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2018

RESULTADOS
DO PROJETO

ESTUDO DE CASO | COMPESA

AÇÕES DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA EM REDUÇÃO


E CONTROLE DE PERDAS DE ÁGUA E USO
EFICIENTE DE ENERGIA ELÉTRICA

Secretaria Nacional
de Saneamento
Ambiental - SNSA
MINISTÉRIO DAS CIDADES son Tiago dos Santos Pedrosa, Hugo Fagner dos
Santos Pedrosa, Ítala Gomes dos Santos Jesus,
Ministro das Cidades Jair Jackson Dias Santiles, Jairo Tardelli Filho,
Alexandre Baldy de Sant’anna Braga Jardel Almeida de Oliveira, Jean Morillas, João
Gustavo Ferreira Junior, João Roberto Rocha
Secretário Executivo Moraes, José Fabiano Barbosa, Julian Thornton,
Silvani Alves Pereira Ksnard Ramos Dantas, Leandro Moreira, Lineu
Andrade de Almeida, Luís Carlos Rosas, Luís
Secretário Nacional de Saneamento Ambiental Guilherme de Carvalho Bechuate, Luiz Fernando
Adailton Ferreira Trindade Rainkober, Mariana Freire dos Santos, Maurício
Alves Fourniol, Maurício André Garcia, Michel
Diretor do Departamento de Planejamento e Vermersch, Milene Cássia França Aguiar de
Regulação Salvo, Nilson Massami Taira, Paula Alessandra
Ernani Ciríaco de Miranda Bonin Costa Violante, Paulo Cezar de Carvalho,
Pedro Frigério Paulo, Pedro Gilberto Rodrigues
Coordenadora da UGP/SNSA da Mota, Pedro Paulo da Silva Filho, Pertony Ri-
Wilma Miranda Tomé Machado beiro Guimarães, Rodolfo Alexandre Cascão Iná-
cio, Rodrigo Andrade de Matos, Rodrigo Martin
Equipe Técnica do INTERÁGUAS Teresi, Sílvio Henrique Campolongo, Thatiane
André Braga Galvão Silveira, José Dias Corrêa Medeiros Soares de Almeida, Vinicius Kabakian,
Vaz de Lima, Paulo Rogério dos Santos e Silva Wantuir Matos de Carvalho, Wellington Luiz de
Carvalho Santos
Consultor INTERÁGUAS
Airton Sampaio Gomes COMPANHIA PERNAMBUCANA DE SANEAMEN-
TO - COMPESA
BANCO MUNDIAL
Comissão de Acompanhamento
Gerente de Projeto Danilton Henrique Sampaio Carneiro, Guilherme
Marcos Thadeu Abicalil Duarte Freire, José Leonardo Lemos da Silva,
Paula Pedreira de Freitas de Oliveira Lucy Ferreira Calazans, Luís Henrique Pereira
da Silva, Maria Lúcia Martins de Lima, Saulo de
INSTITUTO INTERAMERICANO DE COOPERAÇÃO Carvalho Sá, Solon da Cunha Medeiros Neto
PARA A AGRICULTURA – IICA
Unidade de Caruaru
Representante do IICA
Jorge Hernán Chiriboga Comitê Gestor
Danilton Henrique Sampaio, Djailton Arruda da
Equipe Técnica IICACristina Costa, Kilmara Silva, Itaguaci Gomes, José Leonardo Lemos da
Ramos, Gertjan Beekman Silva, Linaldo Mendes dos Santos Júnior, Lívia
Clemente de Andrade, Luiz Evânio Rocha da
CONSÓRICO WMI - NG INFRA - SAGE Silva, Mario Heitor Gade Filho

Equipe Técnica Grupos de Trabalho


Alexandra De Nicola, Alexandre Savio Pereira Abmael Vasconcelos, Adalto Pereira da Silva,
Ramos, Álvaro José Menezes da Costa, Ana André Luiz de Almeida, Andrea Azevedo Abrante
Lúcia Floriano Rosa Vieira, Andrey Barbosa Oliveira, Andrea Lemos Porto, Andreia Laurinda,
Dantas Souza, Augusto Nelson Carvalho Viana, Ayna Miranda, Cláudia Virgínia Felipe da Silva,
Bertrand Dardenne, Cássio Caçula de Lima, Danilton Henrique Sampaio Carneiro, Delson
Clênio Alberto Argôlo Lopes, Diogo da Fonseca José Inácio da Silva, Djailton Arruda da Silva,
Reis, Eduardo Augusto Ribeiro Bulhões Filho, Érica Vanusa Siqueira dos Santos, Everton José
Eudes de Oliveira Bomfim, Fátima Carteado, de Paula Santos, Fabiola Arruda Gonçalves,
Franz Bessa da Silva, Geraldo Prado de Almeida, Géssika Cambrainha, Gilvan de Melo Galvão
Hamilton Pollis, Heber Pimentel Gomes, Hud- Filho, Guilherme José Gomes de Santana, Ionara
Laís da Silva, Jânio Nelson Martins Batista Coordenação editorial
Júnior, Jefferson da Silva Santos, João Fernandes Alexandra De Nicola (MTb 23.341-SP), Rodolfo
da Silva, João Pedro de Miranda Batista, José Alexandre Cascão Inácio
Felicidade Filho, José Leonardo Lemos da Silva,
José Roberto Gouveia dos Santos, José Tiago Redação
Barboza da Silva, Joviniano Batista de Oliveira, Alexandra De Nicola, Andrey Barbosa Dantas
Linaldo Mendes dos Santos Junior, Lívia Souza, Clênio Alberto Argôlo Lopes, Jardel
Clemente de Andrade, Luiz Evânio Rocha da Almeida de Oliveira, José Fabiano Barbosa,
Silva, Luzineide Maria da Silva, Marcelo Ricardo Maurício Alves Fourniol, Pedro Paulo da Silva
Almeida Soares, Marco Polo Ferreira Soares, Filho, Rodolfo Alexandre Cascão Inácio
Maria Roberta Almeida Silva, Mario José Mota,
Mário Teixeira Lucas Júnior, Nyadja Rodrigues Revisão
Menezes, Nilton Godê de Vasconcelos, Paulo Airton Sampaio Gomes, Alexandra De Nicola,
Rogério Vasconcelos Soares, Rafael Cordeiro, André Braga Galvão Silveira, José Dias Corrêa
Renato César da Silva Florêncio, Rogério Be- Vaz de Lima, Maurício Alves Fourniol, Rodolfo
zerra Rodrigues, Sofia Monteiro da Silva Alexandre Cascão Inácio

Unidade de Salgueiro Diagramação


Ítala Gomes dos Santos Jesus, Wellington Luiz
Comitê Gestor de Carvalho Santos
Alexsandro Chaves da Silva, Ayla Sarah de
Freitas Bezerra, Carlos Antônio de Araújo Agosto/2018
Santos, Elvis Alves de Araújo, Fabiano Alen-
car de Miranda, Maria de Lourdes Pereira da
Silva, Mário Solon Pereira Junior, Rivaldo Neto
Valente, Saulo de Carvalho Sá, Saulo Emmanuel
Constantino C. Leão, Tarciana Luzia da Silva

Grupos de Trabalho
Alexsandro Chaves da Silva, Ayla Sarah de
Freitas Bezerra, Carlos Antônio de Araújo San-
tos, Elvis Alves de Araújo, Fabiano Alencar de
Miranda, Januário Nunes de Carvalho, Maria de
Lourdes Pereira da Silva, Mário Solon Pereira
Junior, Rivaldo Neto Valente, Saulo de Carvalho
Sá, Saulo Emmanuel Constantino Carneiro Leão,
Tarciana Luzia da Silva
Sumário
1. A SISTEMATIZAÇÃO DO PROJETO – METODOLOGIA E ESTUDOS DE CASO......................................... 9
1.1 O registro do Projeto Com+Água.2.......................................................................................................... 9

2. O PROJETO COM+ÁGUA.2 – DESCRIÇÃO METODOLÓGICA GERAL........................................10


2.1 Área Temática 1 – Mobilização Social:.................................................................................................10
2.2 Área Temática 2 – Perdas Reais:.............................................................................................................10
2.3 Área Temática 3 - Perdas Aparentes:.....................................................................................................11
2.4 Área Temática 4 – Gestão da Energia:..................................................................................................11
2.5 Área Temática 5 – Planejamento e Gestão:........................................................................................11
2.6 Conhecer para Mudar e Melhorar os Processos................................................................................14
2.6.1 Capacitação em Processo...................................................................................................................14
2.7 Visitas de Intercâmbio Técnico a Prestadores Nacionais...............................................................14

3. O COM+ÁGUA NA COMPESA...................................................................................................................15

4. A ÁREA PRIORITÁRIA DE CARUARU.......................................................................................................22


4.1 Caruaru – Área Prioritária 1......................................................................................................................22
4.1.1 O Município............................................................................................................................................22
4.1.2 Dados de Caruaru - PE.........................................................................................................................22
4.2 Características da AP 1 - Sistema Integrado de Abastecimento de Água - SIAA Caruaru....23
4.2.1 Dados do SIAA Caruaru.......................................................................................................................23
4.3 Características do Distrito de Medição e Controle – DMC Boa Vista I......................................23
4.3.1 Dados do DMC Boa Vista I (Setor 461)..........................................................................................24

5. ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO.....................................................................................................................25
5.1 Área Temática 1 – Mobilização Social..................................................................................................25
5.1.1 Diagnóstico.............................................................................................................................................25
5.1.2 A Implantação........................................................................................................................................ 27
5.1.3 Resumo da Mobilização Social no COM+ÁGUA.2......................................................................38
5.2 Área Temática 2 – Perdas Reais..............................................................................................................38
5.2.1 Generalidades........................................................................................................................................38
5.2.2 Escolha e Implantação do DMC.......................................................................................................38
5.2.3 Macromedição e Telemetria..............................................................................................................40
5.2.4 Cadastro e Modelagem Hidráulica.................................................................................................42
5.2.5 Controle Ativo de Vazamentos.........................................................................................................45
5.2.6 Controle de Pressão e Gestão do DMC..........................................................................................46
5.3 Área Temática 3 – Perdas Aparentes..................................................................................................... 47
5.3.1 Cadastro Comercial.............................................................................................................................. 47
5.3.2 Micromedição.........................................................................................................................................49
5.3.3 Combate a Usos Não Autorizados...................................................................................................52
5.4 Área Temática 4 – Gestão de Energia...................................................................................................54
5.4.1 Metodologia das Medições (Evento de Diagnóstico e Monitoramento)...........................54
5.4.2 Resumo do Diagnóstico Hidroenergético – Bomba da Inversão.......................................... 57
5.4.3 Resumo do Diagnóstico Hidroenergético – Bomba do Anel Oeste II.................................61
5.5 Área Temática 5 – Planejamento e Gestão.........................................................................................69

6. IMPACTO E INDICADORES......................................................................................................................70
6.1 Área Temática 1 – Mobilização Social..................................................................................................70
6.1.1 Indicador de Mobilização Social – IMOB.....................................................................................70
6.2 Área Temática 2 – Perdas Reais..............................................................................................................70
6.3 Área Temática 3 – Perdas Aparentes.....................................................................................................71
6.4 Área Temática 4 – Gestão de Energia...................................................................................................71
6.5 Área Temática 5 – Planejamento e Gestão.........................................................................................72

7. AUTOAVALIAÇÃO DE IMPACTO DO COM+ÁGUA.2 NA AP 1..................................................................73


7.1 Área Temática 1 – Mobilização Social...................................................................................................73
7.2 Área Temática 2 – Perdas Reais...............................................................................................................74
7.3 Área Temática 3 – Perdas Aparentes.....................................................................................................75
7.4 Área Temática 4 – Gestão de Energia....................................................................................................75

8. A ÁREA PRIORITÁRIA DE SALGUEIRO....................................................................................................76


8.1 Salgueiro – Área Prioritária 2 (AP-2).....................................................................................................76
8.1.1 O Município............................................................................................................................................76
8.1.2 Dados de Salgueiro - PE.....................................................................................................................77
8.2 Características DA AP-2 - Sistema Integrado de Abastecimento de Água - SIAA Salgueiro........77
8.2.1 Dados do SIAA Salgueiro...................................................................................................................77
8.3 Características do Distrito de Medição e Controle – DMC Distrito 2.........................................77
8.3.1 Dados do DMC Distrito 02.................................................................................................................77

9. ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO.....................................................................................................................79
9.1 Área Temática 1 – Mobilização Social..................................................................................................79
9.1.1 Diagnóstico.............................................................................................................................................79
9.1.2 Organização............................................................................................................................................79
9.1.3 Comunicação..........................................................................................................................................79
9.1.4 Educação..................................................................................................................................................80
9.1.5 Cultura......................................................................................................................................................80
9.1.6 A Implantação........................................................................................................................................80
9.2 Área Temática 2 – Perdas Reais..............................................................................................................88
9.2.1 Generalidades........................................................................................................................................88
9.2.2 Escolha e Implantação do DMC.......................................................................................................89
9.2.3 Macromedição e Telemetria..............................................................................................................91
9.2.4 Cadastro e Modelagem Hidráulica.................................................................................................93
9.2.5 Controle Ativo de Vazamentos.........................................................................................................95
9.2.6 Controle de Pressão e Gestão do DMC..........................................................................................96
9.3 Área Temática 3 – Perdas Aparentes..................................................................................................... 97
9.3.1 Cadastro Comercial.............................................................................................................................. 97
9.3.2 Micromedição......................................................................................................................................... 97
9.3.3 Combate a Usos Não Autorizados...................................................................................................98
9.4 Área Temática 4 – Gestão de Energia...................................................................................................99
9.4.1 Metodologia das Medições (Evento de Diagnóstico e Monitoramento)............................................99
9.5 Área Temática 5 – Planejamento e Gestão.......................................................................................107

10. IMPACTO E INDICADORES..................................................................................................................108


10.1 Área Temática 1 – Mobilização Social............................................................................................. 108
10.1.1 Indicador de Mobilização Social – IMOB................................................................................ 108
10.2 Área Temática 2 – Perdas Reais......................................................................................................... 108
10.3 Área Temática 3 – Perdas Aparentes............................................................................................... 109
10.4 Área Temática 4 – Gestão de Energia.............................................................................................. 109
10.5 Área Temática 5 – Planejamento e Gestão.................................................................................... 109

11. AUTOAVALIAÇÃO DE IMPACTO DO COM+ÁGUA.2 NA AP 2.............................................................110


11.1 Área Temática 1 – Mobilização Social............................................................................................. 110
11.2 Área Temática 2 – Perdas Reais......................................................................................................... 111
11.3 Área Temática 3 – Perdas Aparentes............................................................................................... 112
11.4 Área Temática 4 – Eficiência Energética........................................................................................ 113
12. RECOMENDAÇÕES PARA SUSTENTABILIDADE do com+água NAS ÁREAS PRIORITÁRIAS
DA COMPESA..............................................................................................................................................114
12.1 Área Temática 1 – Mobilização Social............................................................................................. 114
12.2 Área Temática 2 – Perdas Reais......................................................................................................... 115
12.3 Área Temática 3 – Perdas Aparentes............................................................................................... 116
12.4 Área Temática 4 – Eficiência Energética........................................................................................ 116
12.5 Área Temática 5 – Planejamento e Gestão.................................................................................... 118

Lista de Figuras
Figura 1. Subprojetos.....................................................................................................................................................12
Figura 2. Fluxo de Implantação..................................................................................................................................13
Figura 3. Modelo de Gestão da Compesa................................................................................................................ 17
Figura 4. Mapa estratégico da Compesa para o período de 2018-2022......................................................18
Figura 5. Pirâmide do Ciclo Mensal de Reuniões.................................................................................................19
Figura 6. Mapa de Caruaru............................................................................................................................................22
Figura 7. Área abrangência DMC Boa Vista.............................................................................................................24
Figura 8. Quantitativo de funcionários - GNR Agreste Central Caruaru........................................................31
Figura 9. Boletim informativo Com+Água2............................................................................................................33
Figura 10. Delimitação DMC Boa Vista I.................................................................................................................39
Figura 11. Tela do Sistema de Telemetria...............................................................................................................41
Figura 12. Modelo Hidráulico do DMC.....................................................................................................................43
Figura 13. Subsetores Propostos no QGIS - Preparação do Step Test............................................................44
Figura 14. Telas do Coletor Eletrônico de Dados..................................................................................................48
Figura 15. Demanda de Potência Ativa – Bomba da Inversão.........................................................................59
Figura 16. Vazão de Água de Recalque – Bomba da Inversão..........................................................................60
Figura 17. Volume Bombeado durante o período de Monitoramento...........................................................60
Figura 18. Gráfico de desequilíbrio de Corrente entre fases do Motor.........................................................61
Figura 19. Instalação do Medidor de Vazão Portátil na Adutora do Anel Oeste II...................................65
Figura 20. Registro de Vazão de Água de Recalque – Bomba do Anel Oeste II........................................65
Figura 21. Volume Bombeado durante o período de Bombeamento............................................................66
Figura 22. Linha Neutra de Variação de Energia.................................................................................................. 67
Figura 23. Mapa de Salgueiro......................................................................................................................................76
Figura 24. Distritos de Abastecimento Salgueiro.................................................................................................78
Figura 25. Delimitação do DMC.................................................................................................................................89
Figura 26. Planta/Mapa DMC Distrito 02................................................................................................................90
Figura 27. Tela do Epanet com Exemplo de Modelagem Hidráulica.............................................................94
Figura 28. Zonas de Pressão Sugeridas no DMC Distrito 2..............................................................................96
Figura 29. Demanda de Potência Ativa................................................................................................................. 104
Figura 30. Dados de Demanda................................................................................................................................. 105
Figura 31. Dados de Consumo Específico............................................................................................................. 104
Figura 32. Dados de Vazão........................................................................................................................................ 104
Figura 33. Dados de Custo Específico de Energia............................................................................................. 105
Figura 35. Dados de Consumo de Energia........................................................................................................... 105

Lista de Fotos
Foto 1. Reunião dos Consultores com Integrantes do Comitê Gestor de Caruaru....................................28
Foto 2. Reunião Setorial foi o Momento de discutir Propostas para o Combate às Perdas
de Água e uso Eficiente de Energia...........................................................................................................................30
Foto 3. Apresentação Teatral em Escola..................................................................................................................36
Foto 4. O Curso de Mobilização Social envolveu funcionários de Caruaru e Salgueiro
e Fomentou o Teatro de Mamulengos..................................................................................................................... 37
Foto 5. Ludicidade com a Cultura do Mamulengos para Abordar Cuidados com a Água....................... 37
Foto 6. Instalação Medidor Rel Boa Vista................................................................................................................41
Foto 7. Macromedidor Boa Vista II.............................................................................................................................41
Foto 8. Sondagem de Registro....................................................................................................................................42
Foto 9. Vazamento detectado durante Capacitação............................................................................................44
Foto 10. Equipamentos para Pesquisa de Vazamento da Compesa - Caruaru............................................45
Foto 11. Pesquisa com Haste de Escuta..................................................................................................................46
Foto 12. Desvio do Rap Boa Vista..............................................................................................................................46
Foto 13. Desvio do Rap Boa Vista.............................................................................................................................. 47
Foto 14. Demonstração do Uso do Conjunto Datalogger e do Hidrômetro Volumétrico
Classe C...............................................................................................................................................................................49
Foto 15. Treinamento sobre Levantamento de Perfis de Consumo em Campo.........................................50
Foto 16. Treinamento sobre Ensaios de Bancada para Determinação da
Curva de Envelhecimento.............................................................................................................................................51
Foto 17. Investigação em Campo de Irregularidades nas Ligações de Água..............................................53
Foto 18. Totalizador de Volume e Indicador de Vazão Instantânea...............................................................55
Foto 19. Medidor de Vazão do Sistema da Inversão, do tipo Eletromagnético Intrusivo.......................55
Foto 20. Pontos para Instalação de Manometros e/ou Transmissor de Pressão.......................................55
Foto 21. Pontos de Tomada de Pressão....................................................................................................................56
Foto 22. Instalação dos Transmissores de Pressão na Bomba do Sistema da Inversão.........................56
Foto 23. Conjunto Motobomba do Sistema da Inversão....................................................................................59
Foto 24. Conjunto Motobomba do Anel Oeste II.................................................................................................63
Foto 25. Medição Instantânea de Vibração na Bomba do Anel Oeste II.....................................................63
Foto 26. Conjunto Motobomba...................................................................................................................................63
Foto 27. Tomada de Pressão no Barrilete de Recalque da Bomba do Sistema Anel Oeste II...............64
Foto 28. Barriletes de Sucção e Recalque da Bomba do Anel Oste II..........................................................64
Foto 29. Registrador ele Registrador Eletrônico Universal...............................................................................64
Foto 30. Tomadas de Pressão na Bomba do Sistema Anel Oeste II..............................................................64
Foto 31. Instalação do Medidor de Vazão Portátil na Adutora do Anel Oeste II......................................64
Foto 32. Medidor de Grandezas Elétricas no Centro de Controle de Motores do Motor
do Anel Oeste II...............................................................................................................................................................65
Foto 33. Participantes do Curso de Mobilização Social.....................................................................................82
Foto 34. Reunião dos Consultores com o GT Mob...............................................................................................83
Foto 35. Integrantes do Comitê Gestor, Consultor e Participantes da Reunião Setorial.........................84
Foto 36. Atividade Abordando Cuidados com a Água em Escola Municipal...............................................87
Foto 37. Capacitação de Estanqueidade..................................................................................................................91
Foto 38. Instalação do Cavalete à Jusante do Macromedidor no DMC Distrito 02..................................92
Foto 39. Macromedidor do DMC................................................................................................................................92
Foto 40. Tela do Sistema de Telemetria...................................................................................................................93
Foto 41. Curso de Modelagem Hidráulica...............................................................................................................94
Foto 42. Capacitação de Pesquisa de Vazamentos...............................................................................................95
Foto 43. Caixa de Inspeção de Hidrômetro............................................................................................................95
Foto 44. Treinamento sobre ensaios de Bancada para Determinação da
Curva de Envelhecimento.............................................................................................................................................98
Foto 45. Treinamento sobre Levantamento de Perfis de Consumo................................................................ 97
Foto 46. Investigação em Campo de Irregularidades nas Ligações de Água.............................................98
Foto 47. Transdutores de Corrente e Analisadores de Grandezas Elétricas.............................................. 100
Foto 48. Medidor de Vazão Eletromagnético de Carretel............................................................................... 100
Foto 49. Imagens da Câmera de Termográfica................................................................................................... 101
Foto 50. Medidor de Rotação Digital sem Contato (Rpm).............................................................................. 100
Foto 51. Escala de Rodízio de Abastecimento de Água................................................................................... 101
Foto 52. Conjuntos Motobomba EEAT Distrito 02........................................................................................... 102
Lista de Tabelas
Tabela 1. Dados - DMC Boa Vista I.............................................................................................................................40
Tabela 2. Dados Coletados no Campo......................................................................................................................48
Tabela 3. Características da Bomba de Inversão................................................................................................... 57
Tabela 4. Dados Resumidos do Diagnóstico Hidroenergético.........................................................................58
Tabela 5. Consumo Específico para o Sistema da Inversão...............................................................................61
Tabela 6. Características da Bomba do Anel Oeste II – Eta Petrópolis........................................................61
Tabela 7. Dados Resumidos do Diagnóstico Hidroenergético..........................................................................62
Tabela 8. Curva da Bomba - Anel Oeste II...............................................................................................................66
Tabela 9. Consumo Específico para o Sistema de Abastecimento do Anel Oeste II................................ 67
Tabela 10. Sistema da Inversão..................................................................................................................................68
Tabela 11. Anel Oeste II................................................................................................................................................68
Tabela 12. Dados DMC Distrito 02............................................................................................................................90
Tabela 13. Características da Bomba..................................................................................................................... 101
Tabela 14. Dados Resumidos do Diagnóstico Hidro Energético.................................................................. 102
Tabela 15. Matriz do Balanço Hídrico.................................................................................................................... 106
Tabela 16. Resumo de ações de EE – EEAT Distrito 02..................................................................................107
Resultados do projeto

1. A SISTEMATIZAÇÃO DO
PROJETO – METODOLOGIA
E ESTUDOS DE CASO

1.1 O registro do Projeto COM+ÁGUA.2

A
metodologia do Projeto COM+ÁGUA.2, em sistemas de abastecimento de água selecio-
para a gestão integrada e participativa nados na Chamada Pública nº 104/2014, está
visando o combate e o controle das per- descrita em seis livretos que compõem o Com-
das de água e o uso eficiente de energia elétrica pêndio Metodológico COM+ÁGUA.2:

• O Projeto COM+ÁGUA.2; SAGE às equipes da Companhia Pernambucana


• Caderno Temático 1 - Mobilização Social; de Saneamento - COMPESA e Empresa Baiana de
• Caderno Temático 2 - Perdas Reais; Água e Saneamento S.A. - EMBASA, são apresen-
tadas em dois livretos de estudos de caso:
• Caderno Temático 3 - Perdas Aparentes;
• Caderno Temático 4 - Gestão da Energia;
• Estudos de Caso –COMPESA;
• Caderno Temático 5 - Planejamento e Gestão.
• Estudos de Caso – EMBASA.

O primeiro caderno é uma apresentação ge-


Juntas, as oito publicações compõem uma
ral do COM+ÁGUA.2, suas Áreas Temáticas – AT
caixa de onde se podem sacar oportunidades
e a integração entre elas, as capacitações ge-
de conhecer uma metodologia diferenciada,
rais e em processo e aspectos metodológicos. em que a Gestão Integrada & Participativa e a
Os seguintes são dedicados a cada uma das AT, Mobilização Social se apresentam como fato-
detalhando-as para melhor compreensão e re- res de mudança cultural a provocar as empre-
plicação da metodologia. sas de saneamento a encontrarem um caminho
A aplicação prática do projeto nas duas fértil para o controle e diminuição das perdas
áreas prioritárias selecionadas na chamada pú- em seus sistemas de produção e abastecimento
blica, ocorrida por meio de assistência técnica de água.
de consultores do Consórcio WMI/NG INFRA/ Boa leitura e uso!

9
Resultados do projeto

2. O PROJETO COM+ÁGUA.2
DESCRIÇÃO METODOLÓGICA
GERAL

C
om a média do índice de perdas por e Estimular o intercâmbio e a replicação de ex-
ligação no país de 343 litros/ligação/dia, periências bem-sucedidas;
representando 38% de perdas na distri- e Contribuir para a universalização dos serviços
buição (SNIS, 2016) e a avaliação de especialistas de saneamento ambiental, com benefícios
do setor energético de um potencial de economia adicionais para o meio ambiente e a saúde.
no saneamento que excede os 25% do consumo
atual, o projeto COM+ÁGUA.2 foca sua metodolo- A primeira e a segunda versão do COM+ÁGUA
gia para alcançar os seguintes objetivos: apropriaram-se da moderna experiência nacional
e internacional para a melhoria do desempenho
e Modernizar os processos voltados à redu- operacional dos sistemas de abastecimento. O
ção de perdas reais e aparentes de água, arcabouço metodológico voltado para o combate
uso eficiente de energia elétrica, cobrança às perdas de água está baseado no desenvolvido
justa e adequada de tarifas, desenvolvi- por pesquisadores da International Water Asso-
mento gerencial, aumento da capacidade ciation - IWA e visa internalizar e amplificar estas
de investimento; experiências no Brasil.
e Institucionalizar rotinas de gerenciamento de O destaque da metodologia COM+ÁGUA.2 é
perdas de água e energia elétrica decorren- o planejamento e a execução de ações de forma
tes dos processos operativos dos sistemas de integrada e participativa, tendo a mobilização
abastecimento de água; social como o diferencial para a mudança cul-
e Aumentar a capacidade de desenvolvimento tural tanto interna, das equipes das empresas,
de projetos e do gerenciamento energético; quanto externa, das populações atendidas pelo
e Desenvolver a capacidade de mobilização e abastecimento de água. Essas ações são de-
comunicação interna e externa para dar sus- senvolvidas por subprojetos, que na segunda
tentabilidade, governabilidade e perenidade versão do COM+ÁGUA foram estruturados por
aos programas implantados; Áreas Temáticas.

2.1 Área Temática 1 – Mobilização Social:


e Desenvolvimento de Instâncias e da Gestão Participativa, Comunicação Interna e Externa,
Educação e Cultura.

2.2 Área Temática 2 – Perdas Reais:


e Macromedição e Automação, Sistema Cadastral e Modelagem Hidráulica, Gestão do
Distrito de Medição e Controle - DMC, Controle de Pressão e Controle Ativo de Vazamentos,
Gestão de Ativos.

10
Resultados do projeto

2.3 Área Temática 3 - Perdas Aparentes:


e Desenvolvimento do Cadastro Comercial, Desenvolvimento da Micromedição, Combate aos
Usos Não Autorizados.

2.4 Área Temática 4 – Gestão da Energia:


e Medidas Administrativas e de Redução de Gastos com Energia Elétrica, Projetos de Eficiên-
cia Energética com a Redução de Consumos e Demandas de Energia Elétrica, Manutenção
Preventiva e Preditiva Eletromecânica, Alternativas e Oportunidades de Microgeração em Sis-
temas de Abastecimento de Água.

2.5 Área Temática 5 – Planejamento e Gestão:


e Abordagem sobre a Revisão de Critérios de Projeto e Construção, Gestão e o Controle de
Qualidade na Aquisição de Materiais, Equipamentos e Serviços, Gestão de Ativos de Infraes-
trutura, Mudança no Conceito de Operação e Gestão de Sistemas Distribuidores nos DMC,
Contratos de Desempenho Aplicados a Atividade de Redução e Controle de Perdas de Água e
Eficiência Energética, Balanço Hídrico Top Down, Modelagem Bottom Up, Indicadores.

A estrutura das Áreas Temáticas é um artifício suas necessidades, entre elas a constituição do
didático para facilitar a compreensão e o envol- Comitê Gestor - CG e dos Grupos de Trabalho – GT.
vimento do maior número de pessoas no plane- São essas instâncias que vão elaborar os planos
jamento e execução das ações, pois caso contrá- de ação para cada Área Temática, tendo como
rio, se forem entendidos de forma segmentada, roteiro os subprojetos e dessa forma integrá-los
ferem o cerne do COM+ÁGUA.2, ou seja, a gestão no PGI. Entre as ações iniciais está o diagnóstico
integrada e participativa. É preciso olhar a me- técnico-social que apontará o caminho para es-
todologia vendo o todo e as partes, nesse fluxo tabelecer o Distrito de Medição e Controle – DMC
contínuo das particularidades que compõem o e suas necessidades para o combate e redução
todo. Esta visão não é uma tarefa simples, pois há das perdas de água, servindo de base para o CG
uma diversidade de ações que vão da engenharia e os GT no planejamento dos planos de ação e
complexa como a modelagem hidráulica e com- das versões do PGI. O DMC pode ser definido
pilação de dados para compor o Balanço Hídrico, como a área da rede de distribuição obtida pelo
passando pela gestão de contas de energia elétri- fechamento permanente ou temporário de vál-
ca, processos comerciais e de mobilização social. vulas limítrofes, na qual a quantidade de água
O conteúdo de cada Área Temática, descrito que entra e sai é medida. Em paralelo, as equipes
acima, tem uma série de ações a serem desen- das empresas de saneamento básico passam por
volvidas por seus pares nos prestadores e que intenso processo de capacitação, participando de
devem ser detalhadas quando da elaboração cursos e encontros temáticos como também sen-
dos planos de ação na forma de subprojetos. E do acompanhados por consultores especialistas
estes, de forma integrada comporão o Plano de em suas rotinas, em capacitação em processo e
Gestão Integrada – PGI. oficinas. O organograma abaixo sistematiza as
A implantação do COM+ÁGUA.2 inicia com etapas do COM+ÁGUA.2.
a pactuação da direção quanto a metodologia e

11
Resultados do projeto

Figura 1. Subprojetos

1 Desenvolvimento de instâncias
e da gestão participativas;
2 Comunicação interna e externa;
4 Macromedição e automação;
3 Educação e cultura;
5 Sistema cadastral e modelagem hidráulica;
6 Ações para redução de perdas reais: gestão
OPTION de DMC, controle de pressão e controle ativo
01 de vazamentos;
OPTION 7 Gestão de ativos;
01

01 AT 8 Desenvolvimento do
4, 5, 02
AT1, 2, 3 6, 7
cadastro comercial;
9 Desenvolvimento da
AT, 9, 10

micromedição;
8
03

10 Desenvolvimento do
combate a usos não
autorizados;
2, 1 4
14
11, 1 T 0
3,
A

05 9
AT 1
, 16
, 17
, 18,
15

11 Medidas administrativas e de redu-


ção de gastos com energia elétrica;
12 Projetos de eficiência energética com a redução
de consumos e demandas de energia elétrica;
13 Manutenção preventiva e preditiva
eletromecânica;
14 Alternativas e oportunidades de microgeração
em sistemas de abastecimento de água;

15 Revisão das políticas e processos de aquisição de materiais,


equipamentos e serviços e desenvolvimento do controle de qualidade no suprimento destes insumos;
16 Implantação de sistema de gestão de ativos de infraestrutura, incluindo o estabelecimento
de regras operacionais que permitam o estabelecimento de prioridades na tomada de decições;
17 Modelagem de forma(s) de contratação por desempenho em
atividades de combate e perdas de água e eficiência energética;
18 Revisão de critérios de projeto e construção;
19 Reestruturação organizacional para a gestão dos sistemas distribuidores com base em Distritos
de Medição e Controle; institucionalização do controle de pressão

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

12
Resultados do projeto

Figura 2. Fluxo de implantação

Pactuação com direção do prestador

Seminário de devolução dos


Diagnósticos e de criação do PGI 2 - direção
Diagnósticos Técnico e Comitê Gestor intersetorial ajusta e valida o
Social do prestador do COM+ÁGUA PGI 1

Plano de Gestão Integrada - PGI 1


GT MOB COMITÊ GESTOR comitê compatibiliza todos os 9 planos

GTs Téc Planos de ação 1 a 6 Oficina Direção e Chefias


Planos de ação 7, 8 e 9

PGI 3 - propostas dos funcionários Oficinas Setoriais com funcionários


incorporadas ao PGI 2

ACDs

Plano MOB Interna e Externa

Ações de Mobilização interna


• Eventos para integração dos funcionários/setores e para sensibilização COM+ÁGUA
• (reuniões, confraternizações, gincanas, visitas entre setores, concursos para escolha de
mascotes do projeto, etc.)
• Divulgação interna do projeto por murais, boletins, intranet, cartazes, folders e afins.
• Projetos e/ou campanhas educativas com os funcionários sobre o desperdício de água,
energia e materiais.
• Identificação de talentos, mostras de talentos, criação de grupos artísticos (teatro e/ou
música) e de esquetes para as oficinas setoriais, eventos internos e externos.
• Organização dos Agentes de Combate ao Desperdício - ACDs, multiplicadores voluntários
do projeto constituídos nas oficinas setoriais.

