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A Virgem Maria
e o Diabo nos exorcismos
3.ª edição
1.ª edição: Abril 2011
2.ª edição: Junho 2016
3.ª edição: Abril 2017
1
Cf. SANTO IRENEU DE LIAo, Ad haereses, Ib. IV, e. 40 n . 2.
2
Na sua oração sacerdotal, Jesus pede ao Pai: «Consagra-os na verdade . A tua Pa-
lavra é a verdade » üo 17,17).
3
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
3
Cf. CONCILIO DO VATICANO II , Con st. d ogm . Dei Verbum , n . 10.
• Catecismo da Igreja Católica, n. 328.
~ Jbid. , n. 39 1.
6
CONCILIO DE LATRAO IV, cap. 1, De fide catholica: DH 800.
1
Ritual Romano. Rito dos exorcismos, Proémio .
8
Catecismo da Igreja Católica, n . 1861 .
9
Ritual Romano. Rito dos exorcismos, Proémio .
i,, CONCILIO DO VATICANO II, Gaudium et spes, n . 37.
4
Prefácio à edição portuguesa
5
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
com estas duas Pessoas divinas , e isto realiza-se sem que a sua
mediação ofusque em nada a mediação única e universal de
Cristo . Antes bem pelo contrário, a vocação e missão de Maria
exaltam, confirmam e apontam para o único mediador entre
Deus e os homens: Jesus Cristo (cf. 1Tm 2,5) .
Finalmente, estou convencido de que esta obra nos ajuda a
valorizar melhor a eficácia de alguns meios de santificação. Por
exemplo , da Eucaristia, do Terço, da Consagração ao Coração
Imaculado de Maria. E assim, uma vez que vemos melhor a sua
força espiritual, acaba por nos estimular a usá-los com maior
diligência e devoção. Sobre este ponto, parece-me oportuno par-
tilhar aqui, que, uma vez , depois de terminado um exorcismo,
estava a impor o escapulário de Nossa Senhora do Carmo a uma
jovem que era atormentada pelo demónio, e, no momento em
que lhe introduzia o escapulário pela cabeça, o demónio reagiu
urrando com alguma violência. No final do exorcismo, tenho por
hábito rezar a Salve Rainha com os presentes e convido a pessoa
atormentada pelo demónio a rezar connosco. Nos casos em que
o domínio diabólico é maior, constato que a pessoa não conse-
gue rezar e que o demónio reage com as habituais blasfémias, pa-
lavrões, etc., mas à medida que tal domínio se vai enfraque-
cendo , a pessoa começa progressivamente a conseguir rezar cada
vez melhor esta bonita oração mariana.
Estou certo que a leitura deste livro nos ajudará a todos a
crescer na fé , esperança e caridade, e a dar abundantes frutos de
santidade para glória de Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
6
Prefácio
7
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
8
Prefácio
9
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
11
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
PE . RE NZO lAVATOR! *
12
Introdução
13
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
1
«O "sinal grandioso" que o Apóstolo S. João viu no Céu: "uma Mulher rewsuda
de sol" (d. Ap 12,1), não sem fundamento o interpreta a Sagrada Liturgia como refe-
rindo-se à Santíssima Virgem Maria, Mãe de todos os h omens pela graça de Cristo R ·
dentor» (PAULO VI , Exortação Apostólica Signum magnum, Introdução, 1967). «Lemos
no trecho do Apocalipse , h oje prop osto à nossa meditação: "Apareceu n o céu um
grande sinal: uma Mu lher vestida de sol, com a Lua debaixo dos pés e com uma
coroa de doze est relas na cabeça" (1 2 , 1). Nesta mulher resplandecente de luz, os
Pad res da Igreja reconheceram Maria. No seu triunfo , o povo cristão peregrino na his-
tória entrevê o cumprimento das próprias expectativas e o sinal seguro da sua espe·
rança» ( BENTO XVI , Angelus na Solenidade da Assunção , 15 de agosto de 2006).
14
Introdução
2
Lumen gentium 65.
15
-
17
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
18
O papel de Nossa Senhora na história da Salvação
5
Cf. ]OÃO PAULO II, Audiência geral de 3 de abril de 1997.
6
Lumen gentium 58.
7
«Maria, ícone perfeito da Igreja, foi resgatada, preservada do pecado, cheia de
graça, isto é, tornada capaz, como e ainda mais do que qualquer outro homem redi-
mido , de oferecer um contributo ao desenvolvimento da obra salvífica.» S. M.
PERRELLA, «La verità dell'lmmacolata Concezione di Maria e il "depositum fidei". Dalla
~lneffabilis Deus'· alle catechesi mariane di Giovanni Paolo II» , in AAVV, «Signum
magnum apparuit in crelo». IJmmacolata, segno della bellezza e dell'amore di Dia, Cidade
do Vaticano , PAMI, 2005 , pp. 204-205.
19
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
8
J OÃOPAULO II , Encíclica Redempto1is Mater 4 7.
9
Ibidem 11 .
_ iv_«Protoevangelho» quer dizer «primeira boa-nova» e refere-se ao primeiro
anuncio que encontramos na Biblia: o da vitória definitiva do Messias e da Mulher
(Maria) sobre Satanás e sobre as forças do mal [cf. Gn 3,15] . Portanto, é um anúncio
que abre para a esperança de salvação a humanidade caída sob o poder de Satanás
depois do pecado.
20
O papel de Nossa Senhora na história da Salvação
11
II, Audiência geral de 25 de janeiro de 1996.
J OÃO PAU LO
12
Ao comentar esta passagem, que na versão grega dos Setenta aparece no mas-
culino: «Ele esmagar-te-á a cabeça~ , Santo Afonso Maria de Ligório escreve: «Seja
como for, é certo que Lúcifer foi derrotado pelo Filho por meio da Mãe ou pela Mãe
por virtude do Filho. Diz São Bernardo: "Esmagado e calcado aos pés de Maria, sobre
uma aviltante escravidão ." Por isso, o Maligno é sempre obrigado a obedecer às
ordens da Rainha como alguém que perdeu a guerra e foi tornado escravo. São Bruno
afirma que Eva, ao ser vencida pela serpente, trouxe consigo a morte e as trevas; mas
a Bem-aventurada Virgem, ao vencer o demónio, deu-nos a vida e a luz. Portanto,
ossa Senhora ligou o inimigo de tal maneira que não pôde mover-se para causar o
mais pequeno dano aos seus devotos» (in Le glorie di Maria, 2.ª edição, Milão, Edi-
trice Ancilla, 1994, parte I, cap. IV, parágrafo 2, p . 157). O texto original de Santo
Afonso Maria de Ligório está em Opere Spirituali, Serie B, Trattati speciali: Gesi.t
Cnsto, Maria SS. e i Santi , vol. V, Le glorie di Maria, c. IV, par. I, Roma-Pagani, Edizio-
ne PP Redentoristi, 1954, pp. 205-206.
21
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
22
O papel de Nossa Senhora na história da Salvação
23
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
1
• Ibidem .
i~ M . G. MASCIARELu , Pio IX e l'Immacolata, Cidade do Vaticano, LEV, 2000, p. 73.
24
11
A possessão diabólica
16
F BAMONTE , Possessioni diaboliche ed esorcismo. Come riconoscere l'astuto inganna-
tore, Milão, Paoline, 2006.
25
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
aja como ele quer, sem que ela possa resistir. Em geral, nos
casos de possessão diabólica, a pessoa entra em transe, o rosto
deforma-se, frequentemente as pupilas deslocam-se comple-
tamente ou quase para baixo ou para cima no globo ocular, e
os olhos aparecem total ou parcialmente brancos; mais rara-
mente, acontece que as pupilas, embora não desapareçam ,
rodam velozmente ou permanecem imóveis ou , até, tornam-
-se semelhantes às da serpente, enquanto a cavidade orbital
assume uma cor vermelho-fogo. Ao mesmo tempo, frequente-
mente, a pessoa fica bloqueada, porque o demónio reage vio-
lentamente através dela , gritando cheio de raiva e de ódio
frases deste género: «Nunca sairei daqui!» ou «É minha! (É
meu!) Deram-ma (deram-mo), e tu nunca ma (mo) tirarás!»
Outras vezes, diz: «Tu não podes fazer nada contra mim!» e
ainda: «Maldito, descobriste-me; mas vais pagá-las!» Quando
o demónio é obrigado a manifestar-se abertamente - nem
sempre acontece imediatamente -, por vezes, aparecem os
sinais que o ritual dos exorcismos, o Rítuale Romanum 17 , e
também o novo ritual ts enumeram nas indicações sobre o dis-
cernimento. Isto é: falar correntemente línguas desconhecidas ou
compreender quem as fala ; conhecer factos distantes ou desconhe-
cidos; mostrar forças superiores à idade e à condição natural da
pessoa. No n.º 3 das normas, o Rituale Romanum elenca estes
sinais, introduzindo-os com as palavras seguintes: «Podem ser
sinais da presença do demónio» , sublinhando que , embora
podendo não ter necessariamente origem diabólica numa pre-
11
Rituale Roma~um. Ticulus XII: De exorcizandis obsessis a dremonio. Caput /.
Norma: observanda, orca exorcizandos a dremonio, Editio typica, 1952 [Vaticano. LE\~
2008]
. . (Este ntual litúrgico , cu·Ja gran de er·1các1
·a Já
· f01· testada pelos sacerdotes exor-
cistas na luta contra Satanás , pode contmuar· a ser usado por eles, de maneira perma·
neme. com a aprovar~o
. "" da Co ngregaç à o para o Cu1to Divino . ~
e a Disciplina dos :,a-
cra~~ntos, ~ p~d1~0 do Ordmário [bispo] do lugar a que pertença.)
LEV 20D0e4ex[Ror~1sm1s et supplicationibus quibusdam, Editio typica ernendata Vaticanv.
, e1mpresso, 2005] . '
26
A possessão diabólica
27
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
28
A possessão diabólica
29
111
O poder da invocação
do nome de Maria
31
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
19
C. AMANTINI , nmistcro J, Mana, Frigento (AV), Casa Mariana, 1987. p. 329.
32
O poder da invocação do nome de Maria
contra mim ... És muito fraco e estás a perder o teu tempo ... "
Mas, pouco a pouco, Maria vai entrando em campo e a mú-
sica começa a mudar: "É ela quem quer... Contra ela não pos-
so nada ... Diz-lhe que deixe de interceder por esta pessoa ...
