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Quadro de Claude Lorrain que representa um porto de mar francês de 1638, no momento fundamental do mercantilismo.
Mercantilismo é o nome dado a um conjunto de práticas econômicas desenvolvido na Europa na Idade Moderna, entre o século XV e o final
do século XVIII. O mercantilismo originou um conjunto de medidas econômicas diversas de acordo com os Estados. Caracterizou-se por uma
forte intervenção do Estado na economia. Consistiu numa série de medidas tendentes a unificar o mercado interno e teve como finalidade a
formação de fortes Estados-nacionais.
marítimo.
Segundo Hunt, o mercantilismo originou-se no período em que a Europa estava a passar por uma grave escassez de ouro e prata, não tendo,
As políticas mercantilistas partilhavam a crença de que a riqueza de uma nação residia na acumulação de metais preciosos (ouro e prata),
advogando que estes se atrairiam através do incremento das exportações e da restrição das importações (procura de uma balança
O Estado desempenha um papel intervencionista na economia, implantando novas indústrias protegidas pelo aumento dos direitos alfandegários
sobre as importações, (protecionismo), controlando os consumos internos de determinados produtos, melhorando as infra-estruturas e
promovendo a colonização de novos territórios (monopólio), entendidos como forma de garantir o acesso a matérias-primas e o escoamento de
produtos manufaturados. A forte regulamentação da economia pelo mercantilismo será contestada na segunda metade do século XVIII
O mercantilismo é um conjunto de ideias econômicas que considera a prosperidade de uma nação ou Estado dependente do capital que possa
ter. Os pensadores mercantilistas preconizam o desenvolvimento econômico por meio do enriquecimento das nações graças ao comércio
exterior, o que permite encontrar saída aos excedentes da produção. O Estado adquire um papel primordial no desenvolvimento da riqueza
nacional, ao adotar políticas protecionistas, e em particular estabelecendo barreiras tarifárias e medidas de apoio à exportação.
evitar a saída de metais preciosos do país. Mais tarde surgiriam outras escolas como o colbertismo (ou "mercantilismo francês") que
se inclina para aindustrialização; e o comercialismo (ou "mercantilismo britânico") que vê no comércio exterior a fonte da riqueza de
um país.
Incentivos às manufaturas
O governo estimulava o desenvolvimento de manufaturas em seus territórios. Como o produto manufaturado era mais caro do que as
Protecionismo alfandegário
O governo de uma nação deve aplicar uma política protecionista sobre a sua economia, favorecendo a exportação e desfavorecendo
a importação, sobretudo mediante a imposição de tarifas alfandegárias. Incentiva-se, portanto, a balança comercial positiva com
outras nações. Eram criados impostos e taxas para evitar ao máximo a entrada de produtos vindos do exterior. Era uma forma de
estimular a indústria e manufaturas nacionais e também evitar a saída de moedas para outros países.
O esforço era para exportar mais do que importar, desta forma os ingressos de moeda seriam superiores às saídas, deixando em boa
situação financeira.
Soma zero
Acredita que o volume global do comércio mundial é inalterável. Os mercantilistas viam o sistema econômico como um jogo de soma
Colônias de exploração
A riqueza de um país está diretamente ligada à quantidade de colônias de que dispunha para exploração. O mercantilismo
indiretamente impulsionou muitas das guerras europeias do período e serviu como causa e fundamento do imperialismo europeu,
dado que as grandes potências da Europa lutavam pelo controlo dos mercados disponíveis no mundo. Sob este aspecto, vale
salientar que, nas expansões marítimas e comerciais das nações, um país não poderia invadir o caminho percorrido constantemente
por outro, como no caso da procura pelas Índias Ocidentais. Isto perdurou até que, após o descobrimento da América, a Inglaterra
decidiu "trilhar" o seu próprio caminho. Portugal e Espanha se mostraram insatisfeitos com o fato, o que motivou a célebre frase do rei
da Inglaterra:
O sol brilha para todos! E eu desconheço a cláusula do testamento de Adão que dividiu a terra entre portugueses e espanhóis.
As colônias europeias deveriam comercializar exclusivamente com suas respectivas metrópoles. Para as metrópoles tratava-se de
vender caro e comprar barato. Dentro desse contexto ocorreu o ciclo do açúcar no Brasil Colonial.[2]
Jakob Fugger "o rico", retratado porAlbrecht Dürer (1519) na época em que negociava um empréstimo a Carlos I da
Espanha para financiar sua eleição imperial e assim tornar-se Carlos V da Alemanha. Os impostos com os quais
pensava devolver o crédito provocaram a Guerra das Comunidades de Castela. Pouco antes, as manobras teológico-
autonomia da economia frente à moral e a religião bem como frente à política. Esta
(1623–1687).
dos fluxos econômicos, em que, por exemplo, não se leva em conta o papel do
sistema social.
o desenvolvimento econômico.