Ações de Mobilização externa


• Participação em eventos municipais (feiras, mostras e afins) divulgando o
COM+ÁGUA
• Internalização do COM+ÁGUA nos projetos educativos do prestador com esco-
las e comunidades.
• Criação de projetos de educação ambiental, cartilhas, gibis, cartazes e folders
sobre o uso racional da água e/ou energia.
• Apoio as ações técnico-operacionais e comerciais na célula (setor do SAA)
selecionada pelo Comitê Gestor para implementação do projeto demonstrativo
COM+ÁGUA.
• Reuniões comunitárias, eventos culturais, divulgação das ações na mídia e aos
moradores, treinamento do setor de atendimento, criação e distribuição de
folders informativos e materiais afins.

Fonte: COM+ÁGUA

13
Resultados do projeto

O DMC passa a ser então um laboratório de um conjunto de dados e interpretações para a


campo no qual as equipes técnicas, comerciais, produção de um balanço hídrico que irá balizar
sociais e operacionais executam atividades téc- ações efetivas de diminuição das perdas reais e
nicas, a partir de um planejamento integrado aparentes nos DMC. Esse procedimento é intro-
previamente estabelecido no Comitê Gestor e jetado como uma nova cultura de gestão inter-
onde são aplicados os conhecimentos teóricos setorial e então exportado para outros setores
das capacitações. Esse experimento híbrido que do sistema, numa progressão que visa a uma
envolve a comunidade e a empresa visa a colher diminuição sustentável do índice de perdas.

2.6 Conhecer para Mudar e Melhorar os


Processos
O projeto COM+ÁGUA.2 tem por objetivo o cada Área Temática em suas rotinas de campo
fortalecimento técnico e institucional dos pres- e procedimentos cotidianos visando à implan-
tadores de serviço a partir de atividades de ca- tação da metodologia do projeto e dos conhe-
pacitação e assistência técnica para a implanta- cimentos aprimorados ou apresentados durante
ção de ações de redução e controle de perdas os encontros temáticos e cursos.
de água e uso eficiente de energia elétrica. A Foram realizados 20 encontros temáticos,
transferência de conhecimento e a implantação sendo 10 na COMPESA e 10 na EMBASA, com
da metodologia de gestão eficiente de água e oito horas de carga horária, com participação
energia nos sistemas de abastecimento selecio- total de 682 pessoas. Os eventos eram realiza-
nados se deram por meio de três categorias de dos por palestrantes de renome nacional e in-
ternacional, ora nas unidades do interior, ora nas
capacitação: em processo, encontros temáticos e
capitais dos Estados, com participação ampliada
cursos. As atividades contaram com um público
para equipes de outras unidades e setores afins.
não só das equipes das duas Áreas Prioritárias,
Os encontros tinham seus conteúdos relaciona-
como também de outras unidades e setores afins,
dos às Áreas Temáticas.
uma vez que a metodologia está implantada em
Os cursos foram capacitações com apro-
algumas unidades e em processo de ampliação
fundamento teórico e prático, com 24 horas de
para toda a companhia. duração, e a exemplo dos Encontros Temáticos,
também revezavam o local de realização entre
2.6.1 Capacitação em Processo
as capitais e as cidades do interior das unidades.
Durante o período de assistência técnica do Realizados por especialistas de renome nacional
Ministério das Cidades, por meio dos consulto- e internacional, contaram com a participação de
res do Consórcio WMI/NG INFRA/SAGE, para a 545 pessoas, tanto das Áreas Prioritárias quanto
implantação do COM+ÁGUA.2 nas Áreas Priori- de outras unidades e setores afins e os conteú-
tárias, foram realizadas dezenas de visitas. Estas dos estavam relacionados aos subprojetos das
consistiram no acompanhamento às equipes de Áreas Temáticas.

2.7 Visitas de Intercâmbio Técnico a


Prestadores Nacionais
O COM+ÁGUA.2 teve ainda intercâmbio téc- neamento – SANASA, em Campinas/SP e à a BRK
nico, com visitas de profissionais da COMPESA AMBIENTAL, Unidade Limeira/SP. O objetivo foi
e EMBASA à Companhia de Saneamento Básico conhecer, por meio de exposições e visitas téc-
do Estado de São Paulo - SABESP, em São Paulo/ nicas, as experiências exitosas em controle de
SP; à Sociedade de Abastecimento de Água e Sa- perdas de água e eficiência energética desses
14
Resultados do projeto

prestadores de serviço. Os temas priorizados nas e Gestão do parque de hidrômetros;


visitas foram:
e Gestão de pressões;
e Processos de aquisição de materiais, equipa- e Controle ativo de vazamentos;
mentos e serviços; e Regularização de usos não autorizados;
e Critérios de projeto e obras em sistemas de e Balanço Hídrico.
água;

3. O COM+ÁGUA NA COMPESA

A
Companhia Pernambucana de Sanea- ta abastecia o Recife a partir de uma distribui-
mento – Compesa é uma sociedade ção gerenciada pela Companhia do Beberibe,
anônima de economia mista, com fins organização inglesa que prestou seus serviços
de utilidade pública, vinculada ao Governo do à cidade entre os anos de 1837 e 1892. Hoje,
Estado de Pernambuco. É uma organização do- 173 municípios do Estado, incluindo o distrito
tada de personalidade jurídica de direito priva- de Fernando de Noronha, são atendidos pela
do, tendo o Estado como seu maior acionista. Compesa, que atua desde 1971 para levar água
A Compesa foi fundada em 1971 com a mis- e esgotamento sanitário aos pernambucanos.
são de levar água e esgotamento sanitário aos Com 47 anos de existência e aproximadamente
pernambucanos. A ideia era gerir, em uma única 7 mil colaboradores diretos e indiretos, a Com-
autarquia, os projetos que atenderiam ao Plano pesa tem participado ativamente do desenvol-
Nacional de Saneamento (Planasa), garantindo vimento do Estado, garantindo a infraestrutura
a viabilidade econômico-financeira da relação necessária para atração de investimentos e in-
entre Estado e União, seguindo os moldes do fluenciando decisivamente na melhoria da saú-
Banco Nacional de Habitação (BNH). Para isso, a de e na qualidade de vida dos pernambucanos.
Saneamento do Recife (Saner) e a Saneamento A Compesa, desde sua criação, vem atuando
do Interior de Pernambuco (Sanepe) tornaram- na prestação de serviços de abastecimento de
-se as subsidiárias da nova empresa, que subs- água e esgotamento sanitário em Pernambu-
tituiria o Fundo de Saneamento de Pernambuco co, operando sistemas em 173 municípios e no
(Fundespe). Três anos mais tarde, as organiza- Distrito de Fernando de Noronha. A presença da
ções foram extintas e a unificação dos serviços Companhia no Estado é representada pelas 21
foi concluída em 1974. unidades de negócios, distribuídas estrategica-
No passado, o fornecimento de água em mente nas macrorregiões da Região Metropoli-
Pernambuco era restrito a uma parcela da sua tana do Recife, Zona da Mata, Agreste e Sertão.
capital. Uma tubulação ligada ao Açude do Pra- A COMPESA tem como missão prestar, de
15
Resultados do projeto

forma sustentável, serviços de abastecimento A modernização da gestão da Compesa tem


de água e esgotamento sanitário, atendendo tornado os indicadores da empresa melhores
às necessidades dos clientes. Agindo com inte- a cada ano. Nos últimos dez anos, os investi-
gridade, disciplina, respeito, responsabilidade, mentos em obras foram multiplicados por 4,
profissionalismo e honestidade. Atuando e in- chegando a R$ 6 bilhões. Tudo isso tornou a
formar de modo claro e objetivo, buscando uma empresa referência nacional entre as compa-
relação verdadeira com clientes, colaboradores nhias de saneamento.
e parceiros. Focando na satisfação do cliente, Todas as estratégias que estão fazendo a
por meio da busca constante da excelência na Compesa dar saltos significativos nos seus re-
prestação de serviços. sultados são fruto de um processo orientado
A companhia tem um verdadeiro compro- por metas bem estabelecidas, planejamento,
metimento com os resultados, Desenvolvendo monitoramento e meritocracia.
as atividades com zelo, de acordo com a missão
e a visão, focada em resultados. Sempre promo- MODELO DE GESTÃO
vendo a melhoria contínua e a modernização
O Planejamento Estratégico é o conjunto
dos serviços prestados objetivando a maximi-
de mecanismos sistêmicos que utiliza pro-
zação dos resultados e minimização de custos e
cessos metodológicos para, dentro de um
despesas. Buscando sempre implementa novos
negócios, serviços e processos, que agreguem contexto, definir o estabelecimento de metas,
valor para a organização e para o mercado. o empreendimento de ações, a mobilização
A Companhia Pernambucana de Saneamento de recursos e a tomada de decisões, visando
sempre valoriza os colaboradores, desenvolven- à consecução de objetivos, a fim de alcançar
do e apreciando o capital humano e a gestão o sucesso.
do conhecimento, em um ambiente motivador, Como mostra a figura abaixo, a Compesa
colaborativo e harmônico. Como também, cons- utiliza o modelo de gerenciamento pelas di-
ciente do valor social dos serviços prestados, a retrizes – GPD, que define quais as atividades
companhia procura interagir com a sociedade, prioritárias para manter a empresa saudável,
incentivando a adoção de práticas construtivas através do alcance de metas por todos os par-
de respeito à saúde, à vida, à preservação e con- ticipantes da organização seja ele estratégico
servação dos recursos naturais. tático ou operacional.

16
Resultados do projeto

Figura 3. Modelo de gestão da compesa

Plano Estratégico

Estratégico
5 anos

Objetivos Políticas Ações

Plano de Metas Plano de Projetos


(GPD) (GP)

Tático
Metais anuais
1 ano

Projetos Carteira de
Estratégicos Investimentos
Gerenciamento Gerenciamento
das melhorias da Inovação

Sistemas de Padronização

Operacional
1 dia

Orçamento

Gerenciamento da Rotina de Trabalho

Resultados

No final de 2017, a empresa iniciou a revi- objetivos estratégicos da Compesa para o pe-
são de seu planejamento estratégico, ouvindo ríodo de 2018-2022. A figura seguinte mostra o
grande parte de seus colaboradores, redefi- Mapa Estratégico da COMPESA para o período
nindo assim, a missão, a visão, os valores e os de 2018-2022.

17
Resultados do projeto

Figura 4. Mapa estratégico da compesa para o período de 2018-2022

Missão Visão

“Prestar, de forma sustentável, serviços de “Ser referência nacional na qualidade da


abastecimento de água e esgotamento sanitário, prestação de serviços de abastecimento de água
atendendo às necessidades dos clientes” e esgotamento sanitário, com foco na satisfação
do cliente.”

Valores
• Ética • Foco no cliente • Valorização dos colaboradores
• Transparência • Inovação • Responsabilidade socioambiental
• Eficiência e rentabilidade • Comprometimento com resultados

Crescer de
Financeira

Garantir a eficiência
em operação e forma Aumentar a
investimentos sustentável arrecadação
Clientes e
mercados

Ofertar produtos Aperfeiçoar e


Fortalecer a imagem
e serviços expandir os serviços
da Compesa
inovadores fidelizando clientes

Governança & inovação Relacionamento externo


Precisão na
atuação
Capacidade institucional

Aperfeiçoar os Aprimorar a Garantir a


Promover a Promover a prospecção de satisfação do
processos de
excelência na gestão da novos negócios cliente
responsabilidade
prestação de inovação
socioambiental
serviços

Aprimorar a gestão corporativa


focada em resultados, com
eficiência e transparência

Liderança & resultados


Aprendizagem
e crescimento

Promover a capacitação Fortalecer o clima


continuada e o organizacional e a
desenvolvimento meritocracia
de lideranças

A Compesa, nos últimos anos, tem alcançado Após a consolidação da metodologia aplicada
resultados cada vez mais satisfatórios, atuando nestes últimos anos, a empresa modificou sua ro-
na melhoria contínua com base em disciplina tina de reuniões de monitoramento, otimizando a
e no método PDCA que preconiza a relevância participação dos diretores, deixando as decisões
do planejamento prévio à execução e do acom- mais próximas de todos os níveis da organização.
panhamento destes resultados, para que sejam A pirâmide a seguir representa o ciclo mensal
corrigidos possíveis desvios e padronizadas as de reuniões, com envolvimento de todos os níveis
práticas de sucesso. hierárquicos da empresa.
18
Resultados do projeto

Figura 5. Pirâmide do ciclo mensal de reuniões

te
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: P : Di
r a nça ação
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Lid resen es
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Re ça: o: C
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l4 Li resen
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Ap

A metodologia do Projeto COM+ÁGUA.2, O programa com+água


para a gestão integrada e participativa visando
Na Compesa o programa Com+Água 2 foi de-
o combate e o controle das perdas de água e o
senvolvido com participação de diversos colabo-
uso eficiente de energia elétrica em sistemas de
radores integrando a Sede, localizada na Capital
abastecimento de água
Recife e as áreas de estudo localizadas em Sal-
A participação da COMPESA no COM+ÁGUA.2,
gueiro e Caruru.
para a gestão integrada e participativa visando
Alinhado a estratégia da Compesa em promo-
o combate e o controle das perdas de água e
o uso eficiente de energia elétrica em sistemas ver a excelência na prestação de serviços, o proje-
de abastecimento de água, está alinhada com as to Com + Água 2, através da consultoria in loco e
estratégias traçadas pela empresa em garantir a o desenvolvimento de capacitações nas diversas
eficiência em operação e crescer de forma sus- áreas que integram a gestão de perdas, permitiu
tentável, onde a redução de perdas é um objeti- uma qualificação aos colaborados na aplicação
vo a ser atendido. de ferramentas no combate a perdas.
A criação do Comitê Gestor e seus respectivos Pode-se destacar o diferencial do projeto
Grupos de Trabalho possibilitaram o envolvimen- Com + Água 2, a participação dos colaboradores
to de colaboradores de várias áreas de Caruaru e de diferentes setores da companhia na área de
Salgueiro, formando uma equipe multidisciplinar mobilização, pois permitiu a difusão do trabalho
com suporte do Consórcio para o desenvolvimen- em reduzir perdas dentro e fora da empresa.
to do Plano de Gestão Integrada - PGI. Outro grande desafio do programa Com +
19
Resultados do projeto

Água 2 foi aplicar e desenvolver a metodologia da, partiu para a mobilização externa, entrando
de combate e redução de perdas em sistemas de na comunidade escolhida do DMC e utilizando
abastecimento de água intermitente como é o os dispositivos sociais para alcançar o cliente.
caso de Salgueiro e Caruaru. Foram realizadas reuniões comunitárias, oficinas
Na área de perdas reais e perdas aparentes em escolas e diversas visitas na para aplicação
foi possível desenvolver a modelagem hidráulica das estratégias de mobilização nas comunidades.
que é uma ferramenta de análise fundamental no Resultados alcançados:
gerenciamento de sistemas de abastecimento de
água. Foi possível aplicar ferramentas de controle e Envolvimento e motivação da equipe de tra-
de pressão através de válvulas instaladas no DMC, balho ao longo do processo;
e estabelecer uma metodologia de atualização e Redução significativa do volume de água per-
de cadastro técnico e de pesquisa de vazamen- dido no DMC;
tos. Além disso, destacam-se as ferramentas de e Redução da vazão de entrada no DMC de es-
controle da micromedição e combate a fraudes. tudo em Caruaru de 70 l/s para 55 l/s sem
A metodologia Com+Água 2 foi um aprendi- prejudicar o abastecimento, feitos através de
zado na aplicação de ferramentas de combate as estudos e medições pitométricas;
perdas que já está sendo expandida dentro da e Implantações de macromedidores, telemetria
companhia e sendo aplicadas em outras unidades, para monitoramento e gestão do DMC;
com as devidas adaptações para realidade local. e Melhora do abastecimento no DMC;
A metodologia proposta pelo programa, do e Atualização do cadastro técnico;
ponto de vista operacional, foi implementada e e Confirmação das suspeitas de fraudes em vá-
adaptada a cada situação encontrada em Carua- rios imóveis pesquisados;
ru e Salgueiro, cidades que se encontram em ro- e Implantação de indicador estratégico de efi-
dízio de abastecimento, o que tornou desafiador ciência energética em toda a COMPESA;
para COMPESA e o Consórcio. e Maior experiência do corpo técnico da em-
Na área de perdas reais, as equipes consegui- presa ocasionados pelos treinamentos e en-
ram estudar um DMC, estanqueidade, macrome- contros temáticos elaborados pelo Consórcio.
dição, atualização do cadastro técnico do DMC,
estudos através da pitometria de possibilidade Lições aprendidas:
de desativar elevatória com a ação de redução O grande aprendizado do COM+ÁGUA.2 foi o
de perdas, entre outras, com acompanhamento trabalho integrado entre as áreas operacionais, co-
do Consórcio. merciais e de mobilização, onde se viu a necessi-
Na área da eficiência energética as equipes dade da criação de um setor exclusivo para perdas.
receberam treinamentos, implantação de indica- Verificamos que com a análise e gestão de
dor estratégico de eficiência energética e apoio dados é possível melhorar o abastecimento de
para futuras adequações cujo resultado será um um setor, atendendo a demanda com uma oferta
menor consumo de energia mantendo a produ-
menor de vazão.
ção constante.
Percebeu a necessidade de ampliar os inves-
Na área comercial, as equipes revisaram o
timentos em infraestrutura e de hidrômetros de
cadastro do DMC escolhido, realizou levanta-
forma a permitir melhores resultados de redu-
mentos de perfis de consumo. Além disso, foi
ção efetiva das perdas de água.
visto a necessidade da substituição do parque
de hidrômetros e intensificação da pesquisa en- É necessário fortalecer cada vez mais o tra-
volvendo ligações clandestinas e fraudes. balho de mobilização e sensibilização da co-
Na área social, o Grupo de Trabalho MOB munidade, para que todos compreendam a real
iniciou as ações de mobilização primeiramente importância do uso racional da água e de sua
com o público interno, realizando eventos de di- contribuição individual e coletiva no combate às
fusão do projeto a exemplo das oficinas setoriais diversas formas de perda de água.
para alcançar todos os colaboradores. Em segui- É preciso investir permanentemente em
20
Resultados do projeto

ações de melhoria no abastecimento/distribui- Substituir o parque de hidrômetros em ou-


ção de água, especialmente no tocante à ado- tras áreas.
ção de práticas que impliquem não no aumento Conseguir instituir um Grupo de Trabalho
no volume disponibilizado, mas na redução das MOB permanente que possa manter o trabalho
perdas operacionais e comerciais nos sistemas de redução de perdas constante e aumentar a
de abastecimento. quantidade de ações educativas com o publico
externo com foco em redução de perdas.
Desafios futuros:
Os desafios para o futuro são coletar dados
Motivação:
para realizarmos o Balanço Hídrico dos futuros Em um estado com menor disponibilidade
DMC’s e direcionarmos as ações de combate às hídrica do país, onde a gestão dos nossos re-
perdas de outras áreas das cidades estudadas. cursos naturais convive com o constante risco
É um desafio o estudo para desativar a Esta- de escassez hídrica, principalmente nas regiões
ção Elevatória da Boa Vista em Caruaru/PE atra- do Agreste e Sertão do estado de Pernambuco. A
vés de redução de perdas de forma a permitir o motivação é ainda maior na busca pela diminui-
abastecimento do distrito citado por gravidade. ção das perdas de água no setor de saneamento,
Criar novos DMC’s nessas cidades a partir dos assim, se faz necessário o aperfeiçoamento na
conhecimentos adquiridos nas capacitações ofe- operação e gestão, na busca da redução de per-
recidas pelo aprendizado com o COM+ÁGUA.2. das de água.
É necessário investimentos na área elétrica Seja em perdas físicas ao aparentes a mo-
com a aquisição de motores de alta eficiência, bilização dos colaboradores e da população é
Inversores de Frequência e microgeração por de total importância para o desenvolvimento da
painéis solares ou turbos geradores em unida- conscientização do combate as perdas de água.
des da COMPESA, cujos resultados demonstram
que é possível diminuir os custos com energia
sem interferir no abastecimento.

21
Resultados do projeto

4. A ÁREA PRIORITÁRIA
DE CARUARU

4.1 Caruaru – Área Prioritária 1


4.1.1 O Município

L
ocalizada no Vale do Ipojuca, a cidade de e Número de economias ativas abastecidas re-
Caruaru é o município mais populoso do sidenciais (IBGE, 2008): 91.972.
interior de Pernambuco e destaca-se como e Densidade demográfica (IBGE, 2010): 342,07
o mais importante polo econômico, médico-hos- hab./km².
pitalar, acadêmico, cultural e turístico do Agreste, e Esgotamento sanitário adequado (IBGE,
2010): 81,3 %.
4.1.2 Dados de Caruaru - PE e Internações por diarreia (IBGE, 2016): 0,3 in-
ternações por mil habitantes.
e Área territorial (IBGE, 2016): 920,610 km². e Clima: tropical do tipo semiárido, com pouca
e População (IBGE, Censo 2010): 314.912 pes- pluviosidade ao longo do ano, sendo junho
soas. e julho os meses mais chuvosos e outubro o
e População estimada (IBGE, 2017): 356.128 mês mais seco.
pessoas. e Temperatura: entre 21.7 °C a 24°C.
e Domicílios particulares permanentes (IBGE, e Altitude: 554 m.
2010): 96.310. e Índice pluviométrico: 551 mm.

Figura 6. Mapa de caruaru

Ceará
Paraíba

Piauí
Pernambuco
Caruaru

Bahia Alagoas

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Caruaru#/media/File:Brazil_Pernambuco_location_map_Municip_Caruaru.svg

22
Resultados do projeto

4.2 Características da AP 1 – Sistema Integrado


de Abastecimento de Água – SIAA Caruaru
O abastecimento de água da cidade de Ca- 4.2.1 Dados do SIAA Caruaru
ruaru é realizado através do manancial do Prata,
localizado a 36,6 km de distância da cidade, por
e Captação: Barragem do Prata.
meio dos Sistemas Prata, Pirangi e Jucazinho. A e Estação de Tratamento de Água: ETA Petrópo-
lis (compacta) e ETA Salgado (convencional).
água bruta captada é bombeada para uma es-
tação de tratamento por três conjuntos moto- e Reservação: 16 unidades com capacidade to-
tal de 13.655m3.
bombas em paralelo, com potência de 900 CV,
através das adutoras do Prata (500 mm de AÇO) e Municípios atendidos: Caruaru.
e de Camevô (600 mm de FoFo), com extensão e Zonas de Abastecimento: 23.
de 36 km cada uma. e Ligações existentes: 105.081 (ligações ativas
A Estação de Tratamento de Água - ETA tem com referência de abril/2018).
uma concepção de filtração tipo ascenden- e Ligações ativas hidrometradas: 92.560 (refe-
te, com capacidade de tratamento de 830 L/s, rência abril/2018).
atualmente operando com uma vazão total de e Economias ativas: 113.904.
450 L/s. E a distribuição de água tratada ocor- e Habitantes atendidos: 420.324.
re, na maioria da cidade, por meio de gravidade, e Equipe própria março/2017: 153.
com redes variando de 100 mm a 600 mm. Ape- e Equipe terceirizada março/2017: 198.
nas uma parte dos bairros é abastecida por meio e Estagiários março/2017: 7.
de sistemas de bombeamento. e Jovem Aprendiz: 1.

4.3 Características do Distrito de Medição e


Controle – DMC Boa Vista I
O DMC Boa Vista I está localizado no Bairro boa, Colégio Mestre Divino, Centro Educacional
Boa Vista, um conjunto habitacional implantado Vital, Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Pas-
pela Cohab, com quadras e arruamentos bem de- toral Social, Igreja Batista Memorial, Casa Allan
finidos, predominância de ocupações regulares e Kardec, Sociedade Esportiva Boa Vista, além de
que foi entregue com rede de distribuição de água. quadras de esporte para usufruto da população.
Atualmente bem estruturado e caracteriza- Destaca-se ainda um espaço para feira, realiza-
do predominantemente por ocupações de classe da semanalmente.
média, Boa Vista conta, no seu entorno (Boa Vis- A região, especialmente na Av. Caruaru (que
ta I e II), com diversas entidades e equipamentos divide os dois bairros), possui um comércio bas-
sociais, tais como a Associação dos Moradores tante diversificado, contando com supermerca-
do Boa Vista I e II, Centro de Saúde, UPA, Escola dos, padarias, farmácias, lojas, oficinas mecâni-
de Referência em Ensino Médio Professor Lis- cas e diversos outros estabelecimentos.

23
Resultados do projeto

4.3.1 Dados do DMC Boa Vista I (Setor 461)


e Reservação: 355m3.
e Zona de Abastecimento: Setor 461.
e Ligações existentes: 2.825.
e Ligações ativas hidrometradas: 2.545.
e Economias ativas: 3.180.
e Habitantes atendidos: 7.184 habitantes.
e Extensão de rede de água: 10.953,61 m.

Figura 7. Área abrangência dmc boa vista i

Fonte: Google Maps

24
Resultados do projeto

5. ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO

5.1 Área Temática 1 – Mobilização Social

N
o Brasil, as perdas de água e de envolvendo todos os setores da estrutura orga-
energia têm sido um dos principais nizacional e todas as classes de usuários do sis-
problemas que afetam a eficiência tema de abastecimento.
dos serviços de abastecimento de água. Trata- Nessa perspectiva, o componente da mobili-
-se de um dos pontos frágeis dos sistemas de zação social assume um papel de grande impor-
saneamento e das empresas que operam esses tância no combate às perdas de água na medida
serviços, mostrando a fragilidade da gestão de em que contribui para o fortalecimento de uma
grande parte do setor, evidenciando um desafio cultura onde a água é percebida como patrimô-
às três esferas governamentais. nio do planeta, condição essencial de vida de
Conforme INÁCIO & PORTELLA (s/d)1: todo vegetal, animal ou ser humano. E sendo o
direito à água um dos direitos fundamentais do
ser humano, sua manipulação deve ser feita com
“historicamente, os Programas de Controle e racionalidade, precaução e parcimônia2.
Redução de Perdas de Água têm sido focados
No âmbito do Projeto COM+ÁGUA.2, a mo-
nas ações técnico-operacionais (macromedição,
bilização social pode ser descrita como um pro-
instalação de novos hidrômetros, moderniza-
cesso dinâmico e permanente de envolvimento,
ção de trechos das redes de distribuição, etc.)
comprometimento e mudança de valores e com-
e/ou em campanhas educativas de uso racio-
portamentos, através da implantação de uma
nal da água para os usuários. Esses programas gestão integrada e participativa que aciona e
demonstraram uma eficácia limitada, uma vez contém quatro dimensões, que possuem interfa-
que os resultados imediatos decorrentes da sua ces e interdependências: Organização, Comuni-
implantação, muitas vezes, não permanecem cação, Educação e Cultura.
sustentáveis a médio e longo prazo”.
5.1.1 Diagnóstico
Num processo de mobilização social parte- O primeiro passo para o planejamento da
-se do entendimento de que um programa efi- gestão integrada e participativa de combate às
ciente e sustentável de controle e redução das perdas de água e uso eficiente de energia elé-
perdas de água deve contribuir para um proces- trica nos sistemas de abastecimento de água
so de mudança cultural, que deve ser interna- é fazer o diagnóstico técnico-operacional dos
lizado por todos os funcionários do prestador quatro eixos estruturantes da mobilização so-
de serviço e, da mesma forma, disseminado na cial: organização, educação, comunicação e
sociedade. Um programa que envolva a concer- cultura. A esse levantamento de dados juntam-
tação de objetivos comuns e ações articuladas -se impressões gerais que estabelecem a radio-

1
Inácio, Rodolfo Alexandre Cascão & Portella, Rosalva Alves. A Mobilização Social nos Programas de Controle e
Redução de Perdas de Água. 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental
2
Declaração Universal dos Direitos da Água – 1992

25
Resultados do projeto

grafia do estado da arte da mobilização social dica dos locais de trabalho, que geram relató-
e da existência ou não de uma cultura insti- rios encaminhados às coordenações e à direção,
tucional de uso eficiente de água e energia, pesquisas de clima organizacional, semanas de
culminando na elaboração de um diagnóstico palestras e atividades, entre outras atividades
situacional para um primeiro panorama das junto aos funcionários.
potencialidades existentes e de alguns dos de- Em Caruaru não existe um núcleo/setor
safios a serem enfrentados pela AT 1, ao longo responsável especificamente pelo combate às
do percurso do projeto. perdas de água, nem um trabalho mais articu-
Na Área Prioritária do SIAA Caruaru, o cená- lado e contínuo entre as coordenações, onde se
rio de implantação do COM+ÁGUA.2, em agos- planeje, execute e avalie as ações de combate
to/2016, apontava para o que segue. às perdas.
5.1.1.1 Organização 5.1.1.2 Comunicação

