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Módulo 01D: UASB + Lodo Ativado


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GPE-NI-001-01

ANEXO IV - APÊNDICE D

MÓDULO 01D: UASB + LODO ATIVADO

REATOR ANAERÓBIOS DE MANTA DE LODO - UASB

As considerações e os critérios técnicos do reator UASB estão contemplados


no Apêndice A, item 1 (um), desta Norma.
O reator UASB substitui os decantadores primários, adensadores e digestores
não havendo a necessidade de dimensioná-los.

LODO ATIVADO

A estabilização da biomassa retirada do sistema de lodo excedente deverá


ocorrer no decantador secundário.
O lodo deverá ser submetido à etapa de adensamento para retirada de parte
da umidade obtendo, assim menores volumes do lodo a ser tratado.

PARÂMETROS DE PROJETO
I. Áreas e volumes requeridos;
II. A vazão de dimensionamento deverá ser a vazão média afluente à ETE;
III. Idade do lodo;
IV. Concentração de sólidos em suspensão no tanque de aeração.

CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
De acordo com a NBR 12209 (ABNT, 2011) e Jordão (2017), temos:
I. A idade do lodo de 4 a 15 dias;
II. Tempo de contato de 2 até 6 horas;
III. Quando se utiliza o material suporte para biomassa no interior do leito móvel
(reator biológico), a massa de sólidos suspensos voláteis (SSV) aderida ao
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presentes no tanque de aeração (SSVTA), essa soma constituirá a massa de
sólidos em suspensão voláteis de referência para fins de dimensionamento;
IV. A massa de SSV aderida não deverá ser superior a 12gSSV/m 2 de área
superficial específica do material suporte de biomassa;
a. Para garantir a nitrificação, a idade do lodo, relativa apenas à parte do lodo
ativado sob aeração:
b. Deverá ser igual ou superior a 5 dias para esgoto bruto ou decantado e igual
ou superior a 8 dias para o efluente de reator anaeróbio com temperatura
20°C, no tanque de aeração;
c. A relação A/M deverá ser inferior a 0,35 Kg DBO5 aplicado/Kg SSVTA.d. para
esgoto bruto ou decantado, ou inferior a 0,20 Kg DBO5 aplicado/Kg
SSVTA.d. para efluente de reator anaeróbio, com temperatura de 20°C, no
tanque de aeração;
d. Para adoção da idade do lodo, deverá ser considerada a influência da
temperatura de acordo com a taxa de crescimento de nitrificantes. Na
ausência de dados específicos, utilizar a Tabela 01.

Tabela 01: Idade do Lodo para Nitrificação


Tempo do Lodo Aeróbia
Tempo do Lodo Aeróbia Mínima
Temperatura* Mínima para Esgoto
para Efluente de Reator Anaeróbio
(°C) Bruto/Decantado
(dias)
(dias)
15 8 20
20 5 10
25 3 7
* Temperatura do líquido

Fonte: ABNT, (2011).

e. A massa de oxigênio a ser disponibilizada deverá atender ao valor mínimo


de quatro vezes a carga média de DBO5 aplicada ao tanque de aeração para
alimentação do sistema com efluente proveniente do reator UASB;
f. Para o dimensionamento dos equipamentos de aeração, a concentração de
oxigênio dissolvido no tanque de aeração (CL) deve ser pelo menos 1,5
mgO2/L.
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V. Carga de DBO ou DQO e a quantidade de sólidos suspensos totais no tanque


de aeração (SSTA) deverá atribuir fator de carga variando de 0,20 a 1,00 Kg
DBO/Kg SSTA.dia;
VI. A concentração de sólidos em suspensão no interior dos reatores biológicos
deverá estar compreendida no intervalo de 1500 a 4500mg/l, e a recirculação
entre 25 a 100%;
VII. Relação alimento/microrganismos (A/M) de 0,20 a 0,70 Kg DBO5 aplicado/Kg
SSVTA.d;
VIII. Nos seletores biológicos, a relação A/M deverá ser igual ou superior a 3 Kg
DBO5/Kg SSVTA.d;
IX. A concentração de sólidos em suspensão no interior dos reatores biológicos
deverá estar compreendida no intervalo de 1500 a 4500mg/l, e a recirculação
entre 25 a 100%;
X. E no caso de reatores com membranas, oxigênio puro ou outras configurações,
a concentração poderá ser maior, desde que justificada.

