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TCC - Douglas Medeiros Dorneles
TCC - Douglas Medeiros Dorneles
CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
elaborado por
Douglas Medeiros Dorneles
COMISSÃO EXAMINADORA:
_______________________________________
Prof. Dr. Joaquim C. Pizzutti dos Santos
(Presidente/Orientador)
_______________________________________
Prof. Dr. Marcos A. Oss Vaghetti
(Avaliador, UFSM)
_______________________________________
Prof. Dr. Rogerio C. Antocheves de Lima
(Avaliador, UFSM)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço aos meus pais, Jorge e Vanda, pela educação, suporte e
esforço para que enfim chegasse a esse momento. Espero poder recompensá-los e que sintam
orgulho do seu filho.
Ao meu irmão, Diogo, que embora brigas e discussões sempre foi solícito na hora em
que precisei e que, se em algum momento cometeu erros, jamais se absteve do seu papel de
irmão e exemplo.
À minha namorada, Andressa, por ter paciência e compreender minhas noites em claro
e meu período de “quarentena” até o término do presente trabalho. A ti, todo meu carinho e
amor.
Aos amigos e colegas de faculdade, pelo incentivo e pela história que construímos no
decorrer desses cinco anos. Sem vocês certamente esse momento não chegaria e, se chegasse,
perderia o brilhantismo da vitória.
À Universidade Federal de Santa Maria, por toda estrutura física e seu corpo docente
que além de proporcionar o conhecimento teórico também ajudou a compor o homem que sou
hoje.
Por último, mas não sem menos importância, a Deus, pelo dom da vida e pela chance
de concluir mais uma etapa da minha trajetória.
4
Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que o
melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas Graças a Deus, não
sou o que era antes (Marthin Luther King).
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RESUMO
Palavras chave: Construção civil. Tipos de Lajes. Laje nervurada com EPS.
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ABSTRACT
The current scenario of Brazilian civil construction industry is going through a time of
growth, transforming cities and creating new alternatives and construction methods aiming to
obtain lower costs and greater agility in the execution and completion of construction works.
Given this assumption, the following paper seeks to present a study on the different types of
slabs used in the Brazilian construction industry through a detailed literature review and,
faced with the possibilities demonstrated, a case study of a slab used in the construction of a
residential apartment building in the city of Santa Maria-RS will be presented, being this slab
the ribbed type with EPS filling, an atypical slab in Santa Maria scenario. The positive and
negative factors of the ribbed type slab with EPS filling will also be presented, thus defining
whether it is a correct or not choice when faced with the benefits it will bring to the
construction work execution. Therefore, at the end of this paper, we have a greater knowledge
about this structural element and an increased certainty of the better choice given the needs
found during the construction work. As the conclusion of this work the benefit of the use of
fillers in slabs can be observed, in particular the benefits of expanded polystyrene, which
provided a great reduction in concrete usage, in addition to reducing the weight of the overall
structure and favor the thermal-acoustic comfort of the final structure.
Key Words: Civil Construction; Slabs; Ribbed type slab with EPS filling.
