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Módulo 04: Fossa Séptica (Decanto-Digestor) 07/07

Com Filtro Biológico Anaeróbio e/ou Fossa Séptica (Decanto-Digestor)


com Filtro Biológico Anaeróbio e Sumidouro 1 / 27

GPE-NI-001-01

APÊNDICE G

MÓDULO 04: FOSSA SÉPTICA (DECANTO-DIGESTOR) COM FILTRO


BIÓLOGICO ANAERÓBIO E/OU FOSSA SÉPTICA (DECANTO-DIGESTOR) COM
FILTRO BIÓLOGICO ANERÓBIO E SUMIDOURO

FOSSA SÉPTICA (DECANTO-DIGESTOR) COM FILTRO BIÓLOGICO


ANAERÓBIO

Por definição a fossa séptica (decanto-digestor) consiste de uma câmera


construída com a finalidade de reter os esgotos sanitários por um período de tempo
com critérios estabelecidos, de modo a permitir a sedimentação dos sólidos e a
retenção do material graxo contido nos esgotos, transformando bioquimicamente em
substâncias e compostos mais simples e estáveis (JORDÃO, 2014).
A fossa séptica (decanto-digestor) tem a função de apenas reduzir a carga
orgânica não havendo condições favoráveis para eliminação total das bactérias
patogênicas. Dessa forma, é necessário pós tratamento através do Filtro Biológico
Anaeróbio para melhoria da qualidade do efluente e para atender aos padrões de
qualidade exigidos para o corpo receptor.
Caso nas proximidades das localidades não existirem corpos hídricos para
destinação final do efluente, deverá ser dimensionada outra unidade de depuração
denominada de Sumidouro.

APLICAÇÕES DO SISTEMA
O sistema de tanques sépticos deverá ser aplicado no tratamento de esgoto
doméstico e sanitário. O emprego deste sistema poderá ser ampliado para o
tratamento dos esgotos domésticos de clínicas e laboratórios de análises clínicas.
No caso dos hospitais e postos de saúde deverá constituir de um tratamento
específico para as águas resultantes de seus processos e que estão fora do escopo
desta Norma, atendendo às legislações sanitárias e ambientais competentes.
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O sistema coletivo deverá ser dimensionado e implantado de forma a receber


a totalidade dos despejos afluentes ao mesmo, sendo a vazão determinada segundo
os critérios da NBR 9649 (ABNT, 1986).
Será exigido o dimensionamento de caixa de gordura sempre que o esgoto
gerado seja proveniente do preparo de alimentos. O dimensionamento deverá atender
aos critérios técnicos apresentados na NBR 8160 (ABNT,1999).

Figura 01: Esquema Fossa Séptica (Decanto-digestor) + Filtro Biológico


Anaeróbio

INDICAÇÕES DO SISTEMA
O emprego deste sistema não poderá ultrapassar o atendimento de uma
população equivalente a 300 habitantes, de acordo com projeto de revisão elaborado
pela Comissão de Estudo de Projetos para Sistemas de Saneamento (CE-177:001.01)
do Comitê de Saneamento (ABNT/CB-177), em novembro 2017. Esta diretriz deverá
compatibilizar para atender a eficiência mínima de remoção 80%, Norma Técnica
2.002 (CPRH, 2000).
A fossa séptica (decanto-digestor) será indicada para localidades que existam
sistemas de esgotamento sanitário, em unidades de contribuição e comunidades
isoladas e com a retenção prévia dos sólidos sedimentáveis, quando da atualização
de rede coletora com diâmetro e/ou declividades reduzidos.
Para dimensionamento, o sistema deverá ser projetado de forma completa,
incluindo a disposição final e tratamento complementar para efluentes e lodo,
conforme NBR 13969 (ABNT, 1997) e os dispostos na Norma NBR 5626 (ABNT, 1996)
e NBR 8160 (ABNT, 1999).

DIMENSIONAMENTO
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O dimensionamento deverá atender aos padrões e aos critérios técnicos da


NBR 7229 (ABNT, 1993), referente à construção e operação de sistemas de tanques
sépticos, e da NBR 13969 (ABNT,1997), referente às unidades de tratamento
complementar e disposição final dos efluentes líquidos. Além disso, o
dimensionamento deverá atender ao manual técnico nº 001 da Agência Estadual de
Meio Ambiente (CPRH, 2004).
A localização da fossa séptica (decanto-digestor) deverá ser de fácil acesso e
que facilite a ligação do coletor predial à rede coletora da via pública. Deve ser
considerada também a viabilidade da remoção do lodo.
Deverá ser solicitado à COMPESA o estudo viabilidade para implantação do
sistema visando a aprovação do projeto junto a Companhia. O estudo de viabilidade
deverá seguir as diretrizes estabelecidas pela NPE 004/COMPESA.

