TCAS - TRAFFIC ALERT AND COLLISION AVOIDANCE SYSTEM
Como o nome já diz, o TCAS é um sistema cuja função é evitar colisões
de aeronaves em voo, mas não podemos falar do TCAS sem antes mencionar que esse é apenas o nome comercial do equipamento especificado pela ICAO, o ACAS (Airborne Collision Avoidance System) que se assemelha a um radar que emite sinais para as aeronaves e os transponders das aeronaves próximas retornavam um outro sinal confirmando assim a velocidade, a localização e o curso das aeronaves viabilizando a manutenção da adequada separação entre as mesmas e evitando colisões. Histórico Com o fim da segunda guerra mundial, o excedente de aeronaves militares foi utilizado para a aviação comercial e isso fez com que o tráfego aéreo ficasse mais intenso e em 1950, quando duas aeronaves colidem durante o voo sobre o Gran Canyon, as autoridades de aviação civil, a ICAO e as fabricantes de equipamentos aeronáuticos iniciaram as pesquisas para a criação de um sistema anti-colisão eficiente, mas logo no início perceberam que não seria uma tarefa fácil, pois seria necessário um alto investimento para a instalação desses equipamentos por parte das companhias aéreas que tinham várias aeronaves e também pela falta de espaço físico nas aeronaves. Vendo essa dificuldade que as empresas tinham de instalar esse equipamento em suas aeronaves, o fabricante de equipamentos eletrônicos Mitre, teve a ideia de usar o transponter do radar secundário, que já era um equipamento que as aeronaves possuíam, para realizar essa comunicação entre as aeronaves e o operador de tráfego aéreo e através desse equipamento seria possível saber altitude e o prefixo da aeronave em voo. O TCAS passou a ser obrigatório para todos os aviões com 10 ou mais passageiros depois de um acidente envolvendo dois aviões na Califórnia, matando 82 pessoas e até 1993 todas as aeronaves com mais de 30 assentos e voando no espaço aéreo americano estavam equipadas com o TCAS II e aeronaves de 10 a 30 assentos estavam equipadas com o TCAS I. A implantação do TCAS nas aeronaves foi tão benéfica, que por muitos anos não ocorreu nenhum acidente grave de colisão de aeronaves em voo. Esse equipamento aumentou imensamente as chances dos pilotos saberem se tem uma aeronave vindo na direção deles e de tomarem uma decisão mais assertiva caso isso aconteça. O TCAS envolve a comunicação entre todas as aeronaves equipadas com um transponder adequado e configurado corretamente e constantemente realiza o monitoramento do espaço aéreo ao redor dessas aeronaves utilizando a frequência de 1030MHz para interrogar todas as aeronaves que estejam ao seu alcance e as aeronaves próximas respondem utilizando a frequência de 1090MHz e esse ciclo de perguntas e respostas acontece várias vezes por minuto. Por meio dessa troca de informações constantes, o TCAS elabora um mapa tridimensional das aeronaves próximas e exibe informações de trajetórias, altitude, localização, rumo, razão de decida e velocidade das outras aeronaves. Sabendo de tudo isso, o sistema vai projetar a posição futura de todas as aeronaves mapeadas e determinar os possíveis riscos de colisão. O TCAS não depende de sistemas externos (radares de solo, VOR, satélites), ATC, sistemas de navegação (GPS, INS, etc) e piloto automático, dependendo única e exclusivamente do transponder das aeronaves envolvidas. Tipos O TCAS I entrega para os operadores da aeronave somente o aviso de tráfego (Traffic Advisory – TA), ou seja, fornece a indicação da posição de tráfego (aviso sonoro: “traffic – traffic”). Nessa situação, os pilotos devem fazer uma averiguação visual para localizar o tráfego e realizar a manobra evasiva que julgarem correta. Em sua versão mais atual, o TCAS II além de emitir o aviso de tráfego citado anteriormente, este equipamento tem um alcance maior e fornece o aviso de resolução de tráfego no plano vertical (Resolution Advisory – RA) que indica ao piloto a manobra evasiva a ser realizada verticalmente para invalidar o conflito de tráfego, pois uma vez que as aeronaves são separadas em nível de voo (FL), as chances das mesmas colidirem por estarem com trajetórias convergentes são bem reduzidas. O TCAS III é a próxima geração desse equipamento e já está em desenvolvimento. Ele conta com todos os avisos das versões anteriores e contará também com manobras evasivas nos planos vertical e lateral. Funcionamento Se a aeronave intrusa não estiver equipada com transponder ou equipada apenas com o modo “A”, a mesma não receberá nenhum tipo de aviso (TA ou RA) e nem a aeronave equipada com o TCAS. Se a aeronave intrusa equipada com transponder com modo “A/C” (com indicação de altimetria) ou modo “S” sem indicação de altitude, a mesma receberá o aviso de TA, assim como a aeronave equipada com o TCAS I ou TCAS II. Caso a aeronave intrusa esteja equipada com transponder com modo “A/C” ou modo “S” com indicação de altitude, a mesma receberá o aviso de TA e a aeronave equipada com o TCAS receberá o aviso de TA e RA. Neste último caso, se a aeronave intrusa estiver equipada com o TCAS II, os RA’s serão coordenados, ou seja, o RA da aeronave intrusa, vai instruis o piloto a subir e o RA da aeronave principal vai instruir o piloto a descer. O alcance do TCAS depende de alguns fatores como a velocidade das aeronaves envolvidas, ângulo de aproximação, tipo de transponder instalado e etc. O TCAS I possuía um alcance menor, exigindo dos pilotos uma agilidade maior na hora de executar a manobra evasiva. Já o TCAS II, por ter um alcance maior, permite que os pilotos tenham mais tempo para exercer a manobra evasiva cabível, diminuindo ainda mais a margem de erro. Simbologia Os avisos do TCAS servem para indicar a presença e o tipo de ameaça presente e aparecem no PFD, ND e MFD. Aviso de tráfego – TA: Será representado por um círculo amarelo; Aviso de Resolução – RA: Será representado por um quadrado vermelho; Tráfego próximo (sem risco de colisão – dentro de 6 milhas e +/- 1200 ft): Será representado por um losango todo azul ou branco; Outro tráfego: Será representado por um losango vazado azul ou branco e caso a altitude desconhecida ou imprecisa, a etiqueta de dados não será mostrada. Este aviso não será exibido nos painéis caso esteja em andamento um TA ou RA. Sinais de “+” e “-“: Indicam, respectivamente, se o tráfego está acima ou a baixo; Dois números digitais: Representam a diferença de altitude relativa em centenas de pés; Seta para cima ou para baixo: Indicam, respectivamente, se o intruso está subindo ou descendo com mais de 500ft/min.