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Família

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Índice
A importância da educação financeira.................................................................................. 5
Uma rápida passagem pela história do dinheiro............................................................. 6
Os bancos e a economia................................................................................................................. 8
A moeda na economia.................................................................................................................. 10
Noções sobre o Sistema Financeiro Nacional................................................................. 11
O que precisamos saber: alguns conceitos elementares........................................ 12
A família e o dinheiro...................................................................................................................... 14
Planejando o futuro da família................................................................................................. 15
Alguns aspectos a ser considerados..................................................................................... 15
Fazendo o orçamento familiar.................................................................................................. 16
As armadilhas....................................................................................................................................... 17
Orçamento familiar.......................................................................................................................... 18
Melhorando nossa performance financeira..................................................................... 19
As crianças e o orçamento familiar........................................................................................ 20
O que fazer com o dinheiro que sobra............................................................................... 20
Aposentadoria..................................................................................................................................... 21
Planejando a educação dos filhos.......................................................................................... 22
Investindo no mercado financeiro......................................................................................... 23
O investidor........................................................................................................................................... 24
Os vários tipos de poupança..................................................................................................... 26
Planejar o futuro................................................................................................................................. 26
No que posso investir?................................................................................................................... 28
Comprando um imóvel................................................................................................................. 29
Aplicando em títulos de renda fixa........................................................................................ 30
A importância do mercado de ações para a economia........................................... 31
Você pode ser um dos novos sócios dessas empresas............................................ 31
Investindo em ações....................................................................................................................... 32
Como investir em ações............................................................................................................... 33
Passo a passo....................................................................................................................................... 34
Bibliografia............................................................................................................................................. 35

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A importância da
educação
financeira
A educação, de maneira geral, é uma ferramenta fun- Os relacionamentos familiares podem se deteriorar
damental para a redução das desigualdades sociais. É quando questões financeiras sobrepujam questões
por meio da educação que conseguimos elevar nosso afetivas. A preocupação dos pais faz com que os filhos
padrão e qualidade de vida. sejam deixados de lado e que maridos e esposas se
desentendam constantemente.
Somos educados de maneira formal, nas escolas, apren-
dendo várias coisas importantes para nosso desenvol- O inverso também é desgastante: pais que tudo dão
vimento cultural, profissional e social. Mas, na maioria aos filhos fazem com que o consumismo se torne a
das vezes, a educação financeira é relegada a segundo moeda de troca nas suas relações.
plano.
Enfim, o desequilíbrio financeiro se reflete na nossa vida
A idéia equivocada de que educação financeira é como um todo.
importante somente para aqueles que vivem o dia-
a-dia do mercado financeiro faz com que a disciplina Saber consumir, saber poupar, saber planejar sua vida
integre apenas uns poucos cursos especializados para financeira, saber administrar seu dinheiro é fundamen-
pessoas mais ligadas às finanças. tal para um relacionamento familiar saudável. E todos
na família podem e devem colaborar nessa tarefa.
Portanto, muita gente nunca ouviu falar a respeito
desse tema. A falta dessas informações, entretanto, Neste texto, que não tem a pretensão de esgotar o
pode causar numerosos problemas e preocupações, assunto, serão fornecidas informações básicas a res-
pois o descontrole financeiro faz com que canalizemos peito de finanças, formas de planejamento, aplicações
nossas energias na busca de soluções. financeiras etc., de modo que você possa, após refletir e
conversar sobre o assunto com seus familiares, melhor
se posicionar em relação às finanças domésticas.
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Uma rápida passagem pela história do

dinheiro
Vivemos num mundo onde é tão comum o uso
do dinheiro que não conseguimos imaginar como Do uso do sal como dinheiro é que surgiu
seria nossa vida sem ele. Entretanto, nem sempre foi a palavra SALÁRIO. Os soldados romanos
assim. eram pagos com sal e por isso começou-se
a usar a palavra para definir o pagamento
Moeda pode ser qualquer mercadoria ou produto que os trabalhadores recebem de seus
que funcione como meio de troca, padrão de valor, patrões.
reserva de valor, e que seja aceita por todos para
pagamento de dívidas ou de transações.
Devagar, então, os metais preciosos começaram a ser
Ao longo da história, diversas mercadorias já foram usados nas trocas. As moedas de metais preciosos,
utilizadas como moeda. O trigo, a aveia, o centeio, os entretanto, eram muito pesadas, e o risco de que
tecidos, o gado, o mel, o sal e até mesmo peixe seco já algum ladrão as roubasse era muito grande. Isso fez
serviram como instrumentos de troca. Mas essas mer- com que os comerciantes utilizassem os serviços das
cadorias acabaram perdendo seu lugar como moeda casas de custódia, embriões dos bancos modernos.
por diversas razões: algumas se deterioravam pela ação Lá, eram depositados o ouro e a prata, e o dono da
do tempo, isto é, eram perecíveis; outras, eram indivisí- casa de custódia emitia recibos de depósitos que
veis; outras, ainda, eram difíceis de ser manuseadas. eram mais cômodos e seguros de ser levados nas lon-
gas viagens comerciais.
Todas essas dificuldades para se encontrar um pro-
duto que pudesse servir como moeda, e que fosse Com o tempo, esses recibos passaram a circular em
de aceitação geral, fizeram com que o homem bus- todos os lugares e, devido à confiança que todos
casse nos metais as mercadorias mais próximas do tinham nos donos das casas de custódia (geralmen-
ideal de moeda. Os metais, como sabemos, não se te, ourives), eles eram aceitos por todos. Tais recibos
deterioram com facilidade (não são perecíveis), são ficaram conhecidos como moeda representativa ou
fáceis de manusear e podem ser divididos. moeda-papel.

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o
Quando o proprietário do recibo (moeda-papel) Isso fez com que aparecesse o papel-moeda, o
precisava, ia à casa de custódia e resgatava o ouro dinheiro como nós o conhecemos hoje. Ele não
ou prata que estava depositado, ou seja, podia con- podia ser trocado por ouro ou prata, pois nem
verter (resgatar) o recibo (moeda-papel) emitido sempre existia a quantidade necessária para isso.
em ouro ou prata para seu uso, pois esse recibo
tinha lastro integral. Em muitos países, esse sistema não funcionou
pela desconfiança do público nas casas de cus-
No entanto, o dono da casa de custódia, pela tódia: quando não havia lastro suficiente para
experiência que possuía, percebeu que nem todo converter os recibos em ouro ou prata, todos os
mundo retirava todo o seu ouro ou prata de uma depositantes (ou a maioria deles) corriam às casas
só vez. Sempre restava um pouco guardado, espe- de custódia querendo resgatar seus depósitos.
rando novas movimentações. Então, os donos
das casas de custódia passaram a emprestar essas
sobras, cobrando por isso. Ou seja, acabava haven-
do mais recibos do que a quantidade de ouro e
prata que havia depositada.

