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FAVENI

FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

Pós Graduação em Metodologia de Ensino de Matemática e Física.

Patrícia Regina da Silva

A DISCALCULIA NO ESTUDO DA MATEMÁTICA E DA FÍSICA E SUAS


IMPLICAÇÕES NO COTIDIANO ESCOLAR.

Nova Iguaçu, Rio de Janeiro.

2021.
A DISCALCULIA NO ESTUDO DA MATEMÁTICA E DA FÍSICA E SUAS
IMPLICAÇÕES NO COTIDIANO ESCOLAR.

Eu, Patrícia Regina da Silva, declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso.
Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado
ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas
consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de
investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.

Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos
autorais.

Resumo:

Este trabalho de pesquisa tem como objetivo principal mostrar que a discalculia e as
dificuldades na área da matemática e da física podem levar algumas pessoas a terem uma
baixa autoestima, bem como diminuir sua capacidade de raciocínio por falta de estímulos da
família e de professores que não estão preparados para lidar com esse transtorno neurológico.
Mediante as experiências vividas em sala de aula podemos afirmar que tanto o trabalho do
professor quanto o das demais equipes envolvidas e familiares também devem andar sempre
juntos para a melhoria e o aperfeiçoamento da criança, pois ela sendo feliz e motivada estará
aberta para novas aprendizagens e conquistas. A discalculia é algo vivido por muitas pessoas e
é constrangedora, por causa da falta de informação de muitos professores e da sociedade e o
se faz necessário conhecer a respeito dela para que crianças e adultos possam ser inseridos e
esclarecidos dentro desses transtornos e amados, tendo em vista que o distúrbio neurológico
que provoca a discalculia não causa deficiências mentais como algumas pessoas questionam.
Sem dúvida muito temos a aprender em relação a ela, desmistificando a matemática/física e
seus mitos, levando às salas de aula a associação coerente dos números a utilização prática e
dessa forma evitando o constrangimento e preconceitos, tendo conhecimento que qualquer
pessoa independentemente da classe social e idade podem apresentar um quadro de
discalculia, acalculia ou distúrbios na área da matemática/física causando sofrimento. A
reflexão do tema me possibilitou que temos que estar sempre em alerta para que esse
transtorno seja divulgado aos profissionais da educação no sentido de um trabalho em conjunto
com o psicopedagogo para melhoria desse quadro.

Palavras-chave: Discalculia, acalculia, aprendizagem, transtorno e conhecimento.


INTRODUÇÃO:

O foco deste artigo tem como principal objetivo coletar informações


adequadas, baseadas em fatos comprovados através de pesquisas cientifica,
textos, livros, revistas, internet entre outros recursos, a respeito das
dificuldades de aprendizagens, englobadas aos transtornos neurológicos, tendo
em vista um estudo mais amplo e discorrido sobre o tema discalculia e seus
transtornos, bem como demonstrar como o trabalho do professor de ciências
exatas, nesse contexto, que é importante para o diagnóstico e a intervenção
dessa situação, que vem afetando uma grande parcela de alunos em idade
escolar e até mesmo adultos que não tiveram condições de um atendimento
especializado no momento certo.

Nessa trajetória os objetivos pretendidos são os de refletir sobre as


dificuldades da aprendizagem dentro do contexto escolar, em especial, a
discalculia e as possíveis intervenções, de um professor consciente, para a
solução desse transtorno neurológico, assim como apontar o trabalho do
mesmo para um possível diagnóstico, relatar as causas da discalculia na
criança, bem como ajudá-la a conseguir entender os conceitos matemáticos
apontando algumas formas lúdicas e maneiras para obter uma melhoria na
aprendizagem da matemática, utilizando materiais de fácil manejo, como:
jogos, números, músicas, brincadeiras e atividades diversas.

A escolha do estudo está relacionada ao alto índice de reprovação na


área das ciências exatas, de maneira tal, que com essa situação vem levando
muitos alunos a desistirem de estudar, em face de uma repetência continua e
sem justificativa, principalmente na disciplina da Matemática. Aliado a esse
fator, conto também com minha própria experiência de que quando criança
tinha dificuldade de entender numeração, quantidade, horas que até hoje
perdura em algumas situações, mesmo sendo adulto e professora de
matemática/física.

