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MARINHA DO BRASIL

DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS


ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO
CURSO DE FORMAÇÃO DE AQUAVIÁRIOS
(CFAQ - MFM)

SISTEMAS ELÉTRICOS MARÍTIMOS


BÁSICOS
(ELE-001)

1a edição
Belém/PA
2023
© 2009 direitos reservados à Diretoria de Portos e Costas

Autor: Clerisson Nascimento

Revisão Pedagógica:
Revisão Ortográfica:
Digitação/Diagramação:

Coordenação Geral:

exemplares

Diretoria de Portos e Costas Rua Teófilo Otoni, no 4 – CentroRio de Janeiro, RJ


20090-070
http://www.dpc.mar.mil.brsecom@dpc.mar.mil.br

Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto no 1825, de 20 de dezembrode 1907


IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL

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SUMÁRIO

1. A NATUREZA DA ELETRICIDADE................................................................................ 4

1.1. Carga Elétrica ........................................................................................................ 4

1.2. Unidade de Carga Elétrica .................................................................................... 5

1.3. Força elétrica entre corpos (Lei de Coulomb) ...................................................... 8

2. TENSÃO, CORRENTE E RESISTÊNCIA ELÉTRICA ....................................................... 11

2.1. Tensão elétrica ................................................................................................... 11

2.2. Corrente Elétrica ................................................................................................. 13

2.3. Resistência elétrica ............................................................................................. 14

2.4. Resistividade de um condutor cilíndrico ............................................................ 15

2.5. Noções de voltagem alternada........................................................................... 19

3. POTÊNCIA E ENERGIA ............................................................................................. 22

3.1. Potência elétrica e sua unidade de medida ....................................................... 22

3.2. Potência em CA................................................................................................... 24

4. MEDIÇÕES COM INSTRUMENTOS ELÉTRICOS ........................................................ 25

4.1. Principais instrumentos elétricos de medida ..................................................... 25

4.2. Medidas de tensão elétrica com voltímetro e multímetro ................................ 26

4.3. Medidas de corrente elétrica com amperímetro ............................................... 26

4.4. Medidas de resistência elétrica em resistores ................................................... 27

5. INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS ............................................................. 31

5.1- Circuito elétrico resistivo em série, em paralelo e série-paralelo...................... 31

5.2- Técnicas de Análise de circuitos resistivos. ........................................................ 34

REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 45

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1. A NATUREZA DA ELETRICIDADE

A Eletricidade é uma forma de energia. Não podemos tocar ou enxergar a eletricidade,


mas podemos sentir seus efeitos. O giro de um motor, a iluminação das lâmpadas, a produção
de calor são alguns dos mais variados fenômenos elétricos.
A Eletricidade está associada aos fenômenos causados por cargas elétricas em repouso
(eletrostática) e em movimento (eletrodinâmica).
Durante este módulo, serão feitas associações com os fenômenos elétricos em função de
circuitos elétricos lineares.

1.1. Carga Elétrica

Na eletricidade básica existem três grandezas fundamentais que são: a tensão elétrica, a
corrente elétrica, a resistência elétrica. Para estudá-las utilizaremos o conceito de cargas
elétricas.

A carga elétrica é uma propriedade da matéria ou do objeto. Da mesma forma que


um objeto possui uma cor, peso ou temperatura, por exemplo, ele também possui
uma carga elétrica.

Existem dois tipos de cargas, as chamadas “cargas positivas” (+) e “cargas negativas”
(-) que possuem uma interessante propriedade: corpos que possuem cargas de mesmo sinal
se afastam uns dos outros (se repelem) enquanto que cargas de sinais contrários se
aproximam uns dos outros (se atraem).
Em um primeiro momento o conceito de carga é algo abstrato, difícil de entender e
aplicar no dia a dia. Por esse motivo, vamos primeiro definir uma maneira de quantificar
(calcular) a quantidade de cargas no corpo, assim ficará mais fácil sua aplicação e,
posteriormente, vamos entender de que forma podemos perceber os fenômenos das cargas
elétricas por meio dos processos de eletrização.

