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PRÁTICAS
DE MANEJO
PARA ADOÇÃO DO SISTEMA ROTACIONADO DE PASTEJO

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Antes
de optarmos
por adotar qualquer prática de manejo, no que diz
respeito à condução de pastagens, devemos
estar atentos às necessidades fisiológicas das gramíneas
tropicais. Apesar de pesquisas terem nos fornecido ao
longo dos últimos anos, bases mais sólidas para nos
auxiliar nas tomadas de decisões, devemos ter em
mente que muito mais precisa ser definido para melhor
utilização e consequentemente maior produção nos
trabalhos com as diversas espécies forrageiras, hoje
disponíveis.

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principal
A

ação
para adotar de maneira eficiente o manejo rotacionado, consiste em
respeitar as alturas de entrada e saída dos animais, definidas para
uma determinada espécie forrageira. Pesquisas comprovam a grande
correlação que existe entre a altura da planta e a interceptação de luz
na base da touceira. (tabela 1)

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Na Tabela 1, estão reunidos alguns dados sobre o manejo do pastejo
para as principais espécies forrageiras gramíneas exploradas
em pastagens no Brasil.

Alturas alvos de manejo do pastejo de gramíneas forrageiras tropicais, subtropicais e temperadas


em pastoreios de lotação alternada (2 piquetes por lote de animais) e rotacionada (no mínimo
3 piquetes por lote de animais) em pastagens não adubadas e em pastagens adubadas.

Alturas alvo (cm)

Nome da planta forrageira De saída

Científico Comum Entrada Não Adubado Adubado


Andropogon gayanus Andropogon 50 40 25
Avena Aveia 30 25 15
B. Brizantha. B. decumbens Braquiarão. decumbens 25 20 13
B. brizantha, B. híbrida Xaraés: MG5. Convert 30 25 15
Brachiaria humidicola Humidicola 25 20 13
C. dactylon, nlemfuensis Coastcross. Tifton 68 30 25 15
C. dactylon x C. nlemfuensis Tifton 85 25 20 13
C. plectostachyus Estrela africana 30 25 15
Lolium multiflorum Azevém anual 20 15 10
Panicum maximum IZ 5 ou Aruana 30 25 15
Panicum maximum Atlas 75 60 37
Panicum maximum Massai 30 25 15
Panicum maximum Mombaça, Tobiatã 90 70 45
Panicum maximum Tanzânia 70 55 35
Pennisetum americanum Milheto 50 40 25
Pennisetum purpureum Cameroom 100 80 50
b
Fonte: AGUIAR, 2012; 2012; 2012
c d
(tabela 1)

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Quando
falamos Panicum Maximum - Mombaça
Resíduo de 50 cm e pastejo com 100% IL
em índice de interceptação luminosa na base da
250
touceira, queremos dizer que de toda luminosidade 95% IL

Acúmulo e senescência de folhas


disponível no topo das plantas, apenas uma 200 16
Folhas

(cm/perfilho.dia)
determinada porção estará realmente disponível em

Acúmulo de hastes
(cm/perfilho.dia)
150 12
sua base.
100 8
Quando, de toda luz disponível apenas 5% chega
50 4
à base da touceira, ou seja 95% foi interceptada Hestes

Senescência
pela estrutura da planta, fisiologicamente ela passa 0 0
a diminuir o alongamento de folhas e começa a Fonte: GEPF, 2002

alongar hastes.

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altura
Ao atingir uma

que corresponde à

95%
de interceptação luminosa, não mais teremos
acúmulo de folhas e sim de colmos e material
senescente, passando assim a comprometer
a capacidade de produção e a qualidade da
forrageira disponível aos animais. 95% IL 100% IL

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Entender e
consolidar
conhecimento nesse primeiro conceito será primordial para o sucesso
na condução do manejo das pastagens, seja ele rotacionado ou não.

Treinar a mão de obra


e medir a altura das pastagens

é fundamental,
porque não haverá manejo eficiente
se o monitoramento não o for.

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Com relação a altura de saída,
o ideal é sempre trabalhar com: pré-pastejo prós-pastejo
Áreas adubadas Áreas NÂO adubadas

50% 20%
de altura de altura

Como exemplo, o capim Mombaça que tem uma altura


preconizada de entrada de 90 cm, terá como altura de
saída 45 cm quando adubado e aproximadamente 70
cm quando não. (tabela 1)

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A recomendação de altura de saída visa atender Composição da forragem consumida durante
a demanda da planta para nova fase de rebrota, o rebaixamento dos pastos de capim-mulato
mantendo uma quantidade suficiente de folhas
para que ocorra os processos de fotossíntese, Lâminas foliares na extrusa (%)

associada à manutenção de tecidos de reserva 120


a b
nas raízes e colmos que serão mobilizados nessa

Proporção folhas (%) na extrusa


100 a
b
fase. Manter os animais em pastagens abaixo 80 a

dessa altura limite de saída, irá comprometer 60


b
o vigor da nova brotação, além de piorar o 40

desempenho destes, pois, o que será agora 20 95% IL


100% IL
pastejado não apresenta a mesma qualidade 0

nutricional quando do início do pastejo. Início pastejo 50% R


Fases do rebaixamento
Final pastejo

Fonte: SOUZA JÚNIOR, 2010

Forragem contendo de 14 a 18% de PB e 65


a 70% de digestibilidade

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Ao definirmos o nosso manejo pelas alturas de entrada e essas são variáveis de fazenda para fazenda e de
e saída preconizada para uma determinada espécie acordo com a época do ano, os dias de intervalo e
forrageira, não mais teremos predefinidos os dias ocupação de cada piquete em pastejo serão, também
de intervalo entre pastejo. Como o crescimento das variáveis. Dependendo das condições, podemos usar
plantas é determinado por fatores variáveis que são: os piques com intervalos menores ou maiores.

12 60
Condições ótimas Condições adversas

Temperatura Disponibilidade Disponibilidade Fertilidade


de luz de água do solo

dias dias ou mais

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Dessa forma, para melhor exploramos as
potencialidades de nossas forrageiras, devemos
estar conscientes que apesar de simples, o
monitoramento das alturas de entrada e saída,
deve ser

frequente e

bem
feito, realizado por pessoas treinadas, com bom embasamento
teórico, a fim de promover as ações de maneira eficaz
visando o melhor desempenho das plantas e animais em pastejo.

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Assim, podemos concluir
que precisamos começar a tratar de nossos pastos como tratamos
de qualquer outra cultura, ficando atentos ao manejo correto e ao
momento ideal de colheita, que se negligenciado pode impactar
negativamente em nosso resultado. Além disso, sabendo que
o momento ideal de entrada para pastejo é quando as plantas
atingem 95% de IL e essa tem alta relação com altura de manejo,
este pode ser um parâmetro para nos ajudar nas situações do
dia a dia. Conforme as estações do ano, as taxas de crescimento
das plantas vão acompanhando essas mudanças e é essencial
entendermos que as alturas de manejo serão alcançadas em
diferentes intervalos de tempo. Dessa forma, o manejo fixado em
dias não é o mais apropriado.

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Referências:
BARBOSA, Rodrigo Amorim. Características morfofisiológicas e acúmulo de forragem em
capim- tanzânia (Panicum maximum Jacq.cv. TANZÂNIA). Viçosa, Minas Gerais, 2004.

CARNEVALLI, Roberta Aparecida. Dinâmica da rebrotação de pastos de capim-mombaça


submetidos a regimes de desfolhação intermitente. Piracicaba, São Paulo, 2003.

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