusiness, milhões de reais em argamassas
pré-fabricadas para recuperação de superfícies de concreto. Muitas possuem
especificações, simplesmente, miraculosas.

T
odo especialista em recuperação/ e trincas. São eles a resistência de tração, estão em processo ativo e o segundo nada
reforço de concreto armado proten- o coeficiente de dilatação térmica, a fluên- mais deve, encontrando-se em processo
dido (RRCAP) sabe que estas estru- cia e os módulos dos concretos e argamas- passivo. A CD afeta a adesão dos mate-
turas trincam e isto não é novidade. O que sas empregados nos serviços de RRCAP. riais empregados, consequentemente sua
estes profissionais sabem e não desejam é Ninguém pode esquecer que o maior de- capacidade de absorver cargas e resistir
que o concreto ou argamassa aplicados em safio, ao se executar uma RRCAP, é ga- ao indesejável fissuramento. As quatro
seus serviços não fissure ou não sofra trin- rantir a durabilidade do serviço, três pa- características adicionais citadas, além da
cas, pois sabem que é o caminho de entra- lavras mágicas que todo especialista em trivial retração por secagem se INTER-
da para processos acelerados de desplaca- repairbusiness sabe de cor e salteado. Mas RELACIONAM, apresentando valores os
mento e corrosão nas armaduras/cabos de a durabilidade desejada faz ligação direta mais disparatados possíveis. Você, leitor,
protensão. Muito já se falou, nos números com a compatibilidade dimensional (CD) já começa a perceber que os números in-
anteriores da RECUPERAR, sobre o ine- de concretos/argamassas empregados desejáveis que acabam por comprometer
vitável processo de retração por secagem nos serviços de RRCAP e que têm a ver a performance de concretos/argamassas
em concretos e argamassas de recuperação. com as mudanças de volume que, natu- empregados em nossos serviços não são,
No entanto, outros fatores também estão na ralmente, ocorrem em relação ao concreto então, apresentados na especificação des-
lista dos procurados por provocar fissuras original que serve de base. Os primeiros tes produtos. Por razões óbvias, senão o
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Um outro estudo específico, realizado so-
mente nos serviços de RRCAP de pontes e
viadutos, feito por G.P. Tilly concluiu que:
• 20 a 25% dos serviços apre-
sentaram problemas nos
primeiros 5 anos
• 65 a 75% dos serviços apresen-
taram problemas entre 6 e 10 anos.
• 95% dos serviços apresentaram pro-
blemas ao final de 25 anos.

Figura 1 - Performance dos serviços de recupe-


produto não é vendido. Nesta matéria, dólares, com todo um ciclo de impulsiona- ração em pontes, feito por Tilly.
apresentamos estes números, de modo mento do Repairbusiness. Aqui, estima-se
que todos tenham uma visão realista bem menos. Um dos estudos técnicos, su- A figura 1 é o resumo do interessante tra-
dos produtos que compramos no nosso per interessante, o Con Rep Net (Concrete balho de Tilly.
dia-a-dia. Repair Network) investigou 215 obras de A má performance ou a causa de todos os
RRCAP e concluiu o seguinte: problemas foram:
Performance e impacto destes • Fissuras e trincas,
materiais no custo dos serviços • 80% dos serviços foram saƟs- • Corrosão do aço incentivada pelo pró-
fatórios durante 5 anos. prio “material de recuperação”,
Em nosso país não temos números anuais • 30% dos serviços foram saƟs- • Desplacamentos da massa de recupera-
que indiquem o montante de gastos nos ser- fatórios após 10 anos. ção.
viços de RRCAP, mas nos EUA há estudos • 10% dos serviços foram saƟsfatórios A figura 2 evidencia, de forma lógica, os
que evidenciam a bagatela de 20 bilhões de após 25 anos. resultados do Con Rep Net.

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Figura 2 - Modo como os problemas ocorreram no
trabalho Con Rep Net.

