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Projeto Final (Monografia)
Projeto Final (Monografia)
Gurupi-TOCANTINS
Abril-2021
Lúria Nayara Queiroz
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................
1.1 Objetivos...........................................................................................................
1.2 Objetivos específicos........................................................................................
2. MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................
2.1 Coleta e preparação do material......................................................................
2.2 Descrição dos caracteres macroscópicos.......................................................
2.3 Descrição das propriedades organolépticas....................................................
2.4 Chaves para identificação das espécies ........................................................
2.5 Colorimetria.....................................................................................................
5. RESULTADOS.......................................................................................................
6. CONCLUSÕES......................................................................................................
O termo anatomia é derivado da palavra grega anatomé, que significa incisão ou dissecação,
tendo como referência o estudo da organização e da estrutura dos seres vivos.
A Anatomia Vegetal, por sua vez, é o ramo da botânica que se dedica a estudar de que forma as
células, os tecidos e os órgãos das plantas estão organizados, enquanto que a anatomia de
madeira se ocupa com o estudo dos variados tipos de células que compõem o lenho, bem como
sua organização, função e peculiaridades estruturais que tenham relação com a atividade
biológica do vegetal (BURGER e RICHTER, 1991).
Com relação às mais diversas finalidades de utilização da madeira, o estudo da Anatomia da
Madeira também se mostra fundamental para indicação do correto emprego das diferentes
espécies lenhosas, apontando as melhores características para determinada utilização, bem como
na separação de espécies semelhantes que podem apresentar comportamento distinto quando
empregadas para fins estruturais.
Para aumentar a eficiência e assertividade no ato da fiscalização, a Secretaria por meio do
Instituto Florestal elaborou esse primoroso livro que traz, entre outras informações científicas, as
orientações gerais e específicas para facilitar a identificação de madeiras brasileira. O livro
descreve o excelente trabalho sobre as árvores comerciais brasileiras aparece num momento
importante quando o foco é de preservação e conservação das florestas. Vale salientar que a
difusão do conhecimento desta natureza revela se de suma importância na diminuição do
processo de destruição da vegetação arbórea nativa. A chave de identificação macroscópica de
madeiras comerciais do Estado de São Paulo, com 100 espécies provenientes, em sua maioria,
da Floresta Amazônica, é ilustrado com fotomacrografias das superfícies transversal e tangencial
para facilitar a comparação com o material a ser identificado, além de apresentar uma análise
comparativa de espécies que se confundem em razão da semelhança de seus caracteres, o que é
de extrema importância para dirimir as dúvidas na identificação e na discriminação dessas
espécies.
O empenho do estado de São Paulo para combater a exploração ilegal de madeiras é de
fundamental importância e serve de exemplo para os outros estados brasileiros e para a América
Latina, pois a capacitação de servidores de órgãos governamentais em níveis municipal, estadual
e federal com competência para realizar o monitoramento e a fiscalização da exploração florestal,
aliada à produção de material didático para uso em campo e à formação e manutenção de
coleções de referência, é o alicerce para a identificação de espécies produtoras de madeira.
A madeira é a matéria prima mais utilizada nos setores de construção civil, indústria de papel,
energia, fabricação de moveis e entre outros fazendo com que o mercado madeireiro seja de
relevante importância para a sociedade.
Várias espécies são de grande importância no II Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia da
Madeira Belo Horizonte - 20 a 22 set 2015 mercado internacional pois o Brasil é o possuidor da
maior reserva de floresta tropical do mundo (BURGER, 1991);
A estrutura anatômica é caracterizada pela qualidade proporcional de diferentes tipos de células,
como fibras, vasos, raios, canais de resina e suas dimensões, e especialmente a espessura de
suas paredes. Portanto, muitas madeiras são registradas como se fossem de outra espécie dando
origem aos problemas de identificação, o que dificulta a fiscalização feita pelos órgãos
competentes e, em última instância, contribui para o desmatamento das florestas da região.
O Mogno pode ser considerado uma das madeiras brasileiras de maior valor no mercado
internacional, a qual pode ser comercializada como se fosse uma madeira de menor valor
comercial, a exemplo do Cedro ou Andiroba, as quais apresentam características bastante
semelhantes, burlando assim a fiscalização dos órgãos competentes.
Essa prática criminosa faz com que o Mogno extraído em algumas regiões podendo chegar à
extinção local, haja visto que essa espécie se faz presente na lista da CITES (Convention on
International Trade in Endangered Species), (IBAMA, 2014).
Segundo dados da Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SEMA (2013) entre os anos de 2008
e 2010 foram comercializados cerca de 464.501,02 m³ de mogno sob o nome de cedro
acarretando um valor de R$56.422.788,34, nos municípios de Nova Ipixuna e Novo Repartimento,
estado do Pará.