Em sala de aula, percebo o quanto frustrante é, no início de cada ano


letivo, me apresentar como professora de Matemática/física e sempre ouvir da
parte dos meus alunos colocações a respeito das dificuldades de aprender e o
medo da disciplina. Às vezes, passo a questionar, onde está o estimulo e a
vontade de ensinar e aprender, tendo em vista o amplo conhecimento que
atualmente pode se utilizado e uma metodologia de trabalho dinâmico, de fácil
entendimento, mas ao contrário o senso comum no cotidiano das escolas,
crianças e adultos se sentem coagidos, apavorados e deprimidos por não
conseguirem entender os conceitos simples de raciocínio lógico do dia a dia
que envolvem os problemas matemáticos, daí a necessidade de desmistificar o
bicho papão que assola a muitos e considerá-lo pertinente, pois poucos
educadores, pais e responsáveis conhecem esse tipo de transtorno
neurológico, mesmo ele sendo pesquisado desde 1920, pois muitos ainda não
têm a noção do que seja a discalculia.

A pesquisa é eminentemente bibliográfica, de cunho qualitativo com


depoimento da minha prática em sala de aula e está fundamentado em autores
que discorrem o tema como Ladislav Kosc (1974), D’Ambrosio (1993) entre
outros documentos legais e pareceres médicos. Para melhor entendimento o
trabalho está dividido em capítulos e no primeiro encontra-se a definição do
termo discalculia, assim como a diferenciação deste termo e de outros
associados às dificuldades de aprendizagem em matemática, como esse
transtorno prejudica a criança na sua autoestima e no aprendizado escolar.
Nos demais o papel do professor e da família mediante as dificuldades de
aprendizado apresentadas pela criança em questão que possui esse
transtorno, abordando especificamente o trabalho do professor de matemática
nesse conceito de como ele poderia fazer diferença em sala de aula para
qualquer criança que possua ou não discalculia porque 90% dos brasileiros
comprovadamente possui dificuldade em aprender qualquer disciplina na área
de exatas. Sucessivamente venho abordando o trabalho e a intervenção do
professor especialista, ou psicopedagogo, ou neuropsicopedagogo para um
trabalho em equipe no contexto escolar, família e na vivência da criança,
mostrando algumas propostas para melhor solução do acompanhamento da
criança em questão, considerando recursos lúdicos e de fácil acesso, como
jogos, brincadeiras e recursos audiovisuais.

Ao final levanto as considerações de que todas as crianças, jovens e


adultos são capazes de aprender ou reaprender, principalmente através de
uma ajuda adequada com médicos e auxiliares, principalmente a do
psicopedagogo em questão que além de se um profissional mais adequado
para o acompanhamento escolar está preparado para entender o
comportamento diário da pessoa com discalculia em questão, pois pode se
apresentar em qualquer idade.
Desenvolvimento.

Capítulo I - Definição do termo:

Pertinente definir o termo discalculia, de acordo com Campos (2014,


p.22):

“É uma dificuldade significativa no desenvolvimento das habilidades


matemáticas e não é ocasionada por deficiência mental, deficiência visual ou
auditiva nem por má escolarização, é a fala do mecanismo do cálculo e da
resolução de problemas, ou seja, por transtorno neurológico.”

Muitas vezes esse problema é causado pela má interpretação destes,


mas de acordo com algumas pesquisas, isso atinge a muitos, pois a dor de não
entender conceitos simples de matemática, os levam a pensar que são
incapazes de aprender, mas através de um bom acompanhamento
psicopedagógico, muitas crianças conseguem superar essa situação, voltando
a ter sua autoestima recuperada.

Em tese, de acordo com a Associação Americana de Psiquiatria (2014):


“A discalculia é uma incapacidade moderada a severa, ou mesmo total, para
executar problemas matemáticos”, e mediante a isso, pode-se perceber que
atualmente várias crianças sofrem desse transtorno, ele não é muito
comentado devido à falta de conhecimento nesta área. Nesse sentido milhares
de crianças, jovens e adultos, independentes de sua classe social, sofrem
muito, pois ela muitas vezes vem acompanhada pela dislexia, disortografia ou
algum outro transtorno. A esse respeito Lima (2000, p.101) afirma que a
“iniciação matemática não se trata, como se vê, de ensinar cálculo (contar,
somar, dividir, etc.), mas de construir estruturas de classificação, seriação,
participação, correspondências, redes, grupos, entre outros”.