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LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
Cm Centímetro
EPS Poliestireno Expandido
Fck Resistência característica do concreto à
compressão
H Altura da laje
Hf Espessura da camada de concreto
Ht Altura da treliça
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística
kN Quilo Newton
M Metro
Mpa Mega Pascal
NBR Norma brasileira
PET Poli(Tereftalato de Etileno)
T Tonelada
VC Vigota de concreto armado
VP Vigota protendida
VT Vigota treliçada
Φ Diâmetro
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................13
1.1 Objetivo Geral...................................................................................................................14
1.2 Objetivos Específicos........................................................................................................14
1.3 Justificativa........................................................................................................................15
2 REVISÃO DA LITERATURA...........................................................................................16
2.1 Definição de Lajes.............................................................................................................16
2.2 Histórico de Lajes..............................................................................................................17
2.3 Tipos de lajes de concreto armado..................................................................................17
2.4 Lajes Maciças....................................................................................................................18
2.4.1 Processo de execução de lajes maciças............................................................................19
2.4.2 Vantagens e Desvantagens do uso de lajes maciças........................................................21
2.4.3 Balanço Final do uso de lajes maciças............................................................................21
2.5 Lajes Cogumelos com capitéis e Lajes sem capitéis.....................................................21
2.5.1 Vantagens e Desvantagens do uso..................................................................................22
2.6 Lajes Pré-Fabricadas........................................................................................................23
2.6.1 Materiais Pré-fabricados..................................................................................................24
2.6.1.1 – Vigotas............................................................................................................24
2.6.1.2 – Elementos de Preenchimento.....................................................................................26
2.6.2 Lajes Pré-Fabricadas Treliçadas......................................................................................26
2.6.2.1 Características de projeto da laje treliçada....................................................................27
2.6.2.2 Caso particular de laje treliçada com enchimento por garrafas PET............................28
2.6.3 Montagem de Lajes com Vigotas Pré-Fabricadas............................................................28
2.6.4 Vantagens e Desvantagens do uso de lajes pré-fabricadas..............................................31
2.7 Painéis Pré-Moldados.......................................................................................................32
2.7.1 Painéis de Lajes Alveolares.............................................................................................33
2.7.2 Particularidades do Painel Alveolar.................................................................................35
2.7.3 Execução dos Painéis Alveolares.....................................................................................35
2.7.4 Vantagens e Desvantagens do uso de lajes alveolares.....................................................37
2.7.5 Lajes Unialveolares..........................................................................................................39
2.7.5.1 Montagem das lajes unialveolares................................................................................40
2.8 Laje Steel Deck..................................................................................................................41
2.8.1 Características..................................................................................................................42
2.8.2 Montagem e execução das lajes steel deck......................................................................43
2.8.3 Vantagens e desvantagens das lajes steel deck............................................................44
2.9 Lajes Plissadas.................................................................................................................45
2.10 Lajes Translúcidas..........................................................................................................48
2.11 Lajes Nervuradas............................................................................................................48
2.11.1 Características das lajes nervuradas...............................................................................49
2.11.2 Materiais de preenchimento das lajes nervuradas..........................................................52
2.11.2.1 Blocos Cerâmicos.......................................................................................................52
2.11.2.2 Concreto celular autoclavado......................................................................................53
2.11.2.3 Lajes nervuradas com EPS..........................................................................................54
2.11.2.4 Lajes nervuradas com fôrmas de polipropileno..........................................................55
2.11.3 Montagem das lajes nervuradas.....................................................................................56
2.11.4 Vantagens e desvantagens das lajes nervuradas............................................................58
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1 INTRODUÇÃO
Segundo a ABNT 6118:2003, item 14.4.2.1, tem-se a definição estrutural que lajes ou
placas (denominação usada mais em Portugal) são “elementos de superfície plana sujeitos
principalmente a ações normais a seu plano. As placas de concreto são usualmente
denominadas de lajes”. Também podemos ter uma definição estrutural, que diz que a laje se
define em projeto como “a concepção de espaço, este definido por um plano de apoio – a laje
– sobre a qual iremos construir e elaborar este espaço” (BARROSO, 2011).
Em síntese, temos que a laje é o elemento construtivo que serve como piso ou
cobertura de uma edificação, geralmente dividindo os diferentes pavimentos das edificações e
que distribui as cargas em pilares ou vigas. As lajes, dependendo dos seus elementos
constituintes, podem trazer diferentes características, como maior resistência, isolamento
acústico, peso próprio.
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O estudo deste trabalho tem por finalidade realizar os seguintes objetivos específicos:
1.3 Justificativa
2 REVISÃO DA LITERATURA
Mas foi com o surgimento do concreto armado que tivemos um grande avanço na
tecnologia de lajes, chegando a estruturas que encontramos hoje no cenário da construção
civil, como as lajes maciças, mistas e pré-moldadas. Em sequência serão apresentados os tipos
de lajes em concreto armado que encontramos no mercado brasileiro.
As lajes podem ser classificadas de diversas formas, como pela sua natureza, seu
suporte (tipo de apoio), mas geralmente são divididas em dois grandes grupos: lajes pré-
moldadas e lajes moldadas in loco. A diferença entre os dois grupos é baseada em sua
fabricação, seja no meio industrial (lajes pré-fabricadas) conforme a Figura 2a, ou construída
por completo no local (in loco) da obra (Figura 2b).
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Como o próprio nome diz, são lajes compostas por placas maciças de concreto. Podem
ser de compostas de concreto armado ou protendido.
