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Relatório do Estudo Ambiental Simplificado Projecto de Construção e Operação do Posto de Abastecimento de

Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO: CONTEÚDOS

O Estudo Ambiental Simplificado (EAS) foi compilado em conformidade com os


requisitos legais ambientais aplicáveis em Moçambique. A documentação a ser
submetida ao Serviços da Actividades Economicas da Cidade de Maputo (SAECM) na
fase do EAS, inclui o seguinte:

 VOLUME I: Relatório do Estudo Ambiental Simplificado (REAS)

 VOLUME II: Plano de Gestão Ambiental (PGA)

 VOLUME III: Relatório de Consulta Pública (RCP)

O presente documento refere-se ao Volume I: Relatório do Estudo Ambiental


Simplificado.

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Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

INDICE

INTRODUÇÃO................................................................................................................. 8
1.1Contexto..................................................................................................................... 8
1.2 Objectivos do estudo ambiental simplificado.......................................................... ...8
1.3 Identificação do proponente e consultor ambiental .................................................. 9
Proponente.......................................................................................................................9
Consultor ambiental........................................................................................................10
2 ENQUADRAMENTO LEGAL ..................................................................................... 11
2.1 Introdução ............................................................................................................... 12
2.2 Responsabilidades Institucionais ............................................................................ 13
2.3 Legislação nNacional .............................................................................................. 14
3 ENQUADRAMENTO DO PROJECTO NO CONTEXTO DO ORDENAMENTO
TERRITORIAL ...............................................................................................................18
4 O PROJECTO.............................................................................................................19
4.1 Localização .......................................................................................................... ...20
4.2 Acessos .................................................................................................................. 21
4.3 Situação de posse de terra ..................................................................................... 22
4.4 Descrição do Projecto ............................................................................................. 23
Fase de construção ...................................................................................................... 24
Fase de operação ......................................................................................................... 25
Fase de desactivação ................................................................................................... 26
4.5 Intervenções complementares ao projecto.............................................................. 27
4.6 Mão-de-obra ........................................................................................................... 28
4.7 Geração de resíduos .............................................................................................. 29
5 ANÁLISE DE ALTERNATIVAS .................................................................................. 30
6 ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJECTO ...................................................................31
6.1 Área de influência directa ........................................................................................32
6.2 Área de influência indirecta .................................................................................... 33
7 SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA ...................................................................................34
7.1 Descrição da situação de referência do ambiente biofísico ...................................35
7.1.1Clima.....................................................................................................................36
7.1.2 Qualidade do ar ................................................................................................... 37
7.1 Ambiente sonoro ..................................................................................................... 38
7.1.4 Geologia, solos e topografia ................................................................................ 39
7.1.5 Hidrologia e hidrogeologia ...................................................................................40
7.1.6 Habitats, fauna e flora ..........................................................................................41
7.2 Descrição da situação de referência do ambiente socioeconómico.........................42
7.2.1 Enquadramento geral e administrativo ................................................................ 43
7.2.2 Estrutura local de governação ............................................................................. 44
7.2.3 Perfil demográfico ................................................................................................ 45
7.2.4Habitação, infraestruturas sociais e de serviços .................................................. 46

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7.2.5 Actividades económicas e de subsistência ......................................................... 47


7.2.6 Uso e ocupação do solo ...................................................................................... 48
7.2.7 Património histórico e cultural .............................................................................. 48
8 IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS POTENCIAIS IMPACTOS DO
PROJECTO E DEFINIÇÃO DE MEDIDAS DE MITIGAÇÃO ........................................ 48
8.1 Metodologia de avaliação de impactos ................................................................... 48
8.1.1.Identificação dos impactos .................................................................................. 48
8.1.2 Avaliação dos impacto.......................................................................................... 49
Formulação de Medidas de Mitigação .......................................................................... 52
Impactos residuais ........................................................................................................ 53
8.2 Potenciais impactos e medidas de mitigação no ambiente biofísico ...................... 53
8.2.1 Clima ................................................................................................. ...................53
8.2.2 Qualidade do ar ................................................................................................... 54
8.2.3 Ambiente sonoro .................................................................................................. 56
8.2.4 Geologia, solos e topografia ................................................................................ 57
8.2.5 Hidrologia e hidrogeologia ................................................................................... 61
8.2.6 Gestão de resíduos.............................................................................................. 64
8.2.7 Habitats, fauna e flora ...........................................................................................67
8.3 Potenciais impactos e medidas de mitigação no ambiente socioeconómico... ... ...68
8.3.1 Economia e emprego ........................................................................................... 69
8.3.2 Saúde comunitária ................................................................................................73
8.3.3 Saúde e segurança ocupacional ...................................................................................... 80
8.4 Resumo da avaliação de impactos ......................................................................... 95
9 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL ........................................................................... 96
10 PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA ...........................................................97
11 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ..................................................................98
12 REFERÊNCIAS ………………………………….........................................................99

13 Anexos.....................................................................................................................100

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LISTA DE ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS

AEA -Alfabetização e Educação de Adultos


AIA- Avaliação de Impacto Ambiental
AID -Área de Influência Directa
AII -Área de Influência Indirecta
ANE- Administração Nacional de Estradas
AQUA- Agência Nacional para o Controlo da Qualidade Ambiental
CMCM Conselho Municipal da Cidade da Matola
COV -Compostos Orgânicos Voláteis
DINAB- Direcção Nacional do Ambiente
DNHC -Direcção Nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis
DPDTA- Direcção Provincial de Desenvolvimento Territorial e Ambiente
DPRME -Direcção Provincial de Recursos Minerais e Energia
DST -Doenças Sexualmente Transmissíveis
DUAT- Direito do Uso e Aproveitamento da Terra
EAS -Estudo Ambiental Simplificado
EDM- Electricidade de Moçambique
EP1 -Ensino Primário do 1º Grau
EP2 -Ensino Primário do 2º Grau
EPI -Equipamento de Protecção Individual
ESGI- Ensino Secundário Geral do 1º Ciclo
ESGII- Ensino Secundário Geral do 2º Ciclo
ETP -Ensino Técnico Profissional
FIPAG- Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água
FP -Formação de Professores
HSE- Saúde, Segurança e Ambiente (em inglês, Health, Safety and Environment)
INAM- Instituto Nacional de Meteorologia
INIA -Instituto Nacional de Investigação Agronómica
INE -Instituto Nacional de Estatística

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LA- Licença Ambiental

MIREME- Ministério dos Recursos Minerais e Energia


MSDS- Fichas de Dados de Segurança (em inglês, Material Safety Data Sheets)
MTA -Ministério da Terra e Ambiente
MZN -Metical
PGA -Plano de Gestão Ambiental
PI&As- Partes Interessadas e Afectadas
PT- Posto de Transformação
PVC- Policloreto de vinila
RCP- Relatório de Consulta Pública
REAS- Relatório do Estudo Ambiental Simplificado
RNT -Resumo Não Técnico
SDAE- Serviço Distrital de Actividades Económicas
SDPI -Serviço Distrital de Planificação e Infra-estruturas
SDEJT- Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia
SDSMAS- Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social
SIG -Sistemas de Informação Geográfica
SPA -Serviço Provincial do Ambiente
SST -Saúde e Segurança no Trabalho
TARV- Tratamento anti-retroviral
TdR -Termos de Referência
ZCIT -Zona de Convergência Intertropical

UNIDADES
% -Percentagem
ºC -Graus celsius
cm -Centímetro
dB -Decibel
ha -Hectare

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hab/km2- Habitante por quilómetro quadrado

km -Quilómetro
km/h- Quilómetro por hora
km2 -Quilómetro quadrado
l -Litro
m- Metro
m2- Metro quadrado
m3 -Metro cúbico
m3 -Metro cúbico por hora
mm –Milímetro

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1. INTRODUÇÃO
O Consultor Ambiental Individual, Lda foi contratado pelo Gurpo Tiger Importação e
Exportação Lda,representado pelo sócio gerente Jiye Zhuo, de nacionalidade Chinesa
para conduzir o processo com vista ao licenciamento ambiental de um novo Posto de
Abastecimento de Combustível e Um Centro Comercial e seus derivados, No Distrio
Municipal Katembe no Bairro Chali.
Concluída a Instrução do Processo, em conformidade com o Decreto n.º 54/2015, de
31 de Dezembro, o presente Projecto para Construção e Operação de um Posto de
Abastecimento de Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial, com um investimento
de 70.000.000,00 MT (Setenta Milhões de Meticais), foi classificado pelos Serviços de
Actividades Económicas da Cidad de Maputo (SAE), como sendo um Projecto de
Categoria “B” (Anexo), sendo, consequentemente, necessária a realização de um
Estudo Ambiental Simplificado (EAS).
Os Termos de Referência (TdR) preparados para o Estudo Ambiental Simplificado, e
submetidos à aprovação do Serviços de Actividades Económicas (SAE)da Cidade de
Maputo em cumprimento do estipulado no artigo 12 do referido regulamento para
projectos de Categoria B, foram aprovados a 23 de Outubro de 2020.

Os TdR submetidos e aprovados norteiam o presente documento, que constitui o


Estudo Ambiental Simplificado, realizado no âmbito do processo de Avaliação de
Impacto Ambiental (AIA) com vista ao Licenciamento Ambiental do Projecto de
Construção e Operação do Posto de Abastecimento de Combustível Líquidos e um
Centro Comercial.

1.2. OBJECTIVOS DO ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO


O objectivo geral do EAS é, através de uma análise dos potenciais impactos ambientais
(biofísicos e socioeconómicos), garantir que o Projecto proposto tenha o menor impacto
negativo possível no seu meio de inserção e na área envolvente, nas fases de
construção, operação e desativação.

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Os objectivos específicos são os seguintes:


 Enquadrar a actividade proposta em termos legais, no plano de ordenamento do
território existente para a área de inserção e de influência do projecto e na
situação de referência tanto ambiental como social desta mesma área;
 Identificar e avaliar os potenciais impactos ambientais (biofísicos e
socioeconómicos) negativos e positivos derivados das fases de construção,
operação e desativação do posto de abastecimento de combustíveis e seus
derrivados;

 Identificar medidas de mitigação dos impactos negativos e potenciação dos


impactos positivos nas fases de construção, operação e desactivação;

 Formular um Plano de Gestão Ambiental (PGA) que apresente um conjunto de


medidas de gestão e mitigação dos impactos identificados e que atribua
responsabilidades relativamente à implementação destas medidas.

1.3. IDENTIFICAÇÃO DO PROPONENTE E CONSULTOR AMBIENTAL


1.3.1. Proponente

O Proponente do presente Projecto é o Grupo Tiger Importação e Exportação Lda,


representado pelo sócio gerente Jiye Zhuo, de nacionalidade Chinesa. Neste projecto
serão investidos cerca de 70.000.000,00 Mt (Setenta Milhões de Meticais), e
empregara cerca de 50 trabalhadores na sua maioria de sexo masculino durante a fase
de construção e 20 trabalhadores durante a fase de operação, sendo 13 do sexo
masculino e 8 do sexo feminino, divididos em 3 turnos. Este número poderá a vir
aumentar de acordo comas necessidades do projecto.

1.3.2. Consultor
Helder de Asução Claudio Langa, foi designado como Consultora Ambiental Individual,
para a Avaliação de Impacto Ambiental do presente Projecto. O Consultor está
registado no MTA como Consultora Ambiental Individual (Anexo) e o último, para a
realização do EAS deste Projecto, O Consultor conta com o contributo de vários

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consultores/especialistas. A equipa responsável pela realização do EAS é indicada na


tabela seguinte:

Tabela - Equipa responsável pela realização do EAS

Nº NOME FORMAÇAO ESPECIALIDADE


1 Helder de Assunção
Assistente e coordenação de campo,
Claudio Langa Geógrafo e responsável pela elaboração dos
questionários, consulta publica as
Meste em
comunidades e base de dados.
Desenvolvimento Especialista em recursos naturais e
ecossistemas terrestres.
Rural
2 Victor Alberto Fumo Economista Oficial de campo, HST, Gestor de
qualidade e ambiente, Avaliação e
gestão de riscos, Monitoria, Auditoria
3 Adbala Matola Engenheiro do Geomáticas (mapa
georreferenciados).
Ambiente
Especialista em consultas
comunitária e aspectos sociais e
solos
4 Euardo Constantino Agrónomo Especialista em Sistemas de
Informação Geográfica (SIG)
Maposse
Especialista em EIA e PGA,
Processos de mecanização Agrícola
e Sistemas de Rega

O Gestor do Projecto e Especialista em AIA foi responsável pelas seguintes


actividades:
− Planificação, logística e coordenação;

− Elaboração da situação de referência do ambiente biofísico;

− Identificação e avaliação dos impactos potenciais no ambiente biofísico e de saúde e


segurança ocupacional;

− Definição de medidas de mitigação para os impactos biofísicos e de saúde e


segurança ocupacional;

− Compilação do Relatório do EAS e do Plano de Gestão Ambiental (PGA);

− Preparação do Resumo Não Técnico para efeitos de Consulta Pública;

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− Apresentação do EAS na Consulta Pública; e

− Controlo de qualidade de todos os documentos a submeter.

O especialista em Socioeconómico foi responsável pelas seguintes actividades:


− Elaboração da situação de referência do ambiente socioeconómico e cultural;

− Identificação e avaliação dos impactos potenciais no ambiente socioeconómico e


cultural e definição de medidas de mitigação;
− Contributo na compilação do Relatório do EAS e do PGA.
A especialista de SIG foi responsável pelas seguintes actividades:
− Contributo na compilação do Relatório do EAS e do PGA;

− Preparação do material cartográfico necessário para inclusão no relatório do EAS.

O Especialista em Participação Pública foi responsável pelas seguintes actividades:


− Planificação, logística e organização do processo de participação pública;

− Facilitação da reunião de Consulta Pública;

− Elaboração do relatório de consulta pública.

2. ENQUADRAMENTO LEGAL
2.1. INTRODUÇÃO
O quadro regulatório moçambicano contém requisitos e normas definidos para a
implementação e gestão ambiental e social de projectos de desenvolvimento. As
funções de protecção ambiental são desempenhadas por diferentes autoridades, tanto
a nível nacional como regional. O Projecto deverá estar em conformidade com os
seguintes instrumentos:
− Leis, normas, regulamentos e padrões moçambicanos aplicáveis;

− Convenções ou tratados internacionais dos quais Moçambique é signatário. Estes


incluem vários tratados internacionais, convenções e protocolos relativos a questões
como a biodiversidade e alterações climáticas.

2.2. RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS

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As instituições com responsabilidades na protecção ambiental são apresentadas na


tabela seguinte.

INSTITUIÇÃO FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES

-Administração e gestão da rede nacional das áreas de


conservação;
- Promoção do desenvolvimento do conhecimento no domínio da
Terra e Ambiente;
- Garantia, manutenção e desenvolvimento na área do ambiente;
- Definição e implementação de estratégias de educação,
consciencialização e divulgação; e
- Coordenação intersectorial e uso sustentável dos recursos
disponíveis em prol do desenvolvimento sustentável.
MTA
A Direcção Nacional do Ambiente (DINAB) é a instituição pelas
questões relativas aos processos de AIA. Esta instituição trata
igualmente do desenvolvimento de políticas ambientais.
A Agência Nacional para o Controlo da Qualidade Ambiental
(AQUA) é uma instituição pública da competência do MTA, porém
com autonomia técnica e administrativa. A AQUA é responsável
por:
- Investigação para o controlo da qualidade ambiental;
- Auditoria e controlo da qualidade ambiental; e
- Fiscalização ambiental.
O MTA é representado na cidade do Maputo por uma Direcção
Nacional do Ambiente (DNAB) e pelo Serviço de Actividades
Ecnomicas (SAE), sendo este último responsável pelas questões
relativas ao licenciamento ambiental.
O Ministério de Recursos Minerais e Energia (MIREME) é o órgão
central do aparelho de Estado que dirige e assegura a execução da
política do Governo na investigação geológica, exploração de

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recursos minerais e energéticos e no desenvolvimento e expansão


das infraestruturas de fornecimento de energia eléctrica, gás natural
e produtos petrolíferos.
As responsabilidades deste ministério incluem:
- Elaboração de propostas e execução de políticas do sector dos
Recursos Minerais e Energia;
- Inventariação e gestão dos recursos minerais e energéticos do
País;
- Promoção de um quadro legal e institucional adequado ao
MIREME desenvolvimento do sector;
- Promoção e divulgação das potencialidades do sector dos
Recursos Minerais e Energia;
- Promoção do desenvolvimento tecnológico com vista ao
aproveitamento sustentável de recursos minerais e energéticos a
nível nacional;
- Promoção da participação do sector privado no desenvolvimento e
aproveitamento do potencial dos recursos minerais e energéticos e
respectivas infraestruturas;
- Promoção e controlo da actividade de prospecção e pesquisa
geológica e aproveitamento racional e sustentável dos recursos
minerais;
- Inspecção e fiscalização das actividades do sector e o controlo da
implementação das normas de segurança técnica, higiene e de
protecção do meio ambiente;
- Promoção e controlo da actividade de produção de petróleo e do
desenvolvimento de infraestruturas de transporte e logística;
- Promoção do desenvolvimento de infraestruturas de fornecimento
de energia eléctrica;
- Promoção do aumento de acesso à energia nas suas diversas
formas, com vista a estimular o crescimento e desenvolvimento
económico e social do País;

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- Garantia de segurança de abastecimento e distribuição de


produtos petrolíferos a nível nacional, com particular destaque para
a expansão da rede de distribuição às zonas rurais;
- Promoção da diversificação da matriz energética e uso eficiente
de energia com vista à segurança e estabilidade energética; e
- Promoção do uso seguro e pacífico de energia atómica.

Cabe ainda ao MIREME, através da Direcção Nacional de


Hidrocarbonetos e Combustíveis (DNHC), garantir o
desenvolvimento sustentável, equilibrado e seguro de
infraestruturas de armazenagem, distribuição, fornecimento e
comercialização de gás natural e produtos petrolíferos. A DNHC
tem, entre outras, as seguintes funções:

- Elaborar e propor a política de produção, transporte,


armazenagem, distribuição, comercialização e utilização de
derivados de petróleo no país e acompanhar a sua execução;
- Promover a expansão das infraestruturas de armazenagem,
distribuição, fornecimento e comercialização de combustíveis, em
particular para as zonas rurais;
- Elaborar e manter actualizada a informação estatística sobre a
produção, consumo, stocks e reservas estratégicas de
combustíveis;
- Aprovar projectos de desenvolvimento e aproveitamento da rede
de fornecimento de combustíveis elaborados por outros
organismos;
- Licenciar à instalação de sistemas de armazenagem, refinação e
transformação de projectos de petróleo bruto e seus derivados e
distribuição dos produtos derivados do petróleo;
- Licenciar instalações de produção, armazenagem, transporte,
distribuição e comercialização de derivados de petróleo e terminais

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portuários para a sua recepção e manter o respectivo cadastro;


- Elaborar normas de segurança técnica e de defesa do ambiente
no âmbito da sua competência;
- Elaborar os programas e planos anuais de abastecimento de
combustíveis e acompanhar a sua execução; e

- Controlar a qualidade dos produtos derivados do petróleo


importados ou produzidos e comercializados no país.

