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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

ALEX RODA MACIEL


CARLA DIAS DE SOUZA
LAURA PEREIRA DE MOURA

ANÁLISE DE ESTABILIDADE GLOBAL EM


EDIFICAÇÕES

SÃO PAULO
2011
ALEX RODA MACIEL
CARLA DIAS DE SOUZA
LAURA PEREIRA DE MOURA

ANÁLISE GLOBAL DE ESTRUTURAS EM


EDIFICAÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como exigência parcial
para a obtenção do título de Graduação
do Curso de Engenharia Civil da
Universidade Anhembi Morumbi

Orientador: Prof. Me. Calebe Paiva Gomes de Souza

SÃO PAULO
2011
ALEX RODA MACIEL
CARLA DIAS DE SOUZA
LAURA PEREIRA DE MOURA

ANÁLISE GLOBAL DE ESTRUTURAS EM


EDIFICAÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como exigência parcial
para a obtenção do título de Graduação
do Curso de Engenharia Civil da
Universidade Anhembi Morumbi

Trabalho____________ em: ____ de_______________de 2011.

______________________________________________
Prof. Me Calebe Paiva Gomes de Souza

______________________________________________
Nome do professor da banca
Comentários:_________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
RESUMO

Com a dificuldade de se encontrar bons terrenos para construção nos grandes


centros urbanos e com um maior conhecimento e controle dos materiais
empregados na construção civil, as edificações passaram a ser mais altas e,
consequentemente, mais esbeltas a fim de se obter um aproveitamento melhor da
área disponível. Com esta dinâmica, alguns aspectos devem ser considerados no
dimensionamento da estrutura, como a estabilidade dos elementos, de toda a
edificação e da combinação de ações na mesma, já que para estes casos a ação do
vento é mais intensa. São apresentados neste trabalho conceitos básicos para o
pré-dimensionamento e para análise global de segunda ordem da estrutura, devido à
existência de cargas laterais que implicam na análise não-linear física (propriedades
do concreto) e não-linear geométrica (devido aos deslocamentos causados por
carregamentos laterais), exemplificados através de um modelo estrutural simples,
onde verifica-se qual a relação da estabilidade versus o aumento de sua altura. As
análises são feitas e comparadas através de softwares usuais no mercado,
verificando-se a deslocabilidade da estrutura quanto aos nós e seus parâmetros
máximos permitidos pela NBR 6118:2003.
ABSTRACT

The difficulty of find good grounds for construction in urban centers and with a higher
knowledge and control of materials used in construction, the buildings became taller
and, therefore more slender in order to get a better use of available area. This
dynamic brought some aspects that must be considered in the design of the
structure, the stability of the elements, the entire building and the combination of
actions in it, since the wind action is more intense in these cases. Are presented in
this project the basic concepts for pre-sizing and global analysis of second-order
structure, due to existence of lateral loads that imply in the nonlinear physical
analysis (concrete properties) and geometric nonlinear (due to displacement caused
by lateral loads), exemplified by a simple structural model, where it can be seen the
relation of stability versus the increase of its height. Analyses are made and
compared with the usual software in the market, checking the displacements of the
structure relative nodes and their parameters allowed by NBR 6118:2003.
LISTA DE FIGURAS

Figura 2-1 - Diagrama tensão-deformação do concreto e aço. 22


Figura 2-2 - Equilíbrio na posição inicial e equilíbrio após consideração da
deformação da estrutura 23
Figura 2-3 - Efeitos globais e locais em edifícios de pavimentos múltiplos 24
Figura 2-4 - Elementos de contraventamentos verticais 27
Figura 2-5 - Sistemas tubo e tubo em tubo 28
Figura 2-6 - Modelo com pórticos planos associados 30
Figura 2-7 - Consideração para o cálculo de rigidez equivalente 30

Figura 2-8 - Dois tipos de efeitos de segunda ordem: e 37


Figura 2-9 – Estrutura deformada com carregamento original e com cargas fictícias.38
Figura 2-10 – Carga fictícia para simular o efeito P   39
Figura 2-11 – Cargas fictícias em um edifício de múltiplos andares 40
Figura 2-12 – Diagramas de primeira e segunda ordem 41
Figura 2-13 – Conjunto de fotos da fachada do edifício fissurado. 43
Figura 2-14 – Fotos do pilar com sinais de ruptura 44
Figura 2-15 - Pilares com sinais de ruptura 45
Figura 2-16 - Vista geral de modelo computacional utilizado 46
Figura 2-17 - Detalhe do reforço estrutural 48
Figura 2-18 - Vista do reforço estrutural 49
Figura 4-1 – Planta do pavimento tipo do modelo proposto 53
Figura 4-2 – Corte típico do modelo proposto 54
Figura 4-3 – Vista do edifício modelo para 4 pavimentos 54
Figura 4-4 – Coeficiente de arrasto, Ca, para edificações paralelepipédicas em vento
de baixa turbulência 58
Figura 4-5 – Deslocamento horizontal – Vento 0º (F x) 59
Figura 4-6 – Deslocamento horizontal – Vento 90º (F y) 60
Figura 4-7 – Modelo 3D para 4 pavimentos - TQS 63
Figura 4-8 – Coeficiente  – Combinação 1 e 2 – TQS 65
z
Figura 4-9 – Momentos de 2ª ordem – Combinação 1 e 2 – TQS 65
Figura 4-10 – Coeficiente  – Combinação 3 e 4 – TQS 67
z
Figura 4-11 – Momentos de 2ª ordem – Combinação 3 e 4 – TQS 67
Figura 4-12 – Deslocamentos Horizontais - TQS 68
Figura 4-13 – Modelo 3D para 4 pavimentos - Eberick 69
Figura 4-14 – Coeficiente  - Eberick 70
z
Figura 4-15 – Deslocamentos Horizontais - Eberick 71
LISTA DE TABELAS

Tabela 2-1 – Consideração aproximada da não-linearidade física conforme NBR


6118 (ABNT, 2003) 32
Tabela 4-1 – Índice de esbeltez do modelo proposto 55
Tabela 4-2 - Características do concreto: 56
Tabela 4-3 - Coeficientes de ponderação das ações: 56
Tabela 4-4 - Parâmetros para o cálculo das forças devido ao vento 57
Tabela 4-5 – Forças estática devido ao vento aplicada por pavimento 59
Tabela 4-6 – Cálculo momento equivalente 60
Tabela 4-7 – Cálculo momento equivalente – Combinações 1 e 2 62
Tabela 4-8 – Cálculo momento equivalente – Combinações 3 e 4 62
Tabela 4-9 – Coeficiente  – Combinação 1 e 2 – TQS 64
z
Tabela 4-10 – Coeficiente  – Combinação 3 e 4 – TQS 66
z
Tabela 4-11 – Deslocamento para E.L.S. – TQS 68
Tabela 4-12 – Coeficiente  - Combinação 3 e 4 – Eberick 69
z
Tabela 4-13 – Deslocamento para E.L.S. – Eberick 70
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


ASTM American Society for Testing and Materials
CEB Comité Euro-International du Béton
ELU Estado Limite Último
ELS Estado Limite de Serviço
FIP Federation Internationale du Beton
NBR Norma Brasileira
LISTA DE SÍMBOLOS

Ecs Módulo de elasticidade ou deformação secante do concreto


Eci Módulo de elasticidade ou módulo de deformação tangente inicial do
concreto, referindo-se sempre ao módulo cordal a 30% fc
EIsec Rigidez secante
EIeq Rigidez equivalente
fc Resistência à compressão do concreto
fcd Resistência de cálculo à compressão do concreto
fck Resistência característica à compressão do concreto
fyd Resistência de cálculo ao escoamento do aço de armadura passiva
fyk Resistência característica ao escoamento do aço de armadura passiva
Ic Momento de inércia da seção de concreto

α Parâmetro de instabilidade
θ1 Desaprumo de um elemento vertical contínuo
σc Tensão à compressão no concreto
σs Tensão normal no aço de armadura passiva
γz Coeficiente de majoração dos esforços globais finais de 1ª ordem para
obtenção dos finais de 2ª ordem
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
1.1 Objetivos............................................................................................................ 15
1.1.1 Objetivos gerais ............................................................................................ 15
1.1.2 Objetivos específicos .................................................................................... 15
1.2 Justificativas ..................................................................................................... 16
1.3 Abrangência ...................................................................................................... 17
1.4 Estrutura do Trabalho....................................................................................... 18

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................. 20
2.1 Tipos de análise estrutural ............................................................................... 21
2.1.1 Análise linear ................................................................................................ 21
2.1.2 Análise não-linear ......................................................................................... 21
2.2 Elementos estruturais importantes para absorver os efeitos de segunda
ordem ....................................................................................................................... 26
2.3 Métodos de cálculo ........................................................................................... 29
2.3.1 Considerações sobre modelos de cálculos e rigidez. ................................... 29
2.3.2 Parâmetro α .................................................................................................. 32
2.3.3 Coeficiente .............................................................................................. 34

2.3.4 Processo ............................................................................................ 36

2.4 Programas computacionais para análise estrutural ...................................... 42


2.5 Danos devido à falta de análise global ........................................................... 43
2.1.1 Análises estruturais realizadas pela consultoria ........................................... 45
2.1.2 Conclusão das análises estruturais .............................................................. 47
2.1.3 Solução final para a estrutura ....................................................................... 48
2.6 Método de trabalho ........................................................................................... 50

3 MATERIAIS E FERRAMENTAS ........................................................................... 51


3.1.1 FTOOL.......................................................................................................... 51
3.1.2 EBERICK ...................................................................................................... 51
3.1.3 TQS .............................................................................................................. 52

4 ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 53


4.1 Considerações iniciais ..................................................................................... 56
4.2 Modelo com 4 Pavimentos: CÁlculo manual .................................................. 57
4.2.1 Cálculo das forças devido ao vento .............................................................. 57
4.2.2 Cálculo da rigidez equivalente ...................................................................... 60
4.2.3 Parâmetro α .................................................................................................. 61
4.2.4 Coeficiente  .............................................................................................. 61
z

4.3 Resultados Programas: .................................................................................... 63


4.3.1 TQS .............................................................................................................. 63
4.3.2 EBERICK ...................................................................................................... 69

5 ANÁLISE DE RESULTADOS ............................................................................... 72

6 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 75

7 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 77
13

1 INTRODUÇÃO

Atualmente não é raro encontrar edificações cada vez mais altas e esbeltas em
execução, devido à diminuição de área disponível para sua construção. Um edifício
não deve apenas ser considerado alto pela quantidade de andares ou analisando
somente a sua altura, mas deve-se verificar a relação entre a base e altura, que
quanto menor, mais esbelto é o edifício, e quando as cargas horizontais atuantes,
como ventos e sismos, influenciam o seu dimensionamento, podendo causar danos
à estrutura, caixilhos, alvenaria, etc. (TAMAKI, 2011). Por isso, devem ser
analisadas a localização do edifício e toda a construção proposta.

Nos escritórios de projeto existe uma tendência em se otimizar o cálculo estrutural,


impulsionado por diversos fatores. Um deles é um maior domínio da tecnologia
associado às estruturas de concreto armado, alvenaria estrutural e estruturas
metálicas, além da melhoria da qualidade dos materiais empregados, aumento no
número de fornecedores e uma economia propícia para utilização de novos
processos construtivos (CAMPOÓ, et al. 2005). Além disso, deve-se verificar a
capacidade dos pilares em resistir às cargas horizontais, uma vez que estes
assumem geometrias mais delgadas, devido à disposição geométrica dada pela
arquitetura.

Deve-se, portanto, analisar os riscos que a esbeltez traz à edificação e qual a


consequência para a estrutura com o aumento do número de pavimentos.

Com essa problemática, torna-se necessária a avaliação do comportamento da


estrutura por meio da análise global, que consiste na verificação dos efeitos das
ações na mesma e quais serão os elementos responsáveis pela absorção das ações
horizontais e verticais incidentes, podendo-se assim estabelecer as distribuições dos
esforços internos, deformações, deslocamentos e tensões em parte ou em toda
estrutura, inclusive e principalmente, nas fundações.

