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TÉCNICO EM ENFERMAGEM

Profª Keilane Hipólito


Graduação em Enfermagem- FATESP
Graduação em Gestão Hospitalar – IEST
Especialista em Docência do Ensino Superior- Uni Diferencial
Especialista em Saúde Pública - IBPEX
Tempo Cirúrgicos e Operatórios
As intervenções cirúrgicas são realizadas em
quatro fases ou tempos básicos e fundamentais:
diérese, cirurgia propriamente dita ou exérese e
síntese.
Diérese
Significa dividir, separar ou cortar os tecidos através do
bisturi, bisturi elétrico, tesoura, serra ou laser; em seguida, se
faz a hemostasia, através de compressão direta com os
dedos, uso de pinças, bisturi elétrico (termocautério) ou
sutura para prevenir, deter ou impedir o sangramento.
Pode ser classificada
como mecânica ou física.
Diérese Mecânica
➢ Punção: é uma introdução de uma agulha ou
trocarte, sem contudo seccioná-los;
Ex: abertura para uma cirurgia

➢ Curetagem: raspagem da superfície de um órgão


do auxilio da cureta;
Ex: curetagem uterina

➢ Dilatação: processo através do qual se procura


aumentar a luz de um órgão tubular.
Diérese Física
➢ Térmica: é aquela realizada com o uso do
calor, cuja fonte é a energia elétrica. Exemplo: o
bisturi elétrico

➢ Raio laser: o aparelho do raio laser consiste


em um bisturi que emprega um feixe de
radiação infravermelha de alta intensidade.
Hemostasia
É o processo através do qual se impede,
detém ou previne o sangramento. Na realidade a
hemostasia começa antes da cirurgia, quando se
realizam, no pré-operatório imediato, os exames
de tempo de sangria e coagulação, e dosagem
de protrombina.
Exérese
É a cirurgia propriamente dita. É o tempo
cirúrgico fundamental, que consiste na realização
do tratamento cirúrgico, seja em caráter curativo,
paliativo, estético ou corretivo, ou com fim
diagnostico.
Síntese
É a união de tecidos, que será mais que perfeita
quanto mais anatômica for a separação.
Tipos de Síntese
➢ Cruenta: síntese na qual são utilizados instrumentos
apropriados: agulhas de sutura, fios cirúrgicos. Etc.
➢ Incruenta: é a que faz a aproximação dos tecidos com
auxilio de gesso, esparadrapo, ataduras, etc.
➢ Completa: é aquela que é feita a aproximação dos tecidos
em toda a dimensão da incisão cirúrgica.
➢ Incompleta: é aquela em que não há aproximação em
toda a extensão da ferida, em conseqüência da colocação de
um dreno em determinado local da incisão cirúrgica.
➢ Imediata: quando há a realização de síntese
imediatamente após o traumatismo;
➢ Mediata: é realizada algum tempo depois da lesão;
Material Instrumental
O material cirúrgico, didaticamente, está dividido em
sete grupos, sendo que, um somente, o de instrumentais
especiais, será diferente para cada especialidade
cirúrgica.

➢ Grupo 1: Instrumentos de diérese


➢ Grupo 2: Instrumentos de hemostasia
➢ Grupo 3: Instrumentos de síntese
➢ Grupo 4: Instrumentos auxiliares
➢ Grupo 5: Instrumentos especiais
➢ Grupo 6: Pinças de campo
➢ Grupo 7: Afastadores
Grupo 1: Diérese
São os instrumentos de corte, representados pelo o bisturi de cabo móvel
e cabo fixo e tesouras dos mais variados tipos e tamanhos; devem ocupar a
mesa de instrumentos, o lugar de maior proximidade do instrumentador,
sempre exigindo menor esforço para chegar à mão do cirurgião.
O bisturi móvel pode ser de vários tipos e tamanhos e as tesouras curvas
e retas;
Grupo 2: Hemostasia
Esse grupo é formado por pinças destinadas
a fazer a parada do fluxo sanguíneo ou
hemostase. São de variados tipos e tamanhos.
Exemplo: Kelly- pode apresentar a ponta reta ou
curva, sem dente e com ranhura até o meio
Grupo 3: Síntese
São os instrumentos utilizados para a sutura
da ferida operatória, incluem agulhas de vários
tipos e tamanhos, porta-agulhas e os fios;
Agulhas
Podem ser classificadas em retas e curvas:
➢ Retas: utilizadas com a mão;
➢ Curvas: de ½ circulo ou 1/3 de circulo, em tamanhos
variados, utilizados com o porta-agulha.
Porta-agulhas
Os porta-agulhas são instrumentos utilizados
com a finalidade de prender agulha curva na sua
ponta, possibilitando a sutura. Os mais comuns
são tipo de mathieu e de hegar.
Fios de Sutura
São utilizados com as finalidades de:
➢ Ligadura de vasos sanguíneos, para impedir
o sangramento resultante de uma incisão ou
corte;
➢ Sutura dos tecidos orgânicos, com a
finalidade de aproximar as bordas de uma
incisão cirúrgica ou traumática, para que
ocorra cicatrização.
Tipos de Fio
➢ Fios Absorvíveis - são aqueles que sofrem a ação dos líquidos do
organismo e sedo absorvidos depois de algum tempo. dividem-se conforme sua
origem em naturais e artificiais.
naturais: de origem animal;
ex: categut(intestino delgado do carneiro)
artificiais: sintético, temos os de ácido poligliálico.ex: vicryl (ácido glicólico e
ácido láctico).