Ela ama muito esta criatura ... Bem, para mim acabou ... " Tam-
bém me aconteceu muitas vezes ser-me logo atirada à cara a
intervenção de Nossa Senhora, desde o início do exorcismo:
"Eu estava aqui tão bem, mas foi ela quem te mandou .. . Sei
porque é que vieste, porque foi ela que quis .. . Se ela não ti-
vesse intervindo, eu nunca te teria encontrado ... "» 20 •
No mesmo volume, o padre Gabriele Amorth aconselha
quem estiver em dificuldade ou desesperado que diga a bela
jaculatória de São Bernardo: «Maria é toda a razão da minha es-
perança.» Estas palavras impressionaram-no muito desde a
sua juventude; de facto, à primeira vista, parecem apenas de-
vocionais; mas, na realidade, exprimem a grande verdade da
mediação materna de Maria, em Cristo. Todas as graças, todos
os dons de Deus, chegam até nós com tanto maior abundân-
cia quanto mais autenticamente devotos formos de Maria,
acolhendo com amor a sua ação materna e confiando-nos to-
talmente a ela. Por isso, Gabriele Amorth termina o seu livro,
dizendo: «São Bernardo não hesita em exprimir estes concei-
tos com uma afirmação corajosa que marca o ponto mais alto
do seu discurso e que inspirou a Dante aquela famosa oração
à Virgem: "Veneremos Maria com todo o ímpeto do nosso
coração, dos nossos afetos e dos nossos desejos. Assim quer
Aquele que estabeleceu que recebêssemos tudo por int'ermé-
dio de Maria." É esta a experiência que, concretamente, todos
os exorcistas experimentam sempre» 21•
33
IV
O demónio obrigado
a confessar a sua vergonha:
a sua completa impotência
diante da Virgem Maria
35
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
22
C. AMANTJNI , nmistero di Maria, pp. 329-330. Ver soneto infra.
23
G. AMORTH, Nuovi racconti di un esorcista, p. 219.
2
• O padre Agostino de San Marco in lamis, que foi um dos principais diretores
espirituais do Padre Pio, escreveu-lhe numa carta de 22 de janeiro de 1913: «Agora,
para que possa alegrar-te e para vergonha dos nossos inimigos infernais, envio-te uma
composição em verso que encontrei em italiano e que traduzo para francês.» Depois,
o padre Agostino transcreve imediatamente o poema em italiano e, depois, em fran-
cts, introduzindo-o com estas palavras: «Soneto feito por um possesso de onze anos,
em Ariano di Puglia, em louvor da Imaculada Conceição, com as rimas obrigatórias
de Madre e Figlio.» o fim do soneto, o padre Agostino revela que não conhece a
fonte deste episódio porque, acrescenta: «Não sei se este poema foi composto verda-
deiramente por um endemoninhado. Creio que sim. Todavia, é muito belo e acolhê-
37
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
38
O demónio obrigado a confessar a sua vergonha .. .
39
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
25
O
É livro que contém as orações litúrgicas para a celebração da Santa Missa
40
O demónio obrigado a confessar a sua vergonha ...
41
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
26
Rituale Romanum. Titulus XII: De exorcizandis obsessis a d~monio. Capui I;
Normre observand~ circa exorcizandos a d~monio, p. 847, Prrenotanda, n.º 2: «Por isso.
lo exorcista] para desempenhar retamente o seu oficio , esforce-se por conhecer
muitos outros documentos úteis à sua tarefa, escritos por autores aprovados e que
aqui, por brevidade , não indicamos e sirva-se da experiência; além disso, deve obser·
var ~?u~as normas, particularmente necessárias» (tradução do latim pelo autor) .
. Ibidem, Prrenotanda , 16, p. 850: «Os exorcismos devem ser proferidos ou lidos com
auto nd~de, com grande fé, humildade e fervor; e quando se aperceber de que o dernonio
fica mais atormentado, então insista-se e persiga-se cada vez mais,. (tradução do latim
pelo autor).
42
O demónio obrigado a confessar a sua vergonha ...
,;, amo Agostinho esclareceu, um pouco ames no texto, que estas palavras não
devem ser entendidas no sentido de que Deus tenha criado já mau o dragão, isto é, o
diabo. para ser desprezado pelos anjos - Deus criou todas as criaturas boas - 4<IDas que
lo dragão] foi destinado a esta pena, depois do pecado» (De Genesi ad litteram XI, 15).
43
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
45
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
* fRANccsc o Bo\MONTE Os · b ld .
.. . , · · · an;os re e cs. O mistério do mal na experiência de um
exorcista, Pnor \-elho , Paulinas Editora, 2010.
46
V
Introdução
47
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
48
A minha experiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos ...
Catequese
29 Gaud.zum et spes 61 .
49
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
da livre decisão da vontade do homem. Aliás, pode-se dizer que Deus já conhece o que
irão fazer os seus filhos que, no entanto, são sempre livres de decidir em plena liber-
dade. Isto é, Deus predestina que sejam conformes com o seu Filho Jesus aqueles que
o escolhem como Pai: «Tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, da-
queles que são chamados, de acordo com o seu desígnio. Porque àqueles que Ele de
antemão conheceu, também os predestinou para serem uma imagem idêntica à do seu
Filh?» (Rrn 8,28-29) Trata-se sempre de urna escolha livre. Por isso, embora seja pre-
desunada a ser Mãe do Filho de Deus feito homem, Maria aderiu a Ele livremente.
°
Também Filho de Deus. mesmo que predestinado a encarnar através de Maria, es-
colheu livremente realizar este projeto de amor do Pai, para que os homens fossem
conformes. à sua. imagem· Na earta aos Hebreus, Cnsto- diz: «Eis que venho - como
eStá escmo no hvro ª meu respeito - para fazer, ó Deus, a tua vontade» (Heb 10.7)-
50
A minha experiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos ...
31
Nasceu em Granada em 1548 e faleceu em 1617.
32
É o nome que Satanás tinha antes do seu pecado. Deriva do latim e significa
«portador de luz». Para ulteriores aprofundamentos, cf. F. BAMONT_E, Os anjos rebeldes.
º º·
O míSlério do mal na experiência de um exorcista, Prior Velho, Paulmas Editora, 2 1
pp. 21-22.
51
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
33
Aceitando-se a tese de que o pecado dos anjos se realiza na rejeição de adorar
0 ~erbo encarnado, talvez compreendamos melhor o contínuo serviço dos própnt' 5
anJOS na obra da Encarnação e na assistência prestada a Jesus Cristo. Ao mesmo
tempo. intuímos o motivo mais radical da luta do demónio contra Ele.
,. Po'. <<união hipo5tãt1ca» entende-se a união da natureza divina com uma natu·
reza alheia, I to é, com uma natureza que o próprio Deus criou.
52
A minha experiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos ...
35
Um dos teólogos do séc. XII , Honório d'Autun, afirmou que o Verbo não podia
assumir a natureza angélica, porque nesse caso salvaria unicamente um anjo (já que
cada um deles é uma ~espécie~, o que o toma diferente de todos os outros, enquanto
os homens penencem todos à mesma espécie).
53
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
3
~ M ARIA DE ) E us o'A GREDA, La mistica città di Dia, vol. I, Assis, Pontifícia Acca·
demia Mariana lnternaz1onale, Ed izioni Porziuncola, 2000, Primeira pane, li\·ro L
cap. 7, p 85.
54
A minha experiência mariana nos exorcismos e nos Outros momentos ...
3
. 'Não cenamente no sentido de que teria gozado antecipadamente a vi~ o beatí-
fica (recusou-a), mas no sentido de que , na escola dos seres, ele era o mais seme-
lhante a Deus, que é puríssimo espirita.
55
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
Catequese
Em Maria, contempla-se a participação máxima da beleza
de Deus, nunca manifestada numa criatura humana. Ela <<traz
em si, como nenhum outro dos seres humanos, aquela glória
da graça que o Pai nos deu no seu Filho dileto, e esta graça deter-
mina a extraordinária grandeza e beleza de todo o seu ser»38 .
Maria , filha do Pai , mãe do Filho e esposa do Espírito
Santo, possui tanta beleza que, quem tivesse a graça especial
de vê-la já nesta terra, vive com a ansiedade saudosa de voltar
a vê-la. Um dia, Bernadette respondeu assim a quem lhe per-
guntava se Nossa Senhora era bela: «É de tal modo bela que,
vista uma vez, querer-se-ia morrer para se poder voltar a vê-
-la.» Um dia, enquanto Nossa Senhora aparecia ao Padre Pio
da Pietrelcina, o seu diretor espiritual, que estava presente o
padre Agostino de San Marco in Lamis, ouviu o Padre Pio a
56
A minha experiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos ...
dizer: «Jesus tinha razão ... sim, és bela ... se não houvesse a fé .
Os homens dir-te-iam deusa ... os teus olhos são mais esplen-
dorosos que o Sol ... és bela, Mãezinha, glorio-me com isso
amo-te.» A Irmã Lúcia de Fátima, nas suas memórias, des~
creve Nossa Senhora, que lhe apareceu e aos seus primos
Jacinta e Francisco, como uma «Senhora toda vestida de
branco», que emanava um esplendor mais belo que a luz do
Sol, mas que não impedia de olhar para o seu rosto, de beleza
indescritível. Por isso , depois da aparição, Jacinta repetia
durante muito tempo: «Que Senhora tão bonita, que Senhora
tão bonita! » E Francisco dirá: «Era mais bonita que qualquer
pessoa que eu já vi.» Recuando no tempo, poderíamos encon-
trar muitos outros episódios semelhantes, como o de Santo
Ubaldo que, um dia, enquanto estava no campo a cantar as la-
dainhas de Nossa Senhora, entrou em êxtase, elevou-se alguns
metros acima da terra e, contemplando a Senhora que lhe
tinha aparecido, disse: «Como és bela, ó minha Mãe! Como és
bela! » São José de Cupertino, o «santo dos voos»... estava de
tal maneira enamorado de Nossa Senhora e da sua beleza que,
frequentemente , voava - enquanto repetia: «Maria é bela ,
Maria é bela!» - para beijar as suas imagens que, naqueles
tempos, a arquitetura dos lugares sagrados colocava no alto.
Por vezes, durante o êxtase, também transportava consigo os
seus confrades, enquanto voava. Chamavam-lhe «boca aber-
ta» porque, ao ficar muitas vezes em êxtase, caíam-lhe coisas
das mãos que, obviamente, se quebravam.
9
i '/\o dia 8 de dezembro de 1854, Pio IX promulgou solenemente, na basílica de
São Pedro, o dogma da Imaculada Conceição. Ele, já de idade muito avançada e com
ª saúde bastante enfraquecida, encontrava-se no presbitério e falava com voz fraca.
57
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
58
A minha experiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos ...
1
• M.G. MA.sCIARELLI , Pio IX e l'lmmacolata, Cidade do Vaticano, LEV, 2000, p. 90.
12
O pecado do primeiro casal humano foi , exceto a Maria, «transmitido por pro-
pa~aÇão a toda a humanidade, quer dizer, pela transmissão duma natureza humana
~nvada da santidade e justiça originais. E é por isso que o pecado original se chama
pecado" por analogia: é um pecado "contraído" e não "cometido", é um estado e não
um ato» (CIC 404).
59
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
60
. h xperiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos ...
A rntn a e
61
. o Diabo nos exorcismos
A Virgem Mana e
. palavras «refulgente como o Sol» , que rel"h
Por fim, nas . llle~
sagem do livro do Apoca1ipse: «Apareceu
tem para uma pas .d d no
sinal: uma Mulher vesti a e Sol» (Ap 12 l)
céu um grande . d b , ,
se poderá ver a imagem a eleza da graç
parece-me qUe . . a
.. m Maria fulgura no maior esplendor atingido po
divina que e r
uma criatura humana e que se opõe a fealdade do pecado, por
meio do qual Satanás procura arrancar os homens a Deus. 0
próprio Satanás espelha em si o máximo da fealdade, a que a
criatura nunca chegou, por se ter separado do Criador com a
rebelião e o pecado.
62
A minha experiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos ...