O Núcleo de Articulação Socioambiental - Caruaru não conta, no organograma, com


NAS, sediado em Caruaru, está vinculado à As- uma área de comunicação e/ou assessoria de
sessoria de Articulação Socioambiental – AAS/ imprensa; apenas um profissional de jornalismo
Diretoria de Articulação e Meio Ambiente - DAM, terceirizado, residente na cidade, faz assessoria
ambas em Recife, sendo composto por uma as- de imprensa junto aos jornais locais e os gran-
sistente social e duas estagiárias. O NAS faz o des canais de televisão que têm repetidoras lo-
trabalho de relação com a comunidade, atende cais. Na sede, em Recife, há uma Assessoria de
as demandas das Gerências de Negócios Regio- Comunicação que realiza toda comunicação ex-
nal - GNR Agreste Central (incluindo Caruaru e terna, capta matérias da imprensa, coleta infor-
Riacho das Almas), GNR de Ipojuca (Belo Jardim), mações junto às unidades do prestador e produz
Alto Capibaribe (Santa Cruz do Capibaribe) e releases para a imprensa. Mantém o blog exter-
Una (Agrestina). no, site da COMPESA, perfis no Twitter e Face-
Para o atendimento à população existem book, sendo também responsável pela produção
duas lojas em Caruaru, uma no centro, com de materiais informativos e educativos voltados
funcionários terceirizados, e outra, Expresso para o público externo.
Cidadão, no Caruaru Shopping, que conta com Em 2016 criou-se a Elo, uma equipe que
funcionários próprios e terceirizados. O NAS trabalha com a comunicação interna. A partir
eventualmente é acionado pelos atendentes da reestruturação da intranet foram publicados
dessas lojas para que possa apoiá-los nos casos o Elonews (notícias na intranet ou por e-mail),
de dificuldades/atrasos no equacionamento de Elozap (Whatsapp) e EloMulher (notícias e maté-
demandas da população. Realiza ainda laudos rias voltadas ao público feminino). Produz tam-
sociais para o cadastramento de moradores na bém um boletim eletrônico, folhetos e materiais
tarifa social e quando as redes de abastecimen- educativos internos ou de divulgação em pe-
to ou esgoto estouram e provocam algum tipo quena escala. Existem também murais em todos
de dano às residências, visando reparos e even- os andares da unidade, bem como nas Estações
tuais indenizações. O NAS tem um ferramental de Tratamento de Água - ETA, onde são afixadas
de registro histórico dos atendimentos de cada informações de ações específicas.
usuário incluindo informações como tipos de
5.1.1.3 Educação
demandas, atendimentos, repasses de informa-
ções, entre outras. As ações de educação ambiental são de-
Há uma Comissão Interna de Prevenção de senvolvidas pelo NAS predominantemente em
Acidentes do Trabalho - CIPA, composta por 14 Caruaru, sendo voltadas para o público externo,
funcionários, entre efetivos e suplentes, para um envolvendo visitas e palestras em escolas e junto
mandato de dois anos. Reúne-se mensalmente a outros segmentos. Para esse trabalho, que mes-
e é organizada em comissões. Entre os traba- cla ações sociais e ambientais, há um kit de apoio
lhos realizados, destacam-se a inspeção perió- com jogos e outros materiais didáticos. Também
26
Resultados do projeto

promove visitas guiadas às unidades da COMPE- 5.1.2 A Implantação


SA com lideranças comunitárias, alunos de esco-
O desenvolvimento da AT 1, que compreen-
las e de universidades, entre outros públicos.
de ações nos quatro eixos estruturantes da mo-
Dentre as ações desenvolvidas, destaca-se
bilização social, se dá pela implantação dos três
o Projeto Por Dentro da COMPESA (atualmente subprojetos que integram a mobilização social:
denominado Universo COMPESA), que permite Desenvolvimento de Instâncias e da Gestão
aos usuários conhecer os serviços prestados e Participativa; Comunicação Interna e Externa e
seus aspectos operacionais, bem como entender Educação e Cultura, seguindo as ondas da mobi-
o percurso interno de uma eventual demanda lização, partindo do núcleo central que é o Co-
junto a empresa, tais como: falta de água na re- mitê Gestor - CG, ampliando para os Grupos de
sidência, problemas no hidrômetro, entre outras. Trabalhos - GT das AT, reuniões setoriais, Agentes
O NAS tem outros programas e projetos so- de Combate às Perdas - ACP, lideranças e comu-
cioambientais com interfaces com a mobilização nidade em geral.
social, envolvendo ações junto às escolas, famí- Na implantação do COM+ÁGUA.2, as dire-
lias, comunidades, empresas e outros segmen- trizes metodológicas da AT 1 serviram de refe-
tos, como o De Bem com a Rede e o Encontro rência no percurso do projeto, norteando tanto
com Parceiros. Costuma também realizar pales- o planejamento das ações quanto a elaboração
tras e gincanas por solicitação das escolas ou e implementação dos planos de ação, por parte
articuladas com algum projeto em curso, bem do Grupo de Trabalho da Mobilização Social - GT
MOB, num processo de diálogo permanente com
como realiza e participa de eventos e campa-
a consultoria.
nhas junto a parceiros locais (prefeituras, órgãos
estaduais, TV, ONG, etc.), apresentando as ações 5.1.2.1 Subprojeto Desenvolvimento de
desenvolvidas pela COMPESA. Instâncias e da Gestão Participativa
Para os processos de capacitações e treina-
mentos internos, a unidade de Caruaru dispõe Comitê Gestor - CG
de auditório com Datashow e a possibilidade de Parte importante das atividades prepara-
parcerias com instituições locais. O núcleo pro- tórias de implantação do COM+ÁGUA.2 envol-
move também treinamentos/acompanhamen- veu a constituição do Comitê Gestor, instância
tos pontuais junto às equipes sociais que são fundamental para o adequado desenvolvimen-
contratadas quando da realização de obras de to do projeto, especialmente em função de
saneamento, orientando-as acerca dos procedi- não haver, em Caruaru, conforme diagnóstico
mentos adotados pela COMPESA junto à popula- situacional, ações intersetoriais estruturadas
ção, formas de comunicação, entre outras ações para o combate às perdas. Como instância
estratégica, o Comitê Gestor, em diálogo per-
de apoio e suporte.
manente com a consultoria das diversas Áreas
5.1.1.4 Cultura Temáticas - AT, era o responsável pelo moni-
toramento e a avaliação periódica das ações
As atividades culturais acontecem especial- do projeto, promovendo os devidos ajustes no
mente quando dos eventos de integração e in- processo, cabendo à assistência técnica em
formais, promovidos pelos próprios funcionários. mobilização social o acompanhamento, apoio
Não existe um núcleo artístico que possa apoiar e suporte ao mesmo.
as ações de sensibilização, mobilização e edu- Em Caruaru, o Comitê Gestor não foi institu-
cação ambiental voltadas tanto para o público cionalizado através de portaria, decreto ou outro
interno quanto para o externo. Em alguns casos, instrumento formal, apesar das recomendações
buscam parceiros locais ou contratam por apre- da consultoria e de encaminhamentos nesse
sentações. No entanto, existem talentos internos sentido. No entanto, tinha sua composição res-
(palhaço, cordelistas, atores, mamulengos, forro- paldada pela Gerência Regional, também inte-
zeiros, músicos, cantores) com potencial para os grante do mesmo.
trabalhos de mobilização social. A capacitação do Comitê Gestor e dos Grupos
27
Resultados do projeto

de Trabalho era realizada através das visitas re- ca regularidade das reuniões do Comitê Gestor,
gulares da assistência técnica, oficinas, encontros o que comprometia o planejamento e o moni-
temáticos e cursos, abrangendo conteúdos de en- toramento das ações. Dificuldade decorrente
genharia e de mobilização social, planejamento tanto da inexistência de uma cultura interna de
e gerenciamento de projetos. A AT 1, através da trabalhos mais articulados e intersetoriais, como
consultoria e do GT MOB, promoveu, ao longo do também em função das inúmeras e frequentes
percurso do projeto, oito reuniões com o CG que demandas diante do quadro de escassez hídrica,
visavam ao nivelamento e compartilhamento de de rodízios e problemas no abastecimento en-
informações, como também a discussão de proble- frentados em Caruaru. Aliado a isso, as dificulda-
mas e desafios enfrentados, bem como a definição des enfrentadas na disponibilização de recursos
de encaminhamentos necessários para o adequa- e equipamentos também comprometeram a im-
do andamento do projeto. plementação das ações necessárias.
Nessas visitas técnicas evidenciou-se a pou-

Foto 1. Reunião dos consultores com integrantes do comitê gestor de caruaru

Fonte: Acervo COM+ÁGUA.2

Diante desse cenário, a partir do Encon- do CG os seguintes aspectos:


tro Temático de Sensibilização de Dirigentes e
e Significativa evolução interna, relacionada
Gestores, realizado em abril/2017, na sede da
ao combate às perdas, visualizando-se uma
COMPESA, em Recife, avaliou-se a importância mudança de paradigma, especialmente re-
de visitas técnicas integradas periódicas com a lacionada à Área Temática 2 - Perdas Reais,
presença dos consultores das demais AT no sen- devendo-se ampliar essa disseminação in-
tido de possibilitar, através de reuniões e ofici- terna dos preceitos do COM+ÁGUA.2 para as
nas com os GT e Comitê Gestor, um diálogo mais equipes de campo, que atuam na ponta, e ao
integrado frente aos desafios enfrentados e a nível de operação;
pactuação de ações, encaminhamentos e prazos. e A excelência e importância das capacitações,
Apesar dos problemas enfrentados e da que possibilitaram maior qualificação dos
crise hídrica vivenciada em Caruaru, que so- funcionários;
brecarregou de forma significativa as equipes e Atuação do Grupo de Trabalho da Mobiliza-
da COMPESA comprometendo o andamento do ção Social - GT MOB, conseguindo agregar
COM+ÁGUA.2, foram destacados nas avaliações um grupo de funcionários voluntários que,
28
Resultados do projeto

apesar de não serem da área social, tiveram primeiros esforços da consultoria da AT 1 junto
boa interação, criatividade, desenvolvendo ao GT MOB se deram no sentido da capacitação
ações diferenciadas, interna e externamen- de seus integrantes para o trabalho de mobili-
te, destacando-se apresentações de teatro zação social, envolvendo os objetivos centrais,
e mamulengo. E que, havendo um incentivo os eixos de trabalho e a importância do diálogo
institucional, existe potencial para a desen- permanente com as demais AT.
volvimento de diversas ações de comunica- Destaca-se, nas atividades preparatórias do
ção e mobilização social; projeto, o papel importante do GT MOB na cons-
e Maior engajamento e implicação dos fun- tituição do Comitê Gestor e dos Grupos de Trabalho
cionários, abrindo/ampliando os canais de e, especialmente, no apoio às consultorias no pro-
comunicação, o que acabou por triplicar o cesso de elaboração dos Planos de Ação/Plano de
número de solicitações de combate à vaza- Gestão Integrada - PGI, dando suporte no agenda-
mentos e desperdícios; mento, comunicação e organização das reuniões
e Os resultados alcançados, mesmo com a não periódicas com o CG quando das visitas técnicas.
efetivação do DMC, possibilitando expressiva No percurso do trabalho, uma das fragilida-
economia de recursos; des identificadas dizia respeito ao processo de
Constatação de que, diante do estágio em compartilhamento de informações pelas de-
que se encontram, frente aos resultados alcança- mais AT com o GT MOB acerca do andamento
dos no DMC Boa Vista, podem avançar/concluir do projeto, dos resultados alcançados e desafios
as ações, existindo um desejo de continuidade, enfrentados ao longo do percurso, o que subsi-
de avançarem na mudança de paradigma, com a diaria a produção periódica de boletins informa-
perspectiva de avanços importantes nas demais tivos (em meio digital e/ou impresso) a serem
áreas da cidade. encaminhados aos funcionários, no sentido de
atender a um dos objetivos centrais do trabalho
Grupo de Trabalho de Mobilização Social –
de mobilização social.
GT MOB
A ênfase na importância desse compartilha-
A estrutura da COMPESA, em especial do mento de informações foi sempre um tema im-
NAS, em Caruaru, foram de fundamental impor- portante das reuniões do CG, tendo sido criado,
tância para o desenvolvimento das ações da AT no percurso do projeto, formulário que possibi-
1/GT MOB, servindo de suporte para a organiza- litava um melhor registro das ações desenvol-
ção dos materiais disponibilizados pelo projeto, vidas, bem como alternativas de comunicação
bem como para as reuniões de planejamento e interna, utilizando-se um e-mail específico e
monitoramento das ações. O GT MOB, além da grupo via ferramenta WhatsApp, no sentido de
assistente social e estagiárias, integrantes da uma maior/melhor difusão das informações.
equipe do NAS, era composto também por fun-
cionários de diversas áreas da COMPESA Carua- Plano de Gestão Integrada - PGI
ru, sendo que essa composição foi sendo enri- A elaboração dos PGI, conforme metodologia
quecida ao longo da execução do trabalho. de implantação do COM+ÁGUA.2, se configura-
Essa composição diversa, com integrantes de va como uma etapa preparatória de grande im-
várias áreas da operadora trouxe, além das habili- portância para o desenvolvimento das ações do
dades e talentos, importantes olhares e contribui- projeto. Durante o processo de elaboração do PGI
ções para o trabalho do GT MOB, favorecendo um versão 1 – PGI 1 foram feitos diversos contatos e
melhor entendimento da cultura organizacional reuniões dos consultores com os GT/CG, no sen-
e dos processos internos relacionados ao comba- tido de esclarecimentos e orientações, culminan-
te às perdas de água, enriquecendo as discussões, do no encaminhamento do mesmo, pela Gerente
o diálogo com o Comitê Gestor, bem como o pla- Regional, em outubro/16, à equipe do Consórcio.
nejamento e o desenvolvimento das ações. Tendo como referência o PGI encaminhado e
A partir do diagnóstico situacional, ponto de as análises realizadas pelo Consórcio, o encon-
partida para implantação do COM+ÁGUA.2, os tro temático, ocorrido em abril/17, que contou
29
Resultados do projeto

com a presença do Ministério das Cidades e da bro/16, foram realizadas, em Caruaru, em mar-
COMPESA, possibilitou uma avaliação crítica do ço/17, em função do processo de revisão/fina-
panorama do projeto nas unidades de Caruaru e lização do PGI, que demandou a necessidade
Salgueiro e de suas perspectivas, viabilizando a de remanejamento de datas e atividades então
discussão e definição de encaminhamentos vi- programadas. Foram precedidas de encontros da
sando ajustes e avanços no projeto. consultora da AT 1 junto ao GT MOB e ao Comitê
A partir do Encontro Temático foram reali- Gestor para o planejamento e organização das
zadas visitas técnicas integradas que contaram setoriais, envolvendo:
com a presença dos consultores das AT atuantes
no projeto, possibilitando o adequado monito- e Levantamento da quantidade de funcionários
ramento das ações, o acompanhamento do pro- por áreas e diálogo com as respectivas coor-
cesso da disponibilização de recursos e equipa- denações visando o agendamento da partici-
mentos e a definição de ajustes necessários ao pação;
prosseguimento das ações. e Estruturação da programação, com a discus-
são e definição dos conteúdos a serem abor-
Reuniões Setoriais
dados, responsáveis e dispositivos a serem
Como etapa importante no processo de utilizados;
implantação do COM+ÁGUA.2, as reuniões se- e Encaminhamento dos convites aos partici-
toriais, tinham como finalidade promover o en- pantes.
volvimento e a participação dos funcionários no
projeto através da apresentação de seus obje- Visando a divulgação/apresentação das reu-
tivos e eixos centrais, bem como possibilitar o niões setoriais foi produzido um boletim infor-
levantamento, discussão e construção coletiva mativo, com convite encaminhado via WhatsApp,
de propostas de ações, a serem integradas ao bem como banner explicativo contendo os obje-
PGI. E também solicitar a adesão de voluntários tivos e a programação. Também cabe destacar,
como Agentes de Combate ao Desperdício - ACD, como parte da programação, a apresentação de
atuando como multiplicadores do COM+ÁGUA 2. um teatro de mamulengos, produzido e encena-
Inicialmente programadas para dezem- do pelos integrantes do GT MOB.

Foto 2. Reunião setorial foi o momento de discutir propostas para o combate as perdas de água e uso
eficiente de energia

Fonte: Acervo COM+ÁGUA.2

30
Resultados do projeto

Foram realizadas ao longo da semana, em 198 terceirizados, 153 de quadro próprio, sete
Caruaru, 10 reuniões setoriais, de três horas de estagiários e um Jovem Aprendiz. Participaram
duração. Posteriormente, foi realizada uma nova das reuniões setoriais, 84 funcionários do qua-
reunião, agora junto aos leituristas. dro próprio e 111 terceirizados (somando aqui
A Gerência de Negócios Regional possuía, com os estagiários e Jovem Aprendiz), equiva-
em 2017, um total de 339 funcionários, sendo lendo a 53% de participação do total.

Figura 8. Quantitativo de funcionários – GNR Agreste Central Caruaru

Quantitativo de Funcionários
GNR Agreste Central – Caruaru

153
198

■ Funcionários quadro próprio ■ Funcionários terceirizados


Fonte: COMPESA

As reuniões setoriais favoreceram uma ACD no trabalho de mobilização social, apoian-


maior sensibilização dos participantes acerca da do as ações a serem desenvolvidas pelo GT
realidade hídrica de Pernambuco e Caruaru, dos MOB, previstas no Plano de Ação da AT 1 tanto
desafios que envolvem o abastecimento de água junto ao público interno, quanto as destinadas
e da importância de uma atuação mais planeja- à população do DMC. No entanto, algumas difi-
da para o combate às perdas. E como resultado culdades se fizeram presentes, comprometendo
das discussões, foram levantados diversos pro- a participação dos ACD, destacando-se a redu-
blemas e propostas, sugerindo revisões/aprimo- ção das atividades no DMC, por parte da área de
ramentos em uma série de práticas cotidianas e engenharia, em função de dificuldades/entraves
rotinas operacionais. Essas propostas foram sis- na liberação de recursos e de equipe, gerando
tematizadas e encaminhadas ao Comitê Gestor, insegurança no GT MOB em empreender ações
para as devidas análises, visando à devolução mais assertivas de mobilização na região.
aos ACD e incorporações ao PGI. Nesse sentido, apesar das ações previstas no
Plano de Mobilização Social, que envolviam, en-
Agentes de Combate ao Desperdício - ACD tre outras, a formação/capacitação dos ACD e par-
Na ocasião das reuniões setoriais foram ticipação dos mesmos nas atividades de mobili-
constituídos 57 ACD, funcionários que, a partir zação junto à população do DMC, a ausência de
das apresentações e discussões ocorridas, se vo- um trabalho mais sistemático de sensibilização
luntariaram a participar do projeto como agen- e comunicação junto aos ACD, acabou por com-
tes multiplicadores e executores das ações do prometer um maior envolvimento dos mesmos.
COM+ÁGUA.2. O objetivo central era envolver os Em junho/17, foi promovida, pelo GT MOB,
31
Resultados do projeto

uma primeira reunião com os ACD, mas que sa difusão de informações foi um dos principais
contou com uma participação pouco expressiva fatores que comprometeram um melhor desen-
dos envolvidos, sendo avaliado que, além das volvimento das ações de comunicação interna em
dificuldades de ausentar-se de seus respecti- Caruaru. Entre elas, a falta de conhecimento das
vos locais de trabalho, em função das inúmeras ações que estavam sendo desenvolvidas pelas de-
demandas locais (agravadas pelas chuvas in- mais AT, fundamentais para a produção de boletins
tensas que estavam impactando a região nesse periódicos internos sobre o andamento do projeto.
período), existia um sentimento de desinforma- Também merece destaque a sobrecarga de
ção, decorrente das fragilidades no processo de trabalho da assistente social, figura de referência
compartilhamento das informações, gerando do GT MOB, que, além das atribuições inerentes
dúvidas por parte dos funcionários com relação ao cargo, também atuava como suporte ao Comi-
ao andamento do projeto. tê Gestor e demais Grupos de Trabalho, estabele-
Apesar disso, foram resgatados, nessa re- cendo contatos permanentes com os consultores
união, os objetivos centrais do COM+ÁGUA.2, no intuito de garantir a realização das ativida-
promovendo também o nivelamento de infor- des de cursos e capacitações e participação dos
mações acerca do andamento das ações e do empregados. E as dificuldades de deslocamento,
trabalho de mobilização social, avaliando-se demandas e cobranças internas (em diferentes
que existe um potencial que ainda pode ser setores/coordenações), dificultando uma maior
utilizado pela operadora em prol do controle e dedicação dos demais integrantes do GT MOB.
redução das perdas de água e do uso eficiente
Nessa perspectiva, houve um grande esforço
de energia elétrica.
do GT MOB no sentido de encontrar alternati-
Nos processos de revisão/ajustes do Plano vas que pudessem fazer frente às dificuldades
de Mobilização Social foi destacada a importân- enfrentadas, buscando formas mais simples e
cia do trabalho junto aos ACD, com planejamen-
viáveis de incrementar a comunicação e poten-
to de novas reuniões e incremento do envolvi-
cializar a divulgação de informações e o envol-
mento dos mesmos nas ações de mobilização,
vimento dos funcionários. Nessa perspectiva, no
ações essas que acabaram não se efetivando
âmbito da comunicação interna, destacam-se as
em função das dificuldades/entraves no proje-
seguintes ações:
to. Mas cabe destacar, conforme avaliações, que
grande parte dos ACD teve papel importante no e A criação de e-mail: commaisagua2@gmail.
processo de compartilhamento das informações com visando o compartilhamento de infor-
a partir das alternativas de comunicação criadas mações acerca do percurso do COM+ÁGUA.2,
pelo GT MOB, implicando-se com os objetivos possibilitando a difusão periódica das ações
centrais do COM+ÁGUA 2. desenvolvidas/previstas, visitas técnicas,
reuniões, cursos, capacitações, entre outras
5.1.2.2 Subprojeto Comunicação Interna e
informações. Esse e-mail possibilitou ainda,
externa
a partir da opção da ferramenta de armaze-
Nas diversas reuniões realizadas, tanto junto namento do Google Drive, o armazenamento
ao GT MOB e Comitê Gestor, enfatizava-se a im- e o compartilhamento de arquivos por parte
portância da construção, ao longo do percurso de todos os integrantes dos Grupos de Tra-
do projeto, de estratégias e dispositivos diver- balho, como materiais de estudo, apresenta-
sos de sensibilização e comunicação interna, no ções em PowerPoint e vídeos;
sentido de favorecer uma melhor compreensão e Criação de um grupo geral pelo aplicativo
das ações em curso, dos desafios enfrentados, Whatsapp, no sentido da difusão rápida de
resultados alcançados, entre outros, no sentido informações acerca de ações do projeto, de
de manter os funcionários informados, sensibili- demandas e encaminhamentos internos,
zados e mobilizados para o alcance dos objeti- bem como o compartilhamento de fotos, ví-
vos centrais do COM+ÁGUA.2. deos e outros registros das atividades que
No entanto, as dificuldades enfrentadas nes- estavam sendo realizadas;
32
Resultados do projeto

e Elaboração do 1º Boletim Informativo (mar- sentando o COM+ÁGUA.2 e informações


ço/17) quando das reuniões setoriais, apre- sobre os objetivos e período das atividades;

Figura 9. Boletim informativo com+água.2

e Veiculação, pela EloCompesa, de matéria so- Social: Colaboradores participam de Curso de


bre o Curso de Capacitação em Mobilização Mobilização Social pelo projeto COM+ÁGUA.2;

Fonte: COMPESA

33
Resultados do projeto

24 fev 2017

Colaboradores participam de Curso de Mobilização Social pelo projeto Com Mais


Água 2
Entre os dias 20 e 22 de fevereiro colaboradores O projeto é dividido em eixos: Mobilização Social,
das gerências de Caruaru e Salgueiro participaram Perdas Reais, Perdas Aparentes, Eficiência Energética e
do Curso ‘Mobilização Social’ promovido pelo projeto Planejamento e Gestão. “É de suma importância que,
Com Mais Água 2, do Ministério das Cidades, programa num cenário de escassez hídrica, duas cidades que
do Governo Federal. Também participara os emprega- estão respectivamente no Agreste e Sertão do Estado,
dos que fazem parte dos comitês gestores do projeto monitorem sua distribuição de água para redução de
que estão sendo desenvolvidos nestas cidades. Duran- perdas. Desta forma poderá controlar melhor a quanti-
te o evento foram trabalhados assuntos que envolvem dade de água disponibilizada por bairro e poupar seus
a mobilização social, através de oficinas práticas de mananciais. Tudo isso refletirá numa redução de custos
teatro, mamulengo, abordagens, etc. financeiros também”, complementa Lívia.
A Compesa participou de uma concorrência pú- O objetivo do projeto é reduzir perdas de água e
blica com outras empresas de saneamento do país e eficiência energética, através de uma série de ações de
foi selecionada junto com a Embasa (Bahia). “As duas engenharia e mobilização social.
companhias recebem apoio técnico para realizar um Fonte: http://www.elocompesa.com.br/colabo-
projeto numa área piloto, o DMC – Distrito de Medi- radores-participam-de-curso-de-mobilizacao-social-
ção e Controle, onde vazões, pressões e distribuição na -pelo-projeto-com-mais-agua-2/
rede de água são controladas com o intuito de dimi-
nuir perdas de água”, contou a assistente social do Nú-
cleo de Articulação Socioambiental – Agreste Central,
Lívia Clemente.

Fonte: COMPESA

e Veiculação, pela Elo Compesa, destacando as Atividades socioeducativas da Semana da


atividades desenvolvidas pelo GT MOB (tea- Água COMPESA no interior;
tro e mamulengos) nas escolas de Caruaru:

29 mar 2017
DAM, Notícias

Atividades socioeducativas da Semana da Água Compesa no interior


Os Núcleos de Articulação Socioambiental (NAS) drica como é o caso do Agreste pernambucano. Houve
distribuídos nas gerências do Interior de Pernambuco, ainda mobilização entre os colaboradores e uma visita
nas regiões do Sertão, Agreste e Matas, desenvolveram a ETA Petrópolis com alunos da rede pública estadual
diversas ações dentro da programação da Semana da de ensino.
Água Compesa. No Agreste Setentrional, o Núcleo de Articulação
Em Petrolina, o NAS Sertão levou ações de educa- e Meio Ambiente (NAM), em Garanhuns, realizou ativi-
ção socioambiental a mais de 400 crianças de diversas dades socioeducativas em escolas, sempre focando na
escolas do município, através de contação de histórias, educação socioambiental das crianças, que são multi-
apresentação da maquete virtual, dinâmicas e jogos edu- plicadoras desse conhecimento em seus meios de con-
cativos abordando o tema da campanha Água: Preservar vívio. Houve ainda uma visita à Estação de Tratamento
e Defender!, promovida pela Compesa este mês, alusiva de Esgoto (ETE) com alunos e professores do curso de
ao Dia da Água, comemorado no último 22 de março. engenharia alimentar da Universidade Federal Rural
Em Caruaru, o NAS Agreste Central promoveu pe- de Pernambuco (UFRPE), Campus Garanhuns.
ças teatrais e apresentações de mamulengos encena- Na Zona da Mata, a equipe do NAS Matas, levou
das por colaboradores da própria gerência, em escolas palestras, jogos e dinâmicas a escolas das cidades de
do ensino fundamental, alcançando 370 crianças. A Vitória de Santo Antão, Carpina, Timbaúba e Paudalho.
temática abrangeu o consumo consciente da água e Em Carpina, houve ainda uma oficina de produção
a preservação dos recursos hídricos, absolutamente de sabão, abordando a importância de descartar cor-
essenciais numa região que sofre com a escassez hí- retamente o óleo de cozinha e de reaproveitar esse

continua...
34
Resultados do projeto

...continuação

material, evitando o seu descarte na rede coletora e sustentável desse recurso essencial, porém finito”,
e nos corpos hídricos. O Núcleo também realizou uma destacou o diretor.
visita a Estação de Tratamento de Água (ETA) Vitória As equipes dos Núcleos estão divulgando ainda,
com alunos da rede pública de ensino do município de durante todo o mês de março, o concurso cultural
Vitória de Santo Antão. Água: juntos vamos preservar, promovido pela Compe-
Segundo o diretor de Articulação e Meio Ambiente, sa em parceria com a Secretaria de Educação de Per-
Aldo Santos, até o final do mês, ainda estão programa- nambuco, para estudantes da rede pública de ensino.
das diversas ações em todo o estado. “Nosso objetivo Para mais informações, acesse: http://www.educacao.
é sensibilizar o maior número possível de pessoas so- pe.gov.br/portal/?pag=1&cat=36&art=3360.
bre a importância do papel de todos, sociedade e go- http://www.elocompesa.com.br/atividades-so-
verno, para evitar desperdícios hídricos e preservar os cioeducativas-da-semana-da-agua-compesa-no-inte-
mananciais, garantindo um consumo mais consciente rior/

Fonte: COMPESA

e Veiculação, via intranet, de matéria sobre En- SA: Colaboradores da COMPESA recebem mais
contro Temático realizado na sede da COMPE- um treinamento do Ministério das Cidades.

19 jul 2017
DTE

Colaboradores da Compesa recebem mais um treinamento do Ministério


das Cidades
O novo Encontro Temático do Programa “Com + cionados aos sistemas de abastecimento de água que
Água II”, do Ministério das cidades, foi realizado nesta a Compesa utiliza, como por exemplo, o ArcGis, o Al-
quarta-feira (19), no Centro Administrativo da Compe- pha, entre outros”, destacou a gerente de Planejamento
sa. O tema foi “Opções de software de gestão opera- Operacional, Maria Lúcia Martins.
cional de sistemas distribuidores e gestão de ativos de O encontro é fruto de um convênio firmado, em
infraestrutura e softwares para cadastro e modelagem agosto de 2016, entre o Ministério das Cidades e o Go-
hidráulica de sistemas de abastecimento de água”. verno de Pernambuco, através da Compesa.
O treinamento contou com a participação de co- http://intranet.compesa.com.br/colaboradores-da-
laboradores da Gerência de Cadastro Técnico e das -compesa-recebem-mais-um-treinamento-do-ministe-
Gerências Regionais do Interior. “A capacitação mostra rio-das-cidades/
a possibilidade de integração entre os softwares rela-

Fonte: COMPESA

Com relação à comunicação externa foram do GT MOB, quando do processo de elabo-


realizadas as seguintes atividades: ração do diagnóstico social da área, que en-
volveu, além do levantamento das lideran-
e Visitas de campo ao DMC (na região dos ças locais, o mapeamento dos equipamentos
Bairros Boa Vista I e II), envolvendo os con- socioculturais existentes, no sentido de sub-
sultores da AT1 e integrantes do GT MOB, no sidiar futuros contatos e ações a serem ali
sentido de realizar os contatos e ampliar o desenvolvidas;
conhecimento sobre a extensão e perfil da e Reunião na Associação dos Moradores dos
região e os espaços e entidades de referên- Bairros Boa Vista I e II, reunião essa compro-
cia, tendo em vista as atividades comunitá- metida em função da pouca participação do
rias previstas para ocorrerem durante a efe- público convidado, tendo sido apresentados
tivação do DMC; apenas alguns informes e explicações mais
e Contatos e entrevistas com lideranças da gerais acerca do projeto;
região do DMC, realizadas pelos integrantes e Reunião na Escola Estadual Prof. Lisboa,
35
Resultados do projeto

situada na região do DMC, que contou com Essas atividades, criadas e encenadas pelos inte-
a presença de 15 funcionários da escola, en- grantes do GT MOB, foram fomentadas a partir do
tre diretores e professores. Na ocasião foram Curso de Mobilização Social, aproveitando-se os
apresentados, pelos integrantes do GT MOB, talentos existentes em Caruaru, tendo sido reali-
os objetivos centrais do CM+ÁGUA.2, os eixos zadas nos seguintes locais:
centrais do trabalho e destacada a importân-
cia do envolvimento da população no sentido e Teatro de mamulengos apresentado nas 11
do alcance dos objetivos do projeto. Destaca- reuniões setoriais realizadas junto aos funcio-
-se a receptividade e a disposição dos direto- nários da COMPESA, no período de 13 a 17/03
res e professores em apoiar esse trabalho de e no dia 21/06/17;
sensibilização junto aos alunos e pais, quando e Duas apresentações de teatro com mamulen-
das ações no DMC. gos na Escola Batista de Caruaru;
O trabalho de comunicação externa, no entan-
e Apresentação de esquete teatral na Escola
to, não teve a devida continuidade em função da Espaço Educacional Construtivo. Essas ações
não efetivação do DMC, etapa que deveria ampliar foram objeto de divulgação, pela EloCompesa,
as ações de comunicação e o maior envolvimento em 29/03/17.
dos ACD no projeto. e Também merece destaque a Oficina de Gra-
fitagem, que fazia parte do Projeto ComViver
5.1.2.3 Subprojeto Educação e Cultura
COMPESA, realizada junto a crianças e jovens
Com relação às ações no âmbito do Subprojeto residentes no entorno da COMPESA Salgado,
de Educação e Cultura, destaca-se a participação culminando na grafitagem do muro com temá-
dos integrantes do GT MOB na criação e apresen- ticas relacionadas ao combate ao desperdício
tação de esquete teatral e teatro de mamulengos. de água.

Foto 3. Apresentação teatral em escola

Fonte: Acervo COM+ÁGUA.2

36
Resultados do projeto

Foto 4. O curso de mobilização social envolveu funcionários de caruaru e salgueiro e fomentou


o teatro de mamulengos

Fonte: Acervo COM+ÁGUA.2

Foto 5. Ludicidade com a cultura do mamulengos para abordar cuidados com a água

Fonte: Acervo COM+ÁGUA.2

37
Resultados do projeto

5.1.3 Resumo da Mobilização Social no Principais ações internas:


COM+ÁGUA.2
e Teatro de mamulengos apresentado nas reu-
Comitê Gestor: composto por nove integran- niões setoriais;
tes, não institucionalizado. e Criação de e-mail possibilitando a difusão
Grupos de Trabalho: constituídos para AT 1, periódica das ações desenvolvidas/previstas,
AT 2, AT 3 e AT 4, envolvendo ao todo 41 pessoas. visitas técnicas, reuniões, cursos e capacita-
ções, armazenamento e o compartilhamento
Plano de Gestão Integrada: o PGI 1 foi ela- de arquivos por parte de todos os integran-
borado e encaminhado, tendo sido objeto de tes dos Grupos de Trabalho no Google Drive;
revisões e ajustes ao longo do percurso, em fun-
e Criação de um grupo geral pelo aplicativo
ção dos desafios e limitações enfrentadas.
Whatsapp, no sentido da difusão rápida de
Reuniões Setoriais: realizadas 11 reuniões, informações, demandas e encaminhamentos
com 195 funcionários próprios e terceirizados, internos, bem como o compartilhamento de
com sugestões propositivas de ações para 91 fotos, vídeos e outros registros das atividades;
problemas levantados. e Elaboração de Boletim Informativo quando
Agentes de Combate às Perdas: 57 ACD (30%), das reuniões setoriais.
entre funcionários próprios e terceirizados.
Principais ações externas:
Núcleo artístico: criação de um grupo que se e Reunião junto à Associação dos Moradores
envolveu em apresentações de mamulengos e dos Bairros Boa Vista I e II;
teatro, criando e apresentando esquetes e peças e Reunião na Escola Estadual Prof. Lisboa, si-
do COM+ÁGUA.2 para público interno e externo. tuada na região do DMC;
Comunicação: criados e-mail do projeto, gru- e Apresentações de esquete teatral e de tea-
po no Whatsapp, boletim informativo e usado o tro de mamulengos na Escola Batista de
Google Drive para armazenamento de dados. Caruaru e na Escola Espaço Educacional
Utilizados a Intranet e o boletim EloCompesa. Construtivo.

