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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Faculdade de Direito

DIREITO PROCESSUAL CIVIL VII

PROF. ORLANDO BORTOLAI JUNIOR

MONITORIA: RHAISA LORENA e TALITA BARBOSA

“A TUTELA JURISDICIONAL EXECUTIVA: teoria geral da execução;


classificação; princípios, o processo de execução; o exercício do direito de
execução; o título executivo; do cumprimento provisório da sentença, do
cumprimento definitivo de sentença de obrigação de pagar quantia certa; da
execução por quantia certa por título extrajudicial.”

AULA DO DIA 19/10/2021

DIR-NC8 - 9º SEMINÁRIO (2º bi)

1. A petição inicial de ação de execução por título extrajudicial tem


requisitos específicos se comparada a inicial da ação de conhecimento? Quais
seriam?

Como de praxe, a ação de execução por título extrajudicial inicia-se


através de petição inicial por parte do credor, onde deverá constar a fundamentação
do pedido (a menção do título executivo e o não pagamento por parte do devedor) e

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o pedido executivo, além do requerimento de citação do devedor, postulado pelo art.


838 do NCPC/2015.

2. Há citação no processo de execução por título extrajudicial? Para que?

A citação é o ato pelo qual o executado é convocado a integrar a relação


processual, de forma que sua regularidade e bom funcionamento são essenciais para
a eficácia da prestação jurisdicional. O código de Processo Civil de 1973, vedada
expressamente a possibilidade de citação por correio nos processos de execução. Já,
por sua vez, o CPC 2015, além de manter a citação por correio como regra geral (art.
247), excluiu a vedação à possibilidade de esta modalidade de citação ser promovida
nos processos de execução.
Assim, o devedor pode pagar a dívida total em três dias contados de sua
citação e experimentar a redução pela metade da verba honorária, ou deve pagar
futuramente a dívida integral, mais sucumbência – no caso que seus embargos não
sejam providos, de forma que há também o risco de majoração de até 20% dos
honorários advocatícios.1

3. Qual o significado de arresto de bens?

De modo bastante simplificado, é certo afirmar que arresto de bens é um


procedimento determinado pelo juiz, visando a garantia de futura execução judicial.
Esta medida é aplicada a bens do devedor. Para reforçar, trazemos o entendimento
jurisprudencial:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CAUTELAR DE ARRESTO.
TUTELA DE URGÊNCIA. ARRESTO DE BENS DOS DEVEDORES.
AUSÊNCIA DE CITAÇÃO E DE PROVA DE DILAPIDAÇÃO DE
BENS. REQUISITOS LEGAIS NÃO DEMONSTRADOS.
MANUTENÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA. 1. O Agravo de
Instrumento é um recurso secundum eventum litis e, portanto, deve limitar-
se ao exame do acerto, ou desacerto da decisão, proferida pelo Douto
Magistrado, não devendo proceder-se, neste grau recursal, a qualquer

1
NERY Jr, Nelson; e NERY, Rosa Maria. Código de Processo Civil Comentado. 17 ed. São Paulo:
Thomson Reuters, 2020, p. 1898.
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apreciação, acerca de matéria estranha ao ato judicial fustigado, sob pena


de incorrer em supressão de um grau de jurisdição. 2. A medida de
efetivação de arresto de bens do devedor, antes da citação dele, deve
ser feita em conformidade com a jurisprudência do colendo STJ, isto
é, o arresto pretendido somente é admissível, em caráter excepcional,
quando adequadamente demonstrado que estão presentes os
requisitos que ensejam a efetivação de medida de natureza
acautelatória, quais sejam, o risco de dano e o perigo da demora,
ausentes, na hipótese. 3. Não existindo, neste momento processual, a
efetivação da citação dos Réus, com a realização do contraditório e ampla
defesa, além de não se encontrarem presentes os requisitos autorizadores,
para o deferimento da medida cautelar, não é possível proceder-se ao
arresto de bens, antes da citação deles. AGRAVO DE INSTRUMENTO
CONHECIDO E DESPROVIDO.

(TJ-GO - AI: 02205979420208090000 GOIÂNIA, Relator: Des(a).


FRANCISCO VILDON JOSE VALENTE, Data de Julgamento:
23/09/2020, 5ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de 23/09/2020)

4. Em que prazo deverá o executado pagar a quantia devida?

Em harmonia com o art. 829 do CPC o executado será citado para pagar a
dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da citação. Caso o pagamento não seja
efetuado nesse prazo, ocorrerá a determinação d a penhora de seus bens para que a
obrigação seja cumprida forçadamente.

5. Se não houve pagamento espontâneo no prazo fixado, o que deverá fazer o


Oficial de Justiça?

A Insolvência Civil pode ser requerida tanto pelo credor como pelo
próprio devedor. A dívida tem que estar lastreada em título executivo. Ou seja,
apenas nos casos em que o título (judicial ou extrajudicial) supera os bens
do devedor é que se pode requerer a Insolvência Civil. Nesse sentido, se não houver
pagamento espontâneo da dívida, deve o oficial de justiça levar as informações para
a parte prejudicada. Assim, o oficial de justiça é responsável pela entrega física das
citações e intimações, restando em certas ocasiões a função de cientificar nos autos,
por exemplo, o retorno do AR negativo, ou seja, sem colher a assinatura do

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executado, o que dificulta o processo de conhecimento da execução, bem como não


garantindo a satisfação do credor, titular do crédito.2

6. O exequente pode indicar bens à penhora? E o executado?

De acordo com o art. 829, § 2º, do Código de Processo Civil, “a penhora


recairá sobre os bens indicados pelo exequente, salvo se outros foram indicados pelo
executado e aceitos pelo juiz”. Entretanto, é importante observar que o executado
somente pode indicar os bens distintos caso prove que não prejudicará o credor com
a nova indicação3.

7. Qual a finalidade da intimação da penhora?

A penhora pode ser compreendida como uma maneira de restringir a


venda ou a transferência dos bens do executado a terceiros, de modo a garantir o
pagamento daquilo que o inadimplente deve para o credor, concentrando sua
finalidade em atender os chamados da justiça e garantir a satisfação do credor.

2
THEODORO Jr, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Volume III. 53 ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2020, p. 459.
3
NERY Jr, Nelson; e NERY, Rosa Maria. Código de Processo Civil Comentado. 17 ed. São Paulo:
Thomson Reuters, 2020, p. 1903.
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