O MIREME é representado a nível provincial pela Direcção


Provincial de Recursos Minerais e Energia (DPRME) e a nível
distrital pelo Serviço Distrital de Actividades Económicas (SDAE).

2.3. LEGISLAÇÃO NACIONAL

Para efeitos do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental será cumprida a seguinte


legislação nacional:

 Lei-quadro do Ambiente Moçambique (Lei n.º 20/97, de 1 de Outubro)


A Lei do Ambiente tem como objectivo a definição de bases legais para o uso e gestão
correcta do meio ambiente de modo a garantir o desenvolvimento sustentável do País.
É aplicada a todas as actividades, tanto públicas como privadas, que possam de forma
directa ou indirecta afectar o meio ambiente (físico, biótico, socioeconómico e macro-
ecossistémico). No seu Artigo 9, a Lei do Ambiente dispõe sobre a poluição do
ambiente, a proibição da produção, depósito no solo e subsolo, e lançamento para a
água ou para a atmosfera, de qualquer substância tóxica e poluidora. Mais ainda, no
seu Artigo 10, a lei refere-se à necessidade de estabelecimento de padrões legais de
emissão e meio ambiente, que são parcialmente definidos no Decreto n.º 18/2004.
O Artigo 15 refere que qualquer actividade que, pela sua natureza, localização ou
dimensão, seja passível de provocar danos ao meio ambiente deve obter uma licença
ambiental que é emitida após a realização de uma Avaliação de Impacto Ambiental.

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 Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto n.º


54/2015, de 31 de Dezembro)
Este decreto estabelece as regras para o licenciamento ambiental. O Artigo 7 define a
documentação a ser submetida à Autoridade de Avaliação Ambiental para dar início ao
Processo de AIA.
O Artigo 12 estabelece que antes da elaboração do EAS, o proponente deve submeter
os respectivos TdR à Autoridade de Avaliação Ambiental para apreciação e define os
elementos que deverão estar contidos nos TdR.
O Artigo 19 define os prazos para a submissão dos relatórios e comunicação das
decisões. O Anexo III deste decreto apresenta a lista de actividades de Categoria B, ou
seja, actividades que requerem a realização de um Estudo Ambiental Simplificado.

 Directiva Geral para a Elaboração de Estudos de Impacto Ambiental (Diploma


Ministerial n.º 129/2006)
Esta Directiva fornece um conjunto de orientações e parâmetros para a realização de
Estudos de Impacto Ambiental, tendo como principal objectivo a normalização dos
procedimentos a adoptar e dotar de directrizes aos vários intervenientes para a
realização do estudo.

 Directiva Geral para o Processo de Participação Pública (Diploma Ministerial nº


130/2006, de 19 de Julho)
Esta directiva tem como objectivo a harmonização dos procedimentos para o processo
de participação pública e dotar os vários intervenientes de linhas mestras que deverão
orientar este processo de grande importância na avaliação de impacto ambiental,
constituindo um elo de comunicação entre os órgãos governamentais e os diversos
sectores da sociedade civil, comunidades locais e associações de defesa do ambiente.

O Licenciamento Ambiental e o desenvolvimento do Projecto, incluindo as suas fases


de construção, operação e desactivação são também sustentadas pela seguinte
legislação nacional:

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 Regulamento sobre os Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de


Efluentes (Decreto n.º 18/2004, de 2 de Junho; alterado pelo Decreto n.º
67/2010, de 31 de Dezembro)
Este regulamento visa assegurar o controlo e a fiscalização da qualidade do ambiente,
o controlo e manutenção dos níveis admissíveis de concentração de poluentes nos
componentes ambientais, sendo aplicável a todas actividades públicas ou privadas que
directa ou indirectamente possam influir no ambiente.
O Artigo 7 estabelece parâmetros para a manutenção da qualidade do ar de modo que
não provoque impactos significativos para a saúde pública. O Artigo 9, estabelece os
valores limites de emissão para fontes móveis, incluindo veículos pesados e ligeiros,
referidos no seu Anexo II.
O Artigo 19 proíbe o depósito no solo de substâncias nocivas (fora dos limites
estabelecidos), que possam contribuir/resultar na degradação dos solos.
O Artigo 20 refere que os níveis de ruído admissíveis para a salvaguarda da saúde e
sossego público serão estabelecidos tendo em conta a fonte emissora do ruído.

 Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Decreto n.º


94/2014, de 31 de Dezembro)
O regulamento aplica-se a todas as pessoas singulares e colectivas, públicas e
privadas, envolvidas na produção e gestão de resíduos sólidos urbanos e na produção
e gestão de resíduos industriais e hospitalares equiparados aos urbanos.
De acordo com o Regulamento, os resíduos sólidos urbanos estarão sujeitos à
classificação estabelecida na Norma Moçambicana NM339 - Resíduos Sólidos –
Classificação.
Os produtores, transportadores e operadores de resíduos sólidos urbanos têm as
seguintes obrigações:

- Minimizar a produção de resíduos sólidos urbanos;

- Capacitar os trabalhadores envolvidos no manuseamento de resíduos em matéria de


saúde, segurança ocupacional e ambiente;

- Garantir a segregação e acondicionamento dos resíduos em diferentes categorias, de


acordo com o disposto no Artigo 14 do presente Regulamento;

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- Garantir o tratamento dos resíduos sólidos urbanos antes da sua deposição final
adequada;

- Garantir a protecção de todos os trabalhadores envolvidos na gestão de resíduos


sólidos urbanos contra acidentes e doenças resultantes da sua exposição ao risco de
contaminação;
- Garantir que o transporte de resíduos seja efectuado de modo adequado,
assegurando que não haja dispersão dos resíduos sólidos urbanos ao longo do
percurso até ao local de tratamento ou destino final;

- Garantir que a eliminação dos resíduos, dentro e fora do local de produção, não tenha
impacto negativo sobre o ambiente ou sobre a saúde e segurança públicas; e,
- Manter um registo anual minucioso das proveniências, quantidades e tipos de
resíduos manuseados, transportados, tratados, valorizados ou eliminados.

 Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Perigosos (Decreto n.º 83/2014, de


31 de Dezembro de 2014)
A finalidade do regulamento é estabelecer regras para a produção e gestão de
resíduos perigosos no território nacional e aplica-se a todas as pessoas jurídicas,
singulares ou colectivas, públicas ou privadas, envolvidas na gestão de resíduos
perigosos.
Segundo este regulamento, são obrigações dos Produtores, Transportadores e
Operadores de Resíduos Perigosos as seguintes:

- Garantir a observância dos princípios gerais de gestão de resíduos perigosos,


conforme disposto no artigo 4 do regulamento;

- Minimizar a produção de resíduos perigosos;

- Garantir a segregação e acondicionamento adequado das diferentes categorias de


resíduos;

- Garantir que todos os resíduos a transportar comportem um risco potencial de


contaminação mínimo para os trabalhadores envolvidos neste processo, para o público
em geral e para o ambiente;

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- Garantir o tratamento adequado dos resíduos antes da sua deposição, utilizando as


boas práticas e opções tecnológicas recomendadas;

- Garantir que o armazenamento temporário e a eliminação dos resíduos, dentro e fora


do local de produção, não tenha impacto negativo sobre o ambiente ou sobre a saúde e
segurança públicas;

- Garantir a protecção de todos os trabalhadores envolvidos no manuseamento dos


resíduos perigosos contra acidentes e doenças resultantes da sua exposição aos riscos
de contaminação;

- Capacitar os seus trabalhadores em matéria de saúde, segurança ocupacional e


ambiente.

- Informar, no prazo de 24 horas, o Ministério que superintende o Sector do Ambiente,


em caso de ocorrência de derrames acidentais de resíduos perigosos;
- Disponibilizar ao público informações acessíveis sobre as opções de reutilização e
reciclagem do produto.
O Anexo III do Regulamento contém as Características dos Resíduos e Substâncias
Perigosas, o Anexo IV contém as directrizes para a Identificação de Resíduos
Perigosos e o Anexo VII, o processo relativo à Gestão de Resíduos Perigosos.

 Regulamento sobre a Inspecção Ambiental (Decreto n.º 11/2006, de 15 de


Julho)
Este regulamento tem como objectivo regular a actividade de supervisão, controlo e
fiscalização do cumprimento das normas de protecção ambiental a nível nacional.

 Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental (Decreto n.º 25/2011, de


15 de Junho)

Este regulamento aplica-se às actividades públicas e privadas que durante a sua fase
de implementação, desactivação e restauração, directa ou indirectamente, possam
influir nas componentes ambientais.
Segundo este regulamento, a auditoria ambiental é um instrumento de gestão de
avaliação sistemática, documentada e objectiva do funcionamento e organização do
sistema de gestão e dos processos de controlo e protecção do ambiente e pode ser

18
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Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

pública, quando realizada pelo Ministério que superintende o sector do ambiente, ou


privada, quando realizada e determinada pelas próprias entidades cuja actividade seja
potencialmente causadora da degradação ambiental.
No caso de actividades de categoria B, a auditoria ambiental privada é realizada pelo
menos uma vez por ano, visando conformar os processos laborais e funcionais do seu
empreendimento com as imposições legais ambientais em vigor.

 Lei de Águas (Lei n.º 16/91, de 3 de Agosto)


A Lei de Águas tem como objectivo, segundo o seu Artigo 2, definir uma série de
parâmetros ligados à política de gestão dos recursos hídricos, ao regime jurídico geral
das actividades de protecção, conservação, inventário, uso e aproveitamento, controlo
e fiscalização dos recursos hídricos, bem como a definição das competências
atribuídas ao Governo em relação ao domínio público hídrico. A Lei das Águas proíbe a
contaminação directa ou indirecta das águas e estabelece o seguinte:

- A proibição de acúmulo de resíduos sólidos, desperdícios ou quaisquer substâncias


que contaminem ou ponham em perigo a contaminação de águas (Artigo 53);

- A regulamentação dos padrões de qualidade de efluentes, dos corpos hídricos


receptores e métodos de tratamento (Artigo 54); e

- Em caso de poluição ou degradação, o poluidor é obrigado, independentemente da


sanção aplicável, a reconstituir à sua custa a situação que existiria se não tivesse
ocorrido o evento que obriga à reparação (Artigo 55).

 Lei de Terras (Lei n.º 19/97, de 1 de Outubro)


Esta Lei estabelece os termos em que se opera a constituição, exercício, modificação,
transmissão e extinção do direito de uso e aproveitamento da terra.

 Regulamento da Lei de Terras (Decreto n.º 66/98, de 15 de Julho)


Este Regulamento define as normas e práticas para a atribuição de terras a pessoas
singulares e comunidades locais, sem contrariar, contudo, a Constituição da República,
ou a pessoas singulares nacionais que estejam a utilizar a terra há pelo menos dez
anos.

19
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Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

O Artigo 6 refere que a implantação de infraestruturas públicas (como estradas


primárias, secundárias e terciárias, auto-estradas, linhas férreas, instalações militares,
aeroportos, aeródromos, barragens, entre outros) implica a criação automática das
zonas de protecção parcial que as acompanham.
No Artigo 9 é abordado o direito de uso e aproveitamento da terra, incluindo a
aquisição do direito de uso e aproveitamento da terra por ocupação pelas comunidades
locais, exceptuando os casos em que a ocupação recaia sobre áreas reservadas
legalmente para qualquer fim ou que seja exercida nas zonas de protecção parcial.

 Lei do Trabalho (Lei n.º 23/2007, de 1 de Agosto)


Esta lei define os princípios gerais e estabelece o regime jurídico aplicável às relações
individuais e colectivas de trabalho e discute os direitos e deveres dos trabalhadores,
assim como questões de higiene, saúde e segurança no trabalho. O Artigo 218 realça
os regulamentos de Higiene e Segurança e a necessidade de estabelecimento de
códigos de boa conduta relativos ao mesmo tema. O Artigo 219 aborda a obrigação de
assistência médica no local de trabalho para os trabalhadores.

 Regulamento das Actividades de produção, importação, recepção,


armazenamento, manuseamento, distribuição, comercialização, transporte,
exportação e reexportação de produtos petrolíferos (Decreto n.º 45/2012, de 28
de Dezembro)
Este decreto estabelece o regime a que ficam sujeitas as actividades de produção,
importação, recepção, armazenamento, manuseamento, distribuição, comercialização,
transporte, exportação e reexportação de produtos petrolíferos, revogando os Decretos
n.º 9/2009, de 1 de Abril, e n.º 63/2006, de 26 de Dezembro. Este decreto dá especial
relevância a tipos de licenças e requisitos para o respectivo licenciamento (Artigo 4 e
seguintes); registos e vistorias obrigatórias (Artigo 14 e seguintes); taxas e respectiva
tipologia (Artigo 20 e seguintes); obrigatoriedade de autorização prévia para qualquer
transacção visando instalações e equipamentos petrolíferos (Artigo 28 e seguintes);
princípios gerais de aprovisionamento (Artigo 34 e seguintes); princípios gerais e
formalismo que orientam os processos de importações (Artigo 36 e seguintes); regras

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Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

de segurança do estabelecimento e do fornecimento (Artigo 71 e seguintes); e, controlo


das características dos produtos petrolíferos (Artigos 83 e 84).

 Regulamento de Construção, Exploração e Segurança dos Postos de


Abastecimento de Combustíveis Líquidos (Diploma Ministerial n.º 176/2014, de
22 de Outubro)
Este regulamento estabelece as condições a que devem obedecer a construção,
exploração e segurança de postos de abastecimento de combustíveis, com excepção
de postos de abastecimento de combustíveis gasosos. O regulamento dispõe sobre os
requisitos a que devem obedecer a implantação e construção dos postos de
abastecimento, incluindo a sua localização, implantação e construção, regras para
armazenagem de combustíveis e reservatórios, implantação de acessos. Entre outros
aspectos, são ainda abordados os procedimentos operacionais que devem ser
adoptados nos postos de abastecimento, incluindo regras gerais de funcionamento,
sinalização dos postos de abastecimento, reabastecimento de reservatórios, entre
outros.

3. ENQUADRAMENTO DO PROJECTO NO CONTEXTO DO ORDENAMENTO


TERRITORIAL

A DM Katembe é um Pólo de grande dinamismo económico e nos últimos tempos tem


registado um crescimento da frota de veículos o que faz com que o empreendimento,
seja que grande importância no contexto regional.

O Posto de Abastecimento de Combustível e um Centro Comercial, insere-se no


espaço urbanizado do Disrtito Municipal da Katembe, numa área onde existem vários
serviços que são compatíveis com o Projecto. Assim, pode afirmar-se que não existe
incompatibilidade relativamente à inserção da actividade na área onde a mesma será
desenvolvida. Deste modo, considera-se que o Projecto se adequa ao contexto do
ordenamento territorial da zona, sendo compatível com os usos estabelecidos para a
mesma.

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4. O PROJECTO
4.1. LOCALIZAÇÃO

O Posto de Abastecimento de Combustíveis e o Centro Comercial, localiza-se no DM


katembe, no bairro Chali, -Cidade de Maputo, numa área adjacente às várias
Instalações, junto a Ponte Maputo-Katembe, na Cidade da Maputo, Província de
Maputo. A figura seguinte mostra a localização da área do Projecto.

Figura -. Localização da área do Projecto

As coordenadas geográficas referentes à localização do posto de abastecimento de


combustíveis para locomotivas são apresentadas na tabela seguinte.

Tabela - Coordenadas geográficas da área do Projecto

ID LATITUDE LONGITUDE
1 26°00'44" 32°33'13"
2 26°00'46" 32°33'18"
3 26°00'37" 32°33'21"
4 26°00'35" 32°33'16"

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4.2. ACESSOS

O acesso ao local do Projecto faz-se pela Estrada que liga a Ponte Maputo Katembe, o
Bela Vista, Matutuine, Ponta de Ouro, e Boane.

4.3. SITUAÇÃO DE POSSE DE TERRA

Sob o registo de entrada 674/2019 em conformidade com o despacho da Sua


Excelência PCM, datado de 23/07/2020, foi autorizada a regularização do DUAT, do
talhão 2/1, parcela 3f1, com uma área aproximada de 11.000m² pertecente a Tiger-
Importação e Exportação LdA. (Vide em Anexo)

4.4. DESCRIÇÃO DO PROJECTO

O Projecto envolve a construção de um Posto de Abastecimento de Combustíveis e um


Centro Comercial, numa área de aproximadamente 11.000 m². A implementação geral
das infraestruturas do Projecto é apresentada no Anexo. O posto de abastecimento
terá 3 unidades para o abastecimento de gasóleo, gasolina e petrolio.

O armazenamento do combustível é efectuado em 3 tanques à superfície. Cada tanque


tem uma capacidade de armazenamento de 80 m³. Será construída uma bacia de
retenção com capacidade para os 3 tanques que estarão operacionais na fase inicial e
um aprovisionamento para uma possível expansão, caso haja um aumento significativo
de volumes. A zona de enchimento/descarga de combustível será localizada próximo
dos tanques de armazenamento de combustível e está previsto um ponto de
estacionamento para o camião que efectua a descarga.

A zona de abastecimento, será dotada de um sistema mecânico composto por 3


contadores (meters) acoplados a uma mangueira com pistola, cobertos por um
alpendre metálico. Os meters estarão espaçados de 20 em 20 metros para garantir um
abastecimento cómodo.

A casa das bombas estará localizada próximo da zona de enchimento e não muito
distante da zona de abastecimento, de modo a garantir um funcionamento adequado

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das bombas e evitar perdas de energia, garantindo um caudal suficiente para as


operações de enchimento e abastecimento.

Estão ainda previstas várias edificações, incluindo o edifício administrativo (com


gabinete e casa de banho), guarita, casa do gerador e quadro eléctrico, assim como
lugares de estacionamento para viaturas ligeiras e espaços exteriores ajardinados que,
no seu conjunto, servirão para atender às necessidades de operacionalização e
funcionamento do posto de abastecimento com comodidade e segurança adequadas.

Prevê-se a construção de um separador de hidrocarbonetos com capacidade para 3


000 litros, onde serão recolhidas as águas residuais oleosas provenientes de diferentes
áreas do terminal, como a zona de enchimento e zona de abastecimento. Está
igualmente prevista a instalação de uma fossa séptica com capacidade para 10
utilizadores.

O posto de abastecimento terá um sistema de abastecimento de água convencional


com tomada de água da rede pública, e armazenamento num tanque para posterior
bombagem para os pontos de utilização de água (torneiras, sanitas, lavatórios, entre
outros). Será instalado um tanque para o armazenamento de água com compacidade
de 20 m³. A energia será fornecida pela rede pública da Electricidade de Moçambique.

4.4.1 FASE DE CONSTRUÇÃO

A fase de construção tem uma duração estimada de 3 meses e compreende os


trabalhos de construção de novas infra-estruturas e a instalação de equipamentos.
Todos os materiais de construção são adquiridos em lojas locais de venda de material
de construção.

Como principais actividades na fase de construção do posto de abastecimento de


combustíveis, destacam-se as seguintes:

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4.4.1.1 Preparação do solo

Cortes e aterros com solos emprestados em camadas de até 60 cm e uma


compactação em camada de 15 em 15 cm.