No Brasil, pouco se fala sobre a discalculia ou sobre as dificuldades em


matemática, mas segundos dados do SAEB (Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Básica) e da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura), o rendimento em matemática caiu
assustadoramente nos últimos anos, atingindo principalmente o ensino
fundamental, no entanto dados do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio),
mostram que nossos adolescentes e jovens também não estão longe desse
diagnóstico e desde o ano de 2005, a língua portuguesa teve um grande
avanço em contrapartida a matemática teve uma queda muito grande em seus
conceitos. Segundo o artigo do Jornal Uol de Educação em 18 de janeiro de
2018:

“Ao deixar a escola, apenas 7,3% dos estudantes atingem níveis satisfatórios
de aprendizado. O índice é menor que o da última divulgação, em 2013,
quando essa parcela era 9,3%. O índice é ainda menor quando consideradas
apenas as escolas públicas. Apenas 3,6% têm aprendizado adequado, o que
significa que 96,4% não aprendem o esperado na escola.”

Os dados remetem ao entendimento de que de cada 100 pessoas, 10


possuem um transtorno especifico de aprendizagem e a matemática se
enquadra nessa categoria. Ela está em toda parte e a cada dia mais é preciso
o entendimento da mesma para tudo; tudo depende de cálculo ou envolve
números, como dias, metro, litro, quilo, dúzia, dezena, quantidades variadas e
o professor devem ser capazes de compreender e analisar o perfil de cada
criança encaminhando-as a uma ajuda específica, para que as mesmas
possam se adequar a essas habilidades sem constrangimentos.

O National Joint Committee on learning Disabilities – NJCLD2/ 2017,


assim define que:

“As dificuldades de aprendizagem são um termo genérico que se refere a um


grupo heterogêneo de distúrbios que se manifestam por dificuldades
significativas na aquisição e uso de escuta, fala leitura, escrita, raciocínio ou
habilidades matemáticas. Esses distúrbios são intrínsecos ao indivíduo e
presumivelmente devido à disfunção do sistema nervoso central. Mesmo que
uma deficiência de aprendizagem possa ocorrer concomitantemente com
outras condições de incapacidade (por exemplo, deficiência sensorial retarda
mental, distúrbios sociais e emocionais) ou influências ambientais (por
exemplo, diferenças culturais, instrução insuficiente / inadequada, fatores
psicogênicos), não é o resultado direto dessas condições ou influências”.

Sem dúvida, o novo ensino da matemática requer habilidade,


questionamento, interpretação e um olhar mais amplo para as ciências exatas,
aonde a mesma, vem envolvendo questões de química, física e da própria
matemática em conjunto. E nesse contexto apontados trazemos as
consequências de alguns métodos que ficam entre tentativas de compreensão
de “como se ensina” ou de “como os alunos aprendem” matemática. Vygotsky,
(1989, p. 101) esclarece a esse respeito ao dizer:

“(...) o aprendizado não é desenvolvimento; entretanto, o aprendizado


adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em
movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam
impossíveis de acontecer. Assim, o aprendizado é um aspecto necessário e
universal do processo de desenvolvimento das funções psicológicas
culturalmente organizadas e especificamente humanas”.

Sendo assim, qualquer forma de aprendizado que leve a criança a


conseguir resolver suas dificuldades de maneira eficaz e adequada é tido como
uma superação de seus obstáculos, pois todas elas incluem funções múltiplas,
desde o levantar até o deitar, estamos em constante desenvolvimento e
aprendizagem, brincando, cantando, argumentando, vivenciando, no momento
que nascemos até a nossa morte passamos por diversas fases do
desenvolvimento psicomotor que envolve os problemas matemáticos com nos
mostra o pesquisador Jean Piaget em seus estudos dedicados a seus filhos,
através do desenvolvimento por fases operatórias.
Capitulo 2: A Diferença entre discalculia x acalculia, seus tipos e o
funcionamento do cérebro dentro desse transtorno.