A ocorrência de fissuras e trincas nas mas-


sas aplicadas nos serviços de recuperação
é crítico, pois é porta de entrada para os
estados indesejáveis de carbonatação no
concreto, entumescimento, corrosão nas
armaduras e o conseqüente processo de
expansão, resultante da nova camada de
recobrimento. A presença cada vez mais Figura 3 - Peças de concreto armado que se submeterão a serviços de recuperação e tratamento da corro-
constante de sais sulfatos nas águas do são. As argamassas de recuperação farão o trabalho final.

solo, devido a contaminação por efluentes, Causas das fissuras e trincas resultado são trincas e fissuras na superfície
induzem processos de inchamento (etringi- recuperada. A intensidade destas tensões in-
ta) no concreto dos elementos de fundação Por que, então, as massas empregadas nos ser-
como estacas e sapatas. Neste particular, viços de recuperação trincam ou fissuram? Não GLOSSÁRIO
chamamos a atenção para projetistas que deveriam, não é mesmo? Mudanças naturais Carbonatação – transformação química com re-
teimam em criar estruturas de estações de de volume, que ocorrem em todas as massas dução do pH na qual minerais são alterados para
cimentícias especiais prefabricadas, empre- carbonatos, devido ao ácido carbônico.
tratamentos de efluentes sem qualquer pro- Módulo – tensão para uma determinada deformação.
teção específica para a superfície do con- gadas nos serviços de recuperação, induzem Durabilidade – é a disposição do concreto para resistir
creto armado. Processos de reatividade ál- nas recuperações recém executadas, tensões à ação natural do envelhecimento e, principalmente, a ata-
ques químicos, abrasivos e outras condições de serviço.
cali agregado (RAA) já são diagnosticados de tração superiores à do próprio material de Etringita – sulfoaluminato de cálcio, rico em sulfatos.
com alguma frequência. recuperação ainda em fase de crescimento. O É formado pelo ataque de sulfatos no concreto.

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Resistência de tração

Esta característica é o indicador-mor


de como a nova massa irá suportar as
consequentes tensões de tração que sur-
girão. As altas tensões de tração, que se
desenvolvem durante a cura (retração
por secagem e plástica), frequentemente
sobrepujam a ainda jovem resistência de
tração da nova massa. Trincas como re-
sultado. Evidentemente, percebe-se que
quanto maior o ganho de resistência à
tração da nova massa, menor a probabi-
lidade de fissuras. Usualmente, utiliza-se
o método da norma ASTM C190 para a
determinação da resistência à tração de
argamassas cimentícias. No entanto, esta
norma foi cancelada e não houve qual-
quer substituição. A norma ASTM C496
é empregada para obtermos a resistência
à tração de argamassas cimentícias, utili-
zando-se compressão diametral ao longo
do comprimento da amostra cilíndrica.

duzidas de tração dependerá do gradiente


de umidade e temperatura que envolve a
obra, da absorção, módulo, retração, ganho
de resistência de tração e fluência da massa
empregada, além da geometria do local re-
cuperado, o que estabelece comportamen-
tos diferenciais entre a massa empregada
na recuperação e o concreto armado que
está sendo recuperado.
Propriedades fundamentais
Se você não quiser ter problemas em sua
obra, após os serviços de recuperação,
atente para as seguintes propriedades per- Acima e abaixo: ASTM C157, “Método padrão para determinação de mudanças de comprimento em arga-
tinentes a toda massa cimentícia: massas e concretos endurecidos.

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Resistência da colagem

Aderência entre massa de recuperação e


o concreto original é fator condicionante
para o êxito da obra. Para maiores detalhes
sobre como otimizar a aderência consul-
te números anteriores da RECUPERAR.
Diagnósticos frequentes, emitidos pelo
IPACON, indicam ausência de de prepa-
ração adequada da superfície, desenvol-
vimento acentuado de tensões, devido a
retração por secagem e/ou movimentação
(deformação) térmica diferencial. Alte-
rações de volume, na região recuperada,
são bravamente combatidas pela adesão
entre o novo e o antigo mas, invariavel- Acima e abaixo: ASTM C157, “Método padrão para determinação de alterações no comprimento de arga-
mente, originam fissuras e aqueles trági- massas e concretos feitos com cimento portland.

cos desplacamentos a partir da interface


de colagem. Toda e qualquer perda de
colagem entre o novo e o antigo promove
empenamentos no volume da recuperação
aplicada, que acabam por desenvolver fis-
suramento por flexão. A metodologia da
ASTM C1583 é relativamente nova mas
está sendo amplamente empregada. Nú-
meros anteriores da RECUPERAR dão
dicas super importantes de como checar
a superfície do concreto original, antes de
aplicar a massa de recuperação.

