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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 10ª VARA DO TRABALHO DE CAMPINAS

SP

PROCESSO Nº

CUIDADO CERTO INDÚSTRIA FARMACÊUTICA, já devidamente qualificada, por intermédio


de seu advogado que por esta subscreve, nos autos da Reclamação Trabalhista proposta por JONAS
DE JESUS, devidamente qualificado, vem , respeitosamente à presença de Vossa Excelência,
inconformada com a respeitável sentença, interpor tempestivamente RECURSO ORDINÁRIO, com
fundamento no art. 895, I, Da CLT, cujas razões seguem em anexo.

É imperioso dizer que as custas fixadas em sentença foram devidamente recolhidas, bem
como o depósito recursal, por se tratar de empregador-recorrente, conforme guias em anexo.

Diante disso, requer que as razões em anexo sejam recebidas e remetidas ao Tribunal
Regional do Trabalho da 15ª Região.
Requer a notificação da reclamante para querendo, apresentar as suas contrarrazões no
prazo legal, na forma do art. 900 da CLT

Nesses termos, pede deferimento.

Local e data. Advogado e OAB.

Razões de Recurso Ordinário

Recorrente: CUIDADO CERTO INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

Recorrido: JONAS DE JESUS

Origem: 10ª VARA DO TRABALHO DE CAMPINAS/ SP

Processo nº...

EGRÉGIO TRIBUNAL, COLENDA TURMA, NOBRES JULGADORES

I- Dos pressupostos de Admissibilidade Recursal

O presente recurso preenche peremptoriamente os pressupostos de admissibilidade recursais


objetivos e subjetivos, de forma que deverá ser conhecido e ter seu mérito apreciado por esta
Colenda Turma.

II- Resumo da Demanda

Em síntese, o Recorrido, outrora Reclamante, ingressou com reclamação trabalhista postulando


pagamento de horas extras e reflexas, participação nos lucros ,e resultados da empresa,
pagamento de descanso semanal bem como integração do valor mensal do curso de inglês pago
pela empresa.
O recorrente de outro lado, apresentou documentos na audiência de instrução, comprovando que
o hora reclamante não possuía tais direitos alegados, porém o ilustre magistrado, julgou
totalmente procedente os pedidos formulados pela parte recorrida.
Apesar disso, ousamos discordar da sentença pelos motivos a seguir aduzidos.

III- Preliminar: Cerceamento de defesa


O Recorrente postulou a integração ao seu salário o valor de R$400,00 referente a curso de
inglês pago pela empresa. O juiz do trabalho, por sua vez indeferiu a produção de provas
testemunhal , sob protestos do recorrido, justificando a necessidade da oitiva para a
comprovação inclusive documental, com a apresentação do termo de adesão de livre e
espontânea vontade por parte do recorrente ao curso em questão.
Entretanto, a decisão de piso viola os preceitos do contraditório e da ampla defesa previsto
no art. 5º, LV, da CF/88, que assegura aos litigantes, em processo judicial ou administrativo e
aos acusados em geral o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ele inerentes.
Bem como o art. 369 do CPC, aplicável ao processo do trabalho de forma supletiva e subsidiária
por força do art. 769 da CLT e 15 do CPC, estabelece que a parte tem direito a comprovar a
verdade dos fatos em que se funda a defesa e infruir a convicção do magistrado por todos os
meios legais.
Diante do exposto, requer o acolhimento da preliminar de cerceamento de defesa, a
declaração de nulidade da sentença assim com a remessa dos autos ao juiz de primeiro grau
para a reabertura da fase instrutória.

IV- Do tempo a disposição


O doutor magistrado de primeira instancia condenou a Recorrente, por entender que as
quatro horas semanais que permanecia na empresa para a realização do curso de inglês seriam
de tempo a disposição do empregador.
Contudo, reza o inciso IV, §2º do art. 4º da CLT, que não deverá ser considerado tempo a
disposição do empregador, aquele utilizado para a execução de estudo do empregado.
Assim, requere a reforma da respeitável sentença para excluir a condenação do pagamento
de tempo a disposição do Recorrido sob pena de violação do art. 4º, IV, §2º da CLT.

V- Do pagamento de horas extras e reflexas


O recorrido aduziu na petição inicial que essas 4 horas semanais que ficava além na empresa para a
realização do curso de inglês, deveriam ser consideradas horas-extras a serem integradas ao seu
salário mensal.
Por se tratar de uma faculdade do empregado, não poderá ser considerada horas-extras o tempo
além do efetivo que o mesmo passa nas dependências da empresa. Conforme art. 4º, §º da CLT.

VI- Da Participação nos lucros


O Recorrente fora condenada ao pagamento da participação dos lucros referentes aos 2019 e
2020 utilizando-se da ultratividade.
Todavia, entende-se pelo art. 614, §3º que a duração tanto de acordo coletivo quanto
convenção coletiva, não será superior a dois anos, e não será possível a ultratividade. Sendo assim,
a sentença viola frontalmente ao dispositivo legal.
Com efeito, requere a reforma da sentença para afastar condenação ao pagamento de
participação nos lucros que se encontra prescrita em acordo coletivo de 2018/2019.

VII- Do pagamento do descanso semanal remunerado com reflexos


A sentença proferida pelo juízo de primeiro grau condenou ao pagamento de descanso semanal
remunerado, ao qual foi aduzido que o hora Reclamante trabalhava dois domingos por mês.
No entanto, a recorrente comprovou documentalmente que o recorrido mantinha escala que
estabelecia folga em dois domingos por mês e as outras duas nas sextas-feiras.
O art. 7º, XV da CF/88, alude que o descanso semanal remunerado será aos domingos
preferencialmente, bem como o artigo 67 da CLT, informa que será de 24 horas consecutivas,
devendo ser no domingo em todo ou em parte.
Diante do alegado, a sentença fere preceito constitucional e infraconstitucional ao estabelecer o
pagamento integral do requerido pela parte. Com efeito, requer a reforma da sentença fara excluir
a condenação de pagamento de do descanso semanal remunerado com reflexos.

VIII- Pedidos/ Conclusões


Diante do acima exposto, requer que o recurso ordinário seja CONHECIDO e no mérito Provido, no
mérito, pugna-se pela reforma da respeitável sentença. Bem como o acolhimento do pedido
preliminar e conclusões das razões recursais.

Nesses termos,
Pede deferimento.

Local e data. Advogado e OAB

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