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Guia ATS 24 08
Guia ATS 24 08
Guia de Avaliação de
Tecnologias em Saúde na
Atenção Básica
Brasília - DF
2017
MINISTÉRIO DA SAÚDE
HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ
Guia de Avaliação de
Tecnologias em Saúde na
Atenção Básica
Brasília - DF
2017
Ficha Catalográfica
____________________________________________________________________________________________________________
Brasil. Ministério da Saúde.
Guia de avaliação de tecnologias em saúde na Atenção Básica / Ministério da Saúde, Hospital Alemão Oswaldo Cruz. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2017.
96 p. : il.
ISBN 978-85-334-2514-9
1. Avaliação de tecnologia em saúde. 2. Tecnologia em saúde. 3. Atenção Básica. I. Título. II. Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
CDU 62:614
____________________________________________________________________________________________________________
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2017/0339
LISTA DE
QUADROS
Quadro Página
1 Características dos pareceres técnico-científicos 23
Seis componentes interativos da abordagem centrada na
2 25
pessoa
Pergunta PICO da promoção da adesão ao tratamento
3 25
medicamentoso anti-hipertensivo
Instrumentos utilizados para mensurar a abordagem
4 26
centrada na pessoa
Medidas de desfechos utilizadas para mensurar adesão
5 27
medicamentosa
Pergunta PICO da reabilitação de pacientes que
6 31
sofreram acidente vascular cerebral
Principais diferenças entre as revisões sistemática e
7 35
narrativa
8 Nível de evidência segundo o sistema GRADE 38
Pergunta PICO de estratégias de rastreamento de
9 40
violência doméstica
10 Características das revisões de revisões sistemáticas 45
Pergunta PICO da redução de danos relacionada ao uso
11 48
abusivo de álcool
12 Tipos de estudos 53
Pergunta PICO de prevenção de agravos pelo uso de
13 57
estatinas no tratamento das dislipidemias
Pergunta PICO sobre os cuidados paliativos com
14 64
oxigenioterapia domiciliar
15 Pergunta PICO da sinusite aguda no adulto 68
Decisões compartilhadas entre médicos e pacientes para
16 70
o manejo inicial de sinusite bacteriana aguda
LISTA DE
FIGURAS
Figura Página
Metanálise: Rastreamento universal para detecção de
1 violência cometida por parceiros comparado ao grupo 42
controle de triagem por sinais e sintomas
Modelo conceitual sobre os caminhos causais que ligam
2 o consumo de álcool aos resultados distais de saúde e 49
sociais.
3 Resumo do ADAPTE 62
4 Abordagem de terapia em pacientes com sinusite aguda 71
LISTA DE SIGLAS
E ABREVIATURAS
SIGLA Definição
AB Atenção básica
Ferramenta para Adaptação de Diretrizes Clínicas
ADAPTE
(Resource Toolkit for Guideline Adaptation)
AES Análise econômica em saúde
AHRQ Agency for Healthcare Research and Quality
AIO Análise de impacto orçamentário
A MeaSurement Tool to Assess the methodological quality
AMSTAR
of systematic Reviews
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
APS Atenção primária à saúde
ASSIA Applied Social Sciences Index and Abstracts
ATS Avaliação de Tecnologias em Saúde
AVC Acidente vascular cerebral
CADTH Canadian Agency for Drugs and Technologies in Health
CINAHL Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature
CRD Center for Reviews and Dissemination
DAB Departamento de Atenção Básica
DALY Disability-adjusted life years
DARE Database of Abstracts of Reviews of Effects
DeCS Descritores em Ciências da Saúde
SIGLA Definição
RD Redução de danos
REBRATS Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologia em Saúde
RRS Revisão de revisões sistemáticas
SciELO Scientific Electronic Library Online
SIGN Scottish Intercollegiate Guidelines Network
SUS Sistema Único de Saúde
TRIP
Turning Research into Practice Database
Database
UBS Unidade básica de saúde
SUMÁRIO
Apresentação 15
1 Introdução 17
2 Estudos e Cenários 21
Estudos: Parecer técnico-científico e nota técnica de
2.1
revisão rápida 21
Cenário: Promoção da adesão ao tratamento
2.1.1
medicamentoso anti-hipertensivo 24
Cenário: Reabilitação de pacientes que sofreram acidente
2.1.2
vascular cerebral 29
2.2 Estudo: Revisão sistemática 34
2.2.1 Cenário: Estratégias de rastreamento de violência doméstica 39
2.3 Estudo: Revisão de revisões sistemáticas 43
Cenário: Redução de danos relacionados ao uso abusivo
2.3.1
de álcool 46
Estudos: Avaliação econômica em saúde e análise de
2.4
impacto orçamentário 51
Cenário: Prevenção de agravos pelo uso de estatinas no
2.4.1
tratamento das dislipidemias 55
Estudo: Avaliação e adaptação de protocolos clínicos e
2.5
diretrizes terapêuticas 59
2.5.1 Cenário: Cuidados paliativos com oxigenoterapia domiciliar 63
2.5.2 Cenário: Sinusite aguda no adulto 67
3 Considerações Finais 73
Referências 74
Glossário 85
Anexo 90
Bases de dados da literatura úteis para as avaliações de
tecnologias em saúde
Apresentação
11
1
Introdução
13
Atenção Básica do Ministério da Saúde (DAB/MS) apontam cobertura de
64,3% da população e implantação de mais de 40.000 equipes de saúde
da família no país7 em 2016.
A abrangência da PNAB e o crescimento contínuo dos gastos em saúde,
associados ao perfil epidemiológico da população e à oferta cada vez
maior de novas tecnologias, fizeram emergir a necessidade de políticas para
gestão de tecnologias em saúde. Em 2009, foi aprovada pela Comissão
Intergestores Tripartite a Política Nacional de Gestão de Tecnologias em
Saúde (PNGTS)8. Trata-se de um instrumento norteador para os atores
envolvidos na gestão dos processos de avaliação, incorporação, difusão,
gerenciamento da utilização e retirada de tecnologias no SUS. Apesar dos
avanços da aplicação das diretrizes da PNGTS na atenção especializada,
ainda é incipiente sua implementação no âmbito da AB. Segundo a PNGTS,
as tecnologias em saúde compreendem os medicamentos, equipamentos
e procedimentos técnicos, sistemas organizacionais, informacionais,
educacionais e de suporte, e programas e protocolos assistenciais por meio
dos quais a atenção e os cuidados com a saúde são prestados à população.