Foram as primeiras lajes de concreto armado e por isso tem uma mão-de-obra
facilmente adquirida e treinada. Possuem elevado peso próprio (não possuem material de
enchimento) e não conseguem vencer grandes vãos (recomenda-se entre 3,5 e 5m). As placas
maciças possuem armaduras longitudinais de flexão (em poucos casos levam armadura
transversal). A laje maciça é normalizada pela NBR 6118:2003, a qual define como
espessuras mínimas:
Já em relação aos materiais de lajes maciças, a NBR 6118:2003, em seus itens 8.2.1
(concreto) e 8.3.1, define:
5º Passo: Desforma – Deve ser realizada quando o concreto atinge sua resistência
mecânica, geralmente no seu 28º dia. Normalizado pela NBR 14931:2004, em síntese
especifica cuidados e evitar choques bruscos na estrutura.
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Vantagens
- Elevado número de vigas que acaba por definir pórticos, que proporcionam a
propriedade de chapa e auxilia o processo de contraventamento;
Desvantagens
- Elevado consumo de concreto, que pode apresentar de 50% até 2/3 do concreto
usado globalmente;
O uso de lajes maciças deve ser feito só em casos mais simples, em que não haja uma
mão-de-obra minimamente qualificada e nem alternativas que tornem a laje mista (com
preenchimento de outro material).
projeção da laje ao redor dos pilares, que no contato laje-pilar ameniza o efeito de punção
(efeito de punção é a tendência do pilar furar a laje), conforme Figura 5.
Continuando, segundo Albuquerque (1999 apud SILVA, 2002) com a utilização mais
frequente das lajes lisas, observou-se que a utilização de vigas nas bordas do pavimento trazia
uma série de vantagens, sem com isso prejudicar o conceito da ausência de recortes na forma
do pavimento:
A seguir serão apresentados alguns elementos que não são fabricados in loco e sim por
indústrias:
- Vigotas de concreto armado (VC) – São vigotas tipo trilho, formam um T invertido e
tem armadura passiva envolta totalmente pelo concreto. Geralmente são associadas a
elementos de preenchimento que serão demonstrados na sequência do trabalho. A NBR
14859/02 especifica colocação de espaçadores (que garantirão o correto posicionamento da
armadura na hora de concretar) em no máximo 50 cm de distância um do outro. A armadura é
longitudinal, colocada na parte inferior e resiste às tensões de tração. A figura 7 ilustra esse
tipo de vigota.
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- Vigotas de concreto protendido (VP) – Também são vigotas tipo trilho, formam um
T invertido e como é de concreto protendido possui armadura ativa pré-tensionada que é
envolta totalmente pelo concreto. Geralmente são associadas a elementos de preenchimento,
melhor exemplificado na figura 8.
- Vigotas treliçadas (VT) – São utilizadas em lajes treliçadas, que serão apresentadas
no próximo item. Possui armadura em forma de treliça e a seção de concreto é uma pequena
camada que não envolve totalmente a armadura. Dependendo da especificação do projeto,
pode necessitar de armadura inferior de tração que estará totalmente englobada pela seção de
concreto. A figura 9 apresenta a seção transversal de uma vigota treliçada.
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- Base: dois fios de aço paralelos com Φ 4,2 a 6 mm (chamados de banzos inferiores);
- Ligação entre base e topo: fios de aço diagonais (Sinusóides) ligados aos banzos por
eletrofusão;
Fonte: FK Comércio
- Altura da laje (H) – Altura de projeto, geralmente em função dos vãos e solicitações
a qual a laje estará sujeita;
Para a determinação do aço presente na laje com vigotas treliçadas segue a Tabela 2 da
NBR 14859/2002.
2.6.2.2 Caso particular de laje treliçada com enchimento por garrafas PET - Uma nova
opção na tecnologia de lajes é a laje treliçada com preenchimento de garrafas PET (Poli
Tereftalato de Etileno). Algumas empresas vêm trabalhando essa alternativa, como a empresa
SALEMA, de São Bernardo do Campo – SP. A empresa se baseia na NBR 14859-1 que
define que os elementos de enchimento devem suportar, no mínimo, carga mínima de ruptura
igual a 0,7 kN. É uma alternativa de baixo custo, que deve ser somente usada em obras de laje
de cobertura que não necessitem maiores carregamentos e não seja de edifícios muito altos
(evitando a falha da laje não exercer o papel de chapa). As figuras 11a e 11b apresentam uma
laje treliçada com enchimento de garrafas PET.
