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Mecânica dos Solos I

02 - Origem e formação
dos Solos

Campus Alto Paraopeba

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Origem e Formação do solos
Conceituação de solo e rocha
Intemperismo
Ciclo rocha - solo
Classificação quanto a Origem e formação

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Introdução

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A origem do solo

Em geral, os solos são formados pela decomposição das rochas a partir de


agentes de intemperismo, e são constituídos por um conjunto de partículas
sólidas, vazios, preenchidos por água e ar, sendo o seu comportamento regido
pela interação destas diferentes fases.

Intemperismo

ROCHA

SOLO

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Origem e formação dos solo

➢ Introdução

Então a parte mais externa do globo terrestre, denominada crosta, é


constituída essencialmente de rochas que são agregados naturais de um ou
diversos minerais, podendo ou não conter matéria orgânica.

Os solos são resultantes das transformações que a crosta terrestre sofre


na interação com a atmosfera, a hidrosfera e a biosfera, ou seja são produtos
do intemperismo. O intemperismo representa o conjunto de processos
mecânicos, químicos e biológicos que ocasionam a desintegração e a
decomposição das rochas.
Origem e formação dos solo

➢ Estrutura da Terra

Crosta

Manto

Núcleo exterior

Núcleo interior

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Origem e formação dos solo

➢ O ciclo das rochas


Superfície da Terra
ENERGIA SOLAR
Erosão, transporte,
Sedimentação ou
ROCHAS ÍGNEAS Intemperismo Deposição.
extrusivas

M ovimentação do magma até a superfície


Erosão,
ROCHAS ÍGNEAS levantamento da crosta
ROCHAS
intrusivas SEDIMENTARES

ROCHAS
METAMÓRFICAS

Fusão Fusão Fusão

MAGMA

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Origem e formação dos solo

➢ As Rochas

São as mais abundantes rochas do planeta, formadas


a partir do resfriamento e cristalização do magma
Ígneas
(lava), podendo ser extrusivas ou intrusivas. Contê m
minerais primários. Ex: riolito, basalto, granito

Rocha Alterações químicas ou físicas de rochas ígneas


Metamórficas ou sedimentares causadas pela pressão e
temperatura. Ex: gnaisse, quartzito

Sedimentares Deposição gradual em camadas e cimentação.


Ex: dolomita

Todas as rochas podem voltar ao interior da Terra devido a forças tectônicas. Assim, altas
pressões e temperaturas derretem (fundem) a rocha transformando-a novamente em magma.

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Fonte – adaptado de Barbosa, P.S.A, DEC/UFV)
Origem e formação dos solo
➢ Intemperismo

Conjunto de processos físicos, químicos e biológicos, atuando isolada ou conjuntamente, que


modificam as rochas quando expostas ao tempo, sendo mais acentuado nas rochas formadas
sob condições de pressão e temperatura bastante elevadas (rochas intrusivas) do que naquelas
que ocorrem na superfície terrestre.

✓ A maior parte das rochas e minerais são formadas no interior da crosta da Terra, onde a
temperatura e a pressão são bastante diferentes das encontradas na superfície.
✓ Desta maneira, a natureza química e física dos materiais formados no interior faz com que
haja um desequilíbrio com as condições existentes na superfície. Assim, estes materiais são
facilmente atacados, decompostos e erodidos por vários processos químicos e físicos na
superfície.
✓ A predominância da ação de um agente intempérico sobre outro, assim como a intensidade
do processo de intemperismo, depende da rocha de origem e de fatores ambientais
relacionados ao clima, topografia e condições de drenagem.
✓ O intemperismo também contribui para a formação do solo fornecendo partículas minerais
como areia, silte e argila.