Volume Útil
O dimensionamento do volume útil deverá ser calculado de acordo com a
fórmula, a seguir:

𝑉 = 1000 + (𝑁 𝑥 𝐶 𝑥 𝐼) 𝑥 𝑇 + 𝑁 𝑥 𝐾 𝑥 𝐿𝑓 Equação 01

Onde:
V = volume útil, em litros;
N = número de contribuintes;
C = contribuição de despejos, em L/hab.dia (Tabela 01);
I = contribuição de infiltração na rede coletora, em L/dia;
(N x C) = contribuição diária, em L/dia (empregada na Tabela 02);
T = tempo de detenção, em dias (Tabela 02);
K = taxa de acumulação de lodo digerido, em dias, equivalente ao tempo
de acumulação de lodo fresco (Tabela 03);
Lf = contribuição de lodo fresco, em L/hab.dia (Tabela 09).

Distâncias Mínimas
As distâncias horizontais deverão atender às seguintes observações:
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I. Limites de terrenos e construções de 1,5m;


II. Tubulações de abastecimento público de 3,0m;
III. Corpos de água de qualquer natureza e poços artesianos de 15,0m;
IV. Os sumidouros e as valas de infiltração deverão atender às distâncias
propostas nas recomendações para proteção à agressividade química ao
material do sistema de tratamento construído no local de instalação;
V. No dimensionamento do sistema, em caso de impossibilidade de atender às
exigências estabelecidas no item 1.3.1 - Volume Útil, deste Apêndice, deverá
ser comunicado à COMPESA e apresentada uma alternativa que não interfira,
contamine ou prejudique as estruturas existentes.

Materiais Aplicados
Os materiais empregados na execução do sistema de tratamento por fossa
séptica (decanto-digestor), como tampões de fechamento e dispositivos internos,
deverão apresentar as seguintes características:
I. Resistência mecânica adequada às solicitações que cada componente for
submetido;
II. Resistência às substâncias contidas no solo, esgoto afluente ou geradas no
processo de digestão;
III. Resistência às intempéries;
IV. Ser estanque atendendo à NBR 9575 (ABNT, 2010).

Os materiais a serem empregados deverão atender as suas normas específicas


e ao dimensionamento definido em projeto.
No caso de fossas sépticas (decanto-digestor) pré-fabricadas, deverão atender
às recomendações do fabricante e apresentar as seguintes informações:
I. Identificação: nome do fabricante, lote, data de fabricação;
II. Resistência mecânica, espessura das paredes, matéria-prima aplicada, a
pressão externa e a interna, a vida útil e as dimensões externas;
III. Volume útil total.

CONTRIBUIÇÃO DE ESGOTOS
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No cálculo da contribuição de esgotos, deverão ser consideradas as seguintes


recomendações:
I. Adotar a contribuição unitária em litros/pessoa x dia ou litros/unidade x dia
gerando assim, número de pessoas a serem atendidas;
II. Convencionar o cálculo de contribuintes para ser o mesmo do Estudo
Populacional, utilizando taxas de ocupação do IBGE, promovendo a
compatibilização entre rede coletora e tratamento;
III. O consumo local de esgoto, considerando 80% do consumo médio histórico de
água, no período histórico de 1 ano. Nos casos tecnicamente justificados e
analisados em conjunto com a COMPESA, poderá ser adotado percentual
diferente de 80%;
IV. Na impossibilidade de se obter os dados reais, poderá ser adotado os valores
descritos na Tabela 01 ou valores indicados na literatura atualizada;
V. Em caso de uso misto (comercial, industrial e outros), a vazão total de
contribuição resulta da soma das vazões correspondentes a cada tipo de
ocupação;
VI. Nos prédios em que houver ocupantes permanentes e temporários, o volume
total da contribuição é a soma dos volumes correspondentes a cada um desses
casos, sendo o período de detenção usado para ambos;
VII. Para sistemas coletivos, considerar a água de infiltração na rede de
interligação.
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Tabela 01: Contribuições Unitárias de Esgotos (C) e de Lodo Fresco (Lf) por
tipo de prédios e de ocupantes (litros/dia).