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Os
bancos e a economia
Os bancos apareceram muito antes
do próprio dinheiro. Mesmo quando A palavra “banco” vem do alemão bank, que era um banco de madeira
se praticava o escambo, já existiam usado pelas pessoas que trocavam ou emprestavam dinheiro. A partir da
lugares onde era possível guardar Idade Média, as casas que realizavam atividades similares herdaram o nome.
bens de valor e, quando era preciso,
retirá-los. Nessa época, os templos Com o aparecimento dos bancos, por meios eletrônicos.
eram lugares seguros e confiáveis, e o comércio ficou mais ágil e mais
se prestavam a esses serviços. seguro. Aqueles que faziam comér- Na verdade, hoje é muito mais seguro
cio na própria cidade pagavam ou e cômodo guardar nosso dinheiro
Quando surgiu o dinheiro, há mais recebiam por meio de recibos dos num banco e, quando necessário,
ou menos 2.500 anos, surgiram bancos. Aqueles que faziam comér- retirá-lo; ou então fazer pagamentos
pessoas que faziam câmbio, isto cio em cidades ou até mesmo paí- usando cheques ou ordem de paga-
é, trocavam um tipo de moeda por ses diferentes não precisavam carre- mento via internet, telefone etc.; ou
outro, e os prestamistas, pessoas gar sacos e mais sacos de moedas. usando o cartão de débito.
que emprestavam dinheiro.
Todos acabaram gostando dessa É importante enfatizar uma das fun-
Na Idade Média, os ourives eram os forma de trabalhar: os comerciantes ções exercidas pelos bancos: a de
encarregados de guardar dinheiro sentiam-se mais seguros e os ban- criar moeda bancária.
(emitiam recibos), trocar moedas de queiros podiam cobrar pela presta-
tipos diferentes e emprestar dinhei- ção dos serviços. Com o crescimen- Se não existissem os bancos, a
ro. É lógico que, para prestar esses to do comércio mundial, os bancos quantidade de moeda que circu-
serviços, eles cobravam. também cresceram, tornando-se laria na economia seria constante.
cada vez mais úteis e necessários. Suponha que o governo imprima
Os recibos dos ourives acabaram R$10.000.000,00 em notas variadas
circulando como se fossem dinheiro Com a evolução dos bancos e dos e mais R$5.000.000,00 em moedas
(moeda-papel) e as casas dos ouri- serviços bancários, a moeda ban- metálicas para circular na economia.
ves, onde eram guardadas as quan- cária é cada vez mais utilizada pelas Sem os bancos, o volume de moeda
tias de ouro e prata, acabaram por pessoas que emitem cheques ou em circulação seria exatamente
se tornar os primeiros bancos. realizam suas operações bancárias R$15.000.000,00.
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3) De todo o dinheiro deposita-
do no banco, uma parte deve ser
enviada ao Banco Central, que
são os depósitos compulsórios,
enquanto outra parte fica disponí-
vel para o banco trabalhar, ou seja,
para suprir os saques realizados
pelos correntistas, ou para fornecer
empréstimos. No nosso exemplo,
essa parte corresponde a 60%;

4) Da mesma maneira, o dinheiro


circula e acaba sendo depositado
novamente no banco, que repete
a operação até que não seja mais
possível.
Com os bancos, entretanto, aconte- mia significava administrar os
ce um fenômeno de multiplicação, bens de uma casa. Pelo que podemos verificar, com
que os economistas chamam de apenas R$1.000.000,00 de emissão
Efeito Multiplicador de Moeda. Ou Vejamos como isso ocorre: de moeda, por meio do sistema
seja, os bancos conseguem multi- bancário, pode ser criado um volu-
plicar a quantidade de moeda que 1) O governo emite uma certa me de R$2.500.000,00 nas condi-
o governo coloca em circulação. quantidade de moeda, suponha- ções que sugerimos. Ou seja, se o
mos, R$1.000.000,00 (vide figura 1); banco deve enviar 40% do volume
A palavra “economia” vem de depósitos (0,40 x depósitos) ao
do grego oikos, que significa 2) Por ser mais seguro, todos resol- Banco Central, ele terá a capacida-
casa, e néimein, administrar. vem depositar seu dinheiro no banco. de de multiplicar o volume inicial
Originalmente, portanto, econo- Assim, R$1.000.000,00 é depositado; de depósitos em 2,5 vezes.

Emissão Primária Valor Dep. Ac. Emprest. Acumulado Dep. Compulsório Acumulado
Governo emite 1.000.000
1a Etapa 1.000.000 1.000.000 600.000 600.000 400.000 400.000
2a Etapa 600.000 1.600.000 360.000 960.000 240.000 640.000
3a Etapa 360.000 1.960.000 216.000 1.176.000 144.000 784.000
4a Etapa 216.000 2.176.000 129.600 1.305.600 86.400 870.400
5a Etapa 129.600 2.305.600 77.760 1.383.360 51.840 922.240
6a Etapa 77.760 2.383.360 46.656 1.430.016 31.104 953.344
... ... ... ... ... ... ...
Ao final do processo 2.500.000 2.500.000 1.500.000 1.500.000 1.000.000 1.000.000
Figura 1 - Efeito multiplicador
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A
moeda na economia
Podemos dizer que as funções da na venda, as empresas compram • Agentes econômicos supe-
moeda são: mais fatores de produção e o pro- ravitários – aqueles que têm
cesso será repetido indefinidamen- excesso de renda sobre suas des-
1) intermediária de trocas – na te, fazendo com que seja criada pesas. Isto é, gastam menos do
medida em que é aceita por uma interação entre as diversas que ganham e, portanto, podem
todos. Essa é a função por exce- pessoas e empresas que compõem poupar.
lência da moeda; o sistema econômico. • Agentes econômicos deficitá-
2) denominador comum de rios – aqueles que têm falta de
valor – todos os bens e servi- Dessa interação, surge um fluxo renda para cobrir suas despesas.
ços produzidos numa economia denominado pelos economistas Isto é, gastam mais do ganham e,
podem ser expressos em unida- de fluxo real: as famílias (reunião portanto, precisam pedir empres-
des monetárias; de pessoas, donas dos fatores de tado para se financiar.
3) reserva de valor – podemos produção) fornecem seus recursos
adiar nossos gastos e podemos às empresas e as empresas produ- Resumidamente, da interação
guardar nosso dinheiro, pois ele zem e fornecem às famílias os bens dos diversos agentes econômicos
ainda terá valor no futuro. e serviços de que necessitam. (famílias, empresas, governos etc.)
nas relações de troca, surgem os
Por outro lado, devemos lembrar Com o auxílio da moeda, as empre- fluxos real e monetário. Devido
que o homem é o dono de todos sas pagam às famílias pelo uso dos ao comportamento assumido por
os fatores de produção. Isto é, recursos utilizados e, por sua vez, esses agentes, eles podem se tor-
o homem é o dono do capital, as famílias, também com o auxílio nar superavitários ou deficitários.
do trabalho, da tecnologia, dos da moeda, pagam às empresas os
excedentes financeiros etc. bens e serviços adquiridos, o que É nesse contexto que se desen-
configura o fluxo monetário. volve todo o processo de plane-
O trabalho, o capital e a tecnologia Percebe-se, dessa forma, que os jamento financeiro familiar. Antes,
são utilizados na produção de bens fluxos real e monetário interligam porém, vejamos alguns conceitos
e serviços que serão vendidos. Com os agentes econômicos, os quais elementares que nos ajudarão a
os recursos financeiros arrecadados podem ser classificados em: compreender melhor as finanças.