Tendo em vista a necessidade de expandir a utilização dessas ferramentas
no âmbito da AB, foi elaborado o Guia de Avaliação de Tecnologias em
Saúde na Atenção Básica. Este guia tem por objetivo discutir a utilização
de diferentes estudos de avaliação de tecnologias em saúde (ATS) nos
principais cenários da AB.
Ministério da Saúde / Hospital Alemão Oswaldo Cruz
14
Os cenários envolvem:
1. promoção de saúde;
2. prevenção de doenças;
3. redução de danos;
4. diagnóstico e tratamento;
5. reabilitação; e
6. cuidados paliativos.
15
2
Estudos e Cenários
2.1 Estudos
Parecer técnico-científico e nota técnica de revisão rápida
17
Fonte: www.freepik.com
18
Principais bases
Pergunta Estratégia de busca Avaliação crítica Interpretação Aplicação
de dados
O PTC busca responder Recomenda-se utilizar os As principais bases de Pode-se avaliar a Em geral, o O PTC é o
a uma pergunta vocabulários MeSH e dados para a busca qualidade de um PTC PTC propicia a primeiro passo
estruturada, explícita eDeCS e sinônimos para em cada etapa são verificando se o mesmo interpretação de no processo de
específica. descrever as palavras- apresentadas abaixo: foi elaborado com base resultados quanto avaliação de
Quadro 1
19
Guia de Avaliação de Tecnologias em Saúde na Atenção Básica
2.1.1 Cenário
Promoção da adesão ao tratamento medicamentoso
anti-hipertensivo.
20
Quadro 2
Seis componentes interativos da abordagem centrada na pessoa:
21
Como o estudo foi realizado?
Para responder a essa pergunta, foi feito um PTC com a realização de
pesquisas em oito bases de dados, resultando na recuperação inicial de 5.346
estudos. Quatorze estudos preencheram os critérios de seleção previamente
definidos. Esses estudos foram descritos e avaliados conforme os critérios
definidos pelo Grading of Recommendation, Assessment, Development and
Evaluation (GRADE)18. Ao final da análise, foram descritos os principais
instrumentos utilizados para mensurar a abordagem centrada na pessoa e
seus resultados na adesão ao tratamento. Por se tratarem de instrumentos
de diferentes naturezas e escopos, encontrou-se heterogeneidade na
mensuração da abordagem centrada na pessoa (Quadro 4) e nas medidas
de desfecho (Quadro 5). Para uma melhor análise dos estudos, optou-se por
apresentar os resultados de forma descritiva e sintetizar as recomendações
feitas em outros países sobre o tema.
Quadro 4
Instrumentos utilizados para mensurar a abordagem centrada na pessoa
Contagem de medicamentos27
Retirada de medicamentos na farmácia27
Teste de Morisky-Green28
Treatment Adherence Self-efficacy Measure (TASEM)29
Medication Adherence Report Scale (MARS-5)30
Brief Medication Questionnaire (BMQ)31
Comparecimento às consultas32
Fonte: www.freepik.com
24
2.1.2 Cenário
Reabilitação de pacientes que sofreram acidente vascular
cerebral
25
Na gestão da reabilitação de pacientes, existe uma dependência de ações
articuladas de diferentes profissionais e setores. Nesse sentido, para
informar o gestor sobre a inclusão de fisioterapia e terapia ocupacional
nas abordagens de reabilitação, o responsável pela equipe de saúde pode
buscar, de forma rápida, estudos sobre intervenções multidisciplinares para
pacientes com AVC.
Há necessidade de buscar uma resposta rápida de evidências existentes
sobre eficácia, custo-efetividade e diretrizes clínicas envolvendo ação
multidisciplinar para reabilitação de pacientes com lesão cerebral adquirida,
incluindo o AVC. No Canadá, existe um serviço de resposta rápida que
fornece informações para os envolvidos no planejamento e prestação
de cuidados37.
A seguir, apresentamos uma resposta rápida da Agência Canadense para
Medicamentos e Tecnologias em Saúde (Canadian Agency for Drugs and
Technologies in Health, CADTH).
26
Quadro 6
Pergunta PICO da reabilitação de pacientes que sofreram acidente
vascular cerebral
27
Como os autores avaliaram a qualidade dos estudos incluídos?
As informações incluídas na resposta rápida não se destinam a substituir
os estudos completos nem devem ser interpretadas como recomendação
contra ou a favor da utilização de uma determinada tecnologia de saúde.
Os leitores também precisam considerar que a ausência de dados de
boa qualidade não significa necessariamente uma falta de eficácia,
especialmente no caso de tecnologias de saúde sobre as quais pouca
informação pode ser encontrada, mas que no futuro poderão ser estudadas.
O relatório de revisão rápida não assegura que seu conteúdo seja
preciso, completo e atualizado, e a agência não se responsabiliza por
quaisquer perdas ou danos resultantes da utilização das informações
contidas no relatório.
28
melhores resultados de saúde quando comparada aos cuidados
convencionais, mas pode não resultar em economia de recursos financeiros.
As quatro diretrizes identificadas abordam o uso de intervenções
interdisciplinares de reabilitação para pacientes com AVC com orientações
para todos os membros da equipe, incluindo recomendações para
avaliação inicial, prestação de cuidados em uma unidade especializada
de reabilitação e reabilitação ambulatorial e comunitária. Uma diretriz
foi focada em intervenções multiprofissionais em terapia ocupacional
para melhoria de desempenho de pessoas com problemas cognitivos,
motores e psicossociais ou melhora de atividades de vida diária. As
diretrizes do National Institute for Health and Care Excellence (NICE) e
da Scottish Intercollegiate Guidelines Network (SIGN) recomendam que
as unidades de reabilitação de AVC sejam equipadas com uma equipe
multidisciplinar, incluindo médicos, farmacêuticos, enfermeiros, terapeutas,
fonoaudiólogos, assistentes sociais e assistentes de reabilitação.
A diretriz do NICE destacou que a educação multidisciplinar deveria ser
disponibilizada para pacientes e cuidadores. Também destaca a importância
da abordagem multidisciplinar desde o período de internação.