Se nesta avaliação surgirem deslocamentos que alterem significativamente os


esforços localizados internos e se não forem considerados, estes são chamados de
14

esforços de primeira ordem, onde seu cálculo considera a geometria inicial da


estrutura, sem qualquer deformação na mesma. Se considerados, ou seja, quando
se considera o elemento estrutural deformado, esses esforços são denominados de
segunda ordem, calculados a partir das deformações nas estruturas causadas por
ações externas.

Portanto, qualquer estrutura, quando submetida a ações verticais e horizontais,


apresenta acréscimos de segunda ordem nos esforços e esses acréscimos devem
ser cuidadosamente estudados, pois assim verifica-se o estado limite último de
encurvatura de uma estrutura (seção onde atua o maior esforço). (DELGADO,
JORGE, 2010).

A falta dessa análise pode causar problemas graves na estrutura. No caso de


viadutos e pontes, a resultante é a interrupção de tráfego em importantes vias. No
caso de edifícios e barragens, as consequências podem ser ainda mais graves, pois
muitas vidas estão em risco. Muitos destes problemas podem ser evitados se um
estudo preliminar do carregamento máximo que as estruturas podem suportar fosse
realizado, além do controle de execução e de materiais na obra.

Atualmente existem programas computacionais que realizam esses cálculos mais


rigorosos de forma automática, baseados nos estados das estruturas em duas
direções independentes, ignorando sua configuração tridimensional. Estas
“facilidades” fizeram com que a devida atenção fosse dada a esses efeitos de
segunda ordem resultantes das ações verticais e, assim, garantiram que não haveria
negligência a respeito da análise do comportamento global na estrutura.

Em suma, devem ser feitos estudos que considerem o sistema estrutural composto
por elementos que suportem as cargas verticais e horizontais, dentro dos padrões
das deformações. Estes elementos reagem de forma diferente, dependendo do tipo
de material utilizado na estrutura.
15

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivos gerais

Analisar numericamente o comportamento global de estruturas em concreto armado


a partir de um projeto proposto, onde são calculados os esforços resultantes de
ações verticais e horizontais que podem prejudicar a estabilidade global da estrutura
em questão.

Para estas avaliações, serão utilizados programas computacionais específicos, além


do cálculo manual, para verificação da variabilidade entre eles.

1.1.2 Objetivos específicos

Este trabalho visa apresentar as principais análises realizadas nos projetos de


edificações, bem como seus conceitos, no tocante à estabilidade das estruturas,
determinando-se, a partir delas, quais são as ações principais atuantes, bem como
os seus devidos deslocamentos.

Apresenta-se, por meio de análise numérica, o comportamento global das estruturas


no momento em que as ações principais estiverem agindo em uma estrutura
proposta, com o auxílio do software, atendendo às instruções da NBR 6118 (ABNT,
2003).

A estes valores são comparados os resultados obtidos pela aplicação dos


procedimentos: parâmetros , coeficiente e análise para a análise de

estabilidade, além do método da aplicação da coluna equivalente e sua rigidez.

Ao término destas análises, por meio dos programas computacionais e pelo cálculo
manual, será comparada a variabilidade dos resultados entre eles em relação à
norma NBR 6118 (ABNT, 2004).
16

1.2 JUSTIFICATIVAS

Um bom projeto, além de abranger a segurança, conforto e a viabilidade econômica,


deve satisfazer as exigências de projeto, quanto aos métodos executivos e ao
emprego de novas tecnologias.

A localização e o modo com a estrutura se apresentam também são de grande


importância, já que ações horizontais, provocadas pela ação do vento, podem
causar esforços não previstos e estes, associados a outras ações combinadas,
podem levar à interdição da estrutura.

Com a otimização de alguns materiais empregados na construção civil e no tocante


à forma e peso dos elementos, os projetos de arquitetura puderam trabalhar mais as
formas de se apresentar a estrutura, tornando-a muitas vezes mais esbelta,
possibilitando um aumento dos vãos livres disponíveis para utilização. Este fato é
bem visível em lajes corporativas, onde as áreas de uso comum e instalações
diversas ficam concentradas no centro da edificação, chamados de núcleos, ou core.

Além da utilização de programações e modelagens numéricas cada vez mais


eficientes, temos como resultado: edificações mais altas, elementos estruturais mais
esbeltos e, sobretudo, edificações mais seguras.

Sendo assim, estas considerações devem ser convenientemente abordadas, uma


vez que são de tamanha importância no projeto estrutural, em virtude da análise de
estabilidade global, envolvendo a importante avaliação dos efeitos de segunda
ordem.
17

1.3 ABRANGÊNCIA

Este estudo abordará a análise global da estrutura, no tocante à verificação da


estabilidade das estruturas de concreto armado.

Não será levado em consideração o dimensionamento dos elementos estruturais


(vigas, lajes, pilares e fundações).

Será abordada, para a análise das estruturas, a utilização dos parâmetros ,

cuja análise é não-linear geométrica e leva em consideração os deslocamentos


horizontais na estrutura, sendo a carga axial e o deslocamento horizontal; o

coeficiente , que majora os esforços de primeira ordem e válido para estruturas de

no mínimo 4 andares (LOPES et al. 2005) e o parâmetro de instabilidade , como

parâmetro de avaliação dos efeitos de segunda ordem.


18

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Tendo em vista alcançar os objetivos deste trabalho, no capítulo 2 serão discorridos


os problemas referentes à falta de análise global e a falta de considerações devido
às ações do vento.

Antes de se iniciar a análise da estrutura, deve saber como ela se comporta e se sua
verificação será feita pelos estados limites de serviço ou estados limites últimos.
Para os estados limites de serviço usualmente é empregada a análise linear, onde é
válida a lei de Hooke de proporcionalidade tensão deformação num ciclo de
carregamento-descarregamento (regime elástico). Já para análise não-linear é
considerado a não-linearidade no comportamento dos materiais, assim como em sua
geometria.

Outra verificação importante a ser feita é quais serão os elementos responsáveis por
garantir a estabilidade da estrutura, principalmente quanto aos esforços horizontais,
ou seja, se sua rigidez pode ser feita através da associação de pórticos, núcleos,
paredes estruturais e até mesmo lajes com rigidez infinita no plano horizontal.

Em seguida, serão abordados três métodos de cálculo: o parâmetro , que é o

parâmetro de instabilidade que permite fazer avaliar os efeitos de segunda ordem


em uma estrutura e sua classificação quanto aos nós, podendo estes ser nós
deslocáveis ou indeslocáveis com um limite pré-fixado, a análise do , que é o

coeficiente de majoração dos esforços globais finais em relação aos de primeira


ordem, conforme a NBR 6118 (ABNT, 2003) e o processo , que considera a

não-linearidade geométrica nas estruturas de concreto armado,

No capítulo 3, são abordados os materiais e ferramentas a serem utilizados, neste


caso, cálculos manuais além do uso de programas computacionais.
19

No capítulo 4, no estudo de caso analisa os efeitos que o aumento do número de


pavimentos interfere na estrutura, ou seja, o aumento de sua esbeltez, levando em
consideração a ação do vento.

No capítulo 5, verificam-se os resultados obtidos de tais análises, e logo em seguida,


no capítulo 7, a conclusão.
20

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

“A análise deve ser feita com um modelo estrutural realista, que


permita representar de maneira clara todos os caminhos percorridos
pelas ações até os apoios da estrutura e que permita também
representar a resposta não linear dos materiais.” NBR 6118 (ABNT,
2003).

Para viabilizar o cálculo de uma estrutura, representam-se de maneira aproximada


todos os elementos que compõem o edifício através de modelos estruturais que
permitam a simulação do edifício real (BUENO, 2009) para a determinação da
distribuição dos esforços, tensões, deformações e deslocamentos que a estrutura
estará submetida.

A análise estrutural tem como objetivo estabelecer os efeitos que as combinações


das ações provocam na estrutura e permitir que seja possível a verificação de
determinados estados limites de segurança que, caso superados, afetam o
desempenho para qual a estrutura foi projetada.

Segundo a NBR 8681 (ABNT, 2003), os estados limites podem ser classificados em
estado limites últimos e de serviço. Estado limites de serviço (ELS) é o estado que,
por sua ocorrência, repetição ou duração, provocam danos localizados, deformações
e vibrações excessivas que comprometam o aspecto, durabilidade, conforto do
usuário e a utilização funcional da estrutura.

Já o estado limite último (ELU) é o estado que, pela sua simples ocorrência,
determinam a paralisação, no todo ou em parte, do uso da construção, gerados pela
perda da capacidade resistente ou estabilidade da estrutura, ou seja, estão
relacionados ao colapso, ou a qualquer outra forma de ruína estrutural.
21

2.1 TIPOS DE ANÁLISE ESTRUTURAL

Ao iniciar a análise de uma estrutura, deve-se escolher qual o tipo de análise deverá
ser utilizada em função do comportamento dos materiais constituintes e as
limitações relacionadas às hipóteses adotadas. Para isso podem-se dividir os
métodos de análise estrutural, basicamente, em análise linear e não-linear.

2.1.1 Análise linear

Na análise linear admite-se que os materiais possuem comportamento elástico-


linear, ou seja, considera-se que a relação entre tensões é proporcional às
deformações. Trata-se de uma aproximação de cálculo, denominada análise de
primeira ordem, onde é válida a lei de Hooke de proporcionalidade tensão
deformação num ciclo de carregamento-descarregamento (regime elástico). O
equilíbrio da estrutura é estudado na configuração geométrica inicial admitindo uma
relação linear entre deformações e deslocamentos e desprezando a influência que
estes deslocamentos provocam na estrutura.

Assim, adotam-se para o cálculo da inércia as características geométricas


determinadas pela seção bruta de concreto dos elementos estruturais e o módulo de
elasticidade do concreto. Estas simplificações garantem que o valor de rigidez ao
longo de uma mesma seção se mantenha constante (NBR 6118, ABNT, 2003).

Este método é geralmente adotado para a verificação do estado limite de serviço,


porém é possível utilizá-lo para a análise do estado limite último desde que se possa
garantir a ductilidade dos elementos estruturais.

2.1.2 Análise não-linear

Ao analisar um elemento estrutural genérico de concreto armado, sujeito a


carregamentos horizontais e verticais, verifica-se que cabe ao concreto absorver as
tensões de compressão e ao aço absorver as tensões de tração e auxiliar o concreto
na absorção de tensões de compressão, quando necessário. Sendo assim, para a
22

viabilidade do concreto armado, existe a necessidade de seus componentes


principais (concreto e aço) trabalharem em conjunto.

Em vista da tal necessidade, o concreto armado deve ser analisado


cuidadosamente, devido a sua desproporcionalidade na deformação de seus
materiais, conforme a Figura 2-1.

Figura 2-1 - Diagrama tensão-deformação do concreto e aço.


Fonte: Adaptado da NBR 6118 (ABNT, 2003)

Desta forma, é visível o comportamento da armadura e do concreto quando


submetidos a uma tensão.

Com a análise destes gráficos, conclui-se que o concreto armado deveria ser
analisado como uma estrutura não-linear, pois seus componentes não têm
deformação constante, o que não ocorre na prática, pois recursos como coeficientes
de segurança e de majoração são empregados para simular deformações lineares. A
não-linearidade existirá caso ocorra alguma deformação física (trincas ou fissuras)
ou alguma deformação geométrica (deslocamento da estrutura).

Conforme a NBR 6118 (ABNT, 2003), as análises não-lineares podem ser utilizadas
para os dois estados limites, desde que satisfaçam as condições de equilíbrio, de
compatibilidade e ductilidade das estruturas, ou seja, todos os materiais constituintes
da seção analisada devem ser conhecidos, como por exemplo nas estruturas de
concreto armado para com as armaduras, pois os resultados reais dependem de
como elas foram distribuídas na seção.
23

Este tipo de análise é mais trabalhosa e complexa, pois os esforços calculados a


partir da geometria deformada da estrutura são chamados efeitos de segunda
ordem, que conduzem a não linearidade entre ações e deformações que consistem
na não linearidade geométrica.

Dentre outros tipos de análises não-lineares, têm-se ainda as análises eslasto-


plástica, viscoplástica, e a plástica. Esta última faz uso de rótulas na análise das
seções críticas para averiguar os estados limites últimos através de ensaios com
modelos físicos de concreto, mantendo os critérios de semelhança mecânica.

