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VARIAÇÃO
E ENSINO
Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram
o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.
Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser
julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para
evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de
uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por
exemplo: dizer “escrever claro” não é certo mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E
quando possível surpreender, iluminar, divertir, mover... Mas aí entramos na área do talento,
que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua.
E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as
desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis
para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua
vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem
que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal,
vivem na boca do povo. São faladíssimas.
Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.
● 1.
● 2.
● 3.
● O QUE É A ESCRITA ?
Nas sociedades
É uma É uma prática
ágrafas não há
tecnologia social. escrita.
inventada pelo Nas sociedades A interação se dá
homem com o grafocêntricas por meio da
objetivo de
são utilizadas linguagem oral ou
registrar o
conhecimento com o objetivo por outros
de promover símbolos ou
fora do suporte
interação. imagens como o
da mente.
desenho.
USO E NORMA EM
EMILIA NO PAÍS DA
GRAMÁTICA
DE MONTEIRO LOBATO
A gramática –
Conceitos e Perspectivas
● A sintaxe lógica trata das estruturas que compõem o período e das relações
de coordenação. As regras de sintaxe determinam as normas de construção
do período – concordância, ordem das palavras, pontuação, emprego das
letras maiúsculas, estilo e vícios de linguagem. Os anexos tratam das
mudanças internas da língua e os aditamentos discorrem sobre o uso de
determinados vocábulos – arcaísmos, neologismos e hibridismos.
● Tomando como termo de comparação a gramática de Julio Ribeiro,
observamos que Monteiro Lobato organizou sua gramática à luz dos critérios
estabelecidos na época. Isto se constata mediante a disposição em duas
partes, morfologia e sintaxe, contendo estas, subdivisões que tratam,
respectivamente, dos aspectos da fonologia, ortografia e formação de
palavras, bem como da função dos termos, das normas de construção do
período, da estilística, dos vícios de linguagem e da referência a
determinados usos – arcaísmos, neologismos, gírias e barbarismos.
● O fato é que a fixação de uma língua, por maior ou menor espaço de tempo,
depende de inúmeros fatores extralinguísticos que emergem das interações
dos indivíduos numa coletividade e não somente do fato da gramatização.
● De certo, que a instrumentalização de uma língua contribui para sua
padronização e, por isso, é um elemento refreador das mudanças. As
gramáticas e os dicionários são aparelhos de referência, que além dos
objetivos didáticos, unificam e divulgam os usos por meio da imposição de
determinadas normas.
● No final do século XIX, o Brasil passa por significativas mudanças marcadas pela
Independência e pela Abolição da Escravatura que, aliadas à entrada dos ideais
românticos, ensejaram a influência de outros países, como a França, de onde vieram
novos figurinos políticos, literários e filosóficos.
● Neste período, iniciam-se mais intensamente os estudos do português no
Brasil. Desta forma, o segundo período demarcado por E. Guimarães entre a
segunda metade do século XIX e o início do século XX, refletiu nos estudos
lingüísticos as mudanças do campo sócio-político e cultural.