O mapeamento das evidências existentes foi o objetivo desse relatório de
resposta rápida. A contribuição desse tipo de estudo se faz presente quando
existe um prazo curto para se decidir sobre a utilização de uma prática
de cuidado ou a introdução de um novo serviço. A NTRR aponta situações
29
2.2 Estudo
Revisão sistemática
A revisão sistemática é um tipo de estudo secundário no qual se realiza uma
síntese de evidências científicas provenientes de estudos primários por
meio de uma metodologia abrangente, rigorosa e reprodutível38.
As revisões sistemáticas podem variar em seus métodos dependendo dos
estudos primários analisados. Por isso, o Ministério da Saúde publicou três
diretrizes metodológicas voltadas para estudos de intervenção, estudos de
acurácia diagnóstica e estudos sobre fatores de risco e prognóstico38, 39, 40.
30
• Avaliar a qualidade da evidência para a elaboração de
recomendações (opcional);
• Estruturar a conclusão, sumarizando as implicações dos resultados para
a prática clínica, para a gestão em saúde e para pesquisas futuras.
Podemos observar que o processo para realização de uma revisão
sistemática é complexo. Nesse sentido, para garantir a qualidade
metodológica na realização de uma revisão sistemática, é fundamental que
a equipe de elaboração tenha conhecimentos sobre os métodos envolvidos,
estatística, epidemiologia, aspectos clínicos do problema de saúde estudado,
informática e língua inglesa38.
As revisões sistemáticas podem ser confundidas com as revisões narrativas,
especialmente quando estas últimas utilizam estratégia de busca estruturada.
No Quadro 7, estão descritas as principais diferenças entre revisão
sistemática e revisão narrativa.
Quadro 7
Principais diferenças entre as revisões sistemática e narrativa
31
Conclusão
32
4. atrito;
5. relato; e
6. outros tipos de viés42.
33
Quadro 8
Nível de evidência segundo o sistema GRADE
Nível de
Definição Implicações
evidência
Há forte confiança de que o É improvável que trabalhos
Alto verdadeiro efeito esteja próximo adicionais possam modificar a
daquele estimado. confiança na estimativa do efeito.
Trabalhos futuros poderão modificar
Há confiança moderada no a confiança na estimativa de efeito,
Moderado
efeito estimado. podendo, inclusive, modificar a
estimativa.
Trabalhos futuros provavelmente
A confiança no efeito é
Baixo terão um impacto importante na
limitada.
confiança na estimativa de efeito.
A confiança na estimativa de
efeito é muito limitada. Há Qualquer estimativa de efeito é
Muito baixo
importante grau de incerteza incerta.
nos achados.
Fonte: Adaptado de GRADE working group44.
34
2.2.1 Cenário
Estratégias de rastreamento de violência doméstica
35
serviços de saúde aumenta a identificação dessas mulheres, diferenciando-a
em relação ao ambiente realizado, além do encaminhamento aos serviços
de apoio específicos, dos benefícios para a mulher e dos possíveis danos.
Podemos considerar a pergunta estruturada apresentada no Quadro 9.
Quadro 9
Pergunta PICO de estratégias de rastreamento de violência doméstica
36
randomizados ou quase randomizados de rastreamento com envolvimento
de profissionais de saúde para todas as mulheres que procuram os serviços
de saúde, comparando com o cuidado habitual ou o rastreamento sem o
suporte de profissionais de saúde. Os serviços envolvidos foram atenção
familiar e serviços de saúde comunitários, serviços de pré-natal e pós-natal,
serviços de emergência ambulatorial ou hospitalar, obstetrícia e ginecologia,
psiquiatria, odontológicos e oftalmológicos, e serviços especializados em
drogas, álcool e saúde mental.
37
para esse desfecho (Figura 1) mostrou que as estratégias de rastreamento
mais que dobraram a identificação do número de mulheres que sofreram
abusos [odds ratio: 2,95; intervalo de confiança de 95% (IC95%): 1,79 a
4,87], sendo a qualidade dessa evidência classificada como moderada.
Figura 1
Metanálise: Rastreamento universal para detecção de violência
cometida por parceiros comparado ao grupo controle de triagem por
sinais e sintomas
38
Outros resultados foram destacados pelos autores:
• As mulheres grávidas tiveram quatro vezes mais chances de serem
identificadas como tendo sofrido alguma violência por parte de parceiro
íntimo, mas esse achado precisa ser confirmado em estudos maiores e
mais robustos.
• Não houve diferença na identificação de mulheres que sofreram abuso
com a utilização de rastreamento universal por meio de diferentes
abordagens, a saber questionário autopreenchido e perguntas
realizadas diretamente por profissionais de saúde.
• Não houve relato de danos relacionados ao rastreamento universal.
Entretanto, apenas um estudo avaliou esse desfecho com maior tempo
de seguimento.
• Apenas dois estudos analisaram se o rastreamento diminui a violência pelo
parceiro íntimo e não encontraram efeito da intervenção nesse desfecho.
• O impacto do rastreamento na saúde física e mental foi avaliado
em um estudo que não encontrou efeito no rastreamento em 18
meses nesse desfecho.
• Apesar do aumento da taxa de identificação de casos de violência, o
rastreamento universal não teve efeito nas taxas de encaminhamento
para serviços especializados na atenção a vítimas de violência.
39
Esse tipo de estudo de síntese surgiu pela necessidade de tomadores de
decisão serem informados por evidências de qualidade e em tempo oportuno
sobre as várias alternativas de intervenções para um mesmo problema. A
qualidade se refere ao fato de utilizar como fonte de informação revisões
sistemáticas que se baseiam em métodos transparentes e reproduzíveis. O
tempo oportuno está relacionado ao fato de se iniciar a busca partindo de
revisões e não de estudos individuais.
Os profissionais de saúde também podem se beneficiar do acesso a
informações sistematizadas com menos esforço, pois, para se manterem
atualizados no seu campo de atuação51, precisariam ler de 17 a 20 artigos
originais todos os dias.
A RRS possui uma variedade de nomenclaturas, como revisões “guarda-
chuvas” e metarrevisões52.