Faz sentido dizer que existem partículas que recebem o nome de carga elétrica?
Reflita sobre isso.

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1.2. Unidade de Carga Elétrica

Antes de tudo devemos entender que as cargas elétricas dos corpos não podem assumir
valores aleatórios, ao contrário, a carga total dos objetos sempre equivale a múltiplos de um
valor fundamental chamado carga fundamental, ou seja, dizemos que se o objeto possui uma
carga total 𝑄 então ele é composto de um número 𝑛 de cargas elementares.

Usando uma imagem para comparação, é como comprar maçãs em um


supermercado onde se paga pelo total em quilogramas da fruta. Imagine que as
maçãs são sempre idênticas, ou seja, possuem o mesmo tamanho e quantidade em
gramas. Se temos um total de 500 g quer dizer que esse valor é formado por 5 maçãs
de 100 g cada uma. Neste exemplo, a carga total é 500 g enquanto que a carga
elementar é 100 g.

Expressando, agora, de forma matemática temos que a carga 𝑄 de um corpo pode ser
calculada multiplicando a carga fundamental 𝑞 pelo número 𝑛 de cargas juntas, de acordo a
expressão
𝑄=𝑛. 𝑞
A unidade de medida de carga é Coulomb (símbolo C e se pronuncia “cúlomb”) em
homenagem ao físico francês Charles-Augustin de Coulomb. A partir de experimentos se pôde
determinar que o valor da carga fundamenta é 𝑞 = 1,6 × 10−19 𝐶 sendo que o sinal depende
do tipo de carga elétrica, ou seja,

• Para cargas positivas temos 𝑞 = + 1,6 × 10−19 𝐶;


• Para cargas negativas temos 𝑞 = − 1,6 × 10−19 𝐶.

5
Exercício Resolvido

Calcule quantas cargas fundamentais existem em um corpo cuja carga total é de 1 C.

Solução

A formula que relaciona a carga total com a carga fundamental é

𝑄 = 𝑛 .𝑞

Os dados da questão são: 𝑄 = 1𝐶 e 𝑞 = 1,6 × 10−19 𝐶.

Queremos saber o número de cargas: 𝑛

Dessa forma

1 = 𝑛 . 1,6 × 10−19

1
=𝑛
1,6 × 10−19

𝑛 = 6,28 × 1018 cargas

Até aqui entendemos o conceito de carga elétrica e como fazemos para calcular a
quantidade de carga elétrica que um determinado corpo possui. Podemos agora discutir como
se dá o processo de carga ou descarga dos corpos para entender, na prática os efeitos elétricos
no dia-a-dia.

CARGAS NA MATÉRIA: ÁTOMOS, PARTÍCULAS E OBJETOS

Tudo o que é matéria, ou seja, na prática, qualquer objeto ou corpo o qual é possível
medir sua massa em algum tipo de balança são feitas de átomos. O átomo é a menor parte
que se pode dividir algo material a ponto de ser seu constituinte da mesma forma com que os
tijolos, blocos de construção e telhas são a base das diversas edificações em nossas cidades.
A ideia mais didática que podemos fazer do átomo é o que chamamos de “Modelo Planetário”
apresentado na Figura 1

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Figura 1: Representação esquemática do modelo atômico. Ele recebe o nome de modelo planetário pela sua
semelhança com o movimento dos planetas que giram orbitando ao redor do sol.