Discalculia, de acordo com Kosc (1974, p.164), significa:

“Uma perturbação estrutural de habilidades matemáticas originado por um


transtorno genético e congênito de algumas partes do cérebro que constituem
um substrato anatômico-fisiológico no âmbito da maturidade e habilidades
matemáticas adequadas para a idade, sem uma afecção simultânea do
funcionamento geral.”

Devido ao aprofundamento de seus estudos Kosc em 1974 (p.164-177),


descobriu que existem seis tipos de discalculia e cada uma delas trazendo
consequências diferenciadas para o desenvolvimento da criança. Ele através
de seus estudos então nos afirma:

 Discalculia léxica: dificuldade na leitura de símbolos matemáticos;

 Discalculia verbal: dificuldades em nomear quantidades matemáticas,


números, termos e símbolos; gráfica: dificuldade na escrita de símbolos
matemáticos;

 Discalculia operacional: dificuldade na execução de operações e


cálculos numéricos;

 Discalculia practognóstica: dificuldade na enumeração, manipulação e


comparação de objetos reais ou em imagens;

 Discalculia ideognóstica: dificuldades nas operações mentais e no


entendimento de conceitos matemáticos.

Observando-se esses fatos, Campos (2014, p.26), demonstra ainda que a


discalculia pode ser dividida em três classes:

 Natural: a criança ainda não foi exposta a todo o processo de


contagem, logo não adquire conhecimentos suficientes para
compreender o raciocínio matemático;
 Verdadeira: não apresenta evolução favorável no raciocínio lógico
matemático, mesmo diante de diversas intervenções pedagógicas;

 Secundária: sua dificuldade na aprendizagem matemática está


associada a outras comorbidades, como, por exemplo, a dislexia.

Qualquer pessoa, em qualquer tempo pode ter discalculia,


independentemente de sua condição social, raça, credo ou idade, podendo
ainda ter um grau de nível moderado a severo. A incapacidade de contar leva
muitas pessoas ao desespero, pois se acham incapazes de compreender os
números, muitas vezes ela pode ser congênita ou genérica como
mencionaram Parolin e Salvador (2002, p.42), que: “é através do cálculo que
podemos medir nossos passos, pensar nosso cotidiano, avaliar nossos gastos
e quantificar nossas perdas (...)”. Não existe uma única causa para a
discalculia, ela pode ir desde a interpretação dos problemas matemáticos, bem
como a dificuldade na elaboração das questões matemáticas ou de raciocínio
lógicos. Como nos relata D’Ambrósio (1996, p.115): “lamentavelmente
continuamos a insistir que a inteligência e racionalidades estão identificadas
com Matemática”.

Essas questões podem estar ligadas a problemas que envolvam


interpretação de texto, domínio em leitura ou escrita, entre outros, porque boa
parte das crianças com discalculia podem apresentar um quadro de dislexia e
assim sucessivamente. Inerentes a todos esses sintomas, pode-se perceber
como esse transtorno prejudica a criança, jovem e/ ou adulto em várias
circunstâncias, levando-os a ter uma baixa autoestima e problemas diversos,
porém diagnóstico de discalculia só poderá ser feito após os 12 anos de idade,
pois antes disso ele é apresentado como dificuldades de aprendizagem da
matemática. Para isso, Campos (2014, p.35), aponta:

“O professor será um mediador entre a teoria e a prática em sala de aula, e


ajudar os colegas a respeitar a individualidade dos alunos com discalculia será
sua tarefa. Os discalculos precisam de apoio, afetividade e socialização. Cabe
o professor promover isto em sala de aula”.
Contudo, o professor deve ter consciência que seu aluno precisa de
paciência e dedicação para aprender de maneira adequada e satisfatória se
enquadrando dentro da turma dia após dia, pois dentro da sala de aula, várias
crianças, além da discalculia, ainda a dificuldade de aprendizagem é grande e
observada, desde o ensino fundamental até a faculdade, onde as pessoas se
confrontam e se constrangem diante de tanta abordagem passada pelo
discente, que muitas vezes não consegue traduzir as fórmulas, as expressões
e o raciocínio apresentado nas equações matemáticas.