Neste item serão apresentados os passos para a execução de uma laje com vigotas pré-
fabricadas.
Fonte: Tijolaje
2º Passo: Colocação das Vigotas – Primeiro, deve-se planejar o içamento das vigotas.
A colocação das vigotas deve seguir como especificado em projeto. Para auxílio, pode-se
colocar o material de enchimento para conferência de gabarito. As vigotas devem se apoiar
sobre a linha de escoramento criada no primeiro passo. Nas extremidades da laje as vigotas
podem ser colocadas sobre vigas de concreto armado ou sobre a alvenaria. Caso se apoiem
sobre vigas, devem usar fôrmas e caso se apoiem sobre a alvenaria, deve-se criar uma cinta de
amarração. A figura 13 ilustra a realização da disposição das vigotas.
Fonte: Concrenasa
30
O sistema de lajes pré-fabricadas traz uma grande gama de vantagens, dentre elas:
- Altos valores de deslocamentos transversais em obras muito altas, pois a laje não tem
desempenho ideal de chapa.
Os painéis pré-moldados são peças maiores que as vigotas e também podem ser
preenchidos com outros materiais, a fim de reduzir o gasto de concreto e conferir a estrutura
um menor peso próprio e maior agilidade na construção. Na construção civil brasileira seu uso
já está bastante disseminado e muitas obras de grande porte se utilizam desses materiais,
principalmente em obras de multinacionais, como mercados de varejo e também em lajes de
tabuleiros de pontes. Os painéis pré-moldados protendidos conferem à laje um maior vão e
uma menor espessura, pois graças a sua geometria e a sua submissão antecipada acidental de
tensões conseguem distribuir com maior eficácia os esforços a que serão propostos em obra.
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Migliore ao mencionar Melo disse que existem basicamente dois tipos de lajes
alveolares: a extrudada e a moldada, ou seja, dependem da sua forma de fabricação (MELO,
2004, apud MIGLIORE, 2008). As lajes alveolares moldadas são fabricadas em formas fixas
enquanto as lajes alveolares extrudadas são executadas em formas deslizantes em longas
pistas de concretagem com uso de concreto protendido (EL DEBS 2000). As lajes extrudadas
apresentam como característica do concreto um valor um fator água-cimento muito baixo,
apresentam uma melhor qualidade final, garantindo uma resistência à compressão e menor
porosidade do concreto.
Fonte: R4 Tecnologia
As lajes com painel alveolar possuem como características, segundo EL DEBS (2000):
Por serem lajes pré-moldadas, sua montagem caracteriza-se por ser prática, ágil e
geralmente é especificada pelo fabricante. Dentre as principais características gerais de
montagem, temos:
Fonte: Construindo
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Fonte: Premodisa
- Canteiro de obra deve ter espaço suficiente para estocagem de laje e elementos de
içamento do material;
- Mão-de-obra especializada;
Em geral essas lajes são indicadas quando há prazos curtos e aporte financeiro
disponível a fim de investir em equipamentos, como gruas. São principalmente aconselhadas
para vencer grandes vãos.
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As lajes unialveolares são uma derivação da laje alveolar, geralmente usada para vãos
particulares de indústrias. Essas lajes foram desenvolvidas e possuem patente das empresas
R4/ESESP de São Paulo. Tem como características o uso de vigas unialveolares protendidas
(visualizadas na Figura 25) e capeamento moldado in loco. Possui fabricação semelhante aos
painéis alveolares, com pista de extrusão, concreto com cimento de alta resistência inicial e
baixa relação água/cimento.
A laje é composta por viga unialveolares que podem ser dispostas de duas formas,
conforme a Figura 26: a) Justapostas, que terão poliestireno expandido (isopor) em seus vãos,
que lhe proporcionará uma superfície inferior lisa e suportar maiores sobrecargas; b) por
intereixos afastados, que necessitam de fôrmas especiais no capeamento e lhe conferem
compatibilização de projetos, pois as instalações elétricas, hidráulicas podem ser embutidas
entre os vãos das vigas. A montagem em intereixos geralmente é feita em obras com forro,
como escritórios.