Para facilitar o entendimento, na Figura 2-2 o momento resultante da estrutura


depende apenas da excentricidade e1, isto é, o equilíbrio da estrutura é estudado na
configuração de geometria inicial. Nesses casos, a análise numérica é muito mais
simples de ser feita, pois a deformação será linear e em seguida, surge uma
excentricidade resultante da deformação. Ainda conforme a citada norma, essa
excentricidade pode ser desprezada sempre que não representar acréscimo superior
a 10% nas reações e nas solicitações relevantes na estrutura, porém quando isso
não for possível, deve ser obrigatoriamente considerada, além de se ter uma
atenção especial, devido ao comportamento não-linear dos materiais.

Figura 2-2 - Equilíbrio na posição inicial e equilíbrio após


consideração da deformação da estrutura
24

Os efeitos de segunda ordem podem ser classificados em efeitos globais, conforme


o item 15.4.1 da NBR 6118 (ABNT, 2003), sendo considerados efeitos globais de
segunda ordem os esforços decorrentes ao deslocamento horizontal dos nós da
estrutura, quando submetidos à ação de cargas verticais e horizontais.

Os efeitos locais de segunda ordem são causados pelo aparecimento de esforços


solicitantes ao longo das barras da estrutura gerados pela não retilineidade de seu
eixo.

Figura 2-3 - Efeitos globais e locais em edifícios de pavimentos


múltiplos
Fonte: TQS Informática (2009).

Segundo Melges (2009), as ações horizontais (vento, desaprumo) geram


deslocamentos horizontais. Quando esses deslocamentos estão associados às
ações verticais, surgem os efeitos de segunda ordem global. Esses efeitos de
segunda ordem são aqueles que somados aos de primeira ordem (estrutura
estudada na configuração geométrica inicial) são estudados com a configuração
geométrica deformada. Para melhorar o comportamento da estrutura com relação às
ações horizontais, como por exemplo o vento, outros elementos estruturais podem
25

ser associados à elementos estruturais que dão maior rigidez à estrutura, garantindo
que não ocorra nenhum tipo de instabilidade.
26

2.2 ELEMENTOS ESTRUTURAIS IMPORTANTES PARA ABSORVER


OS EFEITOS DE SEGUNDA ORDEM

Sabe-se que devido à ação do vento, os edifícios de grande altura sofrem


deslocamento horizontal, portanto é de grande importância que a estrutura seja
dimensionada para suportar a todas as solicitações, mantendo sua integridade física
e forma espacial. Usualmente substituem-se as cargas de natureza dinâmica por
cargas estáticas equivalentes, através de aplicações de regulamentos oficiais,
parâmetros estes que são relativamente concordantes entre os diferentes países. No
Brasil, utiliza-se a NBR 6123 – Forças devidas ao vento em edificações e a NBR
8681 – Ações e segurança nas estruturas.

Além da ação do vento, outros fatores influenciam o comportamento estrutural,


sendo os principais:

 A geometria, desde global (tipo de pórtico) à local (tipo de seção);

 Tipo de material utilizado na construção;

 As ações e suas deformações impostas à estrutura;

 Tipo de solo.

Devido à complexidade da interligação destes fatores a serem considerados,


representa-se a estrutura de forma simplificada, esquematizada de forma ideal, com
um grau de precisão adequado, ilustrando como as ações são transformadas em
tensões pela própria construção, garantindo a estabilidade. Esta esquematização
pode ser feita de diversas maneiras, com diferente complexidade e graus de
aproximação à realidade (CARNEIRO e MARTINS, 2008), ou seja, na fase de
concepção do projeto são estudados sistemas estruturais que mantenham a rigidez
da estrutura.

Os principais elementos de uma estrutura que mantém esta rigidez podem ser
divididos em pórticos planos ou tridimensionais (principais elementos que distribuem
as cargas verticais do edificio à fundação), painéis treliçados, pilares isolados,
27

núcleos (aumentam a rigidez da estrutura tanto lateral como torsional) e painéis


paredes, também conhecidos como shear walls. Essas sub-estruturas são
chamadas, segundo a NBR 6118 (ABNT, 2003), de sub-estruturas de
contraventamento, ilustrados conforme a Figura 2-4. Os elementos que não
participam da sub-estrutura, são chamados de contraventados.

Figura 2-4 - Elementos de contraventamentos verticais


Fonte: PEREIRA (2000)

Também são exemplos deste sistema as caixas de escadas de emergência,


devidamente posicionadas, obtendo-se assim uma estrutura com menores esforços,
deslocamentos ou rotações, e o de treliças metálicas.

Ainda para o contraventamento, temos o sistema em tubo, onde todas as paredes


do edifício são rígidas e os únicos vãos são destinados às janelas, ou ainda o
sistema tubo em tubo, que consiste na adapatação do sistema anterior com um
núcleo interior, normalmente utilizado em edifícios com mais de 50 andares.
28

Figura 2-5 - Sistemas tubo e tubo em tubo


Fonte: José Gonçalo e Maria Isabel Ferreira

Essas sub-estruturas, dependendo do seu comportamento analisado, podem


receber uma classificação quanto aos nós, como nós fixos ou nós móveis.

Pela norma recentemente citada, estruturas de nós fixos são estruturas que ao
serem submetidas a esforços externos, os deslocamentos horizontais dos nós são
pequenos e desprezíveis, devido ao seu valor ser inferior a 10% dos respectivos
esforços de primeira ordem. Assim, consideram-se somente os efeitos locais e
localizados de segunda ordem.

Quando as estruturas são submetidas a esforços externos e sofrem deslocamentos


horizontais em seus nós de forma considerável, estas são consideradas de nós
móveis. Sendo assim, os efeitos globais de segunda ordem, por serem superiores a
10% dos respectivos esforços de 1º ordem, são de grande importância, devendo,
portanto considerar os efeitos globais, locais e localizados.
29

2.3 MÉTODOS DE CÁLCULO

2.3.1 Considerações sobre modelos de cálculos e rigidez.

Para que se possa efetuar a análise do comportamento global de um edifício é


necessária à utilização de um modelo que permita estabelecer a rigidez associada
ao conjunto de elementos que compõem o edifício.

Com este intuito o edifício é geralmente representado através de uma estrutura


reticulada formada por pórticos planos ou tridimensionais para que este conjunto
resista à ação dos esforços horizontais e verticais e que a estrutura não deforme
excessivamente, sem perder sua capacidade resistente em função do acréscimo de
esforços gerados por estas deformações (BUENO, 2009).

A forma mais precisa para o cálculo da rigidez equivalente é através de modelos


tridimensionais. Atualmente, este modelo torna-se cada vez mais viável devido à
evolução e diminuição do custo dos programas computacionais e menor requisito de
equipamentos para sua utilização.

O modelo representado por pórticos planos resulta em valores de rigidez equivalente


próximos ao modelo tridimensional, o que está a favor da segurança, sendo muito
empregado no meio técnico por ser menos trabalhoso.

Este método consiste na associação sequencial de pórticos em um plano com as


demais estruturas de contraventamento, interligados em cada pavimento por barras
rígidas articuladas nas extremidades, de modo que as lajes se assemelhem a um
diafragma rígido (GIONDO, 2007).
30

Figura 2-6 - Modelo com pórticos planos associados


Fonte: Concreto armado: projeto estrutural de edifícios (GIONGO, 2007).

A análise de rigidez do comportamento de uma estrutura tridimensional também


pode ser baseada na análise de uma coluna equivalente.

Normalmente, utiliza-se o critério que fixa uma rigidez mínima convencional. Para o
cálculo de rigidez mínima, considera-se a estrutura como um pilar de seção
constante, semelhante a uma viga em balanço, livre no topo e engastado na base,
com altura igual à do edifício, onde se aplica uma força horizontal distribuída ao
longo de toda a seção, conforme Figura 7.

Figura 2-7 - Consideração para o cálculo de rigidez equivalente


Fonte: Vanderley (2008).
31

A equação 1 é utilizada para calcular a rigidez equivalente da estrutura proposta


acima.

Eq. 1

q - Carga distribuída;
H - Altura total do edifício;
a - Deslocamento do topo do edifício quando submetido à ação lateral de valor q.

Segundo a NBR 6118 (ABNT,2003), a não-linearidade física pode ser considerada


de forma aproximada em função da redução do valor da rigidez dos elementos
estruturais. Estes valores podem ser adotados para a análise dos esforços globais
de segunda ordem em estruturas reticuladas com mais de quatro pavimentos, não
podendo ser utilizada na avaliação dos esforços locais de segunda ordem.

Nas considerações de cálculo da rigidez devem constar todos os elementos que


contribuem de alguma maneira para a rigidez do edifício como um todo, como os
núcleos, pilares parede bem como os pórticos planos da estrutura, que garantem
maior eficiência no contraventamento.

O valor de rigidez de cada elemento pode ser obtido através do cálculo da rigidez
secante EI sec considerando o momento de inércia da seção bruta de concreto I c 

e o módulo de deformação tangente inicial elasticidade Eci  .

Quando as estruturas são basicamente compostas de vigas e pilares, pode-se

adotar valor de rigidez calculado por: EI sec  0,7 Eci I c , quando o valor de  z for
inferior a 1,3. Nas demais situações deve-se adotar os valores previstos na Tabela
2-1.
32

Tabela 2-1 – Consideração aproximada da não-linearidade física


conforme NBR 6118 (ABNT, 2003)
Vigas
Lajes Pilares
EI sec As ’ ≠ As As’ = As
0,3 Eci I c 0,4 Eci I c 0,5 Eci I c 0,8 Eci I c
Fonte: adaptado NBR 6118 (ABNT, 2003)

2.3.2 Parâmetro α

Em 1967, os alemães Gert König e Hubert Beck começam o desenvolvimento de


sua tese de doutorado propondo um edifício esbelto, de material elástico, onde os
pilares eram contraventados de paredes rígidas.

No seu desenvolvimento matemático, os pilares foram substituídos por um sistema


contínuo, para possibilitar a análise por equação diferencial semelhante ao de
flambagem em barras isoladas. O coeficiente resultante dessa análise ficou
conhecido como coeficiente de instabilidade α. Segundo Vasconcelos (2006), o
coeficiente α não é um majorador de momentos, ele apenas permite constatar se a
estrutura é muito ou pouco deslocável.

Este parâmetro foi adotado pelo CEB-FIP Manual of Buckling and Instability (1978),
onde se estabeleceram os limites para os valores α. Com a aceitação pela CBE do
limite de 10% de majoração como desprezável, ficou estabelecido, através de
cálculos, que a instabilidade resultante dessa majoração não poderia ser maior que
0,6 para um tipo especial de estrutura. Com o passar do tempo, este parâmetro foi
generalizado e para qualquer estrutura a instabilidade (α) resultante não poderia
passar de 0,6.

Segundo a teoria de Beck (1966), a expressão utilizada para o cálculo de α é


conforme a equação 2:
33

Eq. 2

onde:
H - altura total da edificação;
Nk - cargas verticais totais atuantes na edificação;
EI - somatória das rigidezes da edificação equivalente a um pilar de seção
constante engastado na base e livre no topo.

A expressão utilizada para o cálculo de α, segundo a norma NBR 6118 (ABNT,


2003) é dada por:

NK
H Eq. 3
( Ecs I C )

α = 0,2 + 0,1.n se n ≤ 3
α = 0,6 se n  4

onde:
n – número de andares;
H – altura total da estrutura;
Nk – somatória de todas as cargas verticais atuantes na estrutura;
Ecs Ic – somatória das rigidezes de todos os pilares na direção considerada. Esta
afirmativa é válida para estruturas de pórticos, treliças, estruturas mistas ou
pilares de rigidez variável ao longo de sua altura. Para um pilar equivalente de
seção constante, temos:

Ecs  5600 f ck Eq. 4

Ecs – Módulo de elasticidade tangencial inicial;


Ic – Considerar a seção bruta dos pilares.
34

Atualmente fica estabelecido   0,6 , nos projetos em que os sistemas são mistos, e
  0,5 , para projetos onde os sistemas são compostos apenas por pórticos - isso
quando possível conceber as estruturas com mais de que quatro andares, e   0,7
para projetos onde os sistemas composto por paredes, evitando assim a majoração
dos esforços solicitantes, levando a necessidade de se fazer um cálculo de efeito de
segunda ordem (CAMPOÓ, et al. 2005).

