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PROPOSTA DE TRABALHO
Com Freud, Nossa ciência não é uma ilusão. Ilusão seria imaginar que
aquilo que a ciência não nos dá podemos conseguir em outro lugar” (Freud,
[1927] 1974, v. XIX).
Ainda, para melhor esclarecer seu conceito de “ciência normal”, Thomas Kuhn
irá lançar mão de exemplos aceitos na prática científica, que incluem, ao
mesmo tempo, lei, teoria, aplicação e instrumentação, gerando modelos dos
quais brotaram as tradições coerentes e específicas ‘da’ pesquisa científica,
tais como a “Astronomia Copernicana” e a “Dinâmica Aristotélica” ou
“Newtoniana”, entre outros modelos ou paradigmas muitas vezes bem mais
especializados.
Indagamo-nos: como algo que se apresenta como “nem ser, nem não ser”,
“não realizado”, para o qual só existe a “mera possibilidade de existência”,
que só pode ser verificado e conhecido diretamente pela via da interpretação
e que só se manifesta pela via de um sintoma e no sonho, no ato que falha e
no chiste pôde vir a se constituir como “algo” que anseia pertencer a uma
categoria científica?
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de sujeito na psicanálise já fora fundamentado, uma vez que o que se pôde
estabelecer foi “uma estrutura que dá conta do estado de fenda, de ‘Spaltung’
em que o psicanalista o situa em sua práxis” (Lacan, [1965-1966] 1998, p.
869). Tal fenda é admitida na base em que o reconhecimento do inconsciente
basta para motivá-Ia na medida em que ela é que o faz submergir em sua
constante tentativa de manifestar-se.
2. O processo Psicanalítico
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que ele considera sinais do inconsciente, e que pôde captar no discurso do paciente. O
feedback do analista tem como objetivo levar o paciente a tomar consciência por si só
de sua condição. Por esse motivo, no processo psicanalítico o analista se abstém de
falar suas opiniões e julgamentos, pois o que irá levar o paciente a cura de seus
sintomas será fruto de suas próprias conclusões e esclarecimentos, trabalhados no
processo psicanalítico. O analista funciona como um espelho que reflete os medos,
desejos e fantasias do paciente, o que o leva a reconhecer os seus processos psíquicos.
A formação do analista é um processo longo que requer estudo, análise pessoal e a
supervisão dos casos feita geralmente por analistas mais experientes. A liberação dos
conteúdos reprimidos, faz com que impulsos destrutivos que se repetiam percam a sua
força amenizando o sofrimento do paciente. A energia antes destinada a manter
inconsciente o material recalcado, denominada libido, é liberada a partir do momento
que esses conteúdos se tornam conscientes, podendo ser utilizada para atividades
mais produtivas. Para a psicanálise, os efeitos do processo psicanalítico estão para
além de efeitos terapêuticos. Muito mais do que o bem-estar, a análise leva o paciente
que se implica no processo psicanalítico, a mudanças profundas relacionadas ao seu
modo de ser e estar no mundo.