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Origem e formação dos solo
➢ Intemperismo

O intemperismo físico

Está relacionados, por exemplo, às variações de temperatura ao longo dos


dias e das noites e as variações cíclicas de umidade que causam expansão e
contração das rochas levando à fragmentação das mesmas. Em regiões que
apresentam baixas temperaturas o intemperismo física está associado
também ao congelamento da água nas fissuras, acompanhado por um
aumento de volume. Tais fatores, levam à decomposição física das rochas
em blocos menores ou, até mesmo, em pequenos fragmentos, mas que têm
a mesma composição química da rocha original. Ou seja, os solos
resultantes de intemperismo físico irão apresentar composição química
semelhante à da rocha que lhes originou.
Origem e formação dos solo
➢ Intemperismo

O intemperismo químico

Provoca alterações na estrutura química das rochas e os solos resultantes


poderão apresentar uma composição química e mineralógica diferente das
rochas de origem. O principal agente do intemperismo químico é a água da
chuva que infiltra e percola as rochas. Na maior parte da superfície do planeta
essas águas percolantes têm pH entre 5 e 9 e, nessas condições, as principais
reações do intemperismo são hidratação, dissolução, hidrólise e oxidação.
Origem e formação dos solo
➢ Intemperismo (síntese)

O intemperismo pode ser classificado em três categorias:

Físico - desintegração física e mecânica das rochas, promovendo um aumento da


superfície específica das partículas sem alteração apreciável na composição da estrutura
pela ação da temperatura, umidade e por raízes.
Abrangem os fenômenos de aquecimento e resfriamento, água e vento, abrasão, alívio de
pressão;

Químico – alteração na composição química e mineralógica do material por diferentes


processos. A água e o dióxido de carbono da atmosfera formam ácido carbônico que reage
com os minerais de rocha existentes para formar novos minerais e sais solúveis;

Biológico – desintegração da rocha ou mineral devido aos agentes químicos ou físicos de


um organismo.

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Origem e formação dos solo
➢ Intemperismo

Atuação do intemperismo

Intemperismo químico => climas quentes e úmidos => mais importante e mais
profundo;

Intemperismo físico => climas quentes e secos e climas frios e secos

Ação conjunta dos intemperismo físico e químico

Velocidade do intemperismo:
Fatores:
❑ Clima
❑ Tipo de Rocha
❑ Relevo
❑ Fauna e flora;
❑ Tempo de exposição da rocha aos agentes intempéricos.
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Origem e formação dos solo
➢ Intemperismo

ALTA ESTABILIDADE

Os principais produtos oriundos destes processos ou produtos do intemperismo são:

Resíduos => minerais resistentes ao intemperismo, Argilominerais, sílica; e


Químicos => óxidos de Fe e Al, óxidos, sais, sílica coloidal
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Origem e formação dos solo
➢ Solos

Um dos conceitos mais básicos nos currículos escolares é o de solo. Este


conceito é objeto de estudo nas diferentes etapas educativas: Ensino
fundamental, Ensino médio e em diversos cursos do ensino superior

Este termo é relevante pela importância que tem em diferentes enfoques. O solo
é utilizado para a produção de alimentos, como matéria prima em
processos industriais, é a base de assentamento das diferentes obras da
construção civil, além de ser material de construção por natureza, portanto
é de fundamental importância para as diferentes atividades humana na
terra.

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Origem e formação dos solo

Evolução do conceito de solo é considerando em diferentes áreas do


conhecimento, como:

• Agricultura

• Química

• Geologia

• Interdisciplinar

• Ecologia
Por exemplo, para a agricultura, o conceito inicial de solo está relacionado
com a vida vegetal e consequentemente com o surgimento e
desenvolvimento da agricultura.

Na visão primitiva o solo é observado como um substrato inerte que gera


e abriga os vegetais. Esta noção está presente desde o começo da
agricultura, no neolítico até o renascimento.
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Origem e formação dos solo
➢ Solos

SOLO (Engenharia civil)

(Vargas, 1977)

“misturas naturais de minerais ( com ou sem matéria orgânica) que podem ser
separados por processos mecânicos simples, tais como agitação em água ou
manuseio”

(Caputo, 1978)

“ material não consolidado que recobre as rochas e destas provêm por


intemperismo, constituindo a epiderme do esqueleto rochoso”
Origem e formação dos solo
➢ Solos

SOLO (Engenharia civil)


Conceito prático

Na expressão Mecânica dos Solos o significado do termo está associado à


Engenharia Civil e pode ser definido como todo material da crosta terrestre
constituído de agregados naturais de grãos minerais que podem ser separados
por meios suaves como o manuseio e a agitação em água. Em oposição, a rocha
é um agregado de minerais unidos por fortes forças coesivas permanente.
Origem e formação dos solo
➢ Solos

SOLO (Engenharia civil)

Considerando que os termos fortes e permanentes podem ser interpretados


de diferentes modos o limite entre solo e rocha é arbitrário. Sendo assim,
como na pratica da engenharia civil é importante distinguir a rocha do solo,
este costuma ser definido como todo material da crosta terrestre que pode
ser escavado por meio de pá, picareta , escavadeiras ou outros meios
comuns, sem o uso de explosivos. E a rocha todo o material da crosta que
necessita de explosivos para o seu desmonte.
Origem e formação dos solo
➢ Solos
Por tanto a definição do que é solo depende em muitos casos de quem o utiliza.