Módulo

Muitos técnicos e engenheiros têm a


maior dificuldade de entender esta im-
portante característica pertinente às

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massas cimentícias, exatamente pelo res correspondem a materiais tipicamente água até seu processo de endurecimento.
fato de existirem muitos tipos de mó- com baixo módulo. A fluência pode ser por A tal mudança de volume, que ocorre
dulos (Young, elástico, dinâmico etc). compressão, torsão, flexão, tração e axial, antes que o material de recuperação en-
No entanto, todos representam a medida e são bastante discutíveis as possíveis cor- dureça, é causada pela retração química,
da dutibilidade ou fragilidade do mate- relações entre elas. Não devemos ter em pela evaporação da água, pela absorção,
rial quando submetido ao binômio car- nossas obras materiais que desenvolvam segregação, exsudação e alterações tér-
regamento/deformação. A metodologia altos valores de fluência compressiva, exa- micas. Se permitirmos a rápida evapora-
ASTM C469 é o principal indicador da tamente pelo fato de que o carregamento ção da água do reparo, ocorrerão fissuras
performance do material para se avaliar aplicado ao chegar no novo material é, parcialmente profundas, mas ou menos
seu módulo elástico estático. O módulo simplesmente, entregue à fluência que, por perpendiculares à direção do fluxo de
é determinado pela inclinação da curva sua vez, transfere diretamente a carga para ar e/ou paralelas ao volume da cavidade
tensão-deformação desenvolvida en- o substrato (superfície original). Ou seja, recuperada. A retração plástica pode ser
tre 40% da carga de ruptura aplicada e não distribui o carregamento através de avaliada pelos testes da ASTM C827 e
quando a deformação longitudinal cor- sua massa. O método de teste da ASTM C1579 (este teste é relativamente novo).
responde a 50 milionésimos do compri- C512 é o padrão para a obtenção da fluên-
mento do medidor. cia por ação compressiva. Alterações de volume
na fase endurecida
Fluência Alterações de volume
durante a fase plástica Ocorrem por diversas razões. Talvez
Nada mais é do que a deformação do ma- a maior culpada pelas fissuras que sur-
terial, sob condição de carregamento cons- Qualquer material cimentício sofre mu- gem seja a retração por secagem, que
tante, ao longo do tempo. Pequenos valo- danças de volume a partir da mistura da se desenvolve devido à evaporação da

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água extra, contida nas argamassas de
recuperação, necessária para dar aquela
trabalhabilidade à massa. A retração por
secagem é minimizada diminuindo-se
o fator água/cimento. Para valores que
permitam aplicar a massa com o mesmo
objetivo, deve-se diminuir a quantidade
de cimento a valores que permitam obter
uma resistência desejada mínima e, claro,
utilizando-se aditivos que compensem a
retração, ou seja, quando a argamassa
entra em processo de retração, o aditivo
a faz expandir. O uso de aditivos podem
dar efeitos colaterais, como expansão
descontrolada. A retração por secagem é
comumente determinada medindo-se as
alterações do comprimento de corpos de
prova não confinados. Utiliza-se a nor-
ma ASTM C157.

Propriedades térmicas

Rápido tempo de pega, juntamente com


altas temperaturas desenvolvidas no ma-
terial, durante a cura, invariavelmente
causam fissuramento, devido às diferen-
ças entre as temperaturas interna e exter-
na do material de recuperação. Não há
metodologia específica para quantificar

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a intensidade da temperatura de hidra-
tação para materiais empregados no Re-
pairbusiness. Utiliza-se o teste da norma
ASTM C531 para determinar o coefi-
ciente de dilatação térmica do material a
ser empregado na recuperação.