Contribuição de Esgoto Lodo Fresco


Prédio Unidade
C Lf

1. Ocupantes Permanentes

Residência
Padrão alto Pessoa 160 1,00
Padrão médio Pessoa 130 1,00
Padrão baixo Pessoa 100 1,00
Hotel (exceto lavanderia e cozinha) Pessoa 100 1,00
Hotel (com lavanderia e cozinha) Pessoa 240 1,00
Alojamento próvisorio Pessoa 80 1,00
Orfanatos-asilo Pessoa 120 1,00
Escola (internato) Pessoa 150 1,00
presídio Pessoa 240 1,00
Quartel Pessoa 120 1,00

2. Ocupantes Temporários
Fábricas em geral Operário 70 0,30

Escritórios
Pessoa 50 0,20
Edifício Públicos/comerciais Pessoa 50 0,20
Escolas (externatros) e locais
de longa permanência Pessoa 50 0,20
Escola de período integral Pessoa 100 0,30
Creche Pessoa 50 0,20
Bares Pessoa 6 0,10
Restaurantes e similares Refeição 25 0,10
Cinemas, teatros, locais de curta
Lugar
permanência 2 0,02
Ambulatório Pessoa 25 0,20
Estações ferroviárias, rodoviárias e
passageiro
metroviárias 25 0,20
Sanitários públicos * Bacia Sanitária 480 4,00

Fonte: JORDÃO, 2014 e NBR, 1993 atualização em 2017.

DETENÇÃO DO ESGOTO
O período de retenção de esgoto poderá variar de 24 a 12h, dependendo das
contribuições afluentes demonstradas na Tabela 02.
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Tabela 02: Período de Detenção (T) em função da Vazão Afluente (N.C).

Contribuição (N.C) Perído de Detenção


Litros/dia
Horas Dias
Até 1.500 24 1,00
De 1.501 a 3.000 22 0,92
De 3.001 a 4.500 20 0,83
De 4.501 a 6.000 18 0,75
De 6.001 a 7.500 16 0,67
De 7.501 a 9.000 14 0,58
Mais que 9.000 12 0,5
N = número de pessoas ou unidades de contribuição;
C = Contribuição unitária de esgoto;
V = pessoa.d ou l/unidade.d

Fonte: JORDÃO, 2014.

CONTRIBUIÇÃO
Período de Contribuição Efetiva do Esgoto
O dimensionamento deverá considerar os seguintes períodos (JORDÃO,
2014):
I. Prédios residenciais, hotéis, hospitais e quarteis de 24h,
II. Outros tipos de prédios serão adotados o próprio regime de funcionamento.

Contribuição do Lodo Fresco


Na ausência de dados locais, deverão ser considerados os volumes mínimos
constantes na Tabela 01.

TAXA DE ACUMULAÇÃO TOTAL DO LODO


A Taxa de acumulação total do lodo, expressa em dias, deverá ser obtida
através da Tabela 03.
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Tabela 03: Taxa de Acumulação Total do Lodo


Intervalo entre Valores de K por Faixa de
Limpezas Temperatura Ambiente (t), em °C
t ≤ 10 10 ≤ t ≤ 20 t<20
1 94 65 57
2 134 105 97
3 174 145 137
4 214 185 177
5 254 225 217

Fonte: JORDÃO, 2014

I. Deverão ser considerados os seguintes critérios:


a. Faixas de temperaturas ambiente (média do mês mais frio, em graus
Celsius);
b. Intervalo de limpezas, em anos;
c. Não será recomendado período de acumulação superior a 5 anos, para não
comprometer a manutenção e a economicidade do sistema.

CARACTERÍSTICAS
Tipos e Formas
O tanque séptico (decanto-digestor) poderá apresentar forma cilíndrica ou
prismática retangulares. Algumas particularidades são recomendadas em relação a
geometria dos tanques, dentre as quais:
I. Os cilindros são empregados em situações nas quais se pretende minimizar a
área útil em favor da profundidade;
II. Prismáticos regulares, nos casos que são desejáveis maior área horizontal e
menor profundidade.

VOLUME MÍNIMO DA CÂMARA DE SEDIMENTAÇÃO


De acordo com NBR 7229 (ABNT, 1993), as fossas sépticas (decanto-digestor)
deverão atender aos seguintes critérios técnicos:
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I. Para os modelos convencionais prismáticas ou cilíndricas, estas deverão ser


dimensionadas com o volume mínimo de 1.250 litros, incluindo as zonas de
sedimentação e de digestão;
II. Para os modelos com câmaras sobrepostas, deverá ser estabelecido um
volume mínimo de 500 litros para câmara de sedimentação, além de atender o
período de detenção de 2 horas.

MEDIDAS INTERNAS
As medidas internas dos tanques deverão atender às seguintes
recomendações:

Profundidade Útil:
Determinada a profundidade útil de acordo com Tabela 04.