A partir deste parâmetro, o projetista pode decidir quanto ao tipo de elemento de


contraventamentamento a ser utilizado para enrijecer a estrutura, aumentando os
valores de α, caso julgue necessário.

2.3.3 Coeficiente

Em 1991, os engenheiros e professores Augusto Carlos Vasconcelos e Mario


Franco, apresentaram na comissão do CBE, realizada no Rio de Janeiro, um artigo
onde constavam resultados de um estudo feito para obtenção de um método mais
simples de analisar se uma estrutura se comporta como nós fixos ou nós móveis e
estimar uma boa ordem de grandeza dos efeitos de segunda ordem. Esse estudo
teve o nome adotado de coeficiente , hoje incorporado na norma NBR 6118

(ABNT, 2003), muito mais utilizado mesmo não sendo de fácil compreensão.

Segundo CAMPOÓ, RAMALHO, & CORRÊA (2005), com uma simples análise de
uma estrutura submetida a carregamentos verticais e horizontais é possível avaliar
os efeitos de segunda ordem. Basta estimar os valores de convergência do processo
P   apenas com o resultado da primeira interação.

Considerando um edifício, submetido a cargas horizontais e verticais o momento de


tombamento M1 é calculado em relação à base do edifício, além do deslocamento
horizontal dos nós de cada pavimento da estrutura. Combinando o deslocamento do
segundo pavimento com as ações verticais, resulta o momento ΔM2 e assim
sucessivamente, até o ΔMi ser parcialmente nulo. Mas isso só ocorrerá se estrutura
for estável (CAMPOÓ, et al. 2005).
35

M 2  M 1  M 2  M 3  ...  Mi Eq. 5

Com algumas considerações sugeridas pela CEB-FIP Manual of buckling and


instability, obtém-se equação.

1
M2  .  .M 1 Eq. 6
M
1
M1

O M1 é ampliado pelo fator do primeiro membro, que é o z. Com a fração acima,
define-se a equação a seguir:

1
2  Eq. 7
M
1
M1
Onde:
ΔM: acréscimo de momento devido ao deslocamento;
M1: Momento de primeira ordem.

Campoó, Ramalho e Corrêa (2005) afirmam que é possível utilizar o próprio


coeficiente como ponderador dos esforços de primeira ordem para a obtenção dos
de segunda ordem, que pode ser representado pela equação a seguir:

M 2   2 .M 1 Eq. 8

Onde:
M1 - Momento de primeira ordem,
z - coeficiente ponderador dos esforços de primeira ordem,

Segundo a norma NBR 6118 (ABNT, 2003) considera-se uma estrutura de nós fixos
se obedecida a condição:

  1,1
z
36

Carmo (1995 apud PINTO, 2002) analisou α e o z e estabeleceu a relação empírica


descrita abaixo.

 z .  0,9  0,52  0,62 2  0,46 3 Eq. 9

Graziano (1998 apud PINTO,2002) encontrou outra expressão analítica relacionada


a eo  .
z

 z 1 1
2  ou z  Eq. 10
 z . fv . 1   fv . 2

2.3.4 Processo

Segundo Dobson (2002), P- é um efeito da não-linearidade geométrica que


considera os efeitos do deslocamento horizontal nas estruturas submetidas a
esforços axiais, associando a magnitude da carga axial (P) ao deslocamento
horizontal (∆).

De forma geral, podem ser identificados dois tipos de efeitos P   ,conforme


ilustrado na Figura 2-8, sendo considerados P   os efeitos relacionados com a
instabilidade global e P   os efeitos que ocorrem nos elementos da estrutura,
levando em conta a instabilidade local (SILVA, 2004). Neste caso, apenas são
analisados os efeitos P   que influenciam no comportamento global da estrutura.
37

Figura 2-8 - Dois tipos de efeitos de segunda ordem: e


Fonte: DOBSON (2002)

Dentre os diversos métodos encontrados, o mais utilizado para análise dos efeitos
globais de segunda ordem é o método de carga lateral fictícia ou P   clássico, por
possuir aplicação relativamente simples e oferecer estimativas satisfatórias dos
efeitos de segunda ordem.

Trata-se de um método interativo que consiste na aplicação de um conjunto de


cargas horizontais equivalente para simular os esforços gerados pelas cargas
verticais quando atuam na posição deformada.

O processo consiste em verificar inicialmente a deformação gerada pela aplicação


dos esforços horizontais e verticais na estrutura em sua posição inicial. Após esta
análise inicial prossegue-se o cálculo da força cortante fictícia, considerando a
aplicação destes mesmos esforços sobre a estrutura deformada.
38

Figura 2-9 – Estrutura deformada com carregamento original e com


cargas fictícias.
Fonte: MACGREGOR e WIGHT (2005)

De acordo com Lopes, Santos e Souza (2005), considerando um pilar engastado na


base e livre no topo, a somatória dos momentos fletores M A  M B nas extremidades

do elemento é equivalente ao momento gerado pela força cortante V acrescido do


momento gerado pelo esforço axial P quando atua na posição deformada com
deslocamento  .

M  MA  MB  M  Vh  P Eq. 11

O esforço cortante fictício V será equivalente ao binário de forças horizontais gerado


P
pelo momento P   , ou seja, .
h
39

Figura 2-10 – Carga fictícia para simular o efeito P  


Fonte: LOPES (2005 apud CHEN, 1991)

 P 
M  Vh   h  M  V V h   Eq. 12
 h 

Para o caso de estruturas reticuladas como em um edifício de múltiplos andares, a

carga fictícia H i que deverá ser aplicada no pavimento i será a diferença dos


esforços cortantes fictícios entre andares adjacentes. V i  V i 1 
O esforço cortante fictício será igual à relação entre a somatória de todos os

esforços axiais atuantes no pavimento (  Pi ) e a altura do pavimento hi ,

multiplicada pela diferença entre o deslocamento do pavimento adjacente  i 1 e o

deslocamento do pavimento em estudo  i .

Vi 
 Pi
i1  i   H i  V i  V i 1 Eq. 13
hi
40

Figura 2-11 – Cargas fictícias em um edifício de múltiplos andares


Fonte: LOPES (2005 apud CHEN, 1991)

Após a determinação da carga lateral fictícia, a estrutura é novamente calculada


através de uma análise de primeira ordem, obtendo-se um novo deslocamento para

a estrutura e uma nova carga lateral equivalente H i , que deve ser adicionada ao
carregamento original para uma nova análise.

Esta etapa procederá de forma interativa até que se possa observar a convergência
dos valores de deformação, que indicará que a estrutura permanece estável.

“Os esforços obtidos na posição deformada convergente serão os esforços finais,


incluindo os de segunda ordem. Essa posição deformada deve obedecer a valores
41

que não comprometam os estados limites de utilização (deformação excessiva e


abertura de fissuras).” (GIONDO, 2007).

O diagrama de momento gerado pela aplicação da força lateral equivalente possui


uma área menor que o diagrama real, o que resulta em valores de deslocamentos
subdimensionados (CARMO,1995, apud FRANCO, 1985 e MACGREGOR, 1993),
por isso muitos autores recomendam que o método seja corrigido.

Figura 2-12 – Diagramas de primeira e segunda ordem


Fonte: MACGREGOR e WIGHT (2005)

Segundo Bueno (2009, apud MACGREGOR e WIGHT, 2005), o aumento do


deslocamento lateral é proporcional à rigidez dos pórticos, podendo atingir
acréscimos de até 22% no deslocamento, sendo recomendado que os valores das
forças equivalentes sejam majorados por um coeficiente denominado fator de
flexibilidade. Este coeficiente pode variar entre zero e 22%, sendo adotado o valor
médio de 15% no caso de estruturas usuais.
42

2.4 PROGRAMAS COMPUTACIONAIS PARA ANÁLISE


ESTRUTURAL

As análises, envolvendo a não-linearidade geométrica e física, são geralmente


complicadas e trabalhosas, o que muitas vezes inviabiliza sua aplicação nos
escritório de cálculo.

Com a evolução da informática, tanto em relação aos programas quanto


equipamentos, torna-se cada vez mais viável a realização de análises com maior
precisão, que possibilitam considerar os efeitos da não-linearidade. (SILVA, 2004)

São encontrados no mercado diversos programas computacionais que permitem a


otimização dos processos de cálculo, desde as mais robustas que utilizam modelos
tridimensionais e os conceitos do método de elementos finitos para a análise não-
linear a soluções mais simples que apenas efetuam a análise linear da estrutura.

Programas que considerem rigorosamente os efeitos da não-linearidade ainda não


se tornaram adequados para pratica nos escritórios. (SILVA, 2004). Muitas soluções
encontradas utilizam técnicas simplificadas para a estimativa deste valor, atendendo
adequadamente a maiorias dos casos usuais.

Quando adotamos um determinado programa devemos levar em consideração a


complexidade da estrutura analisada e estar cientes de todas as limitações e
simplificações consideradas.

Cabe aos engenheiros à interpretação dos resultados assim como a definição de


qual será o modelo mais adequado para seu projeto.

Para o desenvolvimento dos cálculos deste estudo de caso, foram utilizados os


programas FTOLL, EBERICK e TQS.
43

2.5 DANOS DEVIDO À FALTA DE ANÁLISE GLOBAL

Em setembro de 2001, no interior de São Paulo, uma empresa de engenharia,


responsável por avaliar patologias estruturais, foi acionada para realizar uma
inspeção preliminar e elaborar uma proposta para correção provisória das fissuras
que se apresentaram na fachada frontal e posterior do edifício.

Figura 2-13 – Conjunto de fotos da fachada do edifício fissurado.


Fonte: Relatório técnico (2001).
44

Durante a visita técnica, notou-se que alguns pilares junto à fachada posterior
mostravam sinais de ruptura.

Figura 2-14 – Fotos do pilar com sinais de ruptura


Fonte: Relatório técnico (2001).

No mesmo instante, foi apresentada uma solução de emergência, para


reconstituição da capacidade resistente do pilar, sem agredi-lo, através do
encamisamento dos mesmos com chapa de aço e injeção de resina epóxi.

Essa medida de emergência foi tomada para possibilitar a análise cuidadosa das
causas que geraram esta patologia. Por se desconhecer as estruturas e onde
estavam as cargas efetiva dos pilares, foram feitos cálculos para dar aos pilares uma
capacidade resistente próxima da original, da ordem de 100 tf.

Na primeira visita de controle dos serviços da primeira fase desta empresa


contratada, em outubro de 2001, verificou-se que os pilares com problemas
continuavam a se deformar, apresentando danos ainda maiores. Diante destes fatos,
a empresa responsável pelos estudos solicitou aos condôminos que evacuassem o
edifício para efetuar o escoramento no primeiro subsolo e no pavimento térreo com
perfis metálicos. Foi constatado que tais pilares estavam muito próximos da ruptura
final.
45

No dia seguinte ao escoramento, os pilares romperam.

Figura 2-15 - Pilares com sinais de ruptura


Fonte: Relatório técnico (2001).

Foi mantida a decisão do escoramento dos dois primeiros andares através de quatro
perfis metálicos do tipo ‘H’, de aço ASTM A-36 para cada pilar, com capacidade total
de aproximadamente 400 tf. Essa foi a carga avaliada através de processo
simplificado, levando-se em conta que o tempo disponível era justo, pois, após a
ruptura, o processo de transferência de cargas para os outros elementos estruturais
poderia ocasionar danos maiores.

A seguir são demonstradas as análises feitas para esta edificação em questão.

2.1.1 Análises estruturais realizadas pela consultoria

2.1.1.1 Simulação Computacional

Para obtenção de resultados com a precisão requerida pelo problema, optou-se pela
simulação da estrutura, segundo um modelo misto de elementos finitos e de barras.
46

O modelo foi processado em um software de análise estrutural específico (STRAP),


tendo as características geométricas conforme a Figura 2-16:

Figura 2-16 - Vista geral de modelo computacional utilizado


Fonte: Relatório técnico (2001).

Os carregamentos atuantes no edifício foram as cargas permanentes (peso próprio


da estrutura, alvenarias, pisos ); sobrecarga; vento face “A” (fachada esquerda do
edifício) e vento face “C” (fachada frontal do edifício).