Catequese
Todos os homens vêm ao mundo com o pecado original e,
para se salvarem da perdição eterna precisam da Redenção de
Cristo. Também Maria, porque é da estirpe humana, deveria
ter contraído o pecado original e, como todos os outros seres
humanos, entrar neste mundo privada dos dons sobrenaturais
e da graça de Deus. Mas não foi assim. Como ia ser a Mãe de
Jesus, antecipando nela os méritos do Filho redentor, desde o
primeiro instante da sua conceção, por singular privilégio que
lhe foi concedido, a Santíssima Trindade preservou-a da culpa
original. De facto , eleita para ser a Mãe de Cristo redentor, ela
devia necessariamente precedê-lo. Na ordem temporal, vem
primeiro a mãe e depois o filho . Consequentemente, para que
fosse Imaculada, era necessário que Maria fosse redimida por
Cristo, antes de Ele ter nascido e morrido na Cruz, realizando
a Redenção. Portanto, a Redenção foi aplicada a Maria «pre-
ventivamente» , isto é , antes de Cristo a ter realizado. Santo
Ambrósio escreve: «Quando o Senhor se dispôs a redimir o
mundo, começou por Maria, para que precisamente Ela, por
cuja mediação foi preparada a Redenção para todos, fosse a
63
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
64
A ,ninha experiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos...
Catequese
pelo Batismo, cada um de nós é libertado do pecado origi-
nal. Maria, ao contrário, foi dele preservada 49 , desde a conce-
ção. Assim como, no plano natural, quem nos preserva ou
poupa a um golpe mortal é considerado nosso salvador, mais
do que se nos curasse da ferida produzida por aquele golpe,
assim também na ordem sobrenatural, Maria, ao ser poupada
à infeção do pecado original, foi redimida «de um modo mais
elevado e sublime» (Pio IX, Bula Ineffabilis Deus), isto é, de
modo perfeitíssimo. Precisamente por isso, o Filho sofreu
mais pela redenção da Mãe do que pela de todos os outros ho-
mens juntos. De facto, a Redenção realizou, em relação a
Maria, uma tarefa maior do que em relação a todos os outros
homens. Maria não foi somente redimida pelo Filho, mas é a
primeira de todos os redimidos e nela a graça salvífica atuou
de tal modo profundamente que não permitiu que o pecado
ganhasse raízes nela. Jesus, Salvador do mundo, conseguiu a
sua mais bela vitória sobre o pecado e sobre o demónio, de-
vastadores do género humano, com a Imaculada Conceição
de Maria, que é o seu mais excelso troféu de vitória, o sentido
mais precioso do seu triunfo. O Concílio Vaticano II procla-
9
• Maria é nova criação e nova criatura desde o primeiro instante da sua Ima-
culada Conceição. Maria nunca foi velha criatura, mas nova criatura no sentido radi-
cal da palavra. Por isso, só a Ela se pode aplicar a expressão «Imaculada Conceição».
De facto , nela não houve uma precedente conceção no pecado, como aconteceu com
todos os outros homens. Para nós, houve a velha criação, a velha criatura. Não temos
uma Conceição Imaculada como Maria, mas somos criaturas saradas do pecado no
Batismo, por graça, e renascidas sem mácula. Por isso. o termo Imaculada Conceição
só se aplica a Maria. Como renascimento batismal, passámos da velha à nova criatura
e, por isso, não se pode dizer que no Batismo nos tomámos como a Imaculada Conceição.
De facto, nós fomos concebidos no pecado original. Maria, pelo contrário, nunca teve uma
conceção que não fosse imaculada.
65
. Diabo nos exorcismos
A Virgem Mana e o
. dmira e exalta [em Maria] o fruto mais e
ue a Igreja «a I 10 ) X-
mou q - (Sacrosanctum Conci ium 3.
celso da Redençao »
Catequese
67
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
1
' Auditncia geral, 29 de agosto de 1996.
68
. ha experiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos ...
A rnm
' SAo GREGÓRIO DE NISSA, ln Cantica canticorum, Sermo 13, in PG 44,1053. Veja-
2
tamente não significa que a dor do parto deva considerar-se como uma consequência
do prazer ligado ao uso correto da sexualidade.
~ R. lAURENTIN, La Vergine Maria, Roma, Edizioni Paoline, 1984, p. 301.
'' «Portanto, deve considerar-se que Maria foi guiada para o ideal da virgindade
por uma inspiração especial daquele mesmo Espírito Santo que, ao longo da história
da Igreja, conduzirá muitas mulheres pelo caminho da consagração virginal. A presença
singular da graça na vida de Maria leva-nos a concluir que houve um empenhamento
da jovem na virgindade. Cumulada de dons excecionais do Senhor no início da sua
existência, ela é orientada para uma dedicação de toda a sua pessoa - alma e corpo - ª
Deus na oferta virginal» QoAo PAULO 11, Audiência geral, 25 de julho de 1996).
69
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
70
A minha experiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos...
59
_ _~Mon o» no sentido d e que a sua atividade no meio dos homens permaneceria
ineficaz; ~só» porque seria rejeitado pelos homens.
71
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
Catequese
A partir do momento da Encarnação, Maria tornou-se Mãe
de cada homem, quando no seu seio virginal o Verbo de Deus,
o Filho do Pai Eterno, por obra do Espírito Santo, tomou a
nossa natureza humana. Naquele momento, o Filho de Deus
«uniu, de algum modo, cada homem a si» 61 e, porque isto
acontece em Maria, ela torna-se, por meio do Filho Jesus
Cristo, também Mãe de toda a humanidade e de cada homem,
chamado por Deus a chegar a Ele em Cristo 62 • Ao encarnar, o
Filho de Deus torna-se também filho de Maria. Aqueles que
acolhem Cristo e aderem a Ele começam a fazer parte da
60
A palavra italiana, usada no texto, é «iettatori» , termo usado pelo demónio para
definir os sacerdotes. Em português significa mais exatamente «aquele que lança
mau-olhado» [nt] .
61
Com a Encarnação, o Filho de Deus uniu-se de algum modo a todos os ho-
mens (cf. Gaudium et spes 22).
62
Desde o momento da Encarnação , o Filho , o Verbo , também existe como
homem: _Jes~s Cristo é o homem perfeito, pelo que quando Deus pensa no ho~em
pensa pnmeiro em Jesus Cristo e em todos os homens nele. Por isso, temos uma liga-
ção «orgãni~a» com Jesus Cristo. Contudo , só fazem parte (verdadeiramente] do seu
Corpo Mi suco aqueles que o acolhem e aderem a Ele. Os cristãos que vivem em pe-
cado continuam a fazer pane do seu Corpo Mistico , mas como membro mortos.
72
A minha experiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos ...
63
O Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja, é constituído por Jesus+nós. Isto é,
a nossa união vital com Jesus, de modo a formar, como nos ensina São Paulo, um só
Corpo do qual jesus é a Cabeça e nós, os membros. Por isso, compreende-se que, na
vida sobrenatural, seja essencial que cada um de nós permaneça unido ao seu princí-
pio, Jesus, e que adira cada vez mais intimamente a Ele. A grandeza incomparável de
Maria está no facto de que Ela, mesmo sendo um membro da Igreja - o primeiro e o
mais excelso, dado que é a Mãe de Cristo-, é também a única entre todas as criatu-
ras humanas a ser, ao mesmo tempo, Mãe da Igreja, precisamente porque Mãe de
Cristo. Desde o primeiro instante da Encarnação, no seio de Maria, Ele uniu a si, que
é~ Cabeça, o seu Corpo Místico, que é a Igreja. Por vontade divina, a maternidade da
Virgem estende-se ao Cristo total, Cabeça e Corpo Místico. •
64
. «Os fiéis e a Igreja costumam dirigir-se a Maria pelo nome de Mãe, de pr:feren-
c'.a ª todos os outros. Na verdade , ele pertence à substância genuína da devoçao ma-
riana, encontrando a sua justificação na própria dignidade da Mãe do Ver~o
Encarnado. De facto como a divina maternidade é o fundamento da relação especial
com Cristo e da sua 'presença na economia da salvação operada por enS · to J_esus, de
modo que ela também constitui o fundamento principal das relações de Man~ co_m .ª
lgreJ·a' sendo Mãe daquele que desde o pnme1ro
. . instante
. da Enca rnnrão
""' ' no seu seio v1rg1-
nal · ' · M ·a como Mãe
'uniu a si, como Cabeça o seu Corpo Místico que é a Igreja. Por isso, an '
de Cristo, também é Mãe 'dos fiéis e de todos os Pastores, iSto é, da Igrej~» (PAU~O '1;
Proclamação de Maria, Mãe da Igreja, Discurso de encerramento da terceira sessao
Concilio vattcano
· II , 21 de novembro de 1964).
6~ p
IO X, Ad diem illum.
73
A Virgem Maria e O Diabo nos exorcismos
66 D . 3 5· PL 54,
213-216os Discursos de São Leão Magno, Papa. Disc. 6 para o Natal 2- , ,
67 o·
· · · PL 185'
1scursos o· • Mana.
187_1 ' iscurso I na Assunção da Bem-aventurada Virgem
89
74
A minha experiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos ...
----
: Dos Discursos, Disc. 20, sobre a Natividade de Maria; PL 195 ,322 -324 ·
JoAo PAULO 11, Homilia em Éfeso, 30 de novembro de 1979·
75
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
76
. ha experiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos...
A mtn
11
Diz João Paulo II: «A expressão de Jesus: "Mulher, eis o teu filho" permite que
Maria intua a nova relação materna que haveria de prolongar e ampliar a precede~te.
Por isso, o seu "sim" a esse projeto constitui um assentimento ao sacrifício de ~nsto
que ela generosamente aceita aderindo à vontade divina. Embora, no desigmo de
Deus, a maternidade de Maria, se destinasse desde o início a estender-se ª toda ª hu-
~anidade, s6 no Calvário, por virtude do sacrifício de Cristo, ela se manifeSCa na sua
dimensão universal» (Audiência geral, 24 de abril de 1997).
77
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
12
Santo Agostinho vê a realização desta tarefa materna no seio de Maria até que
ela «dar-nos-á à luz» para a vida eterna no Paraíso: «Todos os predestinados, para se
tornarem conformes com a imagem do Filho de Deus, neste mundo vivem encerra-
dos no seio de Maria, onde são guardados, alimentados e criados por esta boa mãe
até ;~e ela os gere para a glória» (PL 40,399; PL 40,659-660) . .
O texto é 0rad0 de Le glorie di Maria, Parte prima, 2.ª ed ., Editrice Ancilla,
1994 , p. 63 - O texto dos Padres Redentoristas é o seguinte: «Se se unisse o amor que
todas. as mães têm pelos flh 1 os, tod os os esposos pelas suas esposas e todos os santos
e ~TlJOS pelos seus devotos, não chegaria ao amor que Maria tem ~or uma só alma.
Diz o padre Nierembergh que o amor que todas as mães têm aos seus filhos é uma
sombra em compara"~º · nos
. "" com O amor que a um só de nós tem Maria: muito mais
ama ela sozmha acrescenta d 0 · ntoS*
(O .. ' ' que nos amam os anjos e os santos todos JU
5
pered_ ~nt~ali, Serie B, Trattati speciali: Gesu Cristo Maria SS e i Santi, vol. V, L.e
1 1
g one ana, c. I, III , Roma-Pagani, Edizione PP R~dentoristi·, 1954, PP· óO-ól).