Tabela 04: Profundidade útil mínima e máxima, por faixa de volume útil

Volume Profundidade Profundidade


Útil Útil Mínima Útil Máxima
(m3) (m) (m)
Até 6,0 1,2 2,2
De 6,0 a 10,0 1,5 2,5
Mais que 10,0 1,8 2,8
Fonte: ABNT, 1993.

Forma cilíndrica (Figura 1A):


I. Diâmetro interno mínimo de 1,10m;
II. Profundidade útil mínima de 1,20m;
III. O diâmetro interno não deverá ser superior a duas vezes a profundidade útil;
IV. Proporção entre câmaras: 2:1 em volume da entrada para a saída.

Tanque prismático retangular (Figura 1B):


I. Largura interna mínima de 0,70m;
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II. Relação comprimento/largura:

𝐶
2≤ ≤4
𝐿 Equação 02

III. Profundidade útil mínima de 1,20m;


IV. Profundidade útil máxima de 2,50m;
V. Proporção entre câmaras: 2:1 em volume da entrada para a saída.

Figura 01: (A) Tanque Séptico (decanto-digestor) Cilíndrica de Câmara Única e


(B) Tanque Séptico (decanto-digestor) Prismática Retangular de Câmara Única.

A B

Fonte: ABNT, 1993.

Intercomunicação entre as Câmaras:


I. As câmaras deverão comunicar-se mediante aberturas com área equivalente a
5% da seção vertical útil do tanque no plano de separação entre elas;
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II. As relações de medida para aberturas deverão atender às observações


relacionadas e apresentadas na Figura 02:

Figura 02 Dimensões Tanques Séptico (Decanto-Digestor)

D = diâmentro interno ≥ 1,10m 0,05.h.W (Prismática regular)


E ≥ 30cm – n =número de abertura n.d.f 0,05.h.D (Cilíndrico de câmara dupla)
em parte em cada parede 0,025.h.D (Cilíndrico de três câmaras)
D = altura da abertura de ≥ 3cm
F = largura da abertura de ≥ 3cm

0,5 h para tanques com intervalo de limpeza de até 4 anos


g
2/3 h para tanques com intervalo de limpeza acima de 5 anos.

Fonte: ABNT, 1993.

a. Distância vertical mínima da extremidade ou geratriz superior da abertura


ao nível do líquido de 0,30m;
b. Distância vertical mínima da extremidade inferior da abertura à soleira do
tanque, nos quais:
i. Para limpezas nos intervalos de até três anos, os tanques deverão ser
dimensionados com a altura útil;
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ii. Para limpezas nos intervalos superiores a 3 anos, os tanques serão


dimensionados para atender dois terços da sua altura útil;
iii. A menor dimensão de cada abertura dos tanques deve ser de 3cm.

Dispositivos de Entrada e Saída


De acordo com NBR 7229 (ABNT, 1993), recomenda-se considerar as
seguintes relações de medidas nos dispositivos de entrada e saída:
I. Dispositivo de entrada: parte emersa, pelo menos 5 cm acima da geratriz
superior do tubo de entrada, e parte imersa aprofundada até 5 cm acima do
nível correspondente à extremidade inferior do dispositivo de saída;
II. Dispositivo de saída: parte emersa nivelada, pela extremidade superior, ao
dispositivo de entrada, e parte imersa medindo um terço da altura útil do tanque
a partir da geratriz inferior do tubo de saída;
III. As geratrizes inferiores dos tubos de entrada e saída deverão ser desniveladas
em 5 cm;
IV. Entre a extremidade superior dos dispositivos de entrada e saída e o plano
inferior da laje de cobertura do tanque, deverá ser preservada uma distância
mínima de 5 cm.

A figura 3 apresenta o detalhamento de um tanque séptico de câmara única


que consiste em uma unidade de apenas um compartimento, no qual na zona superior
deverão ocorrer os processos de sedimentação, flotação e a digestão da escuma,
prestando-se a zona inferior ao acúmulo e digestão do lodo sedimentado.
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Figura 03: Detalhes e Dimensões de um Tanque Séptico de Câmara Única

a ≥ 5cm
b ≥ 5cm
c =1/3 h
onde: h = profundidade útil
H = altura interna total

Fonte: ABNT, 1993.