De modo geral, o formato de uma RRS contém o contexto de um tomador de
decisão especificando a quem está endereçado e o propósito – intervenção
clínica, formulação de política ou abordagem para paciente/consumidor/
usuário dos serviços. Abarca uma única condição ou problema de saúde.
Algumas experiências internacionais podem ilustrar o perfil de RRSs
realizadas até o momento. A Colaboração Cochrane produz RRSs
com temas direcionados para intervenções clínicas ou voltados para
a organização de serviços assistenciais53. A Universidade McMaster
produz RRSs para políticas e programas de saúde, e algumas agências
de ATS elaboram relatórios para apoiar decisões de cobertura e
financiamento de tecnologias54.
Ministério da Saúde / Hospital Alemão Oswaldo Cruz
40
Principais bases
Pergunta Estratégia de busca Avaliação crítica Interpretação Aplicação
de dados
Síntese de evidências Utiliza palavras-chave Revisões Cochrane: A avaliação crítica Resumo de Utilizada como
de revisões que estão relacionadas a. Cochrane Library de RRS segue as resultados em método nas
sistemáticas de efeitos à pergunta em duas Cochrane Effective mesmas regras da função do agências de
de intervenções,
problemas de saúde principais bases Practice and revisão sistemática, propósito da avaliação de
ou outras situações que de dados sobre Organization of observando-se RRS. tecnologias
Quadro 10
necessitem de uma vocabulário indexado: Care principalmente o viés Análise para decisão
tomada de decisão. de relato. qualitativa comparativa
Utilizam o formato MeSH (MEDLINE) Relatórios de agências pode realizar de múltiplas
SPICE para estruturar a de ATS: Características comparações tecnologias para
pergunta:
DeCS (BVS) a. INAHTA importantes: indiretas e uma mesma
S – Contexto b. Centre for Reviews »»Autores de RRS de múltiplas indicação e
P – População-alvo ou A estratégia de and Dissemination devem priorizar intervenções. nos estudos que
serviços de saúde busca emprega um conjunto de fundamentam
I – Intervenções filtros validados para Revisões direcionadas resultados-chave políticas
C – Alternativa em capturar revisões a políticas: antes de examinar as informadas
comparação ou sistemáticas e mesmo a. Health Systems revisões sistemáticas. por evidências
prática habitual RRSs. Evidence »»Atentar para destinadas a
E – Efeitos na saúde b. PDQ-Evidence achados sobrepostos resolver um
de uma população- c. Campbell e discordantes. problema de
alvo (redução de
mortalidade e Collaboration »»Avaliar a qualidade saúde ou de
morbidade) ou na da evidência por serviços de
melhoria de práticas, Revisões catalogadas efeitos/desfechos saúde.
aderência, cobertura, na MEDLINE: usando o sistema
acesso. a. PubMed GRADE43.
b. LILACS »»Usar AMSTAR55.
Registros de revisões
Características das revisões de revisões sistemáticas (RRSs)
sistemáticas:
a. PROSPERO
Fonte: Diretrizes Metodológicas: sistema GRADE – manual de graduação da qualidade da evidência e força de
recomendação para tomada de decisão em saúde43.
41
Guia de Avaliação de Tecnologias em Saúde na Atenção Básica
2.3.1 Cenário
Redução de danos relacionados ao uso abusivo de álcool
42
Estudos realizados com estudantes também apontam alta frequência
de consumo de bebidas alcoólicas. Na pesquisa realizada pelo Centro
Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicoativas (CEBRID) sobre o
uso indevido de drogas por estudantes dos antigos 1º e 2º graus, em 10
capitais brasileiras, revelou que 74,1% dos adolescentes já haviam feito
uso de álcool na vida e 14,7% faziam uso frequente. Ficou constatado
que 19,5% dos estudantes faltaram à escola após beber e que 11,5%
brigaram sob o efeito do álcool61. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde
Escolar (2009) mostraram que, para o conjunto dos alunos entrevistados,
71% haviam experimentado bebida alcoólica e 27% relataram consumo
regular de álcool62.
Muitos avanços foram alcançados no SUS desde 2003, com a publicação
da Política do Ministério da Saúde para Atenção Integral a Usuários de
Álcool e outras Drogas61, que além de reafirmar o uso de drogas como um
fenômeno complexo de saúde pública, avança quando define como marco
teórico-político-ético a redução de danos (RD). Mais recentemente, com a
implantação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), por meio do Decreto
nº 7.508, de 28 de junho de 2011, têm-se buscado estratégias integradas
para responder às necessidades dos cidadãos em parceria com outras
redes intra e intersetoriais. Elas devem estar baseadas em boas práticas,
em práticas inovadoras, em evidências científicas, nas diretrizes da política
de saúde e em princípios éticos.
O uso abusivo de álcool é um problema enfrentado frequentemente pelas
43
O que o estudo buscou responder?
Considerando as consequências do consumo de álcool sobre a saúde e
a sociedade e o fato de atingir diferentes grupos populacionais, quais
intervenções em nível populacional são efetivas para a sua redução?
Quadro 11
Pergunta PICO da redução de danos relacionada ao uso abusivo de álcool
População-
Diferentes grupos populacionais (crianças/adolescentes/adultos).
alvo
Intervenção Intervenções comunitárias.
Comparação Nenhuma intervenção.
Outcome
Redução do uso de álcool.
(desfecho)
Fonte: Population-level interventions to reduce alcohol-related harm: an overview of systematic reviews56.
Figura 2
Modelo conceitual sobre os caminhos causais que ligam o consumo de
álcool aos resultados distais de saúde e sociais
• Estrutura social
e econômica • Por que
• Estrutura • Disponibilidade • O que • Disponibilidade • Individuais
político-legal • Acessibilidade • Quando • Acessibilidade • Familiares
frequência?
Com que
População?
45
Como os autores avaliaram a qualidade dos estudos incluídos?
A avaliação da qualidade dos estudos foi realizada de forma independente por
dois revisores utilizando o AMSTAR55. As revisões foram categorizadas em alta
(escore de 9-11), média (6-8) ou baixa (0-5) qualidade. É importante ressaltar
que o escore obtido pelo AMSTAR reflete a qualidade da revisão sistemática, e
não necessariamente a qualidade dos estudos primários incluídos na revisão.
47
Custo-minimização: é um
caso particular de AES.