5.2 Área Temática 2 – Perdas Reais


5.2.1 Generalidades mento e por gravidade. O sistema de abasteci-
mento é operado em regime de rodízio devido à
A captação de água do município de Ca-
pequena disponibilidade hídrica dos mananciais.
ruaru é realizada a partir dos Sistemas Prata,
Pirangi e Jucazinho. A barragem do Prata tem No início do projeto, o rodízio era de cinco
capacidade de 43 milhões de m³ e Jucazinho, dias com fornecimento de água e 15 dias sem.
327 milhões de m³. Em Pirangi, a captação se Atualmente, o prestador opera o sistema dispo-
dá por meio de um canal de aproximação, com nibilizando água por cinco dias e interrompendo
capacidade de até 500 L/s. A água bruta é bom- o abastecimento durante 10 dias.
beada para a Estação de Tratamento de Água 5.2.2 Escolha e Implantação do DMC
– ETA por três conjuntos motobombas em série,
com potência de 900 CV, através da adutora do Durante a estruturação dos trabalhos para
Prata/Camevô, diâmetro de 500 mm de aço e implantação do DMC na área prioritária, foi ela-
600 mm de ferro fundido. borado o plano de ação da AT 2. Foram reali-
O sistema conta com duas ETA, sendo uma do zadas quatro capacitações para desenvolver e
tipo compacta – ETA Petrópolis, com capacidade discutir o plano que depois foi incorporado ao
de 830 L/s, e outra do tipo convencional – ETA Plano de Gestão Integrada – PGI. O primeiro as-
Salgado, com capacidade de 500 L/s. A distribui- pecto que veio à tona foi a definição do setor/
ção de água tratada ocorre mediante bombea- zona para implantação do DMC, o qual seria ob-
38
Resultados do projeto

jeto de aplicação da metodologia proposta pelo pela Companhia de Habitação - COHAB, com
projeto COM+ÁGUA.2. quadras e arruamentos bem definidos, predo-
Visando adequar o prazo inicialmente pre- minância de ocupações regulares e que possui
visto para execução do projeto, as variáveis ro- infraestrutura satisfatória.
dízio, disponibilidade de recursos financeiros e A avaliação da topologia (arruamento, topo-
pessoal do prestador, além de questões técnicas
grafia e rede de distribuição) do bairro permi-
como por exemplo extensão de rede, quantida-
tiu inferir que seria possível implantar o DMC
de de ligações e infraestrutura adequada, foram
na parte Norte ou Sul do bairro Boa Vista. Após
cruciais para definir a implantação de apenas
um DMC na área prioritária do prestador. avaliar os critérios de quantidade de ligações e
Dentre os setores sugeridos, o bairro da Boa extensão de rede, estimou-se que o esforço ne-
Vista foi o escolhido. Essa localidade encontra- cessário para implantação do DMC seria menor
-se inserida na sede urbana de Caruaru e cor- na parte Sul do bairro, localizada ao Sul da Ave-
responde ao conjunto habitacional implantado nida Caruaru, conforme figura abaixo.

Figura 10. Delimitação DMC Boa Vista I

Fonte: Google Earth

O bairro da Boa Vista foi entregue pela servatórios, apoiado e elevado, confira as espe-
COHAB com rede de distribuição de água. Para cificações do DMC a seguir:
operar o sistema, a COMPESA construiu dois re-

39
Resultados do projeto

Tabela 1. Dados - DMC Boa Vista I

DMC BOA VISTA I


LIGAÇÕES LIGAÇÕES
Nº ECONOMIAS
MÊS DE VOLUME LIGAÇÕES ATIVAS ATIVAS LIGAÇÕES TOTAL DE
(sem
REFERÊNCIA CONSUMIDO ATIVAS (com (sem EXISTENTES ECONOMIAS
hidrômetro)
hidrômetro) hidrômetro)

nov/17 25.052 2.710 2.557 465 3.022 3.548 3.548


dez/17 22.493 2.713 2.558 465 3.023 3.547 3.547
jan/18 22.786 2.713 2.558 465 3.023 3.546 3.546
fev/18 18.822 2.712 2.558 465 3.025 3.549 3.549
mar/18 18.613 2.713 2.558 465 3.027 3.551 3.551
abr/18 18.613 2.716 2.557 459 3.027 3.548 3.548

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

Tão logo se iniciaram as primeiras capacita- 5.2.3 Macromedição e Telemetria


ções em campo para conhecimento e definição de
No transcorrer do projeto, as ações de con-
ações a serem realizadas no DMC, evidenciou-se
finamento ou isolamento do DMC para verificar
uma série de questões na operação do sistema
estanqueidade ocorreu concomitante à implan-
que deveriam ser tradadas ao longo do projeto:
tação da macromedição.
e Abastecimento por rodízio do DMC e de toda O DMC Boa Vista I tem o abastecimento de
cidade, sendo cinco dias com fornecimento água a partir da tubulação de descarga do REL.
de água e 15 dias de suspensão; A tubulação foi projetada em PVC DEFoFo e DN
e Rede de recalque do Reservatório Apoiado 250 mm.
- RAP para Reservatório Elevado - REL com O prestador aproveitou a disponibilidade em
derivações ou injetamentos direto na rede almoxarifado de um macromedidor tipo eletro-
de distribuição, ou seja, o DMC e outras zo- magnético carretel, no mesmo diâmetro da rede
nas recebiam água bombeada direto da rede (250 mm), para utilizar na entrada do DMC.
e não a partir do REL; O macromedidor foi instalado em janeiro de
e Cadastro técnico carente de atualização. 2017. Esse equipamento possui medidor secun-
dário, alimentado com corrente de 04 a 20 mA,
À medida que as ações de verificação de
acoplado ao medidor primário, que registra e to-
confinamento se desenvolviam, constatou-se
taliza o volume disponibilizado ao DMC. Além
que as informações cadastrais eram falhas e de
do macromedidor do DMC Boa Vista I, foi ne-
pouca confiabilidade, sendo necessário realizar cessário instalar um medidor na derivação que
grande quantidade de sondagens e intervenções abastece o Boa Vista II, pois o volume disponibi-
na rede de distribuição, tais como: interligações, lizado seria mensurado por diferença.
capeamentos, instalações e/ou retirada de regis-
tros para viabilizar isolamento do DMC. Dessa
forma, realizaram-se cerca de 40 intervenções,
sendo 25 sondagens de registros.

40
Resultados do projeto

Foto 6. Instalação medidor Rel Boa Vista Foto 7. Macromedidor Boa Vista 2

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2 Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Na gerência de Caruaru não se constatou -se o sistema de telemetria. O Data logger utili-
rotina de aferições do parque de macromedi- zado conta com um sistema de transmissão de
dores, tampouco um planejamento de manu- dados via GSM ou coleta local via cabo infraver-
tenções preventivas e corretivas deste ativo melho conectado ao notebook. Esse equipamen-
tão relevante para monitoramento, controle e to apresenta Grau de Proteção IP 68, canal de
redução de perdas. vazão com saída pulsada e um canal de pressão.
No REL da Boa Vista havia também o medi- Os dados foram coletados a cada 15 minutos
dor de nível que enviava comando para acionar/ e enviados, via GSM, uma vez por dia para um
desligar a bomba existente no RAP. Essa auto- servidor, o operador do sistema tem a possibi-
mação evitava extravasamentos no REL. Tão lidade de acompanhar dados via internet ou a
logo foi implantado o macromedidor, instalou- partir de Smartphone, com grande flexibilidade.

Figura 11. Tela do sistema de telemetria

Fonte: Sistema de Telemetria

41
Resultados do projeto

5.2.4 Cadastro e Modelagem Hidráulica COMP, foi realizada, em Caruaru, uma capacitação
para a equipe do Cadastro da sede. Um dos produ-
A base cartográfica atualmente utilizada pelo
tos foi a elaboração do procedimento de atualiza-
prestador advém de um projeto do Governo Es-
tadual desenvolvido em 2014, denominado Pro- ção do cadastro técnico de redes para a ferramen-
grama Pernambuco Tridimensional - PE 3D. Os ta de atualização no GISCOMP.
resultados partiram de um aerolevantamento que Diante do exposto, ficaram evidentes as prin-
gerou ortofotocartas. O modelo Digital de Terre- cipais demandas relativas ao cadastro técnico do
no - MDT e o Modelo Digital de Superfície - MDS prestador:
foram provenientes de um aerolevantamento com e Elaborar um manual técnico de procedimen-
restituição planialtimétrica na escala 1:1.000, que
to padrão para coleta de informações e as
cobriu a região metropolitana de Recife. Vale des-
atualizações do cadastro técnico de redes em
tacar que para os demais municípios de Pernam-
campo, com o retorno das informações devida-
buco, a escala de levantamento é de 1:5.000, com
mente georreferenciadas;
algumas variações, como em Caruaru, que possui
e Adquirir equipamentos de cadastro em campo,
mapeamento na escala de 1:1.000.
principalmente GPS GNSS L1/L2 ou similar;
Com o desenvolvimento de capacitações volta-
e Criar um procedimento de coleta de dados
das ao cadastro técnico, observou-se que o presta-
georreferenciados em campo para atualização
dor havia priorizado o cadastro das ligações ativas,
do cadastro de redes;
concomitante à atualização do cadastro técnico da
rede e acessórios. As projeções iniciais, sem a de-
e Realizar a capacitação das equipes de campo
vida apresentação de critérios técnicos de avalia- através dos procedimentos criados e nos equi-
ção, indicaram que esse cadastro estava com 60% pamentos adquiridos;
de atualização. Cabe elucidar que uma alternativa e Implantar uma política de manutenção pre-
para evoluir no quesito atualização de cadastro é ventiva e corretiva para a atualização do ca-
disseminar dentro do prestador a utilização da fer- dastro de redes em campo;
ramenta GISCOMP, que corresponde ao Sistema de e Incluir nas normas da companhia os deta-
Informações Geográficas Corporativo, compatível lhamentos técnicos que devem ser obedeci-
com a plataforma ARCGIS. Essa ferramenta serve dos para aprovação de novos projetos de im-
de apoio a diversos setores do prestador e mostra, plantação de redes de água, pelo prestador
por meio de cartografia, toda a base de informações ou terceiros, tais como: sistema de projeção
georreferenciadas, disponibilizando gráficos e rela- (SIRGAS 2000), precisão horizontal e verti-
tórios para tomada de decisões. cal, layout dos arquivos digitais de acordo
Visando promover e disseminar o uso do GIS- com o GISCOMP.

Foto 8. Sondagem de registro

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

42
Resultados do projeto

A deficiência ou desatualização do cadastro procedimento operacional padrão para constru-


técnico do DMC pôde ser percebida à medida ção de um modelo hidráulico no Epanet, a par-
que se realizaram sondagens para verificações tir dos dados do cadastro de rede, em formato
de interligações, localização de registros, etc. DWG, e dos dados de telemetria disponíveis, ou
Praticamente toda inspeção realizada retorna- seja, vazão de entrada, pressão de entrada, pres-
va com algo diferente do que estava lançado são no ponto médio e no ponto crítico, usando
em planta cadastral. Atualmente, o cadastro os softwares QGIS, EPACAD.
técnico está em fase de correção e atualização Os consultores e os engenheiros do presta-
na base Cad, consequência das sondagens, inje- dor construíram, ao longo do projeto, diversas
tamentos, instalação de macromedidor e confi- modelagens, inclusive simulando o regime de
namentos realizados. rodízio que ocorre no DMC. Sempre que possí-
No âmbito do COM+ÁGUA.2 também foi rea- vel, novas simulações eram realizadas mediante
lizado o curso de Modelagem Hidráulica de pe- as atualizações no cadastro da rede.
ríodo estendido com utilização do Epanet e ca- Outra aplicação interessante da modelagem
libração de modelos aplicados ao DMC, no qual hidráulica foi a elaboração, no Epanet, de um
foram apresentados conceitos, softwares dispo- seccionamento fictício da rede com objetivo de
níveis, além da construção de casos práticos a avaliar em quais subsetores havia maior relevân-
partir de dados do DMC Boa Vista I. cia de perdas reais. Na prática, esta simulação é
Mesmo diante de um cenário de incertezas conhecida como Step Test, e deve ser simulada
cadastrais, procurou-se capacitar os técnicos e em campo, utilizando as medições de vazão e
engenheiros do prestador em modelagem hi- estudos piezométricos para certificar ou calibrar
dráulica. Dessa maneira, foi desenvolvido um a modelagem

Figura 12. Modelo hidráulico do dmc

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

43
Resultados do projeto

Figura 13. Subsetores propostos no QGIS - preparação do step test

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

Infelizmente, o rodízio no abastecimento operacionais inviabilizou, durante o projeto, a


associado à grande carência de colaboradores calibração das modelagens realizadas.

Foto 9. Vazamento detectado durante capacitação

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

44
Resultados do projeto

5.2.5 Controle ativo de Na Unidade Caruaru, o Prestador dispõe


vazamentos de geofones eletrônicos e mecânicos, haste de
escuta e válvula geradora de golpe, no entan-
No tocante à pesquisa de vazamentos fo- to, não há quantidade suficiente para implan-
ram realizadas capacitações para dar maior tar rotina de pesquisa em larga escala, mas é
embasamento teórico e prático aos colabora- satisfatória para iniciar pesquisa de vazamen-
dores da COMPESA. tos. Loggers e Correlacionadores de Ruído não
Nessas capacitações, abordou-se a meto- estão disponíveis.
dologia preconizada pela Associação Brasilei- Um dos grandes desafios observados duran-
ra de Ensaios não Destrutivos (ABENDI), con- te a capacitação de pesquisa de vazamentos no
forme PR-051. DMC Boa Vista I estava relacionado ao tamanho
Na Gerência de Caruaru não há rotina contí- e posição das caixas de inspeção de hidrôme-
nua de pesquisa de vazamentos definida por cri- tros, que se localizam nos passeios ou calçadas
térios técnicos, tais como varrer trechos de rede dos imóveis. Este posicionamento prejudicou so-
com maior incidência de vazamentos, setores bremaneira a pesquisa de vazamentos, uma vez
com fator de pesquisa elevado, etc.; tampouco que para realizar a verificação da existência de
foram constatados registros ou mapas temáticos vazamento no ramal predial se fazia necessário
com histórico de vazamentos por zona de abas- fechar o registro geral do cavalete, para auscul-
tecimento, DMC ou bairros. tar ruídos propagados por vazamento.

Foto 10. Equipamentos para pesquisa de vazamento da compesa - caruaru

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Durante o acompanhamento de algumas Além disso, é possível que a prática de fazer


ações realizadas no DMC Boa Vista I foi possível ligações novas, a partir de ramais adjacentes, seja
observar que ramais prediais não estavam conec- comum em toda área prioritária. Esse cenário acar-
tados à rede de distribuição, mas em ramais pre- retará em empecilhos na detecção e localização
diais adjacentes, tal ação provém principalmente de vazamentos não visíveis e até na identificação
da ausência de fiscalização do prestador de ser- de fraudes durante a pesquisa acústica.
viço na implantação de novas ligações de água e
falhas do cadastro técnico da rede.

45
Resultados do projeto

sobremaneira na gestão do DMC. Esse cenário in-


Foto 11. Pesquisa com haste de escuta
viabilizou a elaboração de uma modelagem de va-
zamentos Bottom Up a partir de dados confiáveis
de vazão e pressão, como também não foi possível
implementar a rotina de acompanhamento da va-
zão mínima noturna e fator de pesquisa.
A ausência de uma modelagem de vazamen-
tos Bottom Up confiável impede a calibração do
Balanço Hídrico Top Down e, consequentemente, a
segregação das perdas real versus aparente.
Diante desse contexto, vale destacar que, quan-
to ao conhecimento e operacionalização do DMC,
ainda existem lacunas a preencher. Por outro lado,
algumas situações evidenciadas foram ajustas e
corrigidas no transcorrer do projeto, com destaque:

Foto 12. Desvio do rap boa vista

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Na gerência de Caruaru todos os serviços re-


lacionados aos reparos de vazamentos são exe-
cutados por empresas terceirizadas. Dessa for-
ma, também não há um acompanhamento por
meio de indicadores relativos aos vazamentos,
tais como tempo médio de atendimento, quan-
tidade de vazamentos no mesmo ramal, reinci-
dência de vazamentos de rede por setor ou zona,
etc., ou seja, inexiste um histórico de falhas que
dê subsídios à tomada de decisão para substitui-
ção de redes e ramais.

5.2.6 Controle de Pressão e Gestão do


DMC Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
As pressões médias na rede de distribuição
do DMC são relativamente baixas, cerca de 15
e A partir de medições de pressão e vazão em
mca. O controle de pressão ocorre no REL de Boa
campo, com auxílio da pitometria, concluiu-
Vista, conforme alterações da cota piezométrica,
-se que havia carga hidráulica suficiente na
ou seja, a variação do Nível de Água - NA mínimo
ao máximo no REL, que é de apenas 4,3 metros, subadutora para atender o REL da Boa Vista
o que promove o gradiente de pressão disponi- sem a necessidade de recalcar a água a partir
bilizada na rede. do RAP. Foi feito um desvio ou By-Pass do RAP
O rodízio de fornecimento de água, as falhas para viabilizar a operação neste novo cenário;
nos equipamentos de telemetria, no macromedi- e Interligações com bairros adjacentes ao DMC,
dor e incertezas no cadastro técnico impactam desconhecidas dos técnicos da COMPESA e
46
Resultados do projeto

sem registro na planta cadastral. Nesta situa- também sem registro no cadastro técnico e de
ção, destacam-se as derivações encontradas desconhecimento dos operadores do sistema.
na tubulação do REL da Boa Vista para o bair- Esta derivação abastecia o Boa Vista II;
ro Maria Auxiliadora, cujo abastecimento de e No início do projeto, antes de realizar as
água deveria ocorrer em períodos distintos ao ações de perdas reais citadas, a vazão média
do Boa Vista I durante rodízio; que chegava ao REL da Boa Vista era de 70,0
e Interligação na Rua Joaquim do Norte (PVC DE- L/s, atualmente, o sistema opera, nos dias de
FoFo 1500 mm) com Av. Caruaru (PBA 160 mm) rodízio com vazão de 55,0 L/s

Foto 13. Desvio do Rap Boa Vista

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

5.3 Área Temática 3 – Perdas Aparentes


5.3.1 Cadastro Comercial equipamentos de coleta de dados, informações
levantadas nas visitas, quantidade de equipes tra-
As primeiras visitas técnicas que ocorreram na balhando no serviço, elementos de logística, entre
COMPESA com foco neste tema se concentraram outros aspectos.
no diagnóstico da infraestrutura disponível para
Observou-se que o prestador já reservava
gerenciamento e execução dos serviços de atua- grande atenção a esta temática e possuía uma
lização do cadastro comercial. metodologia bem delineada, baseada em critérios
Nessa temática específica, o prestador já tinha técnicos e logísticos, envolvendo pessoal próprio e
estabelecida uma diretriz de centralização das terceirizado. O fluxo das informações era adminis-
decisões sobre a execução dos serviços na Unida- trado por meio de sistema informatizado, utilizan-
de Sede, em Recife. Deste modo, antes mesmo de do coletores eletrônicos portáteis em campo.
qualquer interação mais profunda com a Área Prio- As ferramentas de TI e SIG eram desenvol-
ritária, o Consórcio buscou contato com a Gerência vidas pelo setor de informática do prestador,
Técnica de Cadastro - GTC. ficando a cargo da terceirizada providenciar
Partiu-se então para o contato com os res- recursos humanos e elementos de logísticos
ponsáveis para investigar a rotina operacional, as e de transporte. A equipe de escritório era com-
ferramentas de Tecnologia da Informação - TI e de posta também por terceirizados, com supervisão
Sistema de Informação Geográfica - SIG utilizadas, de técnicos próprios do prestador, que realizava o
47
Resultados do projeto

controle de qualidade de informações críticas de sim, o Consórcio sugeriu inclusão de alguns aspec-
mudança de categoria. tos e pequenas alterações na rotina do programa.
Um aspecto nevrálgico em todo processo dizia Dentre as adequações sugeridas, destacou-se a ne-
respeito ao formulário de levantamento de dados. cessidade de obrigatoriedade do registro fotográ-
O layout de coleta que o prestador trabalhava era fico do hidrômetro e fachada do imóvel, além da
satisfatório e já abrangia investigação e auditoria utilização de alertas de criticidade em campos
de informações importantes em campo. Ainda as- específicos do formulário.

Tabela 2. Dados Coletados no Campo

LOCALIDADE ENDEREÇO CLIENTE IMÓVEL LIGAÇÃO FOTOS


Nome do Ocorrência
Matrícula Logradouro Perfil Situação Água
Entrevistado Cadastro
Referência/
Município Tipo de Pessoa Analisar Tarifa Social Situação Esgoto Frente Casa
Número
Hidrômetro
Localidade Complemento Tipo de Cliente Num. Medidor Energia Hidrômetro
Água
Setor Número
Bairro CPF/CNPJ Num. De Moradores Correspondência
Comercial Hidrômetro
Quadra CEP Nome do Cliente Pavimento Rua Teste Cloro? Teste Cloro
Data de
Lote Pavimento Calçada Local Instalação
Nascimento
Fonte de
Sexo Tipo Proteção
Abastecimento
RG Categoria Cavalete
Órgão Expedidor Subcategoria Leitura
Data de Emissão Quantidade Observação
Tipo de Telefone
Telefone
Foto: Elaboração COM+ÁGUA.2

Figura 14. Telas do Coletor Eletrônico de Dados

Fonte: COMPESA

48
Resultados do projeto

Também foi analisado o sistema GISCOMP, para administração da rotina. Porém, verificou-se
ferramenta de SIG corporativo, no qual é possí- como melhor opção levar as equipes que atuavam
vel integrar o cadastro técnico de redes de água na região metropolitana do Recife, considerando
com o cadastro comercial de clientes. A ferra- que já possuíam contrato e treinamento adequado
menta era disponibilizada pela intranet, o que para execução dos serviços.
facilitava o acesso e a manutenção dos dados Nesse período, iniciou-se um processo lici-
nele inseridos. Estima-se que atualmente cerca tatório no prestador para renovação do contra-
de 60% dos imóveis atendidos pela COMPESA to de terceirização dos serviços de atualização
estão georreferenciados. do cadastro comercial. Esse procedimento de-
Os técnicos do prestador apontaram que o sis- mandou uma série de etapas burocráticas e le-
tema necessita de algumas pequenas adequações vou um tempo significativo para ser finalizado.
no tocante à dificuldade de acesso em localidades Durante todo o processo da nova contratação
mais afastadas do Estado, em especial maior velo- observou-se que a demanda por serviços se
cidade no tráfego de dados, além de ser necessário
acumulou e, no momento em as equipes fica-
o desenvolvimento de funcionalidades que facili-
ram disponíveis, precisaram atender uma série
tem atualizações, monitoramento e elaboração de
de prioridades definidas pelo prestador. Infeliz-
mapas temáticos, alimentando uma expectativa
mente, até a finalização do projeto, o prestador
interna de que o GISCOMP se torne um portal com
diversas aplicações do GIS inseridas. não havia iniciado a pesquisa de atualização
cadastral em campo.
No âmbito das capacitações foram ministra-
dos treinamentos diversos de combate às perdas 5.3.2 Micromedição
aparentes, sempre reservando atenção especial
à temática da atualização dos dados comerciais. A campanha de visitas técnicas com foco
Ainda no contexto histórico do COM+ÁGUA.2, no desenvolvimento da micromedição buscou
tornou-se necessário planejar a logística de equi- dotar os técnicos dos prestadores de conheci-
pes para execução dos serviços no DMC.Cogitou-se, mento sobre rotinas técnicas de levantamento
inicialmente,mobilização de equipes residentes na de dados para diagnóstico da submedição do
Área Prioritária, sendo necessária a realização de parque, com utilização de metodologia orienta-
treinamento e estruturação de ambiente interno da pela Norma Técnica NBR ABNT 15.538/2014.

Foto 14. Demonstração do uso do conjunto datalogger e do hidrõmetro volumétrico CLASSE C

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

49
Resultados do projeto

Estas capacitações tiveram por objetivo reco- Neste período foi promovido o primeiro con-
nhecer o comportamento de consumo dos clien- tato com os data loggers e os hidrômetros que
tes e o padrão de envelhecimento dos hidrôme- seriam utilizados nos levantamentos em campo.
tros. Com esses treinamentos buscou-se que o Buscou-se realizar uma demonstração minucio-
prestador absorvesse o conhecimento sobre uma sa da utilização dos equipamentos, indicando a
importância de cada componente no processo
primeira fase do processo de otimização da mi-
e apresentando a sequência de passos a serem
cromedição e se tornasse capaz de executar as
seguidos para a correta utilização.
rotinas técnicas e operacionais inerentes a este
Os levantamentos foram programados para
serviço. Foram apresentados os conceitos teóri-
monitoramento durante sete dias corridos, de
cos que envolveram a gestão da micromedição. maneira a acompanhar a rotina semanal do
Utilizaram-se para a discussão aspectos ineren- cliente e garantir a adequada amostragem do
tes ao funcionamento dos hidrômetros e a rela- perfil de consumo. Como procedimento inter-
ção entre o instrumento e a dinâmica de consu- mediário, a equipe deveria retornar a campo
mo do cliente. Os envolvidos puderam conhecer para averiguar as instalações e o andamento da
melhor algumas especificações dos medidores e coleta de dados. Esta etapa foi extremamente
o modo de funcionamento do instrumento para, importante, considerando que seria uma opor-
a partir disso, poderem entender os objetivos do tunidade de verificar se o levantamento estava
levantamento dos perfis de consumo. ocorrendo dentro do planejado.

Foto 15. Treinamento sobre levantamento de perfis de consumo em campo

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

A capacitação envolveu participantes que ticiparam dessa capacitação. Os técnicos das


pertenciam à área de hidrometria do prestador, áreas comerciais de Caruaru e Salgueiro eram
que centraliza as ações de compra, ensaios e tanto do nível gerencial, como operacional, per-
distribuição dos hidrômetros para as áreas ope- mitindo assim a discussão e análise do tema da
racionais. Participaram também colaboradores capacitação em aspectos diversos, mostrando a
da área comercial da COMPESA. Os colaborado- importância do embasamento teórico, por meio
res responsáveis pelo setor de medição de água, do estudo da Norma ABNT 15.538/2014 e do Re-
lotados nos escritórios comerciais também par- gulamento Técnico Metrológico, da Portaria do
50
Resultados do projeto

Instituto Nacional de Metrologia, Normalização ração conjunta dos relatórios e gráficos que
e Qualidade Industrial - INMETRO 246/2000. demonstram o ciclo de vida de um medidor de
No treinamento procurou-se demonstrar a água, finalizando com a análise dos resultados
aplicação prática da norma através da realiza- e discussão do impacto destes resultados no
ção dos ensaios de desempenho de medidores desempenho da medição de água, que tem in-
no Laboratório de Hidrometria, a formatação fluência direta no faturamento da companhia e
dos resultados dos ensaios através da elabo- viabilidade econômico-financeira do negócio.

Foto 16. Treinamento sobre ensaios de bancada para determinação da curva de envelhecimento

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Foram tratados temas inerentes ao processo, Houve um longo período sem avanços no pro-
tais como a abordagem sobre a Norma ABNT NBR cesso de aquisição dos materiais e equipamentos
15.538/2014, a importância da curva caracterís- necessários para iniciar os trabalhos por parte da
tica de envelhecimento do parque de medidores, COMPESA. Desde quando foi submetida a lista de
levantamento do perfil de consumo e determina- materiais necessários para execução dos serviços,
ção dos pesos no cálculo do Erro Médio Ponderado a empresa manifestou que teria dificuldades fi-
– EMP e do Índice de Desempenho Metrológico nanceiras para aquisição de todos os equipamen-
– IDM, sugestão de critérios de seleção de amos- tos, instrumentos e ferramentas. No espírito de
tras para ensaios e interpretação dos resultados, parceria, o Consórcio se comprometeu em apoiar
programação de rotinas operacionais, além de o prestador cedendo alguns equipamentos, evi-
realizar uma avaliação da infraestrutura e trazer tando a necessidade de aquisição e promovendo
sugestão de melhorias nas bancadas de ensaios uma otimização do recurso financeiro disponível.
e apresentar as melhores práticas de laboratório, Dentre os equipamentos emprestados, estavam
minimizando as incertezas de medição na deter- os conjuntos data logger para levantamento de
minação de erros. perfil de consumo.
Foi utilizada a bancada de ensaios em hidrô- Ocorre que os equipamentos do Consórcio
metros do Laboratório de Hidrometria, da COMPE- possuem um arranjo de componentes e possuem
SA, na Unidade da Cabanga, no Recife, que atendeu conexão com somente um modelo de hidrôme-
às necessidades por contemplar os requisitos mí- tro de fabricante específico. Diante do cenário,
nimos exigidos pelo INMETRO, por meio da Norma em comum acordo, decidiu-se que a COMPESA
de Procedimentos NIE DIMEL 016-r03. adquiriria o modelo de hidrômetro indicado
51
Resultados do projeto

pelo Consórcio e o trabalho seria executado se tornasse uma importante referência no trata-
nessa parceria, o que também não foi adiante. mento dos casos, sendo implantada uma padro-
Já na reta final do projeto, em reunião ocor- nização de conceitos nos serviços de campo.
rida entre o Consórcio, o Ministério das Cidades Também se buscou demonstrar os diversos
e a COMPESA, o Consórcio se comprometeu em tipos de abordagens e penalidades que devem
adquirir uma quantidade mínima de hidrôme- ser aplicadas para cada tipo de situação, con-
tros, no modelo especificado e emprestar todo o siderando que a finalidade do uso da água, os
arranjo necessário para os levantamentos. Dessa volumes estimados consumidos irregularmente,
forma, diante do longo período decorrido do úl- o contorno social que se localiza cada caso e a
timo treinamento realizado, foi necessário reali- renda estimada do cliente fraudulento.
zar as capacitações novamente. Buscou-se abordar nas capacitações a forma
Uma vez que este procedimento já havia como o Balanço Hídrico segmenta os usos não
sido objeto de detalhada capacitação em visita autorizados e como a modelagem auxilia o ope-
anterior, buscou-se direcionar a energia nos pro- rador no planejamento das premissas e melhora
cedimentos principais referentes à operação do dimensionando os volumes de água perdidos.
data logger, instalação em campo e descarga e Dentro dessa classificação, destaca-se a segre-
armazenamento dos dados levantados. gação em blocos de natureza de irregularidade.
A seleção de clientes precisou ter critérios Um primeiro grupo se refere às ligações
menos restritivos, considerando o rígido regime clandestinas, que representam os casos de con-
de rodízio no abastecimento. Como resultado fi- sumidores não reconhecidos pelo prestador, ou
nal, alguns perfis foram levantados em campo, seja, não constantes no banco de dados de clien-
mas com poucos períodos de abastecimento, o tes. Outra classificação abrange todos os casos
que inviabilizou uma análise mais pormenoriza- de fraudes nas instalações de fornecimento de
da dos resultados. água e considera prioritariamente consumos
não contabilizados em ligações ativas. Em um
5.3.3 Combate a Usos Não Autorizados último bloco, a modelagem contabiliza casos de
Os serviços de combate aos usos não autori- falhas de cadastro, os quais se enquadram liga-
zados foram foco de grande atenção no âmbito ções com fornecimento interrompido por regras
das capacitações do COM+ÁGUA.2. Observando de cobrança e religado à revelia, além de situa-
a relevância do tema na gestão das perdas de ções de localidades com abastecimento regular
água, especificamente das perdas aparentes, foi provido pelo prestador, porém com clientes não
desenvolvida uma abordagem multidisciplinar, cadastrados e com consumo não contabilizado.
combinando a engenharia e a mobilização social, Outro tema de grande relevância nas capa-
sempre buscando segmentar os diversos casos, citações se referiu às estratégias para identifi-
segundo o tipo de intervenção irregular praticada, cação de casos suspeitos e direcionamento dos
as condições socioeconômicas da comunidade e a esforços na pesquisa de usos não autorizados.
finalidade do uso consumo não autorizado. O adequado planejamento das ações representa
Buscou-se realizar um planejamento das grande economia de recursos e eleva o sucesso
ações que abrangesse uma diversidade de casos do trabalho. Uma das principais estratégias tra-
como a modelagem do Balanço Hídrico sugere, balhadas nos treinamentos focou na avaliação
de modo que as práticas servissem tanto para do banco de dados comerciais dos clientes e no
atender metodologicamente o dimensionamen- estabelecimento de critérios técnicos de seleção
to dos volumes de água perdidos por usos não de casos suspeitos de irregularidades. A riqueza
autorizados como também para o combate efe- dessa base de informações serve como um im-
tivo do problema e melhoria de indicadores. portante pilar de tomada de decisão, favorecen-
Existiu uma dinâmica de capacitações que do a operação logística de ataque a áreas com
buscou apresentar a classificação definida pelo concentração de suspeitas, tanto do ponto de
Balanço Hídrico para cada caso de irregularidade vista da engenharia como também da mobiliza-
de consumo. O objetivo era que essa segregação ção da comunidade.
52
Resultados do projeto

Especificamente sobre a dinâmica da mobi- autorizados. Para essas áreas, planejou-se dis-
lização e sensibilização social, buscou-se ava- seminar as intenções do COM+ÁGUA.2 por meio
liar a disponibilidade de instrumentos necessá- de audiências públicas, visitas em domicílios e
rios na área de abrangência do DMC. Algumas propaganda audiovisual. O tratamento dos ca-
interações com líderes comunitários foram rea- sos de usos não autorizados necessitaria de um
lizadas e algumas campanhas de divulgação do trabalho relevante de sensibilização.
projeto planejadas. As práticas de mobilização Também foram ministrados treinamentos
foram bem recebidas pelos técnicos do pres- para pesquisa e combate aos usos não autori-
tador e algumas experiências foram ensaiadas zados com foco em residências de maior renda
em campo. e atividades comerciais/industriais. Nesses ca-
A capacitação de abordagem da mobilização sos, realizou-se capacitações com foco na abor-
tevê por foco regiões e ocupações com baixo dagem policial e na aplicação de penalidades,
padrão de renda, as quais apresentavam con- aproveitando-se de experiências de sucesso em
centração significativa de ligação inativa e onde diversos estados do Brasil, mais especificamente
residia uma importante parcela de usos não na SABESP.