4.4.1.2 Escavações e alvenaria

Escavação para as fundações da bacia de retenção, guarita, edifício de apoio aos


operadores do posto de abastecimento, sistema de saneamento, separador de
hidrocarbonetos, ilhas de abastecimento e laje de contenção para a descarga do
produto. Será utilizada alvenaria maciça para a base da vedação e bacia de retenção.
de contenção para a descarga do produto. Será utilizada alvenaria maciça para a base
da vedação e bacia de retenção.

4.4.1.3 Pavimentação

Colocação de solo-cimento para garantia da resistência dos solos às cargas pesadas


que irão circular por este (camiões de grande tonelagem e o peso dos tanques cheios),
compactação e assentamento de blocos de betão pré-fabricado, com espessura de 80
mm e boa resistência mecânica.

4.4.1.4 Cofragem e betonagem

Ferro, aço, cofragem e betonagem da laje do edifício de apoio, guarita, laje de


pavimento da bacia de retenção, edifícios, ilhas de abastecimento e zona de descarga
de combustível.

4.4.1.5 Vedação

Será colocada uma vedação em rede claveau pelo perímetro das instalações para a
sua protecção.

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Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

4.4.1.6 Ilhas de abastecimento

Prevê-se a instalação de 3 ilhas de abastecimento, cada uma delas dotada de uma


mangueira de até 8 metros para o abastecimento de viaturas e um contador para
certificação dos abastecimentos.

4.4.1.7 Instalação de equipamentos

Prevê-se ainda a instalação dos seguintes equipamentos:

− Duas bombas centrífugas;

− Três contadores (meters);

− Um posto de transformação (PT);

− Um gerador; − Sistema de combate a incêndios; e

− Sistema de vigilância.

4.4.2 FASE DE OPERAÇÃO

A fase de operação terá uma duração prevista de 15 a 20 anos e consistirá


essencialmente no abastecimento de combustíveis. As características de
funcionamento dos principais componentes do posto de abastecimento são
apresentadas de seguida.

4.4.2.1 Descarga/enchimento de combustível

Camiões tanque

Os camiões tanque que transportam o combustível para o posto de abastecimento


podem ter até três compartimentos, porém, neste caso em que o abastecimento será
dedicado apenas para o gasóleo, estes terão apenas um compartimento. A capacidade
máxima dos camiões é de 50 mil litros e a descarga dura, em média, 45 minutos.

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Aterramento

A descarga de combustível exige cuidados com o aterramento, que serve para


descarregar a electricidade acumulada na cisterna por causa do atrito do ar com a
superfície metálica do camião, que pode dar choque. Para executar essa operação, um
cabo de cobre é ligado a uma haste, também de cobre, no solo do ponto de descarga.

4.4.2.2 Armazenamento de combustível

Tanques

O combustível será armazenado em tanques à superfície/aéreos. O tanque aéreo é um


reservatório de aço carbono com capacidade para até 80 mil litros. É dotado de apenas
um compartimento para o armazenamento do combustível (gasóleo).

Sensores

Alguns postos de abastecimento possuem equipamentos de monitorização electrónica


que mostram o volume instalado e a altura do combustível no tanque, a temperatura, o
quanto foi abastecido, permitem o controle do stock, entre outros. Estes equipamentos
são sensores que transmitem todas essas informações para um computador.

Bacia de retenção

Em redor dos tanques existe uma bacia de retenção, construída em alvenaria e com
todo o cuidado para que esta seja impermeável. A sua função é garantir a retenção do
produto, caso ocorra um acidente que culmine em derrame de combustível. A bacia de
retenção é dimensionada de modo a conter até 80% da capacidade dos tanques nela
assentes.

4.4.2.3 Abastecimento de combustível

Linhas de abastecimento

São tubos que, geralmente, interligam as bombas de combustível e os tanques desde o


recebimento de produto do camião tanque até ao abastecimento das locomotivas. São
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feitos de materiais flexíveis, resistentes à corrosão e inertes, ou seja, não reagem aos
combustíveis.

Bomba

A bomba é instalada na casa das bombas localizada próximo da bacia de retenção. O


ponto de descarga fica ao nível do solo e é utilizado um motor para sugar o
combustível directamente dos tanques para o posto de abastecimento, através do
comando de um operador. Na parte superior, está instalado um sensor medidor de
caudal (meter) que transmite a um microprocessador a quantidade de combustível e o
valor total que o consumidor final deve abastecer.

Tanque cheio

O bico da bomba notifica que o tanque está cheio graças a um pequeno tubo que corre
dentro da mangueira de combustível. Ligado a um sistema de sucção, esse tubo “suga”
ar do tanque de combustível. Quando o tanque enche, o combustível bloqueia a
entrada do tubo de sucção. No tubo de sucção, a queda de pressão faz o diafragma
expandir, tocando o manipulo da bomba e “travando” o fluxo de combustível.

Filtro de gasóleo

Entre todos os combustíveis utilizados pelos veículos, o gasóleo é o que tem o menor
grau de pureza. Por isso, antes de ir para o motor da locomotiva, o gasóleo passa por
filtros de papel prensado, que retêm do lado de fora as impurezas (partículas
microscópicas) mais grosseiras.

4.4.2.3 Limpeza do posto de abastecimento


O piso do posto de abastecimento deve ser cuidadosamente tratado para impedir que
os óleos derramados durante os abastecimentos contaminem o meio ambiente, esses
pisos são dotados de uma caixa de recolha que conduz os óleos e a água para uma
caixa de separação de hidrocarbonetos. Como o óleo e a água têm densidades
diferentes, não se misturam e o óleo fica por cima, sendo, assim, fácil recolhê-los em
caixas diferentes.

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4.4.2.4 Sinalização
Tendo como base as características do local e procedimentos para o seu
funcionamento, será instalada sinalização adequada em todo o recinto do posto de
abastecimento de combustíveis para viaturas. A sinalização a instalar e que deverá ser
respeitada ao longo da fase de operação do posto de abastecimento é apresentada no
Anexo.

4.4.3 FASE DE DESACTIVAÇÃO


É esperado que o posto de abastecimento fique em operação por cerca de 15 a 20
anos. Caso haja necessidade de se proceder à desactivação/desmobilização do posto
de abastecimento, a área deverá ser recuperada de modo a não criar impactos
ambientais (biofísicos, socioeconómicos e de saúde e segurança ocupacional)
adicionais e a repor, tanto quanto possível, as características do local. Todas as infra-
estruturas consideradas desnecessárias para a utilização posterior da área devem ser
removidas, quaisquer materiais ou equipamentos devem ser igualmente removidos e
encaminhados para destino adequado. Potenciais fontes de poluição associadas ao
projecto devem ser eliminadas da área.

Assim, as principais actividades esperadas para esta fase podem incluir, entre outras,
as seguintes:

− Desmantelamento de equipamento e infra-estruturas;

− Aterro e nivelamento do solo;

− Restabelecimento e reabilitação da vegetação perturbada; e

− Transporte de equipamentos e materiais para fora do local e desmobilização de mão-


de-obra.

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4.5 INTERVENÇÕES COMPLEMENTARES AO PROJECTO


Para além do posto de abastecimento de combustíveis propriamente dito, cujas
intervenções e actividades foram descritas anteriormente, como actividades
complementares e associadas ao presente Projecto, serão desenvolvidos os acessos
ao local.

Os acessos incluem a área de acesso para os camiões de descarga de combustível e


restantes viaturas associadas ao funcionamento do posto e também um pequeno
desvio da linha férrea existente, num total de 500 m, para acesso das viauras à zona
de abastecimento. O layout geral de implantação destas intervenções é apresentado no
Anexo.

4.6 MÃO-DE-OBRA
Durante a construção está prevista a contratação de 50 trabalhadores subdivididos
entre encarregados de obra, responsáveis de sector, técnico de HSE (Saúde,
Segurança e Ambiente, em inglês Health, Safety and Environment), pedreiros e
ajudantes. Para a fase de operação a mão-de-obra será toda moçambicana e está
prevista a contratação de 50 trabalhadores.

4.7 GERAÇÃO DE RESÍDUOS


Na fase de construção prevê-se a produção de diferentes tipologias de resíduos, entre
os quais se salientam os seguintes:

− Materiais provenientes de actividades de limpeza do terreno e


escavação/nivelamento do solo;

− Outros resíduos gerais de construção (e.g. cabos eléctricos, tubagens, embalagens,


entre outros);

− Resíduos sólidos urbanos produzidos pelos trabalhadores; e

− Resíduos perigosos associados à manutenção de equipamentos e maquinaria (como


óleos usados, filtros, baterias, pilhas, entre outros).

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Durante a fase de operação, os resíduos gerados constituem essencialmente os


seguintes:

− Resíduos sólidos urbanos (orgânicos, restos de embalagens de plástico ou cartão,


entre outros);

− Resíduos perigosos provenientes da manutenção de equipamentos (filtros, óleos


usados, entre outros); e

− Hidrocarbonetos derramados (combustíveis, lubrificantes ou fluidos hidráulicos).

Na fase de desactivação, prevê-se que os resíduos produzidos tenham características


semelhantes aos da fase de construção, incluindo, adicionalmente, entulho e
equipamentos inoperacionais resultantes da potencial demolição de edifícios e
desmobilização das infra-estruturas do posto de abastecimento.

5 ANÁLISE DE ALTERNATIVAS
De acordo com o Regulamento de AIA, deve ser efectuada uma análise das
alternativas. As alternativas analisadas na fase de EAS são as seguintes: Alternativa à
implementação do Projecto. A alternativa à implementação da actividade é a
“alternativa zero”, que implicaria a não implementação do projecto. Actualmente, o
abastecimento de combustível nas locomotivas é efectuado na única infra-estrutura
disponível para este efeito na região sul do país, localizada no Municipio da Katembe.

O Projecto irá permitir que as viaturas envolvidas em actividades de carga e descarga


de materiais e/ou produtos encontrem nas proximidades um local para o abastecimento
de combustível.

Tendo em conta que o Projecto dá resposta à não existência de infra-estruturas de


abastecimento na Katembe, que possam constituir uma alternativa ao posto de
abastecimento, considera-se que o posto de abastecimento de combustíveis para é
uma infra-estrutura de vital importância.

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Deste modo, a alternativa de não implementação do Projecto não parece viável e, não
tendo sido identificadas questões ambientais fatais e/ou irreversíveis e que resultem
em riscos significativos para o meio ambiente ou a população, não deverá ser
considerada.

Alternativa à localização do projecto

A proposta de localização do Projecto foi baseada não apenas em critérios técnicos,


como também na localização estratégica do ponto de vista de oferta de combustíveis
para abastecimento de viaturas. Tratando-se de um posto de abastecimento de
combustíveis, a sua localização deve ser determinada em função de factores
operacionais, como a proximidade da linha férrea, facilidade de reabastecimento,
existência de um local que reúna as condições necessárias, entre outros.

O local escolhido reúne essas condições, pelo que a implementação deste Projecto, na
localização designada para o efeito, irá reduzir o tempo necessario para a deslocação a
Katembe e, por conseguinte, flexibilizar a sua operação. Deste modo, não foram
indicadas alternativas de localização.

6 ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJECTO


6.4 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRECTA
A Área de Influência Directa (AID) para a presente actividade é definida, em termos
gerais, como a zona situada no espaço físico directamente afectado pelas actividades
do Projecto. Esta área restringe-se, em princípio, ao espaço onde as instalações do
posto de abastecimento de combustíveis serão implantadas e ao terreno circundante.
Tendo em conta as características do local, a AID compreende a área de implantação
do Projecto e a área envolvente num raio de 100 m.

6.5 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRECTA

A Área de Influência Indirecta (AII) do projecto é uma área mais abrangente, até onde
se podem fazer sentir os efeitos do Projecto proposto, de forma indirecta. Assim, a AII
engloba a envolvente mais alargada das instalações do posto de abastecimento, que

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inclui essencialmente no local da implantação do projecto. Uma área de abrangência


maior, a nível local ou da Região Sul do País, pode ainda ser considerada tendo em
conta a contribuição do Projecto para a economia, não sendo, no entanto, possível
estabelecer com rigor os seus limites geográficos.

7 SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA
7.4 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DO AMBIENTE BIOFÍSICO
A caracterização biofísica da situação existente foi efectuada considerando uma escala
mais local, que diz respeito à área de intervenção do Projecto e a área envolvente
directa, designada como a “área do Projecto”, onde se prevê que possam ocorrer os
impactos directos do Projecto, no que se refere à perturbação devido ao ruído das
obras, emissão de poeiras, poluição dos solos, entre outros. Sempreque relevante, esta
escala é alargada de modo a fazer um enquadramento mais geral da caracterização,
sendo a mesma referida por “área em estudo”.

7.1.1 CLIMA

Moçambique possui, de uma maneira geral, um clima quente e húmido. As principais


variações climáticas estão relacionadas com os seguintes factores: continentalidade,
altitude, exposição e posição geográfica (Cumbe, 2007). A cidade de Maputo, onde se
insere oDM Katembe, é caracterizada por apresentar um clima subtropical/semi-húmido
e um regime climático com duas estações, a seca e a húmida.

7.1.1.1 Precipitação e temperatura

A estação meteorológica mais próxima do local do Projecto é a Estação Meteorológica


de Maputo, localizada a uma distância em linha recta de aproximadamente 10 km. A
temperatura e precipitação médias mensais para esta estação, calculadas com base
em dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) para o período de 1983 a 2013,
são apresentadas na Figura abaixo.

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Figura -1. Precipitação e temperatura média mensal na Estação Meteorológica de Maputo, dados de
1983 a 2013

A temperatura média anual é de 23,2 ºC. A estação húmida ocorre entre Outubro e
Abril e apresenta temperaturas médias mensais entre os 24 °C e os 26 °C. A estação
seca ocorre entre os meses de Maio e Setembro, sendo os meses de Junho e Julho os
que apresentam as temperaturas médias mensais mais baixas, que variam entre 19,6 e
20,1 ºC. A precipitação média anual é de cerca de 800 mm. A maioria da precipitação
anual ocorre entre Outubro e Março. O mês que apresenta maior precipitação é o mês
de Janeiro, com uma precipitação média mensal de 152 mm.

7.1.1.2 Ventos
A rosa-dos-ventos apresentada na Figura abaixo representa esquematicamente as
direcções a partir das quais os ventos sopram com maior frequência. As cores
utilizadas na rosa-dos-ventos reflectem as diferentes categorias das velocidades do
vento. O regime de ventos na região da Matola é caracterizado por ventos provenientes
maioritariamente dos quadrantes Sul, Norte e Este. Como se pode verificar (Figura
abaixo), as direcções predominantes são de Lés-nordeste, de Sul e de Su-sudeste,
sendo que nas duas últimas, os ventos podem atingir velocidades superiores a 38
km/h.

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Figura -. Direcção e intensidade dos ventos predominantes na DM-Katembe


Fonte: (Meteoblue, 2020)1

7.1.1.3 Eventos extremos


Moçambique tem altos níveis de variabilidade climática e fenómenos meteorológicos
extremos (secas, cheias, ciclones, entre outros.). As cheias e secas afectam
principalmente as regiões sul e centro e os ciclones são mais frequentes nas áreas
costeiras e marinhas.

Secas são os desastres mais frequentes, ocorrendo regularmente em intervalos de


tempo de três a quatro anos e constituem um entrave ao desenvolvimento e aos meios
de subsistência, uma vez que grande parte da população vive nas áreas rurais e
depende da agricultura de sequeiro.

Ocorrem também cheias cíclicas que representam uma ameaça à população humana,
à agricultura e às infra-estruturas, especialmente quando vêm em conjunto com
tempestades ciclónicas (Impacto, 2020). Moçambique tem uma estação de ciclones
tropicais, que vai de Dezembro a Fevereiro.

Durante este período, os ciclones são mais propensos a desenvolverem-se ao largo da


costa oriental de Madagáscar e no Canal de Moçambique, devido à deslocação da

Os diagramas climáticos do meteoblue são baseados em 30 anos de simulações do modelo


1

meteorológico, constituindo boas indicações de padrões climáticos típicos e condições previstas

35
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Zona de convergência intertropical (ZCIT) para sul, às temperaturas quentes do Verão


e ao consequente aumento da evaporação no Oceano Índico (Impacto, 2020). Um
estudo de 2017 (Cabral, et al., 2017) calculou um Índice de Exposição para a costa de
Moçambique, com o objectivo de fornecer ferramentas aos responsáveis pelo
planeamento da zona costeira para mitigar os efeitos dos riscos climáticos nas zonas
costeiras que ameaçam vidas e bens.

Segundo este estudo, o Índice de Exposição para a zona costeira da cidade de Maputo
varia de “Muito Baixo” a “Muito Alto”. A área do Projecto apresenta um índice de
exposição classificado como “Muito Baixo”

7.1.2. QUALIDADE DO AR
A área do Projecto, localiza-se numa zona de uso industrial, na qual ocorrem
actividades de génese industrial que contribuem para uma alteração antropogénica do
meio, afectando a qualidade do ar.

Na área doa inserção, verifica-se uma alteração das condições naturais devido à
emissão de poluentes atmosféricos sobretudo de material particulado e de gases de
combustão como dióxido de azoto (NO2) e dióxido de enxofre (SO2) e de compostos
orgânicos voláteis (COV) (Cumbane, et al., 2007).

Estas emissões são resultado das actividades realizadas no local, das quais se
destacam as operações de carga e descarga de viaturas, as operações de estiva
através de meios mecânicos, entre outras.

Destaca-se também o tráfego automóvel existente na área em estudo que contribui


para a alteração da qualidade do ar através da libertação de poluentes atmosféricos,
nomeadamente de material particulado, óxidos de enxofre e óxidos de azoto
(Cumbane, et al., 2007).

36
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7.1.3. AMBIENTE SONORO


À semelhança do que acontece com a qualidade do ar, dado que a área do Projecto se
insere no DM Katembe, onde ocorrem diversas actividades de génese industrial,
verifica-se uma alteração antropogénica do meio, afectando também o ambiente
sonoro existente. Este é afectado pela operação generalizada de equipamentos e pela
circulação de veículos rodoviários ligeiros e pesados, assim como pela circulação
ferroviária, que contribuem para a perturbação do ambiente sonoro nesta área
industrial.

7.1.4. GEOLOGIA, SOLOS E TOPOGRAFIA


7.1.4.1. Geologia

A área em estudo localiza-se na cidade de Maputo que se encontra assente na região


da Bacia Sedimentar de Moçambique, que se estende desde o Rio Save até à África do
Sul, e é caracterizada pela presença dominante de dunas interiores do Quarternário
com areias eólicas vermelhas e de aluvião, areia, silte e cascalho. Na área do Projecto
verifica-se a presença de dunas interiores do Quarternário com areias eólicas
vermelhas. As características da geologia na área do Projecto são apresentadas na
tabela seguinte.

Tabela: Características geológicas da área do Projecto

TIPO DE
SIMBOL GEOLOGIA EON ERA PERÍODO ROCHA
O
Duna interior;
Qdi areia eólica Fanerozóic Cenozóic Quaternário Sedimentar
vermelha o o
Figura -. Geologia da área do Projecto

37
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Figura- Geologia da área do Projecto

7.1.4. Solos

Na área do Projecto predominam solos de Mamanga (Figura). As características gerais


dos solos de Mamanga são apresentadas na tabela seguinte.