Para simulação computacional, este parâmetro foi calculado tendo em conta o de

projeto, ou seja, 18 MPa (obtido do memorial de cálculo do Projetista).

A combinação destes carregamentos possibilitou a obtenção dos seguintes


problemas:

Pilares rompidos

Ao contrário do que se poderia pensar, os pilares que romperam, recebem uma


carga de compressão elevada, e incompatível com as dimensões dos mesmos.
Basicamente, existem três fatores que influenciaram a ruptura dos pilares no nível do
pavimento térreo:
47

 O efeito do vento que incide sobre a face “C”, eleva a carga normal no pilar em
aproximadamente 30%.

 Existe um incremento de carga nos pilares devido à inclinação do edifício em


direção à fachada dos fundos.

 Os recalques ocorridos, aliados à maior flexibilidade da estrutura na posição dos


pilares rompidos provavelmente fizeram com que o próprio corpo do edifício
reagisse sobre estes pilares, que naturalmente não tinham capacidade para
transferir estas cargas para a fundação. A fissura existente na parte superior das
aberturas que separam as paredes de concreto dos pilares dão respaldo a esta
hipótese.

Com estes fatores, ficam justificados alguns mecanismos que levaram os pilares à
ruptura. Contudo, os motivos exatos do sinistro serão sempre obscuros, já que não
existem dados pertinentes aos recalques desde o início das obras e detalhes sobre
o reforço com estacas metálicas.

Reações de apoio

Ainda nesse caso, o efeito da inclinação do edifício e a ação do vento, exerceram


grande influência na magnitude dos esforços. As reações de apoio são variáveis ao
longo das paredes de concreto, sendo crescentes em direção à fachada dos fundos
e apresentando uma diferença importante do penúltimo para o último tubulão.

2.1.2 Conclusão das análises estruturais

Visando otimizar os resultados, quanto a deformação do edifício com a utilização de


um módulo mais próximo ao real, foram realizados ensaios laboratoriais em
testemunhos extraídos da estrutura. Os testemunhos foram extraídos das paredes
de concreto foram levados a um laboratório especializado para a determinação da
resistência a compressão e do diagrama tensão x deformação fornecendo assim um
módulo de deformação de maior precisão.
48

A avaliação do módulo de deformação real do concreto utilizado na obra influenciou


de forma desfavorável a situação de flexibilidade do edifício, contudo, é pouco
provável que a estrutura não tenha um aumento de rigidez, com isso, foram
inseridos elementos de enrijecimento no modelo até adequar a estrutura aos
parâmetros de estabilidade global.

2.1.3 Solução final para a estrutura

A solução encontrada pela consultoria contratada para o problema estrutural foi a


inserção de perfis do tipo ‘H’ metálicos, para reforço junto a fachada posterior.

Além destes, também foram encontrados problemas nas fundações. Na inserção dos
perfis metálicos, as fundações, junto à fachada posterior, conforme Figura 2-17 e
Figura 2-18, tiveram que ser reforçadas já que teriam um acréscimo da carga,
evitando assim que os recalques continuassem.

Figura 2-17 - Detalhe do reforço estrutural


Fonte: Relatório técnico (2001).
49

Figura 2-18 - Vista do reforço estrutural


Fonte: Relatório técnico (2001).
50

2.6 MÉTODO DE TRABALHO

Inicialmente, foram verificados problemas em uma obra no interior de São Paulo, no


que tange os efeitos de segunda ordem, ou seja, a análise global da estrutura. Esta
pesquisa teve auxílio principal de engenheiros que atuam na área de patologias e
análise de estruturas.

Na seqüência, foram pesquisados os tipos de análises a serem feitas para sanar,


ainda na fase de projeto, problemas decorridos da ausência de verificação dos
efeitos de segunda ordem. A principal referência utilizada foi a NBR 6118 (ABNT,
2003) e a partir dela foram pesquisados os parâmetros , e z. Além destes

parâmetros, foi feita a análise pelo P   Também foi feito o uso de livros, artigos
publicados, palestras referentes ao assunto de instabilidade global e diálogos com
profissionais da área.

A partir da solidificação dos conceitos, foi estabelecida uma estrutura simples


constituída basicamente de vigas e pilares, sem elementos de contraventamento,
objetivando apenas a verificação da deformação da estrutura ao se adicionar mais
pavimentos. Para esta estrutura foi feito um pré-dimensionamento das estruturas,
para se obter as reações nas fundações. Estas reações nas fundações serviram de
base para verificar se os modelos lançados nos programas possuíam as mesmas
características de carregamento.

Partiu-se então para o estudo de caso propriamente dito, onde foi feita a análise
numérica dos parâmetros de instabilidade. Nessa fase do trabalho, fez-se uso dos
métodos de cálculos das forças binárias adicionais, que são as responsáveis pelas
instabilidades causadas nas estruturas. Para auxílio no desenvolvimento dos
cálculos também foram utilizados softwares específicos de análise estrutural.

A intenção nessa fase do projeto é comparar os resultados finais, consequentes de


cada um dos parâmetros, verificando a relação entre os métodos de cálculos mais
eficientes e métodos construtivos mais seguros.
51

3 MATERIAIS E FERRAMENTAS

Para a análise a ser considerada, foram utilizados o método de cálculo manual, os


métodos indicados pela NBR 6118 (ABNT, 2003) e programas de cálculo estrutural
(comercial e licença acadêmica).

3.1.1 FTOOL

O FTOOL é um programa voltado para o ensino acadêmico para estudo do


comportamento estrutural basicamente de pórticos planos. Foi um projeto de
pesquisa, desenvolvido inicialmente na plataforma DOS no primeiro semestre de
1991, coordenado por professores da PUC-Rio de Janeiro com o apoio do CNPq
(Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

A partir dos carregamentos previamente estabelecidos, o FTOOL fornece os valores


da deformada dos pórticos associados, podendo assim calcular a rigidez equivalente
necessário a determinação do parâmetro  .

3.1.2 EBERICK

O AltoQI Eberick é um software para projeto estrutural em concreto armado, lançado


em 1996, que engloba as etapas de lançamento e análise da estrutura,
dimensionamento e detalhamento dos elementos de acordo com a norma NBR 6118
(ABNT, 2003)

Possui um sistema gráfico de entrada de dados voltado à forma, facilitando o


lançamento, associado à análise da estrutura em modelo espacial e a diversos
recursos de dimensionamento e detalhamento dos elementos, além da visualização
tridimensional da estrutura modelada.

Com o auxílio deste programa se fará as análises da estrutura pelo do coeficiente


γ .
z
52

3.1.3 TQS

O CAD/TQS, lançado em 1986, é um software que auxilia nos cálculos para


estruturas onde o engenheiro pode fazer uso desde a concepção estrutural até o
detalhamento das estruturas, sendo elas de concreto armado, protendido e alvenaria
estrutural, através das considerações previstas na norma NBR 6118 (ABNT, 2003).

Com o auxílio deste programa se fará as análises da estrutura pelo do coeficiente γ


z
e processo P  
.
53

4 ESTUDO DE CASO

A partir de um projeto estrutural simplificado, foram efetuados cálculos de pré-


dimensionamento, através dos métodos simplificados previstos na NBR 6118,
obtendo-se o projeto a seguir.

Figura 4-1 – Planta do pavimento tipo do modelo proposto

A edificação, estudada para a cidade de São Paulo, é dotada de um pavimento para


garagem, pavimentos tipos, que variam conforme o estudo, com área aproximada de
80m² privativos, e um pavimento para a cobertura.
54

Figura 4-2 – Corte típico do modelo proposto

Figura 4-3 – Vista do edifício modelo para 4 pavimentos


55

Supondo a estrutura de nós fixos na ligação pilar-viga, concreto com resistência de


25 MPa e aço CA50, a estrutura foi submetida a uma carga horizontal, devido a ação
do vento, com uma velocidade de 45 m/s, em uma região com terreno fracamente
acidentado. Os esforços gerados pela ação do vento foram determinados de acordo
com os métodos previstos na norma NBR 6123 – Forças devido ao vento em
edificações.

Para simplificação dos cálculos, a estrutura está apoiada diretamente em solo de


alto grau de compacidade e resistência.

A partir destas premissas, foram calculadas as reações de apoio na estrutura,


presentes no anexo A, auxiliando a determinação da rigidez equivalente do pórtico
através da analogia a um pilar engastado na base e livre no topo.

Foram efetuados o cálculo manual dos parâmetros α e do coeficiente  de forma


z
manual para a estrutura com 4 pavimentos, e a verificação com o auxilio dos
programas Eberick e TQS, analisando a influência do que o aumento do índice de
esbeltez provoca na estrutura quando submetida a ação do vento.

Tabela 4-1 – Índice de esbeltez do modelo proposto


Número de Altura total da Índice de
Pavimentos edificação (m) esbeltez
4 Pavimentos 17,25 3,03
8 Pavimentos 29,35 5,15
12 Pavimentos 42,45 7,45
16 Pavimentos 55,05 9,66
20 Pavimentos 67,65 11,87
56

4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Conforme a Figura 4-2, a altura dos pavimentos é de 1,00 m para a fundação, 3,65
m para o pavimento térreo e 3,15 m para os pavimentos tipos.

A classe de agressividade, conforme a NBR 6118 (ABNT, 2004), foi considerada a


agressividade moderada para todos os pavimentos (classe ambiental II), com risco
de deterioração insignificante.

As características do concreto para esta estrutura podem ser verificadas na Tabela


4-2:
Tabela 4-2 - Características do concreto:
Fck (kgf/cm²) Eci (kgf/cm²) Ecs (kgf/cm²) fct (kgf/cm²)
250 288000 238000 26

Para as determinações dos valores de cálculo das ações, foram utilizados os


coeficientes de ponderações presentes na
Tabela 4-3. Estes consideram a variabilidade das ações, a simultaneidade e os
possíveis erros provenientes das considerações de projeto para os cálculos das
reações. (NINA, et al. 2005).

Tabela 4-3 - Coeficientes de ponderação das ações:


G0 Peso Próprio 1,30
G1 Carga Permanente 1,40
Q Sobrecarga 1,40

Fd   g G0   g G1   q Fq1k   q 

Combinação 1: Fd  1,30 G0  1,40 G1  1,40 0,7 Q  Vx 

Combinação 2: Fd  1,30 G0  1,40 G1  1,40 0,7 Q  Vy 

Combinação 3: Fd  1,30 G0  1,40 G1  1,40 Q  0,6 Vx 

Combinação 4: Fd  1,30 G0  1,40 G1  1,40 Q  0,6 Vy 


57

4.2 MODELO COM 4 PAVIMENTOS: CÁLCULO MANUAL

4.2.1 Cálculo das forças devido ao vento

Para o cálculo das forças horizontais geradas pela ação do vento na edificação
foram utilizados os parâmetros conforme a NBR 6123 (ABNT, 1988) e apresentados
na Tabela 4-4.

Tabela 4-4 - Parâmetros para o cálculo das forças devido ao vento


Parâmetros Valor adotado Observações
Velocidade 45,00m/s -
Nível do solo (S2) 0,00cm -
Maior dimensão
Entre 20 e 50 m -
horizontal ou vertical (S2)
Rugosidade do terreno Terrenos com obstáculos
Categoria IV
(S2) numerosos e pouco espaçados

Maior dimensão horizontal ou


Classe da edificação (S2) A
vertical < 20m
Fr: 1,00
Parâmetros
b: 0,86 S2: Classe A / Rug. IV
meteorológicos (S2)
p: 0,12
Fator topográfico (S1) 1.0 Demais casos

Edificações onde se exige


Fator estatístico (S3) 1,1
maior segurança

Vento 0º ( X )
Direções de aplicação
do vento
Vento 90º ( Y )
58

Figura 4-4 – Coeficiente de arrasto, Ca, para edificações paralelepipédicas em


vento de baixa turbulência
Fonte: Adaptado NBR 6118 (ABNT, 2003)
59

As forças estáticas devido ao vento foram calculadas para cada direção a partir dos
parâmetros definidos, conforme apresentado na tabela a seguir.