Aberturas de Inspeção
As aberturas de inspeção dos tanques sépticos (decanto-digestor) deverão
permitir a remoção do lodo e da escuma acumulados, assim como a desobstrução
dos dispositivos internos. As seguintes relações de distribuição e medidas deverão
ser observadas NBR 7229 (ABNT, 1993):
I. Todo tanque deverá ter pelo menos uma abertura com a menor dimensão igual
ou superior a 0,60m, que permita acesso direto ao dispositivo de entrada do
esgoto no tanque;
II. Máximo raio de abrangência horizontal, admissível para efeito de limpeza, é de
1,50m, a partir do qual nova abertura deverá ser necessária;
III. Menor dimensão das demais aberturas, que não a primeira, deverá ser igual ou
superior a 0,20m;
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IV. Tanques executados com lajes removíveis em segmentos não necessitam de


aberturas de inspeção, desde que as peças removíveis que as substituam
tenham área igual ou inferior a 0,50m2;
V. Tanques prismáticos retangulares de câmaras múltiplas deverá ter pelo menos
uma abertura por câmara;
VI. Tanques cilíndricos poderá ter uma única abertura, independentemente do
número de câmaras, desde que seja observado o raio de abrangência disposto,
no item II, que a distância entre o nível do líquido e a face inferior do tampão
de fechamento seja igual ou superior a 0,50m.

DETALHES CONSTRUTIVOS
Os tanques sépticos e respectivos tampões deverão ser resistentes a
solicitações de cargas horizontais e verticais. As dimensões deverão ser suficientes
e/ou deverão ser construídas instalações complementares (lajes, taludes) para
garantir a estabilidade em face das seguintes considerações NBR 7229 (ABNT, 1993),
atualização em 2017:
I. Resistência às cargas estáticas e dinâmicas aplicadas em partes construídas;
II. Pressões horizontais e verticais em terra;
III. Carga hidráulica devido à elevação de lençol freático, em zonas suscetíveis a
esse tipo de ocorrência.
De acordo com CPRH (2004), os tanques sépticos de forma prismática
retangular deverão ainda obedecer aos seguintes detalhes construtivos:
I. A geratriz inferior do tubo de entrada dos despejos no interior do tanque deverá
estar 0,05 m acima da superfície do líquido;
II. A geratriz inferior do tubo de saída dos efluentes deverá estar 0,05 m abaixo
da geratriz inferior do tubo de entrada.

As chicanas ou cortinas deverão ocupar toda largura da câmara de decantação,


afastadas 0,20 a 0,30m da parede de entrada e de saída dos efluentes, imersas no
mínimo 0,30m e no máximo 0,50m, enquanto a parte emersa terá, no mínimo, 0,20m
e distará, no mínimo, 0,10m da laje superior do tanque.
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Deverá ser reservado um espaço para armazenamento e digestão da escuma,


determinado por toda superfície livre do líquido no interior do tanque e, no mínimo,
com 0,20 m de altura acima da geratriz inferior do tubo de entrada.
Para fins de inspeção e eventual remoção do lodo digerido, deverão os tanques
sépticos possuir, na laje de cobertura, entradas dotadas de tampas de fechamento
hermético, cuja menor dimensão em seção será de 0,60m e as aberturas de inspeção
deverão ficar no nível do terreno. Quando a laje de cobertura estiver abaixo desse
nível, deverão ser necessárias construções de chaminés de acesso com diâmetro
mínimo de 0,60m.
Os tanques com mais de 4 (quatro) metros de comprimento deverão ter 2 (duas)
tampas de inspeção, localizadas acima da chicana de entrada e imediatamente antes
da chicana de saída, enquanto os tanques com até 4 (quatro) metros podem possuir
apenas 1 (uma) tampa de inspeção, localizada no centro da laje de cobertura.
Os tanques sépticos com capacidade para atendimento de contribuição diária
superior a 6.000 (seis mil) litros deverão ter a laje superior de fundo com uma
inclinação mínima de 1:3, no sentido transversal, das paredes laterais para o centro
do tanque séptico.
De acordo com CPRH (2004), os tanques sépticos com câmaras em série
deverão obedecer às seguintes condições e detalhes construtivos:
I. A primeira e a segunda câmara deverão ter um volume útil, respectivamente,
de 2/3 e 1/3 do volume útil total (V);
II. O comprimento da primeira câmara é de 2/3 L e o da segunda, 1/3 L, onde L é
comprimento total da câmara;
III. As bordas inferiores das aberturas de passagem entre as câmaras deverão
estar a 2/3 da profundidade útil (h);
IV. As bordas superiores das aberturas de passagem entre as câmaras deverão
estar, no mínimo, 0,30 m abaixo do nível do líquido;
V. A área total das aberturas de passagem entre as câmaras deverá ser de 5 a
10% da seção transversal útil do tanque séptico.