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A laje formada por vigas unialveolares montadas por intereixos possui um peso
próprio muito inferior, com base em informação da Revista Tèchne (2005), cerca de 40% do
peso próprio de uma laje de painel alveolar é reduzido com o uso de vigas unialveolares.
Além disso, com a redução da superfície do painel, também ocorre redução do aço, em torno
de 50%. A geometria da viga auxilia no momento do capeamento, devido a sua seção ser em
“I”.
- Inexistência de escoras;
A laje steel deck é uma laje que visa a completa racionalização de materiais pois além
de armadura funciona também como fôrma. Com a concretagem, aço e concreto trabalham em
conjunto, formando uma laje mista em que a chapa de aço torna-se armadura positiva. A steel
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deck ainda não possui normalização, por isso baseia-se em NBR de projeto de estruturas de
concreto (NBR 6118) e NBR de estrutura de aço (NBR8800 – Projeto de estruturas de aço e
de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios).
2.8.1 Características
Surgiram no Estados Unidos, por volta de 1930 quando notou-se benefícios na criação
de uma laje mista de concreto com chapas metálicas. Atualmente possui ampla utilização.
Segundo a empresa brasileira MET@LICA, a laje steel deck tem como particularidades:
As etapas de montagem e execução das lajes steel deck são estipuladas pelo fabricante.
Em caráter geral, praticam-se os seguintes passos:
2º Passo: Sua montagem é realizada com base nas especificações do fabricante e após
a montagem, são colocados os stud bolts através de solda por eletrofusão (são soldados na
viga, penetrando na chapa de aço). Dentre os conectores temos o pino com cabeça (Figura
30);
Fonte: Met@lica
3º Passo: Colocação das armaduras adicionais (geralmente são malhas quadradas com
pequenos vãos);
Fonte: Met@lica
Figura 32 – Produto final concretado, no corte temos a laje, armadura e stud bolt
Fonte: Met@lica
- Seu uso é benéfico até 2,5 metros de vão, caso contrário, necessita de escoramento,
por exemplo;
- Não possui uma especificação direta e se baseia em normas estrangeiras ou nbrs que
competem a lajes pré-fabricadas;
- Caso a estética seja um elemento a ser considerado, necessita de forro suspenso para
esconder a chapa metálica.
As lajes plissadas tem como características sua execução com dobras. Di Pietro
(2000), em sua tese de doutorado, faz uma analogia de lajes plissadas com o papel: por si só,
em posição horizontal, o papel não possui resistência, porém quando o papel é dobrado passa
a adquirir resistência a uma carga adicional, passando assim a resistir a tensões de flexão
(Figura 33). Ainda, segundo Di Pietro, a curvatura da laje proporciona rigidez e eleva seu
desempenho, pois parte do seu material é afastado do seu eixo neutro e passa a adquirir
características de viga.
Essa característica de viga supracitada que as dobras proporcionam faz com que a laje
torne-se uma combinação de viga transversal e longitudinal. Continuando com a análise de Di
Pietro, se seu comprimento é maior que o vão, as lajes plissadas desenvolvem somente ação
de viga na direção do vão.
46
O método construtivo usado em lajes plissadas simplesmente não existe, pois elas
podem adquirir qualquer forma. Heino Hengel, em seu livro Sistemas de Estruturas (1981),
cita que a laje plissada deve ser tratada como arte, pois possibilita caráter estético que nenhum
outro tipo de laje proporcionará. Geralmente as lajes plissadas são usadas para cobertura,
contribuindo para o padrão estético, sendo uma laje muito mais artística do que funcional.
As lajes plissadas, também conhecidas como cascas poliédricas, possuem a cada dobra
novos apoios que acabam proporcionando novas resistências. Na Figura 34 pode-se observar
melhor esse fato.
As lajes plissadas são usadas, em geral, para cobrir grandes vãos, como cobertura.
Engel (1981) atribui tripla ação as cascas poliédricas: ação de viga, ação de laje e ação de
chapa. Suas dobras, além de contribuírem com o aumento da resistência, não necessitam de
um aumento de material, somente possuem maior comprimento nas direções longitudinais.