Os agrônomos o vêem como um material de fixação de raízes e um grande armazém


de nutrientes e água para as plantas

Os geólogos a capa de solo sobrejacente ao minério é simplesmente um material de


rejeito a ser escavado.

O engenheiro civil os solos são um aglomerado de partículas provenientes de


decomposição da rocha, que podem ser escavados com facilidade,
sem o emprego de explosivos, e que são utilizados como material de
construção ou de suporte para estruturas.

Como material de construção e de fundação, os solos têm grande importância para o


engenheiro civil. Nas barragens de terra, nas fundações de estruturas, o solo – assim como o
concreto e o aço – está sujeito a esforços que tendem a comprimi-lo e a cisalhá-lo, provocando
deformações e podendo, eventualmente, levá-lo à ruptura.

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Origem e formação dos solo
➢ Solos

✓ Por milênios, o homem vem construindo com, sobre ou dentro da crosta terrestre. Ao se
construir as mais variadas obras de engenharia, foram encontrados os mais variados tipos
de problemas para sustentá-las.

✓ Com as soluções adotadas, ora corretas e ora desastrosas, o conhecimento da Geotecnia


foi sendo ampliado. Com a experiência acumulada, novos desafios foram surgindo.

✓ Inicialmente, estes conhecimentos foram consolidados na forma de conhecimentos


empíricos e só mais tarde, teorias científicas foram elaboradas.

✓ Daí surgiu a Mecânica dos Solos, ciência que estuda o solo e seu comportamento
mecânico.

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Origem e formação dos solo
➢ Solos

Em função dos agentes de intemperismo e transporte, os depósitos de solos


podem ser constituídos de partículas dos mais diversos tamanhos.
Solos cuja maior porcentagem esteja constituída por partículas visíveis a olho nu
(f > 0,074 mm ou retidos na peneira #200) são chamados de solos granulares
(solos grossos), e aqueles que passam na peneira #200 são chamados de solos
finos.
Os solos de granulação grossa são geralmente compostos de partículas
equidimensionais, podendo ser:
✓ esféricos (solos transportados)

Ampliação por microscópio

✓ angulosos (solos residuais)

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Origem e formação dos solo
➢ Solos

Foto, a partir de um microscópio eletrônico, de um saprolito (residual jovem).


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Origem e formação dos solo
➢ Solos

A forma característica do solo de granulação fina (f < 0,074 mm) é a laminar, em que
duas dimensões são incomparavelmente maiores que a terceira, como no caso das
argilas (semelhança a uma lâmina).

Caolinita
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Classificação quanto a Origem e formação
Classificação Genética

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Origem e formação dos solo
➢ Classificação geral dos solos quanto a origem e formação

Solos residuais => formados in situ pelo intemperismo das rochas


Solos transportados => formado pelo material de intemperismo
transportado e depositado em outro local, geralmente formando as bacias
sedimentares. Ex.: solos coluvionais, solos aluvionais, solos eólicos.

Processo de formação dos solos:

Ttransp. + dep. + pedog.


SOLO TRANSPORTADO
Rochas Solo
pedogênese
SOLO RESIDUAL

Pedogênese => Processo físico-químico responsável pela evolução dos


perfis de solos => diferenciação dos horizontes de solo => reações de
adição, remoção, translocação e transformação de elementos formadores do
solos ex.: minerais.
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Origem e formação dos solo
➢ Classificação geral dos solos quanto a origem e formação

Os solos Residuais:

Apresentam características ligadas ao material de origem.


