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PRÁTICA DE ENSINO: JOGOS INTERATIVOS

Livro digital recontando a história “A Bonequinha


preta” da autora Alaíde Lisboa de Oliveira, livro
escrito no ano de 1930, porém só foi publicado no
ano de 2004

BELO HORIZONTE
2016
A
BONEQUINHA
PRETA
CAPÍTULO I
Mariazinha tinha uma linda Bonequinha Preta, que
era a sua melhor amiga. A Bonequinha Preta era
tão linda, com suas trancinhas, boca vermelha e os
olhos bem redondos, espertos e pretos. As duas
brincavam o tempo todo, quando estavam muito
cansadas então dormiam juntinhas.
Os outros brinquedos dormiam lá no quarto de
brinquedos, mas Mariazinha não conseguia dormir
sem a sua Bonequinha Preta. Ela ensinava à sua
bonequinha preferida tudo o que aprendia com a
mamãe dela: tomar banho, escovar os dentes,
trocar roupas, brincar, se alimentar e até a se
comportar bem.
CAPÍTULO II

Um dia, Mariazinha precisava sair com sua mamãe, em


um lugar que sua mãe disse que não poderiam levar
bonecas. A menina muito triste,explicou direitinho à
bonequinha preta que ela precisava se comportar em
casa, para que nada de mal lhe acontecesse. Explicou
que demoraria um pouco, pois iam muito longe, mas
que ela não poderia mexer no fogão, nem usar facas, e
muito menos subir na janela, porque tudo isto era
muito perigoso para ela. Com muita calma e carinho,
Mariazinha disse que a janela era muito perigosa!
Contou que crianças podem cair lá fora e nunca mais
voltarem para suas casas. Explicou que seu pai lhe
disse que precisa ter gente grande por perto, sempre
que quisessem ir à janela. Mariazinha pensou que a
bonequinha tinha entendido tudo muito bem, como
sempre parecia entender todas as coisas. Então saiu
sossegada com a sua mãe.
CAPÍTULO III

A bonequinha preta a princípio ficou tranquila, mas de


repente, ouviu uma voz diferente, forte e interessante
entrava que entrava pela janela trazendo uma
novidade que ela não conhecia: - Verdureiro,
verdureiro! O que será isso pensou. A Mariazinha, que
sempre sabia tudo não estava ali para esclarecer.
Pensou ela, verdureiros, devem ser seres novos e
sensacionais! Pensou novamente, que precisava ver
quem era ele! Nunca tinha visto um verdureiro,
imaginou que fosse alguém diferente e bem divertido
para estar gritando daquela maneira! - Verdureiro,
verdureiro!
CAPÍTULO IV

Ir ou não ir, só um pouquinho na janela? A dúvida


passou rapidinho, e logo ela já estava lá, arredando o
sofá para subir. Mas não adiantou, ela não dava altura,
não pensou muito, e colocou uma cadeira em cima do
sofá, rapidamente, antes que o verdureiro
desaparecesse. Tentando olhar tudo o mais rápido
possível. Ela não queria cair, mas estava difícil ver,
porque era muito baixinha. Subiu só mais um tantinho,
e de repente, tibum! Caiu lá embaixo! Por sorte, o
verdureiro estava passando bem na hora, e a ela caiu
em cima das verduras fofas e frescas, dentro de um
grande cesto. Ela era tão levinha que ele nem
percebeu e continuou andando pelas calçadas,
gritando: - Verdureiro, verdureiro!...
CAPÍTULO IV

...Passou por várias ruas onde a bonequinha preta


nunca havia passado. E cada vez fica mais longe de
casa e mais desesperada. No fim do dia, o verdureiro
decidiu voltar para casa, pois já era tarde. Entrou pela
garagem escura, sem ver a Bonequinha Preta muito
assustada dentro do cesto. Ele subiu as escadas para
chegar a casa, largando o cesto lá no chão. A
Bonequinha Preta começou a chorar, de tanto medo
que estava daquele lugar estranho e escuro.
Desobedecer, e cair da janela assim, tinham sido um
grande desastre em sua vida. E Mariazinha não ia
gostar nada de ter sido desobedecida. Então chorou e
chorou mais ainda, sem nenhum consolo.
CAPÍTULO V

Para seu consolo, um gatinho que ia passando por ali,


ouviu aquele choro tão doído e ficou com muita pena
dela. Tentou fazer gracinhas para ela sorrir, mas de
nada adiantou. - Então, perguntou a bonequinha, o que
ele poderia fazer para ajudá-la? Ela respondeu que
sinceramente não sabia, pois ela foi dar só uma
espiadinha lá fora, e havia caído pela janela, dentro do
cesto do tal verdureiro. Contou que Mariazinha tinha
dito para ela não chegar à janela. Agora se sentia triste
e arrependida, pensando ter perdido para sempre sua
dona e também a melhor amiga!
CAPÍTULO VI

O gato mostrou-se muito solidário, e com dó da pobre


boneca. E disse: - Talvez eu possa lhe ajudar. Os gatos
passeiam muito à noite, e se você me contar como é
sua casa, talvez eu a encontre. Ela disse: - É uma casa
linda e branca, com janelas vermelhas, e que deve
estar muito triste sem eu. E assim, o gatinho partiu
pelas ruas, à noite, procurando a casa linda e branca.
Não demorou muito e a encontrou, com uma linda
menina sentada na calçada, chorando muito sentida. -
Oh linda criança, você é a Mariazinha? Vamos lá buscar
sua Bonequinha Preta que caiu no cesto do verdureiro!
CAPITULO VI

E lá foram eles, com a menina saltitando de tanta


alegria. Quando chegaram até a casa do verdureiro, foi
aquela festa! Muitos abraços e beijos! Toda a
choradeira passou e a Bonequinha Preta, foi logo
prometendo nunca mais ser desobediente e curiosa. E
assim, as duas voltaram juntas para casa, levando
também o prestativo gatinho que passaria a fazer parte
da família. E assim, termina a história, com todos muito
felizes.

FIM
A experiência de produzir um livro digital

O livro “A Bonequinha Preta” é considerado um


clássico da literatura infantil. Foi escrito na década de
1930 na época da Revolução no Brasil. Mas esta
história tão antiga está cada dia mais atual. Escolas de
educação infantil, ainda a utilizam para trabalharem
projetos multidisciplinares, devido sua riqueza de
conteúdo. Apesar de nós, estudantes de pedagogia, já
conhecermos esta rica história dos nossos tempos do
antigo pré-escolar, o assunto parece mais atual do que
nunca. É fascinante poder reviver esta história, poder
recontá-la com certa intimidade e autonomia, através
do livro digital. Hoje, em tempos modernos, na era
eletrônica, através de um livro digital,ainda é tempo de
compartilhar com nossos filhos e alunos as lições
encontradas nesta história que não fica ultrapassada...
...De Bonequinha Preta podemos subtrair a essência de
respeito às diferenças raciais no mundo todo. Podemos
entender um amor entre Mariazinha e sua bonequinha
Preta, até hoje não tão vendida quanto às brancas de
olhos azuis. Percebe-sea lição de consequências para a
desobediência das crianças. Sem falar de uma relação
bonita de solidariedade entre os personagens
envolvidos. É fantástico poder contar esta história tão
antiga, de forma tão atual, através do livro digital.

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