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Português I
Ao empregar os signos que formam nossa língua, você deve obedecer a certas regras
de organização que a própria língua lhe oferece. Assim, por exemplo, é perfeitamente possível
antepor-se ao signo “árvore” o signo “uma”, formando a sequência “uma árvore”. Já a
sequência “um árvore” contraria uma regra de organização da língua portuguesa, o que faz
com que a rejeitemos. Perceba, pois, que os signos que constituem a língua obedecem a
padrões determinados de organização. O conhecimento de uma língua engloba não apenas a
identificação de seus signos, mas também o uso adequado de suas regras combinatórias.
a- Geográficos – há variações entre as formas que a língua portuguesa assume nas diferentes
regiões em que é falada. Basta pensar nas evidências diferentes entre o modo de falar de um
lisboeta e de um carioca, por exemplo, ou na expressão de um gaúcho em contraste com a de
um cearense. Essas variações regionais constituem os falares e os dialetos.
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b- Sociais - o português empregado pelas pessoas que têm acesso à escola e aos meios de
instrução difere do português empregado pelas pessoas privadas de escolaridade. Algumas
classes sociais, assim, dominam uma forma de língua que goza de prestígio, enquanto outras
são vítimas do preconceito por empregarem formas de língua menos prestigiadas. Cria-se,
dessa maneira, uma modalidade de língua – a norma culta -, que deve ser adquirida durante a
vida escolar e cujo domínio é quase sempre solicitado para a ascensão profissional e social. O
idioma é, portanto, um instrumento de denominação e discriminação social.
Também são socialmente condicionadas certas formas de língua que alguns grupos
desenvolvem a fim de evitar a compreensão por parte daqueles que não pertencem ao grupo.
O emprego dessas formas de língua proporciona o reconhecimento fácil dos integrantes de
uma comunidade restrita, seja um grupo de estudantes, seja uma quadrilha de contrabandistas.
Assim se formam as gírias, variantes linguísticas sujeitas a contínuas transformações.
A língua escrita, por sua própria natureza, é estática e mais elaborada que a língua falada,
mas não dispõe dos recursos próprios desta.
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem elaborada que a língua falada, porque é a
modalidade que mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a que faz o
pensamento atravessar o espaço e o tempo. Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais detida
será possível sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, se processam
lentamente e em número consideravelmente menor, quando cotejada com a modalidade
falada.
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“O fato de que é o povo que faz a língua não quer dizer que se deva aceitar tudo o que
venha a ser criado pelo povo. A língua pressupõe também a cultura e, às vezes, o próprio
povo se encerra de repelir uma criação que não se enquadre dentro do espírito da língua como
evolução natural”. [Prof. Sebastião Expedito Ignácio (Unesp)].
As línguas não são estáticas, isto é, sem desenvolvimento, sem movimento. Alteram-se
com o passar do tempo e com o uso. Muda a forma de falar, mudam palavras, afetam-se a
grafia e o sentido delas. Essas alterações recebem o nome de variações linguísticas.
Por não ser fixa a língua, sofre essas transformações e o falante expressa, através do
sotaque, do vocabulário, do jeito de comunicar-se, muito do lugar, de sua formação social e de
seu movimento histórico.
Assim, não devemos usar tempos arcaicos, nem tão pouco neologismos, mas, uma
linguagem clara, entendível, decodificável pelo receptor. Quando a palavra é muito velha ou
muito nova pode ficar sem “tradução” e criar uma lacuna, dificultando ou “estragando” a
comunicação.
Há, no texto bíblico, exemplos dessas variações cujo emprego torna-se estranho ou difícil
de ser entendido pelo leitor ou ouvinte:
- Há-de-ó!...Agora, abusar e arrastar mala, não faço. Não faço, porque não paga a pena... De
primeiro, quando eu era moço, isso sim!... Já fui gente! Gente. Para ganhar aposta, já fui, de
noite, foras d’hora, em cemitério... Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito, gosta de se
comparecer. Hoje, não: estou percurando é sossego...”
