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10 O Poder Executivo
10.1 - Introdução
A Chefia do Estado:
Por chefe de estado entende-se, em última análise, a representação tanto externa quanto interna da
unidade do Estado. O titular dessa chefia é quem simboliza, aos olhos estrangeiros, o Estado; e aos
olhos do cidadão, a unidade nacional.
A Chefia do Governo:
Por chefia do governo entende-se a liderança na política nacional pela orientação da máquina
administrativa. É o chefe do governo o guia da nação em busca de um alto destino, como cabeça de
sua estrutura política.
Os Ministros:
Os ministros são os vogais de todo o governo. Sua tarefa específica é chefiar departamentos básicos
da administração pública, conduzir os trabalhos das grandes seções especializadas da máquina estatal
- os ministérios.
A Administração Civil:
A administração civil é aquela seção do Executivo, de caráter subordinado, hierarquizado e não
militarizado, que prepara, acompanha a execução ou executa por si leis e outras resoluções políticas,
que não toma.
A Forma Dualista:
Forma mais complexa, onde a chefia do Estado é separada do governo, propriamente dito. Este
último era tradicionalmente confiado a um órgão coletivo, entretanto, como se salientou logo acima,
a tendência atual é conferir-se a órgão unipessoal a chefia do governo, reduzindo-se os ministros a
sua tarefa de assessoria e conselho. Esta forma de Executivo é a do Parlamentarismo, no qual sempre
se separou o chefe de Estado, rei ou presidente do governo, do gabinete, no seio do qual cada vez
mais avulta a preponderância do Chanceler (Alemanha) ou do Presidente do Conselho (França).
A Forma Colegiada:
Esta forma se caracteriza por concentrar as funções de chefia do Estado e as governamentais num
único órgão coletivo, cabendo a personificação da chefia relativamente a seus membros (ex:
executivo diretorial suíço).
O Presidente e o Vice-Presidente
Exercício do Poder Executivo:
CONSTITUIÇÃO Art. 76 - O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros
FEDERAL de Estado.
Eleição do Presidente:
A eleição para Presidente da República é realizada diretamente, através do voto universal e secreto.
São condições para elegibilidade do Presidente e Vice-Presidente:
! ser brasileiro nato;
! estar no gozo dos direitos políticos;
§ 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver
a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição
em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados
e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de
candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
Posse:
Parágrafo único - Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-
Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
O Vice-Presidente:
O Vice-Presidente substitui o Presidente, no caso de impedimento, ou o sucede, na hipótese de
vacância. Ele é eleito vinculadamente ao Presidente da República e com os mesmos requisitos de
elegibilidade.
Parágrafo único - O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para
missões especiais.
Devemos notar, porém, que o exercício da presidência por essas três últimas autoridades é
sempre provisório e até a eleição de novos presidente e vice, se vagos. É substituição, não
sucessão.
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos
os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
CONSTITUIÇÃO § 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.
FEDERAL
Mandato:
CONSTITUIÇÃO Art. 82 - O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de
FEDERAL janeiro do ano seguinte ao da sua eleição. (Redação dada pela Emenda Constitucional n° 16,
de 04.06.97)
Ausência:
CONSTITUIÇÃO Art. 83 - O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
FEDERAL Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos
para sua fiel execução;
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional n° 32, de
11.09.01)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional n°
32, de 11.09.01)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda
Constitucional n° 32, de 11.09.01)
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em
lei;
CONSTITUIÇÃO XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha,
FEDERAL do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que
lhes são privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional n° 23, de 02.09.99)
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal
e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o
presidente e os diretores do Banco Central e outros servidores, quando determinado em lei;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas
condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
A Lei Complementar n° 90/97 regulamenta este inciso e determina os casos em que forças
estrangeiras possam transitar pelo território nacional ou nele permanecer temporariamente.
CONSTITUIÇÃO XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes
FEDERAL orçamentárias e as propostas de orçamento previstas nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
Responsabilização:
A conseqüência da aplicação do julgamento não tem caráter penal. A pena é política, como
geralmente entende a doutrina e se concretiza nos textos constitucionais, provocando a
desqualificação funcional e a inabilitação para o exercício de funções públicas durante certo período
de tempo. Trata-se de medida político-administrativa que alcança na hipótese o Presidente da
República e, conexos, os Ministros de Estado, Ministros do STF e Procurador Geral da República.
CONSTITUIÇÃO Art. 85 - São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra
FEDERAL a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
Parágrafo único - Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de
processo e julgamento.
O Impeachment:
O impeachment é considerado como uma das fases do processo de responsabilização político-
administrativa, sendo a primeira, onde a autoridade processada é provisoriamente afastada de seu
cargo. Por impeachment se entende, apenas, a acusação formulada pela representação popular, ou
seja, a primeira fase do processo de responsabilidade, que, no sistema brasileiro, termina com o
afastamento provisório da autoridade processada.
