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Pedagogia
Educação e Avaliação
das políticas às práticas
Educação e Avaliação
das políticas às práticas
Reitor
Targino de Araújo Filho
Vice-Reitor
Adilson J. A. de Oliveira
Pró-Reitora de Graduação
Claudia Raimundo Reyes
UAB-UFSCar EdUFSCar
Universidade Federal de São Carlos Universidade Federal de São Carlos
Rodovia Washington Luís, km 235 Rodovia Washington Luís, km 235
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uab@ufscar.br edufscar@ufscar.br
Ana Beatris Lia Vaccari
Márcia Regina Onofre
Educação e Avaliação
das políticas às práticas
2013
© 2010, Ana Beatris Lia Vaccari e Márcia Regina Onofre
Concepção Pedagógica
Daniel Mill
Supervisão
Douglas Henrique Perez Pino
Equipe de Ilustração
Maria Julia Barbieri Mantoanelli
ISBN – 978-85-7600-217-8
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer
forma e/ou quaisquer meios (eletrônicos ou mecânicos, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qual-
quer sistema de banco de dados sem permissão escrita do titular do direito autoral.
........... Sumário
APRESENTAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Apresentação
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Unidade 1
Este livro se configura num convite para derrubar barreiras, ousar, fazer a
diferença, pensar e agir diferente em relação à avaliação, andar para frente.
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Em nome da qualidade, da eficiência e da eficácia do sistema educacional,
que nem sempre são discutidas com clareza com os profissionais da educação,
a avaliação tornou-se o cerne da educação escolar. Numa era de “prestação de
contas”, a pressão para que se avalie a tudo e a todos provocou uma corrida em
busca da avaliação, como se esta fosse a panaceia para todos os males. Multi-
plicaram-se as avaliações no sistema educacional: avaliação da aprendizagem
dos alunos, avaliação do desempenho dos professores, avaliação das escolas,
avaliação dos projetos educacionais, avaliação dos currículos, etc.
O termo avaliação deriva do termo latim valere, que significa valorar e im-
plica na ação de testar, medir ou atribuir valor a alguma coisa. Por se tratar de
uma palavra de bastante elasticidade, autores que tratam do tema distinguem
duas maneiras de avaliar: avaliação informal, no sentido “lato”, inerente à ati-
vidade humana e avaliação formal, no sentido “estrito”, representante de uma
ação complexa que requer procedimentos científicos e pressupostos teórico-
metodológicos, com sistematização, credibilidade e fidedignidade da informação
(CAVALCANTI, 2001).
16
De acordo com Romão (2007), a avaliação classificatória prevê a verifi-
cação de performances para classificar em um ranking, separando os compe-
tentes dos incompetentes, com objetivo de excluir, sem conotação negativa ao
termo. A avaliação, na maioria das escolas consiste, exclusivamente, em aplicar
provas. Ignora-se o papel do avaliador, não se explica os desvios aos objetivos
do currículo e se demonstra a crença na neutralidade do ato de avaliar.
Para Furtado (2007), a avaliação não pode ser uma “fotografia”, deve ser um
“filme” que leva em conta a história do aluno e da instituição de ensino. Não deve
se preocupar em classificar, mas sim em diagnosticar para agir e se constituir
numa avaliação inclusiva:
[...] A avaliação não deve ser vista como uma ferramenta disciplinadora de falso
poder, mas como parte do processo ensino-aprendizagem. Diferencia-se do
teste de conhecimento porque representa um olhar global sobre uma ação
e utiliza-se de vários instrumentos. Avaliação não é uma foto, mas sim, um
filme (FURTADO, 2007, p. 86).
17
Vasconcellos (2001) aponta cinco consequências da avaliação classifica-
tória e, portanto, excludente:
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Para Saul (1988), na concepção qualitativa de avaliação há preocupação
em compreender o significado de produtos complexos, por isso, esse tipo de
avaliação incorpora técnicas, orientações e pressupostos da metodologia etno-
gráfica, da investigação de campo. A avaliação qualitativa ultrapassa a avalia-
ção quantitativa, sem dispensá-la. A quantidade é apenas uma das dimensões
da qualidade.
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A clareza dos objetivos, o significado da disciplina na formação do aluno, os
objetivos delineados no projeto da escola permitem aos profissionais da educação a
definição dos procedimentos a serem seguidos e o planejamento das avaliações.
A avaliação, dessa forma, será utilizada como instrumento promotor da aprendiza-
gem do aluno e para o aperfeiçoamento do ensino e da prática educativa.
Definir o que avaliar leva o professor a refletir sobre o ensino que pretende
desenvolver e a ter clareza sobre a formação pretendida dos alunos.
