Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Operações Unitárias
Brasília
2010
© 2010. SENAI – Departamento Nacional
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB 14/937 – SENAI/SC Florianópolis
D192o
Dantas, Clauber Dalmas
Operações unitárias / Clauber Dalmas Dantas. Brasília: SENAI/DN,
2010.
79 p. : il. color ; 30 cm.
Inclui bibliografias.
CDU 628.3
Apresentação do curso................................................................................... 07
Plano de estudos.............................................................................................. 09
Unidade 1: Noções de Hidráulica e Hidrostática................................... 11
Unidade 2: Sistema de Abastecimento..................................................... 21
Unidade 3: Estação de Tratamento de Água........................................... 33
Unidade 4: O Sistema de Tratamento de Esgoto................................... 45
Unidade 5: Estações de Tratamento de Esgoto (ETE)........................... 55
Palavaras do autor .......................................................................................... 73
Conhecendo o autor ...................................................................................... 75
Referências ........................................................................................................ 77
Operações Unitárias
Apresentação
do Curso
7
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
8
Operações Unitárias
Plano de Estudos
Carga horária:
30 horas
Ementa
Noções de hidráulica e hidrostática; pressão e vazão;
sistema de abastecimento; formas de captação de
água; abastecimento público de água; avaliação do
sistema de bombeamento; operações típicas em uma
ETA; sistema de tratamento de esgoto; organismos
patógenos; sistema coletor de esgoto; estações de
tratamento de esgoto (ETE); níveis de tratamento;
processos de tratamento preliminar; processos de
tratamento primário; tipos de tratamento secundário.
Objetivos
Objetivo Geral
Este
curso tem como objetivo verificar conceitos
importantes no que tange aos sistemas de trata-
mento de água de abastecimento e de tratamento
de esgoto público e compreender as etapas es-
senciais para a eficiência desses sistemas em um
âmbito global.
Objetivos Específicos
9
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
10
1
Operações Unitárias
Noções de
Hidráulica e
Hidrostática
Objetivos do Curso
Ao final desta unidade, você terá subsídios para:
Aula
Aula 1 – O que é hidráulica?
Aula 2 – Densidade
11
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Para Iniciar
É necessário compreender que os sistemas de tratamento de água
de abastecimento e de esgoto sanitário envolvem operações simples,
como decantação, filtração, mistura etc. De todo modo, como poderá
ser visto, todos eles envolvem etapas nas quais a água encontra-se em
estado líquido; portanto, é essencial compreender as forças e grande-
zas físicas que atuam no seu armazenamento e seu transporte.
Aula 1:
O que é hidráulica?
O termo hidráulico, com origem grega hydro, significa “água”. Tem o objetivo
de estudar as leis e os comportamentos da água ou outro fluido, podendo estar
nos estados: físico, líquido ou gasoso. Para melhor compreensão, ela é subdivi-
dida em duas partes:
Atenção
Hidrostática: estudo dos fluidos quando estão parados.
12
Operações Unitárias
Aula 2:
Densidade
É a razão entre a massa de um corpo com o seu volume e é dado pela seguinte
equação:
d= m
V
Quando falamos que um líquido, por exemplo, a água, possui densidade igual
a 1 g/cm3 ou a 1 g/ml, significa que, a cada volume de 1 ml de água, ele possui
massa de 1 g.
A densidade dos gases é mais baixa que de outros estados. A densidade dos
líquidos, por exemplo, geralmente estão em torno de 1 g/cm3 e os materiais
mais densos são os sólidos. Alguns sólidos, como chumbo e ouro, possuem
densidades de 10 a 20 vezes superior aos líquidos.
Aula 3 :
Pressão
Pressão é a força aplicada em uma determinada área de uma superfície. O que,
expressando matematicamente, temos:
p= F
A
Unidade 1 13
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Figura 1 ‒ A pressão exercida de uma barra de ferro sobre a superfície de mesa sob diferentes posições
Qual será a pressão que a mesa sofre com a barra metálica nas duas posições?
A diferença pode ser encontrada por meio do cálculo da área da face que está
em contato com a superfície da mesa.
Pressão exercida em A
14
Pressão exercida em A
Compare asapenas
Compare as pressões calculadas, pressões calculadas,
a mudança apenas alterou
da posição a mudança da posição
signifi-
cativamente o valor dasignificativamente
alterou pressão. o valor da pressão.
Unidade 1 15
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Pergunta
Por que estudar pressão?
A pressão atmosférica
Esse valor depende da unidade de medida de pressão que estamos nos referen-
ciando. Há várias unidades de medida, as mais comuns no nosso dia a dia são
atmosfera (atm), milímetros de mercúrio (mmHg) e kgf/cm2, porém, há várias
outras utilizadas nos meios científico e industrial, como: psi, pascal, quilopascal,
lbf/pol2 etc.
16
Operações Unitárias
Pergunta
Como pode ser medida a pressão atmosférica?
Unidade 1 17
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Pergunta
Por que uma bola de isopor flutua na água enquanto que uma bola de
ferro afunda?