SISTEMA DE AERAÇÃO
Detalhes de projetos e aspectos construtivos apresentados por METCALF &
EDDY (1991), WEF/ASCE (1992) e VON SPERLING (1997), relacionados a tanque
de aeração, são relatados a seguir.
A aeração por ar difuso apresenta três tipos de aeração:
I. Bolhas finas: apresentam elevada transferência de oxigênio, boa capacidade
de mistura e elevada flexibilidade operacional por meio da variação da vazão
do ar. A eficiência de transferência de O2 padrão médio 15 a 30% e eficiência
de oxigenação padrão 1,2 a 2,0 Kg O2/KWh;
II. Bolhas médias: apresentam boa capacidade de mistura e baixos custos de
manutenção. A eficiência de transferência de O2 padrão médio 05 a 15% e
eficiência de oxigenação padrão 1,0 a 1,6 Kg O2/KWh;
III. Bolhas grossas: não deverá ocorrer colmatação, baixo custo de manutenção e
não são necessários filtros de ar. A eficiência de transferência de O 2 padrão
médio 04 a 08% e eficiência de oxigenação padrão 0,6 a 1,2 Kg O2/KWh;
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IV. A profundidade útil será 4,5 a 6,0 m;


V. Recomenda-se para ETE’s médias e grandes, o sistema de ar difuso para evitar
a utilização de elevados números de aeradores;
VI. Deverão ser exigidas do fornecedor as especificações e a comprovação de
eficiência em testes de campo do sistema de aeração;
VII. A borda livre do tanque deverá ser em torno de 0,50m;
VIII. As dimensões em planta deverão ser estabelecidas em função do regime
hidráulico selecionado, e deverão ser compatíveis com áreas de influência dos
reatores;
IX. Caso a ETE projetada tenha vazão máxima superior a 250 l/s, deverá ter mais
de um reator.

Usualmente os tanques são de concreto armado com pareces verticais, mas


poderá ser analisada a alternativa de tanques taludados (paredes mais delgadas ou
argamassa armada).
A aeração por ar difuso poderá ter a capacidade de oxigenação controlada por
meio de ajuste das válvulas de saída dos sopradores ou das válvulas de entrada nos
reatores.
Na saída do tanque, os vertedores deverão ser colocados na extremidade
oposta à da entrada.
Havendo mais de uma unidade, os arranjos de entrada e saída deverão permitir
o isolamento de uma unidade para eventual manutenção.
Caso necessário, o projeto deverá prever by-pass ao reator UASB de 30 a 50%
da vazão do esgoto bruto diretamente no tanque de aeração. Este by-pass poderá ser
utilizado como medida de proteção ao reator UASB e fornecer maior quantidade de
matéria orgânica ao sistema de lodos ativados.
Na ocorrência da formação de escumas, prever implantação de mangueiras e
aspersores para proporcionar a quebra da mesma. Estas deverão ser encaminhadas
para as caixas de escuma ou para os decantadores secundários.
Considerar a interferência do NA do lençol freático e possibilitar algum meio de
alivio da sub-pressão quando tanque estiver vazio.
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A seleção dos tubos para alimentação e distribuição de ar deverá considerar os


seguintes fatores:
I. O material deverá ser especificado atendendo às condições de temperatura,
umidade e pressão piezométrica do ar transportado;
II. No caso do emprego de difusores porosos, não deverá ser permitido o
revestimento interno destes tubos, os quais deverão ser resistentes à
corrosão, interna e externamente;
III. No emprego de difusor poroso, o ar deverá ser filtrado e deverá conter no
máximo 3,5mg de material particulado por 1.000m 3 de ar;
IV. A vazão específica mínima de ar fornecida aos tanques de aeração deverá
ser de no mínimo 0,6m3/h de ar (20°C e 1atm) por metro cúbico de reator.

