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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA EXATAS E TECNOLÓGICAS


ENGENHARIA ELÉTRICA

PRÁTICA 04 – CAMPOS MAGNETOSTÁTICOS

ÍCARO MATHEUS DE ALMEIDA VITÓRIO (201610496)


JÔNATHAS DE SOUZA MOREIRA (201611114)
MARINO CURRÁS DOS SANTOS (201611116)

ILHÉUS – BAHIA
2021
ÍCARO MATHEUS DE ALMEIDA VITÓRIO (201610496)
JÔNATHAS DE SOUZA MOREIRA (201611114)
MARINO CURRÁS DOS SANTOS (201611116)

PRÁTICA 04 – CAMPOS MAGNETOSTÁTICOS

Relatório apresentado como parte dos critérios de


avaliação da disciplina CET1216 -
ELETROMAGNETISMO. Turma P06. Dia de execução
do experimento: 18/10/2021.

Professor: Rafael Rodrigues Queiroz Freitas

ILHÉUS – BAHIA
2021
1 INTRODUÇÃO
Uma das revoluções mais marcantes da física foi a descoberta, feita por
Hans Cristian Oersted, de que, ao redor de um fio percorrido por corrente,
circula um campo magnético. A partir disto, André Marie Ampère deduziu a
matematicamente este campo. Tal dedução mundialmente conhecida como
Lei de Ampère.

Ela estabelece que a integral de linha da componente tangencial de H em


torno de um caminho fechado é equivalente a corrente I envolvida no caminho,
portanto:

⃗ . 𝑑𝑙 = 𝐼𝑒𝑛𝑣
∮𝐻 (1)

Em suma, ela estabelece que a soma dos produtos das parcelas de H


fornecerá a corrente resultante que atravessa a superfície envolvida. De forma
esquemática, temos a figura abaixo:

Figura 1 - Esquemático da Lei de Ampère relacionada ao campo magnético e a densidade de


corrente J.

A lei de Ampère é similar a lei de Gauss para campos elétricos em


sistemas onde existem distribuições simétricas de corrente. Ela é uma das
equações de Maxwell e, portanto, uma lei fundamental do eletromagnetismo,
e será utilizada para determinar a intensidade do campo magnético para
distribuições simétricas de corrente, neste caso, linha de transmissão coaxial
e transmissão a dois fios.

2 MATERIAIS ULTILIZADOS
● Computadores;
● Software FEMM;
● Calculadora.

3 OBJETIVOS
- Aplicar a lei de Ampère para determinar a intensidade do campo magnético
para as distribuições simétricas de corrente: linha de transmissão coaxial e linha
de transmissão a dois fios;

⃗ ), do
- Verificar o comportamento do vetor intensidade de campo magnético (𝐻
⃗ ) e da densidade de corrente (𝐽) utilizando as
vetor densidade do fluxo elétrico (𝐵
ferramentas do software FEMM;

- Determinar a intensidade do campo magnético utilizando as ferramentas do


software FEMM e comparar com os valores obtidos analiticamente.

4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1. Para o primeiro experimento (Transmissão Coaxial), seguimos os
seguintes passos:
 Abrimos o FEMM e em um novo arquivo e selecionamos a opção
“Magnetics Problems”, selecionamos a ferramenta “Node” e inserimos
com a tecla “TAB” nos pontos (15,20); (15,19); (15,17); (15,13); (15,11) e
(15,10).
 Depois fomos na opção “Problem” e configuramos da forma: Problem
Type: Planar; Length Units: Centimeters; Frequency: 0 Hz; Depht: 1000;
Solver Precision: 1e-008.
 Assim, prosseguimos aplicando os seguimentos de arco com a
ferramenta “Arc Segment”, ligando os pontos (15,13) e (15,17); (15,11) e
(15,19); (15,10) e (15,20).
 Após termos formado um sistema tal como o da “Figura 2”, fomos em
Properties > Materials Library e adicionar os materiais “Air”e “Copper”.
Com a ferramenta "Block labels" clicamos em um ponto dentro do
condutor interno, entre o condutor interno e o condutor externo e dentro
do condutor externo e definimos o material para cada dessas regiões.
 Por fim, fomos em Properties > Circuits > Add. Definimos a corrente do
condutor interno de 25 A e do condutor externo de -25 A. Criamos a malha
em Mesh > Create Mesh. E simulamos em Analysis > Analyze.
Observamos o resultado após clicar em Analysis > View Results.

Figura 2 - Modelo do experimento 1 (Transmissão Coaxial).

2. Já para o segundo experimento (Linha de Transmissão a Dois


Condutores), seguimos os seguintes passos:
 Abrimos o FEMM e em um novo arquivo e selecionamos a opção
“Magnetics Problems”, selecionamos a ferramenta “Node” e inserimos
com a tecla “TAB” nos pontos (0,0); (0;30); (-6,15); (-4,15); (4,15) e (6,15).
 Depois fomos na opção “Problem” e configuramos da forma: Problem
Type: Planar; Length Units: Centimeters; Frequency: 0 Hz; Depht: 1000;
Solver Precision: 1e-008.
 Após termos formado um sistema tal como o da “Figura 3”, fomos em
Properties > Materials Library e adicionar os materiais “Air”e “Copper”.
Com a ferramenta "Block labels", clicamos em um ponto dentro de cada
condutor e na região externa aos condutores e definimos o material para
cada região.
 Por fim, fomos em Properties > Circuits > Add. Definimos a corrente do
condutor a de 25 A e do condutor b. Criamos a malha em Mesh > Create
Mesh. E simulamos em Analysis > Analyze. Observamos o resultado após
clicar em Analysis > View Results.
Figura 3 - Modelo do experimento 2 (Linha de Transmissão a Dois Fios).