Tabela 4-5 – Forças estática devido ao vento aplicada por pavimento


Altura Altura Fator Vk q f'x f'y Fa x Fa y
Pavimento
Pavimento Acumulada S2 (m/s) (tf/m²) (tf) (tf) (tf) (tf)
Térreo - 0,00 - - - - - 0,64 2,64
1º Pav. 3,15 3,15 0,75 37,06 0,084 1,285 5,275 1,40 5,75
2º Pav. 3,15 6,30 0,81 40,27 0,099 1,517 6,230 1,59 6,55
3º Pav. 3,15 9,45 0,85 42,28 0,110 1,673 6,866 1,73 7,11
4º Pav. 3,15 12,60 0,88 43,77 0,117 1,792 7,357 1,84 7,56
Cobertura 3,15 15,75 0,91 44,95 0,124 1,891 7,762 0,95 3,88

Com o auxilio do programa FTOOL foram obtidos os deslocamentos em cada


pavimento considerando a associação dos pórticos formados pelos pilares P.1 ao
P.4 com o pórtico formado pelos pilares P.5 a P.8, para a análise das forças devido
ao vento incidindo a 0º.

Na análise da incidência do vento a 90º foram consideradas a associação dos


pórticos P.1-P.5, P.2-P.6, P.3-P.7 e P.4-P.8.

Figura 4-5 – Deslocamento horizontal – Vento 0º (F x)


60

Figura 4-6 – Deslocamento horizontal – Vento 90º (F y)

4.2.2 Cálculo da rigidez equivalente

Para análise dos parâmetros de estabilidade foi definido um pilar que possua a
rigidez equivalente ao edifício. A força equivalente aplicada no topo deste pilar será
igual a uma força que gere o mesmo momento na base do pilar que a somatória dos
momentos de cada força horizontal em relação à base do pilar:

Tabela 4-6 – Cálculo momento equivalente


H
Fa x (tf) Fa y (tf) M x (tf.m) M y (tf.m)
acumulada
Cobertura 17,25 0,95 3,88 16,31 66,95
4º Pavimento 14,10 1,84 7,56 25,96 106,59
3º Pavimento 10,95 1,73 7,11 18,97 77,87
2º Pavimento 7,80 1,59 6,55 12,44 51,07
1º Pavimento 4,65 1,40 5,75 6,52 26,75
Fundação 1,00 0,64 2,64 0,64 2,64
Total: 17,25 8,16 33,49 80,84 331,86
61

 Fi Li 80,84 331,86
F   F x  4,69 tf F y  19,24 tf
eq H eq. 17 ,25 eq. 17 ,25
tot

F  H3 4,69  17 ,253
E I   Ix   1,72m 4
cs c 3 pilar 2.380.000  3  0,00196

19,24  17 ,253
Iy   1,18m 4
pilar 2.380.000  3  0,0177

A estrutura proposta possui rigidez equivalente a um pilar com 1,85m por 2,23m,
engastado na base e livre no topo.

4.2.3 Parâmetro α

715,58
Vento 0º: α  17.25  0,23
x 2.380.000*1,72

715,58
Vento 90º: α  17.25  0,28
y 2.380.000*1,18

α  0,27  α1  0,70  Estrutura de nós fixos

4.2.4 Coeficiente 
z

Para o cálculo do coeficiente  , a não-linearidade física foi considerada de forma


z
aproximada, através da redução da rigidez da seção bruta das vigas e pilares
adotando-se EI sec  0,7 Eci I c conforme as recomendações previstas na NBR 6118

(ABNT, 2003).

Para cada combinação de carregamento considerada, foram calculados os


deslocamentos horizontais e os respectivos. Os valores obtidos estão apresentados
nas Tabela 4-7 e Tabela 4-8.
62

Tabela 4-7 – Cálculo momento equivalente – Combinações 1 e 2


Pavimento Hi Fa x Fa y Mx My dx dy Fk Mx My
Térreo 1,00 0,90 3,69 0,90 3,69 0,007 0,041 141,39 0,01 0,06
1º Pav. 4,65 1,96 8,05 9,12 37,45 0,118 0,634 178,23 0,21 1,13
2º Pav. 7,80 2,23 9,17 17,42 71,50 0,205 1,155 178,23 0,37 2,06
3º Pav. 10,95 2,43 9,96 26,56 109,02 0,270 1,563 178,23 0,48 2,79
4º Pav. 14,10 2,58 10,58 36,35 149,22 0,312 1,840 178,23 0,56 3,28
Cobertura 17,25 1,32 5,43 22,83 93,72 0,332 2,000 85,48 0,28 1,71
Total: 17,25 11,42 46,89 113,17 464,61 0,332 2,000 939,78 1,91 11,02

1 1
Vento 0º: γ   1,017 Vento 90º: γ   1,024
z 1,91 z 11,02
1 1
113,17 464,61

Tabela 4-8 – Cálculo momento equivalente – Combinações 3 e 4


Pavimento Hi Fa x Fa y Mx My dx dy Fk Mx My
Térreo 1,00 0,54 2,22 0,54 2,22 0,004 0,024 141,39 0,01 0,03
1º Pav. 4,65 1,18 4,83 5,47 22,47 0,071 0,380 184,53 0,13 0,70
2º Pav. 7,80 1,34 5,50 10,45 42,90 0,123 0,693 184,53 0,23 1,28
3º Pav. 10,95 1,46 5,97 15,93 65,41 0,162 0,938 184,53 0,30 1,73
4º Pav. 14,10 1,55 6,35 21,81 89,53 0,187 1,104 184,53 0,35 2,04
Cobertura 17,25 0,79 3,26 13,70 56,23 0,200 1,200 91,78 0,18 1,10
Total: 17,25 6,85 28,13 67,90 278,77 0,200 1,200 971,28 1,19 6,88

1 1
Vento 0º: γ   1,018 Vento 90º: γ   1,025
z 1,19 z 6.88
1 1
67 ,90 278.77
63

4.3 RESULTADOS PROGRAMAS:

4.3.1 TQS

Figura 4-7 – Modelo 3D para 4 pavimentos - TQS


64

Número
4 Pavimentos 8 Pavimentos 12 Pavimentos 16 Pavimentos 20 Pavimentos
de Pavimentos
Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com
Carga vertical (tf) P-Δ P-Δ P-Δ P-Δ P-Δ P-Δ P-Δ P-Δ P-Δ P-Δ
1.006,88 1.006,88 1.768,76 1.768,76 2.530,64 2.530,64 3.292,52 4.552,52 4.054,40 4.054,40

Carga X 11,34 11,34 23,10 23,10 36,26 36,26 50,26 50,26 65,10 65,10
Horizontal (tf) Y 46,90 46,90 95,06 95,06 148,68 148,68 206,50 206,50 267,68 267,68
Tabela 4-9 – Coeficiente 
z

Deslocamento X 0,33 0,34 1,26 1,31 2,96 3,17 5,63 6,18 9,50 10,73
Horizontal (cm) Y 1,74 1,79 7,20 7,64 18,61 20,53 39,08 45,29 72,79 90,00

Momento de X 1,96 2,10 13,86 14,56 46,62 50,26 114,38 126,84 234,36 268,10
2º ordem (tf.m) Y 10,22 10,64 75,46 80,50 272,72 302,82 720,16 841,12 1.594,18 1.985,48

Momento de X 112,84 112,84 390,18 390,18 864,22 864,22 1.550,92 1.550,92 2.464,14 2.464,14
1º ordem (tf.m) Y 463,40 463,40 1.605,10 1.605,10 3.549,84 3.549,84 6.371,40 6.371,40 10.126,76 10.126,76
X 1,018 1,019 1,037 1,039 1,057 1,062 1,080 1,089 1,105 1,122
Coeficiente γz
Y 1,023 1,024 1,049 1,053 1,083 1,093 1,127 1,152 1,187 1,244
– Combinação 1 e 2 – TQS
65

Figura 4-8 – Coeficiente  – Combinação 1 e 2 – TQS


z

Figura 4-9 – Momentos de 2ª ordem – Combinação 1 e 2 – TQS


66

Número
4 Pavimentos 8 Pavimentos 12 Pavimentos 16 Pavimentos 20 Pavimentos
de Pavimentos
Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com
Carga vertical (tf) P-Δ P-Δ P-Δ P-Δ P-Δ P-Δ P-Δ P-Δ P-Δ P-Δ
1.006,88 1.006,88 1.768,76 1.768,76 2.530,64 2.530,64 3.292,52 3.292,52 4.054,40 4.054,40

Carga X 6,86 6,86 13,86 13,86 21,70 21,70 30,10 30,10 39,06 39,06
Horizontal (tf) Y 28,14 28,14 56,98 56,98 89,18 89,18 123,90 123,90 160,58 160,58
Tabela 4-10 – Coeficiente 

0,20 0,20 0,75 0,79 1,18 1,91 3,38 3,72 5,70 6,47
z

Deslocamento X
Horizontal (cm) Y 1,05 1,08 4,32 4,60 11,17 12,37 23,46 27,33 43,68 54,43

Momento de X 1,26 1,26 8,26 8,68 28,00 30,24 68,60 76,44 140,70 161,56
2º ordem (tf.m) Y 6,16 6,30 45,36 48,44 163,66 182,42 432,18 507,50 956,62 1.201,06

Momento de X 67,62 67,62 234,08 234,08 518,56 518,56 930,58 930,58 1.478,54 1.478,54
1º ordem (tf.m) Y 278,04 278,04 963,06 963,06 2.129,96 2.129,96 3.822,84 3.822,84 6.076,00 6.076,00
X 1,019 1,019 1,037 1,039 1,057 1,062 1,080 1,089 1,105 1,123
Coeficiente γz
Y 1,023 1,023 1,049 1,053 1,083 1,094 1,127 1,153 1,187 1,246
– Combinação 3 e 4 – TQS
67

Figura 4-10 – Coeficiente  – Combinação 3 e 4 – TQS


z

Figura 4-11 – Momentos de 2ª ordem – Combinação 3 e 4 – TQS


68

Tabela 4-11 – Deslocamento para E.L.S. – TQS


Número de Pavimentos 4 Pavim. 8 Pavim. 12 Pavim. 16 Pavim. 20 Pavim.

Altura total da edificação (cm) 1725 2935 4245 5505 6765

Deslocamento limite (cm) 1,01 1,73 2,50 3,24 3,98

Deslocamento freqüente X 0,25 0,60 1,15 1,99 3,8


(cm) Y 1,44 3,93 8,70 16,96 29,98

20

18
Numero de Pavimentos

16

14

12
Vento 0º
10
Vento 90º
8

2
0,00 5,00 10,00 15,00
Deslocamento Horizontal (cm)

Figura 4-12 – Deslocamentos Horizontais - TQS


69

4.3.2 EBERICK

Figura 4-13 – Modelo 3D para 4 pavimentos - Eberick

Tabela 4-12 – Coeficiente  - Combinação 3 e 4 – Eberick


z
Número 4 8 12 16 20
de Pavimentos Pavimentos Pavimentos Pavimentos Pavimentos Pavimentos
Carga vertical (tf) 1.015,2 1.783,9 2.552,5 3.321,2 4.089,8
Carga X 4,81 13,52 23,36 34,03 45,39
Horizontal (tf) Y 22,08 48,41 78,07 110,20 144,35
Deslocamento X 0,20 1,06 2,69 5,32 9,27
Horizontal (cm) Y 1,36 5,81 15,37 32,98 62,71
Momento de X 1,28 11,83 42,80 108,66 228,22
2º ordem (tf.m) Y 8,31 62,15 227,57 610,14 1.371,83
Momento de X 54,97 261,33 617,90 1.138,94 1.835,71
1º ordem (tf.m) Y 252,23 889,77 1.980,04 3.565,32 5.679,14
X 1,02 1,05 1,07 1,11 1,14
Coeficiente γz
Y 1,03 1,08 1,13 1,21 1,32
70

20

18

16
Numero de andares

14

12
Vento 0º
10 Vento 90º

2
1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35
Coeficiente Gama Z

Figura 4-14 – Coeficiente  - Eberick


z

Tabela 4-13 – Deslocamento para E.L.S. – Eberick


Número de Pavimentos 4 Pavim. 8 Pavim. 12 Pavim. 16 Pavim. 20 Pavim.
Altura total da edificação (cm) 1775 3035 4295 5555 6815
Deslocamento limite (cm) 1,04 1,79 2,53 3,27 4,01
Deslocamento freqüente X 0,07 0,4 1,03 2,11 3,8
(cm) Y 0,5 2,24 6,24 14,33 29,98
71

20

18

16
Numero de Pavimentos

14

12
Vento 0º
10
Vento 90º
8

2
0,00 10,00 20,00 30,00
Deslocamento Horizontal (cm)
Figura 4-15 – Deslocamentos Horizontais - Eberick
72

5 ANÁLISE DE RESULTADOS

Após a análise dos resultados obtidos nas combinações propostas, verifica-se que a
consideração da sobrecarga como carga principal e do vento como carga secundária
(combinações 3 e 4) resultaram em maiores valores dos parâmetros de estabilidade
global do modelo proposto.

