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1a edição
Belém/PA
2023
© 2009 direitos reservados à Diretoria de Portos e Costas
Revisão Pedagógica:
Revisão Ortográfica:
Digitação/Diagramação:
Coordenação Geral:
exemplares
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SUMÁRIO
1. A NATUREZA DA ELETRICIDADE................................................................................ 4
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 45
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1. A NATUREZA DA ELETRICIDADE
Na eletricidade básica existem três grandezas fundamentais que são: a tensão elétrica, a
corrente elétrica, a resistência elétrica. Para estudá-las utilizaremos o conceito de cargas
elétricas.
Existem dois tipos de cargas, as chamadas “cargas positivas” (+) e “cargas negativas”
(-) que possuem uma interessante propriedade: corpos que possuem cargas de mesmo sinal
se afastam uns dos outros (se repelem) enquanto que cargas de sinais contrários se
aproximam uns dos outros (se atraem).
Em um primeiro momento o conceito de carga é algo abstrato, difícil de entender e
aplicar no dia a dia. Por esse motivo, vamos primeiro definir uma maneira de quantificar
(calcular) a quantidade de cargas no corpo, assim ficará mais fácil sua aplicação e,
posteriormente, vamos entender de que forma podemos perceber os fenômenos das cargas
elétricas por meio dos processos de eletrização.
Faz sentido dizer que existem partículas que recebem o nome de carga elétrica?
Reflita sobre isso.
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1.2. Unidade de Carga Elétrica
Antes de tudo devemos entender que as cargas elétricas dos corpos não podem assumir
valores aleatórios, ao contrário, a carga total dos objetos sempre equivale a múltiplos de um
valor fundamental chamado carga fundamental, ou seja, dizemos que se o objeto possui uma
carga total 𝑄 então ele é composto de um número 𝑛 de cargas elementares.
Expressando, agora, de forma matemática temos que a carga 𝑄 de um corpo pode ser
calculada multiplicando a carga fundamental 𝑞 pelo número 𝑛 de cargas juntas, de acordo a
expressão
𝑄=𝑛. 𝑞
A unidade de medida de carga é Coulomb (símbolo C e se pronuncia “cúlomb”) em
homenagem ao físico francês Charles-Augustin de Coulomb. A partir de experimentos se pôde
determinar que o valor da carga fundamenta é 𝑞 = 1,6 × 10−19 𝐶 sendo que o sinal depende
do tipo de carga elétrica, ou seja,
5
Exercício Resolvido
Solução
𝑄 = 𝑛 .𝑞
Dessa forma
1 = 𝑛 . 1,6 × 10−19
1
=𝑛
1,6 × 10−19
Até aqui entendemos o conceito de carga elétrica e como fazemos para calcular a
quantidade de carga elétrica que um determinado corpo possui. Podemos agora discutir como
se dá o processo de carga ou descarga dos corpos para entender, na prática os efeitos elétricos
no dia-a-dia.
Tudo o que é matéria, ou seja, na prática, qualquer objeto ou corpo o qual é possível
medir sua massa em algum tipo de balança são feitas de átomos. O átomo é a menor parte
que se pode dividir algo material a ponto de ser seu constituinte da mesma forma com que os
tijolos, blocos de construção e telhas são a base das diversas edificações em nossas cidades.
A ideia mais didática que podemos fazer do átomo é o que chamamos de “Modelo Planetário”
apresentado na Figura 1
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Figura 1: Representação esquemática do modelo atômico. Ele recebe o nome de modelo planetário pela sua
semelhança com o movimento dos planetas que giram orbitando ao redor do sol.