Porém, como atua como uma viga nessas seções acaba por não necessitar de nervura (como
em lajes nervuradas). Nas Figuras 35 e 36 são apresentados exemplos ilustrativos de obras
com lajes plissadas:
Fonte: R4 Tecnologia
As lajes translúcidas são lajes mistas que possuem mais caráter estético do que
estrutural, possuindo como principal característica o valor estético. Os esforços de
compressão, assim como em lajes nervuradas, são absorvidos pelas nervuras e/ou blocos
intercalados entre elas, porém sem a necessidade de capeamento. As lajes translúcidas podem
ser classificadas como lajes nervuradas, que serão apresentadas a seguir.
Devido ao seu caráter quase que exclusivamente estético, as lajes translúcidas são
utilizadas, geralmente, em shopping centers, escadas, edifícios comerciais e museus
(Figura37).
Fonte: Arcoweb
As lajes nervuradas foram um grande avanço que se teve na tecnologia de lajes. Como
as primeiras lajes eram maciças gastava-se muito concreto além de se ter um peso próprio
grande, muitos gastos com formas e escoras, além da dificuldade em vencer grandes vãos.
Outros fatores desfavoráveis à tecnologia de lajes maciças eram os grandes desperdícios
devido a não racionalização de materiais (o elevado gasto com concreto aliado com o gasto de
madeiras para formas e escoras vai de contrapartida ao pensamento de obra sustentável).
Unindo todos os fatores desfavoráveis, tinha-se uma grande perda de tempo no processo de
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De acordo com a NBR 6118 (2003), podemos definir as lajes nervuradas como sendo
“lajes moldadas no local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração é constituída por
nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte”. Assim, lajes nervuradas podem ser
pré-fabricadas ou totalmente executadas in loco (o estudo de caso apresentará uma laje
completamente executada in loco, somente acrescida com EPS em sua estrutura). Algumas
lajes nervuradas já foram apresentadas no decorrer do trabalho. As lajes treliçadas geralmente
são nervuradas e são pré-fabricadas. Lajes cogumelo podem ser nervuradas ou maciças.
pela laje nervurada em sua totalidade, ou seja, a laje nervurada possui totalmente as
características de placa e chapa. As características de placa são exercidas pela sua superfície
concretada e armada mais suas vigas. As propriedades de chapas, ou seja, comportar-se como
diafragmas rígidos a fim de suportar e redistribuir as ações horizontais (carregamentos de
vento) aos pilares, contribuindo para a estabilidade global da estrutura, também é exercida
pela laje nervurada, ou seja, as ações laterais são asseguradas pela laje, pois os pilares
contraventados em edifícios elevados são apoiados por elementos de contraventamento
através das lajes. A Figura 39 exemplifica o comportamento da laje como chapa.
No que diz respeito a suas nervuras, há redução de concreto, propiciando uma grande
redução de gasto em concreto abaixo da linha neutra, acarretando em um menor peso próprio,
visto que, caso haja preenchimento de material, este será bem mais leve que o concreto, além
de atribuir suas particularidades (Exemplo: blocos cerâmicos reduzirão a propagação de
ruídos). Com a redução do concreto, a resistência à tração estará presente na região das
nervuras. As lajes possuem resistência aos esforços verticais proveniente do concreto que
recebe para proteção da armadura e seu enchimento, ou seja, o concreto inexistente na região
que é colocado um material de preenchimento não terá sua resistência substituída pelo
material que preenche a laje e somente transmite os esforços solicitantes na sua região
51
capeada e armada, a qual repassa aos apoios, geralmente vigas que se cruzam e compõe o
entorno da laje.
Figura 40 – Capitéis
Fonte: Téchne
Outra alternativa a fim de evitar rupturas por cisalhamento ou punção são as vigas-
faixa (Figura 41), que são linhas maciças uni ou bidirecionais, onde não há preenchimento de
material alternativo, somente há a armadura e um prolongamento em forma de viga para da
laje.
52
Figura 41 – Viga-faixa
Fonte: Vitruvius
dos furos, fechando com plástico, papelão), apresentam peso característico de cerca de 13
kN/m³ (NBR 6120:1980), possuem dimensões pequenas e em poucas variedades. Os blocos
cerâmicos devem apresentar resistência para suportar o tráfego de pessoas (a estrutura será
montada sobre ele) além de suportar o peso de equipamentos. A Figura 42 apresenta uma laje
nervurada com bloco cerâmico.