Apesar dos resultados obtidos nas demais combinações estarem muito próximos, é
apresentado na sequência a análise dos resultados, considerando apenas as
combinações mais desfavoráveis.

4 PAVIMENTOS

Para o modelo com 4 pavimentos foram obtidos valores para o coeficiente  entre
z
1,02 e 1,03. A estrutura é classificada como nós fixos e os esforços de 2º ordem são
desprezíveis por serem inferiores a 10% dos respectivos esforços de 1º ordem.

Os resultados de 2º Ordem obtidos pela análise P   resultam em valores bem


próximos à análise pelo processo simplificado. Na análise dos deslocamentos os
resultados obtidos estão abaixo dos valores máximos permitidos por norma.

8 PAVIMENTOS

Os resultados obtidos para o modelo com 8 pavimentos apresentam valores para o


coeficiente  entre 1,04 e 1,05 para o programa TQS e entre 1,05 e 1,08 para o
z
programa EBERICK. A estrutura é classificada como uma estrutura de nós fixos e
os esforços de 2º ordem podem ser desprezados por estarem abaixo do limite de
1,1.

Os valores de momento de 2º ordem para o vento 0º foram 5,1% maiores quando


utilizamos ao processo P   . Para o vento incidindo a 90º os valores foram 6,8%
maiores.
73

Os deslocamentos horizontais obtidos pelo TQS estão abaixo, porém próximos ao


limite permitido. Pela análise do EBERICK a estrutura apresenta, para o vento a 90º,
deslocamentos horizontais 25,1% maiores que os valores máximos permitidos.

12 PAVIMENTOS

O programa TQS apresenta valores de 1,06 e 1,08 para o coeficiente  com o


z
vento incidindo a 0º e 90º, respectivamente. Já o programa EBERICK apresenta
valores de 1,07 e 1,13. Neste caso a estrutura seria classificada como uma estrutura
de nós fixos pelo TQS e como uma estrutura de nós móveis pelo EBERICK.

Os valores de momento de 2º ordem obtidos através do processo P   foram 8,0%


maiores para o vento 0º e 11,5% maiores para o vento 90º.

A partir desta altura a estrutura apresenta deslocamentos horizontais excessivos


para o vento incidindo a 90º, superando os valores permitidos para o estado limite de
serviço.

16 PAVIMENTOS

Os valores do coeficiente  para o vento incidindo a 0º e 90º, respectivamente,


z
foram de 1,08 e 1,13 para o TQS e de 1,11 e 1,21 para o EBERICK. A estrutura é
classificada como uma estrutura de nós móveis, devendo-se considerar os efeitos da
não linearidade física e geométrica no dimensionamento.

Os valores de momento de 2º ordem obtidos através do processo P   foram


11,4% maiores para o vento 0º e 17,4% maiores para o vento 90º.

20 PAVIMENTOS

Os valores do coeficiente  para o vento incidindo a 0º e 90º, respectivamente,


z
foram de 1,11 e 1,19 para o TQS e de 1,14 e 1,32 para o EBERICK.
74

A estrutura é classificada como uma estrutura de nós móveis por ambos os


programas, porém no caso dos resultados obtidos pelo EBERICK não seria
permitido a utilização dos métodos aproximados para analise não-linear com 2º
ordem devido ao valor do coeficiente  ser superior a 1,3.
z

Os valores de momento de 2º ordem obtidos através do processo P   foram


14,8% maiores para o vento 0º e 25,6 % maiores para o vento 90º.
75

6 CONCLUSÕES

Através do modelo estrutural apresentado, percebe-se que mesmo para uma


estrutura de pequeno porte pode existir mais de uma solução, podendo resultar em
interpretações equivocadas, conseqüentemente no aumento do custo da estrutura,
ou até mesmo por em risco a utilização da mesma, provocando sérios problemas de
patologias.

Portanto, encontrar uma solução logo no primeiro estudo que apresente um bom
desempenho em termos de dimensionamento, verificação da estabilidade global e
economia nos materiais é uma tarefa trabalhosa. Assim, tanto as variações quanto
as condições de contorno da estrutura e seus coeficientes de ponderação das ações
devem ser devidamente verificados, encontrando-se assim o melhor caminho para
obter uma estrutura econômica e que proporcione condições de segurança mínimas
previstas nas normas vigentes.

Os programas de análise estrutural facilitam o estudo, mas não fazem a análise


propriamente dita do modelo estrutural. Esta deve ser feita pelo engenheiro
responsável, que, preferivelmente, deve possuir um bom conhecimento teórico
aliado aos métodos executivos, mitigando a possibilidade do surgimento de cargas
acidentais ou deslocamentos não previstos em cálculo, gerados por problemas
durante a execução em obra.

Para a estrutura apresentada, fica a comprovação de que o aumento de pavimentos


gera deslocamentos na estrutura e um aumento no momento na base do edifício.

Para a estrutura com 4 pavimentos os programas utilizados na comparação dos


cálculos apresentaram resultados muito próximos com o cálculo manual conforme a
NBR 6118 (ABNT 2003) em todas as avaliações, desde as resultantes das cargas
horizontais e verticais até a avaliação dos efeitos de 2º ordem.

Os resultados obtidos para o modelo acima de 4 pavimentos apresentaram algumas


variações que podem ter sido causadas devido a alguma divergência em relação à
76

configuração dos mesmos e pelo fato de que alguns programas adotarem no cálculo
dos parâmetros de estabilidade considerações adicionais e possíveis desvios
durante a construção e demais aproximações de cálculo, resultando em valores mais
conservadores.
77

7 BIBLIOGRAFIA

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do 47º Congresso Brasileiro do concreto. vol. XII – Projeto de estruturas de concreto,
pp. XII492-505. Ibracon.
80

Anexo A
81

Cálculos de pré-dimensionamento

As considerações para o pré-dimensionamento para os


carregamentos nas vigas estão presentes nas Tabelas a seguir:

LAJE h (cm) γ. (kN/m²)


laje maciça de concreto armado 12,0 cm 3,00 kN/m²
Total P.P. (G0): 3,00 kN/m²
Contrapiso 3,0 cm 0,63 kN/m²
Revestimento 3,0 cm 0,84 kN/m²
Total C.Perm. (G1): 1,47 kN/m²
SOBRECARGA
Cobertura: sem acesso ao público 2,0 kN/m²

ALVENARIA – PAVIMENTO TÉRREO


bw.alv h.alv γ. alv g. alv
ALVENARIA
(cm) (m) kN/m³ kN/m
Alvenaria externa - 1 tijolo maciço 20,0 3,15 18 11,34 kN/m
Revestimento externo 2,5 3,15 19 1,50 kN/m
Revestimento interno 2,5 3,15 19 1,50 kN/m
Total: 14,40 kN/m

ALVENARIA – PAVIMENTO TIPO


bw.alv h.alv γ. alv g. alv
ALVENARIA
(cm) (m) kN/m³ kN/m
Alvenaria externa - 1 tijolo maciço 20,0 2,65 18 9,54 kN/m
Revestimento externo 2,5 2,65 19 1,26 kN/m
Revestimento interno 2,5 2,65 19 1,26 kN/m
Total: 12,10 kN/m
82

CÁLCULOS DE PRÉ-DIMENSIONAMENTO – PAVIMENTO TÉRREO

PESO PRÓPRIO (tf) - PAVIMENTO TÉRREO


bw h L G0 G1 R.laje P Fz M+ M-
(cm) (cm) (m) (tf/m) (tf/m) (tf/m) (tf/m) (tf) (tf.m) (tf.m)
V1-A 30 60 5,00 0,41 - 0,00 0,41 0,81 0,81 -1,01
V1-B 30 60 5,00 0,39 - 0,00 0,39 2,18 0,24 -0,97
V1-C 30 60 5,00 0,41 - 0,00 0,41 0,81 0,81 -1,01
V3 30 60 5,00 0,39 - 0,00 0,39 0,97 0,90 1,10
V4 30 60 5,00 0,42 - 0,00 0,42 1,06 0,90 1,20
V5 30 60 5,00 0,42 - 0,00 0,42 1,06 0,90 1,20
V6 30 60 5,00 0,39 - 0,00 0,39 0,97 0,90 1,10
V2-A 30 60 5,00 0,41 - 0,00 0,41 0,81 0,81 -1,01
V2-B 30 60 5,00 0,39 - 0,00 0,39 2,18 0,24 -0,97
V2-C 30 60 5,00 0,41 - 0,00 0,41 0,81 0,81 -1,01

a b h G0. Pilar
Peso Próprio do Pilar:
(cm) (cm) (m) (tf)
Pilar P.1 a P.8 30 70 4,65 2,44 tf

0,81 tf P.2 2,18 tf P.3 2,18 tf 0,81 tf


P.1 0,97 tf 1,06 tf 1,06 tf 0,97 tf P.4

P.5 0,97 tf 1,06 tf 1,06 tf 0,97 tf P.8


0,81 tf P.6 2,18 tf P.7 2,18 tf 0,81 tf

P.1 4,22 tf P.2 5,68 tf P.3 5,68 tf P.2 4,22 tf


P.5 4,22 tf P.6 5,68 tf P.7 5,68 tf P.8 4,22 tf
83

PERMANENTE (tf) - PAVIMENTO TÉRREO


bw h L G0 G1 R.laje P Fz M+ M-
(cm) (cm) (m) (tf/m) (tf/m) (tf/m) (tf/m) (tf) (tf.m) (tf.m)
V1-A 30 60 5,00 - 1,30 0,00 1,30 2,59 2,59 -3,24
V1-B 30 60 5,00 - 1,24 0,00 1,24 6,98 0,77 -3,10
V1-C 30 60 5,00 - 1,30 0,00 1,30 2,59 2,59 -3,24
V3 30 60 5,00 - 1,24 0,00 1,24 3,10 2,60 3,30
V4 30 60 5,00 - 1,35 0,00 1,35 3,38 2,90 3,60
V5 30 60 5,00 - 1,35 0,00 1,35 3,38 2,90 3,60
V6 30 60 5,00 - 1,24 0,00 1,24 3,10 2,60 3,30
V2-A 30 60 5,00 - 1,30 0,00 1,30 2,59 2,59 -3,24
V2-B 30 60 5,00 - 1,24 0,00 1,24 6,98 0,77 -3,10
V2-C 30 60 5,00 - 1,30 0,00 1,30 2,59 2,59 -3,24

2,59 tf P.2 6,98 tf P.3 6,98 tf 2,59 tf


P.1 3,10 tf 3,38 tf 3,38 tf 3,10 tf P.4

P.5 3,10 tf 3,38 tf 3,38 tf 3,10 tf P.8


2,59 tf P.6 6,98 tf P.7 6,98 tf 2,59 tf

P.1 5,69 tf P.2 10,37 tf P.3 10,37 tf P2 5,69 tf


P.5 5,69 tf P.6 10,37 tf P.7 10,37 tf P8 5,69 tf
84

CÁLCULOS DE PRÉ-DIMENSIONAMENTO – PAVIMENTO TIPO

PESO PRÓPRIO (tf) - PAVIMENTO TIPO


bw h L G0 G1 R.laje P Fz M+ M-
(cm) (cm) (m) (tf/m) (tf/m) (tf/m) (tf/m) (tf) (tf.m) (tf.m)
V1-A 30 60 5,00 0,41 - 0,27 0,68 1,36 1,36 -1,70
V1-B 30 60 5,00 0,39 - 0,22 0,60 3,55 0,38 -1,51
V1-C 30 60 5,00 0,41 - 0,27 0,68 1,36 1,36 -1,70
V3 30 60 5,00 0,39 - 0,35 0,74 1,84 1,60 2,00
V4 30 60 5,00 0,42 - 1,14 1,56 3,90 3,30 4,10
V5 30 60 5,00 0,42 - 1,14 1,56 3,90 3,30 4,10
V6 30 60 5,00 0,39 - 0,35 0,74 1,84 1,60 2,00
V2-A 30 60 5,00 0,41 - 0,27 0,68 1,36 1,36 -1,70
V2-B 30 60 5,00 0,39 - 0,22 0,60 3,55 0,38 -1,51
V2-C 30 60 5,00 0,41 - 0,27 0,68 1,36 1,36 -1,70

a b h G0. Pilar
Peso Próprio do Pilar:
(cm) (cm) (m) (tf)
Pilar P.1 a P.8 30 70 3,15 1,65 tf