Foto 17. Investigação em campo de irregularidades nas ligações de água

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Apesar da carga significativa de capaci- COM+ÁGUA.2 no prestador, observaram-se gran-


tações, as ações práticas no campo não tive- des dificuldades financeiras para mobilizar os
ram avanços. Em reflexo do cenário geral do serviços de combate aos usos não autorizados.

53
Resultados do projeto

5.4 Área Temática 4 – Gestão De Energia


Em Caruaru, a AT 4 contou com a formação Em Caruaru não há equipe dedicada à iden-
de um Grupo de Trabalho para a elaboração do tificação de oportunidades e desenvolvimento
plano de ação específico e sua implementação, de ações de eficiência energética, mas no qua-
tendo a coordenação do Comitê Gestor. Dentre dro da equipe de manutenção existem alguns
as ações para aumentar a eficiência energética colaboradores que atuam em ações de eficiência
destacaram-se: em conjunto com a CEN. A unidade conta com
um coordenador técnico e o apoio de um ele-
e Sensibilização dos colaboradores do presta-
trotécnico para desenvolvimento de atividades
dor em relação ao tema energia no segui-
de correção de fator de potência quando neces-
mento de saneamento;
sário, e algumas ações de eficiência energética.
e Identificação de oportunidades para ações A unidade operacional mais representativa em
de eficiência energética e de microgeração
relação ao consumo de energia elétrica é a ETA
de energia através fontes renováveis;
Petrópolis. Seu valor anual faturado é de R$ 1,2
e Elaboração de metodologia para realização milhões, que representa 6,4%, do valor gasto
do diagnóstico hidroenergético; com energia na gerência de Caruaru.
e Especificação de equipamentos e ações a se- A captação do Rio do Prata é constituída
rem implementadas; de quatro conjuntos motores bombas de 900cv
e Acompanhamento e análise dos resultados recentemente adquiridos, alimentados em mé-
após implementação da metodologia, atra- dia tensão (2.300V). Esses conjuntos recalcam a
vés de indicadores de desempenho; água bruta para a ETA Petrópolis, que fica dis-
e Realização de treinamentos em geral, atra- tante 36 km da captação. Antes da ativação da
vés de cursos e capacitações em processo, captação do Rio do Prata, a principal unidade
com a realização de visitas a campo. de captação e de maior consumo de energia
Para atender a metodologia COM+ÁGUA.2 elétrica era o sistema do Jucazinho, que teve as
de gestão da energia, orienta-se que seja operações paralisadas em meados de 2016 de-
identificada, de preferência no DMC, a unida- vido à escassez hídrica, que secou o reservatório.
de operacional que possa servir como piloto Entretanto, essa unidade voltou a operar em ju-
para a realização de estudos e ações de efi- nho/2018, com 6,5% de sua capacidade.
ciência energética. Na avaliação da estrutu- Em Caruaru foram então desenvolvidos dois
ra da COMPESA identificou-se a Coordenação diagnósticos hidroenergéticos com o propósito de
de Eficiência Energética – CEN, localizada na sensibilizar e capacitar o corpo técnico gerencial:
sede, em Recife. Atualmente a CEN não atua na e EAB Inversão – ETA Petrópolis;
identificação de oportunidades de eficiência e EEAT Anel Oeste II – ETA Petrópolis.
energética nas unidades operacionais, apenas
a avaliação das faturas de energia elétrica re- 5.4.1 Metodologia das Medições (Even-
cebidas mensalmente e gestão dos contratos to de Diagnóstico E Monitoramento)
de demanda, e também monitora a cobrança de
A realização dos eventos de monitoramento
multas por baixo fator de potência. Quando se
contou com equipe multidisciplinar, com espe-
identifica uma unidade operacional com baixo
cialistas em elétrica e hidráulica/mecânica e fo-
fator de potência, é deslocada uma equipe de
ram utilizados os seguintes equipamentos:
manutenção da CEN para realização de manu-
tenções e correção nas instalações. Em 2018 foi e Analisadores/registradores de energia elé-
integrado à sua estrutura um engenheiro para trica;
identificar oportunidades de realização de efi- e Registradores de pressão;
ciência energética nas unidades operacionais e Termômetros digitais;
da COMPESA. e Tacômetros digitais sem contato;

54
Resultados do projeto

e Câmera termográfica; e Trenas;


e Câmera fotográfica; e GPS.
e Alicate volt-amperímetro; Os registros dos eventos de monitoramento
e Medidor de vibração; se apresentam a seguir:

Foto 18. Totalizador de volume e indicador de Foto 19. Medidor de vazão do sistema da
vazão instantânea inversão, do tipo eletromagnético intrusivo

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2 Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Foto 20. Pontos para instalação de manometros e/ou transmissor de pressão

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

55
Resultados do projeto

Foto 21. Pontos de tomada de pressão

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Foto 22. Instalação dos transmissores de pressão na bomba do sistema da inversão

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

56
Resultados do projeto

5.4.2 Resumo do Diagnóstico Hidroe- nistrativa da COMPESA, em Caruaru), composto


nergético – Bomba da Inversão por um conjunto motobomba de 250cv e bom-
ba bipartida axialmente, que recalca água bruta
O Diagnóstico Hidroenergético - DHE foi
da ETA Petrópolis para a ETA Salgado. O sistema
realizado na ETA Petrópolis em duas estações
opera de forma contínua, 24h/dia, sete dias por
elevatórias, sendo uma de água bruta – sistema
semana, enquanto não houver outro sistema de
da inversão - e uma de água tratada, constante
abastecimento de água bruta para a ETA Salgado.
do sistema associado ao DMC Anel Oeste II. A
estação elevatória de água bruta é composta por 5.4.2.2 Características da Bomba da Inver-
um conjunto motobomba de 250cv, conforme são – ETA Petrópolis
detalhado a seguir, e opera em regime contínuo,
abastecendo também a ETA Salgado em função Os motores analisados possuem mais de 14
da crise hídrica que assola a região do sertão de anos de fabricação, apesar de não haver registros
Pernambuco já há alguns anos. e históricos de manutenção, possuem indícios de
O DHE do sistema de inversão foi realizado restauração e rebobinamento, que propicia na re-
entre setembro e dezembro/2017 com ativida- dução da eficiência e rendimento. No diagnóstico
des de levantamento de campo, eventos de mo- foi avaliado apenas um conjunto motor bomba do
nitoramento, coleta e análise de informações, sistema da Inversão,pois o segundo conjunto ainda
além de elaboração de relatório conclusivo. não estava disponível e em condições de operação.
A seguir os dados resumidos do diagnóstico
5.4.2.1 Descritivo das Atividades
da unidade selecionada na ETA Petrópolis.
Foram realizadas vistorias nas principais Adicionalmente ao diagnóstico hidroenergé-
unidades operacionais da gerência de Caruaru tico foram avaliadas as iniciativas de desenvol-
com o propósito de identificar-se um sistema vimento de programas e projetos de eficiência
que possuísse as características típicas de ou- energética e a estruturação da CEN. Para a estru-
tros sistemas de bombeamento. A escassez hídri- turação da coordenação identificaram-se algu-
ca persistente impediu que se conseguissem as mas ações e implementações necessárias como:
condições operacionais ideais para a obtenção
de máximo resultado durante o evento de moni- e Criação de novos Indicadores de Desempe-
toramento, entretanto, foi possível demonstrar a nho Energético - IDE, como o kWh/m³ bom-
metodologia a ser adotada. beado. Atualmente a CEN e as AP consideram
como indicadores de eficiência energética o
índice de ultrapassagem de demanda e co-
Tabela 3. Características da bomba de inversão brança de multas por parte da Companhia
Energética de Pernambuco - CELPE por bai-
Bomba Inversão
xo fator de potência;
Marca KSB
e A importância da criação de IDE tendo como
Modelo RDL 250 - 400
base a norma ISO 50.001, que estabelece uma
Número de série 667617
estrutura para que as empresas possam geren-
H (m) 72
ciar e melhorar o consumo de energia elétrica;
Q (m³/h) 900
e Melhoramento de metodologias de geren-
Rotação (rpm) 1750
ciamento e implantação de ações de moni-
Pot (cv) 250
toramento do consumo energético online;
Diâm. Do Rotor (mm) 400
e Desenvolvimento de metodologias de aná-
Tipo Bipartida axialmente
lise das faturas de energia, que possibilite a
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
realização de ações administrativas e técni-
cas nas unidades da COMPESA;
Entre julho e agosto/2017 selecionou-se o e Gerenciamento efetivo dos contratos de for-
sistema da estação elevatória que abastece a necimento de energia elétrica, envolvendo
ETA Salgado (onde se localiza a gerência admi- as unidades operacionais sendo que o valor
57
Resultados do projeto

Tabela 4. Dados resumidos do diagnóstico hidroenergético

Bombas Q (m³/h) H (m) Pel (kW) CE (kWh/m³) CEN (kWh/m³/100) Rendimento

Sistema Inversão 660 69,3 211,8 0,321 0,463 59%

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

anual pago é da ordem de R$ 180 milhões/ potencial hidráulico, sendo este na chegada da
MM, que corresponde a terceira maior des- água bruta na ETA Petrópolis e nas estações ele-
pesa operacional da COMPESA, logo após as vatórias de água bruta do sistema de captação
despesas com pessoal próprio e com pessoal do Rio do Prata. Outra oportunidade identificada
terceirizado; foi a geração de energia renovável com o uso
e Realização de treinamentos e capacitações de painéis solares, sendo estes instalados nos
em processo, teóricos e práticos, para melhor telhados dos prédios e reservatórios da ETA Pe-
disseminação do conceito e da importância trópolis.
do desenvolvimento de ações de eficiência No caso da ETA Petrópolis a oportunidade
energética; avaliada consistiu na instalação de uma turbina-
e Implantação do programa de cadastro de da hidráulica, como projeto piloto, com potência
ativos e elaboração de planos de manuten- estimada de 20 kW, aproveitando a entrada de
ções preventiva e preditiva nas AP. A imple- água bruta na estação. O custo de plantação foi
mentação dos planos irá facilitar o geren- avaliado em cerca de R$130 mil e o período de
ciamento das atividades desenvolvidas em retorno (payback) simples de 5,5 anos.
cada ativo (bombas, motores, válvulas, trans-
Ainda na ETA Petrópolis foi também avaliada
formadores e etc.), além de gerar histórico
a viabilidade de implantação de uma micro usi-
dos equipamentos, permitindo um melhor
na solar fotovoltaica cuja os painéis seriam ins-
acompanhamento da vida útil de cada um.
talados nos telhados das edificações bem como
No modelo atual de gerenciamento e aná- nos reservatórios apoiados. Em caráter também
lise das faturas de energia elétrica aplicado de projeto piloto o sistema consistia da implan-
na COMPESA, as AP não recebem as faturas de tação de 30 kWp, que ocupariam uma área de
energia, ficando restrito apena a CEN. Desta for- cerca de 200 m² correspondendo a um investi-
ma os gestores operacionais das áreas ficam mento de R$180 mil, e um período de retorno
impossibilitados de realizar uma análise mais (payback) simples aproximadamente de 6 anos.
criteriosa. As AP recebem uma planilha em meio As oportunidades identificadas nas esta-
digital, chegando quase trinta dias após o fatu- ções elevatórias do Sistema do Prata estavam
ramento, com as informações resumidas, caben- em mudança em função da recente operação do
do ao gestor local apenas analisar: sistema do Pirangy e seu potencial foi apenas
e Verificação se o consumo de energia se está qualificado, ou seja, existe um potencial de im-
na média histórica; plantação de turbinas hidráulicas neste aprovei-
tamento, ainda a ser quantificado.
e Comparação da demanda lida, em relação à
Definiu-se ainda a necessidade de realiza-
contratada, verificando se houve redução ou
ção de evento de monitoramento dos parâme-
ultrapassagem;
tros elétricos, mecânicos e hidráulicos, de modo
e Verificação e correção do fator de potência a obter-se informações precisas sobre a linha de
lido nas instalações, sendo que este deve ser base do sistema, bem como dados para a aná-
maior que 0,92 obrigatoriamente. lise e avaliação de eventuais oportunidades de
Nas análises de campo foram identificadas aumento da eficiência hidroenergética. As medi-
algumas oportunidades de microgeração de ções foram realizadas por sete dias consecuti-
energia distribuída com o aproveitamento de vos, com registro de dados a cada três minutos.
58
Resultados do projeto

Foto 23. Conjunto motobomba do sistema da inversão

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

5.4.2.3 Resultados Obtidos de forma sincronizada a cada três minutos, duran-


te período de sete dias. Os registros dos principais
Os principais parâmetros foram registrados parâmetros medidos se apresentam a seguir:

Figura 15. Demanda de potência ativa – bomba da inversão

Demanda de Potência Ativa (kW)


220

215
Potência Ativa (kW)

210

205

200

195

190
0

0
0

0
0

0
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:0
05

23
14

22
00

02

04

08

10

13
06
03

07

09

16

18

20
01

11
12

15

21
17

19

BB da inversão

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

59
Resultados do projeto

Figura 16. Vazão de água de recalque – Bomba Da Inversão

Inversão (m³/h)
3000

2500

2000
Vazão (m³/h)

1500

1000

500

0
0 0 00 00 00 0 0 00 0 00 00 00 00 0 00 0 00 00 00 0 00 0
0:0 00:0 00: 0: 00:0 00:0 00: 00:0 00: 00: 00: 00: 00:0 00: 00:0 00: 00: 00: 0:0 00: 00:0
00

00

0 0: 0
0:

0:

: : : : 0 : : : : : : : : : : : : : : : :0 : :
00 01 02 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
:0

:0

04
05
03

Inversão (m³/h)
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

Figura 17. Volume bombeado durante o período de monitoramento

VOLUME BOMBEADO
4500
4400
4300
Volume (m³)

4200
4100
4000
3900
3800
07/11/2017 08/11/2017 09/11/2017 10/11/2017 11/11/2017 12/11/2017 13/11/2017

VOLUME (m³)
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

60
Resultados do projeto

Figura 18. Gráfico de desequilíbrio de corrente entre fases do motor

Corrente do Motor (A)


500
450
400
350
Corrente (A)

300
250
200
150
100
50
0
0

0
:0

:0

:0

:0

:0

:0

:0

:0
00

00

00

00

00

00

00

00
17

17

17

17

17

17

17

17
0

0
/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2
1

1
/1

/1

/1

/1

/1

/1

/1

/1
07

08

09

10

11

12

13

14
Ia Ib Ic
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

Tabela 5. Consumo específico para o sistema da inversão

Bombas Q (m³/h) H (m) Pel (kW) CE (kWh/m³) CEN (kWh/m³/100) Rendimento

Sistema Inversão 660 69,3 211,8 0,321 0,463 59%

5.4.3 Resumo do Diagnóstico Hidroe- to motobomba de 60 CV. Esse sistema opera em


nergético – Bomba do Anel Oeste II forma de rodízio, 24h/dia durante nove dias por
mês, devido à situação de persistência da escas-
O sistema do Anel Oeste II, na ETA Petrópolis,
sez hídrica na região.
é uma estação elevatória de água tratada com-
posta por um conjunto motobomba de 60cv, ope-
rando em regime de rodízio, abastecendo o DMC, Tabela 6. Características da bomba do anel
em função da crise hídrica. O DHE foi elaborado oeste II – ETA PETRÓPOLIS
entre setembro e dezembro/2017, com atividades
de levantamento de campo, eventos de monitora- Bomba Anel Oeste II
mento, coleta e análise de informações, além de
Marca Imbil
elaboração de relatório conclusivo.
Modelo ITAP 150-330
5.4.3.1 Descritivo das Atividades
Número de série 53806
Foram realizadas vistorias para identificação
do sistema que possuísse as características típi- H (m) 30
cas de outros sistemas de bombeamento, mas, Q (m³/h) 360
como já relatado, a escassez hídrica foi uma ca-
Rotação (rpm) 1750
racterística predominante que impediu se obti-
vessem as condições operacionais ideais. Nesse Pot (cv) 60
contexto, entre julho e agosto/2017, o sistema Diâm. Do Rotor (mm) 330
selecionado foi a estação elevatória que abastece
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
o DMC Anel Oeste II, composto por um conjun-
61
Resultados do projeto

5.4.3.2 Características da Bomba Anel cios de restauração e rebobinamento, que pro-


Oeste II – ETA Petrópolis piciam na redução da eficiência e rendimento. O
DHE avaliou apenas um conjunto motor bomba
Assim como o outro motor, este também tem do sistema do Anel Oeste II.
mais de 14 anos de fabricação e não possui re- A seguir os dados resumidos do diagnóstico
gistros e históricos de manutenção, apenas indí- na unidade selecionada na ETA Petrópolis.

Tabela 7. Dados resumidos do diagnóstico hidroenergético

Bombas Q (m³/h) H (m) Pel (kW) CE (kWh/m³) CEN (kWh/m³/100) Rendimento

Anel Oeste II 250,8 33,7 37,8 0,151 0,447 61%

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

Em paralelo ao diagnóstico hidroenergético e Realização de cadastro de ativos e elabora-


foram avaliadas algumas iniciativas de desen- ção de planos de manutenções, facilitando
volvimento de eficiência energética e quanto o gerenciamento das atividades desenvolvi-
à estrutura da CEN identificadas as seguintes das em cada ativo (bombas, motores, válvu-
ações em desenvolvimento: las, transformadores e etc.).
e Criação de indicadores de desempenho ener- A gerência regional recebe uma planilha
gético,como o kWh/m³ bombeado.Atualmente com atraso de quase trinta dias após o fatura-
a CEN considera apenas o índice de ultrapas- mento, com as informações resumidas das con-
sagem de demanda e baixo fator de potência tas, fazendo apenas a análise de:
como indicador de eficiência energética;
e Verificação do consumo de energia;
e Foi identificada a importância de criar indi-
cadores de desempenho energético, tendo
e Comparação da demanda lida, em relação à
contratada;
como base a norma ISO 50.001, que estabe-
lece estruturas para gerenciar e melhorar o e Verificação e correção do fator de potência
consumo de energia elétrica; quando estiver fora do valor aceitável.
e Melhorar as metodologias de análise das Definiu-se ainda a necessidade de reali-
faturas de energia elétrica, possibilitando a zação de evento de monitoramento dos parâ-
realização de ações administrativas e técni- metros elétricos, mecânicos e hidráulicos, de
cas nas unidades operacionais; modo a obter-se informações precisas sobre a
e Gerenciamento dos contratos de forne- linha de base do sistema, bem como dados para
cimento de energia elétrica, sendo que a a análise e a avaliação de eventuais oportuni-
COMPESA paga quase R$180 MM/ano, refe- dades de aumento da eficiência hidroenergéti-
rente a faturas de energia elétrica; ca. As medições foram realizadas por sete dias
e Realizar treinamentos teóricos e práticos, consecutivos, com registro de dados a cada três
para melhor desenvolvimento das ações de minutos.
eficiência energética;

62
Resultados do projeto

Foto 24. Conjunto motobomba do Anel Oeste II

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

5.4.3.3 Resultados Obtidos

Os registros dos eventos de monitoramento se apresentam a seguir:


e Estação Elevatória do Anel Oeste II – vibração

Foto 25. Medição instantânea de vibração


Foto 26. Conjunto motobomba na Bomba do Anel Oeste II

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2 Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

63
Resultados do projeto

Foto 27. Tomada de pressão no barrilete de Foto 28. Barriletes de sucção e recalque da
recalque da bomba do sistema Anel Oeste II bomba do Anel Oeste II

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2 Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Foto 30. Tomadas de pressão na bomba do Foto 29. Registrador ele registrador eletrônico
sistema Anel Oeste II universal

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2 Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

e Pressostato para monitoramento da pressão na adutora de recalque

Foto 31. Instalação do medidor de vazão portátil na adutora do Anel Oeste II

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

64
Resultados do projeto

Foto 32. Medidor de grandezas elétricas no centro de controle de motores do motor do Anel Oeste II

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2 Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Os principais parâmetros foram registrados rante período de sete dias. Os registros dos princi-
de forma sincronizada, a cada três minutos, du- pais parâmetros medidos se apresentam a seguir:

Figura 19. Instalação do medidor de vazão portátil na adutora do Anel Oeste II

Demanda Potência Ativa (kW)


60,00

50,00
Potência Ativa (kW)

40,00

30,00

20,00

10,00

0,00
00:00:00
00:30:00
01:00:00
01:30:00
02:00:00
02:30:00
03:00:00
03:30:00
04:00:00
04:30:00
05:00:00
05:30:00
06:00:00
06:30:00
07:00:00
07:30:00
08:00:00
08:30:00
09:00:00
09:30:00
10:00:00
10:30:00
11:00:00
11:30:00
12:00:00
12:30:00
13:00:00
13:30:00
14:00:00
14:30:00
15:00:00
15:30:00
16:00:00
16:30:00
17:00:00
17:30:00
18:00:00
18:30:00
19:00:00
19:30:00
20:00:00
20:30:00
21:00:00
21:30:00
22:00:00
22:30:00
23:00:00
23:30:00
Anel Oeste II 00:00:00
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

Figura 20. Registro de vazão de água de recalque – Bomba do Anel Oeste II

Anel Oeste II (m³/h)


250

200

150
Vazão (m³/h)

100

50

0
00:00 01:00 02:00 03:00 04:00 05:00 06:00 07:00 08:00 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00

-50

Anel Oeste II
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

65
Resultados do projeto

Tabela 8. Curva da bomba - Anel Oeste II

Valores Medidos
P2 [m] P3 [m] n Q Q Pel
Bombas
Sucção Recalque [rpm] [m³/h] [m³/s] [kW]
Anel Oeste II 5,9 34 1777 250,8 0,07 44,5
Valores Calculados
Bombas H [m] Ph [kW] Pe [kW] nm [%] nb [%] nc [%]
Anel Oeste II 33,7 23,2 37,8 85 61,4 52,2

GPM [US]
60 196

40 50 60 65
70 75 78
50 80
82 164
84
85
85
85
84
40 131
82
80
78
75
H [m]

H [ft]
30 70 98
Ø330

Ø310
20 65
Ø290

Ø270

10 32

Hs 8,6 8,2 7,4 6 m

0 100 200 300 400 500 600 700

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

Figura 21. Volume bombeado durante o período de bombeamento

VOLUME BOMBEADO (m³)


600

500

400
Vol (m³)

300

200

100

0
07/11/2017 08/11/2017 09/11/2017 10/11/2017 11/11/2017 12/11/2017 13/11/2017 14/11/2017

VOLUME (m³)

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

66
Resultados do projeto

Figura 22. Linha neutra de variação de energia

LINHA NEUTRA DE VOLUME E ENERGIA


3,5

3
Variação em relação a média

2,5

1,5

0,5

0
07/11/2017 08/11/2017 09/11/2017 10/11/2017 11/11/2017 12/11/2017 13/11/2017 14/11/2017

Valores

Média de Neutro Pot. Média de Neutro Vazao


Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

Tabela 9. Consumo específico para o sistema de abastecimento do Anel Oeste II

Bombas Q (m³/h) H (m) Pel (kW) CE (kWh/m³) CEN (kWh/m³/100) Rendimento

Anel Oeste II 250,8 33,7 37,8 0,151 0,447 61%

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

5.4.3.4 Diagnóstico 5.4.3.5 Recomendações

Em função dos dados coletados e das análi- e Redimensionamento do conjunto motobom-


ses realizadas pela equipe da AT 4, foram avalia- ba para atender a demanda de água neces-
das as seguintes situações: sária do setor Anel Oeste II;
e Em função da ausência de registro documen- e Substituição do motor existente no Anel
Oeste II por outro de alto rendimento e com
tal, recolheram-se dados em campo que indi-
caram que os conjuntos motobomba não são potência adequada para atender a real ne-
de alto rendimento e já foram rebobinados; cessidade de bombeamento;
e A falta de manutenção preventiva e predi- e Substituir motor do sistema da Inversão,
tiva, constatada durante os levantamentos pois há indícios de rebobinamento, aqueci-
de campo evidenciou a ausência de alguns mento acentuado na carcaça e também foi
procedimentos rotineiros como a lubrifica- identificado desequilíbrio de corrente con-
ção de mancais e limpeza dos conjuntos, que sumida entre as fases próximo de 30%;
são realizadas apenas esporadicamente, sem e Implantação de Sistema de Gestão Energéti-
uma definição e controle de periodicidade; ca - SGE, através de multimedidores de gran-
e O conjunto motor-bomba está instalado na dezas elétricas e hidráulicas, nas bombas
cota de elevação 590m, enquanto o reserva- do sistema de inversão e nas elevatórias do
tório está na cota de elevação 587m; sistema de captação do Rio do Prata, cujas
e Nas condições encontradas no sistema de unidades possuem grandes potências insta-
inversão, o conjunto motor-bomba estará ladas e consequentemente elevado consu-
sempre abaixo do nível da coluna de água, mo de energia elétrica;
o que é denominado como NPSH positivo, e Implantação do sistema de controle de ati-
mantendo o regime de operação sempre em vos, gerenciamento e plano de manutenção,
condição afogada. permitindo o cadastro de ativos, criação de
67
Resultados do projeto

registros e históricos de intervenções corre- específico. Para tal pode ser necessário inves-
tivas, preventivas e preditivas; timento em sistemas de medição, e aquisição
e Instalação de um segundo conjunto moto- de dados para monitoramento individualiza-
bomba no sistema da Inversão, permitindo a do das elevatórias ou até de cada motor;
realização de alternância e também possuir e Além das ações propostas, a COMPESA deve
um equipamento reserva; investir em um sistema de gerenciamento
e Aquisição de instrumentações portáteis e e controle da manutenção, além da criação
realização de treinamentos da equipe de dos planos de manutenção e estruturação
medições, para verificação e aferição dos pa- da equipe para realização das manutenções
râmetros elétricos, mecânicos e hidráulicos; preventivas e preditivas nos equipamentos
eletromecânicos.
e A COMPESA pode ainda aprimorar a opera-
ção através da implementação, acompanha- Os investimentos e benefícios associados às
mento e melhoria contínua de indicadores medidas de eficiência energética mencionadas,
de desempenho, como exemplo o consumo se relacionam a seguir:

Tabela 10. Sistema da inversão

Quadro resumo de ações de EE


Custo Economia anual payback
Item
R$ kWh R$ anos
Substituição do conjunto motobomba da inversão R$ 126.440 150234 R$ 58.480 2,16
Aplicação de Plano de Manutenção R$ 175.000 n/a R$ 220.000 0,80
Total R$ 301.440 R$ 278.480 1,08
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

Tabela 11. Anel oeste II

Quadro resumo de ações de EE


Custo Economia anual payback
Item
R$ kWh R$ anos
Substituição motor da bomba do Anel Oeste II R$ 21.500 150234 R$ 8.230 2,6
Instalação de Inversor de Frequência R$ 16.700 n/a R$ 6.220 2,7
Total R$ 38.200 R$ 14.450 2,6
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

Essas oportunidades, com investimento esti- nário peculiar de escassez hídrica no qual os
mado da ordem de R$ 300 mil, podem resultar na equipamentos operam, apenas no momento em
economia de R$ 280mil/ano, além de melhoria da que existe água para bombear, o fazendo com a
gestão energética e operacional das elevatórias. maior capacidade possível e não priorizando a
Essas oportunidades, com investimento esti- questão da eficiência operacional. Apesar de não
mado da ordem de R$ 38 mil, podem resultar na ter ocorrido ações físicas de eficiência energéti-
economia de R$ 14.4 mil/ano, além de melhoria da ca na COMPESA, tais como troca e instalações
gestão energética e operacional das elevatórias. de equipamentos, houve grandes avanços no
entendimento das AP sobre o conceito e tema
5.4.3.6 Conclusões de eficiência energética.
Foram identificadas oportunidades de re- Na fase final do projeto, os gestores enten-
dução do consumo de energia, apesar do ce- deram a importância do assunto eficiência ener-
68
Resultados do projeto

gética e os benefícios que podem ser colhidos. e Implementação de indicadores corporati-


Então designou um engenheiro exclusivamente vos de eficiência energética, como exemplo
para elaborar, medir e melhorar os Indicadores kWh/m3 bombeado, que deve ser acompa-
de Desempenho Energético – IDE para cada uma nhado e apresentado mensalmente em reu-
das AP, além de estudos de micro geração de niões de resultados da COMPESA;
energia distribuída. e Possibilidade de realização de um projeto
piloto de eficiência energética no sistema da
A CEN continuará responsável pelo controle e
Inversão, com a possibilidade de instalação
análise das contas de energia elétrica emitida pela de inversores de frequência para controle de
CELPE e pela correção do fator de potência, quan- pressão e vazão, possibilitando a modulação
do necessário, além de apoiar as demais áreas da da rotação do motor e consequentemente
COMPESA em assuntos correlatos, tais como: economia de energia elétrica.

5.5 Área Temática 5 – Planejamento e Gestão


O Balanço Hídrico e a metodologia Bottom tecimento, não foi possível estabelecer condições
Up representam importantes ferramentas de satisfatórias de operação do DMC, principalmen-
gestão para modelar as componentes das per- te no tocante à continuidade do abastecimento,
das de água. A aplicação dos modelos conside- que inviabilizou o adequado monitoramento dos
ra primordialmente os volumes de entrada no volumes de entrada e pressões de rede. A carga
sistema distribuidor e a totalização de volumes de capacitações para elaboração dos modelos
consumidos para dar a dimensão total do volu- de dimensionamento das perdas foi intensa e
me de perdas e envolve informações secundá- mesmo na carência de dados imprescindíveis, se
rias para distribuí-las nas componentes de per- buscou realizar exercícios e simulações do cená-
das reais e aparentes. rio de operação do sistema e estimar, ainda que
Partindo da decisão inicial de definição de imprecisamente, o volume de perdas.
uma área de experimentos práticos de redução Essas tentativas foram válidas, considerando
de perdas, foram reservados os esforços na de- que a equipe técnica ficou submetida às dinâ-
limitação e operacionalização de um DMC. Esta micas práticas da modelagem, aproximando-
área piloto deveria sofrer intervenções multi- -se de uma atividade que deve fazer parte da
disciplinares desde o monitoramento da macro- rotina operacional do prestador. Os resultados
medição e pressão média da rede, até as ações dessas simulações não oferecem precisão e
efetivas de combate e redução de perdas. O mo- confiabilidade satisfatória, de modo que não
nitoramento dos resultados de desempenho do são apresentados nessa publicação. Apesar da
DMC representaria a aplicação da metodologia indisponibilidade dos valores de indicadores,
e dos conceitos clássicos defendidos pela IWA e deve-se reforçar a importância do conhecimen-
revelariam de maneira amostral as condições do to oferecido nos cursos, visitas e treinamentos.
sistema da Área Prioritária como um todo. Fica por conta do prestador após a finalização
Tendo em vista a escassez de água e o rigoroso do COM+ÁGUA.2 aplicar esta metodologia para
regime de rodízio praticado no sistema de abas- monitorar o desempenho de seu sistema.

69
Resultados do projeto

6. IMPACTO E INDICADORES

6.1 Área Temática 1 – Mobilização Social


6.1.1 Indicador de Mobilização Social – IMOB

O
Indicador de Mobilização Social – no início da implantação (linha de base) e ou-
IMOB é composto pelos Índices de tra, ao final. O resultado alcançado pela ope-
Mudança Cultural – Imud e de Gestão radora, cujo IMOB iniciou com 22,9% e, ao tér-
da Mobilização – Iges. O primeiro indica as alte- mino da assistência técnica, fechou em 51,0%,
rações nos valores e atitudes interna (peso 0,7) foram decorrentes especialmente dos avanços
e externa (peso 0,3); o segundo avalia o grau de alcançados na cultura interna, envolvendo a
institucionalidade dos quatro eixos estruturan- constituição dos Agentes de Combate ao Des-
tes. Dessa forma, Imud e Iges compõem o IMOB perdício, a formulação de propostas pelos mes-
com pesos 0,7 e 0,3, respectivamente. mos, as ações de comunicação e a identificação
Em Caruaru foram realizadas, ao longo do e atuação dos talentos em atividades internas
projeto, apenas duas verificações do IMOB. Uma e externas.