Pode ser utilizada quando a
efetividade das intervenções
comparadas for considerada Custo-benefício: tanto o
equivalente, sendo necessário consumo de recursos quanto
apenas determinar qual o benefício em saúde são
das alternativas implicará medidos em unidades
menores custos. monetárias, sendo o valor
resultante um benefício
financeiro líquido.
Custo-efetividade: a
efetividade é aferida
Custo-utilidade: difere do
em termos de benefício
estudo de custo-efetividade,
clínico, como anos de
porque a efetividade é aferida
vida salvos e número de
em termos de “utilidade”,
eventos evitados.
que consiste em uma medida
combinada de benefícios em
tempo de vida e em qualidade
de vida. Exemplos de “utilidade”
são os anos de vida ajustados
Ministério da Saúde / Hospital Alemão Oswaldo Cruz
48
No quadro abaixo, são apresentadas algumas características comparativas
entre os estudos completos de avaliação econômica.
Quadro 12
Tipos de estudos
Desfechos
Tipos Custos Vantagens Desvantagens
em saúde
Espera-se Aplicabilidade
desempenho Praticidade, pois limitada, visto serem
Custo-
Monetários igual das necessita apenas raras as intervenções
minimização
intervenções mensurar custos. com desfechos em
comparadasa saúde idênticos.
Facilitaa a comparação
Difícil valorar
de vários estudos, pois
Custo- monetariamente
Monetários Monetários todos são mensurados
benefício os desfechos em
na mesma unidade de
saúde.
valor.
Anos de Comparação dos
vida ganhos; Utiliza desfechos estudos restrita
Custo-
Monetários dias de concretos da prática a desfechos
efetividade
incapacidade clínica. unidimensionais e
evitados comuns aos estudos.
Eventuais problemas
Considera efeitos de validação dos
49
uma coorte de indivíduos cujos estados de saúde variam com o tempo,
na AIO se analisa os cenários de difusão de cada tecnologia para a
população indicada. A análise de custo-efetividade emprega, geralmente,
um horizonte de tempo estimando custos e benefícios para o resto da vida,
enquanto a AIO trabalha com períodos mais curtos, necessários ao processo
decisório. O impacto orçamentário corresponde à etapa final do processo
de avaliação da incorporação, sendo realizado após a tecnologia ter sido
comprovada como eficaz e segura67.
A AIO parte de um cenário de referência que normalmente reflete a proporção
de população coberta (distribuição do mercado) e o tratamento disponível na
tabela de procedimentos, comparando-o a cenários alternativos contendo a
proporção da população de interesse para determinada doença e os custos
da nova intervenção. O impacto orçamentário incremental é a diferença
entre esses cenários.
Essas análises são úteis para identificar o montante de recursos que
precisa ser investido para cobrir a população-alvo considerando que a
implementação pode ser gradual, mas após atingir toda a população a
ser coberta, a atenção deve ser completa e sustentável ao longo do tempo.
Atualmente, a AIO é um requisito das novas regras de incorporação e
retirada de tecnologias do SUS introduzidas pela Lei nº 12.401, de 2011,
como padrão nos pedidos de incorporação de tecnologias, a exemplo do
que já acontece com os estudos de custo-efetividade.
50
• Estimativa de custos da nova intervenção e outros procedimentos a ela
associados. Também se estimam os custos que podem ser evitados em
decorrência da introdução da nova intervenção, como diminuição de
cirurgias ou de uso de medicamentos;
• Cálculo do impacto orçamentário anual por cenários (referência e
alternativo) considerando a distribuição/difusão da população a ser
coberta gradualmente;
• Cálculo do impacto orçamentário incremental, ou seja, a diferença
entre o cenário alternativo e o de referência. Esse impacto incremental
é a diferença de custos entre os cenários de incorporação, que pode
demonstrar aumento ou redução de custos para o sistema de saúde.
Podemos encontrar estudos de AIO nos relatórios de recomendação da
CONITEC68 e no sistema de informação da Rede Brasileira de Avaliação
de Tecnologias em Saúde – SISREBRATS (<http://rebrats.saude.gov.br/
sisrebrats>).
2.4.1 Cenário
Prevenção de agravos pelo uso de estatinas no tratamento
das dislipidemias
51
por DCV e de incidências de acidentes isquêmicos coronários agudos e
acidentes vasculares cerebrais, além de facilitarem a revascularização do
miocárdio70. Em 2002, a Portaria nº 1.015 do Ministério da Saúde definiu
o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para o tratamento
das dislipidemias em pacientes de alto risco para o desenvolvimento de
eventos cardiovasculares, a qual foi atualizada pela Portaria nº 200 de
25 de fevereiro de 201371. Existem seis tipos de estatinas disponíveis no
Brasil: lovastatina, sinvastatina, pravastatina, fluvastatina, atorvastatina e
rosuvastatina. No país, o gasto do setor público com as estatinas, no ano
de 2009, foi de cerca de R$92 milhões, sendo que, deste valor, 96% foram
gastos somente com a atorvastatina72.
A AB tem um papel importante na prevenção e no tratamento das DCVs.
A dislipidemia isoladamente é responsável pelo desenvolvimento de 56%
das doenças cardíacas e 18% dos casos de infarto, e está associada a um
terço dos casos de mortalidade no mundo73. As estatinas são consideradas
os medicamentos de escolha no tratamento dos distúrbios lipídicos69, e a
população tem acesso garantido pelo sistema público de saúde.
Para que o tratamento das dislipidemias seja feito adequadamente no
sistema de saúde, é importante que se conheça a relação custo-efetividade
das diferentes estatinas hoje disponibilizadas no mercado. Para um
planejamento orçamentário e, portanto, para a garantia da disponibilidade
desse medicamento no SUS, é importante estimar o custo e o impacto no
orçamento total.
Nesse sentido, o Ministério da Saúde publicou, em 2010, uma avaliação
econômica intitulada Análise de custo-efetividade e impacto orçamentário
Ministério da Saúde / Hospital Alemão Oswaldo Cruz
52
Quadro 13
Pergunta PICO de prevenção de agravos pelo uso de estatinas no
tratamento das dislipidemias
53
Onde os autores buscaram as informações necessárias para a realização
do estudo?
