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Escola Portuguesa de Luanda - Centro de Ensino de Língua Portuguesa

Português – 5.º ano_ Ano letivo 2021/22


Teste de avaliação - O Texto Narrativo

Nome: ________________________________________________ N.º: Turma: _________

Classificação: __________________________________ Professora: _______________________

GRUPO I – LEITURA

Lê, atentamente, o texto seguinte. Se necessário, consulta o vocabulário.

Pequeno veículo, grande impacto

Sobre duas rodas


Atualmente, fabrica-se quase o triplo de bicicletas em relação aos automóveis. Há
cinquenta anos, estavam a par. As duas rodas têm contribuído, desde o século XIX,
para forjar1 a imagem da modernidade.

Aquela que costuma ser considerada a primeira bicicleta foi construída, em 1817, pelo
alemão Karl Drais (1785-1851), para fazer frente à escassez2 de cavalos no “ano sem
verão”, um ano de anomalias climatéricas provocadas pela explosão do vulcão Tambora
5
(Indonésia). Era um veículo de madeira com duas rodas, assento e um dispositivo para
controlar a direção. Era impulsionado com os pés e atingia o dobro de velocidade de uma
deslocação a pé. O escocês Kirkpatrik Macmillan (1812-1878) incorporou, em 1839, pedais
que ativavam um mecanismo com bielas3, num movimento que não era circular mas de
vaivém. Já não era necessário impulsionar o veículo com os pés.
Em 1861, Pierre Michaux (1813-1883) e o seu filho Ernest, franceses, incorporaram
1
0 pedais no eixo4 da roda dianteira. Para conseguir uma maior rotação por pedalada, os
velocípedes passaram a ter rodas dianteiras muito altas, o que era perigoso.
Depois do sucesso na Exposição de Paris, de 1867, a bicicleta dos Michaux começou a
ser fabricada de forma industrial, com uma produção de 200 unidades por dia. Chegou a
ter uma roda dianteira com 1,5 metros de diâmetro, e foi com este modelo que se realizou
a primeira competição, em 1868.
Em 1880, introduziu-se a transmissão por corrente, mas o antecedente da bicicleta atual
1 seria criado pelo inglês John Kemp Starley (1854-1901), em 1885. Utilizava a corrente de
5 tração traseira, as duas rodas tinham uma dimensão semelhante e o assento estava
apoiado na roda de trás, o que proporcionava mais segurança.
Em 1887, chegaram as rodas de borracha maciça, que substituíram as de madeira com
aro de ferro. Foi também nessa altura que começaram a ser usados tubos de aço no
quadro dos veículos. O pneu com câmara de ar foi inventado pelo escocês John Boyd
Dunlop (1840-1921), em 1888. A partir de 1900, a bicicleta, até aí um produto caro,

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começou a ficar mais acessível.

SUPER interessante, n.º 283, novembro de 2021, p. 24

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Vocabulário
1
forjar – construir; 2 escassez – falta; 3 bielas – peças que servem para transmitir movimento a outras peças;
4
eixo – peça em torno da qual gira o cubo de uma roda.

1. Assinala com X, de 1.1. a 1.3., a opção que completa corretamente cada


frase,
de acordo com o sentido do texto.

1.1. A primeira bicicleta foi construída pelo


A. escocês Kikpatrik Macmillan.
B. francês Pierre Michaux.
C. alemão Karl Drais.
D. inglês John Kemp Starley.

1.2. A invenção das bicicletas procurou responder a


A. uma necessidade crescente de prática desportiva.
B. uma escassez de cavalos registada num ano anómalo.
C. um objetivo de facilitar a mobilidade.
D. um apelo de mobilização contra as alterações climáticas.

1.3. A partir de 1900, a bicicleta


A. começou a ficar mais acessível.
B. começou a ficar mais cara.
C. tornou-se mais leve e veloz.
D. tornou-se inacessível a quase todos.

2. Associa cada um dos anos (coluna A) à respetiva evolução da bicicleta (coluna B).
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Coluna A Coluna B

1. chegaram as rodas de
A. Em 1839, borracha maciça.

B. Em 1880, 2. introduziu-se a transmissão


por corrente.

C. Em 1887, 3. foram incorporados os pedais.

A. _____ B. _____ C. _____

GRUPO II – Educação Literária

Lê, atentamente, o texto seguinte. Se necessário, consulta o vocabulário.