6.2 Área Temática 2 – Perdas Reais


O projeto COM+ÁGUA.2 é, na sua essên- cenário de perpetuação e continuidade da me-
cia, um programa literalmente voltado à ca- todologia empregada.
pacitação, mediante assistência técnica, para À medida que as capacitações, cursos, encon-
fortalecimento institucional e técnico dos tros temáticos e oficinas foram evoluindo, o Con-
prestadores, em todos os aspectos inerentes sórcio e o prestador se depararam com inúmeros
as perdas de água e eficiência energética, em obstáculos que impuseram severas restrições para
cujo cerne, a princípio, não se objetivava ações que se vislumbrasse, ao final do projeto, melhoria
e resultados expressivos na redução de per- nos indicadores de perdas, com especial destaque
das. Entretanto, no que concerne ao prestador a macromedição, que impossibilitou a medição do
e ao Consórcio, sempre se cultivou e semeou volume ofertado ao DMC. Sem mensurar o volume
expectativas de redução ou melhoria nos indi- distribuído não há como apropriar o volume de
cadores de perdas, por dois motivos: primeiro perdas reais, quer seja pela modelagem Bottom
evidenciar na prática que a metodologia pre- Up, quer seja no próprio Balanço Hídrico.
conizada pela IWA é plenamente aplicável e, Contudo, foi possível verificar evolução de
segundo, motivar os colaboradores do pres- alguns aspectos, notadamente relativo à mu-
tador, de todos os níveis hierárquicos, a inter- dança de cultura, disseminação e internalização
nalizar e disseminar as boas práticas criando da relevância, dos seguintes aspectos:

70
Resultados do projeto

e Estabelecimento de rotina de atualização do e Formação de um corpo técnico capaz de re-


cadastro, inclusive com colaboradores ado- plicar a metodologia;
tando a prática de levar a planta cadastral e Internalização dos colaboradores e gestores
para campo; de que DMC é algo a ser perseguido;
e Evolução na aplicação de técnicas de medi- e Disseminação da cultura da integração com
ção de vazão (Pitometria) como ferramenta planejamento e a execução de ações de for-
de diagnóstico de sistema de abastecimento ma integrada e participativa.
de água;
e Internalização da relevância e importância Por fim, a internalização de que o rodízio no
do balanço hídrico e indicadores de desem- abastecimento não pode ser usado como argu-
penho como fator determinante na segrega- mento para não implantar um programa contí-
ção das perdas; nuo de redução e controle de perdas de água,
e Difusão da relevância da macromedição e sendo inclusive a redução das perdas um fator
telemetria como ferramentas de gestão; indutor ao fim do rodízio.

6.3 Área Temática 3 – Perdas Aparentes


Tal como exposto para as perdas reais, não nidade de aprendizado de técnicas mais mo-
se pôde observar uma evolução concreta de dernas e de construção de uma vitrine de ex-
melhoria de indicadores. Esta ocorrência está periências que possa servir como plataforma
amplamente embasada pela não execução das para implantação de um programa mais amplo,
englobando limites mais extensos. Esse mo-
ações efetivas de redução de perdas, por con-
mento não foi aproveitado em sua plenitude e
ta da carência de recursos financeiros, a severa
a mensuração do sucesso do projeto deve en-
escassez hídrica vivenciada, diretrizes de gover- volver uma visão sobre mudança de paradig-
nança da companhia, entre outros aspectos. mas enraizados na mentalidade da operação
O COM+ÁGUA.2 surge como uma oportu- do saneamento.

6.4 Área Temática 4 – Gestão de Energia


Os indicadores mais relevantes para a ava- análise, em função da maior quantidade de
liação das ações de gestão da energia no proje- medidores e do tempo necessário para o
to COM+ÁGUA.2 são: processamento dessas informações;
e Custo da energia, expresso em R$/kWh, cal-
e Índice de Desempenho Energético - IDE,
culado em função dos componentes de cus-
também designado por Coeficiente de Con-
to da fatura de energia da unidade consu-
sumo Específico, é calculado em função da
midora. Em conformidade com a resolução
energia consumida por volume de água 414/2010 da Agência Nacional de Energia
bombeado, ou seja, kWh/m³ em determina- Elétrica - ANEEL, as tarifas podem ser mo-
das condições de operação do sistema ava- nômias (nas quais haverá apenas um valor
liado. Esse indicador pode ser determinado associado ao consumo, ou seja, R$/kWh
a diversos níveis, como por exemplo para consumido) ou binômias, quando o custo
unidade operacional como uma ETA, ou total é calculado em função das componen-
para um único conjunto motobomba. Quan- tes de consumo (kWh) e demanda máxima
to mais específico for o indicador, maior a (kW) medida ou contratada, a que for maior.
precisão da análise, porém, evidentemente As unidades operacionais enquadradas em
que maior será o custo de realizar-se essa contratos de tarifação horo-sazonal pos-
71
Resultados do projeto

suem adicionalmente tarifas diferenciadas manda máxima contratada gera a incidência


para o horário de ponta4 e para o horário de cobrança adicional equivalente a duas
fora-de-ponta; vezes o valor da tarifa normal, isto signifi-
e A combinação desses dois indicadores ser- ca que a unidade operacional com demanda
ve para calcular um terceiro indicador de contratada de 100 kW, que em um determi-
grande relevância, que é o de custo médio nado mês teve registrada uma demanda má-
da energia em R$/m³ de água bombeada. xima de 110 kW, independente do motivo,
Exemplificando, um sistema com IDE de 0,7 terá uma cobrança total equivalente ao cus-
kWh/m³, operando com uma tarifa de R$ to de 130 kW, sendo 110 kW à tarifa normal
0,60/kWh, terá um custo médio da energia de demanda + 2 x 10 kW.
de 0,7*0,6 = R$/m³ 0,42, que significa, por Devido às condições de desenvolvimento do
exemplo, que cada m³ de água perdida, car- projeto, as oportunidades identificadas tiveram
rega um custo de R$ 0,42; pouca possibilidade de implementação para que
e Algumas operadoras utilizam indicadores de se pudesse observar uma evolução dos indica-
alerta, como por exemplo a ocorrência ou não dores, entretanto, nos sistemas objeto dos DHE
de baixo fator de potência, que conforme a foram estabelecidos seus respectivos indicado-
resolução 414/2010 da ANEEL possui valor mí- res de desempenho energético (linha de base),
nimo de 0,92, expresso nas faturas em termos para que os mesmos possam ser acompanhados
de “energia reativa excedente”, ou seja, a exis- à medida que as ações de gestão energética re-
tência de cobrança em função disso constitui- comendadas forem implementadas. Os indica-
-se de uma penalização facilmente evitável; dores encontrados foram:
e Outro indicador também comumente utili-
CARUARU - ETA Petrópolis:
zado é o da existência ou não de ultrapas-
sagem de demanda. Conforme a ANEEL, o e EAB Inversão – kWh/m³ 0,321
registro de demanda superior em 5% à de- e EEAT Anel Oeste II – kWh/m³ 0,151

6.5 Área Temática 5 – Planejamento e Gestão


A carência de condições para aplicação das Espera-se que o prestador realize os inves-
metodologias do Balanço Hídrico e modelagem timentos no projeto e possa estabelecer um
Bottom Up leva inevitavelmente para um cená- contexto de acompanhamento das perdas, veri-
rio de resultados pouco significativos. Não foi
ficando a efetividade das ações e a melhoria da
possível calcular os indicadores que monitoram
rotina de operação do sistema.
o desempenho do sistema, tanto no tocante às
perdas reais quanto às perdas aparentes.

4
Período de 3h/dia, durante os dias úteis, entre 17h e 21h.
72
Resultados do projeto

7. AUTOAVALIAÇÃO DE
IMPACTO DO COM+ÁGUA.2
NA AP 1

A
o término do período de assistência aplicado um questionário para a autoavaliação
técnica do Ministério das Cidades, por do impacto do COM+ÁGUA.2 em Caruaru.
meio dos consultores do Consórcio, foi

7.1 Área Temática 1 – Mobilização Social


O quanto mudou no seu Procedimentos novos foram Há evidências de
GESTÃO DE
dia-a-dia? incorporados? resultados?
MOBILIZAÇÃO
SOCIAL Pouca Muita Em vias Em
Nada Tudo Não Sim Nenhum Poucas Muitas
coisa coisa de parte
Efetividade do
x x x
Comitê Gestor

atuação dos ACD x x x

envolvimento dos
x x x
funcionários
ações de
x x x
comunicação interna
ações de
comunicação x x x
externa
atividades culturais
x x x
internas
atividades culturais
x x x
externas
atividades de
x x x
educação internas
atividades de
x x x
educação externas

73
Resultados do projeto

7.2 Área Temática 2 – Perdas Reais


O quanto mudou no seu Procedimentos novos foram Há evidências de
GESTÃO DE dia-a-dia? incorporados? resultados?
PERDAS REAIS Pouca Muita Em vias Em
Nada Tudo Não Sim Nenhum Poucas Muitas
coisa coisa de parte
Técnicas de medição
de vazão, pressão X X X
e nível
Diretrizes para
macromedição do X X X
sistema

Revisão de base
X X X
cartográfica

Procedimentos de
atualização de X X X
modelagem

Modelagem do
X X X
DMC/sistema

Capacitação em
gestão da X X X
modelagem
Setorização e
verificação de X X X
estanqueidade
Detecção e reparo
de vazamentos não X X X
visíveis
Melhoria da rapidez
no reparo de X X X
vazamentos

Controle de pressão X X X

Gestão de redes e
X X X
ramais

Institucionalização
X X X
do Balanço Hídrico

Cálculo de
indicadores de X X X
desempenho
Utilização de
indicadores de X X X
desempenho

74
Resultados do projeto

7.3 Área Temática 3 – Perdas Aparentes


O quanto mudou no seu Procedimentos novos foram Há evidências de
GESTÃO DE dia-a-dia? incorporados? resultados?
PERDAS APARENTES Pouca Muita Em vias Em
Nada Tudo Não Sim Nenhum Poucas Muitas
coisa coisa de parte
Micromedição/gestão
do parque de X X X
medidores
Cadastro comercial/
X X X
gestão do cadastro
Combate a fraudes/
X X X
clandestinas/inativas
Pesquisa do grau de
X X X
submedição
Institucionalização
X X X
do Balanço Hídrico
Cálculo de
indicadores X X X
de desempenho
Utilização de
indicadores de X X X
desempenho

7.4 Área Temática 4 – Gestão de Energia


O quanto mudou no seu Procedimentos novos foram Há evidências de
GESTÃO DE dia-a-dia? incorporados? resultados?
ENERGIA ELÉTRICA Pouca Muita Em vias Em
Nada Tudo Não Sim Nenhum Poucas Muitas
coisa coisa de parte
Capacitação em
medições elétricas X X X
e hidráulicas
Gerenciamento do
uso eficiente de X X X
energia
Mudanças de
X X X
categoria tarifária
Oportunidades de
projeto de eficiência X X X
energética
Cálculo de
indicadores de X X X
desempenho
Utilização de
indicadores de X X X
desempenho

75
Resultados do projeto

8. A ÁREA PRIORITÁRIA
DE SALGUEIRO

8.1 Salgueiro – Área Prioritária 2 (AP-2)


8.1.1 O Município

S
algueiro, fundado em 23 de dezembro A região onde o município se localiza foi
de 1835, está localizado na Mesorregião habitada originalmente pelos índios  Cariris,
do Sertão de Pernambuco, na região de sendo posteriormente ocupada por habitantes
desenvolvimento do Sertão Central, a 518 km da oriundos da região Sul do Ceará, atraídos pela
capital do Estado, Recife. Faz limites com Penafor- abundância e pela fertilidade dos solos. Sal-
te/CE (Norte), Belém de São Francisco (Sul), Verde- gueiro tem como atividades econômicas predo-
jante, Mirandiba e Carnaubeira da Penha (Leste) e minantes a agricultura e o comércio varejista. Os
Cabrobó, Terra Nova, Serrita e Cedro (Oeste). A sua principais produtos agrícolas são: cebola, toma-
divisão geopolítica e administrativa é composta te, algodão herbáceo, milho, banana, feijão, arroz
por cinco distritos: Salgueiro (sede), Conceição das e manga. E as atividades econômicas predomi-
Crioulas, Umãs, Vasques e Pau Ferro. nantes são a agricultura e o comércio varejista.

Figura 23. Mapa de salgueiro

Ceará
Paraíba

Piauí
Salgueiro

Pernambuco

Bahia Alagoas

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Salgueiro_(Pernambuco)#/media/File:Brazil_Pernambuco_location_map_Muni-
cip_Salgueiro.svg

76
Resultados do projeto

Conhecida por se situar na parte mais cen- e Densidade Demográfica (IBGE, 2010):
tral do Nordeste, Salgueiro pode ser considerada 33,57 hab./km².
equidistante de praticamente todas as capitais e Domicílios Particulares Permanentes (IBGE
nordestinas, sendo a principal cidade da região 2010): 15.033.
do sertão central pernambucano, detendo, a ní- e Esgotamento sanitário adequado 2010
vel regional, um comércio diversificado. (IBGE): 62,8 %.
8.1.2 Dados de Salgueiro - PE e Internações por diarreia 2016 (IBGE, 2016):
3,9 internações por mil habitantes.
e Mesorregião: Sertão Pernambucano. e Clima: Semiárido.
e Área Territorial (IBGE, 2017): 1.686,814 km². e Temperatura: média anual de 25ºC.
e População (IBGE, Censo 2010): 56.629 pessoas. e Altitude: 420 m.
e População Estimada (IBGE, 2017): 60.453 e Índice pluviométrico: 450 a 600 milímetros
pessoas. por ano.

8.2 Características DA AP-2 - Sistema Integrado


de Abastecimento de Água - SIAA Salgueiro
O abastecimento de Salgueiro ocorre atra- 8.2.1 Dados do SIAA Salgueiro
vés do manancial do Rio São Francisco, loca-
lizado a 60 km de distância. A água bruta é
e Captação: Rio São Francisco.
bombeada para a Estação de Tratamento - ETA
e Estação de Tratamento de Água: ETA Salgueiro.
através de três elevatórias em série. A ETA pos- e Reservação: 3.500 m³.
sui filtração ascendente com capacidade de e Municípios atendidos: Salgueiro e Verdejante.
tratamento de 160 L/s, operando atualmente e Ligações existentes: 18.153.
com 150 L/s. e Ligações ativas hidrometradas: 15.997.
A distribuição de água tratada realiza-se e Economias ativas: 16.429.
através de oito estações de bombeamento que e Habitantes atendidos: cerca de 50.000.
alimentam reservatórios elevados que abaste- e Extensão de rede de água: 180 km (2012).
cem por gravidade a cidade. A rede de distribui- e Perdas Reais: 21,57 % (2012).
ção tem cerca de 180 km, estando subdividida e Perdas Aparentes: 78,43 % (2012).
em cinco distritos de abastecimento. e Perdas totais: 24,0 % (2012).

8.3 Características do Distrito de Medição e


Controle – DMC Distrito 2
Formado inicialmente por mutuários da an- Esportes Unificados - CEU, Praça CEU, Unidade de
tiga Companhia Habitacional de Pernambuco Saúde da Família - USF, Escola Professora Mauri-
- COHAB, o Distrito 2, em Salgueiro, conta com na Rodrigues Dos Santos (pública) e Escola Fran-
uma população estimada de 12.500 moradores. cisca Aurora dos Anjos (particular), entre outras.
Este distrito, e o seu entorno, possui diversas en-
8.3.1 Dados do DMC Distrito 02
tidades e equipamentos sociais: Associação dos
Moradores da Cohab - AMOC, Centro de Referên- e Estação de Tratamento de Água: ETA Salgueiro.
cia de Assistência Social - CRAS, Centro de Artes e e Reservação: 250 m³.
77
Resultados do projeto

e Ligações existentes: 3.122. e Habitantes atendidos: 12.500.


e Ligações ativas hidrometradas: 2.246. e Extensão de rede de água: 29 km.
e Economias ativas: 2.371.

Figura 24. Distritos de abastecimento salgueiro

Fonte: COMPESA

78
Resultados do projeto

9 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO

9.1 Área Temática 1 – Mobilização Social


9.1.1 Diagnóstico associações/lideranças de Salgueiro (cadastro
social da comunidade), delimitado por bairros.

O
primeiro passo para o planejamento
Além disso, conta com um ferramental que
da gestão integrada e participativa
permite o registro do histórico dos atendimen-
de combate às perdas de água e uso
tos de cada usuário (demandas, atendimentos,
eficiente de energia elétrica nos Sistemas de
repasses de informações, entre outras), o que
Abastecimento de Água é fazer o Diagnóstico
permite uma qualificação dos contatos junto
Técnico-operacional bem como dos quatro eixos
aos mesmos. Entre as atribuições desse núcleo
estruturantes da Mobilização Social: organiza-
está a inclusão de usuários que se encontram
ção, educação, comunicação e cultura. A esse em situações de maior vulnerabilidade e na
levantamento de dados, juntam-se impressões tarifa social.
gerais que estabelecem a radiografia do estado
Há uma Comissão Interna de Prevenção de
da arte da Mobilização Social e da existência ou
Acidentes do Trabalho - CIPA, composta por oito
não de uma cultura institucional de uso eficien-
funcionários, entre efetivos e suplentes, para um
te de água e energia.
mandato de dois anos, que costumava reunir-se
Na Área Prioritária do SIAA Salgueiro, o com maior regularidade. Com relação à existên-
cenário de implantação do COM+ÁGUA.2, em cia de um núcleo/setor responsável pelo comba-
agosto/2016, apontava para o que segue. te às perdas de água, houve um primeiro esforço
9.1.2 Organização articulado de controle de perdas, iniciado em
2012, com as obras de setorização, construção
A unidade de Salgueiro não conta com um de reservatórios e estações elevatórias, não ha-
Núcleo de Articulação Socioambiental – NAS. vendo, entretanto, um núcleo/setor responsável,
Este está sediado em Petrolina (distante 235 nem um trabalho mais estruturado, articulado e
km), estando vinculado à Assessoria de Articu- contínuo, envolvendo as coordenações, onde se
lação Socioambiental – AAS/Diretoria de Articu- planeje, execute e avalie ações de combate às
lação e Meio Ambiente - DAM, ambas em Recife. perdas de água.
O NAS, composto por uma assistente social e
9.1.3 Comunicação
um estagiário, faz o trabalho de relação com a
comunidade, atendendo predominantemente à Não consta, no organograma da unidade,
Gerência de Negócios Regional São Francisco uma área de comunicação e/ou assessoria
(foco central de atuação), bem como às GNR Ara- de imprensa, existindo, em Petrolina, uma
ripe e GNR Sertão Central (onde fica Salgueiro). jornalista terceirizada que costuma prestar,
Esse núcleo possui um banco de dados das eventualmente, assistência a Salgueiro. E uma
79
Resultados do projeto

profissional da área de relações públicas que que os usuários conheçam os serviços presta-
atua exclusivamente em Petrolina, que poderia, dos pela empresa e seus aspectos operacionais,
em caso de negociações entre os gerentes, co- bem como entendam o percurso interno de uma
laborar com algumas ações. Nessa perspectiva, eventual demanda junto a empresa. E o COM-
o diálogo com a população tem sido restrito em PESA na Escola, voltado para diretores, profes-
Salgueiro. As ações de comunicação, de modo sores e alunos, envolvendo jogos educativos e
geral, só costumam acontecer quando estão pre- atividades lúdicas, que tratam da questão do
vistas no Plano de Metas. abastecimento de água e do uso adequado das
Na sede, em Recife, há uma Assessoria de instalações de esgotamento sanitário. As ações
Comunicação que realiza toda comunicação ex- junto ao público interno da COMPESA são mui-
terna, capta matérias da imprensa, coleta infor- to esporádicas.
mações junto às unidades do prestador e produz
9.1.5 Cultura
releases para a imprensa. Mantém o blog exter-
no, site da COMPESA, perfis no Twitter e Face- Existia uma significativa integração dos fun-
book, sendo também responsável pela produção cionários com a realização de eventos sociais
de materiais informativos e educativos voltados ao longo do ano, como festas de São João, con-
para o público externo. fraternização de fim de ano e outras atividades
A exemplo da unidade de Caruaru, Salguei- em datas comemorativas; eventos esses que se
ro também conta com a veiculação de notícias tornaram cada vez mais escassos. Em Salguei-
na Intranet e das publicações Elonews, Elozap e ro, não existe um núcleo artístico que pudesse
EloMulher. Os murais existentes na unidade ge- apoiar as ações de sensibilização, mobilização e
ralmente são utilizados pelos representantes do educação ambiental voltadas tanto para o públi-
Sindicato dos Urbanitários e pelos integrantes co interno quanto para o público externo; exis-
da CIPA. tindo, no entanto, talentos locais que podem se
Carros de som são utilizados muito even- envolver nesses trabalhos de mobilização.
tualmente, em caso de necessidade de reunião 9.1.6 A Implantação
em algum bairro ou localidade. Para informa-
ções mais gerais e abrangentes, as rádios locais A metodologia do COM+ÁGUA.2 tem os qua-
são as ferramentas mais utilizadas. tro eixos da Mobilização Social divididos em três
subprojetos para os quais estão previstas ações a
9.1.4 Educação
serem desenvolvidas seguindo as ondas da mo-
As ações de educação ambiental são desen- bilização, que partem do núcleo central que é o
volvidas pela equipe do NAS, sediado em Petro- Comitê Gestor - CG, ampliando para os Grupos de
lina, na GNR Sertão São Francisco. Essa equipe Trabalhos - GT das AT, reuniões setoriais, Agen-
atua predominantemente em Petrolina, saindo tes de Combate ao Desperdício - ACD, lideranças
esporadicamente para o atendimento a outras e comunidade em geral. Em Salgueiro, elas se
localidades. O trabalho desenvolvido envolve desenvolveram como descrito a seguir.
ações mais voltadas para o público externo, jun-
9.1.6.1 Subprojeto Desenvolvimento de
to a usuários e população em geral, escolas pú-
Instâncias e da Gestão Participativa
blicas e privadas, instituições de ensino técnico
e superior e parceiros da COMPESA (ex.: Sistema e Comitê Gestor – CG
S, entre outros). Parte importante das atividades preparató-
Destacam-se ações de educação, apoio e rias de implantação do COM+ÁGUA.2 envolveu
esclarecimentos à população para o entendi- a constituição do Comitê Gestor, instância fun-
mento do ciclo da água (desde a captação) e damental para o adequado desenvolvimento do
para o uso adequado das instalações de água e projeto, especialmente em função de não haver,
esgoto. Também merece destaque o Projeto Por em Salgueiro, conforme Diagnóstico Situacional,
Dentro da COMPESA (renomeado depois como ações intersetoriais mais estruturadas de comba-
Universo COMPESA), que visa contribuir para te às perdas. Na unidade, o Comitê Gestor não foi
80
Resultados do projeto

institucionalizado através de portaria, decreto ou às perdas e de eficiência energética, apon-


outro instrumento formal, apesar das recomenda- tando novas perspectivas com a incorpora-
ções da consultoria e de encaminhamentos nesse ção de novos conceitos no âmbito da atua-
sentido, tendo sido formatado um Regimento In- ção estratégica da COMPESA, procedimentos
terno para o funcionamento do mesmo. novos de campo e repercussões diversas nas
A capacitação do Comitê Gestor e dos Gru- práticas em Salgueiro, como um dos grandes
pos de Trabalho era realizada através das visitas resultados alcançados;
regulares da assistência técnica, oficinas, encon- e A excelência e importância das capacitações,
tros temáticos e cursos, abrangendo conteúdos que possibilitaram maior qualificação dos
de engenharia e de mobilização social, planeja- funcionários (desde os encanadores até os
mento e gerenciamento de projetos, sendo que analistas, engenheiros, coordenações, etc.),
a AT 1, em Salgueiro, através da consultoria e do possibilitando maior riqueza e qualidade
GT MOB, promoveu ao longo do percurso do pro- nas discussões internas, bem como o repas-
jeto, nove reuniões com o CG que visavam o nive- se, para outras coordenações, dos conheci-
lamento e o compartilhamento de informações, mentos adquiridos. O COM+ÁGUA.2 foi um
como também a discussão de problemas e desa- divisor de águas na qualificação técnica;
fios enfrentados e definição de encaminhamen- e A utilização dos conceitos e conhecimentos
tos necessários visando o andamento do projeto. adquiridos nas capacitações, possibilitando
Nessas visitas técnicas evidenciou-se tam- a superação de desafios internos envolven-
bém a pouca regularidade das reuniões do Co- do o abastecimento de algumas áreas do
mitê Gestor, o que comprometia o planejamento município, gerou economias significativas;
e o monitoramento das ações. Dificuldade de- e O trabalho desenvolvido pela Área Temática
corrente tanto da inexistência de uma cultura 2 - Perdas Reais possibilitou o aprimoramen-
interna de trabalhos mais articulados e interse- to/redirecionamento das ações, com base
toriais, como também em função da equipe re- nos conceitos do projeto;
duzida e das inúmeras e frequentes demandas e A necessidade e importância do trabalho so-
relacionadas aos problemas de abastecimento cial, das ações de comunicação e mobiliza-
enfrentados em Salgueiro. ção social, de um diálogo mais contínuo com
Essa fragilidade foi contornada a partir da a população;
intensificação de visitas técnicas integradas pe- e E a aplicação da metodologia do COM+
riódicas, com a presença dos consultores das ÁGUA.2, adaptada à realidade local, em novos
demais AT no sentido de possibilitar, através de distritos de medição e controle, reforçando o
reuniões e oficinas com os GT e Comitê Gestor, conhecimento existente e sendo foco para fu-
um diálogo mais integrado frente aos desafios turos trabalhos de combate às perdas.
enfrentados e a pactuação de ações, encaminha-
mentos e prazos. Ressalta-se, no entanto, da mesma forma que
Nas avaliações feitas, especialmente na eta- em Caruaru, um descompasso entre a demanda
pa final do projeto, os integrantes que compu- de alguns recursos e equipamentos necessários
nham o Comitê Gestor se ressentiram de um me- ao desenvolvimento das ações do projeto e os
lhor funcionamento do mesmo, avaliando que a processos, prazos e normativas que norteavam
sua institucionalização poderia ter contribuído a solicitação, aquisição e disponibilização dos
para um trabalho mais efetivo, gerando maior recursos, impactando no desenvolvimento das
organização dos trabalhos e favorecendo um ações previstas no projeto.
melhor desenvolvimento das ações do projeto.
e Grupo de Trabalho de Mobilização Social –
Apesar dos problemas enfrentados em Sal- GT MOB
gueiro, foram destacados os seguintes aspectos
Em Salgueiro, um dos principais dificulta-
nas avaliações feitas junto CG:
dores para o planejamento e desenvolvimento
e Maior internalização da cultura de combate das ações de mobilização social foi o fato da
81
Resultados do projeto

operadora não contar com uma equipe NAS, res- primeiras ações de capacitação de seus inte-
ponsável pela relação com a comunidade local, grantes, os esforços da AT 1/GT MOB concentra-
em diálogo mais contínuo com a população. As ram-se na elaboração do Plano de Mobilização
ações, restritas e esporádicas, eram desenvolvi- Social, alinhado com os planos da demais Áreas
das pela assistente social lotada em Petrolina, Temáticas, posteriormente objeto de análise crí-
que concentrava suas ações na GNR Sertão São tica por parte da consultoria, contendo reflexões
Francisco. Além das demandas locais, enfrentava e considerações no sentido de fortalecer um
restrições diversas para um trabalho mais regu- maior alinhamento das ações propostas com os
lar e periódico em Salgueiro. Apesar dessas limi- objetivos centrais do COM+ÁGUA.2 e, mais es-
tações, houve um esforço inicial de participação
pecificamente, com os eixos e objetivos da AT 1.
da assistente social nas etapas preparatórias do
No entanto, a saída da assistente social em
projeto, participando das reuniões e compondo
função de problemas de ordem pessoal, bem
o Comitê Gestor e o GT MOB.
como do então Gerente Regional, que também
A participação, dentro do possível, do então
integrava o GT MOB, aliada às demandas cons-
Gerente Regional no GT MOB foi um fator tam-
bém positivo, respaldando o trabalho a ser de- tantes das respectivas áreas de atuação dos
senvolvido pela AT 1. Destaca-se nas atividades demais integrantes do GT, fizeram com que o
preparatórias do projeto, o papel importante do mesmo ficasse restrito à participação de uma
GT MOB na constituição do Comitê Gestor e dos funcionária, que teve que se desdobrar, em fun-
Grupos de Trabalho e, especialmente, no apoio ção de suas atividades na operadora e do apoio
às consultorias no processo de elaboração dos à AT 3, onde também tinha um papel de des-
planos de ação/PGI, dando suporte no agenda- taque, o que comprometeu significativamente o
mento, comunicação e organização das reuniões trabalho da AT 1. Houve tentativas de integração
periódicas com o CG quando das visitas técnicas. de novos membros no GT MOB, mas cuja partici-
A partir do diagnóstico situacional e das pação acabou por não se efetivar.

Foto 33. Participantes do curso de mobilização social

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

82
Resultados do projeto

Foto 34. Reunião dos consultores com o gt mob

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

e Plano de Gestão Integrada – PGI e Reuniões Setoriais


A unidade de Salgueiro elaborou o PGI 1 a As reuniões setoriais, etapa importante na
partir de diversos contatos e reuniões com os divulgação do projeto e mobilização dos funcio-
consultores do Consórcio com os Grupos de Tra- nários, inicialmente programadas para dezem-
balho e o Comitê Gestor, culminando no plano bro/16, foram realizadas em março/17. Foram
que foi analisado, em conjunto com o de Carua- precedidas de reuniões da AT 1 junto ao GT MOB
ru, no Encontro Temático de Sensibilização de e ao Comitê Gestor e de atividades preparatórias
Dirigentes e Gestores, em Recife. Participaram os de planejamento e organização, a exemplo do
consultores, equipes da operadora e represen- que ocorreu na outra Área Prioritária.
tantes da diretoria da COMPESA e do Ministério Nas reuniões setoriais, com participação
das Cidades. de funcionários próprios e terceirizados, foram
realizadas palestras, promovidas pelas coorde-
e Plano de Mobilização Social nações, e momentos de discussão em torno da
O Plano MOB, inicialmente proposto pelo GT temática da redução das perdas. Também foram
MOB, em diálogo com a consultoria, foi encami- levantados diversos problemas e propostas,
nhado pelo Comitê Gestor, junto com os planos analisadas e categorizadas por temas, sugerin-
das demais ATs, para o Consórcio, em 10/10/16. do revisões/aprimoramentos em uma série de
Esse primeiro Plano MOB foi objeto de aná- práticas cotidianas e rotinas operacionais. Essas
lises e revisões periódicas, no sentido de um propostas foram posteriormente sistematizadas
maior alinhamento com as ações em curso, pro- e encaminhadas ao Comitê Gestor para as devi-
movidas pelas demais ATs, repactuando-se, nas das análises, visando a devolução aos Agentes
visitas integradas dos consultores, novas ações de Combate às Perdas ACP e incorporações
e prazos. ao PGI.

83
Resultados do projeto

Foto 35. Integrantes do comitê gestor, consultor e participantes da reunião setorial

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Na sequência do trabalho foi produzido, pelo participação dos mesmos nas atividades de mo-
GT MOB, um Boletim Informativo sobre as seto- bilização junto à população do DMC.
riais, destacando os objetivos centrais do pro-
9.1.6.3 SUBPROJETO Comunicação Interna
jeto, o resultado das dinâmicas utilizadas, bem
E EXTERNA
como o processo de levantamento e discussão
de propostas e constituição dos ACP. Aliado aos problemas no funcionamento do
GT MOB, restrito a uma única pessoa a partir do
9.1.6.2 AGENTES DE COMBATE ÀS PERDAS
início de 2017, as dificuldades enfrentadas no
- ACP
compartilhamento de informações foi também
Participaram das reuniões setoriais 54 fun- um dos fatores que comprometeram um melhor
cionários, tendo sido constituídos 35 Agentes desenvolvimento das ações de comunicação in-
de Combate às Perdas, funcionários que, a par- terna em Salgueiro. Segundo avaliações do CG
tir das apresentações e discussões ocorridas, se e GT MOB, faltou uma maior comunicação, mais
voluntariaram a participar do projeto, dispostos interação entre as AT para que fosse possível a
a somar forças no trabalho a ser desenvolvido continuidade do trabalho de motivação/sensibi-
junto ao GT MOB, demais GT e Comitê Gestor. As lização interna e externa.
dificuldades presentes em Salgueiro, no entanto, Mesmo com as dificuldades, no âmbito da
em função especialmente do quadro reduzido
comunicação interna, destacam-se as seguintes
de pessoal, comprometeram um maior envol-
ações realizadas:
vimento e participação dos ACP. Não foi viabi-
lizada a devolutiva das análises das propostas e Criação, a partir das setoriais, de um grupo
levantadas nas reuniões setoriais. geral pelo aplicativo Whatsapp, envolvendo
Também não houve um trabalho mais siste- todos os funcionários, incluindo também a
mático de sensibilização e comunicação junto gerência e as coordenações, no sentido da di-
aos mesmos, no sentido de mantê-los informa- fusão rápida de informações acerca de ações
dos, atuantes e comprometidos com os objeti- do projeto, de demandas e encaminhamentos
vos do COM+ÁGUA.2, apesar das ações previstas internos, bem como o compartilhamento de
no Plano de Mobilização Social que envolviam, fotos, vídeos e outros registros acerca das ati-
entre outras, a formação/capacitação dos ACD e vidades que estavam sendo realizadas;
84
Resultados do projeto

e Elaboração de Boletim Informativo, encami- e Veiculação, pela EloCompesa, de matéria so-


nhado à Elo após as reuniões setoriais, apre- bre o Curso de Capacitação em Mobilização
sentando informações sobre o COM+ÁGUA.2, Social: Colaboradores participam de Cur-
sobre as discussões ocorridas e a constitui- so de Mobilização Social pelo projeto Com
ção dos ACP. Mais Água 2;

Atividades do Projeto Com+Água são


realizadas em Salgueiro

Ações do Projeto Com+Água2 foram desenvolvidas na GNR Sertão Central em Salgueiro, projeto
este desenvolvido em parceria com o Banco Mundial, através do Consórcio WMI, NG INFRA e SAGE
através do INTERÁGUAS Programa de Desenvolvimento do Setor Água do Ministério das Cidades,
que tem por objetivo o gerenciamento integrado do controle e redução das perdas de água e do uso
eficiente de energia elétrica em sistemas de abastecimento de água, propondo uma gestão integra-
da e participativa com mobilização social interna e externa.