A figura mostra que um determinado átomo é composto de uma parte central onde
encontra-se um conjunto muito coeso chamado núcleo atômico que é composto por
partículas chamadas prótons e nêutrons enquanto que girando ao redor deste núcleo existem
outras partículas muito menores chamadas de elétrons, que efetuam suas órbitas divididos
em camadas como mostra a Figura 1. Os prótons possuem carga positiva enquanto que o
elétron possui carga negativa e o nêutron não possui carga (ver Tabela 1). Os átomos se
diferenciam entre si pelo seu número de prótons, por exemplo, o átomo de hidrogênio possui
um único próton em seu núcleo enquanto que o de carbono apresenta seis prótons ou o de
ferro 26 prótons. Em seu estado natural o número de prótons e de elétrons são os mesmos.

Tabela 1: Partículas constituintes dos átomos com seus valores de carga.

Partícula Símbolo Valor


Elétron 𝑒− + 1,6 × 10−19 𝐶
Próton 𝑝+ − 1,6 × 10−19 𝐶
Nêutron 𝑁 0 (𝑧𝑒𝑟𝑜)

As cargas negativas possuem massa cerca de 1,8 mil vezes menor do que as cargas
positivas.

Os elétrons que giram em órbitas mais distantes do núcleo experimentam uma força
de ligação menor do que os mais próximos, dessa forma, é relativamente fácil um corpo retirar
essas partículas de outro. Este fenômeno é chamado de eletrização e gera, assim, o fenômeno
da eletricidade estática. A seguir discutiremos de que forma podemos eletrizar os corpos.

7
PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO

Os processos básicos de Eletrização dos corpos são três: eletrização por atrito, por
contato e por indução.
Eletrização por Atrito: Quando atritamos dois materiais isolantes diferentes, o calor
produzido por eles é suficiente para iniciar a transferência de elétrons de um corpo para outro,
o que torna ambos os materiais eletrizados, sendo que um fica eletrizado positivamente (o
que perdeu elétrons) e o outro fica eletrizado negativamente (o que ganhou elétrons).
Eletrização por contato: Se um corpo eletrizado negativamente é colocado em contato
com outro neutro (número de cargas positivas igual ao número de cargas negativas), o excesso
de elétrons do corpo negativo será transferido para o corpo neutro até que ocorra o equilíbrio
eletrostático. Dessa maneira o corpo neutro fica eletrizado negativamente.
Eletrização por Indução: Quando se aproxima um corpo eletrizado positivamente de
um corpo condutor neutro isolado, os seus elétrons livres serão atraídos para a extremidade
mais próxima do corpo positivo. O corpo neutro fica polarizado, ou seja, com excesso de
elétrons numa extremidade (polo negativo) e falta de elétrons na outra extremidade (polo
positivo). Ao aterrar o polo positivo desse corpo, ele atrairá elétrons da Terra, até que essa
extremidade fique novamente neutra. Ao desfazer o aterramento e afastando o corpo com
carga positiva, o corpo inicialmente neutro fica eletrizado positivamente.

1.3. Força elétrica entre corpos (Lei de Coulomb)

Como decorrência do estudo do campo elétrico gerado por uma carga e da força que
surge em outra carga colocada nesse campo, foi deduzida a expressão que nos dá o módulo
da força de atração ou de repulsão entre duas cargas elétricas, devido a interação de seus
campos elétricos.

Essa expressão é denominada Lei de Coulomb:

(𝑘𝑂 . |𝑞1 |. |𝑞2 |)


𝐹=
𝑑2
em que
𝑘𝑂 = 9 × 109 N.𝑚2 /𝐶 2 (no vácuo e no ar)
𝑞1 𝑒 𝑞2 = módulo das cargas em Coulomb (C)
d = distancia, em metros (m), entre as cargas
e está representada na Figura 2a
A expressão acima calcula o módulo, ou valor absoluto da força, enquanto que seu
sentido, ou seja, para onde a força apontará depende dos tipos (sinais) das cargas. Lembrando
que cargas de mesmo sinal tendem a se repelir (força repulsiva) enquanto que cargas de sinais
opostos se atraem (força atrativa). Esse comportamento é resumido na Figura 2b

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Figura 2. (a) Representação didática dos parâmetros da lei de coulomb e (b) o sentido das forças de acordo com
o sinal das cargas, evidenciando que cargas de mesmo sinal se repelem (força repulsiva) enquanto que cargas
de sinais contrários se atraem (força atrativa).