A figura mostra que um determinado átomo é composto de uma parte central onde
encontra-se um conjunto muito coeso chamado núcleo atômico que é composto por
partículas chamadas prótons e nêutrons enquanto que girando ao redor deste núcleo existem
outras partículas muito menores chamadas de elétrons, que efetuam suas órbitas divididos
em camadas como mostra a Figura 1. Os prótons possuem carga positiva enquanto que o
elétron possui carga negativa e o nêutron não possui carga (ver Tabela 1). Os átomos se
diferenciam entre si pelo seu número de prótons, por exemplo, o átomo de hidrogênio possui
um único próton em seu núcleo enquanto que o de carbono apresenta seis prótons ou o de
ferro 26 prótons. Em seu estado natural o número de prótons e de elétrons são os mesmos.
As cargas negativas possuem massa cerca de 1,8 mil vezes menor do que as cargas
positivas.
Os elétrons que giram em órbitas mais distantes do núcleo experimentam uma força
de ligação menor do que os mais próximos, dessa forma, é relativamente fácil um corpo retirar
essas partículas de outro. Este fenômeno é chamado de eletrização e gera, assim, o fenômeno
da eletricidade estática. A seguir discutiremos de que forma podemos eletrizar os corpos.
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PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO
Os processos básicos de Eletrização dos corpos são três: eletrização por atrito, por
contato e por indução.
Eletrização por Atrito: Quando atritamos dois materiais isolantes diferentes, o calor
produzido por eles é suficiente para iniciar a transferência de elétrons de um corpo para outro,
o que torna ambos os materiais eletrizados, sendo que um fica eletrizado positivamente (o
que perdeu elétrons) e o outro fica eletrizado negativamente (o que ganhou elétrons).
Eletrização por contato: Se um corpo eletrizado negativamente é colocado em contato
com outro neutro (número de cargas positivas igual ao número de cargas negativas), o excesso
de elétrons do corpo negativo será transferido para o corpo neutro até que ocorra o equilíbrio
eletrostático. Dessa maneira o corpo neutro fica eletrizado negativamente.
Eletrização por Indução: Quando se aproxima um corpo eletrizado positivamente de
um corpo condutor neutro isolado, os seus elétrons livres serão atraídos para a extremidade
mais próxima do corpo positivo. O corpo neutro fica polarizado, ou seja, com excesso de
elétrons numa extremidade (polo negativo) e falta de elétrons na outra extremidade (polo
positivo). Ao aterrar o polo positivo desse corpo, ele atrairá elétrons da Terra, até que essa
extremidade fique novamente neutra. Ao desfazer o aterramento e afastando o corpo com
carga positiva, o corpo inicialmente neutro fica eletrizado positivamente.
Como decorrência do estudo do campo elétrico gerado por uma carga e da força que
surge em outra carga colocada nesse campo, foi deduzida a expressão que nos dá o módulo
da força de atração ou de repulsão entre duas cargas elétricas, devido a interação de seus
campos elétricos.
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Figura 2. (a) Representação didática dos parâmetros da lei de coulomb e (b) o sentido das forças de acordo com
o sinal das cargas, evidenciando que cargas de mesmo sinal se repelem (força repulsiva) enquanto que cargas
de sinais contrários se atraem (força atrativa).
Exercício Resolvido
Solução
9
Exercícios Propostos
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2. TENSÃO, CORRENTE E RESISTÊNCIA ELÉTRICA
Tensão (ou diferença de potencial) está relacionada com a energia necessária para
mover uma unidade de carga através de um elemento; é medida em volts (V)
Figura 3. (a) Representação de uma bateria ligada a uma lâmpada e (b) representação esquemática de circuito
equivalente.
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Figura 4. Polaridade da tensão 𝒗𝒂𝒃
Por exemplo, na Figura 5 temos duas representações para a mesma tensão. Na Figura
5a o ponto 𝑎 está a +9𝑉 acima do ponto 𝑏; na Figura 5b o ponto 𝑏 está – 9𝑉 acima do ponto
𝑎.
Nós podemos dizer que na Figura 5a existe uma queda de tensão de 9 V de 𝑎 para 𝑏
ou, de maneira equivalente, um aumento de tensão de 9 V de 𝑏 para 𝑎. Em outras palavras,
uma queda de tensão de 𝑎 para 𝑏 é equivalente a um aumento de tensão de 𝑏 para 𝑎.