78
•nha experiência mariana nos exorcismos e nos out
A rn 1 ros momentos ...
7
i Iirattato della vera devozione a Mana, · o pere, vo1· 1, Scritti espirituali,
. 202 , m
Roma, Edizioni Monfortane, 1990, p . 483. .
1
) Citação de Santo Afonso Maria de Ligório referida em italiano corrente, m Le
glorie di Maria, pp. 72 -73; no texto dos Padres Redentoristas, citado na nota 45 , é
trans ·
cnto nas pp. 75-76.
79
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
80
A minha experiência mariana nos exorcismos e nos outros mamenos
t ...
§7 - A intercessão-mediação de Maria
Catequese
82
A minha experiência mariana nos exorcismos e nos outros mom en t os ...
16
]OÃO PAULO II , Audiência geral, 26 de outubro de 1995 .
83
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
77
PAULO VI, Proclamação de Maria Mãe da Igreja, Discurso de encerramento da
terceira sessão do Concilio Vaticano II , 21 de novembro de 1964.
78
• Quando se fala de «obra conjunta de Maria e do Espírito Santo» não se excl~~
eV1dentemente, a ação do Pai e da natureza humana do Filho Jesus Cristo, que sa
sempre simultâneas, mas pretende-se sublinhar a ação principal do Espírito Santo na
santificação das almas.
79
Da Homilia no santuário de Nossa Senhora de Bonária» em Cagliari (Itália), a
24 de abril de 1970. '
84
A minha experiência mariana nos exorcismos e nos O t
u ros momentos ...
85
A Virgem Maria e O Diabo nos exorcismos
. e1 Lett~~ª.ª Fratel Salesio (de 28/07/1935) , in Scritti, II, Roma, ENMI (Editrice Na-
z1onale Milma lmmacolata), 1997, p. 378.
86
A minha experiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos...
--- 8l Le
·
. . . . .. . V r 1-2.' pp. 167-194,
g1one dr Mana Parte prima Ed1tnc1 Anc1lla, cap. , pa ·
19942 N0 ' ' · p 222-273.
texto citado pelos Padres Redentoristas é transcnto nas P ·
87
. Maria e O Diabo nos exorcismos
A Virgem
83 JOAO
· pJ\ULO 11, Audiência geral, 24 de setembro de 1997.
84
Lumen gentium 62. Leia-se também o que diz João Paulo II na Audiencia geral de
24 de setembro de 1997, reafirmando o uso dos títulos de «advogada, auxiliadora,
amp:ro e medianeira», aplicados a Maria.
~ The Mocher 01God, edição com introdução e notas de S. L. Jaki, Pinckney (MO,
Real View Books, 2003, p. 64 _
88
. ha experiência mariana nos exorcismos e no
A,ntn s outros momentos ...
ermo «mediação», preferem falar só de . t _
do t bI· h zn ercessao de
sa Senhora. Su 1n am que, com a sua oraça~ .
N0S d. o, intercede
ernalmente para 1spor a nossa alma a acolh
rna t 1
. er a graça de
Cristo. Escreve Marce ~o Bor~o~1: «Cristo dá aos crentes a sua
graça diretamente atraves. da mzssao do seu Espírito (Lumen gen-
riurn 69). Contudo, Mana desempenha o seu papel "prototípico''
materno na Igreja, promovendo a atitude pessoal de acolhimento
do dom da salvação proveniente de Cristo» 86 . Com certeza a vida
da graça - a vida divina - é ação imediata de Deus, pdr meio
da natureza humana de Cristo sobre as nossas almas, mas
Deus estabeleceu que Maria não é estranha a tal ação. Ela in-
tercede cooperando no nascimento e no desenvolvimento dos
homens redimidos, cumprindo assim a sua função materna a1_
86
M. BORDONI , Gesu di Nazareth Signore e Cristo. Saggio di cristologia sistematica,
vol. III, Roma, Herder-Pontifícia Universidade Lateranense, 1986, p. 966.
87
Cf. PAULO VI, Exortação Apostólica Signum magnum, 13 de maio de 1967, n. 1.
Cf. também PAULO VI, Solene Profissão de Fé (Credo do Povo de Deus), 30 de junho de
1968; cf. ]OAO PAULO II, Redemptoris Mater 47. .
88
Cf. S. RAGAZZINI , Maria vita dell'anima, Frigento (AV), Ed. «Casa manana»,
1984, pp. 53-54.
89
JoAo PAULO II, Carta apostólica Rosarium Virginis Mari~ sobre o Santo Rosário,
16 de outubro de 2002, n. 16.
89
. Maria e O Diabo nos exorcismos
A v,rgem
90
«A Igreja sabe e ensina, com São Paulo, que um só é o nosso mediador: "Há um
só Deus, e um só é também o mediador entre Deus e os homens, o homem Crist0
Jesus, que se entregou a si mesmo como resgate por todos" (1 Tm 2,5-6). "A função
materna de Maria para com os homens de modo nenhum obscurece ou diminui esta
única mediação de Cristo, mas manifesta até a sua eficácia": é mediação em Crist0· A
Igreja sabe e ensina que "todo o influxo salutar da Bem-aventurada Virgem a favor dos
ho~ens ... se deve ao beneplácito de Deus e ... brota da superabundância dos méritosde
Cnst~, funda-se na meditação [feita sobre, nt] Ele, dependendo absolutamente dela e
~tmgmdo toda a sua eficácia; de modo que não impede minimamente o contacto
imediato dos cremes com Cristo, antes o facilita". Este salutar influxo é sustentado
pelo Espirito Santo que, assim
· como cobriu a Virgem com a sua sombra mi · ·ciando
nela a maternidad
. e d.ivma,
· assim. também sustenta continuamente aso1icitu · · de para.
com os irmãos do seu F'lh r .
i o. E1euvamente . ·
a mediação de Maria está mamam ente lt·
gada à sua maternidade, possui· um caráter 'especificamente materno, que a d·stingue
i
90
·nha experiência mariana nos exorcismos e nos
Ami outros momentos ...
A intercessão de Maria pelas almas do Purgatório
A intercessão de Nossa Senhora
_ _ continua , tambem, - pe os
1
fiéis defuntos, de quem ela e Mae. Maria não abandona os
seus .filhos nem s_e~ue~ depois do seu passamento. Ela aju-
da-os na sua punficaçao para que possam rapidamente ser
acolhidos no Paraíso. Estando aos pés da cruz e unindo-se ao
sacrifício de seu Filho, Maria adquiriu a capacidade de inter-
ceder por todos os homens de quem se tornou Mãe. Estando
permanentemente junto do coração de Cristo glorificado, ela
deseja ver as almas dos seus filhos, que ainda estão no Purgató-
rio, atingir, o mais depressa possível, a perfeita bem-aventu-
rança, em comunhão com a Santíssima Trindade, contemplada
face a face . São Bernardino de Sena afirma: «A Bem-aventu-
rada Virgem Maria tem o poder de libertar as almas do Purga-
tório com as suas orações e aplicando os seus méritos. Isto é
particularmente verdadeiro relativamente às almas que, na
terra, eram suas devotas» Qt . E acrescenta: «Na prisão do Pur-
91
A Virgem Maria e O Diabo nos exorcismos
A liturgia da Igreja
A liturgia da Igreja celebra a Santa Missa de «Maria Virgem
Mãe e Medianeira de Graça» . O Prefácio desta Missa descreve
0 significado de mediação aplicado a Maria. Depois de ter
imediatamente afirmado que Cristo nosso Senhor, verdadeiro
Deus e verdadeiro homem, é o único mediador entre o Pai e
os homens, sempre vivo a interceder a nosso favor, prossegue
assim: «No mistério da tua benevolência [Pai Santo] quiseste
que Maria, mãe e sócia do Redentor, continuasse na Igreja a
sua missão materna: de intercessão e de perdão, de proteção e
de graça, de reconciliação e de paz. Esta providência de amor
tem o seu fundamento na única mediação de Cristo, de que
tira a sua eficácia; e o povo fiel recorre com confiança à Vir-
gem Maria, nos riscos e nas ansiedades da vida, e incessante-
mente a invoca Mãe de misericórdia e despenseira de graça»93•
92
Ibidem.
93
. CONFERÊNCIA EPISCOPAL ITALIANA, Messe della Beata Vergine Maria, Cidade do Va·
ucano, LEV, 1987, pp. 100-101.
92
. ha experiência mariana nos exorcismos e nos outro
A m1n s momentos...
93
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
pelo mu nd0 - Escreve São Fulgêncio de Ruspe : «Maria tornou-se janela do céu
porque, através dela, Deus difundiu a sua verdadeira luz ao longo dos séculos. Maria
tornou-se
d escada do céu, porque através dela Deus desceu à terra, para que por meio
1
eª os ~o~ens merecessem subir ao Céu» (Sermo 36. De laudibus Marice ex partu
Salvatons, m PL 65, a99).
94
A minha experiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos...
95
Evidentemente também porque Deus quer que reconheçamos a tarefa materna
que Nossa Senhora tem na nossa vida e na vida da humanidade.
96 N . . novamente esta frase no parágrafo 16, «O triunfo
, 1o re1renre1
este cap1tu . do
Coração Imaculado de Maria» inserida no contexto mais amplo em que ela foi pro-
nunciada. '
97
A Virgem Maria e O Diabo nos exorcismos
Catequese
. Noutra passagem da mesma Carta apostólica, João Paulo II precisa: «Os misté-
97
99
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
98
Ü Rá· - só não se opõe à Liturgia, como lhe serve de suporte, já que in-
os no «nao .
trndu-l~ ~em e lhe serve de eco longo e repetitivo, permitindo vivê-la em plenitude
de panicipação interior, recolhendo os seus frutos na vida quotidiana» (cf. RVM 4)-
«Se a. Liturgia' ação de ensto
· e da Igrep. é ação salvifica por excelência o Rosano,
- · como
meditação sobre ens· tO com Mana,
. é contemplação
' salutar. De facto , mergu ar, de mis-
' lh
100
Am
inha experiência mariana nos exorcismos e nos
outros momentos ...
Um dia, enquanto eu pegava no terço O dem , .
, . _ ' on10 exc1a-
mou: «E uma co1s~ que nao su~orto, não suporto! Aquele
estúpido velho apelidara-a bem, tinha-lhe dado O nome certo·
chamava-lhe "arma", porque é uma verdadeira arma. Um~
99
verdadeira ar~a _contra nós» • Eu disse: «Em nome de Jesus,
quem é o estup1do velho a que te referes?» E ele: «Pio.»_
«Padre Pio da Pietrelcina?» - «Siiim!» Então, eu rebati: «Não
é um estúpido: é inteligente, sábio e devoto.» E ele: «Para nós
é um estúpido. Ainda agora, aquele estúpido trabalha ao lado
do Nazareno e daquela mulher que está lá em cima.» _
«Como se chama aquela mulher que está lá em cima?» _
«Chama-se como esta (e di1ige um palavrão à pessoa possessa).»
tério em mistério , na vida do Redentor, faz com que tudo o que Ele operou, e ª
Liturgia atualiza, seja profundamente assimilado e plasme a existência» (cf. RVM l3).