Tabela -. Características dos solos na área do Projecto

Unidades Característic Geomorfologia Forma de Topografia DRENAGE


de Solos asDominant e Geologia Terreno Declive (%) M
es
M - Solos Planícies,
de Solos de Sedimentos de fundos de Imperfeita a
Mananga Mananga não Mananga vales em Quaseplano moderadam
com especificados Camada < 20 m zonas de 0-2 ente boa
cobertura (MM ou MA) depósitos cobertura
arenosa de sódicos duros arenosa
espessura do Pleistoceno

38
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variável

Os solos de Mamanga que ocorrem na área do Projecto são do agrupamento M3.


Segundo (INIA, 1993), estes solos possuem uma camada superior arenosa com 0,5 a 1
m de profundidade sobre o horizonte B 2, geralmente com uma mudança abrupta de
textura. O último horizonte tem manchas, é extremamente duro e de textura franco-
argilo-arenosa. Estes solos são moderadamente bem drenados. O teor de matéria
orgânica do solo superficial é baixo, situando-se entre 0,5 e 2,7 %.

Figura -. Solos na área do Projecto

7.1.4.3. Topografia

A topografia geral da área em estudo inclui colinas ligeiramente onduladas, inclinando


para o sul a partir de 20 m acima do nível do mar, em direcção ao mar e ao Estuário do
Espírito Santo. Esta orienta os principais cursos de água e determina as linhas de
2
Os solos evoluídos possuem normalmente várias camadas sobrepostas, designadas por horizontes. O horizonte B
corresponde ao horizonte de acumulação de materiais provenientes dos horizontes superiores, nomeadamente
argilas. Pode apresentar cores avermelhadas devido à presença de óxidos e hidróxidos de ferro (DTC, 2020).

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drenagem natural das águas pluviais. A topografia da área do Projecto situa-se


inteiramente na classe altimétrica dos 0 aos 60 m.

Figura-Altimetria da área do Projecto

7.1.5. HIDROLOGIA E HIDROGEOLOGIA


7.1.5.1. Recursos hídricos superficiais
A Baía de Maputo constitui uma enseada do Oceano Índico na costa de Moçambique,
entre 25° 40' e 26° 20' S, com um comprimento de norte a sul superior a 90 km e com
32 km de largura. Diferentes rios drenam na Baía de Maputo, sendo o Incomati, o
Maputo e o Umbelúzi, os rios mais importantes (cursos permanentes). A Baia de
Maputo, são sazonais, isto é, secam no tempo seco, mas conservam água superficial
no seu leito, em fundões.

Devido às características fortemente urbanas da região em estudo, com a Cidade de


Maputo, as linhas de água encontram-se fortemente alteradas pelas obras de
drenagem urbanas e pela consequente alteração das características do solo
(impermeabilizações) e declives (por terraplenagens) que condicionam o escoamento
superficial. Acresce ainda um relevo aplanado, de baixo declive, em materiais

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permeáveis, que não propiciam o entalhe das linhas de água criando formas de relevo
evidentes. Contudo, é possível notar a influência fluvial no modelado do relevo nos
vales dos rios Matola e Infulene.

Figura. Baía de Maputo Fonte: (Silva, 2006)

A Baía de Maputo é limitada a este pelas Ilhas da Inhaca e dos Elefantes e pela
península do Machangulo. A sul, encontra-se a desembocadura do Rio Maputo, o limite
norte da Reserva de Elefantes de Maputo e, mais para oeste, a Catembe. A oeste,
encontram-se o Estuário do Espírito Santo, formado pelos Rios Umbelúzi, Matola,
Tembe e Infulene, e a Cidade de Maputo.

A norte, encontra-se a desembocadura do Rio Incomati e a Península da Macaneta,


que forma o limite oeste da abertura maior da baía. A área do Projecto localiza-se junto
ao Estuário do Espírito Santo e insere-se na bacia hidrográfica do Umbelúzi. A este da
área do Projecto, verifica-se uma área com zonas húmidas com um pequeno riacho
que drena para o Estuário do Espírito Santo.

41
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7.5.1.2. Recursos hídricos subterrâneos

A nível da hidrologia subterrânea a região em estudo tem uma significativa


potencialidade em termos de recursos hídricos subterrâneos, com a presença de
aquíferos associados à extensa cobertura sedimentar. Na área do Projecto, os
aquíferos são do tipo A3, caracterizados por areias médias a finas, por vezes muito
finas, de origem eólica ou marinha (Qd) e apresentam uma produtividade moderada.

Tabela -. Domínios e características dos aquíferos na área do Projecto

DOMÍNIOS DE TIPO/ PRODUTIVIDADE CAUDAIS MÉDIOS (m3


OCORRÊNCIA DA ÁGUA /h)
SUBTERRÂNEA
A. Aquíferos A3 – 3 - 10
predominantemente Moderadamenteprodutivos
intergranulares (contínuos,
geralmente não
consolidados)

7.1.6. HABITATS, FAUNA E FLORA


Nestas áreas da influencia do projecto, devido à influência humana, a vegetação
natural está completamente ausente e apenas algumas espécies ruderais ocupam as
pequenas áreas do solo não impermeabilizado. A fauna é típica de áreas muito
perturbadas pela acção humana e consiste em animais de pequeno porte como ratos,
coelhos, anfíbios, répteis e invertebrados.

Na envolvente da área em estudo, fora da área de influência do Projecto, verifica-se a


presença de zonas húmidas e de um pequeno riacho, com ecossistema característico
destas áreas. Na área do Projecto, tanto a flora como a fauna foram também
profundamente afectadas por factores antropogénicos, não existindo espécies animais
e vegetação relevantes a considerar

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7.5 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DO AMBIENTE


SOCIOECONÓMICO
A caracterização socioeconómica da situação existente foi efectuada considerando
duas escalas de análise, uma escala mais local, que diz respeito a área de intervenção
directa do projecto e a área envolvente, localizada no Bairro Chali, que é onde se farão
sentir os impactos direitos do projecto no que se refere à perturbação devido ao ruído
das obras e emissão de poeiras, acidentes de trabalho, entre outros, e uma escala
mais alargada considerada para efeitos de enquadramento, nomeadamente o DM-
Katembe e, quando relevante, a cidade de Maputo.

7.2.1 ENQUADRAMENTO GERAL E ADMINISTRATIVO


O Distrito Municipal da Katembe, como unidade administrativa local, e que coincide
geograficamente com o território municipal. E situa-se a sul da cidade de Maputo. E é
limitado a Norte e a Leste pela baia de Maputo, Sul pelo distrito de Matutuine, através
da Avenida do Meticale a Oeste pelo Distrito de Boane atravez do rio Tembe (CMCM,
2021). Encontra-se subdividido em 5 bairros com os repeiivos quarteirões, conforme
apresentado na tabela seguinte.

Bairros Quarteirões
Guachene 8
Chali 13
Inguide 8
Chamissava 16
Incassane 18

7.2.2. ESTRUTURA LOCAL DE GOVERNAÇÃO


7.2.2.1. Estrutura ao nível do Distrito Municípial
A organização política e administrativa no Distrito da Katembe, segue a estrutura
hierárquica típica dos Governos Distritais de Moçambique, sendo liderada pelo
Administrador do Distrito Municipal, apoiado pelo Chefe dos Serviços Municipais e
pelos Directores dos serviços distritais, nomeadamente Serviços Distritais de
Actividades Económicas (SDAE), Planificação e Infraestruturas (SDPI), Educação,
Juventude e Tecnologia (SDEJT) e de Saúde, Mulher e Acção Social (SDSMAS).

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A área do Projecto, para além de fazer parte do Distrito Municipal Katembe, também
pertence à Área Municipal. No Município da Maputo, o órgão executivo é o Conselho
Municipal, constituído por um Presidente e 7 vereadores, a liderança é assumida pelo
Vereador que é legitimado por meio de eleições periódicas. O Secretário do birro é
apoiado pelos Chefes de quarteirão - 10 casas. Paralelamente à estrutura
administrativa oficial, ao nível de bairro, existem os secretários de círculos e células
(lideranças partidárias) que actuam na gestão do bairro.

7.2.2.2 Estrutura a nível local


A Autoridade Comunitária compreende dois sistemas de liderança, que colaboram
entre si:

− Líderes comunitários eleitos, geralmente representados por secretários;

− Sistema tradicional (líderes hereditários segundo as regras de sucessão baseadas


nos laços familiares). O líder e os seus subordinados a nível local são tipicamente
descendentes das famílias fundadoras do bairro, tendo, por isso, um elevado nível de
prestígio e respeito.

7.2.3. Perfil Demografico

A superfície total do Distrito Municipal é de 101 Km2. Segundo o censo populacional de


2007, o Distrito possui uma população total de 28.788 habitantes, sendo uma
densidade populacional de 1 habitante por m 2. Cerca de 80% da população dedica-se a
actividade agrícola familiar, 10% tem a a pesca como seu meio de sustento e os
restantes se ocupam a outras actividades (comércio, prestação de servíços).

Principais doenças

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As doenças mais comuns no Distrito Municípal da Katembe, são malária, sarampo,


diarreia, raiva (resultante de mordedura de canina), disenteria, paralisia flácida aguda,
cólera, tétano neonatal e síndrome febril. Os dados relativos ao ano 2020 mostram a
diarreia como a doença mais prevalente (39,2 % do número total de casos de doença
registados), seguida da síndrome febril (32,1%) e só depois da malária (23,2%) (DM
Katembe, 2021). O HIV/SIDA e as doenças sexualmente transmissíveis (DST) também
estão presentes no cenário da Matola. Foram testadas 154 792 pessoas das quais 10
285 tiveram resultados HIV+, com uma seropositividade de 7%.

Estes números representam uma redução de 23% do número de pacientes testados e


28% de positivos, quando comparados com os dados de 2019. Um total de 11 455
pacientes iniciaram tratamento anti-retroviral (TARV), o que representa uma redução de
16% face a 2019. Actualmente, o distrito conta com 70 521 pacientes activos,
registando um aumento de 23% face a 2019.

A variação destes dados face ao ano de 2019 foi influenciada pela redução das
actividades devido às restrições impostas para conter a propagação da COVID-19.
Face à actual situação sanitária da pandemia COVID-19, medidas de prevenção e
combate à COVID-19 têm vindo a ser implementadas na Matola, tal como no resto do
país. As unidades sanitárias do município têm desenvolvido actividades de vigilância
activa e prestados cuidados aos pacientes com COVID-19, tendo-se registado no
Distrito Municipal de Katembe, um total cumulativo de 2 656 casos positivos
(contabilizados até ao dia 29 de Dezembro de 2020).

7.2.3.1. Saúde
Rede Sanitária
O Sistema Nacional de Saúde é composto por um sistema de quatro níveis,
nomeadamente: primário (Postos de Saúde e Centros de Saúde de tipo I e tipo II),
No total a rede sanitária do Distrito Municipal da Katembe é composta por 2 unidades
sanitárias.

7.2.4. Acessos e transportes


45
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7.2.4.1. Acessos

O DM Katembe, localizada a sudeste da capital do país, é atravessada por uma rede


de estradas, que liga a zona sul do país Swatini atravez da entrada de Boane e à
República da África do Sul (EN4). Estas estradas são pavimentadas e encontram-se
em bom estado de manutenção, principalmente no Bairro Chali. Contudo, dentro dos
bairros, existem estradas secundárias que não são pavimentadas (terra batida na sua
maioria).

Para além da rede de estradas, existem duas linhas férreas, nomeadamente a Linha de
Salamanga, no vizinho Distrito de Matutuíne, que faz parte do Corredor de Maputo.
Transporte rodoviário. A descrição do transporte rodoviário da Katembe, onde se
encontra o Projecto, é semelhante ao resto do município.

O transporte rodoviário

É garantido por transportes públicos colectivos geridos pela empresa nacional de


transportes (TPM, E.P.) e transportes privados semicolectivos que operam em mini-
autocarros (vulgarmente designados por “chapa”) e táxis. Além desses, existem
carrinhas particulares que oferecem transporte a um preço simbólico, mais conhecidas
como “my love”. Todos estes tipos de transportes ligam todos os postos administrativos
e bairros, bem como outros distritos, incluindo a Cidade de Maputo. Existem pontos
específicos ao longo das estradas que servem de ponto de embarque e desembarque
do público.

Transporte marítimo

Katembe é interceptado pelo estuario de mauto a sul que flui para a Baía de Maputo.
Este é navegável a partir da zona portuária de Maputo e pode ser uma alternativa para
aliviar a pressão sobre outros meios de transporte. Existem embarcações disponíveis
para a rota Maputo - Katembe e vice-versa.

Comunicações Existe uma rede fixa disponível na Katembe que operam em todos os
bairros, operam também três prestadores de serviço de telemóvel, nomeadamente,

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Movitel, MCel e Vodacom. Todos os bairros têm acesso a estes prestadores de


serviços e com um sinal consideravelmente bom.

7.2.5. ACTIVIDADES ECONÓMICAS E DE SUBSISTÊNCIA


Comércio

O comércio é uma actividade muito desenvolvida no município e, seguindo a tendência


do país, é realizado a nível formal e informal e abrange sectores como alimentação,
vestuário, mobiliário, materiais de construção, electrodomésticos, papelaria, entre
outros. Em 2017, existiam no total 9 148 estabelecimentos comerciais. Para além do
comércio formal registado, o negócio informal é também observado na Katembe.

Turismo

Devido à localização e às características semiurbanas e urbanas, tem vindo a


desenvolver um is de desenvolvimento consideravelmente elevados e às melhores
condições de infraestruturas em turismo de negócios. Este tipo de turismo ocorre
devido aos níve comparação com outros distritos da Província de Maputo. Em 2017,
existiam 36 estabelecimentos turísticos no município e também uma vasta oferta de
restaurantes.

Agricultura

A produção agrícola é principalmente dominada por cereais (principalmente milho e


maçaroca), leguminosas (principalmente amendoim), raízes e tubérculos
(principalmente batata doce e mandioca) e hortícolas (principalmente couve e alface).
Parte da agricultura é para fins de subsistência e a outra parte é fornecida para os
mercados e supermercados da Matola (rede de comércio formal) e para venda por
comerciantes informais.

Na campanha agrária 2019/2020 foram semeados 4 657,8 ha, aos quais corresponde
uma produção total de 56 582,4 toneladas de alimentos diversos, dos quaisse destaca
a couve (17 920,4 ton), a alface (16 507,7 ton), a maçaroca (1 823,5ton) e o milho (1
642 ton). Comparando com igual período do ano passado em que foram produzidas 55
744,2 toneladas, registou-se um aumento de 1,5 % na produção de alimentos.

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Pecuária

A pecuária também é uma actividade importante para as famílias do município e é


desenvolvida a nível familiar e comercial. A actividade é caracterizada pela criação de
pequenos animais (aves, cabras, ovelhas e porcos) e de animais de grande porte
(bovinos).

O sector familiar é dominado pela produção de pequenos animais, principalmente aves


e patos, representando um dos mais importantes componentes da dieta alimentar da
família e uma importante fonte de renda. Os animais constituem também um meio de
acumulação de riqueza (especialmente bovinos e caprinos), dando, de forma simbólica,
prestígio às famílias.

No que se refere à produção de carnes, durante o ano de 2020 foram produzidas 69


926,3 toneladas de carnes diversas, o que representa um crescimento de 26,7% face
ao ano anterior.

Devido à existência de infra-estruturas adequadas para a produção em grande escala e


um mercado para o consumo, o DM Katembe é uma referência na produção de frango.
Do total de carnes produzidas, o frango de corte representa um total acumulado de 67
1,4 toneladas, o que representa um aumento de 26% face ao ano de 2019. Este
crescimento deveu-se à maior adesão e integração de novos criadores para o aumento
da produção e produtividade.

7.2.6. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO


A área do Projecto, localizada no DM Ketembe, está inserida numa zona onde o uso e
ocupação do solo se caracterizam por áreas de uso industrial. A área enquadrante
apresenta outros tipos de uso do solo, onde se observam padrões de uso urbano,
agrícola e natural.

Refere-se que o enquadramento urbano/industrial da área se distingue da maioria do


uso do solo na região, assim como outras regiões do território de Moçambique onde o
uso/ocupação do solo é dominantemente de carácter agrícola e natural.

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7.2.7. PATRIMÓNIO HISTÓRICO E CULTURAL


No Distrito Municípal Katembe é possível encontrar diferentes locais com importância
histórica ou cultural, como é o caso do Monumento da praca dos herois, localizado no
Bairro Chali, onde se realizam cerimonias alusivas as datas comemorativas No entanto,
na área do Projecto e na sua envolvente não estão presentes locais de importância
histórica ou cultural, nem de carácter sagrado.

8 IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS POTENCIAIS IMPACTOS DO PROJECTO


E DEFINIÇÃO DE MEDIDAS DE MITIGAÇÃO
8.1 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS

8.1.1 IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS

Para identificação dos potenciais impactos do Projecto, a informação sobre a descrição


do Projecto foi confrontada com as características da sua área de implementação e
foram identificados os elementos da actividade susceptíveis de causar impactos no seu
meio de inserção. Este exercício permitiu proceder à identificação dos potenciais
impactos da actividade nos meios biofísicos e socioeconómico.

8.1.2 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS

Na avaliação dos potenciais impactos decorrentes da implementação do Projecto foi


utilizada uma metodologia quantitativa, que visa reduzir a subjectividade envolvida na
realização de tais avaliações. Com esta metodologia pretende-se garantir uma maior
precisão na determinação da significância dos impactos (positivos ou negativos)
previstos sobre o ambiente natural e/ou social circundante. Os principais objectivos da
avaliação de impactos são os seguintes:

− Identificar e avaliar a significância dos potenciais impactos do Projecto sobre os


receptores identificados e os recursos naturais de acordo com critérios de avaliação
definidos;

− Desenvolver e descrever as medidas que serão tomadas para evitar, minimizar,


reduzir ou compensar os potenciais efeitos negativos ou potenciar os positivos;

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− Indicar a importância dos impactos residuais que permanecem depois da mitigação;


e

− Desenvolver recomendações para a gestão e monitorização a ser implementada


como parte do PGA.

8.1.2.1 Definição da natureza do potencial impacto


Cada potencial impacto será identificado pela sua causa subjacente (a actividade ou
acção do Projecto) que poderá resultar num impacto (alteração no ambiente biofísico e
socioeconómico, seja positiva ou negativa) num determinado receptor (o ambiente
natural ou comunidade que vai ser afectado).

Com base no descrito acima, quanto à sua natureza, o potencial impacto poderá ser
definido como positivo ou negativo. Além disso, o impacto pode ser do tipo directo,
indirecto ou cumulativo.