A corrente e a tensão são duas variáveis básicas em circuitos elétricos. A palavra sinal
é utilizada para uma grandeza elétrica, tal como a corrente ou a tensão (ou mesmo uma onda
eletromagnética), quando utilizado para transmitir informação. No jargão da eletrônica,
prefere-se chamar essas variáveis de sinais e não de funções matemáticas.
Tal como a corrente elétrica, uma tensão constante é chamada de tensão CC, enquanto
que uma tensão que varia senoidalmente com o tempo é chamada de tensão CA. Uma tensão
CC é geralmente fornecida por uma bateria e uma tensão CA é produzida por um gerador
elétrico.
O símbolo da fonte de tensão que iremos adotar para o restante dos nossos estudos
podem ser de dois tipos, como segue na figura 2.10.
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A tensão elétrica é sempre determinada em relação a uma referência, na
maioria das vezes essa referência é “o terra” do circuito, ou seja, um ponto no qual a
tensão é de 0 V. Então dizer que o potencial no ponto A é de 20 V, é o mesmo que
dizer que a tensão do ponto A em relação ao potencial terra é igual a 20 V. O mesmo
raciocínio é adotado para determinar as tensões em B, C e D em relação ao potencial
terra. Por intuição, percebe-se que o ponto E está sentado sobre o potencial de 0 V,
daí dizemos que no ponto E tem-se um potencial de 0 V.
Δ𝑄
𝑖=
Δ𝑡
Uma corrente contínua (CC) é uma corrente que permanece constante ao longo do
tempo. Esse tipo de corrente pode ser observado em vários tipos de circuitos, como por
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exemplo, a alimentação de uma pequena bateria é feita com corrente CC. Esse tipo de
corrente vai ser o nosso principal objeto de estudo durante o aprendizado da eletricidade
básica.
Uma corrente alternada (CA) é uma corrente que muda a polaridade com o tempo.
Esse tipo de corrente é normalmente utilizado em ambiente doméstico, para acionar o ar
condicionado, refrigeradores, máquinas de lavar e outros eletrodomésticos. Podemos ter esse
tipo de sinal na forma senoidal, triangular etc.
Entretanto, deve-se saber que o verdadeiro sentido dos elétrons é, do polo negativo
para o positivo, como apresentado na Figura 7.
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Os resistores são encontrados na maioria dos dispositivos elétricos e eletrônicos e são
utilizados nos mais variados circuitos, as suas principais funções são: limitar fluxo de corrente
e dividir ou diminuir a tensão.
Resistores geralmente são utilizados para modelar dispositivos que convertem energia
elétrica em calor ou em outras formas de energia. Estes dispositivos incluem fios elétricos,
lâmpadas incandescentes, aquecedores elétricos, fogões, fornos e caixa de som.
𝑙
𝑅=𝜌
𝐴
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Figura 9. Representação esquemática de um fio condutor cilíndrico com seus parâmetros geométricos.
A Tabela 2 apresenta os valores de 𝜌 para alguns materiais mais comuns no dia a dia,
além de apresentar quais materiais são utilizados como condutores, isoladores e
semicondutores.
𝑣 = 𝑅𝑖
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Para aplicar a lei de Ohm, deve-se atentar para a direção da corrente e a polaridade da
tensão. A direção da corrente 𝑖 e a polaridade da tensão 𝑣 devem seguir a convenção do sinal
passivo, como mostrado na Figura 10. Uma avaliação desse tipo implica dizer que a corrente
flui do potencial mais alto para o potencial mais baixo, de tal forma que 𝑣 = 𝑅𝑖. Se a corrente
fluir do potencial mais baixo para o mais alto, então temos 𝑣 = −𝑅𝑖.
Figura 10. Convenção passiva que define o sentido da corrente em relação à voltagem no resistor.