➢ Fios Não-Absorvíveis - Os inabsorvíveis são aqueles que, mesmo


sofrendo ação de enzimas orgânicas, não são absorvidos pelo o organismo, e
permanecem envolvidos por tecido fibroso no interior do organismo. São
classificados em:
De origem animal: seda;
De origem vegetal: algodão;
Sintético: nylon, prolene
Fios Não-absorvíveis
 Seda: derivada dos filamentos de seda (goma gluteínica
do casulo do bicho da seda), é impermeabilizado, não
permite a infiltração de líquidos através de suas malhas.
Pode ser classificado quanto:

A) a cor: pode ser branca ou preta


B) a apresentação: montado ou não
C) ao diâmetro: vai de zero ao cinco.
Fios Não-absorvíveis
 Algodão: extraído dos filamentos ou fibras de algodão
é inabsorvível, de origem vegetal, que oferece baixa
reação tissular. Pode ser classificado quanto:

A) a cor: pode ser branca ou preta


B) a apresentação: montado ou não
C) ao diâmetro: vai de zero ao cinco.
Ex: usado bastante em laqueadura tubária.
Fios Não-absorvíveis
 Nylon: é feito de proteínas sintéticas provenientes de
derivados do carvão e alcatrão. Pode ser classificado
quanto:
- monofilamento: um fio só
- multifilamento: vários fios torcidos ou trançados;
- sertix: com agulha curva ou reta.
Ex: usado para suturar a pele, fixar os drenos.
Grupo 4: Auxiliares
Como sua própria denominação indica, a finalidade é auxiliar o uso de
todos os instrumentos dos outros grupos, por isso, na maioria das vezes, são
utilizados concomitantemente com os outros instrumentos.
Exemplos:
• Pinça anatômica sem dente: ou pinça de dissecção, é utilizada na mão
esquerda do cirurgião, enquanto a direita ocupa-se com o bisturi e o porta-
agulha;
• Pinça anatômica com dente: denominada comumente de dente de
rato, possui dente para apreensão dos tecidos;
Grupo 4: Auxiliares
• Pinça adson: é pequena com ponta fina e delicada,
podendo apresentar ou não o dente de rato;
• Pinça russa: com a ponta em forma de pata de gata,
auxilia a utilização da porta-agulha.
Grupo 5: Especiais
Estes instrumentos consistem o grupo mais variado,
são diversos, conforme as diferentes modalidades da
cirurgia.
De acordo com esta classificação, os instrumentos
especiais se agrupam, e são utilizados em geral, somente
no tempo principal da cirurgia, por isso devem ser
colocadas no lugar de maior distâncias.
Grupo 6: Pinças de Campo
Este grupo é constituído por pinças destinadas à
fixação dos campos estéreis, na delimitação da área
operatória (2° tempo), na borda da ferida cirúrgica.
Faz parte ainda desse grupo a pinça usada para
antissepsia.
Ex:
Backaus: para fixar os campos;
Cheron: prende a gaze para antissepsia;

Cheron Backaus
Grupo 7: Afastadores
Como o próprio nome indica, são utilizados para
afastar tecidos e músculos, pelo auxiliar do cirurgião, e deve
ser arrumado em mesa auxiliar. Os menores são usados,
em geral, nas estruturas superficiais, e os maiores servirão
no afastamento das estruturas profundas.
Exemplos: Farabeuf, Collin, Balfour, Gosset, Doyen,
Subpubiana,e etc.

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