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Disciplina: Leitura, Interpretação e Produção textual.

Docente: Adalucami Menezes (Dalu).


LIVRO:

Comunicação em Língua
Portuguesa
(Maria Margarida de Andrade e
João Bosco Medeiros)
Conteúdo:

LÍNGUA E LINGUAGEM
“Linguagem, em sentido lato, é a utilização de um sistema de
signos, de qualquer natureza, capaz de servir à
comunicação.
Destaca-se , de todos esses sistemas de signos, o mais
importante, o mais complexo, a linguagem (fala) humana”
(Maria Margarida de Andrade).

Língua é sistema de signos históricos e sociais que possibilita


ao homem significar o mundo e a realidade. Assim, aprendê-
la é aprender não só as palavras, mas também os seus
significados culturais e, com eles, os modos pelos quais as
pessoas do seu meio social entendem e interpretam a
realidade e a si. (Definição baseada nos Parâmetros
Curriculares).
“A linguagem tem, assim, caráter universal, e a língua
seria a linguagem particular de um povo. Diz-se a
linguagem humana, mas a língua portuguesa”

(Zélio dos Santos Jota).

- Gestos
- Sons
- Sinais
- Fala
- Signos linguísticos
- Regras gramaticais
“A linguagem tem um lado individual e um
lado social, sendo impossível conceber um
sem o outro.”

“A cada instante, a linguagem implica, ao


mesmo tempo, um sistema estabelecido e
uma evolução.”

(Ferdinand de Saussure)
TEXTO:

TROCANDO SEIS POR MEIA


DÚZIA
- Por favor, gostaria de fazer minha inscrição neste
congresso.
- Pelo seu sotaque vejo que o senhor não é brasileiro. O
senhor é de onde?
- Sou de Maputo, Moçambique.
- Da África, né?
- Sim, sim, da África.
- Aqui está cheio de africanos vindo de toda parte do
mundo.
- O mundo está cheio de africanos.
- É verdade.
- Se pensar bem, veremos que todos somos africanos,
pois a África é o berço antropológico da humanidade ...
- Pronto, tem uma palestra agora na sala meia
oito.
- Desculpe, qual sala?
- Meia oito.
- Podes escrever?
- Não sabe o que é meia oito? Sessenta e oito,
assim, veja: 68
- Ah, entendi, meia é seis.
- Isso mesmo, meia é seis. Mas não vá embora, só
mais uma informação: a organização do
congresso está cobrando uma pequena taxa para
quem quiser ficar com o material, CD, apostilas,
etc., gostaria de encomendar?
- Quanto tenho que pagar?
- Dez reais. Mas estrangeiros e estudantes pagam meia.
- Hummm... que bom. Aí está, seis reais.
- Não, o senhor paga meia. Só cinco, entende?
- Pago meia? Só cinco? Meia é cinco?
- Isso, meia é cinco.
- Tá bom, meia é cinco.
- Cuidado para não se atrasar, a palestra começa às nove
e meia.
- Então já começou, são nove e vinte.
- Não, ainda faltam dez minutos. Como falei, só começa
às nove e meia.
- Você pode escrever aqui a hora que começa?
- Nove e meia, assim, veja: 9h30min.
- Ah, entendi, meia é trinta.
- Isso mesmo, nove e trinta. Mais uma coisa, senhor,
tenho aqui um folder de um hotel que está fazendo um
preço especial para os congressistas, o senhor já está
hospedado?
- Sim, já estou na casa de um amigo.
- Em que bairro?
- Nas Trinta Bocas.
- Trinta bocas? Não existe esse bairro em Fortaleza, não
seria nas Seis Bocas?
- Isso mesmo, no bairro meia boca.
- Não é meia boca, é um bairro nobre.
- Então deve ser cinco bocas.
- Não, seis bocas, entende? Seis bocas. Chamam
assim porque há um encontro de seis ruas, por
isso seis bocas. Entendeu?
- E há quem possa entender?

(Livro: PLANTÃO DA ALEGRIA)


VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS:

A língua portuguesa, como qualquer


outra, configura-se em um conjunto de
variantes, isto é, não é uniforme.
Principais Tipos de Variações:

1 – GEOGRÁFICAS – relação com o local.

Envolvem os chamados dialetos.


Para Mattoso Câmara Jr., “os dialetos são
falares regionais”. (Livro: Dicionário de
Linguística e Gramática).
2 – DE ESTILO – idioleto (indivíduo e seu
contexto)

3 – SOCIAIS – camadas sociais (grupo e


seu contexto).
 Há também a variação que ocorre entre
períodos de tempo e recebe o nome de
diacrônica.

 Quando estudamos a língua de um


determinado momento, estamos observando
a variação sincrônica.

(Saussure).
NÍVEIS DE LINGUAGEM:

1) Nível culto
A linguagem formal é elaborada de acordo com as
normas gramaticais. É burocrática, artificial,
conservadora, precisa, impessoal, destituída de
espontaneidade e, não raro, de graça e beleza.
Obediente aos padrões linguísticos.
“Juridiquês” invade condomínios
É natural que o especialista, acostumado aos formais
embates nos tribunais, acabe por utilizar, em seu
cotidiano de trabalho, uma linguagem rebuscada,
recheada de termos técnicos, jargões jurídicos e
palavras em latim. Porém, nas assembleias de
condomínio, o advogado pode e deve usar uma
linguagem mais simples e coloquial, de forma que
seus esclarecimentos sejam mais bem
compreendidos por todos. Afinal, assembleias já são
cansativas e impopulares.
(Marcio Rachkorsky)
2) Nível familiar
Foge às formalidades e aos requintes gramaticais.
É usado nas conversas despretensiosas,
principalmente por pessoas que conhecem a
gramática, mas utilizam um registro menos formal.
O vocabulário empregado é limitado e pouco
variado.

“ – Cadê o livro que te emprestei? Me devolve em


seguida, sim?”

“ – Me faz um favor: vai ao banco pra mim.”


3) Nível popular

Constitui uma variante informal de pouco prestígio, se


comparada com a linguagem familiar e culta; é
espontânea e descontraída. Seu objetivo é a
comunicação clara e eficaz.
É utilizada, sobretudo, por pessoas que pertencem ao
mesmo grupo social e têm baixo grau de escolaridade
ou são analfabetas. Por essa razão, tal variante
linguística distancia-se da normatividade gramatical.
“Nós ouvimo falá do pograma da televisão.”

“Minha prima não quis partir mais cedo, ela


tinha razão, o pessoal come o bolo e dá no
pé.”

“Ele está alto, vamos tirar ele daí.”


Para Internalizar:

Linguagem

Língua
As variações linguísticas (geográfica,
de estilo e social) são reais e precisam
ser consideradas em um processo
comunicativo.

Os níveis de linguagem (culto, familiar


e popular) organizam os objetivos da
comunicação.
Obrigada!

@profadalumenezes

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