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BIOLOGIA E GEOLOGIA – 10º ANO 2020/2021

Ficha informativa
Nome: ______________________________ Turma: ___ Nº: ___ Data: ________

OBTENÇÃO DE MATÉRIA PELOS SERES AUTOTRÓFICOS

✔ A maioria dos seres autotróficos realiza a fotossíntese, processo pelo qual, utilizando a energia luminosa,
produzem matéria orgânica a partir de dióxido de carbono (CO2) e água (H2O), com libertação de oxigénio (O2).
Estes seres, de que são exemplo as plantas, as algas e as cianobactérias, designam-se por fotoautotróficos.

✔ Os seres quimioautotróficos realizam a quimiossíntese, processo de síntese de compostos orgânicos que


utiliza o dióxido de carbono como fonte de carbono mas, em vez da energia solar, usam a energia proveniente
da oxidação de substâncias inorgânicas, por exemplo, H2S.

ATP – adenosina trifosfato

Principal transportador de energia na célula.


A energia luminosa ou energia química não podem ser utilizadas diretamente pelas células. Parte dessa energia é
transferida para um composto, adenosina trifosfato (ATP), que constitui a fonte de energia diretamente utilizável
pelas células. As moléculas de ATP são a
forma mais comum de circulação de energia numa
célula, pois podem ser facilmente hidrolisadas.
Quando se dá a hidrólise de ATP a reacção é
exoenergética.
Quando se dá a fosforilação de ADP a reacção é
endoenergética.

Figura 1 – Transferências de energia – ciclo do ATP


NADP

O NADP é um transportador de eletrões que está envolvido em reações de oxidação-redução que ocorrem nas
células. A oxidação de moléculas orgânicas liberta eletrões que se podem ligar ao NADP +(juntamente com um H+)
3 origina NADPH. A oxidação do NADPH permite libertar eletrões (2e -) e o H+.
FOTOSSÍNTESE

As folhas são os órgãos fotossintéticos mais importantes nas plantas superiores.

Equação global da fotossíntese:

luz solar e clorofilas


6CO2+ 12H2O C6H12O6+ 6O2+ 6H2O
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matéria pelos seres autotróficos 1
Nos seres eucariontes (algas e plantas), a fotossíntese realiza-se ao nível dos cloroplastos, enquanto que
nos seres procariontes (alguns tipos de bactérias) realiza-se ao nível das lamelas internas localizadas no
citoplasma ou em expansões da membrana citoplasmática.

O cloroplasto tem uma


forma
discóide ou lenticular, com
cerca de
3 – 10 µm de diâmetro e
observáveis
ao MOC. Cada célula de uma
folha
pode conter 40 – 50
cloroplastos,
embora esse número seja
variável.

Figura 2 - Estrutura de um
cloroplasto

Cloroplasto - organelo celular delimitado por uma dupla membrana de constituição básica idêntica à da membrana
celular. Internamente possui sáculos, os tilacoides, que formam estruturas empilhadas. É na membrana dos
tilacoides que se localizam os pigmentos fotossintéticos. Os tilacoides estão mergulhados num material
indiferenciado, o estroma, onde podem existir partículas de amido e gotículas lipídicas.

A cor dos cloroplastos está associada à presença de pigmentos, observáveis ao ME – as clorofilas –


localizadas num sistema de membranas (tilacoides e lamelas) que atravessa a matriz do cloroplasto – o estroma.
São necessários pigmentos fotossintéticos para a realização da fotossíntese. A função dos pigmentos
fotossintéticos é absorver a energia luminosa e convertê-la em energia química.
PIGMENTO COR DISTRIBUIÇÃO

Clorofila Clorofila a Verde Todos os eucariontes e procariontes fotossintéticos.

Clorofila b Plantas e algas verdes

Clorofila c Algas castanhas e diatomáceas

Clorofila d Algas vermelhas

Carotenoides Carotenos Cor-de-laranja Todos os organismos fotossintéticos, excetuando as algas.

Xantofilas Amarela Algas castanhas e diatomáceas.

