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Nelson Rosenvald – Responsabilidade Civil

Sergio Cavalieri

José de Aguiar Dias

Responsabilidade Civil

07/08/2019

A regra geral é de que quem causou danos através de um ato ilícito deve reparar, e a
exceção é de que quem pratica atos lícitos causando danos deve reparar o dano, por exemplo
o estado de necessidade (Art. 188, II, combinado com os arts. 929 e 930 ambos do Código
Civil).

Nem toda excludente de ilicitude é uma excludente de responsabilidade.

Responsabilidade civil: A aplicação de medidas que obriguem uma pessoa a reparar


danos materiais ou imateriais causados a terceiros em razão de ato por ela mesmo praticado
por pessoa por quem ela responda ou por coisas a ela pertencentes.

Leminem Laedere: Não lesar ninguém (Alicerce da Responsabilidade Civil), objetivo é a


Restitutio in Integrum (restituição na integralidade do dano causado).

A restituição pode ser in natura ou pecuniária (sempre deve se dar preferência na


restituição in natura e caso não seja suficiente deve ser cumulada com a reparação pecuniária,
conforme Art. 947 do Código Civil).

Funções da responsabilidade Civil (Livro Caroline Vaz):

 Reparatória:
 Punitiva: Não abrigada pela legislação Brasileira (Art. 403 e 944 do Código Civil)
ainda não há critérios específicos para aplicar a função punitiva;
 Dissuasória/Preventiva: Deve-se pedir que o valor seja aumentado para que
sirva como função punitiva, para evitar condutas semelhantes.

Pressupostos para a configuração da Responsabilidade Civil

 Ação ou Omissão: Ação (comportamento) que causou o dano, no caso da


omissão só se a pessoa tenha o dever jurídico de agir.
 Danos Materiais ou Imateriais:
 Nexo causal:

Fundamentos da Responsabilidade Civil

 Culpa (Responsabilidade Subjetiva): Fundada na culpa (Art. 186 C/C 927 do


Código Civil). Deve ser comprovada a culpa (Dolo (violação intencional do
dever jurídico), Imperícia (falta de habilidade técnica), imprudência (agir com
precipitação) e negligência (não agir quando deveria agir)). Há uma proteção
ao lesante.
 Risco (Responsabilidade Objetiva): Fundada no risco (§ único do Art. 927 do
Código Civil). Deve ser comprovado o dano e o nexo causal. Há uma proteção
causada ao lesado. Decorre de previsão legal.
Quando houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano causado,
poderá o juiz reduzir equitativamente a indenização.

Teorias do Risco

 Risco Proveito: Todo aquele que tira proveito de atividade danosa responde
pelos danos dela resultantes. (§ único do art. 927 do Código Civil).
 Risco Criado: Os fabricantes respondem pelos danos causados por seus
produtos.
 Risco Administrativo (Art. 37, § 6° da Constituição Federal):

Risco Integral (exceção): Não admite nenhuma excludente de responsabilidade (danos


ambientais e nucleares).

Risco Mitigado (regra): Admite excludente de responsabilidade.

Dano:

 Material:

Caso o efeito seja apenas patrimonial o dano é material, caso o efeito seja uma lesão a
direito de personalidade é dano imaterial. (Regra)

Dano Patrimonial (Artigo 402 do Código Civil)

Dano Direto:

 Lucro Cessante (deve ser provado): Aquilo que razoavelmente deixei de


lucrar.
 Dano Emergente (deve ser provado): Aquilo que foi efetivamente perdido.

Pensionamento é diferente de Lucros Cessantes, quando a pessoa perde a capacidade


laborativa por um determinado período, e quando a pessoa não puder exercer aquela função
que exercia é devido o pensionamento. Ambos os casos devem ser comprovados por perícia. O
pensionamento encontramos na súmula 490 do STF (não há unanimidade quanto a sua
utilização na Justiça do Trabalho, pois está indexada ao Salário Mínimo, decorrente do Artigo
7°, IV da Constituição Federal. Se o pensionamento for indexado ao Salário Mínimo tem
reajuste automático. No caso de pensionamento não indexado ao Salário Mínimo há
atualização do valor através de juros e correção monetária. O pensionamento deve ser
calculado através da multiplicação por 12 do valor mensal.

Dano Indireto: Quando o dano não for uma consequência imediata do ato lesivo.

Dano Imaterial (reparação): É gênero, tem várias espécies. Quando houver lesão a
direito de personalidade (Art. 5°, V e X da Constituição Federal).

 Dano Moral Puro:


 Dano Estético: Aleijume de caráter permanente ou extremamente duradouro,
que cause repugnância, nem que seja apenas a própria vítima. Melhor prova é
realizada através de foto. A súmula 387 do STJ permite cumular Dano Moral
Puro e Dano Estético.
 Dano à Imagem: Independe de sentimentos negativos para a configuração do
dano. Prova deve ser feita com a juntada dos documentos originais. Se for
material virtual, a melhor forma é fazer por ata notarial. Caso seja arguida a
falsidade, quem o fez deve provar.
 Dano Existencial: Quando a pessoa precisa mudar o planejamento da sua vida.

Dano imaterial direto é aquele que causa lesão a direito de personalidade, o indireto é
quando um bem econômico tem um especial significado para a vítima.

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