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Noções sobre o Sistema

Financeiro
Nacional
Sistema Financeiro Nacional é um conjunto Conselho Monetário Nacional (CMN) é
de órgãos que proporcionam o encontro o órgão deliberativo máximo do Sistema
dos agentes econômicos deficitários e dos Financeiro Nacional (SFN). Compete ao CMN
agentes econômicos superavitários, além de estabelecer as diretrizes gerais das políticas
regulamentar os bancos e demais instituições monetária, cambial e creditícia; regular as
financeiras. condições de constituição, funcionamento e
fiscalização das instituições financeiras; e dis-
Apenas para dar uma idéia, vamos nome- ciplinar os instrumentos de política monetária
ar alguns desses órgãos, apresentando em e cambial.
seguida uma pequena definição de cada um
deles: Banco Central do Brasil (BC) é uma autar-
quia federal integrante do SFN e exerce a
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – função de secretaria do CMN. Compete ao
autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, BC emitir moeda, controlar o crédito, o capital
suas funções são: assegurar o funcionamento estrangeiro, autorizar as instituições financeiras
eficiente e regular dos mercados, proteger os a funcionar, fiscalizá-las e aplicar penalidades.
investidores contra irregularidades, assegurar É também de sua competência a compra e
o acesso do público a informações e regular o venda de títulos públicos federais, o entendi-
mercado de ações. Principais funções: norma- mento, em nome do governo brasileiro, com
tiva, fiscalizadora, julgadora, registrária, consul- instituições financeiras internacionais, a emis-
tiva ou de orientação, e de fomento. são de títulos de responsabilidade própria e
outras atividades.

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O que precisamos saber:

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Alguns conceitos

O primeiro conceito a ser desenvol-


vido, mesmo que de forma elemen-
elementares
Quando dizemos que os juros
sofrem influência do fator tempo,
O que devemos saber é que o risco
existe sempre, em qualquer atividade.
tar, é o de juros. estamos dizendo que as taxas de O importante é termos consciência
juros sofrem influência dos prazos dos riscos que assumimos ao fazer
Todos os produtos e serviços têm envolvidos nos negócios: depen- uma aplicação financeira.
um valor. A moeda, sendo uma mer- dendo do prazo, poderemos ter
cadoria com características especiais, uma taxa de juros menor ou maior. Os juros (expressos em termos de
também tem o seu. Os valores dos taxas) são afetados pelo risco: quan-
produtos e serviços são expressos Um outro fator importante que to maior o risco que estamos cor-
como seu preço. Uma das interpre- influencia as taxas de juros de uma rendo, maior a taxa de juros envolvi-
tações que podemos dar aos juros é economia é o risco. Dizemos que da; quanto menor o risco, menor a
justamente esta: o juro nada mais é alguma coisa é arriscada quando taxa de juros.
do que o preço do dinheiro. percebemos que existe certo perigo
em fazê-la. Esse perigo pode ser de Mais um fator que pode alterar os
Esse preço (os juros), como os preços nos acidentarmos, de perdermos juros de uma economia é a infla-
de outros produtos, sofre influência algo, enfim, de que alguma coisa ção, que pode ser definida como
de vários fatores: a) do tempo; b) do indesejável ocorra. um aumento de preços de forma
índice de inflação da economia; e generalizada e contínua. A inflação
c) do risco envolvido. No mundo financeiro, existem riscos pode ocorrer por várias razões. Uma
que são assumidos pelos investidores. delas é a emissão de moeda de
O preço do dinheiro é divulgado Mas esses riscos podem ser medidos forma descontrolada: governantes,
aos agentes econômicos na forma por meio de modelos estatísticos para cobrir seus gastos, acabam por
da taxa de juros. Nosso comporta- com os quais conseguimos avaliar emitir moeda em quantidade maior
mento em relação às taxas de juros uma carteira de investimentos. do que a necessária para garantir o
pagas pelo mercado é muito interes- fluxo real da economia.
sante: se a taxa de juros de mercado Dependendo do modelo de avalia-
é alta, pode nos impedir de comprar ção de risco utilizado, é possível pre- A taxa de inflação mede a perda
certas mercadorias, mas, por outro ver a perda máxima – com até 95% do poder de compra da moeda.
lado, pode nos incentivar a investir. de probabilidade de acerto.

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A família e o

dinheiro
Resumindo o que vimos até agora, podemos
dizer que alguns agentes econômicos têm
dinheiro sobrando porque gastam menos
do que ganham ou esperam a oportunidade
certa para comprar alguma coisa: não conso-
mem hoje e guardam dinheiro para consumir
mais no futuro. Outros gastam mais do que
ganham e, por isso mesmo, precisam recorrer
a empréstimos para cobrir o que falta.

Aqueles que têm dinheiro sobrando empres-


tam, via sistema financeiro (sistema em que
estão os bancos e outras instituições), para
aqueles que precisam de dinheiro, mas exi-
gem uma remuneração por estarem adiando
suas compras (seu consumo); aqueles que
gastam mais do que ganham, pagam uma
taxa de juros para obter os recursos financei-
ros de que necessitam.

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Planejando o
futuro da família
o Hoje, além das condições de trabalho
serem outras, nossa expectativa de
vida é maior do que há dez ou 20
anos e, para vivermos mais tempo
com tranquilidade e conforto, vamos
necessitar de mais dinheiro.
Alguns aspectos a ser
considerados

No planejamento financeiro familiar,


vários aspectos devem ser observados:
A família exerce papel fundamental
no que diz respeito ao consumo des-
necessário. Os membros da família
podem ajudar no controle, fazendo
com que tomemos certos cuidados.
A participação da mulher no orça-
A sociedade de consumo – não há mento familiar – cada vez mais a
Para que tenhamos a possibilidade de nada errado em consumir. Ao consu- mulher vem assumindo o papel de
poupar, é necessário que façamos um mirmos, estamos gerando empregos esposa, mãe e profissional. Isso faz
planejamento financeiro, pois ele é a e ajudando a desenvolver a econo- com que sejam alteradas as formas de
chave para acabar com as preocupa- mia; consumir pode nos dar prazer administração familiar, bem como o
ções geradas pela falta de dinheiro. e, claro, é necessário na sociedade conceito de renda familiar.
moderna.
Assim como os conceitos do trabalho Os filhos e o orçamento familiar
se alteraram, e as expectativas de – mesmo pequenos, os filhos devem
Todavia, não podemos fazer do con-
vida se elevaram, as relações familia- ter participação nas discussões finan-
sumo um ícone. Isso pode fazer com
res também evoluíram. ceiras. Especialistas afirmam que até
que nos transformemos em agente
os cinco anos a criança forma suas
econômico deficitário – além de não
Ganhar dinheiro, hoje, não é mais fun- bases de relação com o dinheiro e ela
conseguirmos guardar dinheiro, gasta-
ção somente do homem. As mulheres deve ter consciência de como usá-lo
assumiram, com muita propriedade, mos mais do que ganhamos. adequadamente.
seu lugar na sociedade, inclusive
como provedoras da família; os filhos
também participam da vida financeira
familiar, auxiliando os pais na econo-
mia doméstica.