TERMO DESCRIÇÃO
Natureza do Impacto
Impacto que representa uma melhoria na
Positivo situação ambiental de referência ou
introduz uma mudança positiva.
Impacto que representa uma mudança
Negativo adversa na situação ambiental de
referência, ou introduz um novo factor
indesejável.
Tipo de Impacto
Impacto que resulta de uma interacção
directa entre uma actividade do Projecto
planeada e o ambiente
Impactodirecto receptor/receptores (por exemplo, entre a
ocupação de um local e os habitats pré-
existentes ou entre uma descarga de
efluentes e a qualidade da água no meio
receptor).
Impacto que resulta de outras actividades
que tendem a acontecer como
Impactoindirecto consequência do Projecto (por exemplo,
imigração laboral que exige especial
necessidade de recursos).
Impacto que age em conjunto com outros
impactos (incluindo os de futuras

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Impactocumulativo actividades de terceiros já planeadas ou


a ocorrer em simultâneo) e que afecta os
mesmos recursos e/ou receptores do
Projecto.

8.1.2.2 Classificação do potencial impacto

Cada potencial impacto foi classificado com base em critérios estabelecidos, incluindo
a sua probabilidade, intensidade, extensão, duração e frequência. A magnitude do
impacto é uma função destes critérios

Tabela - Critérios de avaliação dos potenciais impactos

CRITÉRIO ESCALA DESCRIÇÃO


Probabilidade 1-5 Possibilidade de ocorrência do impacto
Provável 3 Existe uma possibilidade reconhecida de
ocorrência do impacto.
Altamenteprovável 4 Quando a ocorrência do impacto é
considerada quase certa.
Certa 5 Quando há certeza que o impacto irá ocorrer.
Intensidade 1-5
Ambientebiofísico A intensidade pode ser considerada em termos de
sensibilidade do receptor ao impacto.
Insignificante 1 As mudanças no meio ambiente são
imperceptíveis ou insignificantes.
Baixa 2 O funcionamento dos processos naturais não
é substancialmente afectado.
Moderada 3 O ambiente afectado é alterado, mas o
funcionamento dos processos naturais
continua, ainda que de forma modificada.
Alta 4 O funcionamento dos processos naturais é
substancialmente afectado.
Muitoalta 5 O funcionamento dos processos naturais é
temporária ou permanentemente
interrompido.
Ambientesocioeconómic Intensidade pode ser considerada em termos da
o capacidade de as pessoas/comunidades afectadas se
adaptarem às alterações causadas pelo Projecto.
Insignificante 1 Não há qualquer mudança perceptível no
modo de vida e meios de subsistência das
pessoas.
Baixa 2 As pessoas/comunidades conseguem
adaptar-se com relativa facilidade e manter o

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modo de vida e meios de subsistência


anteriores ao impacto.
Moderada 3 As pessoas/comunidades conseguem
adaptar-se com alguma dificuldade e manter o
modo de vida e meios de subsistência
anteriores ao impacto, mas apenas com um
certo grau de apoio.
Alta 4 O modo de vida e meios de subsistência das
pessoas/comunidades são substancialmente
afectados.
Muitoalta 5 As pessoas/comunidades afectadas não vão
conseguir adaptar-se às mudanças e manter
o modo de vida e meios de subsistência
anteriores ao impacto.
Extensão 1-5 Área geográfica afectada pelo impacto
Local 1 Impactos que afectam essencialmente a área
de implantação do projecto.
Envolvente 2 Impactos que afectam uma área mais
alargada na envolvente do posto de
abastecimento, num raio de 100 metros.
Sub-regional 3 Impactos que são sentidos no Município da
Matola.
Regional 4 Impactos que afectam importantes recursos
ambientais ou são sentidos à escala regional
(região sul do País).
Nacional/internacional 5 Impactos que afectam recursos de
importância nacional/internacional
(Moçambique/países vizinhos), têm
consequências macroeconómicas ou afectam
uma área relevante a nível
nacional/internacional.
Duração 1-2 Período ao longo do qual se espera que o
impacto ocorra
Temporário 1 Impactos com um período de ocorrência
curto.
Permanente 2 Impactos que ocorrem de forma permanente
ao longo da vida útil do projecto.
Frequência 1-3 Periodicidade de ocorrência do impacto
Raro 1 Impacto cuja periodicidade de ocorrência
efectiva é muito baixa.
Ocasional 2 O impacto repete-se com alguma frequência.
Frequente/constante 3 Impacto que ocorre de forma frequente, com
periocidade elevada (diária, semanal, etc.).

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A magnitude (ou gravidade/grandeza) diz respeito ao efeito sobre os processos


ambientais e sociais, resultante de um dado impacto. Esta está relacionada com a
intensidade com que uma acção altera o meio afectado, combinada com a extensão,
duração e frequência do impacto. Ou seja, a determinação da magnitude de um
impacto é função da intensidade, extensão, duração e frequência e pode ser
classificada conforme apresentado na Tabela abaixo.

MAGNITUDE ESCALA
(intensidade + extensão + duração + frequência) (3-15)
Negligenciável <7
Baixa 7-9
Moderada 10-12
Alta >12

Tabela-. Classificação da magnitude do impacto

Após o processo de classificação acima descrito, foi determinada a significância do


impacto, que é função da sua magnitude e probabilidade de ocorrência na tabela
abaixo. A significância dá-nos uma indicação da importância do impacto e do nível de
mitigação necessário.

Tabela - Classificação da significância do impacto

SIGNIFICÂNCIA ESCALA DESCRIÇÃO


(probabilidade x magnitude) (3-75)
O impacto não é significativo,
Negligenciável <12 portanto, não requer
mitigação.
O impacto possui pouca
Baixa 12-25 importância, mas pode
beneficiar de algumas
medidas de mitigação.
O impacto é significativo, são
necessárias medidas de
Moderada mitigação para reduzir os
26-42 impactos a um nível aceitável
(no caso de um impacto de
natureza negativa).
O impacto é muito

53
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significativo. A não aplicação


de medidas de mitigação, a
fim de reduzir o impacto a um
Alta >43 nível aceitável, pode
inviabilizar a actividade, ou
mesmo o Projecto. As
medidas de mitigaçãosão,
portanto, indispensáveis.

Com objectivo de optimizar a análise dos impactos resultantes do Projecto em estudo,


após determinada a significância de cada impacto, foi utilizada uma matriz onde são
apresentados todos os impactos, a fase do ciclo de vida do Projecto em que ocorrem,
os recursos ou receptores sensíveis a esses impactos (aspectos ambientais) e a sua
significância, antes e após mitigação/potenciação. Para representar a significância de
cada impacto, irá utilizar-se uma escala de cores, conforme se apresenta de seguida
na Tabela abaixo.

Tabela-Escala de cores utilizada na representação da significância dos impactos


identificados

SIGNIFICÂNCIA IMPACTOS POSITIVOS IMPACTOS NEGATIVOS


Negligenciável
Baixa
Moderada
Alta

8.1.3 FORMULAÇÃO DE MEDIDAS DE MITIGAÇÃO

As medidas de mitigação foram definidas para os impactos ambientais e sociais


identificados, sendo estas tecnicamente aceitáveis, praticáveis e custo-eficazes. Os
objectivos são: i) evitar danos sociais ou ambientais desnecessários; ii) salvaguardar
recursos valiosos ou limitados; iii) proteger o Homem e o seu ambiente social

As medidas de mitigação foram definidas para evitar, minimizar, reabilitar, restaurar ou


contrabalançar quaisquer impactos negativos identificados, de acordo com a hierarquia
de mitigação.

54
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Para impactos positivos, tais como benefícios ambientais e sociais, são formuladas
medidas de potenciação para incrementar os seus efeitos.

As medidas de mitigação/potenciação poderão ser formuladas com base em práticas


aplicáveis à actividade em questão, abarcando, por exemplo, o seguinte:

−Alterações em componentes específicas da actividade


−Controlos de engenharia e outras medidas de carácter técnico;
−Planos e procedimentos operacionais (por exemplo: para resposta a emergências e
para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores e/ou da comunidade).

8.1.4 IMPACTOS RESIDUAIS


Um impacto residual diz respeito ao nível de impacto alcançado após a aplicação de
medidas de prevenção, mitigação e restauração (Decreto n.º 54/2015, de 31 de
Dezembro).
Um dos objectivos do processo de AIA é atingir uma posição em que o Projecto não
tenha qualquer impacto residual alto, com duração a longo prazo ou extensão sobre
uma grande área. No entanto, para alguns aspectos, podem ocorrer impactos residuais
altos após todas as opções de mitigação viáveis terem sido esgotadas. É, então,
função dos reguladores e das partes interessadas ponderar esses factores negativos
contra os factores positivos, como o emprego, para chegar a uma decisão sobre o
Projecto.

8.2. POTENCIAIS IMPACTOS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO NO AMBIENTE BIOFÍSICO


Face à actual situação sanitária mundial e à emergência da pandemia COVID-19,
associado a todas as medidas de mitigação apresentadas abaixo, o proponente devem
elaborar procedimentos operacionais que integrem as medidas de protecção contra a
COVID-19 a serem adoptadas para todos os trabalhadores, colaboradores e partes
afectadas e interessadas associados às operações do posto de abastecimento de
combustíveis para locomotivas. Estes procedimentos devem ser elaborados em
conformidade com as orientações e recomendações das Autoridades de Saúde nacionais e
da Organização Mundial de Saúde, determinadas para o efeito.

55
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8.2.2 CLIMA

Considerando as actividades previstas para as fases de construção, operação e


desactivação do Projecto, apresentadas no Capítulo 4, pode dizer-se que o descritor
“clima” não está directamente associado a potenciais impactos que possam ser
causados pelo Projecto. No entanto, este constitui uma base importante para o
desenvolvimento da análise dos impactos de outros descritores ambientais, tais como a
qualidade do ar, através da análise do regime de ventos e da precipitação, por
exemplo.

8.2.3.QUALIDADE DO AR

Potencial impacto 1. Perturbação da qualidade do ar ambiente


A perturbação da qualidade do ar está associada à emissão de poeiras e outros
poluentes atmosféricos. Prevê-se que este impacto seja mais significativo no decurso
das seguintes actividades:
− desmatação, escavação e preparação do solo;

− preparação de acessos e mobilização/desmobilização de equipamentos e materiais;

− circulação de veículos e maquinaria afectos ao Projecto.


De um modo geral, espera-se que o impacto da emissão de poeiras resultante das
actividades de construção seja localizado, devido à relativamente alta massa das
partículas, cuja deposição tende a ser confinada a um raio de 100 m relativamente à
localização da fonte (NRA, 2011), quando aplicadas as devidas medidas de mitigação.
A significância dos impactos associados à emissão de poeiras e outros poluentes
atmosféricos depende também da localização das actividades/fontes emissoras
relativamente aos receptores sensíveis, mas também das condições meteorológicas,
na medida em que ventos fortes e condições de períodos mais secos favorecem a
transferência de poeiras e condições húmidas reduzem a significância dos potenciais
impactos.

Os receptores sensíveis a impactos na qualidade do ar são usualmente áreas


residenciais, áreas agrícolas ou, por exemplo, áreas ecológicas sensíveis. A zona
residencial mais próxima localiza-se a nordeste e a cerca de 500 m da área do

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Projecto. O regime de ventos na area de insersã do projecto é caracterizado por ventos


provenientes maioritariamente de Lés-nordeste, de Sul e de Su-sudeste. Considerando
a distância e as direcções predominantes dos ventos, a qualidade do ar nesta zona não
deverá ser afectada.

Tendo em conta que a área inserida do Projecto, está numa área com usos industriais,
deverá, ainda assim, garantir-se a implementação de medidas de mitigação adequadas
de forma a reduzir o impacto sobre as actividades que decorrem na envolvente da área
do Projecto e sobre os respectivos trabalhadores.

No entanto, se aplicadas as devidas medidas de mitigação, considera-se que a


perturbação da qualidade do ar é baixa ou mesmo negligenciável. Além disso, esta
perturbação é limitada ao período em que decorrem as referidas actividades, que, no
caso da fase de construção, é estimado em 3 meses.

Durante a fase de operação, além da emissão de odores temporários associados ao


manuseamento dos combustíveis (descarga e abastecimento), não se prevê que o
funcionamento do posto de abastecimento de combustíveis esteja associado à emissão
de poeiras ou poluentes que possam afectar significativamente a qualidade do ar.
Na fase de desactivação, tendo em conta a tipologia de actividades previstas, a
perturbação deverá ser semelhante à verificada para a fase de construção.

Medidas de mitigação

Garantir que as Partes Interessadas e Afectadas (PI&As) são informadas


atempadamente dos horários e duração das actividades de construção/desactivação;

− Minimizar, tanto quanto possível, o desmatamento e movimentação de terras;

− Privilegiar a calendarização das actividades de construção do Projecto de modo a


minimizar as actividades geradoras de poeiras (ou seja, remoção de vegetação,
terraplanagem, actividades de escavação, entre outras) durante condições de clima
muito seco e com ventos fortes;

− O manuseamento de materiais que geram poeiras deve ser reduzido ao mínimo


possível, conforme praticável;

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− Minimizar a emissão de poeiras de áreas abertas onde exista armazenamento


temporário de materiais emissores de poeiras através do uso de barreiras de
contenção ou lonas de cobertura;
Implementação de técnicas de supressão de poeiras nas áreas de maior emissão de
poeiras, como por exemplo aspersão de superfícies para promover a adesão de
partículas;

− Limitar o acesso de veículos ao local do Projecto;

− Impor restrições à velocidade dos veículos;

− Não exceder o volume e peso adequado para as cargas de cada veículo;

− Utilizar coberturas adequadas para as cargas nos camiões que transportam materiais
soltos que possam produzir poeiras quando estiverem em movimento;

− As emissões de veículos e equipamentos deverão ser minimizadas através da


adopção de procedimentos simples de boas práticas (tais como desligar equipamentos
quando não estejam a ser usados);

− Manutenção regular da frota de veículos e do equipamento, evitando emissões


excessivas de gases e partículas provenientes dos respectivos motores de combustão
interna.

Classificação do Impacto

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação
Tipo Negativo, Directo
Probabilidade Provável 3 Poucoprovável 2
Intensidade Baixa 2 Insignificante 1
Extensão Envolvente 2 Envolvente 2
Duração Temporário 1 Temporário 1
Frequência Ocasional 2 Raro 1
Magnitude Baixa 7 Negligenciável 5
Significância Baixa 21 Negligenciável 10

AMBIENTE SONORO

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Potencial impacto 2. Perturbação do ambiente sonoro


Na área de influência do Projecto, as principais fontes de ruído advêm do tráfego
automóvel e das diversas actividades de génese industrial que decorrem no Recinto
Portuário da Matola. O ambiente sonoro actual é, assim, afectado pela operação
generalizada de equipamentos e pela circulação de veículos rodoviários ligeiros e
pesados, assim como pela circulação ferroviária. A perturbação do ambiente sonoro
devido ao desenvolvimento do Projecto está sobretudo associada a:
− aumento do tráfego associado ao Projecto;

− circulação e funcionamento maquinaria e equipamentos afectos às actividades do


Projecto (escavadoras, camiões, gruas, geradores, entre outros).
O projecto irá implicar uma elevação do nível de ruído durante a fase de construção
podendo ser um factor de perturbação do ambiente sonoro actual. Esta perturbação é
temporária (3 meses) e ocorre em horários específicos durante as actividades de
construção

Durante a fase de operação, as locomotivas que abastecem no posto fazem apenas


um pequeno desvio relativamente à trajectória actual e considerando que os níveis de
ruído do abastecimento em si não são significativos, o funcionamento do posto de
abastecimento de combustíveis não será um factor de perturbação adicional
significativa, desde que aplicadas as medidas de mitigação apropriadas quanto ao
funcionamento e manutenção do equipamento e infraestruturas associadas ao
Projecto.
Na fase de desactivação, prevê-se que a desmobilização de equipamentos e materiais
possa estar associada a uma perturbação do ambiente sonoro semelhante ao
esperado para a fase de construção.

Como referido anteriormente, a zona residencial mais próxima localiza-se a cerca de


500 m da área do Projecto, pelo que não se considera que esta possa vir a ser
significativamente afectada devido ao aumento do ruído. Assim sendo, importa garantir
que esta perturbação temporária associada às fases de construção e desactivação do
Projecto seja atenuada para que não tenha um impacto significativo sobre as restantes

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actividades, decorrem na envolvente da área do Projecto e sobre os respectivos


trabalhadores

Medidas de mitigação

Garantir que as PI&As são informadas atempadamente dos horários e duração das
actividades de construção/desactivação;

− Garantir que as actividades de construção/desactivação ocorrem em conformidade


com as regras estabelecidas (por exemplo calendarização e horários);

− Limitar o acesso de veículos ao local do Projecto;

− Impor restrições à velocidade dos veículos;

− Instalação de equipamentos de baixa emissão de ruído e insonorização de casas de


máquinas que contenham equipamento com elevada emissão de ruído;

− Impor restrições à velocidade das locomotivas na aproximação ao posto de


abastecimento;
Estabelecer e implementar um programa de manutenção adequada dos veículos,
maquinaria e equipamentos afectos às actividades do Projecto, de modo a minimizar os
níveis de ruído;

− Os níveis de ruído (LAeq) resultantes das actividades do Projecto não devem


exceder:

- na área industrial envolvente: 70 e 60 dBA para o período diurno e nocturno,


respectivamente;

- na zona residencial mais próxima: 55 e 45 dBA, para o período diurno e nocturno,


respectivamente.

Classificação do Impacto

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação

60
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Tipo Negativo, Directo


Probabilidade Provável 3 Poucoprovável 2
Intensidade Baixa 2 Insignificante 1
Extensão Envolvente 2 Envolvente 2
Duração Temporário 2 Temporário 2
Frequência Ocasional 2 Raro 2
Magnitude Baixa 8 Negligenciável 7
Significância Baixa 24 Negligenciável 14

8.2.4. GEOLOGIA, SOLOS E TOPOGRAFIA

Potencial impacto 3. Alteração das características físicas do solo


Durante a fase de construção, a limpeza e preparação do terreno incluem actividades
como desmatação, movimentação de terras e operações de modelação do terreno,
para posterior construção/instalação das infraestruturas do Projecto. Estas acções e a
circulação de veículos pesados associados ao Projecto podem provocar alterações na
estrutura natural dos solos, resultando, por exemplo, na compactação do solo.
A compactação do solo resulta numa menor permeabilidade do solo e, por conseguinte,
diminui a infiltração de águas pluviais e aumenta o escoamento, alterando as
características naturais de drenagem do solo na área do Projecto. A alteração das
características naturais da drenagem torna também os solos mais susceptíveis à
ocorrência de erosão.

Na área do Projecto ocorrem solos de Mananga (M3). Estes solos possuem uma
camada superior arenosa com 0,5 a 1 m de profundidade, pelo que podem apresentar
alguma susceptibilidade à erosão após a remoção da vegetação.

A exposição do solo devido à limpeza e remoção de vegetação e a movimentação de


terras, sobretudo se efectuadas na época das chuvas, entre Outubro e Março, podem
assim provocar impactos negativos ao acentuar os processos erosivos, podendo ser
necessário acautelar os seus efeitos através da implementação de medidas de
mitigação adequadas.

