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David M. Levy
Maravilhosa,
incomparável graça,
concedida livremente a todo
o que nEle crer;
tu que anelas ver Sua face,
queres neste instante
Sua graça receber?
Nós que recebemos a graça de Deus por intermédio de Jesus Cristo, de fato,
constatamos quão maravilhosa e incomparável é essa graça. Entretanto, qual é o
significado da expressão Graça de Deus?
Um Deus santo não tem nenhuma obrigação de conceder graça a pecadores, mas Ele
assim o faz segundo o bem querer da Sua vontade. Ele demonstra graça ao estender Seu
favor, Sua misericórdia e Seu amor para suprir a necessidade do ser humano. Visto que
o caráter de Deus é composto de graça, movido por bondade Ele espontaneamente se
dispõe a conceder Sua graça à humanidade pecadora em nosso tempo de aflição. A
graça de Deus pode ser definida como “aquela qualidade intrínseca do ser ou essência
de Deus, pela qual Ele, em Sua disposição e atitudes, é espontaneamente favorável” a
outorgar favor imerecido, amor e misericórdia àqueles que Ele escolhe dentre a
humanidade desmerecedora.1
Essas duas palavras hebraicas são usadas no Antigo Testamento para retratar o mesmo
significado de charis: (1) mostrar misericórdia para com o pobre (Pv 14.31); (2)
proporcionar misericórdia àqueles que invocam a Deus em tempo de angústia (Sl 4.1;
6.2; 31.9); (3) demonstrar favor a Israel no Egito (Êx 3.21; 11.3; 12.36); e (4) conceder
(Deus) Sua graça a determinadas pessoas, tais como Noé (Gn 6.8), José (Gn 39.21),
Moisés (Êx 33.12,17), e Gideão (Jz 6.17). Além disso, a graça de Deus será derramada
sobre a nação de Israel no tempo da sua salvação (Zc 12.10).
Deus não outorgou Seu amor e graça a Israel por qualquer mérito dessa nação. Deus
escolheu Israel para que fosse o povo de Sua propriedade exclusiva através de um ato de
pura graça (Dt 7.6-9).
Pela graça de Deus a ímpia cidade de Nínive foi poupada da destruição ao arrepender-se
de seu pecado com a pregação de Jonas.
No Novo Testamento, o conceito de graça encontra uma expressão mais precisa, rica e
completa no termo grego charis, o qual ocorre, no mínimo, por 170 vezes. A graça de
Deus assume uma dimensão pessoal totalmente nova e se torna evidente ao ser humano
nas palavras e obras do ministério redentor de Jesus Cristo. Que prova maior da graça
de Deus poderia ser dada do que essa da salvação?
Foi o próprio Deus que, em Sua bondade e graça, tomou a iniciativa de providenciar a
salvação para o homem após a queda de Adão no pecado. A graça de Deus se revela à
humanidade de duas maneiras fundamentais:
A Graça Comum
A graça comum também pode ser constatada na obra do Espírito Santo, quando este
move o coração de uma pessoa ao persuadi-la(lo) e convencê-la(lo) da necessidade de
buscar a salvação por intermédio de Jesus Cristo (Jo 16.8-11).
A Graça Especial
Os crentes em Cristo são chamados, não segundo suas obras de esforço próprio, mas
conforme a “determinação e graça” de Deus (2 Tm 1.9).
O apóstolo Paulo é um exemplo clássico da chamada eficaz de Deus. Ele foi chamado,
não por sua vontade, mas “pela vontade de Deus” (1 Co 1.1). Na realidade, ele tentava
destruir a Igreja até o momento em que se converteu a Cristo, conversão essa que
ocorreu pela graça de Deus (At 9).
Graça Salvadora
Naquele momento em que a pessoa, pela fé, recebe a Cristo, ele (ou ela) é santificado
pela graça de Deus. A palavrasantificação significa “tornar santo” ou “separar para
Deus” com propósito ou uso sagrado. A Bíblia menciona pessoas, lugares, dias e objetos
inanimados consagrados (i.e., separados) a Deus. No que se refere a um indivíduo, a
santificação pode ser definida como a obra da livre graça de Deus através do Espírito
Santo, na qual Ele separa o crente para ser amoldado ou conforme à imagem de Cristo.
Graça Servidora
Os crentes dispõem de “diferentes dons segundo a graça que [por Deus] nos foi dada”
(Rm 12.6). Alguns crentes possuem uma abundância de dons, enquanto outros possuem
apenas um ou dois. Esses dons, ou graças, não são dons, talentos ou habilidades
naturais; pelo contrário, são dons proporcionados por Deus, os quais, através do crente,
efetuam a edificação do Corpo de Cristo, rendendo, assim, a glória que pertence a Deus.
No uso de seu dom, um crente deve se dirigir às outras pessoas com uma atitude de
graça. O apóstolo Paulo declarou: “A vossa conversa seja sempre com graça” (Cl 4.6;
conforme a Tradução Brasileira). No que dizia respeito ao serviço para o Senhor, Paulo
estava equipado, não com sua própria força e poder, mas com a graça de Deus que lhe
fora outorgada. Ele disse: “...trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu,
mas a graça de Deus comigo” (1 Co. 15.10).
Graça Sofredora
Notas:
1. J. Dwight Pentecost, Things Which Become Sound Doctrine, Westwood, NJ: Fleming
H. Revell, 1965, p. 19.