Ficobilinas Ficoeritrina Vermelha Algas vermelhas e alguns tipos de bactérias.

Ficocianina Azul Algas azuis (cianobactérias)

A energia solar é constituída por


radiações de diferentes comprimentos de
onda.
Os organismos fotossintéticos apenas
utilizam
na fotossíntese parte das radiações do espectro
de luz visível. As clorofilas absorvem,
principalmente, as radiações correspondentes às
zonas azul-violeta e laranja-vermelho, enquanto
que, pelo contrario, refletem as radiações
correspondentes ao verde.

Figura 3 - Relação entre o espectro de ação da fotossíntese e o espectro de absorção numa planta.

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matéria pelos seres autotróficos 2
As faixas com maior atividade fotossintética são as azul-violeta e laranja-vermelho, pois são aquelas onde
ocorre maior absorção.

Mecanismo da fotossíntese:

Quando um fotão atinge um átomo, um dos eletrões salta para um nível energético superior. Diz-se que o
eletrão está num estado excitado. Quando os pigmentos fotossintéticos absorvem luz, os seus eletrões passam
para níveis de energia superiores.
A luz captada pelos pigmentos fotossintéticos vai gerar uma corrente de eletrões (es-) que flui de uma
substância transportadora para outra.

Os pigmentos fotossintéticos têm a função de captar energia luminosa e convertê-la em energia química.

A luz usada na fotossíntese não é, em geral, absorvida por um único pigmento. A planta possui vários
pigmentos associados. Os mais importantes para a fotossíntese são as clorofilas; localizam-se nas membranas
dos tilacoides.

Nos cloroplastos, os pigmentos estão, então, agrupados em unidades fotossintéticas chamadas


FOTOSSISTEMAS

Unidades fotossintéticas, nas membranas dos tilacoides. Existem dois fotossistemas: Fotossistema I – absorve luz
com comprimentos de onda ± 700 nm (P700); Fotossistema II - absorve luz com comprimentos de onda ± 680 nm
(P680). Em cada um, a maioria dos pigmentos (clorofilas a e b e carotenoides) funciona como pigmentos-antena.
Estes captam a luz e transferem a sua energia para o centro de reação, onde se localizam duas moléculas de
clorofila a que, ao receberem essa energia perdem um par de eletrões, ficado oxidadas – oxidação das clorofilas.

Quando a luz atinge os fotossistemas, desencadeia uma sucessão de excitações / desexcitações eletrónicas nos
pigmentos. No final dessa série, dois eletrões “saem” da clorofila, que fica oxidada e são captados por uma
molécula específica que é reduzida.
Figura 4 – Estrutura de um fotossistema
Fases da Fotossíntese

A fotossíntese realiza-se ao nível dos cloroplastos e envolve dois processos: um conjunto de reações dependentes
da luz – fase fotoquímica – e um segundo processo que consiste num conjunto de reações independentes da luz
e essencialmente enzimáticas – fase química.

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matéria pelos seres autotróficos 3

Figura 5 – Fases da fotossíntese


Fase fotoquímica:

Corresponde à fase em que a energia luminosa é captada e convertida em energia biologicamente


utilizável. Ocorre a nível dos tilacoides.

✔ Fotólise da água - A molécula de água sofre um fenómeno de fotólise, que origina átomos de hidrogénio (de
onde provêm os eletrões para neutralizar a clorofila) e de oxigénio (que é libertado para o meio exterior).
✔ Oxidação da clorofila a – Ocorre quando as moléculas de clorofila captam luz, o que provoca a sua
excitação. Cada uma dessas moléculas de clorofila perde eletrões, ficando oxidada.
✔ Fluxo de eletrões - origina-se uma corrente de eletrões que se propaga ao longo de uma série de
transportadores de eletrões – que se encontram na membrana dos tilacoides. Este fluxo de eletrões liberta
energia que é utilizada para formar ATP a partir de moléculas de ADP e de um grupo fosfato. Este processo
designa-se fotofosforilação (a energia necessária para a síntese de ATP provém da luz.
✔ Redução do NADP+ (T) – os iões de hidrogénio (H+), juntamente com os eletrões que percorrem a cadeia
transportadora (fluxo de eletrões) vão ser utilizada na redução do NADP+em NADPH (T em TH 2).