riqueza como preciosa para o indivíduo e, portanto, digna de ser atingida como um
todo o século XIX e começo do XX).[4] Adam Smith, na sua obra "A riqueza das
Republicano. Essa corrente seria dominante nos EUA até ao surgimento do New
bem que alguns dos seus elementos sejam ocasionalmente vistos de modo positivo
por alguns, entre os quais cabe citar a Ravi Batra, Pat Choate, Eammon Fingleton,
ouMichael Lind.[5]
Índice
[esconder]
1 Doutrina econômica mercantilista
ideias econômicas
o 1.2 Interpretação histórica do
mercantilismo
econômico
2 Políticas mercantilistas
o 2.1 Na França
o 2.2 Na Inglaterra
o 2.3 Na Espanha
o 2.4 Em Portugal
o 2.5 Outros países
3 Críticas
4 Legado
o 4.2 Herança política
5 Notas e referências
o 5.1 Fontes
o 5.2 Outras leituras
6 Ver também
7 Ligações externas
raíz merx que significa mercadoria. De início foi usado apenas por críticos, como
Mirabeau e o próprio Smith, mas foi logo adotada pelos historiadores.De fato, Smith
foi quem primeiro organizou formalmente muitas das contribuições dos
esquema geral do que seria uma economia ideal, tal como Adam Smith faria mais
ideia mesma de uma teoria mercantilista, alegando que esta dá "uma falsa unidade
econômico como um jogo de soma zero, onde a ganância de uma das partes
nada que alguém ganhe e que outrem não perca".[11] Assim, por definição, qualquer
sistema político que beneficiasse a um grupo faria dano a outro (ou outros), não
mais para justificar a posteriori uma série de práticas, do que para avaliar o impacto
pela quantidade de ouro que possuem. Cada nação deve, pois, acrescentar as suas
reservas de ouro à custa das demais nações para fazer crescer o seu poder. A
acumulada pelo governo, sem mencionar a Renda Nacional. Este interesse para as
eram pagos com ouro e exceto os poucos países europeus que controlavam as
mas desde esse momento era visto interessante importar mercadorias da Ásia por
meio de ouro para revender depois esses bens no mercado europeu com
importantes benefícios.
E para deixar a coisa ainda mais clara, quando dizemos [...] que 100.000
livras exportadas em efetivo podem servir para importar o equivalente
aproximado de 500.000 livras esterlinas em mercadorias das Índias
Orientais, há que entender que a parte dessa soma que pode chamar-se com
propriedade a nossa importação, ao ser consumida no reino, tem um valor
de umas 120.000 livras esterlinas anuais. De maneira que o resto, é dizer
380.000 livras, é mercadoria exportada ao estrangeiro sob a forma do
nossos tecidos, o nosso chumbo, o nosso estanho, ou de qualquer outro
—
produto do nosso país, com grande aumento do patrimônio do reino e isso
no tesouro, pelo qual podemos concluir que o comércio das Índias Orientais Thomas
prove a esse fim. Mun"[17]
que uma vez transformadas em bens finais constituíam uma importante fonte de
uma redução das limitações contra a usura. Como muito bem demonstrou William
posta em prática das Navigation Acts a partir de 1651, que deram aos barcos
Baixos.
o mercado negro.
Por outro lado, a maior parte dos teóricos mercantilistas estavam de acordo na
Colbert fará trabalhar as crianças com seis anos nas manufaturas do Estado.
[19]
Tradicionalmente os pobres eram vistos como os mais próximos a Deus, e as
paliar os seus efeitos. Porém, entre os católicos também se inclui a obra de Juan
públicas, que devem socorrer os verdadeiros pobres e fazer trabalhar aos que
Em efeito, não se pode falar de uma escola mercantilista, pois, para poder falar de
mestre que crie um pensamento que seja seguido pelos membros da escola, além
como uma concepção social que quebrou com as formas, tanto morais quanto
Desta óptica é levado em conta o aumento do emprego como término positivo nas
metal precioso (ouro e prata nomeadamente) levado dos territórios novos para
cronológica: Portugal, Espanha, Inglaterra, Holanda, França, Dinamarca e Suécia d
urante os séculos XVI, XVII e XVIII. Nesta época, o mercantilismo evolui de tal
que dão senso ao seu conceito: sistema mercantil, sistema restritivo, sistema
deste.
exterior a cifras até não concebidas. Isto levou a um grande acréscimo dos preços e
fenômeno a uma escala até então desconhecida) não foi plenamente estabelecido
indivíduos. O mercantilismo, por sua vez, estava alinhado com as outras teorias e
internacionais. A ideia mercantilista de o comércio ser uma soma zero na qual cada
parte fazia o possível para ganhar numa dura concorrência, integrava-se dentro das
de Oliver Cromwell.[23]
O pensamento mercantilista pode ser sintetizado através das nove regras de Von
Hornick:[24]
de bens estrangeiros
ouro e prata.
não se identificavam com tais ideias. Durante os começos da era moderna estava
Por outro lado, os estudiosos não se põem de acordo no motivo pelo qual o
Contudo, sustentava-se sobre uma série de falácias lógicas que não podiam ser
Ekelund, entende que o mercantilismo não era um erro, mas o melhor sistema
mais tardias foram desenvolvidas com freqüência por acadêmicos e filósofos, quase
governo.[27]
O monopólio da exportação.