Para que possamos ganhar dinheiro


e tornar nossa família um agente
econômico superavitário (que tem
possibilidade de poupar), precisamos
planejar nossa vida financeira.

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Fazendo o
orçamento familiar
Administrar nosso dinheiro nada mais é do que tomar Esta é uma atitude salutar, pois nos força a verificar
decisões a respeito do que faremos com ele. Mas, para no que estamos realmente gastando nosso dinheiro.
cuidar bem do nosso dinheiro, antes de tudo precisa- Devemos saber quais são nossos gastos reais, quais são
mos nos organizar e fazer um planejamento financeiro. nossas despesas, até mesmo aquelas que consideramos
pequenas.
Planejar é decidir antecipadamente. Ou seja, devemos
planejar o uso do nosso dinheiro, pois isso ajuda a elimi-
nar desperdícios ou a prevenir a falta de dinheiro.

Na hora de planejar, é preciso verificar nossas reais neces-


sidades. Devemos, portanto, estabelecer nossos objeti-
vos. É preciso que consideremos nossa realidade de vida
e tenhamos consciência de nossas limitações financeiras.

Às vezes, ao tomar uma decisão financeira, estamos


mudando nosso comportamento em relação ao nosso
dia-a-dia. Para poupar, decido reduzir minhas despesas.
Quais? Posso reduzir despesas domésticas, como luz,
água ou telefone? Posso reduzir despesas de super-
mercado? Preciso de um carro grande ou posso ter um
carro compacto, mais econômico?

É muito importante que nosso estilo de vida esteja de


acordo com nossa realidade econômica.

Como podemos perceber, há numerosas questões a ser


levantadas para que possamos planejar adequadamen-
te nossa vida financeira.

Precisamos registrar nossas receitas e despesas e pro-


jetar nossas necessidades futuras. Em outras palavras,
temos de ter um orçamento familiar.
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As
r armadilhas
Hoje, temos todas as facilidades para comprar. O crédito
é fácil e abundante. Temos o cartão de crédito, o cheque Como se vê, em vez de financiar sua compra em
especial e várias outras maneiras de antecipar o consumo. 12 meses e descobrir que com o dinheiro gasto
daria para comprar dois produtos iguais ao que
Devemos lembrar, no entanto, que há um preço a comprou, guarde seu dinheiro (faça uma pou-
pagar pela antecipação do consumo: o preço do pança) e compre a vista: além de tudo, você pode
dinheiro que não temos, isto é, os juros do mercado. obter um desconto.

Veja o que aconteceria se você tivesse uma dívida de


R$1.000,00 no cheque especial e não pagasse nada em
seis meses. A taxa média de juros cobrada para opera-
ções desse tipo está por volta de 8% ao mês (a.m.):
Mês Saldo Devedor Juros Acumulados
0 1.000,00 0,00
1 1.080,00 80,00
2 1.166,40 166,40
3 1.259,71 259,71
4 1.360,49 360,49
5 1.469,33 469,33
6 1.586,87 586,87
Note que pagar 8% a.m. é o mesmo que pagar 58,687%
de juros em seis meses!

Antes de comprar a crédito, compare as várias taxas de juros


cobradas para cada uma das possibilidades que temos:

Comparação entre taxas de juros


Produto de crédito Média mensal
Cartão de Crédito 10,69%
Cheque Especial 8,54%
Aquisição de Bens (CDC) 3,48%
Crédito Pessoal 3,32%
Fonte: BC/Anefac, fevereiro/2011

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Orçamento
familiar
Como já foi dito, precisamos planejar ade-
quadamente nossa vida financeira e, para
isso, podemos utilizar uma Planilha de
Controle de Gastos para saber qual o desti-
no do nosso dinheiro.

A partir desse levantamento, temos condi-


ções de elaborar nosso próprio orçamento
e comparar com o gasto médio de uma
família.

Não devemos confundir ou associar orça-


mento com a privação forçada de certos
bens ou regalias. Na verdade, quem manda
em seu orçamento é você; o que é preciso é
que você e sua família tenham consciência
de como o dinheiro ganho está sendo gasto.

Ao descobrir onde e quanto se gasta, você


e sua família terão a chave do sucesso
financeiro, pois é por meio do controle que
se pode atingir o equilíbrio e, posterior-
mente, o superávit financeiro. Lembre-se:
é importante que sejam conhecidos todos
os gastos dos membros da família.

Itens 1936/37 1990/91 2002/03


Habitação 24,50% 26,70% 35,50%
Alimentação 56,20% 30,80% 20,75%
Transporte 1,96% 13,00% 18,44%
Saúde 2,30% 4,60% 6,49%
Educação 0,30% 3,90% 4,08%
Outros 14,74% 21,00% 14,74%
Fonte: Fipe/IBGE.

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Melhorando nossa
performance financeira
O primeiro ponto a ser verificado, caso sejamos deficitários, é se
estamos contabilizando os gastos com juros em nossa planilha
(despesas financeiras).

Se tivermos dívidas, precisamos planejar também uma maneira


de liquidá-las. Podemos começar a pagar as dívidas mais caras
e, para isso, vamos verificar o custo (taxa de juros cobrada pelo
banco) de cada uma delas. Pagamos primeiro as que têm as
maiores taxas de juros.

Olhando para a Planilha de Controle de Gastos, vamos ver que


o primeiro alvo para melhorar nossa posição financeira é cortar
de forma radical as despesas que não precisamos fazer todos os
meses (Outros Gastos). Ou seja, podemos comprar roupas novas
com algum intervalo de tempo; não precisamos ir aos melhores
restaurantes todos os finais de semanas; as viagens podem ser
bem planejadas e ser feitas em épocas apropriadas.

Depois de analisar e cortar os gastos absolutamente desneces-


sários (lembre-se que nosso objetivo é fazer sobrar recursos de
nosso salário), podemos verificar com cuidado como estão nos-
sos gastos variáveis. Com certeza, perceberemos que é possível
reduzir um pouco de cada um deles. Quando nossa vida finan-
ceira estiver organizada e tivermos uma boa carteira de investi-
mentos, poderemos recolocar, se necessário, certos gastos em
nosso orçamento; ou então podemos descobrir que passamos
muito bem sem eles. Com disciplina e perseverança, organizare-
mos nossa vida financeira e descobriremos que possuímos mais
recursos do que imaginávamos. Aí, então, poderemos investir.