Em tese, também, temos a acalculia que envolve a dificuldade de


aprendizagem matemática que é um transtorno que se apresenta após o
indivíduo que sofre uma lesão no cérebro como um traumatismo, perdendo as
habilidades já adquiridas. Acalculia é uma dificuldade ou a impossibilidade de
executar problemas matemáticos simples ou de cálculos. Vem a ser um tipo de
afasia que é adquirida devido à lesão cerebral ou danos (por exemplo, a partir
de um acidente vascular cerebral – AVC). Ela não deve ser confundida com
discalculia – um transtorno do desenvolvimento que se manifesta com
dificuldade de aprendizagem e de entender números e cálculos. É uma doença
adquirida, causada por danos ou ferimentos, enquanto discalculia aparece em
uma criança porque é um problema de desenvolvimento.

Segundo Benton (1987, apud, GARCIA, 1998.p.212-213), existem duas


formas de acalculia, sendo elas a primária e secundária:

“1. As primárias, ou acalculia primária, ou verdadeira acalculia, ou “anaritmetia”


2. E a acalculia secundária, em que se diferenciam dois tipos: - o primeiro, ou
acalculia afásica, ou acalculia com alexia e / ou agrafia para os números; - o
segundo, ou acalculia secundária, ou alterações viso espaciais”.

O Psiquiatra Henri Hecaen (1961) e colaboradores realizaram estudos


em 183 pacientes e perceberam, de acordo com as lesões cerebrais, três
subtipos de acalculia, sendo:

“Acalculia alexia e agrafia, dificuldade de ler e escrever quantidades; - a


acalculia espacial com dificuldades de orientação espacial, impossibilitando o
aluno determinar as posições dos algarismos para executar os cálculos; -
acalculia anaritmetia, como primária e demonstra a inabilidade de executar
operações aritméticas”.

Independentemente do tipo de transtorno a acalculia ou a discalculia, os


tratamentos devem ser acompanhados por especialistas e, além disso, todos
devem apoiar a criança em questão, porque o que mais a faz sofrer é a falta de
estímulos e de recursos em sala de aula que as levam a serem discriminadas e
serem rotuladas com burras, desinteressadas, bagunceiras, sem vontade de
aprender e infelizmente como não existe professores que sabem sobre o
assunto, a criança fica jogada de lado e sem ajuda durante o ano inteiro o que
a leva a abandonar os estudos, tomar pavor e a desgostar da matemática,
sendo essa disciplina de suma importância para a vida de todos, pois está
presente no nosso dia a dia, porque a necessidade que tempos de acompanhar
os avanços tecnológicos, os novos conceitos aritméticos e particularmente as
novas tendências de raciocínio lógico, o professor também deve estar se
aperfeiçoando para que todos consigam acompanhar esses novos tópicos.
Capitulo III – A discalculia, o professor e a família mediante aos
transtornos de aprendizagem.

A dificuldade em aprender a matemática pode ser identificada por alguns


fatores que contribuem, para que a mesma seja uma das disciplinas mais
difíceis de ser entendida e passada, e que às vezes, os conteúdos propostos
apresentam uma linguagem arcaica e de difícil acesso. Sendo assim o
professor deveria utilizar outros recursos para adequar à linguagem em sala de
aula e os pré-requisitos de cada um deles não são adequados no processo de
ensinoaprendizagem para aquela turma que apresenta uma grande barreira em
aprender.

No cotidiano escolar destaca-se muitas vezes a importância do papel do


professor na intervenção do ensino-aprendizagem dos alunos, enfatizando a
participação da família que é fundamental para a educação dos seus filhos com
algum tipo de transtorno, independente do seu grau ou característica, sempre
que os responsáveis possam deverão ter uma demonstração de afeto, carinho
e acompanhamento constante do rendimento escolar dessas crianças, pois as
dificuldades de aprendizagem são grandes.

A escola deve procurar meios que levem as famílias a participarem


ativamente da comunidade escolar, exercendo o papel primordial de educar e
contribuir na educação de seus filhos ajudando-os a construir um futuro melhor
em consonância com seu real papel de cidadão. Por conta disso, o autor. Paro
(1997, p.30) ressalta que: “a escola deve utilizar todas as oportunidades de
contato com os pais, para passar informações relevantes sobre seus objetivos,
recursos problemas e sobre as questões pedagógicas”, mas infelizmente não
vemos isso acontecendo, pais cada vez mais distantes dos filhos e
principalmente da escola, entregando a educação que deveria ser dada em
casa à escola e aos professores, não se responsabilizando pelos atos
desenvolvidos por seus filhos dentro de uma instituição escolar, não
acompanhando suas falhas para junto conseguirem alcançar novos desafios.