Para parametrizar os modelos de Markov com relação às probabilidades
de transição entre estados de saúde e efetividade dos tratamentos, foram
realizadas buscas na literatura. Para a informação sobre eficácia, utilizou-se
o risco de ocorrência de infarto agudo do miocárdio fatal e não fatal, AVC
fatal e não fatal, revascularização e mortalidade por qualquer causa nos
pacientes sem tratamento com estatina, assim como as taxas de interrupção
de tratamento obtidos do ensaio clínico controlado randomizado Heart
Protection Study (HPS)74. A incidência de cada evento no grupo placebo ao
final dos cinco primeiros anos foi obtida do HPS74.
Com relação aos custos, foram utilizados valores de atorvastatina e
sinvastatina disponibilizados pelo Ministério da Saúde com base no preço
médio de cada um dos medicamentos nas últimas compras praticadas pelos
hospitais da rede pública, ponderado pela quantidade de comprimidos
adquiridos. Os custos unitários dos exames laboratoriais e de imagem,
consultas médicas e fisioterapia foram extraídos a partir do software SIGTAP
Desktop (do Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos,
Medicamentos e OPM do SUS). O custo do episódio agudo do infarto
agudo do miocárdio e o custo anual de acompanhamento ambulatorial
dos pacientes após o evento, assim como o custo do episódio agudo do
AVC e da cirurgia de revascularização, foram obtidos de três publicações
científicas75, 76, 77. Quando necessário, os valores foram convertidos para
a moeda brasileira através do purchasing power parity (PPP) no ano de
200578 e ajustados pela inflação de saúde79. Os custos das intervenções
Ministério da Saúde / Hospital Alemão Oswaldo Cruz
54
Como o estudo pode contribuir para a implementação de ações na AB?
As análises de custo-efetividade mostraram que a sinvastatina 40 mg/
dia é a estratégia de menor custo e maior efetividade, em comparação
ao placebo, em todos os desfechos analisados, mostrando eficiência em
se utilizar o medicamento na AB. A atorvastatina 10 mg/dia também foi
efetiva, mas requer maior investimento por parte do SUS.
A AIO identificou um custo total com cada tratamento para os 29.191.766
pacientes de alto risco atendidos no SUS, e as projeções para cinco
anos mostram que o tratamento com sinvastatina proporciona uma
economia de, aproximadamente, 6,5 bilhões de reais em comparação
ao não tratamento. Em contrapartida, o tratamento dos pacientes com
atorvastatina leva a um gasto adicional de cerca de 329,5 bilhões de
reais em comparação ao não tratamento.
A AIO permite complementar a análise de custo-efetividade, o que possibilita
a tomada de decisão final sobre a incorporação da nova terapêutica.
Isso porque, além de maximizar a eficiência na alocação dos recursos, o
financiador deverá analisar se a inclusão da nova terapêutica é compatível
com o seu orçamento. Portanto, esse estudo contribui para o entendimento
de o porquê determinadas tecnologias em saúde são incorporadas no SUS
e disponibilizadas na AB.
2.5 Estudo
55
sobre o método utilizado para elaborar as diretrizes clínicas, o conteúdo
das recomendações finais e os fatores que estão ligados à sua aceitação.
O AGREE II consiste em uma ferramenta de 23 itens que abrange seis
domínios de qualidade com uma escala Likert de 1 a 7 (em que 1 significa
“discordo totalmente” e 7 significa “concordo totalmente”) para pontuação
de cada item. Os seis domínios são: escopo e finalidade, envolvimento das
partes interessadas, rigor do desenvolvimento, clareza e apresentação,
aplicabilidade e independência editorial.
O domínio “escopo e finalidade” diz respeito ao objetivo geral da diretriz,
às questões específicas de saúde e à população-alvo. O “envolvimento das
partes interessadas” avalia o grau em que a diretriz representa os pontos
de vista de seus usuários e se os indivíduos de todos os grupos profissionais
relevantes foram representados. O domínio “rigor do desenvolvimento”
avalia especificamente se os métodos sistemáticos foram usados para a
busca de evidências. A “clareza da apresentação” diz respeito à linguagem,
à estrutura e ao formato da diretriz. Já o domínio “aplicabilidade” avalia
questões que são pertinentes à implementação da diretriz e considera as
barreiras organizacionais e os recursos relacionados à sua utilização. A
“independência editorial” considera os conflitos de interesse na formulação
das recomendações.
A Colaboração ADAPTE81 é uma colaboração internacional de
pesquisadores, desenvolvedores e implementadores de diretrizes que visa
promover seu desenvolvimento e sua utilização para a prática clínica
através da adaptação de diretrizes existentes. O trabalho principal do
grupo é desenvolver e validar um processo de adaptação genérico que
Ministério da Saúde / Hospital Alemão Oswaldo Cruz
56
prioridades, legislações, políticas e recursos do ambiente ao qual é
dirigida. O ADAPTE visa atender às necessidades de diferentes grupos
de usuários, incluindo desenvolvedores de diretrizes, profissionais da
saúde e responsáveis pela definição de políticas nos níveis local, nacional
e internacional, assim como grupos com maior ou menor quantidade de
recursos interessados no desenvolvimento ou implementação de diretrizes.
O processo foi elaborado para ser flexível, dependendo de sua aplicação.
A transparência e a clareza dos relatórios do processo de adaptação
melhorarão a qualidade e a validade da diretriz adaptada.
57
Figura 3
Resumo do ADAPTE
Fases Tarefas Módulos Associados
Fase de configuração
Escopo e Propósito
DEFINIR QUESTÕES DE SAÚDE
Pesquisa e Filtro
BUSCAR E RASTREAR DIRETRIZES CLÍNICAS
Fase de adaptação
Avaliação
AVALIAR DIRETRIZES CLÍNICAS
Decisão e Seleção
DECIDIR E SELECIONAR
Customização
ELABORAR RELATÓRIO SOBRE VERSÃO
PRELIMINAR
Ministério da Saúde / Hospital Alemão Oswaldo Cruz
58
2.5.1 Cenário
Cuidados paliativos com oxigenoterapia domiciliar
Título do estudo: British Thoracic Society guidelines for home oxygen use
in adults82
59
O que o estudo buscou responder?
A diretriz se propôs a responder três perguntas estruturadas com relação
à oxigenoterapia e se valeu do acrônimo PICO para a elaboração delas:
1. Quando o uso de oxigênio é benéfico na prestação de cuidados
paliativos aos pacientes?