Como já se sabe, a Lei de Ohm pode ser utilizada para se determinarem os valores de
tensão (𝑉), corrente (𝐼) ou resistência 𝑅 em um circuito, como apresentado. Sempre que se
conhecem dois valores em um circuito (𝑉 e 𝐼, 𝑉 e 𝑅 ou 𝑅 e 𝐼), o terceiro valor desconhecido
pode ser determinado pela Lei de Ohm.
Para tornar mais simples o uso da equação da Lei de Ohm, costuma-se usar o triângulo
mostrado na Figura 11.
𝑉
𝐼=
𝑅
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Figura 12. Com a letra I (corrente) coberta, o triângulo fornece a equação que deve ser usada para calcular a
corrente do circuito.
Por fim, a tensão aplicada em um circuito pode ser determinada quando se conhece a
corrente e a resistência. Para tanto, a equação pode ser determinada pelo triângulo ao cobrir,
agora, a letra 𝑣 (Figura 14), ficando com
𝑣 =𝑅×𝑖
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Para que as equações decorrentes da Lei de Ohm sejam utilizadas, as grandezas
elétricas devem ter seus valores expressos nas unidades fundamentais: Volt, Ampère e Ohm.
Quando os valores de um circuito estiverem expressos em múltiplos ou submúltiplos das
unidades, devem ser convertidos para as unidades fundamentais antes de serem usados nas
equações.
Uma tensão e corrente alternada (CA) é aquela que muda de intensidade e polaridade em
intervalos regulares chamados ciclos (ou períodos). Um ciclo é a menor porção não repetitiva
de uma forma de onda periódica, ou seja, uma sequência de formas de onda sem repetir
processos que tem o mesmo período (duração) 𝑇. O número de vezes por segundo que esse
ciclo se repete é chamado frequência (𝑓), medida em Hertz (𝐻𝑧) ou RPM quando essa
repetição se dá por minuto. A representação gráfica de uma tensão alternada é formada por
uma curva chamada senoide (oriunda da função matemática seno), daí também ser chamada
de senoidal, representada na Figura 15.
Uma onda senoidal possui diversos valores instantâneos ao longo de seu ciclo. O valor de
pico (𝑉𝑃 ) é o mesmo que valor máximo (𝑉𝑀 ) e corresponde ao valor máximo assumido pelo
sinal contado a partir de seu ponto médio e aplica-se a picos negativos e positivos. Um valor
pico a pico é o dobro do valor de pico se os picos positivos e negativos forem simétricos e, por
fim, o valor RMS ou Eficaz (𝑉𝐸𝑓𝑓 ) corresponde à mesma corrente ou tensão contínua que pode
gerar a mesma potência de aquecimento. A tensão eficaz 𝑉𝑒𝑓𝑓 do cicuito corresponde a
aproximadamente 70,7 da tensão de pico, ou seja, 𝑉𝑒𝑓𝑓 = 0,707. 𝑉𝑝 . Exemplo: Uma tensão de
alimentação de 220 V significa que o valor eficaz da tensão de alimentação é de 220 V.
Portanto, seu valor de pico é Vp = 220V/0,707 = 311,17V.
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A relação entre os valores rms e máximo (pico) de uma onda senoidal é
𝑉𝑒𝑓𝑓 = 0,797 𝑉𝑃
Exercício Resolvido
Imagine que a tensão em uma tomada de alimentação seja de 120 Vrms. Qual deve ser a
tensão de pico?
Solução
𝑉𝑟𝑚𝑠 120𝑉
𝑉𝑝 = = = 170𝑉
0,707 0,707
Exercício Resolvido
Solução
120 𝑉
𝑉2 = = 24 𝑉
5
20
Exercícios Propostos
4) Um resistor de 100 kΩ é atravessado por uma corrente elétrica de 3,2 mA. Calcule a
queda de tensão provocada por esse resistor.
5) Determine a resistência elétrica de um resistor que consome 0,06 A ligado a uma rede
de 12V.