Fonte: Zeebuk
2.11.2.3 Lajes nervuradas com EPS - A laje nervurada com EPS será apresentada no
estudo de caso.
55
Lopes (2012) menciona que as formas podem eliminar o assoalho com a presença de
escoras, barroteamento e contra-barroteamento, porém lembra que Nazar (2007) menciona
que esse sistema sem assoalho proporciona uma maior vulnerabilidade de acidentes de
trabalho.
56
Fonte: P&C
Outras vantagens que devem ser lembradas: é facilmente montado e desmontado, além
de ser reaproveitável; são leves e de fácil estocagem; e, principalmente, não acrescenta peso à
laje, tornando a estrutura global muito mais leve.
No presente item serão expostas as etapas para montagem e execução das lajes
nervuradas. Cada diferente tipo de laje nervurada, seja pelo seu enchimento (ou não, como no
caso de caixotes reaproveitáveis), possui uma particularidade, mas no geral, temos os
seguintes procedimentos para lajes nervuradas moldadas in loco:
é sobre o assoalho (ou não, como no caso de caixotes reaproveitáveis que não necessitam de
assoalho). O assoalho é suportado pelo cimbramento adequado (variando em estruturas
metálicas, de madeira, etc) em superfície plana, compactada, com suporte contraventado. A
Figura 46 ilustra a etapa de colocação de formas.
Figura 46 – Cimbramento de laje nervurada por escoras metálicas com ausência de assoalho
Fonte: ESO
Neste capítulo será apresentado o estudo de caso de lajes nervuradas com enchimento
em EPS executadas em um edifício residencial na cidade de Santa Maria-RS. Serão
detalhados os aspectos do uso do EPS, detalhes da execução da laje com EPS e conclusões
sobre esse tipo de uso.
Santa Maria é uma cidade localizada no centro do Rio Grande do Sul, com uma
população estimada em 261.031 habitantes e com área de 1.788.121 km² (IBGE, CENSO
2010). Conhecida por sua universidade, a Universidade Federal de Santa Maria e pelo seu
contingente militar, o segundo maior do país, a cidade possui um bom mercado no setor da
construção civil que vem crescendo e apresentando verticalização em suas obras, ou seja, vem
aumentando a presença de edifícios residenciais.
A laje nervurada com EPS executada in loco foi a laje escolhida para a construção do
Solar Diamantina, devido a ser acessível no mercado (é facilmente adquirida) e por reduzir os
custos, vencer grandes vãos, reduzir o volume de concreto e limpeza.
O EPS usado na obra possuía peso específico de 0,25 kN/m³ e era disposto conforme o
projeto estrutural. Como o edifício possui longo alongamento, foram divididos em setores
com valores de lajes similares e aproximadamente com 30 metros de comprimento e 8 metros
de vão, contendo vigas laterais e capitéis nas regiões de pilares, evitando a tendência de
punção. Na região de capitéis não há enchimento de EPS, sendo um região maciça, conforme
apresentado na Figura 51.
No que diz respeito a armaduras usadas na laje nervurada com EPS da obra em estudo,
houve presença de armadura transversal e longitudinal, sendo estas inferiores e superiores.
Aliadas a presença de armadura há vigas que se solidarizam junto à mesa. Consequentemente,
os esforços de tração são resistidos pelas nervuras armadas enquanto os esforços de
compressão serão absorvidos pela região capeada.. As Figuras 51 e 52 ilustram as armaduras
usadas na obra:
A montagem da laje nervurada com EPS na obra funcionou como a montagem de uma
laje nervurada qualquer, sem maiores detalhes, somente tendo um maior cuidado com o real
posicionamento dos blocos de EPS e sua fixação. Dentre as etapas de montagem e execução
da laje, temos:
Na Figura 53 podemos visualizar que a laje em estudo foi executada sobre uma outra
laje, não necessitando de uma compactação que deveria ocorrer caso fosse apoiada sobre o
solo. Também não houve um reforço da base das escoras, nem cuidado com o
contraventamento.