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As crianças
e o orçamento
familiar
O planejamento financeiro deve se tornar um hábito
em nossas vidas e também nas de nossos filhos. Assim,
quanto mais cedo envolvermos as crianças na vida
financeira da família, melhor.

Além de fazer com que as crianças sintam-se participan-


tes, falar com elas sobre as finanças familiares tornará
mais fácil a manutenção do orçamento.

Já vimos que alguns psicólogos defendem que até os


cinco anos é que se forma a base de relacionamento
de uma criança com os assuntos financeiros. Portanto,
é importante que os filhos aprendam a administrar seus
próprios gastos.

Algumas estratégias são recomendadas para incentivar


o hábito da administração das finanças pessoais em
seu filho: pode ser aberta uma conta corrente para ele
(vinculada à sua) ou mesmo uma caderneta de poupan-
ça para receber os depósitos das mesadas. O controle
O que fazer com o
dessa conta ficará a cargo dele, sob a responsabilidade dinheiro que sobra
dele; se seu filho já for um pouco maior, dê-lhe um Depois de todo o esforço feito para equilibrar
cartão magnético para que possa fazer saques e cobrir nosso orçamento, precisamos saber o que
seus próprios gastos; e sempre converse sobre as pos- fazer com o dinheiro que sobra. Afinal, temos
sibilidades de investimento das sobras de caixa que ele de proteger esse dinheiro, multiplicando-o.
tiver.
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Aposentadoria
Em algum momento de nossas vidas, devemos começar Benefício Livre (VGBL) são planos de previdência pri-
a nos preocupar com nossa aposentadoria. Para termos vada que têm as características ideais nesse caso. Com
uma boa aposentadoria, é necessário que conheçamos, o PGBL, por exemplo, você pode adiar o pagamento
desde já, nosso estilo de vida hoje (lembre-se da Planilha do Imposto de Renda até o momento do resgate, que
de Controle de Gastos) e planejemos o estilo de vida que vai ocorrer em longo prazo. Enquanto isso, você vai
gostaríamos de ter quando nos aposentarmos. ganhando juros também sobre o dinheiro que seria
destinado ao imposto de renda. Além disso, existe um
Tendo preenchido a Planilha de Controle de Gastos, deve- benefício fiscal: o valor destinado ao plano é dedutível
mos verificar com cuidado quais são os itens que, mais da renda tributável, limitado a 12%.
tarde, deixarão de constar em nosso orçamento. Depois,
vamos verificar quais serão aqueles que deverão fazer As instituições que vendem esses pla-
parte de nosso orçamento. Uma coisa, no entanto, é certa: nos cobram taxas de carregamento
seja qual for nosso ideal para a vida de aposentado, quan- e de administração. Portanto, pes-
to mais cedo começarmos a guardar dinheiro, melhor. quise antes de escolher em qual
instituição comprar.
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS),
aquele dinheiro que acumulamos durante nossa vida Tendo mais tempo para
de trabalho, pode servir como uma complementação economizar, podere-
de renda na hora em que nos aposentarmos. mos aplicar em mer-
cados de maior risco,
Para fazer uma poupança visando a aposentado- aumentando nossa
ria, podemos lançar mão de outras opções. O Plano rentabilidade.
Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de

Como se programar para o futuro


Para ter uma Durante um Devo ter aplicado A contribuição mensal, ... pelo
renda de período de... um total de... a partir de hoje, será de... período de...
R$1.000 15 anos R$106.688,97 R$317,15 15 anos
R$2.000 15 anos R$213.385,55 R$634.33 15 anos
R$3.000 15 anos R$387.757,02 R$1.152,69 15 anos
R$4.000 15 anos R$426.771,11 R$1.268,66 15 anos
R$5.000 15 anos R$533.463,88 R$1.585,83 15 anos

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Planejando a
educação dos filhos
Se tivermos oportunidade de planejar
a educação de nossos filhos a partir do
momento em que nascerem, veremos
que, sem muito sacrifício, poderemos dar
a eles uma boa formação – sem que isso
venha a tirar nossa tranquilidade.

Várias são as maneiras de planejar como


serão pagos os estudos dos filhos: pode-
se dividir os gastos em etapas (ensino
fundamental, ensino médio e faculdade),
pode-se programar uma poupança sem
levar em conta essas divisões ou, ainda,
optar por outra forma qualquer. O impor-
tante é que, também nesse caso, quanto
mais cedo começarmos, menor será o
desembolso mensal.

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Investindo no
mercado financeiro

Lembra-se dos agentes superavitários e dos agentes


deficitários, aqueles que têm dinheiro sobrando e aque-
les que necessitam de dinheiro? Pois bem, tais agentes
podem ser pessoas, empresas ou o próprio governo.
É o mercado financeiro que possibilita o encontro dos
agentes superavitários e deficitários.

Na prática, é o mercado financeiro que interliga empre-


sas, pessoas e governo para que cada um desses agen-
tes possa suprir suas diferentes necessidades: quem
tem excesso de dinheiro (agente superavitário) empres-
ta aos que têm falta de dinheiro (agentes deficitários)
por meio do mercado financeiro.

O mercado financeiro pode ser dividido em duas


partes: o mercado de crédito e o mercado de capi-
tais. O que nos interessa mais de perto é o mer-
cado de capitais, pois é aqui que encontramos os
mercados de ações (renda variável) e o mercado
de dívidas (renda fixa), nos quais podemos fazer
nossos investimentos.

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O investidor
Diz a teoria de finanças que, quanto maior o risco, Ser conservador, moderado ou agressivo em seus
maior deve ser o potencial de retorno de suas apli- investimentos dependerá de sua expectativa de
cações. Ao se considerar essa tese, verificamos que o quando atingir seus objetivos e resgatar suas apli-
investidor, de forma geral, encaixa-se em um dos três cações. Quanto maior o prazo, mais tempo temos
perfis abaixo, quando pensamos em sua capacidade para administrar nossos investimentos e, portanto,
de assumir riscos: podemos ser mais arrojados em nossas aplicações.
Agora, se sua expectativa é utilizar suas economias
• Conservador – não pode ou não deseja cor- dentro de um prazo curto, cinco anos, por exemplo,
rer riscos. Seu objetivo com o investimento é ser conservador em seus investimentos é a melhor
proteger seu patrimônio. alternativa para minimizar os riscos.