Fissuramento e resistência dos


materiais empregados em serviços
de recuperação

Para se investigar o comportamento ao


fissuramento, nas argamassas emprega-
das nos serviços de recuperação, preci-
samos de uma combinação das proprie-
Torna-se necessária, antes de iniciar os serviços de recuperação, fazer a análise das propriedades neces-
dades, onde se inclui a retração plástica, sárias ao objetivo da obra.
a retração por secagem, o tempo de cura,
a fluência por tração, módulo e a resis- • Con Rep Net Network Newsletter, Building Re- Institute, 2004, Farmington Hills, MI.
search Establishment, Bucknalls Lane, Watford • ASTM C469 “Standard Test Method for Static
tência à tração. A ASTM C1581 leva Great Britain, Issue #3 May 2004, http://projects. Modulus of Elasticity and Poisson’s Ratio of
todas estas características em conta e é bre.co.uk/conrepnet/pages/dissem.htm Concrete in Compression,” West Conshohocken,
adequada para selecionar materiais de • G. P. Tilly, “Performance of Repairs to Concrete PA: ASTM.
recuperação com baixa probabilidade de Bridges,” Bridge Engineering, 157 September • ASTM C512 (latest revision), “Standard Test
2004 Issue BE3 pp. 171-174, Institute of Civil Method for Creep of Concrete in Compression,”
fissuramento. Engineers. West Conshohocken, PA: ASTM.
• ASTM C190 (latest revision), “Standard Method • ASTM C827 (latest revision), “Standard Test
fax consulta nº 22 of Test for Tensile Strength of Hydraulic Cement Method for Change in Height at Early Ages of
Mortars,” West Conshohocken, PA: ASTM. Cylindrical Specimens of Cementitious Mix-
• ASTM C496 (latest revision), “Standard Test tures,” West Conshohocken, PA: ASTM.
Method for Splitting Tensile Strength of Cylin- • ASTM C1579 (latest revision), “Standard Test
drical Concrete Specimens,” West Conshohock- Method for Evaluating Plastic Shrinkage Crack-
Para ter mais ing of Restrained Fiber Reinforced Concrete,”
en, PA: ASTM.
informações sobre • ICRI 03732, “Selecting and Specifying Concrete West Conshohocken, PA: ASTM.
Análise. Surface Preparation for Sealers, Coatings, and • ASTM C157 (latest revision), “Standard Test
Polymer Overlays,” International Concrete Re- Method for Length Change of Hardened Hydrau-
pair Institute, 2004, Farmington Hills,MI. lic-Cement Mortar and Concrete,” West Consho-
• ASTM C1583 (latest revision), “Standard Test hocken, PA: ASTM.
Method for Tensile Strength of Concrete Surfac- • ASTM C341 (latest revision), “Standard Practice
REFERÊNCIAS es and the Bond Strength or Tensile Strength of for Length Change of Cast, Drilled, or Sawed
Concrete Repair and Overlay Materials by Direct Specimens of Hydraulic-Cement Mortar and
• Patricia Karina Tinoco é engenheira civil, espe- Tension (Pull-off Method),” West Conshohock- Concrete,” West Conshohocken, PA: ASTM.
cialista em química e física da construção. en, PA: ASTM. • ASTM C596 (latest revision), “Standard Test
• Vision 2020 Report, October 2004, ACI Strate- • ICRI 03739, “Guideline to Using In-Situ Tensile Method for Drying Shrinkage of Mortar Contain-
gic Development Council, Farmington Hills, MI: Pull-Off Tests to Evaluate Bond of Concrete Sur- ing Hydraulic Cement,” West Conshohocken,
ACI. face Materials,” International Concrete Repair PA: ASTM.