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3. POTÊNCIA E ENERGIA
3.1. Potência elétrica e sua unidade de medida
Para uma análise do circuito mais abrangente, nota-se que somente a ideia dos sinais
de tensão e corrente elétrica não são suficientes para descrever as características de um
circuito. As aplicações que são realizadas na prática requerem o conhecimento do valor da
potência que um determinado circuito ou dispositivo elétrico pode trabalhar. Como um
exemplo mais típico, podemos observar que uma lâmpada com potência nominal de 100 W
produz uma maior intensidade luminosa do que uma lâmpada de 60 W.
Outra observação típica da importância de conhecermos a potência elétrica é o
consumo residencial dos equipamentos domésticos, pois o consumidor paga pelo período de
requisição de energia elétrica durante um dado período de tempo. Daí a importância de
estudarmos as relações da potência elétrica em um dado circuito que, matematicamente,
pode ser dado por
𝑃 = 𝑉𝑖.
Se a potência possuir um sinal positivo (+) então está dissipada (“consumida”) pelo
equipamento. Se, por outro lado, a potência possui um sinal negativo (-), está sendo fornecida
pelo equipamento.
Mas como nós sabemos quando a potência possui um sinal positivo ou negativo? A
direção da corrente e a polaridade da tensão são muito importantes na determinação do sinal
da potência. Portanto, é muito importante observarmos a relação entre a corrente 𝑖 e a tensão
𝑣 da Figura 16a para que a potência possua um sinal positivo. Este padrão é chamado de
convenção de sinal passivo. Pela convenção de sinal passivo, a corrente entra pelo terminal
com a polaridade de tensão positiva.
Neste caso, 𝑝 = +𝑣𝑖 𝑜𝑢 𝑣𝑖 > 0, significando que o elemento está absorvendo
potência. Entretanto, se 𝑝 = −𝑣𝑖 𝑜𝑢 𝑣𝑖 < 0, como mostrado na Figura 16b, o elemento está
liberando ou fornecendo potência.
Figura 16. Convenção passiva para determinação da potência dissipada ou fornecida pelo equipamento.
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A convenção de sinal passivo é satisfeita quando a corrente entra no terminal
positivo de um elemento e 𝑝 = +𝑣𝑖. Se a corrente entrar no terminal negativo, 𝑝 = −𝑣𝑖.
Até posição em contrário, iremos seguir a convenção de sinal passivo ao longo de todo
o curso. Por exemplo, o elemento nos dois circuitos da Figura 17a absorve uma potência de
+ 24 W (12𝑉 × 2𝐴) porque a corrente positiva entra pelo terminal positivo nos dois casos. Na
Figura 17b, entretanto, o elemento está fornecendo uma potência de -24 W (12𝑉 × −2𝐴)
porque a corrente positiva entra pelo terminal negativo. Sendo assim
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑟𝑣𝑖𝑑𝑎 = − 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎.
(a) (b)
Figura 17. (a) Potência dissipada (consumida) pelo equipamento pois a corrente atravessa do polo positivo para
o negativo enquanto que em (b) a potência é fornecida pelo equipamento pois a corrente está fluindo no
sentido oposto.
Existem outros procedimentos para determinar a potência elétrica dos elementos, elas
são obtidas a partir da 1ª Lei de Ohm, daí temos que:
Sendo que:
𝑃 = 𝑉𝑖 𝑒 𝑉 = 𝑅𝑖
𝑃 = 𝑉𝑖 2
𝑉 𝑉2
𝑃 = 𝑉𝑖 = 𝑅 𝑉 = , então
𝑅
2
𝑃 = 𝑉 ⁄𝑅(6.13)
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Exercícios Propostos
2) Qual o valor máximo de corrente que um estabilizador de 110 V/1 kW pode fornecer?
5) Determine a potência fornecida pela fonte e a potência consumida pelos resistores abaixo.