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Para a linha de transmissão coaxial, podemos observar através da figura
6 em anexo, que quanto mais próximo do condutor interno, maior será os valores
da intensidade de campo magnético e também da densidade do fluxo elétrico. E
à medida que se afastam do condutor interno, têm seus valores mínimos. As
linhas equipotenciais se mantêm a distâncias mais próximas quando estão perto
do condutor interno.

Para a linha de transmissão a dois condutores, podemos observar o


comportamento da intensidade de campo magnético e densidade de fluxo
elétrico através da figura 7 em anexo. Ambos têm seus valores máximos quando
estão mais próximos dos condutores internos, os condutores têm
comportamentos semelhantes, exceto que um tem carga positiva e outro tem
carga negativa e as linhas equipotenciais são paralelas ao vetor intensidade do
campo magnético.

Ao plotarmos os gráficos das figuras 4 e 5, observamos que o gráfico de


densidade de fluxo elétrico e intensidade de campo magnético têm um
comportamento semelhante para as duas configurações de linha de
transmissão. Validando o que foi dito inicialmente, que a densidade de fluxo
elétrico e intensidade de campo magnético tem seus valores máximos quando
estão próximos do condutor interno e valores próximos de zero quando no
interior dos condutores.
Figura 4 – Gráficos da densidade de fluxo elétrico e intensidade de campo magnético x distância
para a linha de transmissão coaxial, respectivamente.

Figura 5 – Gráficos da densidade de fluxo elétrico e intensidade de campo magnético x distância


para a linha de transmissão a dois condutores, respectivamente.

Através da equação 1, calculamos o valor da densidade do campo


magnético em alguns pontos afim de comparar com os valores obtidos no
software FEMM e anotamos na tabela 1.

Para a linha de transmissão coaxial, temos um erro relativo baixo. No


ponto P₁, não obtemos o resultado esperado no software FEMM. Por ser um
ponto no centro da configuração, o esperado seria um valor nulo para o campo
magnético.

Para a linha de transmissão a dois condutores, tivemos que dobrar a


fronteira para que o valor calculado fosse próximo do valor encontrado no
software FEMM. Assim, também tivemos erros relativos baixos. Para os pontos
P₂ e P3, esperávamos encontrar valores iguais, porém de sinais opostos, mas
houve uma pequena diferença nos valores encontrados usando o FEMM.
H[A/m]
Configuração Pontos Erro (%)
Analítico FEMM
Linha de P₁ (15,0;15,0) 0,00 0,99 100
Transmissão P₂ (15,0; 18,0) 132,63 132,60 0,022
Coaxial P3 (15,0;19,5) 46,67 47,17 1,059
Linha de P₁ (0,0;15,0) 159,16 162,43 2,013
Transmissão
P₂ (-8,0;15,0) -102,02 -101,11 0,900
a dois
condutores P3 (8,0;15,0) 102,02 98,69 3,374
Tabela 1 – Valores de campo magnético para ambas as configurações em determinados pontos,
a 0Hz.

Com o intuito de observamos o comportamento da densidade de corrente


(𝐽) para as duas configurações, colocamos ambos para operar com frequências
de 60Hz e 1kHz. O resultado pode ser observado nas figuras 8 e 9 em anexo. À
medida que aumentávamos a frequência, a densidade de corrente (𝐽)
concentrava-se cada vez mais na casca do condutor. Ou seja, quando o
capacitor tem sua frequência aumentada, ele tende a concentrar suas cargas na
casca do condutor.

6 CONCLUSÃO

A pratica proposta tornou possível a comprovação da teoria que já


tínhamos acesso para o comportamento dos capacitores estudados – linha de
transmissão coaxial e linha de transmissão a dois condutores. Puderam ser
simulados no software FEMM e, assim, verificada o comportamento do vetor
intensidade das linhas de campo magnético, do vetor densidade de fluxo elétrico
e da densidade corrente.

Foi possível ser observado o comportamento da densidade de corrente


para diferentes frequências para estudo do efeito skin, com isso, foi registrado
um resultado condizente com o esperado através dos estudos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

[1] SADIKU, Matthew N.O., Elementos de Eletromagnetismo. Porto Alegre:


Bookman, 5a Edição, 2012.
[2] HAYT, W. H., Eletromagnetismo. Rio de Janeiro: Editora LTC, 3a Edição,
1983.
ANEXOS

⃗ ) e intensidade de campo magnético (𝐻


Figura 6 – Densidade do fluxo elétrico (𝐵 ⃗ ) para a linha de
transmissão coaxial, respectivamente.

⃗ ) e intensidade de campo magnético (𝐻


Figura 7 - Densidade do fluxo elétrico (𝐵 ⃗ ) para a linha de
transmissão a dois condutores, respectivamente.
Figura 8 – Densidade de corrente na linha de transmissão coaxial com frequências de 0Hz, 60Hz
e 1KHz, respectivamente.

Figura 9 – Densidade de corrente na linha de transmissão a dois condutores com frequências de


0Hz, 60Hz e 1KHz, respectivamente.

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