26 RECUPERAR • Maio / Junho 2009


esso comprimegeodrenos circundanetesss.ão total aplicadnae.utra.
a n te s in f orma o exac g r o u t q u e
ib r o
de cordaes pvressão neutra devridmação do bulbo. o m b e amento dmo ole em direção aonsômetro informa apieprzômetro a pressão
Piezômetro d fo Tubo d e b
o solo O ma O
SOLOS

Serviços de Consolidação Profunda Radial (CPR)


para melhoria do solo mole, com análise simultânea da pressão
total e pressão neutra.

T
radicionalmente, técnicos e enge- a esforços que se produzem tanto na fase
nheiros deixam de dar a atenção sólida quanto na líquida. Podemos garantir
necessária ao solo de suas fundações. que exatamente na fase líquida é que se
Frequentemente, elaboram-se projetos com encontra o problema, quando se depara
dados antigos ou com base em experiências com solos moles. Sua mudança de volume,
tomadas em outras regiões nada representa- ocasionada por alterações no carregamen-
tivas ou, comumente, com suposições acer- to, costuma provocar o sinistro recalque
ca das propriedades do solo. Queremos falar nas estruturas. Deformações no solo são
de solos de baixa resistência, em particular o resultado do excesso de esforço cortante
os chamados solos moles. Sob este ponto atuante, vital para a capacidade de carga do
de vista dois aspectos são importantes. O solo de fundação.
primeiro é que, ao menor esforço alteram-se
suas propriedades. O segundo, é a presença O esforço ou tensão efetiva
da água. Sabemos que, em qualquer projeto
de engenharia, torna-se necessário conhecer A reação do solo aos esforços ou tensões
as propriedades dos materiais submetidos atuantes provenientes de carregamentos
Continua
Con
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pág.
áág
g. 30
30
Verificação da pressão neutra pela leitura do piezômetro de cordas
28 vibrantes, na mesma profundidade em que está sendo formado o
RECUPERAR • Maio / Junho 2009
bulbo de compressão no solo mole, pela técnica de Consolidação
Profunda Radial (CPR). Repare a pressão total no manômetro.
CPR
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RECUPERAR • Maio / Junho 2009 29
é o fator mais importante para o projeto de
fundações, aterros, taludes e estruturas de
sustentação. Sua fase sólida é relativamente
incompreensível e suporta bem os esforços
cortantes ali atuantes. Sua fase água também
é relativamente incompreensível. No entanto,
sua resistência ao esforço cortante dever-se-á
apenas à sua inerente viscosidade, totalmente
dependente do tempo. E, por último, sua fase
gasosa é compressível e tem pouquíssima
resistência ao esforço cortante. Cada fase do
solo reage de maneira distinta ao carregamen-
to imposto. Daí a necessidade de se determinar
a distribuição dos esforços entre as fases, de
modo a estabelecer o efeito, no solo, como
um todo. Assim, uma carga, q, uniformemente Figura 1 - Distribuição de uma carga, Q, sobre grãos do solo.

distribuída sobre uma camada de esferas, com esforço, em qualquer ponto, dentro da fase só-
espaços vazios, não se distribui integralmen- lida é indeterminado, exceto para o caso mais Solos moles
te, havendo valores máximos nos pontos de simples, na figura 1a. Desta forma, o esforço, Apresentam baixa resistência à penetra-
contato (veja figura ao lado). O valor exato do na fase sólida, expressa-se em termos de área ção, ou seja, valores de SPT inferiores a
bruta ou total, A, e o esforço ou tensão total, 5 golpes, em que a fração argila imprime
GLOSSÁRIO σ, suportado ali, será igual a Q/A. características de solo coesivo e compres-
sível. São argilas moles ou areais fofas. Os
Esforço cortante ou tensão cisalhante – ação depósitos ou ambientes de deposição va-
ou tensão resultante de forças aplicadas que causam O esforço ou pressão neutra riam desde fluvial, quer dizer, aluviais nas
ou tendem a causar a separação, por deslizamento,
de duas partes de uma massa seguindo uma direção várzeas dos rios, até o costeiro, passando
paralela ao seu plano de contato. Nesta matéria, a ação ou efeito de compri- por mangues, com a ocorrência de argilas
Tensão ou pressão – forma por unidade de área orgânicas e turfas.
exercida sobre uma superfície. Medida da força por
mir água chamaremos de pressão, deixando
unidade de área epxressa em kg/cm2, MPa ou comu- o termo tensão para a ação sobre sólidos. A é bem acompanhada por uma pressão, u.
mente, em solos, por KPa. 1kg/cm2 = 100KPa. presença da água nos interstícios do solo Assim, qualquer carga, Q, aplicada será