A avaliação deve estar voltada para o progresso dos alunos, suas necessi-
dades e capacidades, para melhorar o ensino, adequando e aperfeiçoando a
qualidade dos materiais, das estratégias, da organização e sequência dos con-
teúdos. Sempre vista no sentido micro, restrita à sala da aula, a avaliação nos
tempos atuais surge também no sentido macro, voltada para o funcionamento
da instituição escolar e para a política e administração do sistema educacional.
As políticas nacionais de avaliação serão tema da próxima unidade.
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Artigos
Filmes
Quem não cola não sai da escola. Direção: Andrew Gurland. Estados Unidos,
2002. 90 min, comédia.
Nenhum a menos. Direção: Zhang Yimou. China, 1999. 106 min, drama.
Vídeos
Clip da música Estudo Errado, de Gabriel, o Pensador. A música faz uma crítica
ao método alienante do sistema educacional: não existe um “por quê” apren-
der, mas sim um “dever” aprender. Disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=zXNBHW5-4>.
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Unidade 2
desafios e perspectivas
2.1 Primeiras palavras
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O quadro abaixo mostra as concepções do SAEB:
• Taxas de acesso
Atendimento
• Taxas de escolarização Questionário do
• Taxas de produtividade Censo Escolar do
Acesso Eficiência • Taxas de transição SEEC/INEP/MEC
ao Ensino • Taxas de eficiência interna
Básico • Desempenho do aluno, em
termos de:
Produto • Aprendizagem de conteúdos Questões de prova
• Desenvolvimento de habilidade e
competências
• Nível socioeconômico dos alunos
• Hábitos de estudo dos alunos
• Perfil e condições de trabalho
Contexto dos docentes e dos diretores
• Tipo de escola
• Grau de autonomia da escola
• Matriz organizacional da escola Questionário para:
• Planejamento do ensino e da • alunos
Qualidade, escola • professores
Eficiência, • Projeto pedagógico • diretores
Equidade • Relação entre conteúdos
do Sistema Processo propostos/ensinados e
de Ensino conteúdos ensinados/
Básico aprendidos.
• Utilização do tempo pedagógico
• Estratégias e técnicas de ensino
utilizadas
• Infraestrutura
(adequação, manutenção e Questionário sobre
Insumo conservação): condições da
- espaço físico e instalações escola
- equipamentos
- recursos e materiais didáticos
Fonte: <http://www.rbep.inep.gov.br/index.php/RBEP/article/viewFile/231/232>.
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No ano de 1995, o SAEB sofreu mudanças metodológicas relacionadas
aos conteúdos mínimos comuns, referência nas provas. Como esses eram os
mínimos para o ciclo e não para a série avaliada, os resultados eram distorcidos.
Por isso, o SAEB passou a avaliar as séries finais dos ciclos (4a e 8a séries ou 5o e
9o anos do ensino fundamental e 3o ano do ensino médio).
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Quadro 2 Quadro comparativo entre a Prova Brasil e o SAEB.
A avaliação do ensino superior, que não será tratada neste momento, conta
com estudos que registram e analisam sua evolução no país. Criado pela Lei no
10.861, de 14 de abril de 2004, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior (SINAES), sob a coordenação da Comissão Nacional de Avaliação da
Educação Superior (CONAES), se apoia em três pilares: “a avaliação das insti-
tuições, dos cursos e do desempenho dos estudantes”.
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2.4 Considerações finais
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2.5 Estudos complementares
Sugestão de leitura
ABICALIL, C. A. Sistema Nacional de Educação Básica: o nó da avaliação?
Educação & Sociedade, Campinas, v. 23, n. 80, p. 255-276, set. 2002. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v23n80/12932.pdf>. Acesso em: 28 abr. 2010.
FRANCO, C.; BONAMINO, A. Avaliação e Política Educacional: o processo de
institucionalização do SAEB. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/n108/
a05n108.pdf>. Acesso 28 abr. 2010.
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Filmes
Meu Mestre, minha vida. Direção: John G. Avildsen. Estados Unidos, 1989. 104
min, drama.
Pro Dia nascer feliz. Direção: João Jardim. Brasil, 2006. 88 min, documentário.
O Clube do imperador. Direção: Michael Hoffman. Estados Unidos, 2002. 109 min,
drama.
Quando tudo começa. Direção: Bertrand Tavernier. França, 1999. 118 min, drama.
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Unidade 3
Não podemos nos esquecer de que o debate sobre a avaliação escolar pres-
supõe a reflexão acerca da função social da escola, ou seja, discutir o processo
avaliativo é reconhecer a natureza político-pedagógica implicada em seu caráter.
43
3.2 Problematizando o tema
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Se efetiva na medida em que os profissionais da escola, alunos e pais são
envolvidos na avaliação dos aspectos que lhes dizem respeito.