Considerando a reduzida área de intervenção e a duração da fase de construção (3


meses), não se considera, por um lado, um volume significativo de movimentos de

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terras e, por outro, uma exposição prolongada do solo aos potenciais efeitos da erosão,
pelo que não se espera que os efeitos da alteração da estrutura natural dos solos
venham a constituir um impacto muito significativo. Deste modo, considera-se que os
impactos induzidos, apesar de permanentes, são de significância baixa, se aplicadas
as medidas de mitigação adequadas.

Medidas de mitigação

Privilegiar a calendarização das actividades de limpeza do terreno e movimentação de


terras de modo a minimizar, tanto quanto possível, a sua ocorrência durante os
períodos de maior precipitação, de modo a minimizar a potencial ocorrência de erosão
no local;

− A desmatação e movimentações de terras devem ser reduzidas, tanto quanto


possível, ao mínimo em termos de área afectada;

− Evitar a circulação de veículos e máquinas pesadas em zonas não estritamente


necessárias à construção do posto de abastecimento;

− Garantir um escoamento adequado das águas pluviais;

− Recuperação de potenciais áreas degradadas pela construção através de


replantação de vegetação nativa;

− Após desmobilização das infraestruturas temporárias do Projecto, deve promover-se


a reposição destas zonas ao seu estado anterior;

− Com a conclusão das obras deve ser verificado o estado da drenagem das águas
pluviais e da potencial erosão provocada por um escoamento inadequado e reparados
os potenciais danos, garantindo um adequado escoamento das águas superficiais.

Classificação do Impacto

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação

62
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Tipo Negativo, Directo


Probabilidade Altamenteprovável 4 Provável 3
Intensidade Moderada 3 Baixa 2
Extensão Envolvente 2 Local 1
Duração Permanente 2 Permanente 2
Frequência Ocasional 2 Ocasional 2
Magnitude Baixa 9 Negligenciável 7
Significância Moderada 36 Baixa 21

Potencial impacto 4. Degradação do estado solo


A degradação do estado do solo na área do Projecto pode ocorrer devido à poluição
causada pela deposição de resíduos ou ocorrência de derrames acidentais e fugas de
materiais perigosos, combustíveis ou óleos.

A presença de mão-de-obra e o funcionamento de maquinaria (veículos, máquinas


pesadas, equipamentos) na construção, operação e desactivação do Projecto irá
resultar na produção de resíduos diversos e potencial ocorrência de derrames que
poderão contaminar os solos. Este impacto pode resultar das seguintes fontes:

− Deposição inadequada de resíduos não perigosos (resíduos orgânicos, restos de


embalagens, entre outros);

− Deposição inadequada de resíduos perigosos (como filtros de óleo, tambores e


outros materiais de manutenção de veículos e maquinaria);

− Derrames durante a manutenção/reparação de viaturas, maquinaria e equipamentos;

− Derrames e fugas de combustíveis durante o funcionamento do posto de


abastecimento (durante as operações de descarga, armazenamento ou abastecimento
de combustíveis).
Os solos de Mananga do agrupamento M3 tem uma camada superficial arenosa com
espessura entre 0,5 e 1 m, que cobre a Mananga. A Mananga em si tem uma
permeabilidade muito lenta e as águas pluviais ficam, de um certo modo, estagnadas
acima desta camada de Mananga (INIA, 1993).

É previsível que o mesmo possa acontecer com a infiltração de potenciais


contaminantes, minimizando a sua infiltração para camadas inferiores. Na

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eventualidade de um derrame acidental de óleos, combustíveis ou outras substâncias,


deverá ser imediatamente removida a camada de solo afectada e efectuado o seu
encaminhamento para destino final adequado. Desta forma evita-se a contaminação
das camadas de solo subjacentes e a penetração em profundidade das substâncias
envolvidas.

Devido ao volume de combustíveis que serão manuseados e armazenados durante a


fase de operação, a ocorrência de um derrame acidental poderia estar associada a um
impacto de maior magnitude nesta fase.

No entanto, o projecto prevê desde já a construção de uma bacia de retenção com


capacidade para conter potenciais derrames acidentais dos tanques instalados para
armazenamento de combustíveis, a utilização de pavimento adequado nas zonas onde
podem ocorrer potenciais fugas/derrames, bem como a instalação de um sistema de
recolha de águas residuais oleosas que as encaminha para um separador de
hidrocarbonetos, o que minimiza a magnitude dos danos associados à potencial
ocorrência de um derrame acidental.

Além destas características, já previstas no desenvolvimento do Projecto, se aplicadas


as medidas de mitigação indicadas de seguida, considera-se que o impacto terá uma
significância baixa.

Medidas de mitigação
− Deverá ser criado um programa de educação e sensibilização de forma a instruir
todos os trabalhadores a efectuar uma deposição adequada dos resíduos e sensibilizar
quanto à necessidade da preservação do meio ambiente e do seu papel como agentes
activos na mudança de mentalidades;

− Desenvolver, implementar e fiscalizar a implementação de procedimentos para a


gestão de resíduos, de acordo com a tipologia de resíduos produzidos, conforme
previsto na legislação moçambicana, em especial no Regulamento sobre a Gestão de
Resíduos Sólidos Urbanos (Decreto n.º 94/2014, de 31 de Dezembro) e no
Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Perigosos (Decreto n.º 83/2014, de 31 de
Dezembro de 2014);

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−O empreiteiro deve estabelecer um sistema de gestão de águas contaminadas e uma


declaração de métodos que mencione as acções que serão executadas para prevenir a
poluição e descreva qual o método de tratamento/destino da água contaminada;

− Caso ocorra algum incidente, o empreiteiro deve notificar imediatamente o


responsável ambiental;

− Recolher e encaminhar para destino adequado todo o entulho e outros resíduos da


construção;

− Colocar contentores nas proximidades dos edifícios e fiscalizar a sua utilização;

− Recolher e limpar regularmente os locais de depósito de resíduos, para que não haja
acumulação de resíduos;

− Identificar zonas devidamente preparadas para o armazenamento e manuseamento


de resíduos perigosos (pavimento impermeável, inclinação adequada para recolha de
potenciais derrames a encaminhar para o separador de hidrocarbonetos, utilização de
áreas cobertas onde não ocorra escoamento de águas pluviais);
−Garantir que os resíduos perigosos são transportados para um aterro licenciado para
tal e que o seu transporte é efectuado por empresas licenciadas;

− Manutenção regular do equipamento e maquinaria em áreas adequadas para o


efeito;

− Garantir que as actividades de descarga, armazenamento e abastecimento de


combustíveis ocorrem em áreas designadas para o efeito e com sistemas de contenção
de derrames e sistemas de drenagem adequados;

− Deve ser feita a monitorização da qualidade da água depois de separada do óleo,


isto é, recolha mensal de amostras de água a jusante do separador de
hidrocarbonetos;

− Manutenção e verificações regulares das condições de funcionamento do separador


de hidrocarbonetos e da integridade dos sistemas de contenção de derrames;

− Verificações regulares de possíveis perdas de óleos/combustíveis nos equipamentos


e máquinas e nos pontos de transferência;

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− No caso de derrame de alguma substância perigosa, a fonte do derrame deve ser


isolada e o derrame controlado. Deve ser garantida a existência permanente de
material absorvente (por exemplo areia ou serradura), rapidamente disponível, para
absorver e, quando possível, encapsular os derrames de hidrocarbonetos menores;

− Os materiais usados na limpeza de qualquer derrame e/ou fuga devem ser


descartados de forma adequada, isto é, depositados num recipiente de
armazenamento temporário de resíduos perigosos, para recolha por uma empresa
credenciada;

− Na eventualidade de um derrame acidental de óleos, combustíveis ou outras


substâncias para o solo, deverá ser imediatamente removida a camada de solo
afectada e efectuado o seu encaminhamento para destino final adequado;

− O proponete deve elaborar um Plano de Resposta a Situações de Emergência, que


deverá ser activado em caso de ocorrência de um derrame de grandes dimensões.

Classificação do Impacto

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação
Tipo Negativo, Directo
Probabilidade Provável 3 Poucoprovável 2
Intensidade Alta 4 Moderada 3
Extensão Envolvente 2 Envolvente 2
Duração Permanente 2 Permanente 2
Frequência Ocasional 2 Raro 1
Magnitude Moderada 10 Baixa 8
Significância Moderada 30 Baixa 16

8.2.5. HIDROLOGIA E HIDROGEOLOGIA


Potencial impacto 5. Perturbação dos padrões de escoamento e das características
naturais da drenagem de águas pluviais.

Durante a fase de construção, o desmatamento e limpeza do local e a necessidade de


realizar movimentos de terras e terraplanagem do terreno resultará na alteração dos
padrões de escoamento e das características de drenagem de águas pluviais,

66
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sobretudo devido à exposição do solo e compactação decorrentes das actividades


previstas.
A alteração das características do escoamento e da drenagem de águas pluviais ocorre
na fase de construção, quer pelas actividades acima descritas, quer pela construção de
edifícios e inserção de áreas cobertas e impermeabilizadas. Apesar de o impacto
ocorrer na fase de construção, esta alteração tem caracter permanente, prolongando-
se durante a fase de operação, pelo que é necessário manter a implementação de
medidas que reduzam os potenciais efeitos decorrentes da diminuição da infiltração e
aumento da escorrência superficial, resultantes da área coberta e impermeabilizada.

A alteração das características naturais da drenagem leva a que os solos possam ficar
mais susceptíveis à ocorrência de erosão, pelo que será necessário acautelar os seus
efeitos através da implementação de medidas de mitigação adequadas.
Considerando a dimensão da área a intervir, não se espera que os efeitos da alteração
dos padrões de escoamento e das características de drenagem de águas pluviais
venham a constituir um impacto muito significativo. No entanto, deve assegurar-se que
são implementadas as devidas medidas de mitigação, incluindo a drenagem adequada
de águas pluviais na área do Projecto durante a fase de operação.

Medidas de mitigação
− Minimizar a perturbação da topografia natural, limitando os movimentos de terras, a
remoção de vegetação e a compactação do solo, sempre que possível;
− Com a conclusão das obras deve ser verificado o estado da drenagem das águas
pluviais e da potencial erosão provocada por um escoamento inadequado e reparados
os potenciais danos, garantindo um adequado escoamento das águas superficiais;

− Após desmobilização de potenciais infraestruturas temporárias do Projecto, deve


promover-se a reposição destas zonas ao seu estado anterior;

− Garantir a instalação e a manutenção regular e adequada de infraestruturas de


gestão de águas pluviais;

− Reduzir, tanto quanto possível, as áreas impermeabilizadas.

67
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Classificação do Impacto

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação
Tipo Negativo, Directo
Probabilidade Certa 5 Certa 5
Intensidade Baixa 2 Insignificante 1
Extensão Envolvente 2 Local 1
Duração Permanente 2 Permanente 2
Frequência Ocasional 2 Raro 1
Magnitude Baixa 8 Negligenciável 5
Significância Moderada 40 Baixa 25

Potencial impacto 6. Afectação da qualidade da água


A afectação da qualidade da água pode ocorrer devido a uma gestão inadequada das
águas residuais ou devido à ocorrência de derrames acidentais e fugas de materiais
perigosos, combustíveis ou óleos. Este impacto pode resultar das seguintes fontes:
- Descarga de águas residuais contaminadas no meio envolvente;
− Derrames durante o funcionamento e manutenção/reparação de viaturas, maquinaria
e equipamentos;

− Derrames e fugas de combustíveis durante o funcionamento do posto de


abastecimento (durante as operações de descarga, armazenamento ou abastecimento
de combustíveis).
A descarga de águas residuais contaminadas poderá ocorrer se não for garantida uma
separação e tratamento adequado consoante a tipologia de águas residuais em causa
(águas residuais oleosas, águas residuais domésticas e águas pluviais).
O Projecto prevê desde já a instalação de redes separativas para recolha e tratamento
destas águas residuais, nomeadamente:
− sistema de recolha e encaminhamento das águas residuais domésticas para uma
fossa séptica a instalar no local;

− sistema de recolha e drenagem de águas pluviais não contaminadas;


−sistema de recolha e encaminhamento de águas residuais oleosas para um separador
de hidrocarbonetos a instalar no local.

68
Relatório do Estudo Ambiental Simplificado Projecto de Construção e Operação do Posto de Abastecimento de
Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

Como referido, os solos no local do Projecto são do tipo Mananga e a Mananga em si


tem uma permeabilidade muito lenta, fazendo com que as águas pluviais fiquem, de um
certo modo, estagnadas acima desta camada (INIA, 1993). É previsível que o mesmo
possa acontecer com a infiltração de potenciais contaminantes, minimizando a sua
infiltração para camadas inferiores.
Na eventualidade de um derrame acidental de óleos, combustíveis ou outras
substâncias, deverá ser imediatamente removida a camada de solo afectada e
efectuado o seu encaminhamento para destino final adequado. Desta forma minimiza-
se a infiltração de contaminantes no solo e, consequentemente, a potencial afectação
da qualidade da água.

Além disso, a construção da bacia de retenção com capacidade para conter potenciais
derrames acidentais dos tanques instalados para armazenamento de combustíveis, a
utilização de pavimento adequado nas zonas onde podem ocorrer potenciais
fugas/derrames, bem como a instalação de um sistema de recolha de águas residuais
oleosas que as encaminha para um separador de hidrocarbonetos, antes da sua
descarga para o meio envolvente, minimiza a magnitude dos danos associados à
potencial ocorrência de um derrame acidental.

Medidas de Metigação
−O empreiteiro deve estabelecer um sistema de gestão de águas contaminadas e uma
declaração de métodos que mencione as acções que serão executadas para prevenir a
poluição e descreva qual o método de tratamento/destino da água contaminada;

− Caso ocorra algum incidente, o empreiteiro deve notificar imediatamente o


responsável ambiental;

− Identificar zonas devidamente preparadas para o armazenamento e manuseamento


de resíduos perigosos (pavimento impermeável, inclinação adequada para recolha de
potenciais derrames a encaminhar para o separador de hidrocarbonetos, utilização de
áreas cobertas onde não ocorra escoamento de águas pluviais);
−Manutenção regular do equipamento e maquinaria em áreas adequadas para o efeito;

69
Relatório do Estudo Ambiental Simplificado Projecto de Construção e Operação do Posto de Abastecimento de
Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

−Garantir que as actividades de descarga, armazenamento e abastecimento de


combustíveis ocorrem em áreas designadas para o efeito e com sistemas de contenção
de derrames e sistemas de drenagem adequados;

− Deve ser feita a monitorização da qualidade da água depois de separada do óleo,


isto é, recolha mensal de amostras de água a jusante do separador;

− Manutenção e verificações regulares das condições de funcionamento do separador


de hidrocarbonetos e da integridade dos sistemas de contenção de derrames;

− Dependendo do tipo de fossa séptica a instalar, a mesma deverá ser alvo de


manutenção adequada, garantindo o encaminhamento das lamas e efluentes gerados
para destino adequado. Casos os efluentes sejam descarregados no meio envolvente,
recomenda-se a monitoria da qualidade da água antes da descarga;
− Verificações regulares do sistema de recolha e drenagem de águas pluviais,
garantindo que não ocorre contaminação destas águas;

− Verificações regulares de possíveis perdas de óleos/combustíveis nos equipamentos


e máquinas e nos pontos de transferência;

− No caso de derrame de alguma substância perigosa, a fonte do derrame deve ser


isolada e o derrame controlado. Deve ser garantida a existência permanente de
material absorvente (por exemplo areia ou serradura), rapidamente disponível, para
absorver e, quando possível, encapsular os derrames de hidrocarbonetos menores;

− Os materiais usados na limpeza de qualquer derrame e/ou fuga devem ser


descartados de forma adequada, isto é, depositados num recipiente de
armazenamento temporário de resíduos perigosos, para a recolha por uma empresa
credenciada;

− Na eventualidade de um derrame acidental de óleos, combustíveis ou outras


substâncias para o solo, deverá ser imediatamente removida a camada de solo
afectada e efectuado o seu encaminhamento para destino final adequado, limitando a
infiltração de contaminantes.

− O Proponente devera elaborar um Plano de Resposta a Situações de Emergência,


que deverá ser activado em caso de ocorrência de um derrame de grandes dimensões.

70
Relatório do Estudo Ambiental Simplificado Projecto de Construção e Operação do Posto de Abastecimento de
Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

Classificação do Impacto

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação
Tipo Negativo, Directo
Probabilidade Provável 3 Poucoprovável 2
Intensidade Alta 4 Moderada 3
Extensão Envolvente 2 Envolvente 2
Duração Permanente 2 Permanente 2
Frequência Ocasional 2 Raro 1
Magnitude Moderada 10 Baixa 8
Significância Moderada 30 Baixa 16

8.2.6. GESTÃO DE RESÍDUOS


Potencial impacto 7. Perturbação resultante da gestão inadequada de resíduos
não perigosos
Durante a construção, operação e desactivação do posto de abastecimento de
combustíveis, a tipologia de resíduos não perigosos gerados é variada. Estes incluem
betão e cimento, entulho, tubagens em PVC, embalagens, acessórios e chapas
metálicas, cabos e acessórios eléctricos, restos de madeira, garrafas partidas, latas,
plástico, cartão e vários resíduos domésticos.

Uma gestão deficiente dos resíduos produzidos durante as fases de construção,


operação e desactivação pode criar condições propícias à proliferação de animais
sinantrópicos4. Estes encontram alimento nos resíduos domésticos e abrigo em locais
pouco arrumados e limpos, tais como armazéns ou áreas de armazenamento de
resíduos.

Medidas de mitigação

71
Relatório do Estudo Ambiental Simplificado Projecto de Construção e Operação do Posto de Abastecimento de
Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

− Deverá ser criado um programa de educação e sensibilização de forma a instruir


todos os trabalhadores a efectuar uma deposição adequada dos resíduos e sensibilizar
quanto à necessidade da preservação do meio ambiente e do seu papel como agentes
activos na mudança de mentalidades;

− Desenvolver, implementar e fiscalizar a implementação de procedimentos para a


gestão de resíduos, de acordo com a tipologia de resíduos produzidos, conforme
previsto na legislação moçambicana, em especial no Regulamento sobre a Gestão de
Resíduos Sólidos Urbanos (Decreto n.º 94/2014, de 31 de Dezembro);

− Respeitar o princípio dos três R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar);

− Os resíduos para os quais a hierarquia de gestão não pode ser implementada devem
ser tratados e/ou eliminados da forma mais adequada do ponto de vista ambiental;

− Quaisquer resíduos resultantes das actividades do Projecto devem ser recolhidos e


encaminhados para destino adequado;
−Os resíduos devem ser colocados em contentores e as áreas de armazenamento
temporário devem ser contidas para prevenir o acesso de pessoas ou animais;

− Colocar contentores nas proximidades dos edifícios e fiscalizar a sua utilização;

− Recolher e limpar regularmente os recipientes e locais utilizados para o depósito de


resíduos (para que não haja acumulação de resíduos);

− Caso sejam descobertos resíduos de origem desconhecida, estes deverão ser


tratados como perigosos (como uma abordagem cautelosa) até que seja efectuada
uma investigação que permita a correcta caracterização e manuseamento dos
materiais e a identificação de uma via de gestão adequada;

− Deve ser implementado um sistema de rastreio de resíduos, com um manifesto que


acompanhe cada carregamento de resíduos transferidos das instalações;

− Assegurar que o transporte de resíduos seja efectuado por empresas licenciadas.