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Carga Q sobre um pistão, suportada parcialmente
pela pressão neutra, U, e pela mola.

suportada pelo misto A.u. Para não deixar Efeitos das trocas de esforços atuantes e da pressão neutra no comportamento da escavação em um solo
dúvidas, imaginemos um cilindro fechado, mole e uma situação particular de construção de rodovia.

uma mola e uma carga, Q, atuante (figura Nesta expressão Q é a carga total atuante e O termo u é denominado de pressão neutra,
2). Se a carga total é Q, a área dos poros Q’ é parte da carga suportada pela mola (fase poropressão ou pressão intersticial, porque
(ou do cilindro) é Aρ e a pressão dentro dos sólida) e u.Aρ é parte da carga suportada é incapaz de suportar esforços cortantes ou
poros (ou do cilindro) é u, a carga total será pela água. Dividindo todos os termos da ex- cisalhentes.
distribuída assim: pressão por A, que é a área total, ter-se-á
O significado do esforço

( )
Q = Q’ + u.Aρ ou tensão efetiva
σ = σ’ + u Aρ
A
Suponha-se que a tensão total no solo, a
GLOSSÁRIO
uma profundidade z, é aumentada de σ0
Adensamento ou consolidação – redução pro- Esta é a equação do esforço por tensão para σ1. Caso não haja drenagem, ou seja,
gressiva do volume de uma massa de solo mole ou efetiva fundamental para a compreensão adensamento ou consolidação, mesmo com
fofo com consequente perda d’água, sob o efeito do
seu próprio peso e/ou de um acréscimo de tensões na do comportamento do solo submetido a o aumento da tensão para σ1, ainda não ha-
massa do volume do solo provocadas pelas técnicas esforços ou tensões. verá ganho de resistência ou tensão efetiva.
de estabilização com geodrenos/aterro temporário
ou geodrenos/compactação profunda radial (CPR). Como no solo a área de contato entre grãos Durante o carregamento, havendo processo
A quantidade de compressão aplicada por um dos é pequena e a relação Aρ/A é praticamente de drenagem, que confunde-se com o pro-
dois processos, em qualquer período de tempo, não
se relaciona apenas às cargas desenvolvidas mas,
igual a 1, a expressão anterior dá lugar à cesso de consolidação ou adensamento, a
principalmente, à quantidade de tensões transmitidas conhecida equação: pressão neutra aumentará e tenderá a se dis-
no contato das partículas, ou seja, à diferença entre
a tensão imposta e o excesso de poropressão, quer σ = σ’ + u sipar. Esta diminuição da pressão neutra será
dizer, a tensão efetiva. numericamente igual ao aumento da tensão

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importante da engenharia geotécnica, pois
controla a compressibilidade e a resistência
do solo ao cisalhamento, o que significa
dizer que controla a tensão lateral do terreno
em estruturas de contenção, a capacidade de
carga do solo, o recalque das fundações e
a estabilidade dos taludes. A tensão efetiva
aumentará ou diminuirá, dependendo da
direção da percolação d’água.