3.2. Potência em CA
Quando se está diante de circuitos de corrente alternada, existem dois tipos de energia
em sistemas elétricos: energia ativa e energia reativa. Dispositivos com enrolamentos como
motores, transformadores, bobinas em lâmpadas fluorescentes e bobinas em lâmpadas de
mercúrio requerem energia magnetizante como mediador de energia ativa e passam a contar
com energia ativa e reativa. O mesmo se aplica a circuitos capacitivos.
A potência ativa (𝑃) de um circuito mede a taxa de conversão de energia elétrica em
trabalho produzindo calor, iluminação, movimento, etc. Sua unidade é W e seu valor pode ser
determinado pela seguinte fórmula:
24
Ou seja, a energia reativa utilizada para gerar os campos magnéticos ou elétricos do
circuito é trocada entre os elementos e o sistema ao invés de ser consumida como energia
ativa. No entanto, sua presença em circuitos é essencial para a criação de campos magnéticos
que produzem trabalho ao consumir energia ativa.
A potência reativa está presente em um circuito quando um elemento de
armazenamento de energia (capacitor ou indutor) é inserido no circuito. O valor médio da
potência reativa indutiva e capacitiva é zero, indicando que não houve nenhum consumo de
energia na forma reativa. Porém, ocorre o processo de carga e descarga de energia reativa,
cuja taxa é dada pelo termo de potência reativa.
Por fim Potência Aparente (𝑆) é a soma vetorial da potência ativa e reativa, também
chamada de potência total ou instalada. Sua unidade é o volt-ampère (VA) e seu valor pode
ser calculado pela seguinte fórmula:
𝑆 = 𝑉𝐸𝑓𝑓 . 𝐼𝐸𝑓𝑓
25
No laboratório aprendem-se técnicas de manuseio dos multímetros, entretanto na
teoria de eletricidade básica o mais importante é ter uma ideia clara de como os medidores
são conectados ao circuito sob inspeção.
(a) (b)
Figura 19. (a) Representação do circuito formado por uma fonte de tensão V ligada a dois resistores R1 e R2,
sobre o qual deseja-se medir voltagem elétrica sobre. (b) o voltímetro ligado em paralelo. Note que não é
necessário interromper o circuito para efetuar esta medição.
Veja agora a situação da Figura 20. Para se medir a intensidade de corrente que circula
por um dado componente ou em um trecho de circuito, tal circuito deve inicialmente ser
“aberto”, “cortado”, “interrompido” para poder intercalar o amperímetro em série. Toda a
corrente que passa pelo componente ou no trecho em questão deve passar também através
do medidor. Na ilustração, não importa se o amperímetro é inserido na posição indicada,
entre R1 e R2 ou entre R2 e a fonte de tensão. Para que a inclusão do amperímetro não altere
a medição é preciso que o mesmo tenha a menor resistência possível, aproximando-se de um
curto-circuito.
26
(a) (b)
Figura 20. (a) O mesmo circuito da Figura 19a. (b) Um amperímetro ligado em série com o circuito para medir a
corrente que passa pelo ramo. Note que o circuito teve que ser interrompido para que o amperímetro fosse
inserido com parte do mesmo.
TIPOS DE RESISTORES.
27
Resistores de filme de carbono (carvão).
Figura 21. Representação esquemática de três resistores de carvão de diferentes valores e potência dissipadas.
28
Tabela 3. Valores utilizados no código de cores
Tomando como exemplo o resistor da Figura 23, as duas primeiras faixas representam
os dois primeiros algarismos significativos, a terceira faixa representa o multiplicador e a
quarta o valor da tolerância.
29
Tabela 4. Exemplos para leitura de código de cores de resistores.
Exemplo Solução
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5. INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS
5.1- Circuito elétrico resistivo em série, em paralelo e série-paralelo
Associação série.
Associação paralela.
Associação mista.
ASSOCIAÇÃO SÉRIE
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Conectando-se uma fonte geradora aos terminais A e B da associação série, verifica-se
que existe realmente apenas um caminho para a circulação da corrente elétrica, conforme
ilustrado na Figura 25.