99
São Pio da Pietrelcina disse, um dia: «Satanás procura destruir eStª oração, ~as
nunca O conseguirá: é a oração daquela que triunfa sobre tudo e sobre todos. Foi ela
quem no-la mostrou, como Jesus nos ensinou o Pai-nosso.»
101
A Virgem Maria e O Diabo nos exorcismos
Finalmente:
«Se vós todos soubésseis, eu seria destruído em menos de
um segundo. Se rezardes o Rosário, esta coisa aqui bastarda,
com fé! (E afastou com desprezo o terço que eu tinha nas mãos.)
Sabes o que é que ela faz quando vós rezais o terço? (diz uma
série de insultos contra mim): Ela pega na vossa mão, estica-se
para° Céu e pega na do vosso Deus, e, através desta oração,
de sta corrente de (um palavrão), aproxima as duas mãos e
104
. ha experiência mariana nos exorcismos e no
A ,ntn s outros momentos ...
Catequese
diência de Maria. O que a virgem Eva tinha ligado pela sua in-
credulidade, a Virgem Maria desatou com a sua fé» 100 _
0 primeiro motivo da grandeza de Nossa Senhora e da sua
força contra O diabo, não é tanto o facto de ser Mãe de Deus
mas a fé com a qual correspondeu ao desígnio de Deus, que~
chamava a ser sua Mãe e a cooperar com Ele na realização do
projeto divino da salvação da humanidade e na destruição das
obras do diabo 101 . Maria nunca vacilou na fé em Deus, nem
sequer um instante: nunca uma dúvida lhe tocou, nem ao de
leve. Abandonou-se sempre a Deus com uma fé inamovível,
incondicionada, sem nenhuma hesitação. Ao anjo Gabriel,
que lhe comunicava o projeto e o pedido de Deus de uma ma-
ternidade na virgindade , humanamente impossível, Maria
acreditou e assentiu. Abandonando-se àquilo que Deus lhe
pedia e tornando-se disponível sem reservas, disse: «Eis a
serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc
1,38)» 102 . Alguns dias depois, Maria fo i a casa da sua prima
Isabel para ajudá-la. Quando , ao entrar em casa da prima, a
saudou , João , que estava no seio da mãe, saltou de alegria,
comunicando-a a sua mãe Isabel que , repleta e iluminada pelo
Espírito Santo, disse em voz alta: «Bendita és tu entre as mu-
lheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado
que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Pois, logo que
chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de
alegria no meu seio» (Lc 1,42-44). E, imediatamente, procla-
mou Maria bem-aventurada pela fé : «Feliz de ti que acredi-
taste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do
Senhor» (Lc 1,45). Fora a fé de Maria que tinha enchido de
100
Adversus hcueses, 3,22,4.
1 1
º «Por isso , mamiestou-se
·r o Filho de Deus para destruir as obras d0 diabo>1
OJo 3,8).
102
O Concílio Vaticano II, no capítulo Vlll da Lumen gentium, e João Paulo II, na
Redemptoris Mate [ l d
r, a am e «obediência da fé» da parte de Maria.
106
minha experiência mariana nos exorcismos e n
A os outros momentos ...
xultação e de Espírito Santo a prima Isabel . d .
e d , in uzmdo-a a
•niciar os louvores que to as as gerações haveri d d.. .
1 am e 1ng1r à
Mãe de Deus.
Portanto, a primeira bem-aventurança do E lh r .
. . vange o 101
dirigida a Mana, porque acreditou na palavra de Deus. Maria é
bem-aventurada porque acreditou que, pelo poder do Espírito
Santo, se tornaria a mãe do Filho de Deus, segundo a revela-
ção do anjo: «Aquele que vai nascer é Santo e será chamado
Filho de Deus» (Lc 1,35). E quando, pouco mais de trinta
anos depois, enquanto pregava, Jesus ouviu aquela mulher do
povo gritar: «"Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios
que te amamentaram!", Ele retorquiu: "Felizes, antes, os que
escutam a Palavra de Deus e a põem em prática"» (Lc 11,2 7-
-28). Com esta expressão , Jesus exaltou a grandeza da Mãe
pela sua fé . «Não é, acaso, Maria a primeira dentre "aqueles
que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática"? E ponan-
to, não se referirão sobretudo a ela aquelas palavras abençoan-
tes pronunciadas por Jesus, em resposta às palavras da mulher
anónima? Maria é digna, sem dúvida alguma, de tais palavras
de bênção, pelo facto de se ter tornado Mãe de Jesus segundo
a carne ("Ditoso o ventre que te trouxe e os seios a que foste
amamentado"); mas é digna delas também e sobretudo por-
que, logo desde o momento da Anunciação, acolheu a palavra
de Deus e porque nela acreditou e sempre foi obediente a
Deus; ela, com efeito , "guardava" a palavra, meditava-a "no
seu coração" (cf. Lc 1,38-45; 2,19.51) e cumpria-a com toda a
sua vida» 103
Portanto, Jesus liga a grandeza da Mãe não só à matern~-
dade física relativamente a Ele, mas antes de tudo à sua au-
tude de fé e de plena disponibilidade à vontade de Deus. Aí~-
tima união com Deus e a adesão perfeita à Palavra divina sao
W) Cf
•JoAo PAULO II, Redemptoris Mater 20.
107
A Virgem Maria e O Diabo nos exorcismos
0
motivo mais alto da bem-aventurança de Maria. Antes de ser
física, a maternidade de Maria foi espiritual, por causa das li-
gações do espírito que se formam na escuta e na observância
da Palavra de Deus, e foi especialíssima porque só ela, entre
todas as mulheres da terra, também teve uma maternidade
1 4
física relativamente ao Filho de Deus º • Em contrapartida ,
todas as outras criaturas humanas geram Cristo em si mesmas
e nos outros por meio da escuta e do cumprimento da Palavra
e da vontade de Deus, mas espiritualmente.
A fé de Maria revela-se novamente nas bodas de Caná 0o
2,1-12), onde , confiando no poder ainda não revelado de
Jesus, provocou o seu primeiro sinal, isto é, o seu primeiro
milagre: a prodigiosa transformação da água em vinho. Tendo
alcançado este sinal prodigioso do Filho, Maria também ofere-
ceu um apoio à fé dos discípulos. E, assim como pela sua fé
tinha introduzido Jesus no mundo, no evento fundamental da
Encarnação, assim também introduziu Jesus na sua missão
pública, precedendo na fé os discípulos que , como diz o
Evangelho, depois do milagre , creram: «Assim, em Caná da
Galileia,Jesus realizou o primeiro dos seus sinais miraculosos,
com o qual manifestou a sua glória, e os discípulos creram
nele» Oo 2,11).
A maior batalha contra a fé de Maria, movida por Satanás,
desenrolou-se aos pés da cruz, onde ele pôs em ação toda a
sua força maléfica contra ela, para que ela duvidasse . Mas,
embora no coração de Maria houvesse a dor mais dilacerante,
provada por uma criatura humana - porque ela sabia quem
era Aquele que morria na cruz e o porquê de morrer daquele
1
Frequentemente, os Padres da Igreja sublinham este aspeto da conceção virgi-
(),\
108
·nha experiência mariana nos exorcismos e n
A mi os outros momentos ...
do _ também havia um amor desmedido b
rnº ' . b 1- 1 que rotava da
fé viva e 1na a ave . Embora Satanás procu
sua , . , rasse provocar
am ais m1n1ma . fenda
_ na fe de
. Nossa Senhora . Ihe a
, suscitar-
mínima dúvida, nao conseguiu sequer arranhar a sua fé. Marta
acreditava firmemente que era precisamente aquele O modo
doloroso e aparentemente absurdo, de Jesus vencer, triunfar~
reinar, realizando a Redenção da humanidade inteira, mesmo
a sua própria [red~nção, nt] , qu~ lhe tinha sido aplicada pre-
ventivamente. Mana compreendia que através daquela morte
se realizava a profecia de grandeza que o arcanjo Gabriel lhe
tinha preanunciado: «Reinará eternamente sobre a casa de
Jacob e o seu reinado não terá fim» (Lc 1,33) . Maria acredi-
tava que era o Filho de Deus quem gritava: «Meu Deus, meu
Deus, porque me abandonaste?» (Mt 27,46). Maria acreditava
que, por aquele sacrifício e por aquela morte cruel, ela, hu-
milde serva de Deus, tinha sido tornada maior que todas as
criaturas, e que todas as gerações haveriam de chamar-lhe
bem-aventurada. Mas também acreditava que, depois da
morte, o Filho haveria de ressuscitar e, depois das trevas de
Sexta-Feira Santa, esperou sem duvidar pela manhã da Res-
surreição. «Mediante a fé , ela participou na morte do Filho, na
sua morte redentora» (RVM 20) e, por aquela fé, que perma-
neceu íntegra numa provação como nunca houve nem haverá
entre as criaturas humanas, também mereceu viver uma expe-
riência de intensidade bem maior do que qualquer outra cria-
tura humana, a experiência da nova existência do Filho glori-
ficado depois da sua Ressurreição 105 •
105
Sobre este tema, cf. JOÃO PAULO II, Rosarium Virginis Marice 23. Além di~so, na
Audiência geral de 21 de maio de 1997, ele exprimia-se assim: «Como é queª Vug~m,
presente na primeira comunidade dos discípulos (cf. Act 1,14), poderiá ter sido
excluída do número daqueles com quem o seu divino Filho, ressuscitado dos morto~,
se encontrou? E- por isso legítimo pensar que veros1m1· ·1mente a Mãe teria sido a pn-
meirª pessoa a quem Jesus ressuscitado apareceu ....send imagem e modelo da
°
lgreJ·a que espera pelo Ressuscitado e que, no grupo dos d.iscíPulos ' o encontrou du-
109
'r m Maria e o Diabo nos exorcismos
A vtrge
110
minha experiência mariana nos exorcismos e
A nos outros momentos ...
·rnitar. De facto, Maria é um excelentíssimo m d
1 d o e1o porqu
ua perfeição supera a e todos os outros me b ' eª
s . _. m ros da Igreja
Significauvamente, o Conc1ho acrescenta que 1 . ·
, .d d e a rea1iza essa
função na fe e na can a, .e. Sem se esquecer que Cnsto . _
e o pn-
.
rneiro modelo, o Conc1ho sugere desse modo que h, d. .
. , . d a 1spos1-
ções intenores . _
propnas o modelo realizado em M .
. ana, que
ajudam o cnstao a estabelecer uma realização autêntica com
Cristo · De facto, ao olhar para Maria ' o crente aprende a viver
.
a sua comunhão _com . Cristo de maneira mais profund a, a
aderir a Ele com fe viva, a voltar a pôr nele a sua confiança e a
sua esperança, amando-o com a totalidade do seu ser» 106_
Nossa Senhora é, para cada cristão, modelo perfeito de fé,
mas também quer tornar-nos participantes da que foi a sua fé,
durante a sua existência terrena. Ao descrever os maravilhosos
efeitos da consagração à Virgem Maria, São Luís Maria Grig-
nion de Montfort também indica a participação na fé de Maria.