A compressibilidade do solo

Aumentos da tensão em um solo de funda-


ção, devido a sobrecargas na construção,
significam compressão nas camadas do
solo sob os elementos de fundação, que
implicam em deformações, deslocamentos
e fuga da água/ar por entre as partículas
do solo. Em resumo, deformação do solo e
recalque no elemento de fundação. O recal-
que que ocorre em solos argilosos pouco ou
totalmente saturados, orgânicos ou não, se
manifestam de maneira bem característica,

GLOSSÁRIO
Fundação – parte da estrutura em contato direto
com o solo. Tem a função de transmitir a carga da
estrutura para o solo.
Estaca – peça longa de concreto armado/protendido
ou de aço introduzida ou executada no solo.
Recalque – movimento de descida da fundação
ou do aterro.
Fundação rasa – elemento de fundação, geralmen-
te de concreto armado, no qual sua profundidade
é menor ou igual a sua largura. Um exemplo é a
Análise da pressão neutra, através da leitura do piezômetro de cordas vibrantes, durante um serviço de sapata.
CPR, para melhoramento de solo mole. Tensão – relação entre a força aplicada sobre
uma área.
efetiva. Só se ganha tensão efetiva com per- solo, que controla sua mudança de volume e Tensão de tração – resultante das tensões de
da da pressão neutra. Em síntese, a tensão resistência. Aumentar a tensão efetiva induz tração que atuam e é considerada negativa na
efetiva é, aproximadamente, a força por o solo a mudar para um estado e, natural- mecânica dos solos. A tensão de compressão é
considerada positiva.
unidade de área suportada pelo esqueleto do mente, mais resistente. É o conceito mais

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seja sob um aterro para pavimento ou sob
um elemento de fundação, decompondo-se
em três sinistros componentes: o imediato,
o primário (ou de consolidação) e o secun-
dário. Vamos a eles.

Recalque imediato
(também chamado elástico ou
inicial)

Ocorre tão logo a carga provocada pelo


elemento de fundação ou do aterro que irá
servir de base para o pavimento seja assen-
tada sobre o solo. Assumindo-se que suas
ações sejam instantâneas, manifestar-se-ão
de maneira bem interessante, de acordo com
os tipos de carregamento a serem aplicados,
seja a uma, duas ou três dimensões. Um
exemplo de carregamento a uma dimensão
são aqueles aterros construídos sobre gran-
Terreno com 8m de solo mole sendo sondado com CPT dinâmico, de modo a se obter a resistência ao
des áreas. O que ocorre neste caso? São cisalhamento não drenado antes dos serviços de CPR.

deformações verticais apenas, que costu- De qualquer maneira, o recalque imediato


GLOSSÁRIO
mam se manifestar não tão imediatamente. produz tanto tensões cisalhantes quanto au-
Adensamento ou consolidação – ação que faz Aí é que está o perigo. Um exemplo de mento da pressão neutra no solo. A primeira
a água sair dos poros do solo, permitindo que suas
partículas fiquem mais juntas ou unidas, diminuindo carregamento a duas dimensões é a sapata faz com que o solo deforme lateralmente.
o índice de vazios. corrida, muito empregada em conjuntos Quanto a segunda, costuma demorar para
Capacidade de carga do solo – tensão máxima
aplicada em um solo de fundação por elementos habitacionais. As deformações ocorrerão na que haja drenagem, quer dizer, para que
de fundação ou aterros sem que cause ruptura por direção vertical e também na perpendicular diminua Como entendemos que o carre-
cisalhamento.
Coesão – força cimentante entre partículas do solo,
ao eixo longitudinal da sapata. Não haverá gamento atua de maneira instantânea, não
promovida pela argila. deformação na direção longitudinal da sa- haverá tempo suficiente para esperar que
Módulo elástico – uma importante característica pata corrida. Ou seja, deformações apenas a pressão neutra homeopaticamente perca
do solo determinada pela divisão entre a tensão
aplicada e a consequente deformação sofrida, em duas direções. Agora, um exemplo de valor. Em resumo, o recalque imediato, que
expressa em kg/cm2. carregamento a três dimensões. É a popular ocorre em solos argilosos moles, pouco ou
Aterro – camada de solo adicionada para obter-se
o nível desejado para a obra. sapata, seja com área quadrada, retangular totalmente saturados, é causado apenas por
Elemento de fundação – usualmente de concre- ou circular. Um exemplo para este último tensões cisalhantes não drenadas. Entenda
to armado, tem a função de distribuir a carga da
construção sobre uma área do solo de fundação,
caso são as bases de tanques industriais: as que, como não estamos considerando a
promovendo um aumento da capacidade suporte deformações no solo aparecerão nas três drenagem da água, que permitirá diminuir
do solo. dimensões. a pressão neutra, não haverá alteração no