Aula 4:
Vazão
Em algumas situações é importante conhecer o volume de água que passa em
Aula 4 – Vazão
uma tubulação, por exemplo, em um determinado tempo. Quando fazemos
isso, estamos medindo a vazão.
Em algumas situações é importante conhecer o volume de água que
Aula 4 – Vazão
Vazão (Q) é o volume de um passa em uma
fluido que tubulação,
passa emporumaexemplo, em um área,
determinada determinado
ou tempo. Quando
seja, a vazão é a rapidezEmfazemos
com isso,um
a qual estamos medindo
volume a vazão.
se escoa.
algumas situações é importante conhecer o volume de água que
Vazão (Q) é o volume de um fluido que passa em uma determinada
passa em uma tubulação, por exemplo, em um determinado tempo. Quando
Na forma matemática, temos:
área, ou seja, a vazão é a rapidez com a qual um volume se escoa.
fazemos isso, estamos medindo a vazão.
Na forma matemática, temos:
Vazão (Q) é o volume de um fluido que passa em uma determinada
área, ou seja, a vazão éVolume
a rapidez com a qual um volume se escoa.
Vazão =
tempo
Na forma matemática, temos:equação 1
Volume
Vazão = equação 1
tempo
Em muitos casos, é necessário medir a vazão rapidamente. Um
Em muitos casos, é necessário medir a vazão rapidamente. Um método interes-
método interessante, de baixo custo e fácil de fazer, é utilizando-se um balde.
sante, de baixo custo e fácil de fazer, é utilizando-se um balde. Se você souber
EmSemuitos casos, oévolume
você souber necessário
dessemedir
balde,a deve
vazãorecolher
rapidamente.
a água Um
cronometrando o
o volume desse balde, deve recolher a água cronometrando o tempo gasto para
método interessante,
tempo gastode para
baixoencher
custo e fácil de fazer,Por
é utilizando-seseum
umbalde.
encher o recipiente. Por exemplo, se um barril deo 200
recipiente. exemplo,
litros demora 80 segun- barril de 200 litros
Se você souber o volume desse balde, deve recolher a água cronometrando o
dos para ser preenchido, ademora
vazão80 segundos para ser preenchido, a vazão será:
será:
tempo gasto para encher o recipiente. Por exemplo, se um barril de 200 litros
200 litros litros
demora 80 Vazão
segundos=para ser preenchido,=a 5
vazão será: ou 5 l s
40 segundos segundo
200 litros litros
Vazão = =5 ou 5 l s
40 segundos segundo
Atividades de Aprendizagem
Atividades de Aprendizagem
Você chegou ao final da primeira unidade! Caso tenha ficado com
dúvidas, retorne ao conteúdo e entre em contato com seu tutor, pois isso
Você chegou ao final da primeira unidade! Caso tenha ficado com
poderá ajudá-lo. Agora, acesse o AVA e realize as atividades para testar seus
dúvidas, retorne ao conteúdo e entre em contato com seu tutor, pois isso
conhecimentos!
poderá ajudá-lo. Agora, acesse o AVA e realize as atividades para testar seus
18 conhecimentos!
Relembrando
Relembrando Lembre-se: a pressão é uma força que atua em uma determinada área,
enquantoaque
Lembre-se: a vazão
pressão é força
é uma a quantidade
que atua de
emum
umalíquido ou de área,
determinada um gás que passa
em aum
enquanto que determinado
vazão tempode
é a quantidade emumuma determinada
líquido ou de um área, seja
gás que no interior de um
passa
Operações Unitárias
colocando em prática
Você chegou ao final da primeira unidade! Caso tenha ficado com dú-
vidas, retorne ao conteúdo e entre em contato com seu tutor, pois isso
poderá ajudá-lo. Agora, acesse o AVA e realize as atividades para testar
seus conhecimentos!
Relembrando
Lembre-se: a pressão é uma força que atua em uma determinada área,
enquanto que a vazão é a quantidade de um líquido ou de um gás que
passa em um determinado tempo em uma determinada área, seja no
interior de um tubo ou outro local.
Saiba Mais
Outros importantes conceitos de pressão são a pressão atmosférica, a
pressão manométrica e a pressão absoluta, que podem ser encontrados
no link: <http://pt.wikipedia.org/wiki/pressão_atmosférica>.
Alongue-se
Você finalizou os estudos da primeira unidade deste curso. Antes de
retomar os estudos, descanse um pouco, vá até a cozinha e tome um
copo de água, um café, converse um pouco. Mas não alongue muito
sua conversa, pois ainda temos muitos assuntos pela frente.
Unidade 1 19
2
Operações Unitárias
Sistema de
Abastecimento
Objetivos do Curso
Ao final desta unidade, você vai estar apto(a) a:
Aula
Aula 1: Introdução
21
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Para Iniciar
Chegamos à nova etapa de nosso aprendizado, na qual teceremos co-
mentários sobre a importância do tratamento da água que abastece a
população e os benefícios que ela ocasiona.
Aula 1:
Introdução
A água é uma substância essencial para o desenvolvimento e a sustentação de
todos os tipos de vida conhecidos.