• Moderado – admite correr riscos, desde que Após descobrir qual nosso perfil de risco, devemos
não sejam tão elevados, em troca da chance considerar três aspectos ao investir:
de obter maior rentabilidade para seu dinhei-
ro. Seu principal objetivo ainda é proteger o a) o primeiro deles é a LIQUIDEZ. Liquidez é o grau
patrimônio. de facilidade com que podemos converter o ativo
(bem, investimento) em dinheiro: quanto mais
• Agressivo (arrojado) – seu principal objetivo é fácil e rápido pudermos converter um ativo em
aumentar o rendimento sobre o patrimônio. Por dinheiro, maior será sua liquidez. Em certos casos,
isso, não se intimida em aplicar grande parte de precisamos de liquidez em nossos investimentos.
suas economias em mercados mais arriscados.

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Por exemplo, se guardamos dinheiro esperando Rentabilidade é o retorno que esperamos obter
uma boa oportunidade de negócio, devemos com o investimento efetuado.
investir em ativos com alta liquidez, pois, apare-
cendo o negócio aguardado, não teremos muito Devemos ter em mente que os três aspectos nunca
tempo para realizá-lo; se estamos guardando se encontram no mesmo tipo de investimento: não
dinheiro para possíveis emergências, também podemos ter um investimento líquido, seguro e
devemos privilegiar a liquidez; rentável ao mesmo tempo. O mais comum é encon-
trarmos tais aspectos em grupos de dois, isto é,
b) outro aspecto a ser considerado é a SEGURANÇA. num determinado investimento teremos liquidez e
Segurança diz respeito ao risco percebido pelo segurança, mas baixa rentabilidade; noutro, teremos
investidor. Como já dissemos, investir significa liquidez e rentabilidade, mas, para isso, assumiremos
assumir riscos para obter os retornos desejados. riscos maiores (menor segurança); e finalmente nou-
De acordo com nosso perfil, podemos estabelecer tro, teremos segurança e boa rentabilidade sem, con-
o grau de risco que estamos dispostos a assumir tudo, termos liquidez.
em função dos retornos esperados. Se não esta-
mos dispostos a assumir riscos, vamos investir em
aplicações conservadoras; se somos mais arroja-
dos, se estamos dispostos a assumir riscos maio-
res, vamos investir em aplicações agressivas;

c) o último aspecto é a RENTABILIDADE.

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Planejar o

Os vários tipos de
futuro
Por que investir? A resposta a essa pergunta é muito

poupança
simples: para podermos comprar uma casa, ou para
trocarmos de carro, fazer uma viagem, pagar uma
boa faculdade para nossos filhos, manter nosso
padrão e qualidade de vida após nossa aposentado-
ria etc. O que nos importa saber é que investir signi-
Quando se fala em “poupança”, logo fica, de maneira simples, adiar nosso consumo hoje
vem à nossa mente a imagem da para planejar gastos futuros.
caderneta de poupança, que talvez
seja a forma mais comum de se guar-
dar dinheiro, mas essa não é a única.
Existem numerosas maneiras de guar-
dar nosso dinheiro, de protegê-lo
contra a corrosão inflacionária e, ainda,
ganhar juros pelas aplicações que fizer-
mos.

No mercado, quando estamos guar-


dando dinheiro, dizemos que estamos
fazendo um investimento. Antes de
examinar algumas formas de investi-
mento, vamos analisar o que é e por
que investir.

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Dinâmica

Quer ter investimentos que eventualmente rendam pouco,
mas de forma consistente
c) Suporta algumas flutuações, mas não pode perder capital
Descubra qual é o seu perfil de risco
d) Tem preocupações de ganho real a longo prazo e acredita
A maneira mais adequada de identificar as melhores alternativas
que oscilações maiores podem ocorrer no curto prazo.
de investimento para você é conhecer seu perfil em relação ao
Sabe que perdas no curto prazo fazem parte do negócio
risco. Respondendo ao teste abaixo, você poderá descobrir se você
e) Grandes oscilações no curto prazo não o preocupam.
é conservador, moderado ou agressivo em relação às formas de
Pode até perder dinheiro no mercado, mas sempre dentro
investimentos.
de uma estratégia de investimento na qual acredite
1 - Qual é sua faixa etária?
a) Menos de 30 anos 7 - Quando contrata um seguro para seu carro, você:
b) Entre 31 e 40 anos a) Opta pela menor franquia, garantindo a máxima cobertura
c) Entre 41 e 50 anos possível, mesmo que o prêmio seja maior
d) Acima de 51 anos b) Opta por uma franquia intermediária, de forma a reduzir o
custo do prêmio
2 - Quantas pessoas dependem economicamente de você? c) Escolhe uma apólice com franquia elevada para pagar um
a) Nenhuma prêmio menor, mesmo que tenha que arcar com parte dos
b) 1 ou 2 custos em caso de alguns sinistros
c) 3 ou 4 d) Não faz seguro de automóvel, pois não acha necessário
d) 5 ou 6 e) Não tem automóvel
e) Acima de 6
3 - Ao investir no mercado financeiro, você pretende: Pontuação
a) Preservar seu capital (protegê-lo da inflação) 35 - 90 = Perfil Conservador: Você quer proteger suas econo-
b) Obter um crescimento moderado de seu capital mias, mas não se sente confortável para assumir riscos. Prefere
c) Buscar um crescimento rápido e/ou significativo de seu aplicações que tenham um rendimento baixo, mas que não
capital (muito acima da poupança/inflação) deixem seu coração aos pulos em momentos de crise.
95 - 115 = Perfil Moderado: Além de proteger seu dinheiro
4 - Em relação a suas aplicações no mercado financeiro hoje: da inflação, você quer que suas aplicações financeiras o aju-
a) Seus investimentos sempre ficaram restritos ao mercado dem a aumentar seu patrimônio. Para isso, está disposto a
de renda fixa correr riscos, mas sem exageros.
b) Você já investiu em outros mercados (ações/fundos de 120 - 175 = Perfil Agressivo: Você está disposto a assumir
ações, derivativos, mercado futuro, opções) riscos, pois quer aumentar bastante seu patrimônio com as
c) Você tem investido regularmente em outros mercados aplicações financeiras que realiza. Sua situação financeira
(ações/fundos de ações, derivativos, mercado futuro, opções) atual lhe permite arriscar mais, e você consegue encarar com
5 - Investindo hoje, você pretende iniciar os resgates de frieza os momentos de crise financeira.
suas aplicações:
Alternativa a b c d e Pontos
a) Em menos de 1 ano
Questão 1 20 15 10 5 -
b) Entre 1 e 2 anos Questão 2 20 15 10 5 0
c) Em mais de 2 anos Questão 3 10 20 30 - -
Questão 4 5 10 15 - -
6 - Como você reagiria a flutuações em seus investimentos?
Questão 5 10 20 30 - -
a) Sua renda é fundamental para o seu dia-a-dia. Precisa de
Questão 6 0 10 20 30 40
investimentos que tenham rentabilidade previsível Questão 7 5 10 15 20 0
b) O dia-a-dia do mercado financeiro o deixa desconfortável.
Fonte: LUQUET, Mara. Guia Valor Econômico de Finanças Pessoais, págs. 28-29
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No que posso investir?
Vamos examinar algumas opções de investimen- A caderneta de poupança é a mais conservadora e tem
to: 1) podemos investir comprando um imóvel; 2) a menor rentabilidade das aplicações existentes no
aplicando em títulos de renda fixa; 3) aplicando em mercado financeiro.
ações; ou 4) Clubes de Investimento ou fundos de
investimento. Isso está de acordo com aqueles aspectos que já discu-
timos: quanto maior a segurança e a liquidez, menor a
Como já dissemos, a forma mais comum de inves- rentabilidade auferida pelo investidor.
timento é a caderneta de poupança. Não descarta-
mos a possibilidade de fazer aplicações em cader- Mas cuidado! Essa segurança é limitada.
neta de poupança, pois devemos admitir que o Por meio do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o
primeiro passo para investir é poupar, mas devemos governo garante a liquidez dos depósitos efetuados em
lembrar que, atualmente, os rendimentos da cader- cadernetas de poupança até o valor de R$20.000,00.
neta de poupança são pequenos e existem outras
opções de maior rentabilidade. Essa garantia se dá na hipótese de decretação de inter-
venção, liquidação extrajudicial ou falência de institui-
ção ou, ainda, na hipótese de o Banco Central reconhe-
cer o estado de insolvência da instituição.