1. Mercadorias (A)
2. Contas de capital
4. Ouro (C)
5. Erros e Omissões
[editar]Políticas mercantilistas
[editar]Na França
maiores potências europeias. Não teve tanto sucesso à hora de tornar França numa
emulação do seu consumo tanto dentro como fora do reino. Tal emulação também
[31]
e de artigos de grande consumo monopolizadas pelo Estado como regalias:
tabaco,[32] aguardente, naipes.
[editar]Na Inglaterra
William Petty.
poder do parlamento.[33]
Os monopólios controlados pelo Estado estenderam-se, especialmente antes
Inglaterra aumentou o número de colônias e, uma vez estavam sob controle, eram
dessas colônias e foi uma das principais causas da Guerra de Independência dos
Estados Unidos.
nação, todas as terras e recursos deviam ser utilizadas ao máximo, o que levou a
[editar]Na Espanha
Casa de Contratação, que atualmente cumpre a função de Archivo de Indias, junto à Catedral de Sevilha.
Centro econômico do mundo no século XVI, Sevilha afundou-se numa profunda crise no seguinte,
A revolução dos preços que afetou a toda Europa desde o século XVI, teve a sua
origem na chegada a Espanha das remessas anuais de metais preciosos que trazia
a frota de Índias, com o que a reflexão sobre as suas causas e possíveis soluções
que era entender os fenômenos econômicos e agir politicamente sobre eles. Era
que os impostos (uns do rei, outros do reino, outros dos municípios), as múltiplas
Martín de Azpilicueta.
por ser chamado de arbítrio a medida que, pela sua mera vontade, podia o rei
tomar em benefício do reino, e que esses autores solicitavam. Seu papel foi infra-
valorado pela mesma historiografia econômica espanhola nos seus primeiros
teorias que não se dá conta de que se tirou a sim mesmo um olho com a caneta. [39]
finais desse século, durante o reinado de Carlos II, porém presenciou uma
Amelot).
livre comércio de grão, 1765), que foi apartado após o motim que leva o seu
[editar]Em Portugal
[editar]Outros países
de Frederico II a economia mais rígida da Europa. Com esta base doutrinal,
Caracas (1728).
[editar]Críticas
Grande parte de "A Riqueza das Nações" de Adam Smith é um ataque ao mercantilismo.
momento no que não compensasse exportar bens do país com altos preços
foi a importância que dada aos metais preciosos, mesmo quando alguns
qualquer outro bem de consumo, e que não havia razão alguma para lhe
dar um tratamento especial. O ouro não era mais do que um metal de cor
se produziu até que Adam Smith publicou a sua famosa obra "Uma
[editar]Legado
aceitas no Império Britânico, mas recusadas nos Estados Unidos por figuras
também fez notar que o enfoque nos metais preciosos também era razoável
circulação.
que tinha a balança de pagamentos, e visto que desde a década dos anos
é usado para atacar uma série de políticas protecionistas. [43] Por outro lado,
categorizassem como neomercantilismo.
Por outro lado, alguns sistemas econômicos modernos copiam algumas das
Uma área do uso da informação, Smith foi rebatido antes mesmo do que
importantes (se bem que a escola austríaca supõe uma notável exceção).
Friedrich List.
a curto prazo, pode ser benéfico a longo (teoria das "indústrias infantis" do
alemão Friedrich List).
competidores sérios.
[editar]Herança política
[46]
uma das suas empresas por parte dos governos norte-americano (em forma
mercantilismo.
Notas e referências
Brandão Azevedo. 7a. edição - Rio de Janeiro : Campus, 1989, p. 44 (ISBN 85-
7001-421-X).
43.
de importações até bem entrado o século XX."(de "Hamilton's Republic" Part III
"The American School of National Economy" pg. 229-230 Ed. Free Press, Simon
Greatest Nation of the Earth" Capítulo 4 : "Directing the Legislation of the
Country to the Improvement of the Country: Tariff and Tax Legislation" pg.
parte do programa que levara a cabo durante a melhor parte da sua vida
desde um selo até ao banco nacional.'" (de "Lincoln and the Economics of
the American Dream" Capítulo 14: "The Whig in the White House" pp.
0-87870-043-9; ISBN 0-252-06445-3)
Society. pg. 9
MacGrawHill
17. ↑ Thomas Mun, A Discourse of Trade from England unto the East-Indies, 1621
Method p. 46.
19. ↑ É muito conhecida a tese de Max Weber: La ética protestante y el espíritu del
25. ↑ Robert B. Ekelund and Robert F. Hébert. A History of Economic Theory and
Method. pg. 46
35. ↑ Madrazo Madrazo, Santos (1969) Las dos Españas. Burguesía y nobleza, los
Relations.
1994
47. ↑ P. R. Krugman, "Does the New Trade Theory Require a New Trade Policy ?",
The World Economy, vol 15, n° 4, Julho 1992, pp. 423 – 441, pp. 429 – 431.
[editar]Fontes
1935. (em inglês)"Notes on Mercantilism, the Usury Laws, Stamped Money and the
Money. (em inglês)
[editar]Outras leituras
Economic Thought. Volume II
[editar]Ver também
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