Exemplo de formação de um solo residual - etapas: i) ação inicial:
intemperismo físico + químico; ii) diaclasasmento e formação de blocos; iii)
blocos arredondados dispersos em natriz de solo arenoso (matacões); iv)
desaparecimento dos matacões; v) massa de solo areno-argiloso => solo
saprolítico (horizonte C); vi) pedogênese; vii) fomação do hor. B (Ex.:
Laterização – Solo Laterítico); viii) formação do Hor. A por adição de mátria
orgânica.

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Origem e formação dos solo
➢ Classificação geral dos solos quanto a origem e formação

Os solos Residuais:

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Origem e formação dos solo
➢ Classificação geral dos solos quanto a origem e formação

Os solos Transportados:

Aluvial – materiais depositados pelo fluxo de água havendo uma seleção natural dos
mesmos, com os maiores sendo depositados a uma distância menor e os menores a
uma distância maior do local de início do transporte;
Lacustre – materiais dispersos depositados em lagos ou lagoas;
Marinho – materiais floculados ou agregados depositados no mar;
Eólico – materiais carregados pelo vento, especialmente siltes e areias finas. São
mal graduados, porosos, pouco densos e estruturalmente instáveis;
Glacial – depósitos de materiais formados a partir da movimentação de placas de
gelo;
Coluvial – depósitos de materiais formados a partir da movimentação de partículas
de uma área declivosa.

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Origem e formação dos solo
➢ Classificação geral dos solos quanto a origem e formação

Síntese:

ROCHA

Solo Residual Solo Transportado


Desenvolvido no local a partir da
Rocha alterada e transportada para longe
rocha-mãe. Se o solo for jovem, as
propriedades tendem a refletir as Coluvial – gravidade Aluvial – água
Marinho – água Lacustre – água
do material de origem.
Glacial – gelo Eólico – vento

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Tamanho e forma das partículas do solo

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Tamanho e forma das partículas do solo

A Granulometria de Solos e Rochas vai desde o matacão até a argila.

Os solos grossos são subdivididos em pedregulhos e areias, e os de granulação fina, em


argilas e siltes.

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Tamanho e forma das partículas do solo
➢ Partículas do Solo

Acumulações incoerentes de fragmentos de rocha. Normalmente são encontrados nas


PEDREGULHOS
margens dos rios e depressões preenchidas por materiais transportados pelos rios.

De origem semelhante aos pedregulhos, as areias são ásperas ao tato, e estando isenta de
AREIASplasticidade.
finos, não se contraem ao secar e não apresentam

Solos de granulação fina, apresentando pouca


SILTESou nenhuma plasticidade.

Solos de granulação muito fina apresentando características marcantes de plasticidade e


elevada resistência, quando secos, constituindo
ARGILAS a fração mais ativa dos solos.

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Tamanho e forma das partículas do solo
➢ Partículas do Solo

Areia
MIT Argila Silte Fina Média Grossa Pedregulho
0,002 0,06 0,2 0,6 2,0

AASHTO / STM Argila Silte Areia Pedregulho


0,005 0,074 2,0

Areia
DNIT Argila Silte Fina Grossa Pedregulho
0,005 0,075 0,42 2,0

Areia
ABNT 6502 / 1995 Argila Silte Fina Média Grossa Pedregulho
0,002 0,06 0,2 0,6 2,0

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Tamanho e forma das partículas do solo
➢ Matacão

Fonte – adaptado de Barbosa, P.S.A, DEC/UFV) 35


Tamanho e forma das partículas do solo
➢ Pedregulho

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Tamanho e forma das partículas do solo
➢ Areia

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Tamanho e forma das partículas do solo
➢ Areia

Fonte – adaptado de Barbosa, P.S.A, DEC/UFV) 38


Tamanho e forma das partículas do solo
➢ Silte

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Tamanho e forma das partículas do solo
➢ Argila

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Referências Bibliográficas

Barbosa, P.S.A. Notas de Aula. UFV: Curso de Engenharia Civil, 2009.

Braja, M. D. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. 1ª ed. Cengage Learning. 2007.

CRAIG, R. F. Mecânica dos Solos, 7ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.

Ortigão, J.A.R. Introdução à Mecânica dos Solos dos Estados Críticos. 3ª ed. Rio de Janeiro.
LTC.2007.

Pinto, C.S. Curso Básico de Mecânica dos Solos. 3ª ed. Oficina de Textos. 2006.

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