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Comprando um imóvel
b) Investindo em imóveis – ao considerar a possi-
A casa própria faz parte da nossa cultura. É sinôni- bilidade de comprar imóveis como investimento,
mo de segurança, de investimento seguro e, por devemos lembrar que a rentabilidade, nesse caso, é
isso, tornou-se um objetivo a ser perseguido. Até o dada pelo valor do aluguel recebido (+) a valoriza-
final dos anos 1980, comprar imóveis (casas, apar- ção do preço do imóvel (-) a depreciação (-) despe-
tamentos e terrenos) era uma forma de se proteger sas com manutenção.
contra a inflação. A partir do Plano Real, entretanto,
a situação se alterou: as taxas de juros se elevaram Deve ficar claro que, além da baixa liquidez, exis-
sobremaneira, fazendo com que o rendimento real tem riscos nesse tipo de investimento. Além da
médio anualizado dos imóveis ficasse abaixo de depreciação natural pelo uso do bem, existe a
alguns investimentos financeiros. Existem, porém, depreciação pelas tendências e modismos: um
pelo menos duas formas de se analisar a compra de apartamento de luxo, na década de 1970, tinha
um imóvel como investimento: quatro dormitórios, sendo uma suíte, dois banheiros
e apenas uma garagem. Para o mesmo perfil de
a) Comprando o primeiro imóvel – se é este o caso, consumidor, atualmente, um apartamento deve ter
vamos encarar tal investimento de forma diferente quatro suítes, quatro garagens, lavabo, playground,
de um investimento financeiro. Sim, pois ao destinar salão de festas, piscina, sala de ginástica, segurança
recursos para o pagamento da prestação de um etc. (HALFELD, 2004:29). As leis que protegem o
financiamento imobiliário, estou investindo em algo inquilino podem ser consideradas outro risco para
que fará parte de meu patrimônio e que, ao longo o proprietário do imóvel. Esse tipo de intervenção
do tempo, me proporcionará uma rentabilidade do governo diminuiu, contudo, na década de 1990,
por meio da sua valorização. Estarei, dessa forma, equilibrando a situação entre inquilino e proprietá-
trocando a alocação dos recursos do aluguel para a rio. Existem, ainda, vários outros fatores que devem
compra do imóvel e, mesmo que a parcela do finan- ser ponderados na hora da compra: os juros dos
ciamento seja maior que o montante destinado ao financiamentos, as reformas no imóvel, as despesas
aluguel, ainda assim posso considerá-la como uma para se adquirir um imóvel novo, a localização do
poupança; imóvel etc.

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Aplicando em

títulos de renda fixa


Títulos de renda fixa são papéis representativos de Outro título de renda fixa é o Certificado de
uma dívida. Isto é, são títulos emitidos por empre- Depósito Bancário (CDB), um título emitido por
sas ou pelo governo, os quais pagam juros por eles. bancos e que paga juros pré-fixados ou pós-fixa-
Quando compramos um título de renda fixa, nos dos. Os prazos de resgate dos CDBs variam de 30
tornamos credores do emissor. dias a dois anos.

De forma simplificada, ao comprar um título de Mas atenção! Devemos ter cuidado com os CDBs
renda fixa é como se fizéssemos um contrato que estiverem pagando taxas muito maiores que
emprestando dinheiro às empresas ou ao governo as do mercado. Um banco que esteja pagando
que, por sua vez, se comprometem a pagar juros taxas muito altas pode estar com dificuldades para
fixos em intervalos regulares. captar recursos no mercado, o que pode ser um
indicativo de problemas com sua saúde financeira.
Letras hipotecárias são títulos de renda fixa. Elas
são emitidas por instituições financeiras autoriza- Os títulos públicos são títulos de renda fixa que
das a atuar no setor imobiliário. pagam juros. Títulos públicos são papéis emitidos
pelos governos (federal, estadual e municipal) e
representam sua dívida. Atualmente, de maneira
geral, os títulos públicos que estão no mercado são
os títulos públicos federais. É possível investir neles
diretamente, via internet, por meio do Tesouro
Direto.

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A importância do

mercado de ações
para a economia

Como já foi visto, o sistema financeiro possibilita o Você pode ser um dos novos
encontro dos agentes econômicos superavitários e
deficitários. Aqueles que têm excesso de recursos
sócios dessas empresas
financeiros (poupadores) os colocam à disposição,
Quando os investidores negociam ações na Bolsa,
via mercado financeiro, daqueles que necessitam
diz-se que estão recorrendo ao mercado secundá-
desses recursos.
rio. Essas negociações só podem ser feitas pelas
corretoras de valores.
As empresas podem captar recursos no mercado
financeiro por meio da emissão de valores mobi-
O mercado de ações contribui para o desenvol-
liários, isto é, ações e debêntures de forma direta
vimento econômico, estimulando a formação de
ou indiretamente por meio dos fundos de investi-
poupança privada, na medida em que permite a
mento, dentre outros.
captação de recursos financeiros para investimen-
tos que geram emprego e renda.
Quando uma empresa deseja expandir seus negó-
cios, ou modernizá-los, necessita de recursos adi-
Quem compra uma ação se torna sócio da empre-
cionais e pode, então, emitir ações, vendendo-as
sa. Podemos encontrar ações de lojas nas quais
diretamente aos investidores – esta é uma oferta
compramos, de bancos nos quais temos conta, de
de ações feita no mercado primário.
fabricantes dos mais variados artigos que usamos.