Guimarães Rosa
As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai da forca, e não caíam de
cavalo magro. Algumas jogavam verde para colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz
uma canoa. O que não impedia que, nesse entrementes, esse ou aquele embarcasse em canoa
furada. Encontravam alguém que lhes passava a manta e azulava, dando às de Vila-Diogo.
Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar a fresca; e também
tomavam cautela de não apanhar o sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo,
chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar de aeroplano. Estes, de pouco siso, se
metiam em camisa de onze varas e até em calças pardas; não admira que dessem com os
burros n’água.
1. Sinônimos – são palavras que têm significado igual ou próximo. Exemplos: alegria e
felicidade; alfabeto e abecedário.
2. Antônimos - são palavras que têm significado oposto, contrário. Exemplos: alegria e
tristeza; certo e errado.
3. Homônimos - são palavras que têm mesma pronúncia e escrita, com significados
diferentes. As palavras homônimas são:
cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e sessão (tempo de uma reunião)
Mangueira – tubo de borracha por onde a água passa; árvore e grande curral de gado
Exercício
Ortografia
Ortografia (do grego orthographia, escrita correta) é a parte da gramática que trata do
emprego correto das letras e dos sinais gráficos na língua escrita.
Hoje concluímos o período escolar sem o estudo do latim e do grego. Daí que, muitas
vezes, não podemos formular regras práticas para o emprego das letras, pelo desconhecimento
de nossas origens. Escrever corretamente uma palavra significa, portanto, adequar-se a um
padrão estabelecido por lei. As dúvidas quanto à correção devem ser resolvidas por meio de
consultas a dicionários, publicações oficiais ou especializadas.
Emprego do G e J
Usa-se a letra G
Algema, apogeu, auge, estrangeiro, gengiva, gesto, gibi, gilete, ginete, gíria, giz,
hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, sugestão, tangerina, tigela.
Usa-se a letra J
alforje, canjarê, canjica, jenipapo, jequitibá, jerimum, Jericó, jia, jiboia, jiló, jirau,
Moji, pajé, pajeú, tijipió
d- As seguintes palavras:
Exercício
Emprego do H
d- Final e inicial em certas interjeições. Ah!, Ih!, Eh!, Oh!, Hen!, Hum!.
Emprego do E
Emprego do I
a- Verbos terminados em -AIR, -OER e –UIR. Ex: atrai, cai, influi, sai, dói, possui,
retribui, rói, atribui, mói, corrói.
________térmico
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Emprego do X
a- Em geral, depois de ditongo: caixa, baixo, faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinol,
seixo, trouxa, rebaixar, encaixar.
e- Nas seguintes palavras: anexim, bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa,
lixa, lixo, mexer, mexerico, puxar, rixa, oxalá, praxe, vexame, xadrez, xarope,
xaxim, xícara, xale, xingar, xampu.
Emprego do CH
a- Nas palavras bucha, charque, charrua, chávena, chuchu, chimarrão, cochilo,
cochilar, fachada, ficha, flecha, mecha, mochila, pechincha, tocha.
b- S:
c- SS
d- SC, SÇ
e- X:
f- XC
b- Com os sufixos
c- Depois de ditongos:
Emprego do Z
a- Em palavras derivadas de outras que possuem Z:
b- Nos sufixos:
S ou Z?
a- -ês
b- –ez
c- -esa
✓ Nas palavras:
Improvisar Vulgarizar
Paralisar Motorizar
Pesquisar Escravizar
Pisar Cicatrizar
Frisar Deslizar
Exercício
1. Use S ou Z:
Acentuação
a- Monossílabos tônicos
b- Oxítonas
c- Paroxítonas
b- Us, um, uns – vírus, bônus, álbum, parabélum (arma de fogo), álbuns
d- Ã, ãs, ão, ãos – ímã, órfã, ímãs, órfãs, bênçãos, órgão, sótãos
d- Proparoxítonas
Importante:
Enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, povoo, creem, leem, deem, veem,
descreem, releem, reveem.