Escreve: «A Virgem Santa far-te-á participante da sua fé: uma fé
que venceu, aqui na terra, a fé dos patriarcas, dos profetas, dos
apóstolos e dos santos. Agora, que reina no Céu, Maria já não
possui essa fé, porque vê claramente todas as coisas em Deus
com a luz da glória. Contudo, por beneplácito do Altíssimo,
ela não a perdeu quando entrou na glória: manteve-a para con-
servá-la na Igreja militante, a favor dos seus mais fiéis servos e
servas. Por isso, quanto mais benevolência receberes desta au-
gusta Princesa e Virgem fiel, mais a tua conduta de vida é ins-
pirada somente pela fé» 101 . «Este texto [de São Luís] parece ter
inspirado algumas afirmações de João Paulo II sobre a fé de
Maria que, embora não permaneça formalmente no Céu, é,
porém, comunicada aos fiéis: "A peregrinação da fé da Bem-
-aventurada Virgem Maria representa um constante ponto de
106
JoAo PAULO II Audiência geral 6 de agosto de 1997· .
101Ii ' . 0 1 Scritti spiritu.ah, Roma,
E . . rattato del!a vera devozione a Maria, n. 120, m pere, ,
dizioni Monfonane, 1990, p. 492.
111
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
108
Ibidem, p. 492, nota 3.
112
A minha experiência mariana nos exorcismos e no
s outros momentos ...
urn arnor que superava tudo, todo meu m dO (
O
e pelo que José
oderia pensar, quando se encontrasse diante do . t, .
P mis eno daquela
gravidez), um amor profundo, um amor que se p0 d
, 1 de
e papar
tão forte que e.»
113
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
Catequese
Já vimos que a Virgem Dolorosa não foi - como o resto dos
homens - subtraída à Redenção, mas beneficiou dela «do
modo mais sublime»; com a aplicação preventiva dos seus
frutos na Imaculada Conceição, tornou-se participante de ma-
neira especial da Paixão do Filho redentor. «Aos insolentes in-
sultos dirigidos ao Messias crucificado , ela, partilhando as
íntimas disposições dele, opõe a indulgência e o perdão, asso-
ciando-se à súplica ao Pai: "Perdoai-lhes, porque não sabem 0
que fazem" (Lc 23 ,34)» 109 . «Aos pés da cruz, a Mãe "sofreu
profundamente com o seu Filho único e associou-se com
ânimo materno ao sacrifício dele, assentindo amorosamente
na imolação da vítima por ela gerada" (LG 58) . Com estas
palavras, o Concílio recorda-nos a "compaixão de Maria", em
cujo coração se repercute tudo aquilo que Jesus padece na
alma e no corpo, sublinhando a vontade de participar no sa-
crifício redentor e de unir o seu sofrimento materno à oferta
sacerdotal do Filho. No texto conciliar também se põe em evi-
dência que o consentimento dela, dado à imolação de Jesus
não constitui uma aceitação passiva, mas um autêntico ato de
amor, com o qual ela oferece o seu Filho como "vítima" de
expiação pelos pecados da humanidade inteira» 110 • Sofrendo
e quase morrendo com o Filho, que sofria e morria, com razão
se pode dizer que Maria «redimiu o género humano junta-
mente com Jesus Cristo» 111 .
É ao martírio comum de Jesus e da Virgem Dolorosa que
devemos a salvação, e todos os bens. Por isso, ela, depois de
J ·0
109
110
°~ p
II, Audiência geral, 2 de abril de 1997, citação de Lumengentium 58.
J\ULO
]OAO PAULO II, Audiência geral 2 de abril de 1997
11 1 B ' ·
ento XV, Cana apostólica Inter sodalicia (22 de março de 1918).
114
A ,ninha experiência mariana nos exorcismos
e nos outros momentos...
117
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
§ 11 -A humildade de Maria
Catequese
---
112 C
ONFERENZA EPISCOPALE ITALIANA , Messe
lT. ·
della Beata vergme
Maria p 75.
' .
119
A Virgem Maria e O Diabo nos exorcismos
Catequese
121
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
113
Nossa Sen hora está inseparavelmente unida ao Filho. Ela vive dele e por Ele.
Ela,. Mãe de todos
. os homens e Ra.mha dos seres criados, junto ao seu Filho, Rei· d0
universo .' é digna de lo . amor, gratidão e serviço mas quantos e quao
uvor, respeito, -
graves
. insultos
. são causados a esta Mãe da humanidade e precisamente
' pelos pró·
pnos cnstão infiéis É · ' ·d
1
. 'd · por isso que, em Fátima Nossa Senhora se mostra dolon ª
pe ª mgrat1 ão, indiferen bl e . ' _
ção Imaculado. ça e as1ém1as dos homens, e pede reparação ao seu Cora
122
inha experiência mariana nos exorcismos e
Am nos outros mom entos ...
114
P Lu1s MENDizABAL r e d
M' , n°~
imep-Docete, 2009, pp . 42_45 _
. al Sacro Cuore di•Gesu,
e 1esu. La devoz10ne - M'lão
1 '
u 5 fb•d
1 em, pp. 20-21.
124
. ha experiência mariana nos exorcismo
Amtn s e nos outros m
omentos...
santa Teresa Bendita da Cruz escreve:
«O Salvador não está sozinho na cruz A
... o longo d
os cada homem que suportou com paciên . os tem-
P ' f. eia um destino d
ensando nosso nmentos do Salvador e tom b . uro,
P - . ' ou so re s1 volu -
tariamente uma vocaçao expiadora, contribuiu . n
com isso para ali-
viar a carga enorme d os pecados da humanidad . d
e e a.JU ou o Sal-
vador a levar o seu fardo. Uma vez mais Cristo C b .
' 'ª a eça, realiza
a obra redentora nos membros do Corpo Místico que se unem a
Ele de alma e corpo, para a sua obra de salvação •·· Na rea11.dade
0 sofrimento reparador voluntariamente aceito é O que mais . pro-'
fundamente une ao Senhor» . 116
----
.
l lõ D
d1ta da e
. . _ , . l d Santa Teresa Ben-
0 escnto Das mystische Suhneleiden [A exp1açao mi5 uca e
.
ruz - Ednh Stein.
125
A Virgem Maria e O Diabo nos exorcismos
u, C F
. ABRO Gemma Gal · T1 . 9
' gani. est1mone dei soprannaturale, Roma, Ed. Cipi, 198 ·
126
. ha experiência mariana nos exorcismo
Amtn s e nos outros m0
mentos
«Deveríamos refletir longamente sob ·..
. ., _ re o sofri
m Mana, Jª que nao sofreu apenas du mento da Vir-
ge . rante a su . ~ .
mas também ainda sofre e continua a sofr H . ª existenc1a,
.d d er. OJe sofre
ulpas da human1 a e, tem compaixão d . ' com as
e .. as minhas fra
das minhas fragilidades e dos meus medos 1 , quezas,
, · st
· º e um mistério
rofund1ss1mo porque, de algum modo perm·t .
P , l e-nos intuir o so
frimento de Deus pelo mal que fazemos . Um m· , . -
.. . isteno que a teo-
logia d1fic1lmente consegue elaborar, já que tem d f.
. . os o so nmento
um conceito negativo, como se se tratasse de um . r . _
. , a 1mper1e1çao
que não pode ser atnbu1da nem a Deus nem a Mana. . No en-
tanto, a mensagem de La Salette convida-nos a ir além da ver-
dade de Deus perfeitíssimo, de Maria feliz na glória. A felicidade
divina, a felicidade dos santos não é tão perfeita que não pennita
envolver-se na infelicidade humana. Com palavras humanas
chamamos-lhe sofrimento , mas seria melhor dizer paixão de
amor, amor apaixonado e cheio de ternura, justamente de com-
paixão. A propósito , gostaria de citar alguns pensadores e místi-
cos: "A Senhora que chora - escreve Paul Claudel referindo-se a La
Salette - e o grito que emite: 'Desde há muito tempo, sofro con-
vosco!', indicam que no Céu se sofre. Ela segura o braço do
Filho: mas não é o Filho que é mais omnisciente e mais omnipo-
tente? São coisas que uma teologia circunspecta tenta justificar,
mas que o coração compreende ..."
E François Mauriac: "As lágrimas da Virgem levam-nos a orar
no mesmo terreno das lágrimas do Senhor. Jesus chora, Nossa
Senhora chora sobre aqueles que me conhecem e não me acolhe-
ram. Em La Salette, Maria chora sobre a rejeição daqueles que
sabem o que fazem."
As palavras talvez mais incisivas, sobre a mensagem deste san-
tuário, foram escritas por Jacques Maritain, que meditou longa-
mente sobre esta mensagem e que, precisamente aqui, se prepa-
rou com a esposa para receber, depois da conversão, o Sacramento
do Crisma: "Se a Senhora chorou, quer dizer que no complexo ~e
sinais que os homens podem compreender, nenhum outro podia
exprimir melhor a realidade inefável de tudo o que acontece no
Ceu.
- Não é por excesso, mas antes por deieito r ·
que pecam aque-
127
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
118
119
C.M. MARTIN! , Maria sofre ancora, Milão, Piero Gribaudi Editore 1997, PP· 30-32 ·
_Memónas
· d
ª Irma- Luc1a,
- · '
2006 '
11
p. vol. I, Fátima, Secretariado dos Pastorinhos,
176
128
·nha experiência mariana nos exorcismos
Arn1 e nos outros m0
mentos ...
----
120 Ibidem, p. 178
i21 Ibidem, p. 180.
129
--
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
m Ibidem, p. 192.
130
·nha experiência mariana nos exorcismos e
A 1111 nos outros momentos ...
,rn agora sofre e pede reparação. A reparaç~ .
be b, C . ao que ela implo
_ e que taro em nsto pede em relação a M- -
ra . _ , sua ae - tem
o objetivo nao so o de consolar o seu Cora - 1
corn . çao maculado
«ar
rancando» dela os espinhos com que os peca dores '
0
Cravam a cada momento, . mas também O de obter, pe1a sua
intercessão maternal, a piedade e a misericórdia de Deus, em
benefício de tantas almas que vivem no pecado.
Diante dos pecados do mundo, que crucificam novamente
Jesus Cristo e tornam atuais os sofrimentos da Virgem, senti-
mos a necessidade de nos agarrar a ela, como fizeram São João
e a Madalena no Calvário , para consolar o seu Coração e para
nos oferecermos a Deus através das suas mãos. Antes de tudo
'
esta reparação realiza-se com o nosso empenho em observar
os Mandamentos de Deus; com os pequenos sacrifícios quoti-
dianos oferecidos ; com o nosso Terço diário; com a Santa
Confissão bem-feita e periódica; com o esforço empenhado na
conversão contínua. Tudo isto deve ser oferecido no altar, no
momento da Santa Missa e unido ao sacrifício de Cristo. Além
disso, a Senhora pediu a celebração dos Primeiros Sábados de
cada mês em reparação ao seu Coração Imaculado, com a
meditação de, pelo menos, um quarto de hora, dos mistérios
do Rosário e com a Confissão e a Sagrada Comunhão eucarís-
tica. Esta é a ajuda que se espera de nós na luta contra Sata-
nás, pelo triunfo do Reino de Deus nas almas e na sociedade.