A bicicleta que tinha bigodes

Na minha rua vive o tio Rui, que é escritor e inventa estórias¹ e poemas que até chegam
a outros países muito internacionais.
O CamaradaMudo, um senhor gordo que fala pouco e está sempre sentado na esquina
da nossa rua, disse que essas estórias já foram transformadas em peças de teatro num
5 país com nome comprido, parece que se diz “Julgoeslávia”.
Quando ouvi a notícia na rádio, que iam dar uma bicicleta bem bonita, amarela,
vermelha e preta, lembrei-me logo de falar com o tio Rui. Era um concurso nacional com
primeiro prémio de uma bicicleta colorida que já apareceu na televisão, mas nesse dia na
nossa rua não havia luz.
De noite, a falar com a minha almofada, eu até já prometi bem as coisas: “se eu ganhar
1 a bicicleta colorida, vou deixar todos da minha rua andarem sem pedir nada em troca, nem
0 gelados nem xuínga”.
Essa promessa assim bem dura de fazer é que me fazia acreditar que eu ia mesmo
ganhar a bicicleta.
Mas eu não tenho jeito nenhum para essa coisa das estórias. Falei com outros miúdos,
para saber quem tinha ideias, quem queria participar no concurso nacional da bicicleta
colorida, mas todos me gozam a dizer que essa bicicleta já deve ter dono, que já sabem
quem é que vai ganhar.
1
5 Não entendi aquilo, mas não desisti. Fui ainda falar com o CamaradaMudo.
– É verdade que essa bicicleta que estão a anunciar na rádio não é de verdade?
– Claro que é de verdade – o CamaradaMudo respondeu. – Tu tens uma boa estória?
– Eu só tenho uma boa vontade de ganhar essa bicicleta.
– Mas para ganhares tens de inventar uma estória.
– Tou mas é a pensar que devíamos pedir patrocínio no tio Rui, aquele que escreve bué
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de poemas.
– Isso não é batota?
– Batota porquê?
– E as outras crianças?
2 – Quero lá saber, não tenho culpa que o tio Rui vive aqui na minha rua. Eles que
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descubram também o escritor da rua deles.
O tio Rui é simpático e tem sempre bué de pressa.
Às vezes nos dá dinheiro para irmos comprar gelado e, no dia 1 de junho, podemos
entrar todos no quintal da casa dele para ouvir algumas estórias que ele lê diretamente dos
papéis amarelos onde ele escreve. Fala com uma voz constipada e algumas palavras
mesmo são difíceis de entender. Eu pensava que era só o modo de falar, mas a minha
2
amiga Isaura é que me explicou um dia.
5 – Não vês como são os bigodes do tio Rui?
– São como?
– São assim tipo capim² que já não corta desde o último cacimbo³.
– E depois?
– Depois que alguns sons e algumas palavras ficam presas ao bigode. Então só
ouvimos já o resto.

3 Ondjaki, A bicicleta que tinha bigodes, 7.ª ed., Alfragide, Editorial Caminho, 2020, pp. 11-15, 39-40
0
Vocabulário
1
estórias – narrativas de ficção oral ou escrita;
2
capim – designação dada a várias plantas;
3
cacimbo – orvalho.

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5

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3. Classifica-o narrador quanto à presença na ação e justifica com uma transcrição textual.
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4. O narrador ouviu uma notícia na rádio, qual?

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5. Explica o significado da expressão seguinte

“De noite, a falar com a minha almofada” (linha 10).

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6. Atenta na seguinte expressão: “Mas eu não tenho jeito nenhum para essa coisa das
estórias.”
6.1. A quem o narrador decide pedir ajuda e porquê?

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7. Indica o recurso expressivo que está presente na passagem “São assim como capim
que já não corta desde o último cacimbo.” (linha 39).

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8. Faz a caracterização do tio Rui, de acordo com as informações do texto.
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9. O texto termina com um diálogo (linhas 37 a 41),
9.1. Quem são as personagens que estão a conversar?
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GRUPO III – GRAMÁTICA

1. Completa a tabela, tendo em consideração que as palavras de cada linha têm de


pertencer à mesma família.
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Nomes Adjetivos Verbos

a) mágoa

b feliz
)

c) entristecer

d alegria
)

2. Assinala com X as palavras que pertencem à família de “almofada”.

A. cama C. colchão
B. almofadinha D. almofadar

3. Completa as frases com os verbos apresentados entre parênteses nos tempos


e modos indicados.

a) Aquele _______________ (ser – pretérito imperfeito do indicativo) o prémio da


vida do narrador.

b) A bicicleta _______________ (ocupar – pretérito perfeito do indicativo) os


seus pensamentos durante muito tempo.

4. Indica a função sintática dos elementos sublinhados nas frases.

a) Tio Rui, conta-nos uma história.


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b) Todas as crianças viviam na mesma rua.


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c) Ele inventa histórias e poemas.


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d) A Isaura dava nomes de gente aos bichos.


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5. Reescreve as frases substituindo o complemento sublinhado pelo pronome


adequado.

a) Ele dava dinheiro às crianças.


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b) Eles ouviam as histórias.
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c) O narrador fez uma promessa.


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6. Indica a classe a que pertencem as palavras da frase seguinte, colocando uma X na


tabela.

O tio Rui lia calmamente umas belas histórias às crianças.

nome adjetivo verbo advérbio determinante preposição


O
tio
Rui
lia
calmamente
belas
histórias
às
crianças

GRUPO IV – ESCRITA

O narrador do texto sonhava com uma boa história para conseguir ganhar uma
bicicleta.
Escreve um texto narrativo, no qual contes uma história que consideres criativa para
participares no concurso.
O teu texto, com um mínimo de 140 e um máximo de 200 palavras, deve:
 apresentar introdução, desenvolvimento e conclusão;
 ter momentos de descrição;
 ter um momento de diálogo;
 ter um título adequado.
No final, faz a revisão do teu texto, verificando se:
 respeitaste o tema proposto e o género indicado;
 as partes estão devidamente ordenadas;
 há repetições que possam ser evitadas;
 usaste corretamente a pontuação.

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Bom trabalho!

A professora, Ana Quelhas Rodrigues

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