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Enquanto o som ecoava, todos ficavam em silêncio e observavam ambos, garoto e

general, esperando novas ordens.

– Estarei ocupado, levem a criança para o castelo enquanto isso.

Disse o senhor, com sua forte e imponente voz, se sentando a mesa e observando o
mapa da região. Lancelot observou e memorizou o mapa, vendo que neste mundo haviam
5 grandes porções de terra, com ilhas menores. Haviam, 5 continentes, eles eram
chamados de Ásia, Europa, América, Oceania e Antártida, separados por oceanos os
quais não vale citar, pois já são de seu conhecimento. Atualmente, Lancelot estava
na Europa, em um lugar chamado de Reino Unido. Entretanto, haviam inúmeros pontos
de interesse que não haviam como serem ignorados. O Berço da Morte estava escrito
em vermelho-sangue, como legenda, as cores demonstravam nível de perigo. Verde eram
áreas seguras, amarelas eram áreas seguras com pouca hostilidade, laranja eram
áreas perigosas, vinho eram áreas extremamente perigosas e vermelho-sangue eram
áreas fatais só de estarem lá.

– Senhor, como quer chamar a criança?

– Chame ele como… Mordred Pendragon.

E, assim, Lancelot foi chamado como o traidor de seu mundo anterior, um homem
hediondo que armou contra Lancelot e sua amada Guinevere, não só isso como também
tentou tomar o trono do Rei Arthur, o maior rei do mundo naquela época. Ao menos, a
verdade fora exposta, Arthur perdoou Lancelot e Guinevere, sua esposa por cometer
adultério e acabou com a vida do traidor, decapitando-o em praça pública após
Lancelot em pessoa capturar Mordred.

Agora, com um nome horrível, ele fora enviado para mais uma carruagem, porém, os
soldados tinham expressões ruins em seu rosto, com claras intenções maliciosas para
com a criança. Em um instante, entretanto, eles suspiraram, e tiveram de concordar
que era impossível fazer qualquer coisa.

– O general colocaria a força especial atrás desse caso, é basicamente suicídio.

A força, a influência e a presença do velho senhor que adotou Lancelot eram todas
gigantescas, o mesmo nem precisou fazer algo, como tentar fugir, a influência do
grande general já havia feito tudo por ele. Porém, era muito estranho uma única
pessoa ter todos esses pontos juntos. Era basicamente impossível só pela força, mas
ele também era tão grande quanto um rei nessas áreas, o que era muito estranho e a
presença que emanava era grande, gigantesca, quase sufocante.

Lancelot foi posto em mantos, deixando apenas a cabeça exposta, sendo então
transportado em uma carruagem movida por… Nada? Ela se mexia sozinha, porém, uma
aura azulada emanava dela, circulava pelas rodas da carruagem e então a fazia a
movimentar, porém, não obstante, essa mesma aura azulada circulava pela estrutura
da carruagem, em sua traseira e também um pouco mais distante, como um círculo
levemente azulado. Era tudo muito estranho, mas o garoto só seguiu a viagem em
silêncio, observando afora de tempos em tempos para não levantar suspeita. Ao mesmo
tempo que a cidade era gigante, a carruagem era muito rápida, o que tornou a viagem
pouco maçante apenas.

Quando ele viu um enorme castelo, tamanho de 4 ou 5 vezes os castelos de seu mundo
anterior, com 7 torres, toda a estrutura feita de mármore, muito puto, pedras
preciosas e a aura azul ajudava a levitar as torres, proteger o castelo, porém,
aqui ela parecia ser ainda mais densa do que na carruagem. As janelas do castelo
eram todas vitrais que remetiam a planetas e principalmente, ao sol. O único vitral
vermelho, entretanto, era o da Lua, o que era estranho, pois claramente estavam
demonizando o astro. Isso instigou a curiosidade do garoto de outro mundo, que já
deixou em sua mente para ser visto posteriormente. Mas, assim que viu novamente, o
astro brilhou para Lancelot, a Lua nós vitrais brilharam simultaneamente para o
menino, logo desaparecendo sem rastros.

\[( Isso… Aconteceu mesmo? )\]

Finalmente, mais um pouco de viagem, os portões da muralha externa do castelo se


abriram, abaixando-se e se formando então uma ponte, a qual possibilitou a
passagem, já que o que circulava a muralha era um lago profundo, com alguns animais
aquáticos, mas que só eram visíveis as silhuetas, uma delas era grande,
exageradamente grande. Talvez desse para ser medido como 3 a 4 pessoas de
cumprimento, isso reconhecendo ao longe, e possivelmente estava mergulhada ao
fundo, diminuindo o tamanho real. Isso era, sem dúvidas, assustador.