Classificação do Impacto

72
Relatório do Estudo Ambiental Simplificado Projecto de Construção e Operação do Posto de Abastecimento de
Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação
Tipo Negativo, Directo
Probabilidade Altamenteprovável 4 Provável 3
Intensidade Moderada 3 Baixa 2
Extensão Envolvente 2 Local 1
Duração Permanente 2 Permanente 2
Frequência Ocasional 2 Raro 1
Magnitude Baixa 9 Negligenciável 6
Significância Moderada 36 Baixa 18

Potencial impacto 8. Perturbação resultante da gestão inadequada de resíduos


perigosos
Ao longo do seu ciclo de vida, o Projecto irá gerar igualmente um conjunto de resíduos
perigosos como por exemplo restos de combustível, filtros de óleos, materiais
contaminados com óleos, absorventes contaminados com combustível, óleos de
maquinaria e veículos, recipientes de tintas, vernizes e solventes, entre outros.
Todos os resíduos perigosos gerados deverão ser classificados e geridos de acordo
com o Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Perigosos (Decreto n.º 83/2014, de
31 de Dezembro).

Considerando as características dos resíduos perigosos esperados (contaminados com


combustíveis e óleos) importa assegurar que os mesmos são geridos e encaminhados
para destino final adequado, uma vez que uma gestão inadequada destes resíduos
pode traduzir-se em poluição do solo e da água.

Medidas de mitigação
− Desenvolver, implementar e fiscalizar a implementação de procedimentos para a
gestão de resíduos, de acordo com a tipologia de resíduos produzidos, conforme
previsto na legislação moçambicana, em especial no Regulamento sobre a Gestão de
Resíduos Perigosos (Decreto n.º 83/2014, de 31 de Dezembro de 2014);

− Deverá ser criado um programa de educação e sensibilização de forma a instruir


todos os trabalhadores a efectuar uma deposição adequada dos resíduos e sensibilizar

73
Relatório do Estudo Ambiental Simplificado Projecto de Construção e Operação do Posto de Abastecimento de
Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

quanto à necessidade da preservação do meio ambiente e do seu papel como agentes


activos na mudança de mentalidades;

− Devem ser sempre usadas Fichas de Dados de Segurança (em inglês, Material
Safety Data Sheets, MSDS) para todos os materiais e produtos usados, para
proporcionar uma avaliação dos riscos possíveis, bem como a melhor abordagem em
termos de métodos de manuseamento e eliminação;
− As especificações para o armazenamento e manuseamento de todos os resíduos e
substâncias perigosas devem ser cumpridas;

− Todos os materiais perigosos devem ser manuseados de uma forma segura e


responsável;
Identificar zonas devidamente preparadas para o armazenamento e manuseamento de
resíduos perigosos (pavimento impermeável, inclinação adequada para recolha de
potenciais derrames a encaminhar para o separador de hidrocarbonetos, utilização de
áreas cobertas onde não ocorra escoamento de águas pluviais);

− Todos os derrames de combustíveis, óleos ou de outras substâncias perigosas


devem ser imediatamente limpos e devem ser tomadas medidas para remediar os
efeitos do derrame;

− Todos os instrumentos e materiais necessários para lidar com derrames de óleos,


combustíveis, lubrificantes e outros materiais perigosos devem estar prontamente
disponíveis.

Classificação do Impacto

74
Relatório do Estudo Ambiental Simplificado Projecto de Construção e Operação do Posto de Abastecimento de
Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação
Tipo Negativo, Directo
Probabilidade Altamenteprovável 4 Provável 3
Intensidade Alta 4 Moderada 3
Extensão Envolvente 2 Local 1
Duração Permanente 2 Permanente 2
Frequência Ocasional 2 Raro 1
Magnitude Baixa 9 Baixa 7
Significância Moderada 36 Baixa 21

8.2.7. HABITATS, FAUNA E FLORA


Potencial impacto 9. Perturbação de habitats, fauna e flora
Durante a fase de construção as actividades de limpeza, desmatamento e
terraplenagem para construção do posto de abastecimento de combustíveis podem
resultar na degradação de habitats.
Conforme referido na descrição da situação de referência, o local encontra-se dentro
do Recinto Portuário da Matola, numa área designada para usos industriais, onde os
habitats, a fauna e a flora já se encontram substancialmente perturbados e com
características antropogénicas muito marcadas, altamente modificados pela acção do
homem, apresentando pouca vegetação natural. Pelos mesmos motivos, a fauna que
ocorre na área do Projecto é pobre e não apresenta importância para a conservação.

Assim, considera-se que a perturbação decorrente da construção, presença e operação


do posto de abastecimento de combustíveis no local representa um impacto de
significância baixa ou mesmo negligenciável, se aplicadas algumas medidas de
mitigação.

Medidas de mitigação

75
Relatório do Estudo Ambiental Simplificado Projecto de Construção e Operação do Posto de Abastecimento de
Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

− Os limites do Projecto deverão ser claramente demarcados antes do desmatamento


para que não sejam desnecessariamente desbravadas áreas que se encontram
exteriores a estes limites;

− Implementar um programa de formação ambiental sobre a protecção e conservação


de espécies para todos os funcionários, incluindo os empreiteiros/subcontratados
durante a construção e operação do Projecto.

Classificação do Impacto

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação
Tipo Negativo, Directo
Probabilidade Provável 3 Poucoprovável 2
Intensidade Baixa 2 Insignificante 1
Extensão Envolvente 2 Local 1
Duração Permanente 2 Permanente 2
Frequência Ocasional 2 Raro 1
Magnitude Baixa 8 Negligenciável 5
Significância Baixa 24 Negligenciável 10

Potencial impacto 10. Restauração de habitats, fauna e flora


Este impacto é analisado para um cenário em que se assuma que as estruturas
edificadas serão demolidas, as infraestruturas do Projecto removidas, os materiais
serão retirados do local para descarte ou reaproveitamento, conforme o caso, e a área
será mantida como um descampado.

Em tais circunstâncias, pode esperar-se que os habitats, a flora e a fauna recuperem


ao longo do tempo. No caso, nos espaços desprovidos de vegetação, o processo de
recolonização iniciaria com a invasão por gramíneas herbáceas e uma série de outras
espécies pioneiras e, sequencialmente, surgiriam arbustos, de acordo com o processo
de sucessão ecológica natural. O impacto seria, neste caso, positivo, podendo ser
aplicadas medidas de potenciação.

Medidas de potenciação

76
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Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

− Todos os trabalhadores devem beneficiar de acções de consciencialização


ambiental, sobre a necessidade de conservar os habitats remanescentes na área
envolvente, bem como a respectiva flora e fauna associada;

− Áreas compactadas podem ser revolvidas, para facilitar o crescimento e


desenvolvimento de novas plantas;

− Pode ser realizado o plantio de estacas de espécies locais, para acelerar a reposição
da vegetação da área.

Classificação do Impacto

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação
Tipo Negativo, Directo
Probabilidade Provável 2 Poucoprovável 3
Intensidade Baixa 1 Insignificante 2
Extensão Envolvente 2 Envolvente 2
Duração Temporário 2 Temporário 2
Frequência Ocasional 1 Raro 2
Magnitude Baixa 6 Negligenciável 8
Significância Baixa 12 Baixa 24

8.3. POTENCIAIS IMPACTOS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO NO AMBIENTE


SOCIOECONÓMICO
8.3.1. ECONOMIA E EMPREGO

Potencial impacto 11. Contribuição na melhoria das condições de vida dos


trabalhadores a nível local
Durante a construção está prevista a contratação de 22 trabalhadores subdivididos
entre encarregados de obra, responsáveis de sector, técnico de HSE, pedreiros e
ajudantes. Para a fase de operação está prevista a contratação de 5 trabalhadores.
Tanto na fase de construção como na fase de operação prevê-se a contratação de

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Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

mão-de-obra especializada, havendo, no entanto, trabalhos que poderão ser


executados por mão-de-obra não qualificada.
A criação de oportunidades de emprego, incluindo para mão-de-obra local, implicará
uma melhoria das condições de vida dos trabalhadores uma vez que vai resultar no
aumento da renda familiar e melhoria na qualidade de vida dos beneficiados.
Medidas de potenciação
− Estabelecer formalmente requisitos de contratação claros que deverão ser
implementados e cumpridos pela empresa contratante;

− Divulgar a política e os procedimentos de recrutamento junto dos líderes locais do


Estado e dos líderes comunitários;

− Para cada função, deve ser divulgado o número de postos de trabalho disponíveis, as
qualificações necessárias e o período aplicável;

− Privilegiar, sempre que possível, a contratação de mão-de-obra local;

− Garantir e promover a igualdade de oportunidades e não discriminação (raça, sexo,


orientação sexual, religião, orientação política, etc.);
−Deve-se providenciar formação de pessoas locais para a execução de tarefas
semiespecializadas, de modo a reduzir a contratação de trabalhadores de fora para
efectuar o mesmo tipo de trabalho;

− Promover a formação aos trabalhadores, de modo a que possam continuar a


desenvolver as suas tarefas e progredir no desempenho das suas actividades;

− Garantir o cumprimento da lei do trabalho;

− Promover e implementar condições seguras de trabalho.

Classificação do Impacto

78
Relatório do Estudo Ambiental Simplificado Projecto de Construção e Operação do Posto de Abastecimento de
Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação
Tipo Negativo, Directo
Probabilidade Provável 3 Poucoprovável 4
Intensidade Baixa 1 Insignificante 2
Extensão Envolvente 3 Envolvente 3
Duração Temporário 2 Temporário 2
Frequência Ocasional 2 Raro 3
Magnitude Baixa 8 Negligenciável 10
Significância Baixa 24 Moderada 40

Potencial impacto 12. Aumento da capacitação e desenvolvimento de


competências a nível local
Prevê-se que os trabalhadores contratados pelo Projecto sejam nacionais e será
privilegiada, sempre que possível, a contratação de trabalhadores a nível local. A
exposição destes trabalhadores a acções de formação profissional poderá resultar num
aumento da capacitação e desenvolvimento de competências da mão-de-obra
empregada, tornando-a mais qualificada para outros cargos e/ou empregos futuros.
Este aspecto resulta num potencial aumento de recursos humanos formados a nível
local.

Medidas de potenciação
− Privilegiar a contratação de mão-de-obra local, sempre que possível;

− Desenvolver e implementar planos de formação para os trabalhadores, de modo a


que estes possam continuar a desenvolver as suas tarefas e progredir no desempenho
das suas actividades;

− Garantir que os planos de formação desenvolvidos e implementados não apresentam


distinção de género e sejam aplicáveis a todos os trabalhadores.

Classificação do Impacto

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL

79
Relatório do Estudo Ambiental Simplificado Projecto de Construção e Operação do Posto de Abastecimento de
Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação
Tipo Negativo, Directo
Probabilidade Poucoprovável 2 Provável 3
Intensidade Insignificante 1 Baixa 2
Extensão Sub-regional 3 Sub-regional 3
Duração Permanente 2 Permanente 2
Frequência Raro 1 Ocasional 2
Magnitude Baixa 7 Baixa 9
Significância Baixa 14 Moderada 27

Potencial impacto 13. Criação de expectativas relacionadas com os postos de


trabalho gerados pelo Projecto
O desenvolvimento de um novo projecto é, normalmente, acompanhado pela criação
de expectativas em relação à disponibilidade de oportunidades de emprego no seio das
populações circunvizinhas. A criação de expectativas usualmente ocorre em dois
momentos, que correspondem ao início das fases de construção e operação. Podem
ainda ocorrer expectativas erradas em relação à duração dos postos de trabalho, nem
sempre sendo compreendido que os mesmos podem ser temporários, como acontece
no caso da fase de construção.
De um modo geral, se as expectativas não forem adequadamente geridas, poderá
resultar em descontentamento por parte dos residentes locais e dos trabalhadores e
gerar potenciais conflitos e/ou má vontade em relação ao Projecto e seu pessoal.

Medidas de mitigação
− Divulgar, de forma pública e atempada, o número de vagas e funções disponíveis, os
critérios de elegibilidade, requisitos de contratação e períodos de trabalho previstos;

− Dar prioridade à população local nas oportunidades de emprego, desde que os


candidatos possuam as competências necessárias;

− O recrutamento de mão-de-obra local, qualificada ou não, deve ser feito com


envolvimento das estruturas de governação locais;

− Devem ser estabelecidos e cumpridos princípios e procedimentos de contratação de


pessoal que assegurem igualdade de oportunidades aos candidatos elegíveis no
processo de candidatura;

80
Relatório do Estudo Ambiental Simplificado Projecto de Construção e Operação do Posto de Abastecimento de
Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

− Sempre que a duração do trabalho seja temporária, é importante que na fase de


contratação seja clarificada a natureza temporária dos postos de trabalho, bem como a
duração prevista para cada posto;

− Os trabalhadores contratados devem estar claros sobre as disposições legais que


orientam os seus contractos de trabalho, principalmente no que concerne ao término
dos mesmos;
−O proponente poderá criar programas e capacitação que permita que os
trabalhadores a serem dispensados tenham acesso a outras oportunidades de
emprego.

Classificação do Impacto

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação
Tipo Negativo, Directo
Probabilidade Provável 3 Poucoprovável 3
Intensidade Baixa 2 Insignificante 1
Extensão Envolvente 3 Envolvente 3
Duração Temporário 2 Temporário 2
Frequência Ocasional 1 Raro 1
Magnitude Baixa 8 Negligenciável 7
Significância Baixa 24 Baixa 27

Potencial impacto 14. Promoção da economia local e regional


O desenvolvimento do Projecto e operação do posto de abastecimento de combustíveis
irá contribuir para o crescimento da economia local através do pagamento de impostos
e licenciamentos.
Acrescenta-se a isso um estímulo da economia local resultante da criação de postos de
trabalho e compra de bens e serviços adquiridos a empresas locais.
Adicionalmente, o Projecto irá permitir que os veiculos envolvidos em actividades
encontrem nas proximidades um local para o abastecimento de combustível. Ou seja,
com a operação deste posto de abastecimento de combustíveis os veiculos que não

81
Relatório do Estudo Ambiental Simplificado Projecto de Construção e Operação do Posto de Abastecimento de
Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

necessitam de efectuar a deslocação a Maputo para abastecimento, o que flexibiliza a


sua operação.
Este aspecto traduz-se numa maior eficácia no transporte de materiais/produtos,
minimizando o tempo despendido no abastecimento destas locomotivas e
rentabilizando o seu funcionamento e, assim, contribuindo também para a economia
regional.

Medidas de potencialização
− Sempre que possível, assegurar que seja dada preferência à contratação de
fornecedores de bens e serviços estabelecidos a nível local e/ou regional;

− Promover o recrutamento de mão-de-obra a nível local;

− Garantir uma gestão adequada da deslocação das locomotivas e do seu


abastecimento.

Classificação do Impacto

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação
Tipo Negativo, Directo
Probabilidade Provável 3 Poucoprovável 4
Intensidade Baixa 2 Insignificante 3
Extensão Envolvente 3 Envolvente 4
Duração Temporário 2 Temporário 2
Frequência Ocasional 2 Raro 3
Magnitude Baixa 9 Negligenciável 12
Significância Moderada 27 Alta 48

8.3.2. SAÚDE COMUNITÁRIA

82
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Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

Potencial impacto 15. Afectação da integridade física da população devido à


ocorrência de acidentes e atropelamentos por veículos e maquinaria associados ao
Projecto
O desenvolvimento do Projecto irá implicar um aumento nos níveis de tráfego
rodoviário na área envolvente, associados ao transporte de materiais e equipamentos
nas fases de construção e desactivação e movimentação dos camiões-tanque para
abastecimento dos tanques de combustível do posto, durante a sua operação.

O tráfego nas principais vias de acesso ao local do Projecto (N2 e N4, por exemplo) é
actualmente bastante intenso e inclui tanto veículos ligeiros, como pesados (ANE,
2013), pelo que se considera que o tráfego associado ao Projecto se diluirá nos níveis
de tráfego actuais, não representando um aumento significativo face ao actual. Deste
modo, considera-se que a significância do impacto na integridade física da população
residente nas áreas envolventes será baixa ou mesmo negligenciável, se aplicadas as
medidas de mitigação adequadas.

Adicionalmente, dada a localização do posto de abastecimento e ceno comercial, uma


área de caracter industrial, onde este aumento dos níveis de tráfego deverá ser mais
notório, o impacto sobre a população na envolvente não será significativo. De igual
modo, desde que sejam garantidas as regras de circulação estabelecidas para o
recinto portuário, não deverá ocorrer um impacto muito significativo sobre os
trabalhadores do recinto portuário.

Medidas de mitigação
− Os equipamentos pesados como tractores, escavadoras, camiões, entre outros,
devem circular com faróis ligados, as extremidades sinalizadas e com velocidade
reduzida;

− O proponente deverá estabelecer mecanismos internos de modo a definir a


velocidade máxima de circulação de veículos na área do Projecto e envolvente;

− O proponente deve garantir a implementação de boas práticas para a segurança na


condução as quais devem contemplar princípios de segurança para os condutores da

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empresa/prestadores de serviços. A sua implementação deve ser precedida de


formação do pessoal envolvido nas actividades de transporte.

Classificação do Impacto

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação
Tipo Negativo, Directo
Probabilidade Provável 2 Poucoprovável 1
Intensidade Baixa 4 Insignificante 2
Extensão Envolvente 3 Envolvente 3
Duração Temporário 2 Temporário 2
Frequência Ocasional 2 Raro 1
Magnitude Baixa 11 Negligenciável 8
Significância Baixa 22 Negligenciável 8

Potencial impacto 16. Perturbação da população devido ao aumento dos níveis


de ruído, vibração e poluição do ar
A implantação do posto de abastecimento de combustíveis irá causar um acréscimo de
ruído, vibração e emissão de gases, poeiras e outras substâncias particuladas na área
do Projecto e sua envolvente. No entanto, como já foi referido, a zona residencial mais
próxima localiza-se a cerca de 500 m da área do Projecto, pelo que não deverá ser
afectada pelos impactos decorrentes das suas actividades.

Tendo em conta que a área do Projecto está inserida no Recinto Portuário da Matola,
deverá, ainda assim, garantir-se a implementação de medidas de mitigação adequadas
de forma a reduzir o impacto sobre as actividades que decorrem na envolvente da área
do Projecto e sobre os respectivos trabalhadores.

Pelas características do local de inserção e das actividades do Projecto, prevê-se que


este impacto esteja essencialmente associado às fases de construção e desactivação,
durante as quais as actividades previstas são mais ruidosas e a emissão de poeiras e
poluentes atmosféricos poderá ser mais significativa.
Medidas de mitigação

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Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

− Garantir que as PI&As são informadas atempadamente dos horários das actividades
do Projecto;

− Instalar silenciadores nos equipamentos susceptíveis de gerar maiores níveis de


ruído;

− Efectuar a manutenção regular da maquinaria, veículos e equipamentos, de forma a


minimizar a quantidade de gases de escape libertados;

− Garantir a implementação adequada das medidas previstas para os impactos


identificados para a qualidade do ar e ambiente sonoro.