No que diz respeito às formas, como ocorreu o uso de EPS, somente houve o uso de
chapas de compensado envolvidas com películas como assoalho (a fim de evitar a absorção da
água de amassamento) e o uso de formas de madeiras na região lateral da laje e em vigas. O
EPS é posicionado de acordo com o projeto estrutural e deve-se cuidar sua correta fixação, a
fim de que não se desprenda e permita o trânsito sobre ele no momento da concretagem. A
Figura 54 demonstra os EPS posicionados sobre a laje.
3º Passo: Concretagem e cura – A concretagem da laje (Figura 56) em estudo era feita
por concreto bombeado, usinado da empresa SUPERMIX. Como a laje era alongada e
relativamente grande, a concretagem durava ao menos um turno. Eram usados materiais para
nivelar o concreto e medir o nível, além de vibradores mecânicos a fim de promover a correta
homogeneidade, evitar vazios e adensar.
Figura 56 - Concretagem
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A cura do concreto ocorreu durante 3 dias após a concretagem, uma a cada turno da
obra.
O uso da laje nervurada com EPS trouxe inúmeras vantagens para a obra. Dentre os
benefícios do uso da laje nervurada com EPS, tivemos: redução do uso de formas (como
houve uso de formas de madeira, há um menor dano na questão ambiental); redução do peso
total da estrutura (o EPS é muito mais leve que o concreto); possuem baixo custo e são
facilmente encontrados no mercado, em diferentes formatos e medidas (como na obra, que
houve duas medidas de EPS distintas); são leves e de fácil manuseio, não necessitando de
equipamentos mecânicos para seu transporte; são de fácil estocagem, também devido ao seu
peso e por não sofrerem maiores danos com a umidade e ataque de agentes; é seguro, não
propagando chamas; provoca ganho de conforto acústico e sonoro; possui baixa absorção de
água, não comprometendo a cura do concreto.
Também existiram alguns problemas em relação ao seu uso, como: o EPS agregou
valor ao peso final da estrutura, ou seja, embora reduza o peso quando comparado ao
concreto, ainda há uma carga considerável quando há uso do EPS, ao contrário do que
ocorreria no caso de uso de caixote reaproveitável; necessita de acabamento final (Figura 57)
e, em caso de descuido, pode deixar a armadura exposta após a concretagem (Figura 58).
4 CONCLUSÕES
Este trabalho teve como finalidade efetuar uma catalogação sobre os diferentes tipos
de lajes utilizados na construção civil brasileira, apresentando cada laje com suas
particularidades, seu processo de montagem e execução, seus benefícios e suas desvantagens,
possibilitando uma ilustração de cada item.
Ao fim da apresentação dos diversos tipos de lajes, foi realizado um estudo de caso de
um edifício residencial na cidade de Santa Maria-RS, cidade de médio porte que vem
apresentando um processo de verticalização de suas edificações, ou seja, torna-se ideal a
correta escolha do tipo de laje para a obra, a fim de economia de custos e agilidade em um
cronograma. No estudo de caso, foi utilizado uma laje nervurada com enchimento por EPS,
em duas medidas, a fim de vencer os vãos propostos em projeto e proporcionar benefícios em
comparações a outros tipos de lajes.
O uso da laje nervurada com EPS mostrou-se uma ótima escolha dentre as opções de
construção de laje que temos. No estudo de caso que tivemos, o uso do EPS mostrou uma
grande gama de benefícios que auxiliaram o cronograma e uma redução de custos para a obra,
porém seu maior problema foi na questão da armadura, que foi executada in loco e com
demora. Caso houvesse a possibilidade do uso de uma armadura pré-fabricada, como a
treliçada, o cronograma da obra seria ainda mais ágil. Outro aspecto interessante do uso do
EPS é que ele necessita de uma mão-de-obra cuidadosa, pois é um material que facilmente
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pode ser recortado e furado pela armadura, podendo ocorrer a exposição da armadura ao final
do período de concretagem, como foi mostrado.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ENGEL, HEINO. Sistemas de Estruturas. Editora Hemus Limitada. São Paulo, 1981.
FERRO, Sérgio. O canteiro e o Desenho, 2ª edição. Projeto Editores Associados. São Paulo,
1982.
LIMA, J. C. de O. Sistema treliçado global. Mediterrânea, São Paulo. Ed. nº.1/1991, ano 2,
p. st1 a cf29.
SILVA, L. P. Estudo comparativo entre lajes nervuradas e maciças em função dos vãos
entre apoios. Trabalho de Diplomação. Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2010.