46
3.3 Contexto atual
Nesse sentido, a escola, como uma das mais importantes práticas sociais, tem
o compromisso social, cultural, político e educacional de contribuir para o “repensar”
de suas ações e do papel dos profissionais que nela atuam, com vistas à cons-
trução de um novo modelo de sociedade embasada na cidadania, democracia,
justiça, respeito mútuo, transformação e, sobretudo, no compromisso ético da
qualidade do ensino no país.
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3.3.1 Concepções e vertentes: diagnóstica, formativa e mediadora
Avaliação diagnóstica
1 Para obter mais informações sobre avaliação diagnóstica consulte o site oficial do
professor Cipriano Carlos Luckesi: <http://www.luckesi.com.br/>.
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Nesse sentido, essa proposta de avaliação permite a intervenção sempre
que necessária do educador, proporcionando com isso, que sejam repensados
os caminhos, bem como as estratégias e as metodologias de ensino utilizadas,
possibilitando a reflexão constante sobre o processo e assegurando a qualidade
do ensino. Nessa perspectiva, a avaliação não pode ser vista como um fim, mas
como uma forma de pensarmos continuamente sobre os processos de ensino.
Portanto, cabe ao educador acompanhar e orientar, quantas vezes forem ne-
cessárias, a aprendizagem dos educandos.
são recursos técnicos vinculados aos exames e não à avaliação [...] os exa-
mes são pontuais, classificatórios, seletivos, anti-democráticos e autoritários;
a avaliação, por outro lado, é não pontual, é diagnóstica, inclusiva, democráti-
ca e dialógica. [...] Avaliar significa subsidiar a construção do melhor resultado
possível e não pura e simplesmente aprovar ou reprovar alguma coisa. Os
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exames, através das provas, engessam a aprendizagem; a avaliação constrói
fluidamente (LUCKESI apud LOPES, 2009, p. 31).
50
Avaliação formativa
A avaliação formativa tem como foco não apenas o aluno, mas também
o professor e a escola. Seu campo de atuação e representação ultrapassam a
sala de aula.
Avaliação mediadora
Progressão continuada
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O objetivo da implantação do regime foi racionalizar o fluxo escolar, colabo-
rando para a reversão do quadro de repetência e evasão em que se encontrava
o sistema de ensino do país e, consequentemente, permitir a redistribuição de
recursos desperdiçados ao longo da história devido ao grande contingente de alu-
nos reprovados. Tal medida, segundo a Secretaria de Estado de Educação (SEE),
além de reverter aquela situação e permitir uma melhor distribuição dos recursos
nas escolas, proporcionou a revisão dos baixos salários dos professores.
Com vistas à efetivação dessa proposta, não fazia mais sentido a reprovação
dos alunos pela falta de domínio de conhecimentos. Nessa nova perspectiva, a ava-
liação deveria ser contínua e cumulativa, contando com o apoio de práticas voltadas
para o reforço e para a recuperação, quando necessárias, perpassando o ano letivo.
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• postura resistente – professores camuflando suas práticas pedagó-
gicas, mantendo, assim, sua forma de trabalho praticada no regime
seriado.
Acreditamos, tal como enfoca Sordi & Ludke (2010), que a avaliação precisa
ser valorizada e discutida, principalmente nos cursos de formação inicial e conti-
nuada de professores, oferecendo subsídios para o exercício da autoavaliação e da
avaliação pelos pares. Essa medida contribui para o entendimento dos professores,
bem como para garantir o direito de participarem de processos avaliativos na esco-
la, buscando atingir o projeto político-pedagógico, de forma coletiva e participativa.
A avaliação ajuda a evitar que a escola, por meio das microdecisões que
toma, se descole dos referenciais que anuncia perseguir e que necessitam de
controle social sob pena de serem apenas palavras. Sem que a estes pressu-
postos teóricos correspondam ações concretas que reconfigurem as relações e
os processos desenvolvidos nos espaços educativos, muito pouco se avan-
çará na transformação da lógica da escola que temos e que continua a ser
excludente, mesmo quando a todos supostamente inclui (SORDI & LUDKE,
2010, p. 318).
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3.4 Considerações finais
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Sugestão de leitura
Entrevistas
Filmes
A Sociedade dos poetas mortos. Direção: Peter Weir. Estados Unidos, 1989. 129
min, drama.
A Voz do coração. Direção: Christophe Barratier. França, 2004. 95 min, drama.
Conrack. Direção: Martin Ritt. Estados Unidos, 1974. 107 min, drama.
Entre os muros da escola. Direção: Laurent Cantet. França, 2007. 128 min, drama.
Escritores da liberdade. Direção: Richard Lagravenese. Estados Unidos, 2007. 123
min, drama.
O Preço do desafio. Direção: Ramón Menéndez. Estados Unidos, 1998. 102 min,
drama.
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Referências
Referências consultadas
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Sobre AS AutorAS