FILTRO BIOLÓGICO ANAERÓBIO


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As unidades de filtro biológico anaeróbio preconizadas para o tratamento de


efluentes das fossas sépticas (decanto-digestor) contendo material de enchimento,
usualmente a brita 4 ou 5, poderão também utilizar outro material inerte para
percolação do afluente líquido, entrando em contato com as culturas de
microrganismos anaeróbios aderidos ao meio suporte.
A atividade biológica ocorre pelo acúmulo da biomassa nos vazios e no meio
suporte, o que permitirá uma eficiência global de remoção da DBO entre 70 a 85%,
em relação do afluente às fossas sépticas (decanto-digestor), (JORDÃO, 2014).
De acordo NBR 13969 (ABNT, 1997), o fluxo deverá ser ascendente com o
afluente ao filtro distribuído através de um fundo falso vazado para interior da camada
suporte, e o efluente tratado será recolhido na parte superior por canaletas ou calhas.

Figura 04: Filtro Anaeróbio

Fonte: JORDÃO, 2014.

DIMENSIONAMENTO
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A NBR 13969 (ABNT, 1997) considera como fator de dimensionamento o tempo


de detenção hidráulico que deverá estar em função da temperatura e da vazão
afluente, conforme apresentado na Tabela 05. Os demais parâmetros de projetos são
descritos nos itens a seguir.

Tabela 05: Tempos de detenção T em dias (em função da temperatura T


média do esgoto no mês mais frio, e da vazão).
Vazão
t < 15ºC 15ºC < t < 25ºC t > 25º C
(L/d)
Até 1500 1,17 1,00 0,92
de 1501 a 3000 1,08 0,92 0,83
de 3001 a 4500 1,00 0,83 0,75
de 4501 a 6000 0,92 0,75 0,67
de 6001 a 7500 0,83 0,67 0,58
de 7501 a 9000 0,75 0,58 0,50
acima 9000 0,75 0,50 0,50

Fonte: JORDÃO, 2014.

I. Volume útil

𝑉𝑈 = 1,6 . 𝑁. 𝐶. 𝑇 Equação 03

Onde: 𝑉𝑈 = Volume útil, m3;


N = número de contribuintes;
C = Contribuição unitária, em litros/pessoa x dia, de acordo Tabela 01;
T = Período de detenção, em dias, de acordo Tabela 05.

II. Considerações de acordo com NBR 13969 (ABNT, 1997):


a. A altura do leito filtrante deverá incluir a altura do fundo falso e deverá ser
limitada a 1,20m;
b. A altura do fundo falso deverá ser limitada a 0,60m, incluindo a espessura
da laje;
c. Caso apresente dificuldades de construção de fundo falso, todo o volume
do leito poderá ser preenchido por meio filtrante. Nesse caso, o esgoto
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afluente deve ser introduzido até o fundo, a partir do qual é distribuído sobre
todo o fundo do filtro através de tubos (Figura 05 e 06).

Figura 05: Filtro Anaeróbio Tipo Retangular Totalmente Enchido de britas


(sem laje de Concreto)

Fonte: ABNT, 1997.


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Figura 06: Filtro Anaeróbio Tipo Circular Totalmente Enchido de britas (sem
laje de Concreto)

Fonte: ABNT, 1997.


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III. Altura total interna do filtro


𝐻 = ℎ + ℎ1 + ℎ2 Equação 04
Onde:
H = Altura total interna do filtro anaeróbio, em m;
h = Altura do leito filtrante h1 mais a altura do fundo falso hf , em m;
h1 = Altura do nível d’água sobre a calha coletora até a superfície do leito
filtrante, em m;
h2 = Altura da borda livre, entre o nível d’água sobre a calha coletora e a
laje superior do filtro, em m.

IV. Área da seção horizontal:


𝑉
𝑆= Equação 05
ℎ1

Onde:
S = Área da seção horizontal, em m2;
h1 = Altura do nível d’água sobre a calha coletora até a superfície do leito
filtrante, em mm;
V = Volume útil (meio suporte + vazios), em m3.

V. Perda de carga hidráulica


A perda de carga hidráulica no filtro deverá ser 0,10m, portanto, o nível de saída
do efluente no filtro anaeróbio deverá ser mínimo a 0,10m abaixo do nível da saída do
tanque séptico.

DETALHE CONSTRUTIVO
De acordo com a NBR 13969 (ABNT, 1997), as unidades de filtro biológico
anaeróbio para tratamento do efluente líquido de fossas sépticas (decanto-digestor)
deverão considerar as seguintes recomendações:
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I. Poderá ser construído em concreto armado, plástico de alta resistência ou fibra