Atenção
Água potável é a água que pode ser consumida pelo homem ou pelos
animais sem perigo de adquirir doenças por contaminação.
22
Operações Unitárias
Portanto, a água consumida pelo ser humano deve obedecer a vários critérios
de qualidade. Estes, por serem de fundamental importância para a qualidade de
vida, são definidos por meio de leis e normas, nacionais e internacionais.
Classe
Especial: águas destinadas ao abastecimento doméstico sem prévia
ou simples desinfecção;
Classe 1: águas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento
simplificado;
Classes
2 e 3: águas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamen-
to convencional.
Unidade 2 23
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Aula 2:
Formas de captação de
água
Dependendo do manancial a ser aproveitado, podem ser utilizadas as seguintes
formas de captação (FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE, 2006, p. 58):
24
Operações Unitárias
Unidade 2 25
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Nota
Um aquífero é uma formação geológica de rochas porosas e permeá-
veis onde há armazenamento de água subterrânea em grande quanti-
dade e com vazão elevadas, que pode ser explorado para uso humano.
E em alguns casos, a pressão da água é superior à atmosférica, poden-
do “jorrar” na superfície.
Aula 3:
Abastecimento público de
água
Segundo a Empresa de Saneamento do Estado de Mato Grosso do Sul (Sanesul,
2010):
26
Operações Unitárias
Manancial: local de onde é retirada a água bruta (água sem tratamento) po-
dendo ser água superficial ou subterrânea.
Captação: sistema de equipamentos para a retirada da água do manancial
para o sistema de abastecimento.
Estação elevatória: sistema utilizado para transferir a água às unidades se-
guintes.
Adutora: conjunto de tubos utilizados para transporte da água ao longo do
sistema de distribuição da água.
Estação de tratamento da água: sistema de equipamentos para tratar a água
para adequar-se ao uso.
Reservação:reservatório de água tratada destinada a atender às variações
de consumo da população ao longo do dia e precaver a continuidade do
abastecimento no caso de paralisação da produção de água.
Rede de distribuição: sistema de tubulação e demais equipamentos destina-
dos ao transporte da água aos consumidores.
Aula 4:
Evolução do sistema de
bombeamento
O início de abastecimento em cidades com elevado número populacional em
que se faz necessário construir sistemas de abastecimento de água, como foi
registrado em Ausburgo, na Baviera, atual Alemanha, no qual eram utilizadas
parafusos de Arquimedes para elevação das águas dos mananciais aos reserva-
tórios.
28
Operações Unitárias
Porém, esse sistema é pouco utilizado no Brasil devido a suas restrições, que
são (RODRIGUES et al., 2001, p. 2):
Bombas
Uma definição simples de bomba é um dispositivo que transforma a energia
cinética, ou seja, a energia de um movimento, em energia mecânica útil para
transferência de fluidos de uma localização à outra. Essa energia cinética pode
ser gerada por um motor elétrico que está acoplado à bomba.
Unidade 2 29
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Tipos de bombas
30
Operações Unitárias
Bombas centrífugas
O princípio de funcionamento de uma bomba centrífuga está relacionado com
a criação de duas zonas com pressão diferentes: de baixa pressão (sucção) e de
alta pressão (recalque). Para que isso aconteça, é necessária a transformação
da energia elétrica (se o motor ao qual está acoplado for elétrico) em energia
cinética (como descrito anteriormente).
Unidade 2 31
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
colocando em prática
Você finalizou a segunda unidade deste curso. Qualquer dúvida, retome
as aulas desta unidade. Para prosseguir, realize as atividades disponí-
veis no AVA.
Relembrando
Aqui, abordamos de forma breve e superficial as principais caracterís-
ticas no processo de bombeamento das águas dos mananciais até a
chegada na estação de tratamento de água (ETA).
Saiba mais
Para ler mais sobre o conteúdo estudado, acesse o link <http://
pt.wikipedia.org/wiki/Bomba_centrífuga>. Qualquer dúvida, retome as
aulas desta unidade.
Alongue-se
Você concluiu a segunda unidade deste curso. Antes de retomar os es-
tudos, coloque uma roupa bem confortável e dê uma caminhada. Este
é um bom momento, pois ainda temos muitos assuntos a serem vistos.
Depois, descanse um pouco e retome os estudos.
32
3
Operações Unitárias
Estação de
Tratamento de
Água
Objetivos do Curso
Ao final desta unidade, você vai estar apto a:
identificar
as principais operações típicas em
uma estação de tratamento de água;
compreender os fundamentos das operações de
separação utilizados.
Aula
Aula 1 – Introdução
33
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Para Iniciar
Finalmente, discutiremos o assunto principal acerca do sistema de tra-
tamento de água de abastecimento: a estação de tratamento de água
(ETA). Focaremos em entender as principais operações e sua impor-
tância para o processo todo. Para isso, vamos conhecer os processos
típicos em uma estação comum.
Aula 1:
Introdução
Conforme o que foi estudado nas unidades anteriores, para fornecer água potá-
vel à população, a água passa por várias etapas e uma das principais é a esta-
ção de tratamento de água, onde a água captada do manancial (lembre-se, que
pode ser retiradas de rios, poços artesianos, lagos e barragens) é transferida
para sofrer vários procedimentos até tornar-se potável, ou seja, que possa ser
consumida sem riscos à saúde.