2. A oxigenoterapia ajuda a melhorar os sintomas e a qualidade de vida
em pacientes com doença terminal/câncer ou estágio final de doença
cardiorrespiratória e saturação normal de oxigênio em repouso, em
comparação com tratamentos não farmacológicos?
3. A oxigenoterapia ajuda a melhorar os sintomas, a qualidade de vida
e a utilização de cuidados de saúde em doentes em fase terminal,
com câncer ou estágio final de doença cardiorrespiratória e saturação
reduzida de oxigênio em repouso, em comparação com tratamentos
não farmacológicos?
Quadro 14
Pergunta PICO sobre os cuidados paliativos com oxigenoterapia domiciliar
Fonte: British Thoracic Society guidelines for home oxygen use in adults82.
60
Como o estudo foi realizado?
Os autores relatam que a metodologia usada para escrever a diretriz seguiu
estritamente os critérios estabelecidos pela colaboração AGREE. O Comitê
de Padrões de Cuidado da BTS reviu o rascunho da diretriz, que foi então
disponibilizado online para consulta pública e distribuído a todas as partes
interessadas relevantes. O Comitê da BTS reexaminou o rascunho revisto
da diretriz e a aprovou em 2015. A previsão é de que seja realizada uma
revisão da diretriz nos próximos cinco anos.
A diretriz é direcionada aos profissionais de saúde envolvidos no cuidado
de pacientes que usam oxigenoterapia domiciliar: profissionais clínicos de
atenção primária, profissionais que trabalham em enfermagem comunitária
ou cuidados paliativos, serviços de avaliação domiciliar de oxigênio e
equipes especializadas em medicina respiratória, cardiologia, neurologia,
oncologia, gerontologia e cuidados paliativos. Ela explora a base de
evidências para o uso de diferentes modalidades de oxigenoterapia e
os resultados relacionados ao paciente, como mortalidade, sintomas e
qualidade de vida. A diretriz também faz recomendações para protocolos
de avaliação e acompanhamento e avaliações de risco, particularmente
para pacientes fumantes usuários de oxigênio doméstico.
Abrange pessoas adultas que necessitam de oxigênio domiciliar devido
a: doença respiratória crônica, incluindo doença pulmonar obstrutiva
crônica (DPOC), hipertensão pulmonar, doença vascular pulmonar, fibrose
62
revisão de todas as modalidades de equipamentos utilizados para fornecer
oxigênio em casa; e considerou em detalhes os aspectos de segurança da
entrega de oxigênio domiciliar. Esse estudo pode contribuir na prática das
equipes de atenção domiciliar.
2.5.2 Cenário
Sinusite aguda no adulto
63
O que o estudo buscou responder?
1. Como o tempo de evolução da doença auxilia no diagnóstico diferencial
entre sinusite viral e bacteriana em adultos?
2. Qual o papel do exame de imagem no diagnóstico de sinusite aguda
em adultos?
3. Como escolher entre conduta expectante e tratamento com antibiótico
no manejo da sinusite bacteriana aguda?
4. Qual antibiótico que deve ser utilizado para o tratamento de sinusite
bacteriana aguda?
Quadro 15
Pergunta PICO da sinusite aguda no adulto
Outcome
Melhora clínica.
(desfecho)
64
comparação das orientações sobre o diagnóstico e manejo da sinusite
aguda entre as diferentes diretrizes clínicas.
65
Quadro 16
Decisões compartilhadas entre médicos e pacientes para o manejo
inicial de sinusite bacteriana aguda
Tratamento com
Observação atenta
antibiótico
Esperar melhorar até sete
Tomar um antibiótico por 5 a
dias após a sinusite ter sido
O que envolve? 10 dias quando a sinusite é
diagnosticada, sem o uso de
diagnosticada.
antibiótico.
Não é recomendada se
houver um sistema imune
Deve levar em conta alergia
comprometido, outra
a drogas, história de
infecção ao mesmo tempo
intolerância ao antibiótico ou
Tem alguma restrição? que necessita antibiótico ou
possível interação com outra
uma infecção complicada
medicação que você tome
que tem comprometimento
regularmente.
fora dos seios da face (olho
e cérebro).
Pode estar combinada
Tem alguma coisa a Medicamentos para a
com medicamentos para a
mais que você faça ao dor, soro fisiológico nasal,
dor, soro fisiológico nasal,
mesmo tempo? esteroide nasal, ou todos.
esteroide nasal, ou todos.
Há cerca de 80 a 90%
Há cerca de 70 a 85% de de chance de sentir-se
chance de sentir-se melhor melhor após 7 a 15 dias,
Quais são os
após 7 a 15 dias, e evita o com possibilidade de
benefícios?
custo e os efeitos adversos melhorar mais rapidamente
Ministério da Saúde / Hospital Alemão Oswaldo Cruz
66
Figura 4
Abordagem de terapia em pacientes com sinusite aguda
Excluir complicações e
outras causas da doença;
caso o diagnóstico de
O manejo está finalizado
sinusite bacteriana aguda
for confirmado, prescrever
antibiótico alternativo
Fonte: Acute sinusitis in adults85.
67
O diagnóstico de sinusite bacteriana aguda é definido pela presença
de secreção nasal purulenta acompanhada por obstrução nasal, dor
facial, pressão ou sensação de enchimento; ou todos esses sintomas
persistindo por pelo menos 10 dias sem melhora ou com piora após
uma melhora inicial.
Analgésicos, irrigação nasal com soro fisiológico e glicocorticoide intranasal
tópico ou descongestionante podem ser utilizados para aliviar os sintomas.
A observação atenta é oferecida apenas se o médico tem segurança que
o paciente irá retornar para o seguimento no caso de os sintomas não
diminuírem. O tratamento com antibiótico é iniciado se a condição do
paciente não melhorar ao longo de sete dias depois do diagnóstico ou se
piorar em qualquer momento. No caso de indicar antibiótico, amoxicilina
ou amoxicilina e clavulanato são recomendados como tratamento de
primeira linha.
Apesar de esse estudo apresentar uma revisão de qualidade que contribui
para a tomada de decisão na prática clínica, é importante destacar que ele
possui limitação por usar uma metodologia não reprodutível e ser conduzido
por um único especialista.