de vidro de alta resistência;
II. Caso o filtro seja instalado no local de trânsito de pessoas ou carros, o cálculo
estrutural deverá levar em consideração as cargas atuantes;
III. O meio filtrante deverá ter granulometria uniforme (brita nº 4 ou 5), com
dimensões mais uniformes;
IV. Não será permitido a mistura de pedras com dimensões distintas, a não ser em
camadas separas, para não causar a obstrução precoce do filtro;
V. A altura do leito filtrante (h) limitada a 1,20m, incluindo a espessura do fundo
falso, limitado a 0,60m;
VI. Diâmetro (d) mínimo de 0,95m e largura mínima de 0,85m;
VII. Volume útil mínimo do leito filtrante de 1.000 litros;
VIII. A carga hidrostática mínima no filtro de 0,10m;
IX. O nível de saída do efluente do filtro deverá estar no mínimo 0,10m abaixo do
nível da saída da fossa séptica (decanto-digestor);
X. O fundo falso deverá ter aberturas (furos com diâmetros mínimos de 0,025m)
espaçadas de 0,15m entre si;
XI. As tubulações e peças especiais de interligação entre a fossa séptica (decanto-
digestor) e o filtro biológico anaeróbio deverão ter diâmetro mínimo de 0,10m;
XII. As tubulações que alimentam o filtro deverão ter bocais perpendiculares ao
fundo plano, em número tal que cada uma abranja uma área máxima de 3m 2;
XIII. O dispositivo de saída deverá ser constituído de vertedor tipo calha, com 0,10m
da largura e com comprimento igual ao diâmetro (ou largura) do filtro e deverá
passar pelo centro da seção e situar-se em cota que mantenha o nível do
efluente a 0,30m do topo do leito filtrante;
XIV. A coleta também poderá ser através de tubos perfurados;
XV. Deverá prever um tubo guia com diâmetro de 0,20m para fins de limpeza do
fundo do filtro.

O número e a disposição do filtro anaeróbio dependerão da concepção do


sistema de tratamento. Além disso, poderá ser instalado desde um filtro anaeróbio
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para cada fossa séptica (decanto-digestor) até um único filtro anaeróbio para cada
grupo de fossas sépticas.

LIMPEZA DO FILTRO ANAERÓBIO


O filtro anaeróbio deverá ser limpo sempre que for observada a obstrução do
leito filtrante, observando-se as considerações dispostas a seguir:
I. Para a limpeza do filtro, deverá ser utilizada uma bomba de recalque,
introduzindo-se o mangote de sucção pelo tubo-guia, quando o filtro dispuser
daquele;
II. Caso seja constatado que a operação da alínea I, do item 2.3 – Limpeza do
Filtro Anaeróbio, deste Apêndice é insuficiente para a retirada do lodo, deverá
ser lançada água sobre a superfície do leito filtrante, drenando-a novamente;
III. Não deverá ser feita a “lavagem” completa do filtro para não retardar a partida
da operação após a limpeza;
IV. Nos filtros com tubos perfurados sobre o fundo inclinado, a drenagem deverá
ser feita colocando o mangote de sucção no poço de sucção existente na caixa
de entrada, conforme representado nas Figuras 05 e 06.
V. Os despejos resultantes da limpeza do filtro anaeróbio em nenhuma hipótese
deverão ser lançados em cursos de água ou nas galerias de águas pluviais.
Seu recebimento em estações de tratamento de esgotos está sujeito à prévia
aprovação e regulamentação por parte do órgão responsável pelo sistema
sanitário local;
VI. No caso de o sistema já possuir um leito de secagem, o despejo resultante da
limpeza do filtro anaeróbio deverá ser lançado no próprio leito de secagem;
VII. Maiores detalhamentos técnicos não abordados nesta Norma poderão ser
complementados com a NBR 13969 (ABNT,1997).
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SUMIDOURO

De acordo com NBR 13969 (ABNT, 1997), o sumidouro é a unidade de


depuração e de disposição final do efluente, que deverá ser dimensionado posterior
ao filtro biológico anaeróbio para receber o esgoto no nível subsuperficial do terreno
quando não existir nas proximidades um corpo receptor, conforme ilustra a Figura 07.

Figura 07: Esquema de Instalação do Sumidouro

Fonte: CHERNICHARO, 2001.

CRITÉRIOS E PARÂMETROS DO PROJETO E OS ASPECTOS


CONSTRUTIVOS
De acordo com CHERNICHARO (2001), CPRH (2004) e a NBR 13969 (ABNT,
1997), deverão ser consideradas as seguintes recomendações:
I. Paredes deverão ser revestidas de alvenaria de tijolos, assentados com juntas
livres, ou de anéis pré-moldados de concreto, convenientemente furados;
II. O interior do sumidouro poderá ou não ter um enchimento de cascalho, pedra
britada ou coque, com recobrimento de areia grossa. Este material não poderá
ser rejuntado para permitir a fácil infiltração do líquido no terreno;
III. As lajes de cobertura dos sumidouros deverão ser construídas em concreto
armado e dotadas de uma coluna de exaustão e de uma abertura de inspeção,
com tampão de fechamento hermético, cuja menor dimensão será de 0,60 m;
IV. As dimensões do sumidouro deverão ser determinadas em função dos
seguintes fatores:
a. Contribuição diária (C x N);
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b. Na capacidade de absorção do terreno deverá considerar como superfície