➢ Continua em pôde (3ª pessoa de pret. Perf. Ind.) para diferenciar do pode (3ª
pessoa sing. Do pres. Ind.)
Baiuca (taverna pequena e suja, frequentada pela ralé; botequim simples que geralmente
vende bebidas alcóolicas, bodega; habitação humilde), boiuna (enorme cobra escura
capaz de virar as embarcações), feiura, feiume (deformidade, irregularidade)
Exercício
Acentue corretamente as palavras, quando necessário:
PONTUAÇÃO
A pontuação tem por finalidade marcar as pausas e entonação de voz na leitura,
além de ajudar a expressão de pensamentos e emoções, tornando à escrita mais clara e
simples a compreensão.
A VÍRGULA
A vírgula é usada:
✓ Separar aposto (termo que explica outro termo na frase) e vocativo (termo
que chama atenção de algo ou alguém):
Oremos, Maria, pois quero agradecer por tudo que o Criador tem me dado.
Escuta, ó pai, nossa súplica.
Jesus, o filho de Deus, morreu pelos homens.
A Bíblia, Palavra de Deus, é um livro incomparável.
PONTO E VÍRGULA
O ponto e vírgula marca pausa maior que a vírgula e menor que a do ponto. O
ponto e vírgula é usado para:
✓ Separar orações que são ligadas sem conjunções, sejam curtas ou longas:
Hoje o céu e a terra me sorriram; hoje recebi o sol no fundo da minha alma.
Obrigado, Senhor: pelos meus braços perfeitos, quando há tantos mutilados;
pelos meus olhos perfeitos, quando há tantos sem luz; pela minha voz que
canta, quando tantas emudecem; pelas minhas mãos que trabalham, quando
tantas mendigam.
PONTO FINAL
Usa-se o ponto final como pausa máxima:
DOIS PONTOS
É usado para:
✓ Citações e fala:
“A vida inteira que podia ter sido e que não foi”. (Manuel Bandeira)
E o pai perguntou:
- Aonde vai garoto?
✓ Enumeração:
Os amigos são poucos: Paulo, Renato, José e Antônio.
“Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos
altivos, língua mentirosa...” Pv. 6:16-19
✓ Esclarecimento:
Só quero uma coisa: paz.
Não se trata de um homem inteligente: é, apenas, muito esperto.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
É usado no final de uma oração, para indicar uma pergunta direta:
“Por que, Senhor, te conservas longe?
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PONTO DE EXCLAMAÇÃO
É usado para marcar as frases exclamativas (expressar sentimentos, ordem,
pedido e chamamento). É também empregado:
✓ Depois de interjeições:
Oh! Que belo dia!
Ah! Quanto há por fazer ainda...
RETICÊNCIAS
Marca uma suspensão da frase. É usada para:
ASPAS
A função principal das aspas é isolar do contexto frases ou palavras alheias. É
usada para:
PARÊNTESES
Tem como função intercalar no texto qualquer indicação acessória. São usados
para:
✓ Separar um comentário:
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O que ela mais queria ganhar (seria preferível nem contar) era um
trenzinho!
TRAVESSÃO
É um traço maior que o hífen e é usado para:
✓ Indicar mudança de interlocutor no diálogo:
“ – Bom dia, nhá Benta.
- Bom dia, meu filho.
- Vai precisar de mim, sinhá?
- Preciso sempre, toda hora”. (Monteiro Lobato)
COLCHETES
Têm a mesma função dos parênteses; todavia, seu uso se restringe aos escritos
de cunho didático, filosófico, científico:
“Luzente. [Do lat. Lucente.] Adj. 2 g. Que luz ou brilha”. (Novo Dicionário Aurélio, 3ª
edição, 1999)
“Cada um colhe [conforme semeia]”. (Adriana da Gama Kury)
EXERCÍCOS
3- A frase só tem sentido se nela forem incluídos: ponto final, vírgulas, travessão:
Maria toma banho porque sua mãe disse ela pegue a toalha
CRASE
O artigo feminino a ou as
Fomos à cidade e assistimos às festas.