Adentrando o portão do castelo, era visível mais claramente o quão lindos eram os
ornamentos detalhados no mármore, o contraste entre o branco, o dourado e o azul
era, sem dúvidas, umas das coisas mais lindas que Lancelot tinha visto que fora
feito pelo homem. Quando a carruagem parou, um dos guardas adentrou o interior da
mesma para pegar a criança, porém, para a surpresa dele, Mordred já estava em pé,
saindo da carruagem por conta própria.

\[( Não vou esconder essa façanha de conseguir ficar em pé, não sei o qua tô pode
me dar de benefícios ou malefícios, porém nunca fui de esconder. Além disso, deve
ser algo ligeiramente comum nesse mundo. )\]

E não era, Lancelot percebeu isso vendo a expressão chocada do guarda, a


incredulidade em seus olhos era inegável, estando arregalados daquela forma, podia-
se dizer que ele estava espantado. Assim que ele se acalmou brevemente, ele
estendeu a mão para a criança, Lancelot obviamente pegou a mão e seguiu caminhando
ao lado do guarda que o guiava, estando coberto com a manta somente, até que, ele
para em um quarto, que tinha algumas peças de roupa. Um serviçal bem arrumado
assumiu dali pra frente, pegando uma das roupas que estavam em um dos vários
manequins postos ali, colocando uma roupa bem luxuosa para uma criança, talvez até
para um adulto, uma camiseta e uma calça brancas, vestido então por cima um paletó
branco com ornamentos em ouro, incomodava bastante, especialmente para uma
criança. 

\[( Roupas muito extravagantes para um recém nascido… )\]

O garoto suspirou, mas estava acostumado em sua vida anterior, então ele não se
importou muito, vestiu as roupas e andou até o mordomo, dizendo já estar pronto.
Aquilo surpreendeu o mordomo, que achava que era normal um recém nascido precisar
de ajuda em suas vestimentas, mas não fora o caso, na verdade, a criança se vestiu
até melhor do que o mordomo o vestiria, o que o deixou desconfortável.

Seguindo o mordomo até o Hall do Castelo, lá ele viu o velho senhor de antes, um
homem muito alto loiro de olhos azuis, uma mulher de cabelos loiros e olhos verdes.
Todos tinham uma aparência incrivelmente bonita, o que era estranho para Lancelot.
Assim que eles viram a criança andar sozinha, eles ficaram espantados,
especialmente o homem alto.

– Como ele está andando?! Ele sequer é uma criança?

Exclamou o homem alto, mas não havia uma resposta para aquilo, quem iria responder?
A criança recém nascida? Lancelot poderia, entretanto não quis. Parecia ser uma
intriga que ele não gostaria de arrumar. O homem alto parecia estranhamente
irritado com toda aquela situação. 

– Mordred, como você está…? Precisamos verificar a idade dele. Garen, venha cá.
O garoto apenas observou, sem dar uma resposta. Ele viu um homem velho, com longos
cabelos grisalhos e uma barba bem feita, ele carregava um cajado, esse homem, sem
dúvidas, exalava um grande poder em sua aura. Ele balançou o cajado no ar, formando
símbolos estranhos feitas de uma energia azulada, então, aqueles símbolos foram em
direção a Lancelot, que deu um pulo para trás instintivamente e assumiu uma posição
de saque de espada, mas foi em vão, o símbolo o antigiu, formando o número 2 e uma
palavra não identificável acima de sua cabeça.

– 2 dias?! Garen, sua magia tem que estar errada!

– Impossível, senhor. A mana dele é medíocre demais para alterar alguma magia
minha.

Enquanto o homem alto parecia estar com muita raiva, reclamando para todos os
lados, uma risada ao fundo surgiu. Era do velho senhor que estava ali, ele parecia
estar se divertindo com tudo aquilo.

– Bom, muito bom! Ele é um tesouro daquela floresta, sem dúvidas. Olhe para ele,
instintivamente ele recuou e assumiu uma posição de espadachim, mesmo que seja
diferente da nossa. 

Lancelot se assustou e rapidamente parou de fazer aquela posição, para não levantar
mais suspeitas.

– E parece que ele nos entende.

De novo! Mais uma vez, nada podia escapar da visão daquele velho, só faltava ele
saber que ele veio de outro mundo, mas isso seria simplesmente ridículo e sem
precedentes. A criança suspirou profundamente, sabendo que dois de seus trunfos
foram revelados tão simples assim, ele sabia que não adiantava mais esconder.

– E-eu copiei um homem que passou na escuridão…

Disse a criança, arregalando o olho de todo mundo, enquanto o velho deu mais uma
encarada na criança, um pouco mais sério. Uma criança de 2 dias saber falar e andar
era simplesmente inédito.

– Um homem, você diz? Ele era forte?

Lancelot nunca foi arrogante, mas sim realista. A resposta que daria a seguir seria
para colocar esse traço a prova.

– Ele era muito forte.

O velho sabia que ele tinha presenciado sua força anteriormente, visto Garen
utilizar sua magia e já tinha visto dragões. Ele teve de suspirar e pensar em que
tipo de existência era aquela pessoa, mas logo uma frase soou entre os lábios do
velho:

– Vamos voltar ao tópico principal desse reunião, eu gostaria de lhe dar as boas-
vindas à família real, Mordred. Esse será seu novo lar.

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