1,36 tf P.2 3,55 tf P.3 3,55 tf 1,36 tf


P.1 1,84 tf 3,90 tf 3,90 tf 1,84 tf P.4

P.5 1,84 tf 3,90 tf 3,90 tf 1,84 tf P.8


1,36 tf P.6 3,55 tf P.7 3,55 tf 1,36 tf

P.1 4,85 tf P.2 9,10 tf P.3 9,10 tf P.2 4,85 tf


P.5 4,85 tf P.6 9,10 tf P.7 9,10 tf P.8 4,85 tf
85

PERMANENTE (tf) - PAVIMENTO TIPO


bw h L G0 G1 R.laje P Fz M+ M-
(cm) (cm) (m) (tf/m) (tf/m) (tf/m) (tf/m) (tf) (tf.m) (tf.m)
V1-A 30 60 5,00 - 1,09 0,13 1,22 2,45 2,45 -3,06
V1-B 30 60 5,00 - 1,04 0,11 1,15 6,54 0,72 -2,87
V1-C 30 60 5,00 - 1,09 0,13 1,22 2,45 2,45 -3,06
V3 30 60 5,00 - 1,04 0,17 1,21 3,03 2,60 3,20
V4 30 60 5,00 - 1,14 0,56 1,69 4,24 3,60 4,50
V5 30 60 5,00 - 1,14 0,56 1,69 4,24 3,60 4,50
V6 30 60 5,00 - 1,04 0,17 1,21 3,03 2,60 3,20
V2-A 30 60 5,00 - 1,09 0,13 1,22 2,45 2,45 -3,06
V2-B 30 60 5,00 - 1,04 0,11 1,15 6,54 0,72 -2,87
V2-C 30 60 5,00 - 1,09 0,13 1,22 2,45 2,45 -3,06

2,45 tf P.2 6,54 tf P.3 6,54 tf 2,45 tf


P.1 3,03 tf 4,24 tf 4,24 tf 3,03 tf P.4

P.5 3,03 tf 4,24 tf 4,24 tf 3,03 tf P.8


2,45 tf P.6 6,54 tf P.7 6,54 tf 2,45 tf

P.1 5,47 tf P.2 10,77 tf P.3 10,77 tf P2 5,47 tf


P.5 5,47 tf P.6 10,77 tf P.7 10,77 tf P8 5,47 tf
86

SOBRECARGA (tf) - PAVIMENTO TIPO


bw h L G0 G1 R.laje P Fz M+ M-
(cm) (cm) (m) (tf/m) (tf/m) (tf/m) (tf/m) (tf) (tf.m) (tf.m)
V1-A 30 60 5,00 - - 0,18 0,18 0,37 0,37 -0,46
V1-B 30 60 5,00 - - 0,14 0,14 0,91 0,09 -0,36
V1-C 30 60 5,00 - - 0,18 0,18 0,37 0,37 -0,46
V3 30 60 5,00 - - 0,23 0,23 0,58 0,50 0,70
V4 30 60 5,00 - - 0,76 0,76 1,89 1,60 2,00
V5 30 60 5,00 - - 0,76 0,76 1,89 1,60 2,00
V6 30 60 5,00 - - 0,23 0,23 0,58 0,50 0,70
V2-A 30 60 5,00 - - 0,18 0,18 0,37 0,37 -0,46
V2-B 30 60 5,00 - - 0,14 0,14 0,91 0,09 -0,36
V2-C 30 60 5,00 - - 0,18 0,18 0,37 0,37 -0,46

0,37 tf P.2 0,91 tf P.3 0,91 tf 0,37 tf


P.1 0,58 tf 1,89 tf 1,89 tf 0,58 tf P.4

P.5 0,58 tf 1,89 tf 1,89 tf 0,58 tf P.8


0,37 tf P.6 0,91 tf P.7 0,91 tf 0,37 tf

P.1 0,95 tf P.2 2,80 tf P.3 2,80 tf P2 0,95 tf


P.5 0,95 tf P.6 2,80 tf P.7 2,80 tf P8 0,95 tf
87

CÁLCULOS DE PRÉ-DIMENSIONAMENTO – COBERTURA

PESO PRÓPRIO (tf) - COBERTURA


bw h L G0 G1 R.laje P Fz M+ M-
(cm) (cm) (m) (tf/m) (tf/m) (tf/m) (tf/m) (tf) (tf.m) (tf.m)
V1-A 30 60 5,00 0,41 - 0,27 0,68 1,36 1,36 -1,70
V1-B 30 60 5,00 0,39 - 0,22 0,60 3,55 0,38 -1,51
V1-C 30 60 5,00 0,41 - 0,27 0,68 1,36 1,36 -1,70
V3 30 60 5,00 0,39 - 0,35 0,74 1,84 1,60 2,00
V4 30 60 5,00 0,42 - 1,14 1,56 3,90 3,30 4,10
V5 30 60 5,00 0,42 - 1,14 1,56 3,90 3,30 4,10
V6 30 60 5,00 0,39 - 0,35 0,74 1,84 1,60 2,00
V2-A 30 60 5,00 0,41 - 0,27 0,68 1,36 1,36 -1,70
V2-B 30 60 5,00 0,39 - 0,22 0,60 3,55 0,38 -1,51
V2-C 30 60 5,00 0,41 - 0,27 0,68 1,36 1,36 -1,70

1,36 tf P.2 3,55 tf P.3 3,55 tf 1,36 tf


P.1 1,84 tf 3,90 tf 3,90 tf 1,84 tf P.4

P.5 1,84 tf 3,90 tf 3,90 tf 1,84 tf P.8


5 1,36 tf P.6 3,55 tf P.7 3,55 tf 1,36 tf

P.1 3,20 tf P.2 7,45 tf P.3 7,45 tf P.2 3,20 tf


P.5 3,20 tf P.6 7,45 tf P.7 7,45 tf P.8 3,20 tf
88

PERMANENTE (tf) - COBERTURA


bw h L G0 G1 R.laje P Fz M+ M-
(cm) (cm) (m) (tf/m) (tf/m) (tf/m) (tf/m) (tf) (tf.m) (tf.m)
V1-A 30 60 5,00 - - 0,13 0,13 0,27 0,27 -0,34
V1-B 30 60 5,00 - - 0,11 0,11 0,67 0,07 -0,27
V1-C 30 60 5,00 - - 0,13 0,13 0,27 0,27 -0,34
V3 30 60 5,00 - - 0,17 0,17 0,43 0,40 0,50
V4 30 60 5,00 - - 0,56 0,56 1,39 1,20 1,50
V5 30 60 5,00 - - 0,56 0,56 1,39 1,20 1,50
V6 30 60 5,00 - - 0,17 0,17 0,43 0,40 0,50
V2-A 30 60 5,00 - - 0,13 0,13 0,27 0,27 -0,34
V2-B 30 60 5,00 - - 0,11 0,11 0,67 0,07 -0,27
V2-C 30 60 5,00 - - 0,13 0,13 0,27 0,27 -0,34

0,27 tf P.2 0,67 tf P.3 0,67 tf 0,27 tf


P.1 0,43 tf 1,39 tf 1,39 tf 0,43 tf P.4

P.5 0,43 tf 1,39 tf 1,39 tf 0,43 tf P.8


0,27 tf P.6 0,67 tf P.7 0,67 tf 0,27 tf

P.1 0,70 tf P.2 2,06 tf P.3 2,06 tf P2 0,70 tf


P.5 0,70 tf P.6 2,06 tf P.7 2,06 tf P8 0,70 tf
89

SOBRECARGA (tf) - COBERTURA


bw h L G0 G1 R.laje P Fz M+ M-
(cm) (cm) (m) (tf/m) (tf/m) (tf/m) (tf/m) (tf) (tf.m) (tf.m)
V1-A 30 60 5,00 - - 0,18 0,18 0,37 0,37 -0,46
V1-B 30 60 5,00 - - 0,14 0,14 0,91 0,09 -0,36
V1-C 30 60 5,00 - - 0,18 0,18 0,37 0,37 -0,46
V3 30 60 5,00 - - 0,23 0,23 0,58 0,50 0,70
V4 30 60 5,00 - - 0,76 0,76 1,89 1,60 2,00
V5 30 60 5,00 - - 0,76 0,76 1,89 1,60 2,00
V6 30 60 5,00 - - 0,23 0,23 0,58 0,50 0,70
V2-A 30 60 5,00 - - 0,18 0,18 0,37 0,37 -0,46
V2-B 30 60 5,00 - - 0,14 0,14 0,91 0,09 -0,36
V2-C 30 60 5,00 - - 0,18 0,18 0,37 0,37 -0,46

0,37 tf P.2 0,91 tf P.3 0,91 tf 0,37 tf


P.1 0,58 tf 1,89 tf 1,89 tf 0,58 tf P.4

P.5 0,58 tf 1,89 tf 1,89 tf 0,58 tf P.8


0,37 tf P.6 0,91 tf P.7 0,91 tf 0,37 tf

P.1 0,95 tf P.2 2,80 tf P.3 2,80 tf P2 0,95 tf


P.5 0,95 tf P.6 2,80 tf P.7 2,80 tf P8 0,95 tf
90

CÁLCULOS DAS REAÇÕES NAS LAJES POR ÁREA DE INFLUÊNCIA

Reações das lajes - Area de Influência G0 = 0,300 tf/m² G1 = 0,147 tf/m² q = 0,200 tf/m²
L A1 A2 A3 A4 R1 R2 R3 R4 R1 R2 R3 R4 R1 R2 R3 R4
0,60 0,27 0,35 0,27 0,30 0,13 0,17 0,13 0,40 0,18 0,23 0,18
L1 5,00 10,05 4,58 5,80 4,58
V4 V2-A V3 V1-A V4 V2-A V3 V1-A V4 V2-A V3 V1-A
0,53 0,22 0,53 0,22 0,26 0,11 0,26 0,11 0,36 0,14 0,36 0,14
L2 5,00 8,89 3,61 8,89 3,61
V5 V2-B V4 V1-B V5 V2-B V4 V1-B V5 V2-B V4 V1-B
0,60 0,27 0,35 0,27 0,30 0,13 0,17 0,13 0,40 0,18 0,23 0,18
L3 5,00 10,05 4,58 5,80 4,58
V5 V2-C V6 V1-C V5 V2-C V6 V1-C V5 V2-C V6 V1-C

RESUMO DAS REAÇÕES DE APOIO

G0 G1 Q Característica Combinação 1 e 2 Combinação 3 e 4


P.1 26,8 tf 28,3 tf 4,7 tf 59,8 tf 79,1 tf 81,1 tf
P.2 49,5 tf 55,5 tf 14,0 tf 119,1 tf 155,8 tf 161,7 tf
P.3 49,5 tf 55,5 tf 14,0 tf 119,1 tf 155,8 tf 161,7 tf
P.4 26,8 tf 28,3 tf 4,7 tf 59,8 tf 79,1 tf 81,1 tf
P.5 26,8 tf 28,3 tf 4,7 tf 59,8 tf 79,1 tf 81,1 tf
P.6 49,5 tf 55,5 tf 14,0 tf 119,1 tf 155,8 tf 161,7 tf
P.7 49,5 tf 55,5 tf 14,0 tf 119,1 tf 155,8 tf 161,7 tf
P.8 26,8 tf 28,3 tf 4,7 tf 59,8 tf 79,1 tf 81,1 tf
Total: 305,37 tf 335,21 tf 75,00 tf 715,58 tf 939,78 tf 971,28 tf

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