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Figura 6 – Reações que ocorrem na fase fotoquímica


Fase química:

✔ Ocorre no estroma dos cloroplastos.


✔ Constitui o conjunto de reações da fotossíntese não dependentes da luz.
✔ Ocorre o Ciclo de Calvin. Este ciclo é mantido à custa da regeneração de uma pentose (ribulose difosfato –
RuDP), a partir de uma triose (aldeído fosfoglicérico – PGAL) , que é o responsável direto pela formação
da glicose. Realiza-se em três etapas:
✔ Fixação do carbono – o CO2 atmosférico é fixado e combina-se com a ribulose difosfato (RuDP),
formando um composto instável com 6 carbonos. Esta reação é catalisada pela enzina RuBisCO.
No final formam-se 2 compostos com 3 carbonos (ácido fosfoglicérico – PGA).
✔ Redução e produção de açucares – os compostos com 3 carbonos vão ser fosforilados pelo ATP e
reduzidos pelo NADPH. Forma-se aldeído fosfoglicérico (PGAL). Uma parte do PGAL é utilizado
na síntese de glícidos, como a glicose.
✔ Regeneração da Ribulose difosfato (RuDP) – as moléculas que não foram utilizadas na síntese de
glícidos, são fosforiladas pelo ATP regenerando a RuDP, permitindo a continuação do ciclo e a
fixação de CO2.

Figura 7 – Ciclo de Calvin


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matéria pelos seres autotróficos 5
✔ O ciclo de Calvin tem início com a combinação de CO2 com uma pentose (ribulose difosfato – RuDP).
Origina um composto instável com 6 carbonos.
✔ Este composto origina imediatamente duas moléculas com três átomos de carbono (ácido fosfoglicérico –
PGA).
✔ As moléculas de PGA são fosforiladas pelo ATP e posteriormente reduzidas pelo NADPH, formando aldeído
fosfoglicérico (PGAL).
✔ Para se formar uma molécula de glicose, é necessário que o ciclo se realize 6 vezes, gastando-se 6
moléculas de CO2, 18 moléculas de ATP (3 por cada ciclo) e 12 moléculas de NADPH (2 por cada ciclo).
Mecanismo fotossintético

Fase fotoquímica Fase química

Local em que ocorre Tilacoides Estroma

Produtos utilizados Luz ATP


Água NADPH
ADP + Pi CO2
NADP+

Fenómenos que Absorção da energia luminosa pelos Ciclo de Calvin; incorporação de CO2;
ocorrem pigmentos fotossintéticos; excitação da combinação do CO2 com a RuDP; formação
clorofila a; fotólise da água; fluxo de eletrões; do PGAL; conversão do PGAL em
produção de ATP; redução do NADP+; compostos orgânicos; regeneração da
libertação de oxigénio. RuDP; Formação de ADP e oxidação de
NADPH em NADP+.

Produtos finais ATP ADP + P


NADPH + H+ NADP+
O2 Glicose / moléculas orgânicas
RuDP
QUIMIOSSÍNTESE

Os seres que realizam a quimiossíntese, como


algumas bactérias, são designados
quimioautotróficos, pois produzem os seus próprios
compostos orgânicos utilizando como fonte de
energia a oxidação de compostos minerais, como o
amoníaco, o dióxido de carbono, ou o sulfureto de
hidrogénio, por exemplo.

Figura 8 – Fases da quimiossíntese

Referências bibliográficas:
http://www.resumos.net/files/obtencaodemateria.doc
www.escolavirtual.pt
https://auladigital.leya.com/
http://biogilde.wordpress.com/2009/04/20/pigmentos-fotossinteticos-e-espectro-de-absorcao-luminosa/

A Professora:
Ana Sofia Tibério

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