Figura 25. Uma fonte de tensão conectada aos pontos A e B do circuito na Figura 24
𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 + … + 𝑅𝑁
ASSOCIAÇÃO PARALELA
32
Conectando-se uma fonte geradora aos terminais das associações paralelas
apresentadas nesta figura, verifica-se que existe sempre mais de um caminho para a
circulação da corrente elétrica e os terminais de todos os resistores estão submetidos à
mesma diferença de potencial (ddp), como pode ser visto na figura 4.4.
Figura 27. Bateria conectada aos terminais abertos do circuito da Figura 26. Note que, agora, há três caminhos
possíveis para a corrente seguir.
1 1 1 1
= + + ⋯+
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 𝑅𝑁
Na maioria das vezes, têm-se somente dois resistores em paralelo, daí pode-se utilizar
a fórmula a seguir:
𝑅1 𝑅2
𝑅𝑒𝑞 =
𝑅1 + 𝑅2
Para 𝑛 resistores iguais a 𝑅, têm-se:
𝑅
𝑅𝑒𝑞 =
𝑛
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ASSOCIAÇÃO MISTA
Uma associação de resistores é denominada de mista quando for composta por ramos
em série e ramos em paralelo. A Figura 28 mostra um exemplo de associação mista de
resistores.
Figura 28. Diagrama esquemático de três resistores em que R1 e R2 estão em paralelo que, juntos, estão em
série com R3.
Solução:
𝑉 6
𝑖= = = 0,166 𝐴 𝑜𝑢 166 𝑚𝐴
𝑅 36
34
Solução:
𝑉 9𝑉
𝑅= = = 39,13
𝑖 0,23 𝐴
Solução:
DIVISOR DE TENSÃO
𝑅1 𝑣
𝑣1 =
𝑅1 + 𝑅2
e
35
𝑅2 𝑣
𝑣2 =
𝑅1 + 𝑅2
Das equações anteriores podemos constatar que a queda de tensão em cada resistor
é diretamente proporcional ao valor de cada resistência, logo pode-se concluir que, quanto
maior o valor do resistor, maior será a queda de tensão em relação a esse resistor. O divisor
de tensão é muito utilizado nos circuitos eletrônicos para a obtenção da tensão típica de
funcionamento de cada componente sem que seja necessário usar diversas fontes de
alimentação. A seguir será aplicado essa análise na forma de um problema.
Solução:
Para determinar as tensões nos pontos de interesse, primeiro deve-se encontrar qual
a queda de tensão entre os mesmos. Assim, primeiro determinaremos a queda de tensão
sobre R1, ou seja, encontraremos 𝑣𝑎𝑏
𝑣. 𝑅1 12 . 100
𝑣𝑎𝑏 = =
𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 100 + 100 + 100
𝑣𝑎𝑏 = 4 𝑉
Como todos os resistores possuem valores iguais (100Ω) pode-se afirmas que 𝑣𝑎𝑏 =
𝑣𝑏𝑐 = 𝑣𝑐0 = 4 𝑉. Então temos que
𝑣𝑎 = 12 𝑉 (mesma da fonte)
𝑣𝑏 = 12 − 𝑣𝑎𝑏 = 12 − 4 = 8 𝑉
𝑣𝑐 = 8 − 𝑣𝑏𝑐 = 4 𝑉
36
DIVISOR DE TENSÃO COM CARGA
A divisão da tensão através de um divisor resistivo tem por finalidade fornecer uma
parte da tensão de alimentação para um componente ou circuito. Por exemplo, pode-se
utilizar um divisor de tensão para obter 6 V numa lâmpada, a partir de uma fonte de 12 V,
conforme ilustrado na Figura 31.
DIVISOR DE CORRENTE
A divisão de corrente é uma técnica que deverá ser aplicada somente para casos onde
tem-se dois resistores conectados em paralelo.