Ministério da Saúde / Hospital Alemão Oswaldo Cruz
68
3
Considerações Finais
69
Referências
71
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81
Glossário
83
Diretriz – Documento desenvolvido sistematicamente sobre problemas
específicos de saúde para auxiliar médicos e pacientes na tomada de
decisões sobre os cuidados de saúde apropriados.
Eficácia – Capacidade de atingir um resultado com dispêndio mínimo de
recursos e esforços, demonstrando o real efeito da intervenção.
Estratégia de Saúde da Família – Visa à reorganização da AB no
país de acordo com os preceitos do SUS e é tida pelo Ministério da
Saúde e gestores estaduais e municipais como estratégia de expansão,
qualificação e consolidação da AB.
Estudos primários – Investigações originais.
Estudos quase randomizados – O método de alocação dos
participantes para as diferentes formas de intervenção não é
verdadeiramente randomizado.
Estudos randomizados controlados – Delineamento experimental
de estudo no qual os indivíduos estudados são alocados de forma
randômica para receber uma determinada intervenção em avaliação ou
uma intervenção controle.
Evidência científica – Conjunto de elementos utilizados para
fundamentar a confirmação ou a negação de uma determinada teoria
ou hipótese científica.
Ministério da Saúde / Hospital Alemão Oswaldo Cruz
84
Intervalo de confiança – Variação de dois valores com determinado
grau de certeza (por exemplo, 95% ou 99%), entre os quais é provável
que o verdadeiro valor se encontre para toda a população de onde os
pacientes do estudo são selecionados.
Longitudinalidade – Refere-se ao acompanhamento do paciente ao longo
do tempo por profissionais da equipe de atenção primária em saúde.
Metanálise – Análise estatística que combina os resultados de dois ou
mais estudos independentes, gerando uma única estimativa de efeito.
Núcleos de Avaliação de Tecnologias em Saúde (NATS) – Serviços
organizados que articulam um conjunto de atividades de ATS em um
contexto institucional ou regional definido.
Odds ratio – É a razão de chances entre um grupo de expostos e um grupo
de não expostos de apresentarem um determinado evento ou desfecho.
Parecer técnico-científico (PTC) – Documento emitido por um especialista
manifestando opinião acerca de questões técnicas específicas baseado
na mesma racionalidade que envolve uma ATS, embora com uma
execução e um conteúdo mais simplificados.
Piso de atenção básica – Montante de recursos financeiros federais
85
Programa de Requalificação das Unidades Básicas de Saúde –
Estrutura física das unidades básicas de saúde – acolhedora e dentro
dos melhores padrões de qualidade – que facilite a mudança das
práticas das equipes de saúde.
Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da
Atenção Básica (PMAQ-AB) – Conjunto de estratégias de qualificação,
acompanhamento e avaliação do trabalho das equipes de saúde
com elevação do repasse de recursos do incentivo federal para
os municípios participantes que atingirem melhora no padrão de
qualidade no atendimento.
Randomização – Processo de alocação aleatória de elementos de uma
população em que cada exemplar tem igual probabilidade de ficar no
grupo de teste ou de controle, a fim de evitar viés de seleção e de aferição.
Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde (REBRATS) – Rede
estratégica instituída para viabilizar a elaboração e a disseminação de
estudos de ATS prioritárias para o sistema de saúde brasileiro, bem
como para possibilitar a padronização de metodologias, o alinhamento
conceitual e a avaliação da qualidade de estudos.
Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) – Rede de ações de saúde do Plano
Ministério da Saúde / Hospital Alemão Oswaldo Cruz
86
Tecnologia leve-dura – Tecnologia que abrange os saberes estruturados.
Testes estatísticos – Instrumento para calcular a probabilidade de os
resultados observados em uma experiência serem devidos às flutuações
aleatórias entre os grupos.
Viés – Processo que, de forma proposital ou não, induz ou tende a
produzir resultados e conclusões diferentes da realidade.
87
88
Ministério da Saúde / Hospital Alemão Oswaldo Cruz
Anexo
Bases da literatura úteis para as avaliações de tecnologias em saúde
Grupo de revisão da
Colaboração Cochrane
Effective Practice and direcionado a elaborar
Organization of Care e disponibilizar revisões http://epoc.cochrane.org/
(EPOC) sistemáticas na área de
organização e práticas de
cuidados à saúde.
Busca aumentar a base
de evidências e sua
Effective Health Care
disseminação com foco http://www.
Research Consortium
em problemas de saúde evidence4health.org/
(EHCRC)
relevantes para países de
baixa e média rendas.
Reúne guias de prática http://portal.guiasalud.
GuiaSalud clínica do sistema nacional es/web/guest/guias-
de saúde da Espanha. practica-clinica
Propicia acesso a revisões
sistemáticas sobre
http://www.
Health Evidence efetividade de intervenções
healthevidence.org/
de saúde pública, com
qualidade avaliada.
Contém sínteses de
evidências científicas:
resumos de políticas,
Ministério da Saúde / Hospital Alemão Oswaldo Cruz
overviews de revisões,
resumos de revisões,
revisões sistemáticas. Inclui
Health Systems também informações sobre www.
Evidence governança, arranjos healthsystemsevidence.org
financeiros e provisão
dos sistemas de saúde,
assim como estratégias de
implementação que podem
apoiar mudanças nos
sistemas de saúde.
Reúne revisões sistemáticas
e revisões de revisões
sistemáticas (RRSs) com http://www.
Epistemonikos
escopo clínico e de epistemonikos.org/
organização de serviços de
saúde.
90
Sites e bases de dados Contexto Endereço eletrônico
http://rebrats.saude.gov.
O sistema de informação da
br/sisrebrats
REBRATS reúne pareceres
técnico-científicos (PTCs),
revisões sistemáticas, http://189.28.128.101/
REBRATS
análises econômicas e rebrats/visao/sociedade/
estudos de gestão de estudo.cfm
tecnologias para o contexto
brasileiro.
91
Sites e bases de dados Contexto Endereço eletrônico
92
ANOTAÇÕES
ANOTAÇÕES
Nome da gráfica(sem logomarca da empresa),
Local e data da impressão
Outras características tipográficas da obra.
ISBN 978-85-334-2514-9
9 788533 425149