Uma locução adverbial que seja feminina como: às pressas, às cegas, à toa...
Diante de verbos
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EXERCÍCIOS
3- Siga o exemplo:
AO (masculino) – À (feminino) A (masculino) – A (feminino)
a- Alice obedece ao pai e à mãe.
b- Dedicas o livro a homem ou a mulher?
c- Recorremos ao diretor e _________________
d- Prestamos homenagens a papai e _________________
e- Muitos ofereceram flores aos noivos e _________________
f- Fui apresentado a reis e _________________, a príncipe e _________________.
g- São brinquedos que agradam a meninos e _________________
h- Apresentaram-me ao rei e _________________, ao príncipe e
_________________
b- Edi levou a criança a uma praça e ficou sentada a sombra das árvores.
c- Prefiro coca-cola a guaraná, vinho a cerveja, água da fonte a do rio.
d- Devido a ventania, nenhum homem-asa se atreveu a saltar da Pedra Bonita.
e- Fiz marcha a ré e parei em frente a uma loja que vendia a vista e a prazo.
f- A meia-noite, o retirante chegou a cidade com um saco as costas.
g- Isto compete só as autoridades, compete a mim, a você, a todos.
h- Chamou-o a parte e disse-lhe: “quanto a isso, pode ficar tranquilo”.
i- Quanto a tia, nada a reclamar: pessoa fina, tem horror a discussões.
j- Encostou-se a janela, atento a campainha do telefone.
CONCORDÂNCIA
CONCORDÂNCIA NOMINAL
2) Quite é variável:
Estou quite com o serviço militar./ Estamos quites com nossos credores.
3) Obrigado é variável:
Ela se despediu com um obrigada./ Elas se despediram com vários obrigadas.
5) Bastante é variável:
Conheci bastantes pessoas na festa./ Comam bastantes frutas!
Como advérbio não varia: Comam bastante! Correram bastante!
6) Menos é invariável:
Gaste menos água./ À noite há menos pessoa na praça.
9) Alerta é invariável:
As donas de casa estão alerta a qualquer elevação de preço.
10) Certos adjetivos como sério, claro, barato, alto, raro, etc., quando usados com
função de advérbio terminado em –mente, ficam invariáveis:
Levantem alto os braços.
Vamos falar sério.
Penso que falei bem claro.
A gasolina custa caro.
Elas raro vêm aqui.
Transcrevi errado a frase.
EXERCÍCIOS
Corrija as frases:
a- Eu mesmo faço isso – disse a garota.
b- Muito obrigada – disse o rapaz à moça.
c- A namorada falava consigo mesmo, apaixonadíssima.
d- O primeiro e o segundo aluno desta fileira irão à lousa.
e- Neste recinto, é proibido a entrada de pessoas sem documento.
f- Roberto está quites com o serviço militar.
g- Quanta menos gente, melhor.
h- Será necessário a sua presença aqui.
i- A mulher levantou meia tonta.
CONCORDÂNCIA VERBAL
9. Sujeito formado com expressões quantitativas a maior parte de, parte de, a maioria
de, grande número de, etc., seguida de substantivo ou pronome no plural verbo no
singular ou plural:
A maioria dos acidentes ocorre ou ocorrem por imprudência do motorista.
A maior parte dos indígenas respeitava ou respeitavam os pajés.
18. Dar, bater, soar referindo-se às horas concorda com o sujeito, que pode ser:
relógio, horas ou badaladas:
Batem nove horas.
Soou uma badalada.
Já deram seis horas.
22. Sujeito com expressões Um e outro, Nem um nem outro o verbo, de preferência,
no plural, mas pode ser feita a concordância no singular também:
Um e descendia de português.
Nem uma nem outra foto prestavam.
24. Verbo transitivo direto + pronome se: o verbo concordará com o sujeito.
Vende-se casa=casa é vendida
Vendem-se casas=casas são vendidas
25. Verbo transitivo indireto + pronome se: o verbo fica sempre no singular.
Precisa-se de empregados.
Morre-se de amores por ela.
EXERCÍCIOS