Da Figura 32, temos:
37
𝑅2 𝑖
𝑖1 =
𝑅1 + 𝑅2
𝑅1 𝑖
𝑖2 =
𝑅1 + 𝑅2
Mais uma vez a Lei de Ohm é obedecida, ou seja, quanto maior o valor da resistência
menor o valor da corrente elétrica consumida pelo mesmo.
LEIS DE KIRCHHOF
Para a correta compreensão das leis de Kirchhoff, devemos observar com bastante
minúcia os conceitos que envolvem um circuito elétrico. Em nosso estudo, os elementos do
circuito elétrico serão resistores e fontes, entretanto, os conceitos analisados poderão se
estender para qualquer conjunto de elementos elétricos, podendo estar operando em
corrente contínua ou corrente alternada.
Ramo
Nó
38
Malha
Qualquer parte de um circuito elétrico cujos ramos formam um caminho fechado para
a corrente é denominada malha.
Observando o circuito da
Figura 33, observamos todos os elementos de circuito elétrico:
39
Observe, que dada a presença de um curto (falta de componente) entre os pontos E D,
temos que E e D são coincidentes, logo eles constituem um nó.
A Lei das Correntes de Kirchhoff (LCK) soma das correntes que entram em um nó é
igual à soma das correntes que saem desse nó.
Figura 34. Representação esquemática de um nó onde entre uma corrente I 1 e saem I2 e I3.
A Lei das tensões de Kirchhoff (LTK) estabelece que a soma algébrica de todas as
tensões em um caminho fechado (ou loop) é zero.
40
Figura 35. Aplicação das leis das tensões sobre uma malha percorrida por uma corrente arbitrada no sentido
horário.
Problema 5:
Solução:
Malha 1:
−5 + 2𝐼1 + 8(𝐼1 − 𝐼2 ) = 0 → 10𝐼1 − 8𝐼2 = 5 (1)
Malha 2:
−3 + 8(𝐼2 − 𝐼1 ) + 4𝐼2 = 0 → −𝟖𝑰𝟏 + 𝟏𝟐𝑰𝟐 = 𝟑 (2)
10𝐼1 − 8𝐼2 =5 (× 𝟑)
{
−8𝐼1 + 12𝐼2 =3 (× 𝟐)
30𝐼1 − 24𝐼2 = 15
+ { −16𝐼 + 24𝐼 = 6
1 2
14𝐼1 = 21
21
𝐼1 = = 1,5𝐴 → 𝐼1 = 1,5𝐴
14
41
Determinação de 𝐼2
De (1) Temos
10 .1,5 − 8𝐼2 = 5
15 − 8𝐼2 = 5
8𝐼2 = 10
10
𝐼2 = = 1,25𝐴
8
Determinação de 𝐼3
ou
42
Exercícios Propostos
43
4) Dois resistores de 100 Ω e um resistor de 220 Ω estão conectados em série em uma bateria
de 9V. Determine, utilizando a técnica de divisão de tensão, as quedas de tensão em relação
a cada resistor.
5) Observe a figura abaixo. Inicialmente a chave CH está aberta. Fechando-se a chave CH, o
que acontece com o brilho das lâmpadas L1 e L2?
6) Três lâmpadas estão conectadas em série a uma bateria de 100 V. Determine a corrente 𝑖
que passa nas lâmpadas.
44
REFERÊNCIAS
ALEXANDER, Charles K.; SADIKU, Matthew NO. Fundamentos de circuitos elétricos. AMGH
Editora, 2013.
CAPUANO, Francisco Gabriel; MARINO, Maria Aparecida Mendes. Laboratório de eletricidade
e eletrônica. Saraiva Educação SA, 2007.
DORF, Richard; SVOBODA, James. Circuitos eléctricos. Alpha Editorial, 2015.
MALVINO, Albert P.; BATES, David J. Eletrônica-Vol. 1-8ª Edição. McGraw Hill Brasil, 2016.
PEREIRA, Norton et al. Eletrônica para eletricista de manutenção− Eletrônica básica. São
Paulo: SENAI, 1991.
45