34
Operações Unitárias
aeração; ETA:
mistura;
Estação de tratamento de
coagulação; água.
floculação;
sedimentação ou decantação;
filtração;
desinfecção ou esterilização;
carvão ativado.
Unidade 3 35
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Aula 2:
As operações típicas em
uma ETA (parte I)
Aeração
A aeração, ou arejamento, é a troca de gases entre a água e o ar por meio de
forte agitação. Seu objetivo principal é a remoção de gases dissolvidos (entre
eles está o gás sulfídrico, H2S), compostos orgânicos voláteis e bactérias que
oxidam facilmente.
Mistura
É muito importante para o bom desempenho das outras operações subsequen-
tes a decantação, coagulação e filtração. Essa operação consiste em misturar
rapidamente um coagulante ou outro reagente químico na água de forma ho-
mogênea e rápida antes que as reações químicas se completem.
36
Operações Unitárias
Coagulação
Na água retirada dos mananciais, além de partí-
culas em suspensão (sujeira, terra etc.), existem
impurezas que se encontram em suspensão fina,
estado coloidal ou suspensão (bactérias, protozoá-
rios e plâncton).
Nota
O pH, segundo Wikipédia (2010), é o sím-
bolo da grandeza físico-química “poten-
cial hidrogeniônico”. Essa grandeza indica
a acidez, a neutralidade ou a alcalinidade.
Unidade 3 37
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Aula 3:
As operações típicas em
uma ETA (parte II)
Floculação
Após a coagulação, as partículas coloidais ficam prontas para serem agrupadas
pela força mecânica dos floculadores. A floculação é um processo de separação
por meios mecânicos, que visa a aglutinar partículas minúsculas coaguladas em
agitação prolongada.
38
Operações Unitárias
Atenção
A floculação e decantação são as operações que mais requerem a aten-
ção em uma ETA, pois a sua falha pode acarretar a falta de qualidade
da água.
Sedimentação ou decantação
Depois da formação dos flocos, ocorre a sedimentação ou decantação, que é
um dos processos mais comuns encontrados em uma ETA. Seu princípio de
funcionamento baseia-se basicamente na separação de sólidos que não foram
dissolvidos na água.
Reflita
Ao pegar um copo com água barrenta proveniente da chuva, observe
que seu aspecto é turvo e com algumas partículas, ou seja, sólidos não
dissolvidos que se encontram em suspensão. Ao deixar o copo várias
horas em repouso, você vai notar que a água estará menos turva, ou
seja, mais límpida, e que haverá a deposição de sólidos no fundo do
copo devido à ação da gravidade que separa os sólidos não dissolvidos
da água.
a Escoamento da água:
decantadores de escoamento horizontal;
decantadores de escoamento vertical.
b Condições de funcionamento:
decantadores do tipo clássico, ou convencional, que recebem a água já
floculada e nos quais se processa apenas a sedimentação;
decantadores com contato de sólidos, do tipo dinâmico compacto ou
acelerado. São unidades mecanizadas que promovem simultaneamente
a agitação, a floculação e a decantação. Há muitos tipos patenteados.
decantadores com escoamento laminar (tubulares ou de placas): são do
tipo mais recente de maior eficiência.
Unidade 3 39
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Filtração
A filtração é um processo físico que consiste na passagem da água em um meio
poroso que tenha um diâmetro adequado para a finalidade de reter partículas
sólidas que estão em suspensão com a água. Os filtros podem ser rápidos ou
lentos, dependendo da velocidade de filtração.
Filtração lenta
É quando a velocidade com a qual a água atravessa o leito filtrante é baixa. É
muito usada ainda, principalmente em pequenas cidades, para o tratamento das
águas de abastecimento.
40
Operações Unitárias
Filtração rápida
É quando a velocidade com a qual a água atravessa o leito filtrante é elevada. A
filtração rápida é mais utilizada do que a filtração lenta e é um ponto crítico na
estação de tratamento que exige uma cuidadosa operação.
Desinfecção ou esterilização
Não atua na remoção de patógenos, ou seja, micro-organismos nocivos à saúde
humana. Apenas alguns agentes desinfetantes podem ser usados nas águas de
abastecimento. A sua escolha deve ser determinada observando-se os seguintes
critérios:
Unidade 3 41
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
cloro
e seus compostos (hipoclorito de sódio, hipoclorito de cálcio ou di-
óxido de cloro): de acordo com Ferreira Filho, Hespanhol e Piveli, (2003), é
o processo de desinfecção mais utilizado nas estações de tratamentos de
águas de abastecimento brasileiras;
ozônio (O3): por ser um agente oxidante muito forte, destrói toda a matéria
orgânica quando aplicado em dosagem suficiente, porém, sua aplicação é
difícil. Por isso, a escolha dele como agente desinfetante acontece somente
quando a aplicação de cloro acarreta problemas de odor e sabor;
luz
ultravioleta: não utilizado em tratamento de águas de abastecimentos
público, sendo utilizado em instalações domiciliares ou industriais, consiste
na exposição de um filme de água à luz ultravioleta produzida por lâmpadas
especiais.