útil de absorção, a do fundo e das paredes laterais, até o nível de entrada
do efluente do tanque séptico;
c. Deverá considerar a área das paredes laterais como sendo a área de
infiltração que consiste na área vertical interna do sumidouro abaixo da
geratriz inferior da tubulação de lançamento do efluente no sumidouro
acrescida da superfície do fundo;
d. Deverão resguardar as distâncias mínimas de 1,0m ou 1,50m entre o fundo
e o nível máximo do lençol freático;
e. Os sumidores retangulares terão um comprimento máximo de 30m e
largura de 0,60m e máxima 1,50m;
f. O espaçamento mínimo entre dois sumidouros retangulares é de 3 vezes
sua largura ou de 2 vezes sua altura útil, recomenda adotar sempre o maior
valor;
g. O espaçamento mínimo entre sumidouros de forma circular é de 3 vezes o
seu diâmetro e jamais inferior a 6m;
h. Será exigido a construção de, no mínimo, dois sumidouros não interligados,
não podendo qualquer um deles área de absorção maior que 2/3 da área
total necessária;
i. A capacidade média de percolação (KMédio) deverá ser calculada através da
Equação:
∑(𝐾𝑖 .𝐻𝑖 ) Equação 06
𝐾𝑀é𝑑𝑖𝑜 = ∑(𝐻𝑖 )

Onde:
KMédio = Coeficiente médio de infiltração;
Ki = Coeficiente de infiltração da camada de solo “i”;
Hi = Altura da camada de solo “i”.

Uma outra alternativa para realização do ensaio de infiltração, é a utilização de


covas cilíndrica, conforme apresentado na NBR 7229 (ABNT, 1992).
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A estimativa da capacidade de infiltração no solo deverá ser realizada por


camada, desde que as mesmas sejam consideradas áreas infiltrativas no sumidouro,
ou seja, situadas abaixo da tubulação de entrada do efluente.
Maiores detalhamentos técnicos não abordados nesta Norma poderão ser
complementados com a ABNT NBR 7229/1992.

Figura 08: Detalhes do Sumidouro.

Fonte: CHERNICHARO, 2001.

INSTRUMENTOS NORMATIVOS RELACIONADOS

 NPE 004/COMPESA - Norma de Projetos de Engenharia (Diretrizes


Gerais para Elaboração de Projetos de Terceiros).

REFERÊNCIAS

 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR


9575: Impermeabilização: Seleção e Projetos. Rio de Janeiro,2010;
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR
7229: Projeto, Construção e Operação de Sistemas de Tanques
Sépticos. Rio de Janeiro, 1993;
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 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR


7229: Projeto, Construção e Operação de Sistemas de Tanques
Sépticos. Rio de Janeiro, 1993 (atualização em 2017);
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR
6484: Execução de Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos
(SPT). Rio de Janeiro, 1980;
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR
8036: Programação de Sondagens de Simples Reconhecimento dos
Solos para Fundações de Edifícios. Rio de Janeiro,1983;
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT, NBR
9649: Projeto de Redes Coletoras de Esgoto Sanitário. Rio de Janeiro,
1986;
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR
8160: Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário - Projeto e Execução. Rio
de Janeiro, 1999;
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR
13969: Tanques Sépticos - Unidades de tratamento Complementar a
Disposição Final dos efluentes Líquidos - Projeto, Construção e
Operação. Rio de Janeiro,1997;
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR
5626: Instalação Predial de Água Fria. Rio de Janeiro, 1996;
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT, NBR
9575: Impermeabilização: Seleção e Projetos. Rio de janeiro,2010;
 AGÊNCIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE – CPRH. Manual Técnico
nº 001: Dimensionamento de Tanques Sépticos e Unidades Básicas
Complementares. Recife, 2004.
 AGÊNCIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE – CPRH. Norma Técnica N
2.002: Controle de Carga Orgânica não Industrial. Recife, 2000.
 JORDÃO, Eduardo Pacheco: Tratamento de Esgotos Domésticos. Rio
de Janeiro, 2014.
Módulo 04: Fossa Séptica (Decanto-Digestor) 07/07
Com Filtro Biológico Anaeróbio e/ou Fossa Séptica (Decanto-Digestor)
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PEÇAS GRÁFICAS

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