DECANTADOR SECUNDÁRIO

Detalhe de projeto e aspecto construtivo apresentados por Metcalf & Eddy


(1991), WEF/ASCE (1992) e Von Sperling (1997) e na NBR 12209 (ABNT, 2011),
relacionados ao decantador secundário, são a seguir apresentados:
I. Diâmetro: variação de 10 a 40 m;
II. A profundidade útil do tanque (parede lateral) deverá situar-se entre 3,0 a
4,5m;
III. Relação diâmetro/profundidade lateral não deverá exceder o valor de 10;
IV. A remoção do lodo poderá ser por raspadores rotatórios, que dirigem o lodo
pra um poço no centro do tanque, ou por mecanismos de sucção apoiados
em pontes rotatórias;
V. A declividade do fundo do tanque deverá ser igual ou superior a 1:12, no caso
de remoção do lodo por raspadores, ou usar aproximadamente plano, no caso
de remoção por sucção;
VI. Velocidade periférica igual ou inferior a 40 mm/s;
VII. O esgoto afluente deverá adentrar na unidade através de defletor central,
concêntrico ao decantador com submergência mínima de 0,80m;
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VIII. Remoção do lodo será constituído por braços raspadores acionados de tração
central ou periférica;
IX. O dispositivo de arraste da escuma poderá ser constituído pelos próprios
braços rotativos de remoção do lodo que deverá arrastar a escuma na
superfície para uma bandeja coletora;
X. Os dispositivos de remoção do lodo deverão ser constituídos de materiais
resistentes à corrosão, com qualidade igual ou superior ao aço carbono ASTM
A 36 com revestimento adequado;
XI. A profundidade mínima de água no decantador deverá ser igual ou superior a
3,5m. Valores inferiores deverão ser justificados e analisados pela
COMPESA;
XII. A remoção de lodo por sucção deverá ocorrer pelo fundo horizontal.

INSTRUMENTOS NORMATIVOS RELACIONADOS

 NPE 10/COMPESA - Norma de Projetos de Engenharia (Diretrizes para


Elaboração dos Projetos de Estações Elevatórias de esgoto –EEE´s);
 NPE 188/COMPESA – Aquisição de Equipamentos de Desinfecção
Ultraviolenta para Estações de Tratamento de Esgotos –ETE’s.

REFERÊNCIAS

 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR


12208: Projeto de Estação Elevatória de Esgoto. Rio de Janeiro, 1992;
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR
12209: Elaboração de Projetos Hidráulico-Sanitários de Estações de
Tratamento de Esgotos Sanitários. Rio de Janeiro, 2011;
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 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR


6118: Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimentos. Rio de
Janeiro, 2014;
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR
9575: Impermeabilização: Seleção e Projetos. Rio de Janeiro, 2010;
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR
6484: Execução de Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos
(SPT). Rio de Janeiro, 1980;
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR
8036: Programação de Sondagens de Simples Reconhecimento dos
Solos para Fundações de Edifícios; Rio de Janeiro, 1983;
 CHERNICHARO, C. A. L.: Pós-Tratamento de Efluentes de Reatores
Anaeróbios. Programa de Pesquisa em Saneamento Básico –
PROSAB/ABES. São Paulo, 2001;
 JORDÃO, Eduardo Pacheco: Tratamento de Esgotos Domésticos. Rio
de Janeiro, 2014;
 METCALF&EDDY: Desinfecção de Efluentes Sanitários, editado pela
ABES. Rio de Janeiro, 2003;
 Companhia de Saneamento do Paraná - SANEPAR: Diretrizes para
Elaboração de Projetos de Sistema de Esgotamento Sanitário - Estação
de Tratamento de Esgoto – ETE. Curitiba, 2017;
 VON SPERLING, Marcos: Lagoa de Estabilização. Belo Horizonte, 1996.
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PEÇAS GRÁFICAS

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