A dosagem de cloro, a cloração, como afirma Sabesp (2008), pode ter outros
benefícios:
42
Operações Unitárias
Quando é utilizado gás cloro, conforme Sabesp (2008), ele é fornecido na forma
de cloro líquido, que é transportado por caminhões-tanque com capacidade
para 18 toneladas. O cloro líquido passa para o estado gasoso por meio dos
evaporadores instalados na casa de química, para ser dosado por cloradores
de controle automático. O gás cloro é misturado à água tratada e aplicado nos
diversos pontos do processo sob forma de ácido hipocloroso.
Carvão ativado
A pré-cloração em excesso e o carvão ativado, de acordo com Marchetto e Fer-
reira Filho (2005), são usados para remover os compostos que produzem odores
e gosto.
colocando em prática
Você chegou ao final de mais uma unidade. Acesse o AVA e realize a
atividade relacionada aos temas estudados. Caso você tenha alguma
dúvida, entre em contato com seu tutor.
Relembrando
As operações típicas em uma estação de tratamento de água de abas-
tecimento são baseadas, principalmente, em processos de baixo custo
de operação e manutenção com o objetivo de retirar as impurezas
(tanto em suspensão como dissolvidas) presentes nas águas captadas
de mananciais, tornando-a potável, ou seja, própria para consumo.
Unidade 3 43
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Saiba Mais
Para complementar seus estudos, não deixe de visitar o site da Sanesul,
no link: <http://www.sanesul.ms.gov.br/default.aspx?tabid=200>.
Alongue-se
Você terminou a primeira parte do curso! Antes de continuar seus es-
tudos na segunda parte, sobre o sistema de tratamento de esgoto, dê
uma caminhada, nem que seja para ir à padaria. Tome seu café e volte
aos estudos.
44
4
Operações Unitárias
O Sistema de
Tratamento de
Esgoto
Objetivos do Curso
Ao final desta unidade, você terá subsídios para:
Aula
Aula 1 – Introdução
45
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Para Iniciar
Iniciamos agora a última parte, o sistema de tratamento de esgoto, e
adotamos uma forma de abordagem similar ao que fizemos no sistema
de tratamento de água de abastecimento. Nesta unidade, daremos en-
foque à importância e às principais partes de um sistema de tratamen-
to de esgoto. Na unidade seguinte, abordaremos com mais detalhes e
discussão a estação de tratamento de esgoto.
Aula 1:
Introdução
De uma maneira sucinta, esgoto sanitário são os “resíduos líquidos gerados da
utilização doméstica ou industrial da água de abastecimento” (DA-RIN et al.,
2008, p. 21). Também podendo ser chamados “águas servidas”, “águas residuá-
rias”, “despejos líquidos”, “esgotos”, ou “efluentes líquidos”.
46
Operações Unitárias
A legislação brasileira
Como é possível notar, o tratamento de água de abastecimento público e de es-
goto sanitário é do interesse coletivo – mais do que isso, de toda a nação. Para
assegurar a qualidade, são legisladas várias leis.
Unidade 4 47
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
pH entre 5 e 9;
temperatura: inferior a 40°C, sendo que a elevação de temperatura do corpo
receptor não deverá exceder a 3°C;
materiais sedimentáveis: até 1 ml/l em teste de 1 hora em cone Imhoff.
Para o lançamento em lagos e lagoas, em que velocidade de circulação seja
praticamente nula, os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente
ausentes;
regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do
período de atividade diária do agente poluidor;
óleos e graxas:
óleos minerais até 20 mg/l;
óleos vegetais e gorduras animais até 50 mg/l.
ausência de materiais flutuantes;
valores máximos admissíveis das seguintes substâncias:
Quadro 1 − Valores máximos admissíveis das substâncias relacionadas para lançamento de esgoto
Amônia 5 mg/l N
Arsênio total 0,5 mg/l As
Bário 5 mg/l Ba
Boro 5 mg/l B
Cádmio 0,2 mg/l Cd
Cianetos 0,2 mg/l CN
Chumbo 0,5 mg/l Pb
Cobre 1 mg/l Cu
Cromo hexavelente 0,5 mg/l Cr
Cromo trivalente 2 mg/l Cr
Estanho 4 mg/l Sn
Índice de fenóis 0,5 mg/l C6H5OH
Ferro solúvel 15 mg/l Fe
Fluoretos 10 mg/l F
Manganês solúvel 1 mg/l Mn
Mercúrio 0,01 mg/l Hg
Níquel 2 mg/l Ni
Prata 0,1 mg/l Ag
48
Operações Unitárias
Aula 2:
Os organismos patógenos
Conforme visto na aula passada, há várias classes de micro-organismos que
podem causar problemas de saúde ao homem. Nesta aula, vamos descrever os
principais patógenos presentes no esgoto sanitário.
Unidade 4 49
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Bactérias
Estão em maior quantidade no esgoto sanitário do que os outros organismos.