De facto , Nossa Senhora, com esta nossa oferta reparadora,
juntamente com a de muitos outros dos seus filhos queª
amam e estão a seu lado, aproxima-se do Filho, implora
pe rdão por muitos anos afastados de Deus e suplica por elesª
graça da conversão, Deus convida-os, com amor infinito, ao
arrependimento dos seus pecados e a uma vida nova em
Crist0 · De tal modo, a Virgem Maria coopera com Crist ~ para
sanar atualmente o mal do mundo, obtendo a libertaçao da
escravatura de Satanás das almas daqueles filhos que, ren-
131
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
132
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
§ 13 -A Assunção de Maria
Catequese
~
A .
onstitu1ção Apostólica Munificentissimus Deus (l de nove mbro. de. 1950), in
/tªApostolicre Sedis 42 (1 950), pp. 753-771. Cf. Enchiridion delle Encicliche, vo1. 6,
olonha Ect·1 . . 1
' z1oni Dehoniane, 1995, pp. 1487-152 •
135
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
Catequese
- i2,
- A-- . durante a Santa M.issa,
dep . oração de coleta é a que o sacerdote pronuncia, . d mingos e nas
01s do at0 . . . d · do Glona nos o
sol . pemtencial inicial nos dias fena1s, epois
en1dad 1. . .
,2
8
es nurg1cas. . 93
CoNF
ERENZA EPISCOPAL ITALIANA,
d ll B ta Vergine Mana, P· ·
Messe e a ea
137
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
§ 15 - A Senhora e a Eucaristia
Catequese
A E~caristia é o Corpo e o Sangue de Jesus, que Ele tomou
de Mana no momento em que, por obra do Espírito Santo, se
129
Esta oraçao
- de coleta é diferente
· .
da do Missal editado pela Conferência Epis-
1
copa Portuguesa [nt] .
138
. h experiência mariana nos exorcismos e
A((ltn a nos outros mom
entos
em no seu seio virginal. Portanto d
fez horu , quan o re b
Corpo, que se imola no altar, e este Sa ce emos
este , 1 - ngue, que nos
. será passive nao pensar em Maria'? Est C re-
d1rne, r . · e orpo foi for
d o nela! Este Sangue 101 e1a quem O deu ao F'lh1 o! Por seu
~
rna b r .
. rmédio o Ver o 1ez-se nosso alimento,
1nte ·
Se' portanto, Maria é a Mãe
. _
do Verbo que assu .
_ ' miu a nossa
na tu reza humana , se Mana e a Mae _ do Filho de Deus, que
dela tomou a carne e o sangue, entao Maria também é a Mãe
da Eucaristia, porque a Eucaristia é o Filho de Deus que con-
tinua a fazer-se carne sobre os nossos altares e esta Carne tam-
bém é carne de Maria. J esu s tom ou o seu Corpo e O seu San-
gue unicamente de Maria , porque foi dela concebido sem 0
concurso de um pai humano , mas pela ação do Espírito San-
to; e, portanto, também na Eucaristia, Jesus é sempre O fruto
bendito de Maria. O Santo Padre João Paulo II escrevia: «Gra-
ças a desta maternidade [de MaJia], J esus - Filho do Altíssimo
(cf. Lc 1,32) - é um verd a d ei ro f ilho do homem. É "carne",
como cada homem : é "o Verbo (que ) se fez carne" (cf. Jo
1,14). É corpo e sangue d e Maria!» 130 • «Com razão a piedade
do povo cristão semp re reco nheceu uma profunda ligação
entre a devoção à Virgem santa e o culto d a Eucaristia » 131 .
---
•
1•
]OÃO PAULO
le-se· ~e ·st0
. n é verdade, Cristo é carne: Cristo verdade n a m ente e
ne no se·10 d
e Marta» (Santo AGOSTINHO Sermo 25 [Sermon es me
· d 1't')
'
• 1· a
II, Redemptoris Mater 20. Além disso, na n ota 43 da carta ~ncic ic
d Maria Cn sto car-
1 7· PL 46 938) .
' · '
131 Ibidem 44. ,
139
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
132
Do Diario spirituale di sant'Ignazio di Loyola. [Missa] di nostra Signora al Tem-
pio. Simeone 14.
m M. V BERNADOT, OP, Maria nella mia vita Roma Edizioni Paoline 1954.
134 p ' ' '
· FRANc Esco M. AVIDANO, SM , Un segretto di Jelicità, 10.ª ed., Casale Monferrato
(AL), Apostolato Mariano, 1980, p. 180.
140
A minha experiência mariana nos exorcismos
e nos outros moment
os ...
dl·mensão mariana da Eucaristia ' teremos acesso a gr .
copiosas, tanto da nossa participação na Santa M· aças mais
- , . 1ssa como da
nossa comun h ao eucanst1ca, e também d '
, . a nossa adoração
eucansuca.
A própria Virgem ensinava o padre Domen· d
. . ico e11a Madre
di Dw a receber com proveuo Jesus-Eucaristia:
«Sefiores verdadeiramente
. humilde' a humildade supnra . , tu do.
Não podendo fazer outra coisa, oferece a Deus as mi·nhas d'isposi-.
ções em conversar com Ele na terra. Imagina recebê-lo como eu 0
recebi no meu seio, na Encarnação. Ou como O acolhi nos meus
braços, quando veio à luz. Ou como o abracei no caminho do Cal-
vário e quando foi deposto da cruz, ou ainda depois da Ressur-
reição. Este pensamento também poderá sugerir-te considerações
salutares durante o dia. Seguidamente, oferecer-lhe os sentimentos
que lhe testemunham em palavras e em obras e ele aprecíá-las-á
como coisa tua» 135 .
ns Ibidem, p. 179.
1)6 . de Eucharistia 58.
Ecclesia
137 s
acramentum caritatis 33.
141
A Virgem Maria e O Diabo nos exorcismos
142
•I"'\ • •
Outra vez disse: «Não percebem, mas Ele está ali, está ali:
Ele está ali. Isso é o maior dom que se poderá fazer: dar-se a si
mesmo pelos amigos, e Ele deu e continua a dar-se todo~ os
ct·ias, em toda a parte, continuamente. A Cruz era so- 0 sinal
-119 -
p - . . F · ento (AV)Ed
, ...
1z10m
· STEFANO MARIA MANELLI Gesu Eucanst1co Amore, ng
France · '
scanr dell'Immacolata, 1972, pp. 161-162.
143
A Virgem Maria e O Diabo nos exorcismos
Catequese
Em F'atima,
· Nossa Senhora prometeu o triunfo do seu
Coração Imaculado e nós esperamo-lo e apressamo-lo, coope-
144
Aminha experiência mariana nos exorcismos
e nos outros momentos ...
rando ativamente com ela. No moment
o em que
Santo Padre Bento XVI já por três vezes eh escrevo, o
amou a aten - d
fiéis para a espera da realização desta promessa çao . os
No dia 14 de maio de 2006 antes d ·_
' a oraçao de Re .
ccrlí, ele disse estas palavras: gzna
«Um caminho seguro para manter-se unid El ,
_ . os a e e recorrer
à intercessao de Mana que, ontem 13 de maio · .
' , vimos pan1cular-
mente venerada, recordando as aparições de Fa' t' d
. ima on e em
1917, se manifestou
. . por várias vezes a três crianças , os paston-
' .
nhos Francisco, Jacinta e Lúcia. A mensagem que lhes confiou,
na continuação da de Lourdes, era um grande apelo à oração e à
conversão ; mensagem realmente profética considerando O séc.
XX, desgraçado por destruições nunca vistas, causadas por guer-
ras e regimes totalitários, e também por extensas perseguições à
Igreja. Além disso, no dia 13 de maio de 1981- há vinte e cinco
anos-, o Servo de Deus João Paulo II sentiu que tinha sido salvo
da morte por intervenção de uma "mão materna", como ele pró-
prio haveria de dizer, e todo o seu pontificado foi marcado por
aquilo que a Virgem tinha dito em Fátima. Embora não tenham
faltado preocupações e sofrimentos, se ainda permanecem motivos de
apreensão pelo futuro da humanidade, a verdade é quefoi de grande
conforto tudo quanto a "Branca Senhora" prometeu aos pastorinhos:
"Por fim, o meu Coração Imaculado triunfará."»
145
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
153
VII
A experiência mariana
de outros exorcistas
---141 O texto que, no fim dos anos setenta foi publicado pela editora La Rocei~, hoje
tem o titulo Interviste con il maligno e pode ser pedido, por telefone ou fax, ao numero
04518201679.
155
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
1, 2 GA
· MORTH , Um exorcista conta-nos, Paulinas Editora, 2007 6.
156
A experiência ma •
nana de
outros exorcistas
diatamente ouviu a resposta: «É a únic .
. . a criatura que
vencer inteiramente, porque nunca f . me pode
01 tocada p 1 .
pequena sombra de pecado.» e a mais
158
A experiência ma nana
.
d
e outros exorcistas
disse; por isso, deu-vos aquela arma .
r noJenta que - O
meio para 1azer o que ela fez» (p. 223 )_ e melhor
Uma vez, enquanto o exorcista ora
va pe1os sac d
especialmente por um em dificuldade 0 d _ . er otes,
. . , emon10 comp
deu e disse: «Mana (uma das raríssimas v reen-
ezes em que pronuncia
este nome) anda como um mosquito à volt d
ª os sacerdotes
nunca se cansa, e para salvá-los inventa tudo» (p. 245 ) '
Outra expressão de desagrado para com Nossa 5enh.ora é
esta: «Quanto aquela Mulher me faz vomitar, n~ao a suporto!»
(p. 251).
Finalmente: «Aquela é uma ladra» (p. 264).
, . do a qual, para o
Perce ber aquela finura teologica, segun
159
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
144
Cf. A. R ENDA, «lo combatto il demonio», in A colloquio con l'esorcista monsignor
Ferru.ccio Sutto, Pordenone, Edizioni Biblioteca dell'Immagine, 2009, P· 122 ·
14, Ibidem, pp. 127-128.
160
A experiência m .
anana de o
utros exorcistas
videntes, com mais de 25 anos. Se se trat d
dito como o de Lourdes ou de Fátima ou dª Ge um lugar ben-
ão há nen h um · - d e finitivo da Ig .e puadalupe
JUizo . , · da
ain
n - reJa. ense1 q
fosse, a reaçao de um endemoninhado de . ue se o
, . . . vena ser a mesma
uma rehqu1a que veio de MedJugorje com 0 , a
, · . as que proveem
dos famosos santuanos mananos há pouco n d .
.~ . omea os. Quena
fazer uma expenencia. Para o encontro com L .
. orena, 1eve1-a
secretamente na pasta: .Ninguém sabia·· nem os meus coa b
1 o-
radores. O que se podia ver através do plástico transparente
era apenas papel. -~m determinado momento do exorcismo,
quando a mulher Jª estava em transe, aproximei-me dela es-
tendida no leito, e enfiei por baixo do pulôver o saquinh~ de
plástico que continha, envolta em papel, a lasca de rocha do
monte Podbro. Mas, logo que peguei na orla da camisola de
Lorena e coloquei a saqueta sobre a camisa, a mulher deu um
esticão como se quisesse libertar-se das mãos dos quatro ho-
mens que a seguravam, e gritou: "Tira isso!"» O exorcista per-
guntou porque devia tirá-la dali. O demónio, numa sequên-
cia convulsa de reações que manifestavam ao seu grande
sofrimento , exclamou por diversas vezes: «Faz-me mal!» ,
«Queima-me! », «Esmaga-me, esmaga-me!», «Tira-a! Tira-a!»