Classificação do Impacto

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação
Tipo Negativo, Directo
Probabilidade Provável 1 Poucoprovável 2
Intensidade Baixa 2 Insignificante 1
Extensão Envolvente 2 Envolvente 2
Duração Temporário 1 Temporário 1
Frequência Ocasional 2 Raro 1
Magnitude Baixa 7 Negligenciável 5
Significância Baixa 21 Negligenciável 10

8.3.3. SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL


Potencial impacto 17. Afectação da saúde dos trabalhadores devido à ocorrência
de acidentes de trabalho durante a realização de trabalhos de
construção/demolição
A realização de actividades relacionadas com a construção ou demolição/desactivação
comporta uma série de riscos relacionados com as actividades de engenharia civil e
manuseamento dos diferentes materiais, equipamentos e maquinaria.

Estes riscos estão presentes em todas as actividades de construção e


desmantelamento estando expostos aos mesmos os trabalhadores das obras assim
como quaisquer visitantes ao local.

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Relatório do Estudo Ambiental Simplificado Projecto de Construção e Operação do Posto de Abastecimento de
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As causas mais comuns de acidentes são as quedas de alturas, quedas de objectos,


esmagamentos, aprisionamento por equipamento de arranque ou em movimento,
electrocussões, soterramentos ou choques de veículos e de objectos, entre outros

Medidas de mitigação
− Implementar normas de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) que incluam uma
política de SST, uma estrutura de organização para implementar essa política, um
programa de implementação, um programa de monitoria e de feedback do êxito dessa
implementação, um plano de acção para melhoria contínua, um plano e programa de
formação e comunicação;

− Providenciar aos trabalhadores Equipamento de Protecção Individual (EPI) e


assegurar o seu uso;

− Garantir que os kits de Primeiros Socorros estejam devidamente identificados e sob


responsabilidade de um profissional qualificado para prestar os Primeiros Socorros,
devendo ser regularmente inspeccionados;

− Criar no local da obra condições para oferecer cuidados de Primeiros Socorros em


local equipado com kits de Primeiros Socorros e sob a responsabilidade de um
profissional qualificado, para o tratamento de pequenas lesões ou para a prestação de
primeiros cuidados a trabalhadores gravemente feridos ou doentes;

− Garantir condições para o transporte, para atendimento médico especializado em


unidade de saúde, de trabalhadores que sofreram um acidente ou doença súbita;

− Nomear e preparar um responsável para lidar com os casos de emergência no local


da obra; este responsável deve ser claramente identificado perante os restantes
trabalhadores;

− Fornecer a todos os visitantes EPI e informação sobre as regras a serem seguidas no


local do Projecto.

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Classificação do Impacto

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação
Tipo Negativo, Directo
Probabilidade Altamenteprovável 4 Provável 3
Intensidade Alta 4 Moderada 3
Extensão Local 1 Local 1
Duração Temporário 1 Temporário 1
Frequência Ocasional 2 Raro 1
Magnitude Baixa 8 Negligenciável 6
Significância Moderada 32 Baixa 18

Potencial impacto 18. Afectação da saúde dos trabalhadores devido à ocorrência


de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais
Durante o período de operação do posto de abastecimento de combustíveis existe
potencial para ocorrência de impactos associados à saúde e segurança ocupacional,
nomeadamente acidentes, doenças e fatalidades ocupacionais. Estes impactos podem
resultar de actividades rotineiras do posto tais como descarga de combustíveis para os
tanques de armazenamento, abastecimento de locomotivas, operações de manutenção
dos equipamentos, tanques, entre outros.
Medidas de mitigação
− Formação periódica de todos os trabalhadores envolvidos nas actividades do
Projecto;

− Providenciar aos trabalhadores EPI adequado e assegurar o seu uso;

− Inclusão de exercícios periódicos (por exemplo, combate a incêndios) nos


procedimentos de emergência;

− Assegurar que todos os visitantes recebam instruções sobre potenciais perigos e


medidas de precaução necessárias, bem como EPI adequado;
−Assegurar a existência de equipamentos adequados de primeiros socorros e treino do
pessoal para sua utilização;

− Procedimentos internos relacionados com acidentes, incidentes e emergências


devem estar escritos e afixados em locais de acesso aos trabalhadores;

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Combustíveis Líquidos e um Centro Comercial no Distrito Municipal da KaTembe

− A sinalização instalada no posto de abastecimento deve ser sempre respeitada, quer


no decorrer das actividades normais de operação do posto, quer em situações de
emergência
−Realização de controlos médicos preventivos (tais como, exames pré-admissão,
inspecções médicas periódicas, exames de retorno ao trabalho após afastamento por
doença ou acidente de trabalho) e encaminhamento a cuidados médicos em caso de
acidente ou doença ocupacional.

Classificação do Impacto

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação
Tipo Negativo, Directo
Probabilidade Provável 3 Poucoprovável 2
Intensidade Moderada 3 Baixa 2
Extensão Local 1 Local 1
Duração Permanente 2 Permanente 2
Frequência Ocasional 2 Raro 1
Magnitude Baixa 8 Negligenciável 6
Significância Moderada 32 Baixa 12

Potencial impacto 19. Danos causados pela ocorrência de explosões e incêndios


A probabilidade de ocorrência de incêndios e explosões deve ser especialmente
considerada em empreendimentos que envolvam operação de combustíveis devido à
natureza dos produtos manuseados, altamente inflamáveis, sendo, por isso, necessário
implementar cuidados redobrados durante a descarga, abastecimento e actividades do
dia-a-dia. Durante as actividades de operação do posto, determinadas condições
ambientais (atmosferas explosivas e electricidade estática) e/ou acções operacionais
mal geridas (derrames não controlados, não cumprimento de regras de segurança no
recinto, fumar, entre outros) podem ser responsáveis pela ocorrência de incêndios que
podem também dar origem à ocorrência de explosões.
A ocorrência de incêndios é um dos riscos mais significativos associados à operação
de uma instalação de combustíveis. Assim sendo, controlos e sistemas de gestão
abrangentes devem ser implementados para, em primeiro lugar, reduzir o risco de
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incêndio e, em segundo lugar, ter equipamentos de protecção e combate a incêndios


adequados no local, de modo a minimizar o risco de perda de vidas e danos materiais.

Neste sentido, importa referir que o Projecto prevê desde já a instalação de dispositivos
de combate a incêndios dimensionados e ajustados às condições de operação do
posto, sistemas para prevenção e controlo de derrames, devidamente ajustados à
capacidade dos tanques de armazenamento e também a instalação de um sistema de
aterramento no ponto de descarga que possibilita a descarga de electricidade estática
acumulada nas cisternas dos camiões.
Além disso, estão previstos dispositivos para controlo automático do volume dos
tanques e a detecção do nível de produto, monitorizados a partir do escritório do posto
de abastecimento.

Os sistemas de controlo e gestão a instalar permitirão reduzir a probabilidade de


ocorrência de derrames e aumentar a capacidade de resposta em caso de incêndio.

Medidas de mitigação
− Todos os trabalhadores devem receber formação adequada sobre os procedimentos
operacionais correctos, uso correcto de equipamentos, uso correcto de EPI, práticas
proibidas dentro do recinto do posto, riscos relacionados com electricidade estática e
procedimentos para dissipá-la de forma segura, bem como as medidas de precaução a
tomar;
−Formar os trabalhadores em matérias ligadas a procedimentos de emergência. Estes
devem conhecer a localização dos equipamentos de protecção contra incêndio, os
meios/rotas de fuga, bem como de acesso para os bombeiros;

− A sinalização instalada no posto de abastecimento deve ser sempre respeitada, quer


no decorrer das actividades normais de operação do posto, quer em situações de
emergência;

− Supervisão das operações de rotina do posto de abastecimento;

− As fontes de ignição devem ser eliminadas das áreas de armazenamento de


combustíveis e onde os riscos não possam ser eliminados devem ser estabelecidos
sistemas seguros de controlo;
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− As operações e actividades de manutenção realizadas em áreas de risco só podem


ser efectuadas desde que as acções para eliminar possíveis fontes de ignição sejam
implementadas;

− Garantir a existência, no posto de abastecimento e restantes áreas de apoio, de


extintores portáteis de incêndio, instalados, inspeccionados e mantidos em
conformidade a legislação aplicavel;
−Os sistemas de protecção contra transbordo dos tanques de armazenamento,
incluindo instrumentos, dispositivos, alarmes, válvulas e componentes que compõem o
sistema de encerramento, devem ser avaliados e inspeccionados regularmente;

− Durante toda a vida útil dos tanques, a integridade da contenção primária deve ser
mantida através de um processo de inspecção, manutenção e reparação periódica;

− O proponente devera elaborar um Plano de Resposta a Situações de Emergência,


que deverá ser activado em caso de ocorrência de um derrame de grandes dimensões,
e utilizado o sistema de combate a incêndios instalado no posto de abastecimento.

Classificação do Impacto

SEM MITIGAÇÃO IMPACTO RESIDUAL


(COM MITIGAÇÃO)
Fases de Construção e Desactivação
Tipo Negativo, Directo
Probabilidade Altamenteprovável 4 Provável 3
Intensidade Muitoalta 5 Alta 4
Extensão Envolvente 2 Local 1
Duração Permanente 2 Permanente 2
Frequência Ocasional 2 Raro 1
Magnitude Moderada 11 Baixa 8
Significância Alta 44 Baixa 24

8.4. RESUMO DA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS

Ao longo do processo de AIA, foram identificados e avaliados os potenciais impactos positivos


e negativos associados ao Projecto, os quais estão descritos nos subcapítulos anteriores deste
relatório.

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A Tabela- apresenta um resumo dos potenciais impactos resultantes da construção, operação


e desactivação do posto de abastecimento de combustíveis para locomotivas. Nesta tabela é
ainda indicada a significância do impacto antes e após a mitigação/potenciação (impacto
residual), para cada impacto avaliado anteriormente.

Tabela-. Resumo dos potenciais impactos ambientais associados às actividades do projecto

NR SIGNIFICÂNCIA DO
ASPECTOS . FASE DO IMPACTO
AMBIENTAI POTENCIAIS PROJECTO PRÉ- IMPACTO
S IMPACTOS MITIGAÇÃO/ RESIDUAL
POTENCIAÇ
ÃO
Ambientebiofísico

Clima
Qualidade do 1 Perturbação da Construção Baixa Negligenciável
ar qualidade do ar Desactivação
ambiente
Ambienteson 2 Perturbação do Construção Baixa Baixa
oro ambientesonoro Operação
Desactivação
Geologia, 3 Alteração das Construção Moderada
solos e características Baixa
topografia físicas do solo
4 Degradação do Construção Moderada
estado solo Operação Baixa
Desactivação
Hidrologia e 5 Perturbação dos Moderada
hidrogeologia padrões de Construção
escoamento e das Operação Baixa
características
naturais da
drenagem de
águas pluviais
6 Perturbação dos
padrões de
escoamento e das Moderada
características Construção Baixa
naturais da Operação
drenagem de
águas pluviais
Gestão de 7 Perturbação Construção
Resíduos resultante da Operação
gestão inadequada Desactivação Moderada Baixa

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de resíduos não
perigosos
8 Perturbação Construção
resultante da Operação Baixa
gestão inadequada Desactivação Moderada
de resíduos
perigosos
9 Perturbação de Construção Baixa Negligenciá
Habitats, habitats, fauna e Operação vel
fauna e flora flora
10 Restauração de Desactivação Baixa Baixa
habitats, fauna e
flora (positivo)
Ambientesocioeconómico

Economia e 11 Contribuição na Construção


emprego melhoria das Operação Baixa Moderada
condições de vida
dos trabalhadores
12 Aumento da Construção
capacitação e Operação Baixa Moderada
desenvolvimento
de competências a
nível local
13 Criação de Construção
expectativas Operação Baixa Baixa
relacionadas com Desactivação
os postos de
trabalho gerados
pelo Projecto
14 Promoção da Construção Moderada Alta
economia local e Operação
regional
15 Afectação da Construção Baixa Negligenciá
integridade física Operação vel
da população Desactivação
devido à ocorrência
Saúdecomun de acidentes e
itária atropelamentos por
veículos e
maquinaria
associados ao
Projecto
16 Perturbação da Construção Baixa Negligenciá
população devido Desactivação vel
ao aumento dos

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níveis de ruído,
vibração e poluição
do ar
17 Afectação da Construção Moderada Baixa
saúde dos Desactivação
trabalhadores
devido à ocorrência
Saúde e de acidentes de
SegurançaO trabalho durante a
cupacional realização de
trabalhos de
construção/demoliç
ão
18 Afectação da Operação Moderada Baixa
saúde dos
trabalhadores
devido à ocorrência
de acidentes de
trabalho e doenças
ocupacionais
19 Danos causados Operação Alta Baixa
pela ocorrência de
explosões e
incêndios

9 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL

Os resultados da classificação dos impactos constituem a base para o desenvolvimento


de medidas práticas de gestão e monitoria ambiental. Tais medidas foram compiladas
na forma de um Plano de Gestão Ambiental, apresentado no Volume II deste estudo.

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O PGA providencia instruções claras e de execução obrigatória para o Proponente e


o(s) Empreiteiro(s) no que concerne às suas responsabilidades de gestão ambiental ao
longo do período de execução do Projecto.

O Plano inclui, de modo não limitativo, as medidas de mitigação/potenciação a


implementar, as responsabilidades pela implementação, o período de execução e ainda
indicadores de monitoria ambiental.

Deste modo, o documento tem como objectivo assegurar a implementação e o


funcionamento do Projecto proposto de modo ambientalmente adequado, tendo em
vista a protecção da qualidade do ambiente e da saúde dos trabalhadores e população
em geral.

Saliente-se que o PGA constitui um instrumento de referência importante na realização


de auditorias ambientais, facilitando a avaliação objectiva do cumprimento dos
requisitos ambientais estabelecidos, aplicáveis a todas as fases do ciclo de vida do
Projecto.

10 PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA


Tratando-se de uma actividade de Categoria B, o Decreto nº 54/2015, de 31 de
Dezembro define que a realização de um Processo de Participação Pública (PPP) é
obrigatória. Deste modo, o PPP é efectuado de acordo com o Regulamento sobre o
Processo de AIA (Decreto n.º 54/2015, de 31 de Dezembro) e a Directiva Geral para o
Processo de Participação Pública (Diploma Ministerial nº 130/2006, de 19 de Julho).

94
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O PPP visa garantir transparência no Processo de AIA, permitindo às Partes


Interessadas e Afectadas (PI&As) compreender as actividades do Projecto e as suas
potenciais implicações para o ambiente biofísico e socioeconómico, e capacitá-las a
identificar e levantar assuntos de preocupação que devam ser considerados no EAS.
Assim, o processo de envolvimento das PI&As durante o EAS tem os seguintes
objectivos específicos:
− Providenciar informação geral sobre o Projecto;

− Apresentar as principais conclusões do estudo; e

− Reunir comentários das PI&As sobre o Projecto.

As actividades de envolvimento das PI&As durante a fase de EAS serão apresentadas,


após a sua realização, no Relatório de Consulta Pública - Volume III deste estudo.

11 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Da realização do presente Estudo Ambiental Simplificado, elaborado no âmbito do
processo de Avaliação de Impacto Ambiental com vista ao Licenciamento Ambiental do
Projecto de Construção e Operação do Posto de Abastecimento de Combustível para
nicipal da Katembe no bairro Chali, salientam-se as seguintes conclusões e
recomendações:
a. Não existem questões fatais associadas ao Projecto.

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b. Com a implementação das medidas de gestão propostas, nenhum dos


impactos identificados possui uma significância alta.

c. A implementação das medidas de mitigação recomendadas é considerada


adequada para garantir a protecção ambiental e a segurança das comunidades e
utilizadores do local.

d. O Projecto resultará na criação de postos de trabalho, apresentando também


um impacto positivo para a economia local e regional.

e. O Proponente deverá garantir que as actividades que dispensam o uso de


mão-de-obra qualificada sejam atribuídas às comunidades locais e que o processo de
recrutamento seja conduzido em colaboração com as lideranças locais.

12 REFERÊNCIAS
1. ANE. (2013). Relatório de tráfego 2013. Administração Nacional de Estradas.
Direcção de Planificação.
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Santha, R. (2017). Assessing Mozambique’s exposure to coastal climate hazards
and erosion. doi:https://doi.org/10.1016/j.ijdrr.2017.04.002

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3. CMCM. (2021). Conselho Municipal da Cidade da Matola. Dados do Munícipio


De Maputo.
4. Cumbane, J., Naran, A., Queface, A., Uthui, R., Liljeberg, M. F., Iverfeldt, Å.,
Magaia, S. (2007). Rapid urban air quality assessment (RUA): a cost-effective
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5. Cumbe, Â. N. (2007). O Património Geológico de Moçambique: Proposta de
Metodologia de Inventariação, Caracterização e Avaliação. Tese de Mestrado
em Património Geológico e Geoconservação. Braga: Universidade do Minho.
Escola de Ciências, Departamento de Ciências da Terra.
6. DTC. (2020). Horizontes do Solo. . Obtido de Departamento de Ciências da
Terra da Escola de Ciências da Universidade do Minho.:
http://www.dct.uminho.pt/pnpg/gloss/horizontes.html
7. Governo do Distrito da Matola. (2017). Balanço do Plano Económico Social e
Orçamento do Distrito da Matola – 2017. Matola, Janeiro de 2017. .
8. Governo do Distrito da Matola. (2017a). Selecção de dados referentes a 2017
para as áreas de Educação, Juventude e Tecnologia; Saúde Mulher e Acção
Social e Património Histórico e Cultural.
9. IAQM. (2011). Institute of Air Quality Management. Guidance on the Assessment
of the Impacts of Construction on Air Quality and the Determination of their
Significance.
10. IAQM. (2014). Institute of Air Quality Management. Guidance on the assessment
of dust from demolition and construction. Verson 1.1. London.
11. Impacto. (2020). Relatório do Estudo de Impacto Ambiental. Volume I. Avaliação
de Impacto Ambiental e Socioeconómico para a Perfuração de Poços de
Pesquisa em Águas Profundas na Área de Angoche A5-B, ao Largo da
Província de Nampula, Moçambique.
12. INE. (2013). Estatísticas do Distrito de Cidade da Mputo.
13. INIA. (1993). Os solos das Províncias de Maputo e Gaza. Explicações dos
mapas de solos (escala 1/50.000). Instituto Nacional de Investigação
Agronómica. Departamento Terra e Água. Maputo.

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14. Meteoblue. (2020). Clima Matola. Província de Maputo, República de


Moçambique. Obtido de Clima (modelado). Rosa dos Ventos:
https://www.meteoblue.com/pt/tempo/historyclimate/climatemodelled/matola_rep
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15. NRA. (2011). National Roads Authority. Guidelines for the Treatment of Air
Quality During the Planning and Construction of National Road Schemes.
16. Open street. (2021). Dados de serviços e infraestruturas sociais. Base de dados
do Open Street. Obtido em 10 de Março de 2021
17. Silva, R. (2006). Mapa da Baía de Maputo, Moçambique. Obtido de Baía de
Maputo.: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ba%C3%ADa_de_Maputo

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ANEXOS

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