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INTRODUÇÃO

A raiva é uma doença infecciosa causada por um vírus presente na


saliva de animais raivosos, que é transmitido para o homem através de
mordidas e arranhaduras de mamíferos contaminados. Na maioria dos casos
a transmissão ocorre através de cães e gatos. Porém, vários outros
mamíferos podem transmitir a doença, entre eles o furão (ferrets), Raposas,
Coiotes, Guaxinins, Gambás, Morcegos.
Assim, o presente trabalho vem analisar agente etiológico,
fisiopatologia, medidas de prevenção e tratamento, assim como sinais e
sintomas e cuidados de enfermagem.
Sabe-se, porém, que o Brasil, não é o país com os maiores
coeficientes de mortalidade por raiva humana da América Latina. Em 1990, o
Peru e o México apresentaram, respectivamente, coeficientes de 0,27 (63
casos) e 0,09 (69 casos) por mil habitantes. Existem países fora da América
Latina que também não conseguiram controlar a raiva, como por exemplo, a
Índia, onde se estima a ocorrência de aproximadamente 25.000 casos
anuais de raiva humana, segundo a Revista Saúde de Pública
vol.30 no.2 São Paulo Apr. 1996.
Considerou-se o período entre os anos 80 e 90 como o mais
importante para estudo do controle da raiva no Brasil. O tratamento
preventivo da raiva humana e a vacinação canina são as duas principais
ações de controle que foram desenvolvidas no Brasil. 
O vírus da raiva (VR) pertence à ordem Mononegavirales, família
Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus, este gênero (do grego lyssa, que significa
raiva). A maioria das infecções pelo vírus rábico se dá por transmissão
percutânea, através da mordedura de animais infectados.

FISIOPATOLOGIA
Quando o vírus penetra no organismo, sempre se aloja no SNC
(Sistema Nervoso Central) e uma vez ali instalado se multiplica rapidamente.
As células atacadas são destruídas, o vírus passa para os nervos
periféricos, e depois para os tecidos.
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AGENTE ETIOLÓGICO
A doença, que acomete os mamíferos em geral, é causada por um
vírus da família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus e espécie Rabies virus
(RABV) e, como os vírus pertencentes a esta família, possuem RNA de fi ta
simples, polaridade negativa, linear, não segmentado, da mesma forma que
os representantes das outras famílias da
Ordem Mononegavirales (Filoviridae,
Paramyxoviridae, Bornaviridae).
Na família Rhabdoviridae existe um
grande número de espécies de vírus que
infectam animais vertebrados (mamíferos,
peixes e répteis), invertebrados e plantas, o que demonstra a grande
diversidade destes vírus o vírus da raiva apresenta a forma de um projétil,
com uma das extremidades plana e a outra
Cão com raiva
arredondada. Seu comprimento médio é
180nm e o diâmetro médio é 75mm. As espículas do envelope,
glicoproteína, possuem 9 mm. Na sua constituição química, a partícula viral
completa possui de 2 a 3% de ácido ribonucléico (RNA), 67% de proteínas,
26% de lipídeos e 3% de carboidrato.
O vírus da raiva é sensível aos solventes de lipídeos (sabão, éter,
clorofórmio e acetona), etanol a 45-70%, preparados iodados e compostos
deamônia quaternária. Outras relevantes propriedades são: a resistência à
dessecação, assim como a congelamentos e 5 descongelamentos
sucessivos, relativa estabilidade a um pH entre 5-10 e a sensibilidade às
temperaturas de pasteurização e à luz ultravioleta.
É inativado a 60 °C em 35 segundos; a 4 °C, se mantém infectivo por
dias; a -70 °C ou liofilizado (4 °C), se mantém durante anos.

SINAIS E SINTOMAS
No período inicial, logo após a mordida, ou seja, a contaminação o
indivíduo passa a ter mal-estar geral, febre, dificuldades de se alimentar e
formigamento no local da lesão, parestesias (frio, calor, formigamento,
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pressão, etc) ao longo dos nervos com trajeto pela região atingida e ainda
dores que se irradiam para outras regiões do membro atingido, cefaléia
intensa.
Sabe-se que em 20% dos casos a doença já inicias com os sintomas
de paralisia nas pernas que se estende para o restante do corpo, há ainda a
paralisia dos músculos da deglutição, o indivíduo saliva (baba)
continuamente e alterações do ritmo cardíaco (taquicardia supraventricular)
que podem levar a retenção urinária, perdas sucessivas de consciência,
coma e óbito.

PREVENÇÃO E TRATAMENTO
A vacina anti-rábica deve ser administrada logo após a mordedura de
um animal, como método profilático, na dúvida se o animal é ou não portador
de raiva. 
Não existe tratamento específico quando o vírus se instala no Sistema
Nervoso Central (SNC) e os primeiros sintomas começam a aparecer.
Quando isso ocorre à taxa de letalidade da doença é de 100%.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Nos cuidados de enfermagem é necessário que o profissional da
saúde saiba que, Apenas de 10% a 20% das pessoas mordidas por cão
raivoso adquirem a doença.
No caso, deve-se aliviar o sofrimento do paciente, cuidados
constantes de enfermagem como regular aspiração de secreções
traqueobronquicas, monitoramento da gasometria, da função cardíaca e
renal e ainda buscar manter o equilíbrio hidro-eletrolítico.
É importante ainda o controle da febre, especialmente na fase
terminal por ser de origem central e muitas vezes tendo como causas
associadas a infecção respiratória e/ou trombose. Quando necessário
introduzir a alimentação enteral ou parenteral, antiemético, de 4 a 6 vezes
por dia e oxigenoterapia, usando entubação orotraqueal ou, na fase terminal,
sob pressão positiva.

CONCLUSÃO
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Acreditamos que para atender satisfatoriamente as pessoas atacadas


por animais, neste caso, depende, basicamente, do acesso aos serviços de
saúde e da qualidade dos mesmos.
Assim, concordamos que: “há necessidade de se realizar programa
de educação continuada destinado aos profissionais da área da saúde,
especialmente das unidades básicas, valorizando os primeiros cuidados a
serem oferecidos às pessoas agredidas por animais reconhecidos ou
potencialmente transmissoras do vírus rábico.” NETO-UFBA – Instituto
Pasteur
 

REFEÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONTROLE DE RAIVA NO BRASIL DE 1980 1990. Rev. Saúde
Pública vol.30 no.2 São Paulo Apr. 1996
Doenças de A a Z, Raiva. Acessado em 01 de setembro de 2011.
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=1498.
Fundação Nacional de Saúde/Ministério da Saúde. Rio de Janeiro, RJ -
Brasil (M.C.S.; G.A.A.; L.M.S.); Secretaria da Saúde do Estado do Ceará. Fortaleza,
CE - Brasil (N.B.M); Instituto Nacional de Saúde Pública. México (R.C.D.)

ORGANIZACION PAMAMERICANA DE LA SALUD. Estrategia y plan de


acción para la eliminación de la rabia urbana en América Latina para el final de la
década 1980. Guayaquil, 1983.
PASTEUR, L. Oeuvres de Pasteur. Paris, Masson, 1933. v. 6: Maladies
virulentes, virus vaccins et prophylatre de la rage.
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