De acordo com Gonçalves (2003), são seres do reino monera, de apenas uma
única célula (unicelulares), invisíveis a olho nu, não têm núcleo definido (proca-
rióticos) e reproduzem-se por divisão de sua única célula. Quanto à sua nu-
trição, as bactérias obtêm seu alimento de matéria orgânica morta, animal ou
vegetal; portanto, o esgoto sanitário é um meio propício a esse tipo de bactéria,
que são chamadas de saprófitos. Há também espécies de bactérias que produ-
zem o seu próprio alimento, da mesma maneira que os vegetais superiores: por
fotossíntese.
Atenção
Outro detalhe importante é que há espécies de bactérias que necessi-
tam do oxigênio para a sua sobrevivência (bactérias aeróbicas), portan-
to, a ausência de oxigênio pode matá-las e há também bactérias que
não necessitam de oxigênio para a sua sobrevivência (bactérias anaeró-
bicas) podendo mesmo sobreviver no sedimento (fundo) de ambientes
aquáticos.
50
Operações Unitárias
Vírus
São pequenos agentes infecciosos constituídos de uma ou várias moléculas de
material genético revestidos por um envoltório proteico formado por uma ou
várias proteínas, o qual pode ainda ser revestido por um complexo envelope
contendo lipídios que necessitam da célula de outros organismos para a sua
reprodução. Os vírus são os menores patógenos conhecidos.
Protozoários
Os protozoários são micro-organismos unicelulares classificados no reino pro-
tista, possuem núcleo celular (eucariontes) e alimentam-se de matéria orgânica
morta, animal ou vegetal.
Unidade 4 51
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Aula 3:
O sistema coletor de
esgotos
Após a utilização da água de abastecimento à população, é necessário coletar o
esgoto em sistemas adequados.
52
Operações Unitárias
Elevatória:
quando houver a necessidade de
elevar o esgoto a alturas maiores, é necessário
o seu bombeamento para um nível com altu-
ra maior e, a partir desse novo nível, o esgoto
pode ser transportado novamente por gravi-
dade. As unidades que realizam esse bombea-
mento são denominadas unidades elevatórias e
as tubulações entre a unidade de bombeamen-
to até no novo nível de altura são chamadas
linhas de recalque.
Estação de tratamento de esgoto (ETE): sua
finalidade já foi descrita anteriormente, é o
ETE:
local onde o esgoto finalmente será tratado
para ser descartado adequadamente. Estação de tratamento de
Disposição final: após tratado, o esgoto está esgoto.
adequado para seu descarte sem prejudicar
a população e o meio ambiente, sendo ge-
ralmente lançado em corpos de água ou, em
alguns casos, no solo. Nesses dois casos, é
necessário levar em conta se ainda existe a
presença de patógenos e/ou materiais pesados,
como chumbo, níquel etc.
Poços de visita: são instalações complementa-
res destinadas à inspeção e limpeza nas diver-
sas etapas desse processo.
colocando em prática
Vocêv finalizou a penúltima unidade, falta
pouco para concluirmos este curso! Ago-
ra, acesso o AVA e realize as atividades
para testar seus conhecimentos.
Unidade 4 53
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Relembrando
Um fator essencial para o desenvolvimento da qualidade de vida de
uma população é o tratamento de esgoto, que são gerados pela utiliza-
ção doméstica ou industrial, água de abastecimento visando à melhoria
da saúde humana, evitar a contaminação e a proliferação de doenças e
a preservação do meio ambiente.
Saiba Mais
Para saber mais sobre as principais doenças que podem ser transmi-
tidas por águas contaminadas ou poluídas, acesse os links: <http://
www.brasilescola.com/geografia/tratamento-de-agua-e-esgoto.htm> e
<http://www.tratamentodeagua.com.br>.
Alongue-se
Você vai passar agora para a última unidade deste curso. Antes disso,
vista uma roupa confortável e relaxe um pouco assistindo a um bom
filme. Quando você estiver mais descansado, retome os estudos na
última unidade.
54
5
Operações Unitárias
Estações de
Tratamento de
Esgoto (ETE)
Objetivos do Curso
Ao final desta unidade, você terá subsídios para:
Aula
Aula 1 – Níveis de tratamento
55
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Para Iniciar
Estamos na reta final deste curso; enfim, vamos concluir os assuntos
acerca da estação de tratamento de esgoto (ETE). Como foi visto na
unidade anterior, é essencial a verificação do tratamento adequado do
esgoto antes do seu lançamento, pois ele pode afetar a saúde humana
e o meio ambiente.
Aula 1:
Níveis de tratamento
Como visto na unidade anterior, o tratamento do esgoto sanitário é essencial
para a melhoria da qualidade de vida de uma população. A devolução do esgo-
to ao meio ambiente deve ter um tratamento seguido do lançamento adequado
no corpo receptor que pode ser um rio, uma lagoa ou o oceano.
Nota
Outro fato que merece a atenção é que há localidades em a água das
chuvas (esgoto pluvial) é misturado ao esgoto sanitário, pois utiliza o
mesmo sistema.
56
Operações Unitárias
Atenção
O lodo primário, como descrito anteriormente, é o material sólido sedi-
mentável presente no esgoto sanitário.