O impeachment de prefeito.
O impeachment é instituto destinado a possibilitar o afastamento de agente político, como
o Presidente da República, por forma dada pela Constituição Federal e como os
Governadores dos Estados, conforme as constituições estaduais. Como o processo
político-administrativo de responsabilização pressupõe duas fases, não há impeachment
de Prefeitos no nosso ordenamento jurídico, onde só é possível apenas uma fase. Tal
situação decorre do fato de que a Constituição Federal não conferiu ao município
competência para legislar sobre matéria processual.
Origem:
O instituto do impeachment surgiu na Inglaterra, no fim da Idade Média. Originou-se como uma
instituição mediante a qual a Câmara dos Comuns formulava acusações contra os ministros do Rei e
a Câmara dos Lordes os julgava. A Câmara Baixa era assim, como ainda hoje o é, o tribunal de
acusação e a Câmara dos Lordes funcionava como hoje, a Corte de Julgamento. Por razões
compreensíveis, o impedimento foi perdendo sua razão de ser à medida que o sistema de governo foi
evoluindo para o parlamentarismo. Neste, a noção de censura, que conduz à queda do Gabinete, veio
a fazer-lhe as vezes. A constituição americana adotou o impeachment, com a particularidade,
entretanto, de reservá-lo para os crimes políticos praticados tão-só por algumas autoridades,
basicamente os funcionários nomeados pelo Presidente, ficando fora de sua abrangência os deputados
e senadores.
CONSTITUIÇÃO Art. 86 - Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
FEDERAL Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal
Federal;
§ 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por
atos estranhos ao exercício de suas funções.
Os Ministros de Estado
Noções Gerais:
O Presidente da República é auxiliado pelos ministros de Estado, os quais, contando com pelo menos
21 anos, ocupam cargos de provimento em comissão, ou seja, o Presidente pode livremente nomear
ou demitir os ministros. Cabem aos ministros, entre outras, as seguintes tarefas: referendar os atos
presidenciais e expedir instruções para a boa execução das leis, decretos e regulamentos. Contudo, a
principal das funções do ministro é a de dirigir a seção do mecanismo administrativo que lhe houver
sido confiada.
CONSTITUIÇÃO Art. 87 - Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos
FEDERAL e no exercício dos direitos políticos.
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo
Presidente da República.
Noções Gerais
Conta o Presidente com dois órgãos superiores de consulta. O Conselho da República e o Conselho
de Defesa Nacional, ambos com composição e competência definidos na Lei Maior, e cuja
organização e funcionamento foram deixados para serem regulados pela lei ordinária.
Composição
Conselho da República Conselho de Defesa Nacional
Vice-Presidente Vice-Presidente
Presidente da Câmara dos Deputados Presidente da Câmara dos Deputados
Presidente do Senado Federal Presidente do Senado Federal
Os líderes da maioria e minoria na Câmara dos Deputados O Ministro de Estado da Defesa
Os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal Ministro das Relações Exteriores
Ministro da Justiça Ministro do Planejamento
Seis cidadãos com mais de 35 anos: Comandantes da Marinha, do Exército e
2 Nomeados pelo Presidente da Aeronáutica
2 eleitos pelo Senado Federal
2 Eleitos pela Câmara dos Deputados
O Conselho da República
O Conselho da República é órgão com função consultiva do Presidente da República, cabendo-lhe
pronunciar-se sobre: intervenção federal, estado de defesa, estado de sítio e sobre questões relevantes
para a estabilidade das instituições democráticas.
O Presidente da República não poderá tomar qualquer decisão sobre as questões que envolvam a
estabilidade das instituições democráticas, a decretação da intervenção federal, o estado de defesa e o
estado de sítio sem a audiência do Conselho da República. Mas isto não significa que o Presidente
será obrigado a acompanhar as opiniões de seus membros, pois sua função é apenas consultiva e não
deliberativa.
I - o Vice-Presidente da República;
VI - o Ministro da Justiça;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois
nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela
Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
CONSTITUIÇÃO Art. 91 - O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos
FEDERAL assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele
participam como membros natos:
I - o Vice-Presidente da República;
IV - o Ministro da Justiça;
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta
Constituição;
01 - (Magistratura Federal / 3ª Região – XI) O Presidente da República pode dispor mediante decreto:
( ) a) da organização da administração federal, inclusive a criação e extinção de órgão
público, se não implicar aumento de despesas;
( ) b) da organização da administração federal, se não implicar aumento de despesas, nem
criação ou extinção de órgãos públicos;
( ) c) da organização da administração federal, mesmo que implique aumento de despesas
ou criação e extinção de órgãos públicos;
( ) d) não pode dispor da organização da administração federal sem autorização do
Congresso Nacional.
■ DIREITO CONSTITUCIONAL
Alexandre de Moraes
São Paulo: Atlas, 11a ed., 2002.
Direito Constitucional
10 – O Poder Executivo
Atualizada em 10.02.2005