As atividades foram realizadas nos dias 15, 16 e 17 de março, por meio da Diretoria Regional do
Interior (DRI), através da Gerência de Unidade de Negócios da Região, GNR Sertão Central, contou
com a organização dos membros do Comitê Gestor que é responsável pelo projeto junto a Gerência.
Foram realizadas palestras e momentos de discussão e sugestões com a temática da redução das
perdas entre os colaboradores de Salgueiro, funcionários e terceirizados.
“As contribuições das oficinas foram analisadas e categorizadas por temas. Procedeu-se a um
levantamento dos principais pontos sociais interessados na questão de organização e soluções, a
concepção de um plano de ação com a participação de todos” Josemar da Silva Leite, chefe da loja de
atendimento – Salgueiro. Para o Coordenador regional Elvis Araújo “as oficinas foram muito produtivas
pela interação que proporcionou entre os vários setores que compõem a GNR Sertão Central”
A Compesa foi uma das selecionadas do projeto que, por meio de uma Chamada Pública, selecionou
e fez parceria com dez prestadores de serviços de saneamento de diversas regiões interessados em im-
plementar um novo modelo de gestão, com foco no gerenciamento integrado e participativo do controle
e redução das perdas de água e do uso de energia elétrica.

85
Resultados do projeto

Momentos de discussão em grupo

O objetivo principal foi proporcionar aos colaboradores da empresa um maior co-


nhecimento sobre o combate às perdas e a disponibilidade de voluntariado por meio do
Grupo de Agentes de Combate às Perdas que foi composta por 36 integrantes e que darão
continuidade ao trabalho junto com o Comitê Gestor do projeto.

86
Resultados do projeto

e Veiculação, via intranet, de matéria sobre DMC, que visavam o levantamento de lideranças e
o Encontro Temático realizado na sede da o cadastramento dos equipamentos sociais exis-
COMPESA: Colaboradores da COMPESA re- tentes, bem como quando das visitas de campo,
cebem mais um treinamento do Ministério realizadas pelos consultores, com o apoio de in-
das Cidades. tegrantes do GT MOB e de outras As, envolvendo a
Com relação à comunicação externa, não hou- implementação das ações necessárias ao projeto.
ve um trabalho mais expressivo de contatos, co- No entanto, merece destaque a atividade
municações e reuniões com a população. Os con- promovida pelo GT MOB junto às crianças de
tatos com a população se restringiram às ações uma escola municipal de Salgueiro, abrangendo
iniciais de diagnóstico social junto à região do o tema de cuidado com a água.

Foto 36. Atividade abordando cuidados com a água em escola municipal

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Nas avaliações realizadas em Salgueiro, tentes, favorecesse um trabalho diferenciado de


lamentou-se a ausência desse trabalho mais sensibilização interna e externa.
sistemático junto à população, especialmente 9.1.6.5 RESUMO DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL
com às associações de moradores e entidades NO COM+ÁGUA.2
comunitárias.
Comitê Gestor: composto por 11 integrantes,
9.1.6.4 SUBPROJETO Educação e Cultura não institucionalizado,mas com regimento interno.
Com relação às ações no âmbito do Subpro- Grupos de Trabalho: constituídos para AT 1, AT
jeto Educação e Cultura também não houveram 2, AT 3 e AT 4, envolvendo ao todo 11 integrantes,
ações que, aproveitando-se dos talentos exis- que, em sua maioria, integravam mais de um GT.
87
Resultados do projeto

Plano de Gestão Integrada: O PGI1 foi elabo- coordenações, no sentido da difusão rápida
rado e encaminhado, tendo sido objeto de revi- de informações acerca de ações do projeto,
sões e ajustes ao longo do percurso, em função de demandas e encaminhamentos internos,
dos desafios e limitações enfrentadas. bem como o compartilhamento de fotos, ví-
deos e outros registros acerca das atividades
Reuniões Setoriais: realizadas três reuniões,
que estavam sendo realizadas;
com 54 participantes; 34 sugestões propositivas
de ações.
e Elaboração de Boletim Informativo após as
reuniões setoriais, apresentando informa-
Agentes de Combate às Perdas: se volunta- ções sobre projeto, as discussões ocorridas
riaram 35 ACP (65%), entre funcionários próprios e a constituição dos ACP.
e terceirizados.
Principais ações externas:
Núcleo artístico: não foi constituído. e Contatos com a população quando das ações
Comunicação: utilizadas mídias existentes iniciais de diagnóstico social junto à região
– intranet, EloCompesa – e sociais – Whatsapp; do DMC;
criado um boletim informativo. e Visitas de campo realizadas pelos consulto-
Principais ações internas: res com o apoio de integrantes do GT MOB
e de outras AT, envolvendo a implementação
e Criação de um grupo geral pelo aplicativo
das ações necessárias ao projeto;
Whatsapp, envolvendo todos os funcio-
nários, incluindo também a gerência e as

9.2 Área Temática 2 – Perdas Reais


9.2.1 Generalidades de extensão de rede de distribuição e de setori-
zações que não chegaram a ser concluídas.
A cidade de Salgueiro tem abastecimento de
Com a paralisação das obras, as redes an-
água realizado através do manancial do Rio São
tigas permaneceram em carga, concomitan-
Francisco, distante 60 km da cidade. A água bru-
temente com as redes novas implantadas. Os
ta é bombeada para Estação de Tratamento de
ramais prediais permaneceram conectados às
Água - ETA através de três elevatórias em série,
a primeira possui quatro conjuntos motobomba tubulações antigas. Tal cenário acarretou com-
em paralelo com potência de 100CV, as demais plicações adicionais na operação e manutenção
têm três conjuntos motobomba em série com do sistema e acabou por contribuir para o incre-
potência de 500 CV cada, através do Sistema mento das perdas.
Integrado Salgueiro, com tubulações em aço e O abastecimento de água em Salgueiro se
ferro fundido com extensão de 220 km, pois esse dá através de rodízio, o qual é desencadeado,
sistema atende outras cidades, tais como Terra em grande parte, pelo furto ou desvios irregula-
Nova, Serrita e Verdejante. res de água que ocorrem em adutoras, válvulas
A ETA possui filtração ascendente, com ca- ventosas, descargas etc., desde a captação até
pacidade de tratamento de 160 L/s, atualmente chegar a zona urbana. O uso indevido é pratica-
operando com 150 L/s. A distribuição de água do por moradores lindeiros às adutoras, a água
tratada ocorre através de oito estações de bom- é utilizada para os mais diversos usos. A percep-
beamento que alimentam reservatórios eleva- ção clara é de que houve aumento de casos de
dos, que abastecem por gravidade a parte baixa desvios de água atribuído à escassez hídrica que
da cidade. A rede de distribuição tem cerca de assola a região Nordeste do país nos últimos
180 km, está subdividida em cinco distritos de sete anos.
abastecimento. Tais distritos não se encontram Para combater os desvios de água, a COM-
isolados ou confinados, consequência de obras PESA mantém o programa operação Água Le-
88
Resultados do projeto

gal, que teve início em 2012, com o objetivo de e Distritos 03 parcialmente e 04.
fiscalizar os desvios e furtos de água no Sertão
de Pernambuco. Todo mês, durante uma sema-
9.2.2 Escolha e Implantação do DMC
na, ocorrem as vistorias ao longo das principais A fase de planejamento do projeto COM+Á-
adutoras e redes de distribuição. GUA.2 no prestador trouxe à tona debates e dis-
De modo geral, o abastecimento em Sal- cussões junto ao Grupo de Trabalho acerca da
gueiro ocorre por grupos de distritos, os quais escolha de qual seria a melhor área, setor ou
ficam dois dias com água e quatro sem. O ro- distrito para implantação do Distrito de Medição
dízio é realizado a partir da ETA, da seguinte e Controle – DMC que seria objeto de aplicação
maneira:
da metodologia do COM+ÁGUA.2.
e Distritos 01 e 02; As principais premissas que nortearam a es-
e Distritos 03 parcialmente e 05; colha do DMC foram:

Figura 25. Delimitação do dmc

Fonte: Google Maps

e Setor com delimitações bem definidas e parte Sul do Distrito 02 (parcial) como alvo para
estanque, que possibilitasse uma menor implantação do DMC, uma vez que ele atendia
quantidade e porte de intervenções, sem a as premissas elencadas, além de apresentar de-
necessidade de obras para implantação de limitação física bem definida, a rodovia federal
reservatórios, rede de água e registros; BR-116 o separa do restante da rede de distri-
buição de Salgueiro.
e Macromedidor instalado;
O Distrito 02 é subdivido em duas zonas ou
e Quantidade de ligações entre 2.000 a 5.000; setores, cada um com abastecimento por sub
e Cadastro técnico com nível satisfatório de adutoras que vem da Estação Elevatória de Água
confiabilidade. Tratada - EEAT existente na ETA:
Além das questões técnicas, levou-se em e Setor ou zona norte, ao Norte da BR-116, de
consideração também variáveis de custos e in- menor abrangência, abastecido pela rede de
vestimentos na escolha da área. Foi escolhida a ferro fundido de 100 mm que vem da EEAT
89
Resultados do projeto

COHAB velha, esta linha abastece em mar- abrangência ou área, é abastecida pela li-
cha o presídio; nha DEFoFo de 200 mm que vem da EETA
e Parte sul, ao Sul da BR-116, de maior COHAB nova.

Tabela 12. Dados dmc distrito 02

DMC DISTRITO 02
LIGAÇÕES
MÊS DE VOLUME LIGAÇÕES LIGAÇÕES ATIVAS Nº ECONOMIAS TOTAL DE
ATIVAS
REFERÊNCIA CONSUMIDO ATIVAS C/HID S/HID ECONOMIAS
S/HID
nov/17 23.734 2.399 2.298 101 3.120 2.533
dez/17 24.380 2.398 2.298 100 3.121 2.531
jan/18 23.672 2.384 2.285 99 3.118 2.512
fev/18 20.902 2.377 2.278 99 3.105 2.455
mar/18 20.369 2.369 2.269 103 3.119 2.496
abr/18 20.347 2.355 2.255 100 3.120 2.480
Fonte: COM+ÁGUA.2

O isolamento ou confinamento do DMC se daria, então, através do fechamento de um único


registro de 100 mm.

Figura 26. Planta/mapa DMC distrito 02

Fonte: COMPESA

Ainda na fase de implantação do DMC, reali- nicas de verificação da estanqueidade em DMC. A


zou-se capacitação para demostrar métodos e téc- capacitação realizada mesclou atividades teóricas,

90
Resultados do projeto

nas instalações do prestador, e práticas, em campo, ba por existir a figura do manobrista, ou seja, tal
numa ação conjunta do consultor do Consórcio colaborador é responsável por abertura e fecha-
com os técnicos e engenheiros da COMPESA. mento de registros de manobra que direcionam
Na ocasião dos ensaios ou testes em cam- água conforme calendário ou programação de
po para verificação da estanqueidade do DMC, abastecimento. Entretanto, neste tipo de situa-
constatou-se o que se previu inicialmente, de ha- ção, pode ocorrer que o manobrista acabe por
ver apenas uma interligação do DMC com outra decidir, por conta própria, sobre o direcionamen-
parte da rede. Especificamente, tratava-se de uma to ou cumprimento do regime de rodízio sem o
ligação com o setor norte, que compunha o então conhecimento e consentimento dos gestores.
Distrito 02, através de uma rede de 100 mm, cujo Aproveitando a capacitação em campo, foi
confinamento ocorria através do fechamento de realizado o fechamento do registro de confina-
um registro de manobra, também de 100 mm. mento para verificar se o mesmo estava estanque.
Ocorre que, com o abastecimento de toda ci- Constatou-se que o registro de manobra na posi-
dade sendo efetuado em regime de rodízio, aca- ção fechado não permitia a passagem de água.

Foto 37. Capacitação de estanqueidade

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

9.2.3 Macromedição e Telemetria


plantada uma Válvula Redutora de Pressão - VRP,
O DMC Distrito 02 é abastecido a partir de também DN 250 mm, ambos instalados durante a
um Reservatório Apoiado - RAP, com capacidade obra de setorização. A VRP não estava regulada e
de armazenar 250 m3 de água. A entrada do DMC tampouco havia o acompanhamento e registro do
Distrito 02, ou seja, onde está instalado macrome- volume ofertado. Além disso, não se dispunha de
didor DN 250 mm, eletromagnético carretel, fica a datalogger com telemetria para registro e acom-
jusante do RAP. Nessa tubulação também foi im- panhamento do volume distribuído e pressão.

91
Resultados do projeto

Foto 39. Macromedidor do dmc

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Durante as capacitações observou-se que a tal fato iria ocasionar erros na totalização do vo-
rede de 250 mm, a jusante do reservatório, onde lume ofertado ao DMC. A solução encontrada foi a
estava instalado o macromedidor, não operava à implantação de um cavalete, a jusante do medidor,
plena seção, ou seja, com tubulação totalmente de modo a propiciar que o macromedidor existente
preenchida nas primeiras horas de abastecimento, operasse com a tubulação sempre em plena seção.

Foto 38. Instalação do cavalete à jusante do macromedidor no dmc distrito 02

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

92
Resultados do projeto

A solução adotada para o macromedidor do e Falhas recorrentes na bateria;


DMC Distrito 02 está sendo replicada em outros e Ações de telemetria concentradas na sede
DMC de Salgueiro, que também são acometidos da companhia, em Recife.
por rodízio e têm o mesmo problema observado
do Distrito 02. A implantação da telemetria no 9.2.4 Cadastro e Modelagem Hidráulica
macromedidor, com foco no ponto baixo, médio Durante o transcorrer do projeto foram
e crítico de pressão, inicialmente contou com realizadas algumas atividades conjuntas dos
apoio da Gerência de Hidrometração - GHI e da consultores com os técnicos e engenheiros do
Gerência de Automação - GPA. prestador, visando capacitá-los em cadastro
técnico e modelagem hidráulica. No que tange
Foto 40. Tela do sistema de telemetria ao cadastro técnico foram planejadas: sonda-
gens em campo para verificação de redes, re-
gistros, VRP, interligações e etc. para verificar
ou avaliar o cadastro técnico disponível e por-
ventura fazer os ajustes ou atualizações neces-
sárias, entretanto a Gerência de Salgueiro, por
limitações corporativas, não conseguiu aportar
as equipes operacionais e equipamentos para
realizar tais ações.
Com a evolução do projeto no prestador,
percebe-se claramente que houve uma dissemi-
nação e uma efetiva preocupação do corpo téc-
nico local em atualizar o cadastro em Salgueiro,
utilizando como ferramenta o GISCOMP, software
de GIS corporativo da companhia. Mensalmente,
os coordenadores das unidades locais de toda
a gerência de Salgueiro encaminhavam à coor-
denação de engenharia as novas extensões de
rede para serem lançadas no GISCOMP.
Embora haja incertezas relacionadas ao ca-
Fonte: COMPESA dastro técnico, o Consórcio desenvolveu uma
série de ações voltadas à modelagem hidráuli-
Os datalogger utilizados para fazer a tele- ca, com utilização de softwares livres tais como
metria, foram instalados em abrigos de hidrô- QGIS e Epacad. Foram realizadas capacitações
metros para aproveitar um padrão já disponível de modelagem hidráulica aplicada ao DMC com
o objetivo de ampliar a qualificação dos técnicos
pela COMPESA. Entretanto, após a instalação
e engenheiros de Salgueiro e disseminar a cul-
dos equipamentos de telemetria algumas difi-
tura da modelagem hidráulica.
culdades vieram à tona, de forma recorrente, e
Durante a capacitação foi elaborado um mo-
não conseguiram ser sanadas ao longo do de-
delo hidráulico experimental no Epanet, a par-
senvolvimento do projeto, tais como: tir do cadastro de rede disponível, em formato
e Ausência de equipamentos em quantidade DWG, com auxílio de softwares como QGIS e Epa-
cad. Os dados de vazão e pressão utilizados para
e qualidade necessários para atender a de-
fazer o modelo hidráulico experimental foram
manda não só do DMC Distrito 02, mas da
provenientes de um breve período de funciona-
gerência de Salgueiro; mento, tanto do macromedidor como dos equi-
e Limitação de técnicos na unidade para rea- pamentos de telemetria. Dentre as simulações
lizar as devidas instalações e manutenções realizadas, verificou-se a implantação de VRP,
preventivas e corretivas; seccionamento de redes para implantação de
93
Resultados do projeto

subdistritos, dentre outras situações hipotéticas, sociado ao regime de rodízio, inviabilizaram a ca-
a simulação reportou condições hidráulicas sa- libração do modelo hidráulico elaborado. Mesmo
tisfatórias para implantação de três subsetores diante de muitos cenários adversos, observou-se
no DMC. êxito no objetivo de disseminar a cultura da utili-
Outro destaque, no quesito modelagem hi- zação da modelagem hidráulica, situações recen-
dráulica foi a elaboração de um guia de mode- tes nas localidades de Riachinho e na adutora de
lagem hidráulica. Infelizmente os constantes Santo Antônio foram objetos de análises e estu-
problemas com os datalogger de telemetria, as- dos com base em modelagens hidráulicas.

Foto 41. Curso de modelagem hidráulica

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Figura 27. Tela do epanet com exemplo de modelagem hidráulica

Foto: ELABORAÇÃO COM+ÁGUA.2

94
Resultados do projeto

9.2.5 Controle Ativo de Vazamentos drão adotado pelo prestador, gera dificuldades
ao geofonista ou pesquisador, uma vez que uma
Ainda no âmbito do COM+ÁGUA.2 foram mi-
das técnicas de pesquisa, conforme manual cita-
nistrados cursos e capacitações sobre pesquisa
do, reza: “ao ouvir um ruído suspeito no cavale-
de vazamentos não visíveis. Foi dado enfoque na
te, assegurar-se de que não está havendo pas-
metodologia de pesquisa, conforme manual de
sagem d’água através do hidrômetro, fechando
procedimentos PR- 051, da Associação Brasileira
firmemente o registro (certificar-se que o mes-
de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção - ABENDI,
mo está vedando), pois um pequeno vazamento
com adaptações às realidades locais do prestador.
existente na tubulação interna do imóvel tam-
O prestador dispõe, em Salgueiro, de geofo- bém pode provocar um ruído de vazamento”.
ne eletrônico e mecânico, haste de escuta, vál- O pequeno espaço disponível no abrigo do
vula geradora de golpe ou ondas (VGO), mas não hidrômetro impõe restrições ao fechamento da
dispõe de correlacionador de ruídos, haste de chave geral e, muitas vezes, encontra-se coberto
perfuração, locador de massa metálica, dentre por terra. Durante uma das capacitações de pes-
outros equipamentos auxiliares para realização quisa de vazamentos foi possível ir a campo no
da pesquisa de vazamentos. segundo dia de abastecimento de água para o
Durante as capacitações em campo, tal como DMC Distrito 02. Observou-se que, na parte bai-
observado em Caruaru, chamou atenção o fato xa do DMC, havia vários casos de vazamentos
de que a posição do hidrômetro no passeio, pa- visíveis em ramal.

Foto 42. Capacitação de pesquisa de vazamentos Foto 43. Caixa de inspeção de hidrômetro

Foto: ELABORAÇÃO COM+ÁGUA.2 Foto: ELABORAÇÃO COM+ÁGUA.2

95
Resultados do projeto

Após as capacitações, com a internalização e realizada no primeiro dia de abastecimento. O


disseminação da relevância de realizar pesquisa prestador deve acompanhar, via monitoramen-
de vazamentos, o prestador iniciou um programa to dos pontos críticos (baixo, médio e alto), a
de pesquisa acústica em períodos noturnos, prio- pressão disponível para iniciar a pesquisa de
rizando os trechos de rede de cimento amianto vazamentos. Obviamente, o reparo de vaza-
que apresentam maior incidência de vazamentos. mentos em setores com rodízio deve ser rea-
Em sistemas operados mediante rodízio, a lizado, nos dias em que o setor esteja sendo
pesquisa acústica, via de regra, não pôde ser abastecido.

9.2.6 Controle de Pressão e Gestão do DMC

Figura 28. Zonas de pressão sugeridas no dmc distrito 2

Fonte: COMPESA

A gestão e controle de pressão no DMC foi sa e caracterização das falhas, incorre ao prestador
realizada a partir da instalação de duas válvulas ausência de foco na renovação de redes e ramais.
redutoras de pressão, sendo uma de 200 mm e No decorrer do projeto não se evidenciou evolu-
outra de 250 mm de diâmetro. Foi sugerida tam- ções no prestador no tocante à gestão de ativos.
bém, pelo Consórcio, a instalação de uma VRP DN Os constantes problemas de funcionamento
100 mm, que possibilitaria implantar três subse- do macromedidor e telemetria, aliados a operação
tores ou zonas de pressão no DMC Distrito 02, os do sistema mediante rodízio, inviabilizaram uma
quais permitiria a realização de campanhas de apuração contínua do volume disponibilizado ao
medições e verificações, com intuito de identifi- DMC, bem como da pressão no ponto médio, pa-
car em qual subsetor se concentravam as maio- râmetros preponderantes para elaboração da mo-
res perdas. Entretanto, a VRP não foi instalada. delagem de vazamentos Bottom Up, ferramenta
A ausência de uma política de controle ativo de utilizada para mensurar as perdas reais, a qual
vazamentos, aliada ao enfoque apenas no reparo também pode ser utilizada para calibração do Ba-
dos vazamentos, sem registro ou histórico da cau- lanço Hídrico Top Down, conforme preconiza a IWA.
96
Resultados do projeto

A mudança de paradigma que se buscava era controle e pressão ao sistema. Contudo, a avaliação
gerir o DMC a partir do acompanhamento da vazão geral do GT de perdas do prestador e da gerência
mínima noturna, sendo este o instrumento para do prestador é positiva, sobretudo na dissemina-
reduzir tempo de conhecimento dos vazamentos ção e implantação de uma cultura de combate às
e, por consequência, imprimir uma melhor gestão e perdas utilizando o DMC como instrumento.

9.3 Área Temática 3 – Perdas Aparentes


9.3.1 Cadastro Comercial
A evolução do tema e os treinamentos em 9.3.2 Micromedição
Salgueiro se assemelham muito ao que foi rela-
Também de forma idêntica à Caruaru, na
tado em Caruaru. As duas áreas prioritárias es-
área prioritária de Salgueiro seguiu-se uma li-
tão inseridas numa condição de disponibilidade
hídrica semelhantes, não fazem parte da Região nha metodológica de capacitações, envolvendo
Metropolitana de Recife, encontram-se em uma os esforços para adequação da micromedição.
dificuldade de recursos humanos e materiais e Dentro desse contexto cabe destaque para o
possuem elevados índices de perdas. No caso caso específico da capacitação sobre ensaios
específico dos serviços de atualização de dados de bancada para determinação da curva de en-
comerciais, as semelhanças nas ocorrências são velhecimento, que foi ministrado na sede, para
ainda mais expressivas, considerando a centrali- ambas as equipes.
zação de decisões na sede, em Recife. Em Salgueiro também ocorreram visitas
De forma idêntica à ocorrida em Caruaru, foi técnicas, cursos e treinamentos com foco no
explorada toda a abordagem e discussões sobre levantamento de perfis de consumo e na curva
definição de layout cadastral, customização das de envelhecimento, além de orientações sobre
ferramentas de TI, orientações sobre ambiente critérios e condições para elaboração do plano
SIG para espacialização de clientes, sugestões de ação de manutenção preventiva e corretiva
de logística dos serviços, critérios de avaliação e do parque de hidrômetros. As imagens a se-
controle de qualidade das informações atualiza- guir são referentes às capacitações realizadas
das, entre outros aspectos. em Salgueiro.

Foto 45. Treinamento sobre levantamento de perfis de consumo

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2 Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

97
Resultados do projeto

Foto 44. Treinamento sobre ensaios de bancada para determinação da curva de envelhecimento

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

9.3.3 Combate a Usos Não Autorizados De todo modo, vale salientar os treinamen-
tos ministrados com foco na abordagem da
Por fim, o tema de usos não autorizados
mobilização social para tratar situações expres-
também teve uma dinâmica muito parecida com
sivas de usos irregulares em comunidades ca-
aquela ocorrida em Caruaru. As capacitações
rentes, como também para os casos de clientes
realizadas se basearam em programação prati-
irregulares que estejam em patamares de renda
camente idêntica e não foram verificados avan-
mais elevados ou utilizem a água para fins co-
ços e resultados significativos para serviços de
merciais ou industriais.
combate a irregularidades.

Foto 46. Investigação em campo de irregularidades nas ligações de água

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

98
Resultados do projeto

9.4 Área Temática 4 – Gestão de Energia


Em Salgueiro também se formou um GT com a CEN. Na unidade, as atividades de correção
para junto com o CG implantar as ações do de fator de potência são realizadas quando ne-
COM+ÁGUA.2 e desenvolver as ações previstas cessário, assim como algumas ações de eficiência
no projeto: energética, apesar do escasso corpo técnico, cuja
prioridade de atuação é na manutenção corretiva.
e Sensibilização dos colaboradores do presta-
dor em relação ao tema energia no segui- A unidade operacional mais representativa
em relação ao consumo de energia elétrica, em
mento de saneamento;
Salgueiro, é o sistema de captação do Cabrobó,
e Identificação de oportunidades para ações precedido pela ETA Salgueiro. O diagnóstico hi-
de eficiência energética e de microgeração
droenergético, com o propósito de sensibilizar o
de energia através fontes renováveis; corpo técnico gerencial, bem como capacitar o
e Elaboração de metodologia para realização mesmo ocorreu em:
do diagnóstico hidroenergético; Salgueiro:
e Especificação de equipamentos e ações a se-
rem implementadas; e EEAT – Distrito 02 – BB 01 – ETA Salgueiro
e Acompanhamento e análise dos resultados e EEAT – Distrito 02 – BB 02 – ETA Salgueiro
após implementação da metodologia, atra- 9.4.1 Metodologia das Medições (Even-
vés de indicadores de desempenho; to de Diagnóstico e Monitoramento)
e Realização de treinamentos em geral, atra-
A realização dos eventos de monitoramento
vés de cursos e capacitações em processo,
contou com equipe multidisciplinar, com espe-
com a realização de visitas à campo.
cialistas em elétrica e hidráulica/mecânica e fo-
Conforme o plano de ação, identificou-se ram utilizados os seguintes equipamentos:
uma unidade operacional piloto e realização
de estudos e ações de eficiência energética. Em
e Analisadores/registradores de energia elé-
trica;
Salgueiro, a unidade também está subordinada à
Coordenação de Eficiência Energética – CEN, que e Registradores de pressão;
faz a avaliação das faturas de energia elétrica e Termômetros digitais;
recebidas mensalmente, gestão dos contratos de e Tacômetros digitais sem contato;
demanda e monitora a cobrança de multas por e Câmara termográfica;
baixo fator de potência. A coordenação realiza e Câmara fotográfica;
ainda as manutenções e correções nas instala- e Alicate volt-amperímetro;
ções. A exemplo de Caruaru, Salgueiro também e Medidor de vibração;
não tem equipe dedicada para identificação de e Trenas;
oportunidades e desenvolvimento de ações de
e GPS.
eficiência energética, mas no quadro da equipe
de manutenção existem alguns colaboradores Os registros dos eventos de monitoramento
que atuam em ações de eficiência em conjunto se apresentam a seguir:

99
Resultados do projeto

Foto 47. Transdutores de corrente e analisadores de grandezas elétricas

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Foto 48. Medidor de vazão eletromagnético de carretel

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Foto 50. Medidor de rotação digital sem contato (rpm)

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

100
Resultados do projeto

Foto 49. Imagens da camera de termográfica

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2


Foto 51. Escala de rodízio de abastecimento de
água
9.4.1.1 Resumo do Diagnóstico Hidroener-
gético –Distrito 02
O Diagnóstico Hidroenergético - DHE foi
realizado em uma elevatória constante do sis-
tema associado ao DMC Distrito 02. A Estação
Elevatória de Água Tratada - EEAT Distrito II fica
então localizada na ETA Salgueiro e é com-
posta por dois conjuntos motobomba de 50
CV cada um e opera em regime de rodízio em
função da crise hídrica que assola a região. O
diagnóstico foi elaborado entre setembro e de-
zembro/2017, com atividades de levantamento
de campo, eventos de monitoramento, coleta e
análise de informações, além de elaboração de
relatório conclusivo.
9.4.1.2 Descritivo das Atividades
Seguindo a metodologia COM+ÁGUA.2, fo- Fonte: COMPESA
ram realizadas vistorias com o propósito de
identificar um sistema com características tí- Tabela 13. Características da bomba
picas de outros sistemas de bombeamento, no Bomba Distrito II BB-01 Distrito II BB-02
entanto, a escassez hídrica persistente impediu Marca KSB KSB
que se obtivessem as condições operacionais MEGANORM MEGANORM
Modelo
ideais para a obtenção de máximo resultado du- 65-200 65-200
rante o evento de monitoramento. Número de série CO 0372 CO 0371
Entre julho e agosto/2017 foi feita a seleção H (m) 73 73
do sistema da estação elevatória que abastece Q (m³/h) 135 135
o Distrito 02. Composto por dois conjuntos mo- Rotação (rpm) 3500 3500
tobombas, de 50 CV e 135 m³/h cada, opera em Pot (cv) 50 50
distintos arranjos operacionais, de acordo com Diâm. Do Rotor
200 200
a escala do rodízio de água para suprimento às (mm)
populações atendidas. Foto: ELABORAÇÃO COM+ÁGUA.2

101
Resultados do projeto

Definiu-se então a necessidade de realiza- Foto 52. Conjuntos motobomba eeat


ção de evento de monitoramento dos parâme- Distrito 02
tros elétricos, mecânicos e hidráulicos, de modo
a obterem-se informações precisas sobre a linha
de base do sistema, bem como dados para a
análise e avaliação de eventuais oportunidades
de aumento da eficiência hidroenergética. Mas
persistente escassez hídrica levou a postergar,
por algumas ocasiões, a realização do evento de
monitoramento dos parâmetros anteriormente
citados, até que em outubro/2017 foi possível
obter-se condições operacionais mínimas que
possibilitassem esse evento. Mesmo assim, do
período objetivado (medição por sete dias con-
secutivos, com registro de dados a cada três mi-
nutos), apesar de plenamente realizado, apenas
foi possível obter-se os dados por três dias. Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

9.4.1.3 Características das Bombas do Dis-


trito 02 – ETA Salgueiro No diagnóstico foram avaliados os dois con-
juntos motor bomba da EEAT Distrito 02 que
Os motores analisados possuem mais de 10
se encontravam disponíveis e em condições de
anos de fabricação, apesar de não haver registro
operação.
de rebobinamento e histórico de manutenção,
não possuem indícios de restauração e rebobi- A seguir os dados resumidos do diagnosti-
namento, que possa ocasionar redução da efi- co realizado nas unidades selecionadas na ETA
ciência e rendimento. Salgueiro.