RECUPERAR • Maio / Junho 2009 33


volume do solo. Assim, evidentemente, todo
e qualquer recalque imposto ao elemento
de fundação ou ao aterro será totalmente
A ocorrência dos
compensado por deformações laterais, com recalques em um solo
ou sem fluxos ou deslocamentos plásticos argiloso.
do solo de fundação. Agora, onde e quando
se manifesta o recalque imediato? Exata e
imediatamente sobre solos moles, aflorando
na superfície ou sob uma camada de areia ou
aterro “resistente”, particularmente quando
o carregamento é aplicado de forma rápida e
que haja baixo fator de segurança. Na práti-
ca, costuma-se ignorar o recalque imediato
para as seguintes situações:
• Fundações profundas com fator de se-
gurança correto impedem que ocorram
deformações laterais na camada de argila
sob a ponta do elemento de fundação. do solo a diversas profundidades e subme- Como impedir
• Fundações rasas, apoiadas sobre solo re- tendo-as a tensões verticais e horizontais o recalque imediato?
sistente, porém lá embaixo há uma camada no teste triaxial, equivalente ao carrega-
de solo mole. O fato da fundação não fazer mento a ser imposto. Por último, através Há diferentes maneiras de impedi-lo. A
contato com a argila restringe ou impede do ensaio de carga sobre placa, que muitas primeira e mais comum é empregar fun-
que hajam deformações laterais do solo. vezes o subestima, se feito sobre camada dação profunda através de estacas. Outra
• Quando há presença de camadas alterna- de areia ou sobre camada de argila dura forma é empregar aterro temporário, de
das de areia e argila, a primeira impede ou superconsolidada. Ou seja, poder-se-á modo a aumentar sua resistência. Esta
que hajam deformações ou fluxos late- obter valores pouco significativos pelo técnica, além de consumir muito tem-
rais. fato de se conseguir diminutos bulbos po, costuma induzir grande quantidade
de pressão. de recalque imediato, causando sérios
Conhecendo o recalque imediato problemas a estruturas vizinhas. Para
camadas espessas de solo mole desacon-
Há diferentes maneiras de prognosticar ou selhamos utilizar este método. A técnica
prever o recalque imediato. Uma delas é mais segura e eficiente de neutralizar o
recalque imediato é assegurar que a argila
adensará, de maneira rápida, aumentando
sua rigidez e diminuindo os níveis de
tensões cisalhantes no solo de fundação.
O método, patenteado, de Consolidação
Profunda Radial (CPR) é a técnica suge-
rida para tal.
Na próxima edição apresentaremos o re-
calque primário ou de consolidação, que
detonou o fantástico estudo da teoria da
consolidação nas argilas pouco ou total-
mente saturadas.

fax consulta nº 34

Este prédio, durante sua construção, sofreu recal-


que imediato...

conhecer o módulo de elasticidade (Eu) Para ter mais


informações sobre
do solo a partir do teste, feito em labora-
Solos.
tório, de compressão triaxial não drenado,
medindo-se a pressão neutra. Obtido o Eu,
calcula-se o recalque imediato através de ... devido a uma profunda camada de solo argiloso
uma fórmula conhecida. orgânico mole. O recalque imediato provocou des-
locamento lateral do solo de fundação, ocorrendo REFERÊNCIAS
Outra maneira de conhecê-lo, em labo- levantamento na casa vizinha. Repare que as pare-
ratório, é através do método da trajetória • Jorge L. F. de Almeida é professor e engenheiro
des apresenta-se curvas. O prédio tem como fun-
de fundações.
das tensões, com a obtenção de amostras dação uma espessa laje radier.

34 RECUPERAR • Maio / Junho 2009

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