Conclusão:

Para muitos professores a matemática é uma das disciplinas na qual os


alunos apenas repetem o aprendizado, não podendo ser ou fazer diferente, de
como a se utilizam, como uma repetição de perguntas e respostas, no entanto
se a usarmos dentro do contexto que envolva o cotidiano do aluno, ela poderá
ser dinâmica e atraente, mesmo mediante as dificuldades que os alunos
apresentam, ele poderá usar formas para que os alunos participem e o ajudem
em sala de aula.

Há várias maneiras de envolver o aluno nessa disciplina, por exemplo, a


busca de dados, as organizações e os problemas, a análise crítica de suas
observações, o debate, a avaliação, através de livros, pesquisas, gibis, filmes,
como o homem – aranha que em suas teias, que através do filme pode-se
mostrar que existem várias formas geométricas. Cito como exemplo de prática,
heróis como o incrível Hunk com seus saltos, que pode ser trabalhado o peso
dele mediante as coisas; a mulher maravilha com seu avião a jato que podem
ser trabalhados com a distância em quilômetros e em metros e o professor de
matemática pode transformar todos os super-heróis em material que possa
levar o aluno a se interessar pelo conteúdo apresentado. Assim sendo,

“Familiarização com o material do jogo; reconhecimento das regras; jogo para


garantir as regras; intervenção pedagógica verbal; registro do jogo; intervenção
escrita; e jogo com competência”.

Os jogos e as brincadeiras auxiliam cada criança no seu


desenvolvimento mental e na aprendizagem da linguagem por meio da
exploração dos recursos didáticos e pedagógicos na construção dos
conhecimentos matemáticos. Podendo assim se criar situações que beneficiem
a criatividade na elaboração de estratégias de resolução de problemas, a
busca de soluções do mesmo impulsionando à compreensão e à familiarização
com a linguagem matemática, utilizando-se dos jogos e brincadeiras em
diversos momentos dentro e fora da escola. Na expressão que Moura utiliza
em seu livro (1996, p.80) o jogo se faz necessário devido ao: “Passa a ter
caráter de material de ensino quando considerado promotor de aprendizagem.
A criança, colocada diante de situações lúdicas, apreende a estrutura lógica da
brincadeira e, deste modo, apreende também a estrutura matemática
presente”.

A utilização de jogos como recursos didáticos tem a possibilidade de


diminuir os bloqueios apresentados por alguns alunos a respeito da
matemática, pois o professor deve estimular a participação e o
desenvolvimento da criança respeitando o nível de cada uma delas inserindo
com isso a criança que apresenta problemas de aprendizagem. Desse modo
ao desenvolver as atividades de intervenção, tanto o professor como o
psicopedagogo devem ter e se utilizar de recursos variados, como: jogos de
palitos, soma de quinze, Tangram, jogo dos hexágonos, bingo, dominó, entre
outros.

Sem dúvida muito temos a aprender em relação a esse transtorno


desmistificando a matemática e seus mitos levando às salas de aula a
associação números a utilização prática e dessa forma evitar constrangimento
e preconceitos, tendo conhecimento que qualquer pessoa independentemente
da classe social e idade podem apresentar um quadro de discalculia, acalculia
ou distúrbios na área da matemática causando sofrimento.

A reflexão do tema me possibilitou que temos que estar sempre em


alerta para que esse transtorno seja divulgado aos profissionais da educação
no sentido de um trabalho em conjunto com o psicopedagogo,
neuropsicopedagogo e equipe pedagógica para melhoria desse transtorno
escolar.
Referência Bibliográfica:

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interdisciplinar. São Paulo: Casa do Psicólogo. Livraria e Editora Ltda., 2003.

FERREIRA, A. B. de H. O Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 4. ed. Rio


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GARCIA, J.N. Las dificultades de aprendizage y otros trastornos del desarrollo.


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Rio de Janeiro: WVA, 1997.

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