Tabela 14. Dados resumidos do diagnóstico hidro energético

Pel Qtotal Pel total CE CEN


Associação Bombas Q (m³/h) H (mca) rend.
(kW) (m³/h) (kW) (kWh/m³) (kWh/m³/100)
99-01 99-01 124 69,2 35,9 124 35,9 0,289 0,418 65%

99-02 99-02 137 62,8 40,7 137 40,7 0,297 0,473 58%

BB-01 64 82,5 27,4


BB-01//BB-02 164 60,3 0,367 0,459 59%
BB-02 100 77,5 32,9

Foto: ELABORAÇÃO COM+ÁGUA.2

Adicionalmente ao diagnóstico hidroener- energético tendo como base a Norma ISO


gético, também foram avaliadas iniciativas de 50.001, que estabelece uma estrutura para
desenvolvimento de programas e projetos de que as empresas possam gerenciar e melho-
eficiência energética, além da estruturação da rar o consumo de energia elétrica;
CEN. Na estruturação da coordenação identifi- e Avaliação dos contratos de fornecimento de
cou algumas ações e implementações necessá- energia elétrica, em relação à viabilidade de
rias, sendo:
compra de energia no Mercado Livre, visto
e Criação de indicadores de desempenho que o valor pago é da ordem de R$ 180 mi-
102
Resultados do projeto

lhão/ano, estando este entre os três maiores na COMPESA, as AP não recebem as faturas de
valores operacionais pagos pela COMPESA; energia, ficando restrito apenas a CEN. Desta
e Criação de novos Indicadores de Desempe- forma os gestores operacionais de cada AP, tem
nho Energético - IDE, como o kWh/m³ bom- mais dificuldade na realização de uma análise
beado. Atualmente a CEN e as AP consideram mais criteriosa.
como indicadores de eficiência energética o As AP recebem uma planilha em meio digital
índice de ultrapassagem de demanda e co- chegando quase trinta dias após o faturamento,
brança de multas por parte da Companhia com as informações resumidas, cabendo ao ges-
Energética de Pernambuco - CELPE por bai- tor local a análise de:
xo fator de potência;
e Melhoramento de metodologias de geren- e Verificação do consumo de energia se está
ciamento e implantação de ações de moni- na média do histórico;
toramento do consumo energético online; e Comparação da demanda lida, em relação à
e Desenvolvimento de metodologias de aná- contratada, verificando se houve redução ou
lise das faturas de energia, que possibilite a ultrapassagem;
realização de ações administrativas e técni- e Verificação e correção do fator de potência
cas nas unidades da COMPESA; lido nas instalações, sendo que este deve ser
e Gerenciamento efetivo dos contratos de for- maior que é de 0,92 obrigatoriamente.
necimento de energia elétrica, sendo que o As oportunidades identificadas de microge-
valor pago é da ordem de R$ 180 milhões/ ração de energia distribuída, apenas nos telha-
ano, estando este entre os três maiores valo- dos dos prédios e reservatórios da ETA Salgueiro.
res pagos pela COMPESA; Definiu-se ainda a necessidade de reali-
e Realização de treinamentos e capacitações zação de evento de monitoramento dos parâ-
em processo, teóricos e práticos, para melhor metros elétricos, mecânicos e hidráulicos, de
disseminação do conceito e da importância modo a obterem-se informações precisas sobre
do desenvolvimento de ações de eficiência a linha de base do sistema, bem como dados
energética; para a análise e avaliação de eventuais opor-
e Implantação do programa de cadastro de ati- tunidades de aumento da Eficiência Hidroener-
vos e elaboração de planos de manutenções gética. As medições foram realizadas por sete
preventiva e preditiva nas AP. A implementa- dias consecutivos, com registro de dados a cada
ção dos planos de manutenção irá facilitar o três minutos.
gerenciamento das atividades desenvolvidas
em cada ativo (bombas, motores, válvulas, 9.4.1.4 Resultados Obtidos
transformadores e etc.), além de gerar his- Os principais parâmetros foram registra-
tórico dos equipamentos permitindo melhor
dos de forma sincronizada, a cada três minutos,
acompanhamento da vida útil de cada um.
durante período de sete dias. Os registros dos
No modelo atual de gerenciamento e aná- principais parâmetros medidos se apresentam
lise das faturas de energia elétrica aplicado a seguir:

103
Resultados do projeto

Figura 29. Demanda de potência ativa

Demanda Potência Ativa (kW)


45
40
35
Potência Ativa [kW]

30
25
20
15
10
5
0
00:00
00:30
01:00
01:30
02:00
02:30
03:00
03:30
04:00
04:30
05:00
05:30
06:00
06:30
07:00
07:30
08:00
08:30
09:00
09:30
10:00
10:30
11:00
11:30
12:00
12:30
13:00
13:30
14:00
14:30
15:00
15:30
16:00
16:30
17:00
17:30
18:00
18:30
19:00
19:30
20:00
20:30
21:00
21:30
22:00
22:30
23:00
23:30
DISTRITO II BB-01 DISTRITO II BB-02

Foto: ELABORAÇÃO COM+ÁGUA.2

Figura 32. Dados de vazão

Vazão Distrito II (m³/h)


180,00

160,00
140,00
Vazão (m³/h)

120,00
100,00
80,00

60,00

40,00
20,00
0,00
00:00 01:00 02:00 03:00 04:00 05:00 06:00 07:00 08:00 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00

DISTRITO II
Foto: ELABORAÇÃO COM+ÁGUA.2

Figura 31. Dados de consumo específico

CE (kWh/m³) CEN (kWh/m³/100)


Consumo Específico (kWh/m³)/100

0,400 0,480
Consumo Específico (kWh/m³)

0,350 0,470
0,460
0,300
0,450
0,250
0,440
0,200 0,430
0,150 0,420
0,410
0,100
0,400
0,050 0,390
0,000 0,380
BB-01 BB-02 BB-01//BB-02 BB-01 BB-02 BB-01//BB-02

Foto: ELABORAÇÃO COM+ÁGUA.2

104
Resultados do projeto

Figura 30. Dados de demanda

HISTÓRICO DE DEMANDA
400

350
Registro de Demanda (kW)

300

250

200

150

100

50

0
nov/16 dez/16 jan/17 fev/17 mar/17 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 set/17 out/17

DEM CONTR (kW) DEM LIDA PTA (kW) DEM LIDA F. PTA (kW)

Foto: ELABORAÇÃO COM+ÁGUA.2

Figura 34. Dados de consumo de energia

HISTÓRICO DE CONSUMO DE ENERGIA


200.000
180.000
160.000
140.000
Consumo (kWh)

120.000
100.000
80.000
60.000
40.000
20.000
0
nov/16 dez/16 jan/17 fev/17 mar/17 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 set/17 out/17

CONS. F. PTA (kWh) CONS. PTA (kWh)


Foto: ELABORAÇÃO COM+ÁGUA.2

Figura 33. Dados de custo específico de energia

CUSTO ESPECÍFICO DE ENERGIA


R$ 400,00
Custo Específico (R$/MWh)

R$ 350,00
R$ 300,00
R$ 250,00
R$ 200,00
R$ 150,00
R$100,00
R$50,00
R$ -
nov/16 dez/16 jan/17 fev/17 mar/17 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 set/17 out/17

CUSTO ESPEC.

Foto: ELABORAÇÃO COM+ÁGUA.2

105
Resultados do projeto

Tabela 15. Matriz do balanço hídrico

Foto: ELABORAÇÃO COM+ÁGUA.2

9.4.1.5 Diagnóstico ciclo de operação anterior ao da realização


do evento;
Em função dos dados coletados e das análi-
e As correntes dos motores se apresentavam
ses realizadas pela equipe da AT 4, foram avalia-
dentro das suas características nominais (In
das as seguintes situações:
= 70,3 A);
e Os conjuntos motobombas são de alto ren- e Os painéis de partida/acionamento dos con-
dimento e aparentemente não foram rebobi- juntos são de partida direta, não evitando
nados, segundo dados recolhidos em campo, picos de demanda durante a partida, nem os
em função da ausência de registro docu- solavancos no acoplamento da bomba;
mental; e Apesar de escassez hídrica, foi constatada va-
e A falta de manutenção preventiva e predi- riação da vazão durante alguns períodos no-
tiva, constatada durante os levantamentos turnos, nos quais o controle de vazão é reali-
de campo, ficou evidente em função da au- zado através de estrangulamento de válvulas.
sência de alguns procedimentos rotineiros
9.4.1.6 Recomendações
como a lubrificação de mancais e limpeza
dos conjuntos, apesar do estado de funcio- Em função dos dados coletados e das análi-
namento estar razoável em função de inter- ses realizadas pela equipe da AT 4, foram avalia-
venção não programada realizada durante o das as seguintes situações:
106
Resultados do projeto

A análise dos dados então identificou as se- no qual os equipamentos operam apenas no
guintes oportunidades de redução dos gastos momento em que existe água para bombear,
através do aumento da eficiência energética: o fazendo com a maior capacidade possível, e
e Instalação de inversores de frequência; não priorizando a questão da eficiência opera-
e Implantação de SGE – sistema de gestão de cional. Essas oportunidades, com investimento
energia; estimado da ordem de R$ 300 mil, podem re-
e Desenvolvimento de Plano de manutenção sultar na economia de R$ 220 mil/ano, além de
preventiva e preditiva. melhoria da gestão energética e operacional
das elevatórias.
9.4.1.7 Conclusões
Analisando-se apenas as ações referentes
Pelo exposto, foram identificadas oportu- exclusivamente à EEAT do Distrito 02, o quadro
nidades de redução do consumo de energia, resumo das ações com sua respectiva análise
apesar do cenário peculiar de escassez hídrica, econômica se apresenta a seguir:

Tabela 16. Resumo de ações de EE - EEAT Distrito 02

Custo Economia anual payback


Item
R$ kWh R$ anos

Implantação de SGE R$ 22.000 48.815 R$ 19.000 1,2

Instalação de Inversor de Frequência R$ 40.000 16.700 R$ 6.500 6,2

Total R$ 62.000 65.515 R$ 25.500 2,4

9.5 Área Temática 5 – Planejamento e Gestão


O DMC em Salgueiro deveria sofrer interven- prescindíveis, buscou-se realizar exercícios e si-
ções multidisciplinares, desde o monitoramen- mulações do cenário de operação do sistema e
to da macromedição e pressão média da rede, estimar, ainda que imprecisamente, o volume de
até as ações efetivas de combate e redução de perdas. Essas tentativas foram válidas, conside-
perdas. O monitoramento dos resultados de de- rando que a equipe técnica ficou submetida às
sempenho do DMC representaria a aplicação da dinâmicas práticas da modelagem, aproximan-
metodologia e dos conceitos clássicos defendi- do-se de uma atividade que deve fazer parte da
dos pela IWA e revelariam, de maneira amostral, rotina operacional do prestador. Os resultados
as condições do sistema da área prioritária como dessas simulações não oferecem precisão e con-
um todo. Tendo em vista os problemas aponta- fiabilidade satisfatória, de modo que não são
dos no sistema, não foi possível estabelecer con- apresentados nessa publicação.
dições satisfatórias de operação do DMC, que Apesar da indisponibilidade dos valores de
inviabilizou o adequado monitoramento dos vo- indicadores, deve-se reforçar a importância do co-
lumes de entrada e pressões de rede. nhecimento oferecido nos cursos, visitas e treina-
A carga de capacitações para elaboração mentos. Fica por conta do prestador após a finali-
dos modelos de dimensionamento das perdas zação do COM+ÁGUA.2 aplicar esta metodologia
foi intensa e, mesmo na carência de dados im- para monitorar o desempenho de seu sistema.

107
Resultados do projeto

10 IMPACTO E INDICADORES

10.1 Área Temática 1 – Mobilização Social


10.1.1 Indicador de Mobilização Social – IMOB

O
Indicador de Mobilização Social – IMOB radora, cujo IMOB iniciou com 14,2% e, ao tér-
é composto pelos Índices de Mudança mino da assistência técnica, fechou em 38,6%,
Cultural – Imud e de Gestão da Mobili- foram decorrentes especialmente dos avanços
zação – Iges. O primeiro indica as alterações nos alcançados na cultura interna, envolvendo uma
valores e atitudes interna (peso 0,7) e externa atuação mais integrada dos componentes do
(peso 0,3); o segundo avalia o grau de institucio- Comitê Gestor, a constituição dos Agentes de
nalidade dos quatro eixos estruturantes. Dessa Combate às Perdas, abrangendo representantes
forma, Imud e Iges compõem o IMOB com pesos de várias áreas, a formulação de propostas pelos
0,7 e 0,3, respectivamente. mesmos e os resultados alcançados pelas ações
Em Salgueiro foram realizadas, ao longo alternativas de comunicação interna, que favo-
do projeto, apenas duas verificações do IMOB, receram um maior engajamento e implicação
uma no início da implantação (linha de base) e dos funcionários com os objetivos centrais do
outra, ao final. O resultado alcançado pela ope- COM+ÁGUA.2.

10.2 Área Temática 2 – Perdas Reais


Adicionalmente ao que foi relatado para zendo inclusive uso mais intensivo da ferra-
área prioritária de Caruaru, em Salgueiro houve menta GISCOMP;
maior engajamento ao projeto COM+ÁGUA.2. To- e A modelagem hidráulica como ferramen-
davia, este maior engajamento não se reverteu ta de avaliação, proposição de melhorias e
em resultados, digamos assim, numéricos, mas suporte técnico operacional, inclusive com
certamente foi possível verificar forte internali- aplicações práticas;
zação de conceitos e mudança de cultura, com e Balanço Hídrico e indicadores como ferra-
destaque para: mentas de gestão;
e Ter macromedição disponível e funcional e Controle ativo de vazamentos através de
que permita apropriar volume de perdas; pesquisas de vazamentos não visíveis, com
e Telemetria como ferramenta de monitora- pesquisas de vazamentos noturna direcio-
mento, acompanhamento e gestão; nada a trechos de rede de cimento amianto
e Cadastro como algo vivo que precisa ser com maior recorrência de falhas;
constantemente atualizado e revisado, fa- e Gestão de pressão como fator preponderan-
108
Resultados do projeto

te na redução de perdas; e Corpo técnico capacitado e apto a replicar a


e DMC como algo a ser perseguido; metodologia.

10.3 Área Temática 3 – Perdas Aparentes


Tal como exposto para as perdas reais, não se dernas e de construção de uma vitrine de ex-
pôde observar uma evolução concreta de melho- periências que possa servir como plataforma
ria de indicadores. Esta ocorrência está ampla- para implantação de um programa mais amplo,
mente embasada pela não execução das ações englobando limites mais extensos. Esse mo-
efetivas de redução de perdas, por conta da ca- mento não foi aproveitado em sua plenitude e
rência de recursos financeiros, diretrizes de go- a mensuração do sucesso do projeto deve en-
vernança da companhia, entre outros aspectos. volver uma visão sobre mudança de paradig-
O COM+ÁGUA.2 surge como uma oportu- mas enraizados na mentalidade da operação
nidade de aprendizado de técnicas mais mo- do saneamento.

10.4 Área Temática 4 – Gestão de Energia


Os indicadores mais relevantes são os mes- dos seus respectivos indicadores de desempenho
mos cinco apresentados na avaliação de Carua- energético (linha de base), para que os mesmos
ru e devido às condições de desenvolvimento possam ser acompanhados à medida que as ações
do projeto, principalmente por motivo de força de eficiência energética recomendadas forem im-
maior, as oportunidades identificadas tiveram plementadas. Os indicadores encontrados foram:
pouca possibilidade de implementação para que
Salgueiro – ETA Salgueiro
se pudesse observar uma evolução dos indicado-
res, entretanto, nos sistemas objeto dos eventos e EEAT Distrito II – BB 01 - kWh/m³ 0,289;
de diagnóstico hidroenergético foram estabeleci- e EEAT Distrito II – BB 02 - kWh/m³ 0,297.

10.5 Área Temática 5 – Planejamento e Gestão


A carência de condições para aplicação das no projeto e possa estabelecer um contexto
metodologias do Balanço Hídrico e modelagem de acompanhamento das perdas, verificando a
Bottom Up leva inevitavelmente para um cená- efetividade das ações e a melhoria da rotina de
rio de resultados pouco significativos. Não foi operação do sistema.
possível calcular os indicadores que monitoram
o desempenho do sistema, tanto no tocante às
perdas reais quanto às perdas aparentes. Espe-
ra-se que o prestador realize os investimentos

109
Resultados do projeto

11 AUTOAVALIAÇÃO DE
IMPACTO DO COM+ÁGUA.2
NA AP 2

A
o término do período de assistência aplicado um questionário para a autoavaliação
técnica do Ministério das Cidades, por do impacto do COM+ÁGUA.2 em Salgueiro.
meio dos consultores do Consórcio, foi

11.1 Área Temática 1 – Mobilização Social

O quanto mudou no seu Procedimentos novos foram Há evidências de


GESTÃO DE dia-a-dia? incorporados? resultados?
MOBILIZAÇÃO SOCIAL Pouca Muita Em vias Em
Nada Tudo Não Sim Nenhum Poucas Muitas
coisa coisa de parte
Efetividade do Comitê
X X X
Gestor

Atuação dos ACD X X X

Envolvimento dos
X X X
funcionários
Ações de comunicação
X X X
interna
Ações de comunicação
X X X
externa
Atividades culturais
X X X
internas
Atividades culturais
X X X
externas
Atividades de educação
X X X
internas
Atividades de educação
X X X
externas

110
Resultados do projeto

11.2 Área Temática 2 – Perdas Reais


O quanto mudou no seu Procedimentos novos foram Há evidências de
GESTÃO DE dia-a-dia? incorporados? resultados?
PERDAS REAIS Pouca Muita Em vias Em
Nada Tudo Não Sim Nenhum Poucas Muitas
coisa coisa de parte
Técnicas de medição
de vazão, pressão e X X X
nível
Diretrizes para
macromedição do X X X
sistema
Revisão de base
X X X
cartográfica
Procedimentos de
atualização de X X X
modelagem
Modelagem do
X X X
DMC/sistema
Capacitação em
gestão da X X X
modelagem
Setorização e
verificação de X X X
estanqueidade
Detecção e reparo
de vazamentos não X X X
visíveis
Melhoria da rapidez
no reparo de vaza- X X X
mentos

Controle de pressão X X X

Gestão de redes e
X X X
ramais
Institucionalização
X X X
do Balanço Hídrico
Cálculo de
indicadores de X X X
desempenho
Utilização de
indicadores de X X X
desempenho

111
Resultados do projeto

11.3 Área Temática 3 – Perdas Aparentes


O quanto mudou no seu Procedimentos novos foram Há evidências de
GESTÃO DE dia-a-dia? incorporados? resultados?
PERDAS APARENTES Pouca Muita Em vias Em
Nada Tudo Não Sim Nenhum Poucas Muitas
coisa coisa de parte
Micromedição/
gestão do parque de x x x
medidores
Cadastro comercial/
x x x
gestão do cadastro
Combate a fraudes/
clandestinas/
inativas (*)
Pesquisa do grau de
x x x
submedição
Institucionalização
x x x
do Balanço Hídrico
Cálculo de
indicadores de x x x
desempenho
Utilização de
indicadores de x x x
desempenho

(*) Não houve capacitação nessa temática

112
Resultados do projeto

11.4 Área Temática 4 – Eficiência Energética


O quanto mudou no seu Procedimentos novos foram
Há evidências de resultados?
GESTÃO DE dia-a-dia? incorporados?
ENERGIA ELÉTRICA Pouca Muita Em vias Em
Nada Tudo Não Sim Nenhum Poucas Muitas
coisa coisa de parte
Capacitação em
medições elétricas e X X X
hidráulicas
Gerenciamento do
uso eficiente de X X X
energia
Mudanças de
categoria tarifária (*)
Oportunidades de
projeto de eficiência X X X
energética
Cálculo de
indicadores de X X X
desempenho
Utilização de
indicadores de X X X
desempenho

113
Resultados do projeto

12 RECOMENDAÇÕES PARA
SUSTENTABILIDADE DO
COM+ÁGUA NAS ÁREAS
PRIORITÁRIAS DA COMPESA

12.1 Área Temática 1 – Mobilização Social

F
oram diversos os desafios enfrentados pela uma maior aproximação e de um diálogo mais
AT1, envolvendo consultores e integrantes sistemático com a população, bem como a ne-
dos GT MOB, no percurso do projeto jun- cessidade de um maior apoio institucional no
to às áreas prioritárias. A fragilidade dos Comitês sentido de potencializar as ações de comunica-
Gestores e os problemas na difusão e comparti- ção e mobilização social.
lhamento de informações acerca das ações desen- Nessa perspectiva, no sentido de favorecer a
volvidas pelas demais AT, trouxeram dificuldades
sustentabilidade do COM+ÁGUA, deverão mere-
iniciais, tanto em Caruaru quanto em Salgueiro,
cer especial atenção:
para o processo de envolvimento e mobilização
dos funcionários. e A importância da capacitação inicial do Co-
Em Salgueiro, o quadro reduzido de funcioná- mitê Gestor, reforçando suas atribuições na
rios, envolvidos em diferentes Grupos de Traba- gestão do projeto, a necessidade de regula-
lho, no âmbito do Com+Água.2, foi também fator ridade das reuniões e a importância da difu-
limitador das ações do GT MOB. são permanente de informações;
No entanto, apesar dos problemas exis- e Valorização do trabalho social e das ações
tentes nessas duas unidades, a atuação dos GT de comunicação e mobilização social, des-
MOB, com o envolvimento e comprometimento tacando-se a importância dos profissionais
de funcionários de diversas áreas (em Caruaru), a das áreas de assistência social, comunicação,
busca de alternativas de comunicação, bem como
design gráfico, apoio administrativo, artistas
a intensificação do diálogo entre as áreas, possi-
e mobilizadores;
bilitou a superação de algumas das dificuldades
enfrentadas, favorecendo um maior engajamento e A importância do apoio institucional às
e implicação dos funcionários em torno dos obje- ações de comunicação e mobilização social,
tivos centrais do COM+ÁGUA.2. com a disponibilização de estrutura, recur-
Em relatos e avaliações realizadas, tanto em sos materiais e financeiros, bem como libe-
Caruaru quanto em Salgueiro, foram destacados ração de funcionários (próprios e terceiriza-
avanços importantes no sentido de uma mudan- dos) para o envolvimento nessas atividades;
ça cultural e de incorporação de novos procedi- e Atenção especial para a disponibilização, em
mentos, expressando um desejo de continuidade tempo hábil, dos recursos materiais e financei-
e aprimoramento das ações de combate às per- ros necessários ao desenvolvimento do proje-
das de água. to, nas várias Áreas Temáticas, no sentido do
Evidenciou-se também a importância de não comprometimento dos objetivos e prazos.
114
Resultados do projeto

12.2 Área Temática 2 – Perdas Reais


De maneira geral, a sustentabilidade do pro- baseada no acompanhamento do volume distri-
jeto no prestador deve ocorrer em consonância buído, na vazão mínima noturna e pressão nos
com o planejamento estratégico da companhia, pontos críticos, possibilitando o controle ativo
segundo uma diretriz macro gerencial que en- de vazamentos.
globe a corporação na sua integralidade, ou seja, A centralização e forte dependência em re-
é algo que deve ocorrer de cima para baixo. lação à sede do prestador, em Recife, também
A referência ou contribuição que o se mostra uma oportunidade de melhoria a ser
COM+ÁGUA.2 pode deixar como diretriz para destacada para evolução do projeto. Foram mui-
que o projeto tenha continuidade no prestador é tas as ocasiões em que esta dependência oca-
atacar a questão em diversas frentes, a começar sionou um entrave, praticamente intransponível,
por implantar uma política de macromedição chegando até a estagnar algumas ações volta-
em consonância com os aspectos técnicos e de das as perdas reais, vide casos da macromedição
custos do prestador, levando em consideração e telemetria, em que o suporte ficou totalmente
sempre a facilidade de reposição e calibração. A a cargo de equipes técnicas vinculadas à sede.
ausência da macromedição inviabiliza o conhe- Por fim, ficou nítida a necessidade de am-
cimento do volume de perdas. pliar o quadro funcional, com um programa ins-
Deve-se incorporar na rotina da operação e titucional de capacitações permanentes que via-
manutenção o instrumento de atualização do bilize a mudança do paradigma de olhar apenas
cadastro técnico e georreferenciá-lo, passando para operação e manutenção do sistema, mas
a vê-lo como ferramenta de extremo valor no dar o salto no sentido de implantar, manter e
dia-a-dia da companhia. Também se deve uti- gerenciar um programa de redução e controle
lizar um cadastro técnico atualizado e georre- de perdas de forma continuada.
ferenciado para subsidiar modelos hidráulicos As sugestões ou recomendações sugeridas
com maior grau de confiança, utilizando a mo- ao prestador para as Áreas Prioritárias de Carua-
delagem hidráulica como ferramenta essencial ru e Salgueiro, com especial destaque às solu-
de apoio para promover uma operação cada vez ções gerenciais que a COMPESA deverá adotar
mais dinâmica do sistema de abastecimento. para minimizar a forte dependência em relação
Apesar do rodízio no abastecimento deve- à sede, uma vez que Salgueiro fica bem mais dis-
-se implantar uma rotina de controle ativo de tante de Recife do que Caruaru, tais como:
vazamentos, com histórico de falhas, mapas te-
e Descentralização nos processos de compra;
máticos da localização de vazamentos, acompa-
nhamento da reincidência, fazer análise da causa
e Maior autonomia na contratação de serviços
e equipamentos;
dos vazamentos, promover a capacitação cons-
tante dos geofonistas e encanadores. Importante e Prover estrutura para manutenção e corre-
que se implante o controle e gestão de pressão ção de ativos;
mediante avaliações pautadas na modelagem e Aumentar quadro de colaboradores, possibi-
hidráulica, calibradas com levantamentos e me- litando não só manter e operar o sistema,
dições de campo, buscando maior assertividade. mas também implantar e gerenciar o DMC.
Deve-se adquirir equipamentos de teleme- A COMPESA poderia instituir programa de
tria para disseminar o monitoramento e acom- capacitação, tendo os técnicos e gestores de
panhamento remoto, de forma a desenvolver Salgueiro como facilitadores e replicadores da
ou implantar uma dinâmica de gestão nos DMC metodologia do projeto COM+ÁGUA.2.

115
Resultados do projeto

12.3 Área Temática 3 – Perdas Aparentes


Deverão ser priorizados os serviços de atua- te quando se tratarem de comunidades mais
lização do cadastro comercial, preferencialmen- carentes. Deverão ser buscadas interações com
te abrangendo todas as Áreas Prioritárias, com entidades jurídicas e de segurança pública para
auditoria dos imóveis, atualização da base car- que as ações estejam respaldadas e possuam
tográfica, levantamento de dados sobre o siste- maior efetividade.
ma de micromedição e investigação de irregu- As irregularidades praticadas por clientes
laridade em ligações. Os resultados decorrentes com renda mais elevada e consumidores comer-
desses serviços garantirão às ações subsequen- ciais ou industriais deverão ser penalizadas mais
tes uma base de informações precisa, com de- severamente, com aplicação de multas e perda
cisões baseadas em uma realidade confirmada de benefícios, para que se transmita uma men-
em campo, bem como promoverão o alcance dos sagem de efetividade no combate às fraudes e
resultados esperados. desestimulando a recorrência dessas práticas.
O sistema de micromedição também deve- Para ambas as Áreas Prioritárias deverão ser
rá ser melhor trabalhado, envolvendo o levan- priorizadas os serviços de atualização do cadas-
tamento de dados orientado pela NBR ABNT tro comercial, preferencialmente abrangendo
15.538/2014 e desenvolvendo um plano de ma- toda a área prioritária, com auditoria dos imóveis,
nutenção preventiva e corretiva. atualização da base cartográfica, levantamento
Os usos não autorizados necessitam de uma de dados sobre o sistema de micromedição e in-
investigação mais aprofundada e precisam ser vestigação de irregularidade em ligações. Os re-
melhor dimensionados nas Áreas Prioritárias. sultados decorrentes desses serviços garantirão
Os treinamentos ministrados no projeto devem às ações subsequentes uma base de informações
orientar os serviços em campo focando na preo- precisa, com decisões baseadas em uma realida-
cupação de sempre envolver a frente de mobi- de confirmada em campo, bem como promove-
lização social nas ações externas, principalmen- rão o alcance dos resultados esperados.

12.4 Área Temática 4 – Eficiência Energética


De maneira geral, a sustentabilidade do pro- Na fase final do projeto, os gestores en-
jeto no prestador deve ocorrer em consonância tenderam a importância do assunto eficiência
com o planejamento estratégico da companhia, energética e os benefícios que podem ser colhi-
segundo uma diretriz macro gerencial que en- dos. Então designou um engenheiro exclusiva-
globe a corporação na sua integralidade, ou seja, mente para elaborar, medir e melhorar os Indi-
é algo que deve ocorrer de cima para baixo. cadores de Desempenho Energético – IDE para
Uma contribuição que o projeto COM+Á- cada uma das AP, além de estudos de micro ge-
GUA.2 trouxe para o prestador foi a forma de ração de energia distribuída. A CEN continuará
enfrentar os desafios cada vez maiores e fazê-lo responsável pelo controle e análise das contas
de maneira integrada. Na área de energia, é fácil de energia elétrica emitidas pela CELPE, pela
verificar-se que o principal ponto de desperdício correção do fator de potência quando necessá-
são as fugas de água, ou as chamadas perdas rio, além de apoiar as demais áreas da COMPESA
reais. Cada m³ de água perdida carrega uma em assuntos correlatos.
quantidade significativa de kWh que impacta A CEN continuará responsável pelo controle
significativamente no custo de quase R$ 200 e análise das contas de energia elétrica emitida
milhões/ano que a COMPESA desembolsa com pela CELPE e pela correção do fator de potência,
as faturas de energia elétrica. quando necessário, além de apoiar as demais
116
Resultados do projeto

áreas da COMPESA em assuntos correlatos, tais recurso, que comprovadamente possibilita a


como: obtenção de reduções de custo em torno de
3% a 5% dos gastos com energia;
e Implementação de indicadores corporati-
vos de eficiência energética, como exemplo
e Implantação efetiva de projetos piloto de
ações de gestão e eficiência energética,
kWh/m3 bombeado, que deve ser acompa-
com ampla divulgação de resultados, devi-
nhado e apresentado mensalmente em reu-
damente documentados e em acordo com o
niões de resultados da COMPESA; Protocolo Internacional de Medição e Verifi-
e Possibilidade de realização de um projeto cação de Performance - PIMVP;
piloto de eficiência energética no sistema da e Elaboração de IDE por gerência e por uni-
Inversão, com a possibilidade de instalação dades operacionais relevantes, como forma
de inversores de frequência para controle de de priorizar as ações de eficiência energé-
pressão e vazão, possibilitando a modulação tica. Esses indicadores (kWh/m³ e R$/kWh)
da rotação do motor e consequentemente devem ser divulgados de forma destacada;
economia de energia elétrica. e Elaboração e adoção de um Plano de Ma-
Outras ações de grande relevância como nutenção Preventiva e Preditiva na regional
evitar-se o uso de motores de baixo rendimento de Caruaru, como forma de aumentar a se-
e rebobinados, além de ampliar-se o uso de in- gurança, a eficiência operacional e reduzir o
versores de frequência, trazem resultados muito consumo de energia;
significativos, além de retorno geralmente em e Adequação das equipes técnicas das gerên-
curto prazo, inferior a dois anos. Entende-se en- cias regionais ao desempenho dessas ativi-
tão que as premissas básicas, embora não limi- dades de gestão energética e manutenção
tadas, incluem as seguintes ações: preventiva e preditiva;
e Adoção de plano de capacitação e atualiza-
e Elaboração de um cadastro de equipamentos
ção permanente do corpo técnico e gerencial.
com características completas, bem como re-
gistro de intervenções de manutenção; Especificamente para Salgueiro, em relação
e Adoção de critério de compras de motores à EEAT Anel Oeste II, sugere-se:
com classificação IR3, que consomem menos e Instalação de inversores de frequência a um
energia; custo de R$ 40 mil e que resultará em eco-
e Manutenção e ampliação dos GT da AT 4 e nomia de 16.750 kWh/ano, ou equivalente a
com participação ativa nos CG, inclusive como R$ 6.500/ano;
fórum de disseminação de boas práticas; e Implantação de sistema de monitoramento
e Adquirir e equipar as gerências regionais do uso de energia em tempo real que pro-
com instrumentos portáteis de medição de porcionará melhoria da gestão energética e
parâmetros elétricos e hidráulicos que per- operacional das elevatórias, equivalente a
mitam a avaliação sistemática dos conjuntos R$ 19.800/ano;
motobomba, evitando desperdício de ener- e Outra iniciativa relevante, porém, já no âm-
gia e problemas prematuros pela falta de bito de toda a ETA, seria a implantação do
acompanhamento; sistema de gerenciamento e controle da ma-
e Implantação de SGE em conformidade com nutenção, onde com a estimativa financeira,
a ISO 50.001, como forma de possibilitar o com redução de horas extras e melhoria na
monitoramento em tempo real, pelo menos confiabilidade do parque de equipamentos,
dos principais consumidores de energia, vis- pode proporcionar uma redução de até R$
to que a COMPESA não possui esse tipo de 220 mil/ano.

117
Resultados do projeto

12.5 Área Temática 5 – Planejamento e Gestão


O prestador deverá estabelecer um monitora- ção de operação do sistema, direcionando os es-
mento constante do sistema através de indicado- forços e aplicando a ação mais adequada. Deverá
res de desempenho sugeridos e orientados pela ser aproveitado todo o conhecimento trazido pelo
IWA. A rede deverá ser setorizada e isolada em COM+ÁGUA.2 sobre modalidades inovadoras de
DMC para favorecer o dimensionamento das per-
contratação de serviços e controle de qualidade na
das reais através da modelagem Bottom Up. Tam-
aquisição de materiais. Dentro dessa abordagem,
bém necessitará ser elaborada uma sistemática de
cálculo do Balanço Hídrico, sempre calibrado com destaca-se também a necessidade de uma maior
os resultados de perdas reais obtidos. atenção quanto à gestão de ativos da infraestru-
Os indicadores devem ser corretamente inter- tura, principalmente no tocante à renovação de
pretados para que se possa compreender a condi- redes e ramais.

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Apoio

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