Nas florestas tropicais, há uma grande diversidade de espécies vegetais que produzem madeira e
que despertam interesse para exploração comercial. Utilizada desde os primórdios da
civilização, a madeira é um dos produtos florestais de maior representatividade na economia
brasileira, sendo amplamente utilizada na construção civil, na fabricação de mobiliários, na
construção naval, na fabricação de instrumentos musicais, além de ser empregada para produção
de carvão, entre outros. Além disso, é pressuposto para o sucesso de qualquer plano de manejo
florestal o conhecimento sobre as características peculiares de cada espécie presente no
local. Para isto, são necessários conhecimentos para identificação das espécies florestais em
campo, baseados principalmente em análises morfológicas dos órgãos vegetativos como
raiz, tronco, casca e folhas, e dos órgãos reprodutivos como a flor, o fruto e a semente.
Já nos processos de transformação e desdobro das árvores em madeira serrada, estas
características morfológicas cruciais para a identificação botânica das espécies são eliminadas. É
neste contexto que a análise dos caracteres anatômicos da madeira tem se mostrado como uma
excelente ferramenta auxiliar para se identificar corretamente as espécies florestais. Para
isto, utiliza-se de equipamentos como lupa e microscópio óptico com intuito de se realçar as
características diagnósticas de cada espécie. Desta forma, a análise das propriedades
organolépticas das madeiras deve estar sempre aliada às análises anatômicas tradicionais para
certificar sua correta identificação.
1.1 Objetivo geral:
O trabalho pretende através das descrições anatômicas das madeiras exemplificadas por serem
espécies consideradas em risco de extinção, com foco em investigação de chave para
identificação fiscal.
2. METODOLOGIA
2.1 Coleta e preparação do material
A partir das amostras de madeira das espécies coletadas, é possível analisar as faces radial e
tangencial do cerne e do alburno. Para isso, é necessárias pelo menos cinco amostras dos
indivíduos por espécie. Em cada amostra, será realizada 10 repetições para a tomadas de
medidas do cerne e do alburno baseado no método de CAMARGOS (1999). A determinação de
cores será obtida de acordo com o sistema CIE La*b* 1976, Obtendo-se, então, os valores de
claridade (L*), dos matizes vermelho (+a*), verde (-a*), amarelo (+b*), azul(-b*). Os valores de
saturação da cor (C) e o ângulo de tinta (h*) foram calculados segundo as equações:
𝐂 = (𝐚 ∗ 𝟐+ 𝐛 ∗ 𝟐 ) 𝟏/𝟐 (Eq. 1)
𝐡 ∗= 𝐭𝐚𝐧−𝟏( 𝐛 ∗ 𝐚 ∗ ⁄ )(Eq. 2)
3. MODELO EXPERIMENTAL
Para distinguir as chaves para identificação macroscópica e microscópica das madeiras
selecionadas, foram determinados a classificação e diferenciação nas madeiras, observando as
diferenças das características de:
Madeiras com parênquima axial distinto sob a lente 10x;
(Visualizar o parênquima axial associado aos vasos (PARATRAQUEAL).
4. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
MESES
ATIVIDADES 1 2 3 4 5 6
Revisão de literatura
X X X X X X
5. RESULTADOS
Para a diferenciação das espécies de Cedrela sp., Switenia sp. e Garapa sp., que possuem
semelhanças entre si, temos como exemplo a sua coloração no cerne, distinção do alburno,
parênquima marginal, raios não estratificados, entre outros. Isso pode ocorrer por pertencerem à
mesma família botânica, Meliaceae Juss. Em um modelo de estudo de CADEMARTORI ET
AL(2010), o resultado obtido não foi igual, pois o alburno mostrou-se indistinto do cerne em
Cedrela odorata, isso é explicado pelo fato das espécies da região de estudo do autor serem
diferentes. Quanto ao seu cheiro e gosto, o cedro foi a espécie que apresentou o cheiro mais
perceptível, sendo classificado como desagradável, e consequentemente um gosto amargo mais
acentuado. Sendo assim uma das principais características que o distingue do mogno e da
andiroba, pois a andiroba apresenta um cheiro pouco perceptível e é levemente amarga e o
mogno não apresenta cheiro perceptível.
O Cedro (Cedrela sp.) E as outras espécies estudas, pertence à Família Meliácea, motivo pelo
qual pode justificar as semelhanças entre elas. O Cedro pode atingir de 20 a 30 m de altura e seu
diâmetro do tronco de 60 a 90 cm. O cedro é uma madeira de textura ligeiramente macia ao corte
e durável em ambientes mais secos.
PARÊNQUIMA AXIAL: em sua maioria, visível somente sob lente e, em alguns casos,
visível a olho nu; pouco contrastado; em faixas sinuosas longas, confluente em trechos
curtos e aliforme linear. VASOS: visíveis a olho nu; médios (68%), pequenos (26%),
grandes (4%), muito pequenos (1%) e muito grandes (1%); pouco numerosos (69%),
numerosos (25%), poucos (5%) e muito numerosos (1%); porosidade difusa; solitários
(68,7%), múltiplos de 2 a 3 (30,3%) e múltiplos de 4 a 5 (1%); depósitos esbranquiçados.