Aula 2:
Processos do tratamento
preliminar
Conforme visto na aula anterior, a principal função do tratamento preliminar é a
retirada de sólidos grosseiros. Veremos agora suas principais etapas:
Unidade 5 57
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Gradeamento
É o primeiro processo em uma estação de tratamento de esgoto (ETE). Consiste
em uma tela com grades de aço ou de ferro, com um determinado espaçamen-
to visando à retirada de sólidos grosseiros, porém, esse espaçamento entre as
barras deve ser adequadamente projetado para evitar grandes perdas de car-
gas.
Nota
De um modo simples, perda de carga é a perda de energia do movi-
mento de um líquido devido a obstáculos que dificultam o seu livre
movimento.
Os tipos mais comuns retidos pelas grades são: pedaços de papel, pedaços de
pano, pedaços de plástico, pedaços de madeira, pedaços de algodão, fraldas
descartáveis, absorventes higiênicos, pequenos animais mortos, cabelo etc. Os
destinos para esses materiais podem ser incineração, aterramento em valas ou
aterros sanitários.
Com o passar do tempo, essas grades estarão com vários materiais sólidos, que
devem ser retirados com o uso de rastelos ou por meios mecânicos.
58
Operações Unitárias
Aula 3:
Processos de tratamento
primário
Como visto na Aula 1 desta unidade, o tratamento primário é constituído unica-
mente por processos físico-químicos. Nessa etapa, ocorre inicialmente a medi-
ção de vazão e a mistura de produtos químicos, caso necessário, e os processos
separação dos sólidos insolúveis em suspensão por meio de processos simples
como floculação ou filtração, que veremos com maiores detalhes a seguir.
Unidade 5 59
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Floculação ou coagulação
A finalidade dessa etapa e o princípio de funcionamento são semelhantes ao
que vimos no tratamento de água de abastecimento. O processo de coagu-
lação, ou floculação, consiste na adição de produtos químicos, chamados de
floculantes, que promovem a aglutinação e o agrupamento das partículas de
materiais sólidos insolúveis com o consequente aumento da densidade favore-
cendo o aumento da velocidade de decantação desses materiais.
Aula 4:
Tipos de tratamento
secundário (parte I)
Nessa etapa do processo ocorre a destruição dos micro-organismos patógenos
utilizando processos biológicos por meio da atividade de alguns micro-organis-
mos presentes no esgoto sanitário e no lodo formado pela sedimentação. Esses
processos biológicos podem ser de dois tipos: aeróbicos e anaeróbicos.
Atenção
Micro-organismos aeróbicos são aqueles que necessitam de oxigênio
para sua sobrevivência, já os micro-organismos anaeróbicos são os que
não necessitam de oxigênio.
60
Operações Unitárias
Dica
Devemos lembrar a função do tratamento secundário, que é, basica-
mente, destruir os micro-organismos patógenos e reduzir o material
orgânico que não é possível nos processos anteriores.
Figura 8 ‒ Diagrama esquemático de tratamento de esgoto por um processo de lodo ativado conven-
cional
Fonte: Von Sperling ( 2005, p. 301)
Unidade 5 61
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Tanque séptico
Consiste basicamente em um tanque fechado
(para favorecer a deficiência de oxigênio) em que
o esgoto escoa pela parte superior em uma extre-
midade e sai na outra extremidade, também do
lado superior. Geralmente, esse tanque possui duas
câmeras.
62
Operações Unitárias
Filtro anaeróbio
O filtro anaeróbico consiste em um tanque com leito de pedras ou outro ma-
terial em que os micro-organismos anaeróbicos fiquem aderidos nos espaços
ou vazios entre o material, formando o chamado biofilme, pelo qual o esgoto
escoa.
O esgoto, ao passar por esse biofilme, sofre vários fenômenos: retenção pelo
contato com o biofilme, sedimentação forçada de sólidos de pequenas dimen-
sões, partículas finas e coloidais e ação metabólica dos micro-organismos do
biofilme sobre a matéria dissolvida (NATURALTEC, 2010).
Unidade 5 63
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Reator UASB
O reator UASB, ou, em português, Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente
(RAFA), é um tanque em que, em condições de deficiência de oxigênio, o esgoto
entra pela parte inferior.
Dica
Para os químicos, reator é o local onde ocorre qualquer reação química
controlada. Nesse caso, o agente da reação química são os micro-orga-
nismos anaeróbicos.
Dica
Não importa o tipo de processo anaeróbico que estamos falando, há a
formação de biogás em qualquer um deles.
64
Operações Unitárias
Esses sólidos retidos constituem o lodo, que permanece no reator por um tem-
po suficientemente elevado para que a matéria orgânica seja degradada. O lodo
retirado periodicamente do sistema já se encontra estabilizado, necessitando
apenas de secagem e disposição final.
Aula 5:
Tipos de tratamento
secundário (parte II)
Processo secundário por lagoas de estabilização
Os próximos processos referem-se a tratamentos biológicos que utilizam os
micro-organismos aeróbicos ou anaeróbicos para destruição de micro-orga-
nismos patógenos e diminuição de materiais orgânicos dissolvidos pela oxida-
ção bacteriológica (oxidação aeróbia ou fermentação anaeróbia) e/ou redução
fotossintética das algas.