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Investindo em

ações
Ação é um título patrimonial representativo da menor A Bolsa é o local que oferece condições e sistemas
parcela do capital de uma empresa juridicamente cons- necessários para a realização da negociação de com-
tituída como uma sociedade por ações. Quando essa pra e venda de títulos e valores mobiliários, de forma
empresa tem lucros, ela pode reservar parte deles para transparente. Além disso, possui atividade de auto-
distribuir aos seus acionistas: essa parcela do lucro dis- regulação, que visa preservar elevados padrões éticos
tribuída chama-se dividendo. de negociação e divulgar as operações executadas com
rapidez, amplitude e detalhes.
As ações podem ser ON (ações ordinárias nominativas),
que dão direito a voto nas assembléias de acionistas da A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros
empresa, ou podem ser PN (ações preferenciais nomi- (BM&FBOVESPA) centraliza as negociações com ações e
nativas), que dão preferência a seu proprietário no rece- títulos de renda fixa. No mercado de derivativos, realiza
bimento de dividendos e não têm direito a voto. a negociação de contratos baseados em ativos financei-
ros, índices, taxas, mercadorias e moedas, nas modalida-
Para aplicar em ações, isto é, para negociar ações, preci- des a vista e/ou de vencimento em data futura.
samos de uma corretora de valores.
Todas as informações de que precisamos para aplicar
A corretora de valores é uma instituição financeira auto- em ações estão disponíveis no site www.bmfboves-
rizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil e é fis- pa.com.br. Podemos consultar dados relativos ao mer-
calizada por ele e pela Comissão de Valores Mobiliários cado acionário, cotações on-line das ações negociadas,
(CVM). As corretoras fazem a intermediação entre os a relação completa das corretoras e informações sobre
compradores e vendedores de ações na Bolsa. Elas as empresas listadas.
podem operar no pregão eletrônico da Bolsa, efetuar
lançamentos públicos de ações, administrar carteiras
ou custodiar valores mobiliários, organizar e administrar
clubes e fundos de investimentos, dentre outras ativida-
des e mercados.

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Como investir em

ações
Existem três formas de participar desse mercado. Os fundos são regulamentados e fiscalizados pela

1. Os Clubes de Investimento são uma forma de


investimento coletivo que congrega pessoas de seu rela-
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e podem ser com-
postos por papéis de renda variável (ações) ou de renda
fixa (debêntures, notas promissórias, CDB, dentre outros).
cionamento. É um clube mesmo. Você pode chamar seus
amigos, familiares, colegas de trabalho e investir em ações. Para escolher o fundo em que aplicaremos, devemos
analisar o regulamento, quem são o administrador e o
Para formar um clube, é preciso cadastrá-lo em uma gestor, como é sua performance e quais são as taxas de
corretora de valores, que atuará como administradora e administração.
cuidará de todos os documentos e registros necessários,
orientará na elaboração do estatuto social (documento Clubes e fundos podem ser uma boa opção de inves-
de criação do clube) e poderá fazer a gestão da compo- timento para aqueles que não têm tempo de acompa-
sição da carteira de ações do clube. nhar o mercado e seus vários detalhes. Mas devemos
estar sempre atentos aos custos envolvidos na aplica-
O Clube de Investimento deve ter no mínimo três e no ção. O principal deles é a taxa de administração.
máximo 150 pessoas; um cotista será o representante dos
investidores, que, em conjunto com a corretora escolhida 3. Há também a possibilidade de fazer nossos inves-
e após os registros legais, decidirá sobre a gestão do clube. timentos individualmente, que é quando adquirimos
as ações diretamente, sempre utilizando as corretoras
Todo Clube de Investimento deve ter no mínimo 51% do como intermediárias.
dinheiro aplicado em ações. Os 49% restantes poderão
ser investidos, por exemplo, em renda fixa. Taxa de administração é uma despesa que o clube
ou o fundo tem com o administrador. Além da taxa
2. Os fundos de investimento são produtos de
instituições financeiras, também constituídos como
de administração, outros custos podem ser cobra-
dos: taxas de performance, despesas legais, taxas de
investimento coletivo. Ao aplicarmos num fundo de gestão de carteira etc. É importante estar atento às
investimento, estamos comprando cotas (parcelas taxas e valores cobrados, que podem diferir entre os
desse fundo) e nos tornando cotistas. administradores e gestores.

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Passo a passo Importante:
A melhor forma de ter tranquilidade em relação
Agora podemos investir! Vamos, então, definir quanto aos seus investimentos é diversificar a carteira,
de nossa carteira de investimento será direcionada ao escolhendo aplicações de características diferentes,
mercado acionário. compostas por renda fixa, renda variável e imóveis,
por exemplo.
Decida como fará para investir: participará de um Clube
de Investimento? Aplicará num fundo de investimento
ou participará do mercado individualmente?

1 - Clube de Investimento
Se você optar pela criação de um Clube de
Investimento, deverá, antes de tudo, procurar uma cor-
retora de valores, pois ela é quem vai ajudá-lo e orientá-
lo quanto à documentação necessária para criá-lo, bem
como na composição da carteira de ações. Lembre-se
de que para formar um clube é necessário o mínimo de
três pessoas, os cotistas, que juntos definirão o estatuto
que regerá as atividades do clube. Depois de registrado,
o clube poderá iniciar suas aplicações por meio da cor-
retora de valores escolhida para sua administração, em
conjunto com o representante dos investidores.

2 - Fundo de investimento
Se optar por investir por meio de um fundo, cuide para
escolher o melhor: procure conhecer o que puder sobre
os administradores do fundo e sua política de investi-
mento. Nesse caso, a carteira será definida pelo gestor
do fundo escolhido.

3 - Investimento individual
Se quiser investir individualmente, procure uma correto-
ra de valores credenciada pela BM&FBOVESPA; faça seu
cadastro e converse com sua corretora, que lhe indicará
as melhores oportunidades de investimento. Depois de
se decidir, envie sua ordem de compra ou venda por
telefone ou internet (Home Broker).
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Bibliografia

ASSAF Neto, Alexandre. Matemática financeira e suas aplicações. Editora Atlas.


BRASIL, Banco Central do. Banco Central, fique por dentro. www.bcb.gov.br
FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro. Editora Qualitymark.
GRANDILONE, Cláudio. Investindo sem susto. Editora Campus/Elsevier.
HALFELD, Mauro. Investimentos. Editora Fundamento.
LUQUET, Mara. Guia Valor Econômico de finanças pessoais. Editora Globo.
RANGEL, Armênio de Souza e outros. Matemática dos mercados financeiros. Editora
Atlas.
ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. Editora Atlas.
SOHSTEN, Carlos Von. Como cuidar bem de seu dinheiro. Editora Qualitymark.

O mercado de ações e valores mobiliários em geral, assim como os


mercados futuros e de opções, não oferecem ao investidor rentabilidade
garantida. Por não oferecer garantia de retorno, devem ser considerados
investimentos de risco.

Impresso em maio de 2009.

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Praça Antonio Prado, 48
01010-901 São Paulo, SP
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