Então, o sacerdote perguntou explicitamente ao demónio o
que estava naquele saquinho, e recusou-se a tirá-lo enquanto
não lhe dissesse o que era. A determinada altura, já não po-
dendo com aquilo, o demónio deixou sair, gritando, uma pa-
lavra: «Cospa!» E Mons. Sutto conclui: «Cospa é O termo
croata que indica a bela Senhora que aparece aos pressupoStºs
videntes de Medjugorje, e que afirmam ser Nossa S~nhora,
mas ainda antes que na palavra "Cospa", a respoS tª vier~-me
das reações imediatas e violentas de Lorena, quando. unha
sid 0
m0d
tocada por aquele simples saquin °,
· h que continha a
. - » 146
esta lasca de rocha do monte das apançoes ·
-----
116 Ibidem, pp. 132-133.
161
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
Ob .
141
v1amente ' aqui O demó mo
· -
nao pode referir-se a todos os políticos m
· d'15tl·n-
tamente, mas a alguns.
162
A experiência mariana d
e outros exorcistas
E finalmente, com maior intensidade d
' . e voz e fort •
Ç ão: "Não desespereis! Não desespereis! Na~o d . e excita-
. · esesperezsl" A ·
P essoa deu um gnto e lançou pela boca um ·. qm, ª
r , a quantidade de
espuma branca (1enomeno frequente nestes ) .
. casos e, depois
ficou como que desmaiada. Despertou e exprimi· .h '
· b a maravi1 as
Por sentir-se em, . embora cansada. . Como semp re, desconhe-
eia tudo o que unha acontecido durante O exorcism N
. ". _ ,, o. a sua
_ digamos - 1ntervençao , o demónio também revelou 0
porquê e o como daquela possessão (por vingança, mediante
um malefíc~o com um rito satânico e fazendo com que a víti-
ma inconsciente, totalmente inocente, ingerisse uma certa be-
bida). É óbvio que essa "mensagem" não é nada de novo! Mas
é uma confirmação "viva" da única Verdade e do único Amor
que liberta e salva, e da "omnipotente por graça", Maria.»
---
148 Cronistoria dei convento, ff. 403-405.
163
. M ria e O Diabo nos exorcismos
A v,rgem ª
Deus, d1z. ei· -me como se chama e onde
_
está."
, _
"Sim ' está peno
de ti, aquele que tem os buracos, e nao esta so, com ele está 0
outro frade que está no altar onde celebra a missa de manhã
[São Francisco] 149, juntamente com aquela Mulher a quem
[ele] está sempre a orar. Agora mesmo, está a orar-lhe por ti
para que nos mandes embora." "Diz-me o nome daqueloutro_''.
"Padre Pio!!!" - grita, berrando. "Quem é o Padre Pio?" "É um
santo tão grande, contra quem não se pode fazer nada. Aper-
ceber-vos-eis de quem é quando já não o tiverdes! Mas porque
nos atormentas, obrigando-nos a dizer estas coisas?" - vocife-
ram, saltando e gritando. "Então, o Padre Pio é santo?!" Os de-
mónios não responderam. "Em nome de Deus respondei-me!
É Santo?!" "Vós não sabeis nada. O seu Patrono quer-lhe um
bem imenso. Mas quem pode tocar nele?! Está sempre com
aquela Mulher! .. ." "Está com aquela Mulher... , e que faz?"
"Reza-lhe continuamente. Não há um minuto que não esteja
absorto nela! " "Como é que está a rezar-lhe continuamente, se
há momentos estava no confessionário?" "Mesmo ali, ele não
cessa de rezar-lhe. Que embaraço! Sempre na conversa [a
chamá-la, a invocá-la] !" "Mas se aquela Senhora está sempre
no confessionário, porque é que o padre Pio repreende tanto
os penitentes e manda embora os fiéis sem absolvição?" 150 .
"Mas porquê tantas perguntas?! Porque continuas a torturar-
-me?" "Em nome de Deus, ordeno-te: Responde-me!" "Esse
homem, que te é próximo, é assistido no confessionário [por
Nossa Senhora] e [por S. Francisco] 151 • Ele não faz nada aos
149
O nome de Francisco é um acrescento do cronista do convento.
150
O cronista ~az esta precisão em nota de pé de página: «A expressão é certa-
mente exagerada. E preciso entendê-la assim: "... porque é que o Padre Pio censura
tanto al~ns penitentes e manda-os embora (sempre alguns) sem absolvição?"~ (nota
131 r~fe nda no livro do Pe. Marcellino l ASENZA NIRO, Padre Pio parla della Madonna,
San Giovanni Rotando [FG], Edizioni Padre Pio da Pietrelcina, 2006, P· 2s5).
i,1 A m . . d . d. 1vel
. atona as vezes, por desprezo e porque é para ele uma tortura Iíl LZ '
como Já pudemos ven·r·1car pe1os testemunhos até aqui relatados, o demomo
- · não pro-
164
A experiência mariana d
e outros exorcistas
eregrinos que não seja vontade de Deus e
P · onso1a, aconselha
reclama, repreend e, segundo o que aqueles que . '
- r· 1
sugerem. Como e e icaz ....
o assistem
Quantas derrotas n ·. f .
lhe
. os in nnger ,,
"Qual é a virtu de mais cultivada pelo Padre Pio 7" "O ··· ·
.d h ·1d d . passar
desperce bi o, a umi a e. Age, age, age continuamente e
nada consta para fora! Se os olhos das pessoas vissem, uh!. ..
Mas as pessoas não reparam, mal se apercebem.,,
Depois [de ter termin_ado o exorcismo] , o padre Tarcísio
pergunta ao Padre Pio: "E verdade, Padre, que no confessio-
nário, quando eu fazia os exorcismos, me encomendaste à Se-
nhora e a São Francisco?" "Sim. Uma vez lembrei-me e eles
fizeram tudo", respondia o Padre Pio, brincando. "Padre, não
mo esconda, é verdade que no confessionário é sempre assis-
tido pela Senhora e por São Francisco que lhe indicam a von-
tade de Deus no exercício do sagrado ministério!" "Se não
fossem aqueles dois, que coisa combinaria ... ", responde Padre
Pio de cabeça baixa e todo vermelho no rosto. Cada momento
arruinaria a beleza da obra divina!» 152
167
A Virgem Maria e O Diabo nos exorcismos
mA . 0 d .
. qm, car eal, implícita mas claramente, refere-se àquilo que Nossa Senhora
tinha preanunciado em Fátima.
168
Apêndice 1
de combatentes contras as forças d ·
o ma1 Com0 . 1
Participação na sua oferenda ' ela p ed e ·entre o sina da .nossa
conversão do coração, uma grande d ' _ , utras coisas, a
•, • evoçao a Santa E · ·
a reza diana do Rosário a oração ince ucanstia,
' ssante sem h · ..
aceitação dos sofrimentos pela salvaça~ 0 d ipocnsia, a
. o mundo p 0 d ·
parecer coisas pequenas mas são pod · enam
, . ' erosas nas mãos de
Deus, a quem nada e impossível Assim co .
. · mo o Jovem David
que, com uma pednnha e uma funda , abate u o gigante · Gohas.
armado de espada, lança e dardo ' assim tambe' m nos, - com as
pequenas contas do nosso Rosário, poderemos enfrentar he-
roicamente os assaltos do nosso adversário obstinado e vencê-
-lo. A luta entre Deus e o seu inimigo está cada vez mais
furiosa, muito mais hoje que nos tempos de Bernadette, há
150 anos, porque o mundo encontra-se terrivelmente engo-
lido no pântano de uma secularização que quer criar um
mundo sem Deus; de um relativismo que sufoca os valores
permanentes e imutáveis do Evangelho; e de uma indiferença
religiosa que permanece imperturbável diante do bem supe-
rior das coisas que dizem respeito a Deus e à Igreja. Esta bata-
lha faz numerosas vítimas nas nossas famílias , entre os nossos
jovens. Algum tempo antes de tornar-se papa, João Paulo II, o
cardeal Karol Wojtyla, dizia : "Hoje, estamos diante do maior
combate a que a humanidade já assistiu . Não penso qu~ a
comunidade cristã o tenha compreendido totalmente . HoJe,
estamos diante da luta final entre a Igreja e a Anti-igreja, entre
o Evangelho e o Antievangelho." Uma coisa, porém, é certa: ª
vitória final é de Deus e realizar-se-á graças a Maria, a mulher
,
do Genesis . . 1 combaterá à cabeça
e do Apocalipse, aque a que , .
.h s forças adversarias
do exército dos seus filhos e fil as contra a
de Satanás, e que esmagará a cabeça da Serpente.»
169
APÊNDICE 2
154
. De ~xorcismis et supplicationibus quibusdam, LEV, Editio typica emendata, 2004,
Reimpress10 2005. Em português: CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA, Ritual romano.
Celebração dos exorcismos, Gráfica de Coimbra, 2000.
170
cabeça da antiga serpente e confiou à sua Mãe como filhos
rodos os homens.»
171
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
172
,,
lndice
173
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
§
5 _ A virgindade perpétua de Maria . . ....... .. ........... . 66
§ 6 _ A maternidade de Maria relativamente a nós ....
72
§ 7 -A intercessão-mediação de Maria .... .... .... ......... .
82
§ 8 _ A Ave-Maria e o Santo Rosário . .. .. .. .... ... ........... . 98
§ 9 _ A Virgem Maria venceu Satanás pela sua fé ina-
balável ...... .... ... ..•••••······· ·· ···· ·· ·· ·· ····· ··· ······ ······•••.. .... 105
§ 1o _A Paixão de Maria unida à Paixão do Filho ..... 11 4
§ 11 - A humildade de Maria .... .. .. .. .... . ..................... 118
§ 12 - Os pecados dos homens e a reparação ao Cora-
ção de Cristo e ao Coração Imaculado de Maria ..... 120
§ 13 - A Assunção de Maria ......... ...... .. .. .. ..... ............ 135
§ 14 - A caridade para com o próxi1110 .. ....... ........... . 137
§ 15 - A Senhora e a Eucaristia ........ ... ......... .......... .. . 138
§ 16 - O triunfo do Coração In1aculado de Maria ..... 144
Apêndice 1
O papel de Nossa Senhora na luta contra Satanás, desde
as aparições da Rue du Bac até hoje .... ...... .. .... .... ...... 167
Apêndice 2
Referências marianas no texto do ritual dos exorcismos 170
174
Este livro, essencialmente inspirado nos fundamentos bíblicos e no
ensino da Igreja sobre Nossa Senhora, quer ser, antes de mais, um tes-
temunho da solicitude, amorosa e especial, que a Virgem Maria mostra
durante os exorcismos, e do poder que um culto autêntico a Nossa
Senhor exerce no mundo demoníaco.
Baseando-se em experiências pessoais, o Autor conta que, no seu tra-
balho pastoral junto das pessoas possessas, é possível constatar a pre-
sença e a proteção da Virgem que, com imensa ternura de mãe, inter-
vém ao lado dos seus filhos. De facto, Maria é a «Mulher» que, desde
o Génesis ao Apocalipse, tem um papel importantíssimo na luta contra
o inimigo infernal e na realização da própria missão salvífica do Filho:
reconduzir o género humano ao seio do Pai.