As lagoas de estabilização são consideradas como uma das técnicas mais sim-
ples de tratamento de esgotos. Dependendo da área disponível, topografia
do terreno e grau de eficiência desejado, podem ser empregados os seguintes
tipos de sistemas de lagoas de estabilização a seguir.
Unidade 5 65
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Lagoa facultativa
Nesse processo, o esgoto escoa de modo contínuo em uma extremidade da
lagoa e sai, também continuamente, na extremidade oposta.
Lagoa anaeróbia
Comparada à lagoa facultativa, a lagoa anaeróbica possui menor dimensão, mas
maior profundidade, o que favorece a atividade de micro-organismos anaeróbi-
cos e a fotossíntese praticamente não ocorre.
66
Operações Unitárias
Lagoa de maturação
Esse processo possibilita um polimento, ou seja, um tratamento final no esgoto
de qualquer um dos sistemas descritos anteriormente.
Unidade 5 67
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
desidratação
(leitos de secagem, centrífugas, prensas desaguadoras e filtros
que prensam).
Adensamento do lodo
Durante o processo de tratamento de esgotos em uma estação convencional
de nível secundário, o lodo gerado ainda possui uma quantidade muito grande
de água, portanto, é necessário reduzir a quantidade de água nesses resíduos
por meios físicos (ANDREOLI, 2006). Com isso, consegue-se reduzir a capaci-
dade volumétrica das unidades subsequentes, como o tamanho das bombas, o
volume dos digestores, a redução do uso de produtos químicos e a redução do
consumo de energia no aquecimento dos digestores.
68
Operações Unitárias
Estabilização do lodo
Após a etapa de adensamento, o lodo sofre mais um processo que é chamado
de estabilização e seus objetivos são: reduzir a quantidade de patógenos, elimi-
nar os maus odores e inibir, reduzir ou eliminar o potencial de putrefação.
Estabilização
com cal, elevando o pH acima de 12 para não permitir a so-
brevivência de micro-organismos, evitando a putrefação com a consequente
emissão de odores desagradáveis.
Digestão anaeróbica, que é a preferida, devido ao seu baixo custo opera-
cional produzindo, como produtos da estabilização, os gases carbônico e
metano (que podem ser queimados para produção de energia).
Digestãoaeróbica, que se restringe a estações de tratamento de pequeno
porte, mas possui algumas características em comum com relação à diges-
tão anaeróbica, como a simplicidade operacional, baixo custo de investi-
mento, o lodo gerado possuir um odor menos ofensivo e o sobrenadante
formado possuir baixa concentração de material orgânico. Porém, tem alto
custo operacional e é necessária energia elétrica para aeração.
colocando em prática
Parabéns! Você finalizou a última unidade deste curso. Não deixe de
consultar seu tutor caso tenha alguma dúvida. Depois, acesse o AVA e
para realizar as atividades.
Unidade 5 69
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
Relembrando
A estação de tratamento de esgoto (ETE), para esgoto sanitário, é es-
sencial para promover a melhoria da qualidade de vida de uma popu-
lação e esse processo compreende várias operações simples, mas que
podem diferir muito, dependendo do volume do esgoto a ser tratado e
a sua composição.
Saiba Mais
Acesse o site a seguir, em que há mais detalhes sobre o sistema de
tratamento de esgoto:
<http://www.sanepar.com.br/sanepar/CalandraKBX/calandra.nsf/0/2567
8F656EED3C2D832572A3006D5022?OpenDocument&pub=T&proj=Inte
rnetSanepar&sec=Internet_ASanepar>.
70
Operações Unitárias
Alongue-se
Agora que você finalizou o curso, deixe os estudos um pouco de lado e
leia um livro ou ouça música. Reserve um tempo para relaxar antes de
realizar o desafio proposto ao final deste curso.
Desafio
Chegou o momento de você realizar o desafio! Lembre-se: esta questão
vai garantir sua certificação no curso. Acesse o AVA, observe a questão
Unidade 5 71
Operações Unitárias
Palavaras do
autor
Prezado aluno,
73
Operações Unitárias
Conhecendo o
autor
Clauber Dalmas Dantas é bacharel em Química,
com atribuições tecnológicas pela Universidade Fe-
deral de Mato Grosso do Sul, e concluiu o mestrado
em Físico-química na mesma instituição. É também
graduado em Programa Especial de Formação Pe-
dagógica para Formadores de Educação Profissional
pela UNISUL. Atualmente, é instrutor e coordena-
dor técnico da área de Química, Açúcar e Álcool no
SENAI/CETEC em Dourados/MS, e ministra vários
cursos na área química nos cursos de Licenciatura
em Química, Licenciatura em Biologia e Engenharia
Física da Universidade Estadual de Mato Grosso do
Sul.
75
Operações Unitárias
Referências
77
Operadores de Estação de Tratamento de Água e Efluentes
78
Operações Unitárias
79