RAIOS: no plano transversal, visíveis somente sob lente; pouco contrastados; finos (88%)
e moderadamente largos (12%); numerosos (62%) e poucos (38%); no plano tangencial,
visíveis somente sob lente; baixos (100%); contrastados no plano radial.
ODOR: agradável.
SABOR: ausente.
A Andiroba (Carapa sp) possui o seu cerne e alburno distintos por cor, sendo castanho-escuro e
castanho. Sua textura é considerada média, e seu brilho moderado. Seus s raios são visíveis a
olho nu e sua classificação é considerada como largos. Em seção tangencial os raios são visíveis
a olho nu e classificados como não estratificados, de baixa altura, menor que 1mm.
PARÊNQUIMA AXIAL: em sua maioria, visível somente sob lente e, em alguns casos,
visível a olho nu; pouco contrastado; em linhas/faixas marginais. VASOS: visíveis a olho
nu; médios (88%), grandes (11%) e pequenos (1%); pouco numerosos (65,5%),
numerosos (33%) e poucos (1,5%); porosidade difusa; solitários (76,5%), múltiplos de 2
(20,1%) e múltiplos de 3 a 5 (3,4%); poucos depósitos esbranquiçados e enegrecidos.
RAIOS: no plano transversal, visíveis a olho nu; pouco contrastados; médios (95%),
moderadamente largos (4%) e finos (1%); muito poucos (68%) e poucos (32%); no plano
tangencial, visíveis a olho nu; baixos (97%) e altos (3%); algumas células de raio com
presença de conteúdo escuro; contrastados no plano radial.
ODOR: ausente.
SABOR: ausente.
GRÃ: regular.
BRILHO: com brilho.
O Mogno (Swietenia sp.). Em seção transversal, seus vasos são visíveis a olho nu, em faixas
estreitas marginais, apresentam agrupamento do tipo solitário, porosidade difusa, solitários e
geminados. Os raios são visíveis apenas sob lente 10X, finos. Enquanto na seção tangencial os
raios são visíveis a olho nu, baixos, menor que 1mm, mais regulares, finos e estratificados.
PARÊNQUIMA AXIAL: visível a olho nu; contrastado; em linhas marginais. VASOS: visíveis a olho
nu; médios (76%), grandes (23%) e pequenos (1%); pouco numerosos (86%), numerosos (10%),
poucos (3%) e muito poucos (1%); porosidade difusa; solitários (74%), múltiplos de 2 a 3 (25,5%)
e múltiplos de 4 a 5 (0,5%); depósitos esbranquiçados, alaranjados e enegrecidos. RAIOS: no
plano transversal, visíveis a olho nu; contrastados; médios (66%), finos (26%), moderadamente
largos (4%) e extremamente largos (4%); muito poucos (69%) e poucos (31%); no plano
tangencial, visíveis a olho nu; baixos (100%); regular e irregularmente estratificados; pouco
contrastados no plano radial.
ODOR: ausente.
SABOR: ausente.
GRÃ: regular.
Com base nos dados obtidos neste trabalho e na comparação com outras literaturas, é possível
observar as principais características que diferem o mogno, cedro e andiroba. O cedro foi o único
que possui porosidade em anéis semiporosos, apresenta cheiro e gosto mais acentuados dentre
as espécies citadas, e sua madeira é mais clara e de maior maciez; analisando a porosidade não
é possível diferenciar a andiroba dos três. Porém, a andiroba apresenta raios não estratificados e
enquanto o cedro que apresenta porosidade difusa; também foi possível verificar que o tamanho e
a disposição dos poros são importantes para diferenciar o mogno do cedro e andiroba, pois o
mogno possui porosidade difusa e sua cor é visivelmente escura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BURGER, L. M.; RICHTER, H. G., Anatomia da madeira, São Paulo: Nobel 1991, 153p.
NISGOSKI, Silvana. Identificação e caracterização anatômica macroscópica das principais
espécies utilizadas para laminação na região de Curitiba-PR. 1999. Tese de Doutorado.
Universidade Federal do Paraná.
BURGER, M. L.; RICHTER, H. G. Anatomia da madeira. São Paulo: Nobel, 1991. 224 p.
INIC, IX EPG e III INIC Jr., 2009. Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Estado do Pará –
SEMA. Extração e Movimentação de Toras de Madeira Nativas por Município. Relatórios anuais,
2009-2013
MAINIERI, C.; CHIMELO, J.P. Fichas de características das madeiras brasileiras. São Paulo:
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. - IPT, 1989. 419p.
ZENID, G.J.; CECCANTINI, G.C.T. Identificação macroscópica de madeiras. São Paulo: IPT, 2007.