Exercício Resolvido

Duas cargas elétricas puntiformes, como mostrado na


figura ao lado, encontram-se no vácuo a uma distância de
1 mm uma da outra. Sendo as cargas de cada uma delas
iguais a 2,0 μC e a outra - 1,5 μC, calcule a intensidade da
força da interação eletrostática entre as duas cargas.

Solução

(𝑘𝑂 . 〖 |𝑄〗𝐴 |. |𝑄𝐵 |) 9 × 109 . 2 × 10−6 . 1,5 × 10−6


𝐹= =
𝑑2 (10−3 )2

9 × 109 . 2 × 10−6 . 1,5 × 10−6


𝐹= = 27 × 103 𝑁
10−6

Ou seja, a força entre as duas cargas será de 27 𝑥 103 N ou 27 000 N

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Exercícios Propostos

1) Determine o total de carga representado por dois milhões de prótons.

2) Qual é o número de elétrons retirado de um corpo cuja carga elétrica é 𝑄 = 32µ𝐶?

3) Qual é o número de elétrons inserido em um corpo cuja carga elétrica é 𝑄 = −80𝑛𝐶?

4) Como se eletriza positivamente um corpo por meio do contato?

5) Como se eletriza positivamente um corpo por meio da indução?

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2. TENSÃO, CORRENTE E RESISTÊNCIA ELÉTRICA

2.1. Tensão elétrica

Para que o elétron em um condutor seja movido em uma determinada direção é


necessária alguma transferência de energia (trabalho). Este trabalho é executado por uma
força eletromotriz (fem), tipicamente representado por uma bateria como mostrado na Figura
3. Esta fem também é conhecida por tensão ou diferença de potencial.

Tensão (ou diferença de potencial) está relacionada com a energia necessária para
mover uma unidade de carga através de um elemento; é medida em volts (V)

(a) Ligação Elétrica (b) Esquema Elétrico

Figura 3. (a) Representação de uma bateria ligada a uma lâmpada e (b) representação esquemática de circuito
equivalente.

A Figura 4 mostra a tensão aplicada em um elemento (representado por um retângulo)


conectado aos pontos 𝑎 e 𝑏. Os sinais de (+) e menos (-) são utilizados para definir a referência
de direção ou a polaridade da tensão. A tensão 𝑣𝑎𝑏 pode ser representada de duas maneiras:

a. O ponto 𝑎 está em um potencial 𝑣𝑎𝑏 maior que o ponto 𝑏, ou


b. O potencial do ponto 𝑎 com relação ao ponto 𝑏 é de 𝑣𝑎𝑏 .

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Figura 4. Polaridade da tensão 𝒗𝒂𝒃

Por exemplo, na Figura 5 temos duas representações para a mesma tensão. Na Figura
5a o ponto 𝑎 está a +9𝑉 acima do ponto 𝑏; na Figura 5b o ponto 𝑏 está – 9𝑉 acima do ponto
𝑎.
Nós podemos dizer que na Figura 5a existe uma queda de tensão de 9 V de 𝑎 para 𝑏
ou, de maneira equivalente, um aumento de tensão de 9 V de 𝑏 para 𝑎. Em outras palavras,
uma queda de tensão de 𝑎 para 𝑏 é equivalente a um aumento de tensão de 𝑏 para 𝑎.

Figura 5. Duas representações equivalentes para a mesma tensão 𝒗𝒂𝒃 .

A corrente e a tensão são duas variáveis básicas em circuitos elétricos. A palavra sinal
é utilizada para uma grandeza elétrica, tal como a corrente ou a tensão (ou mesmo uma onda
eletromagnética), quando utilizado para transmitir informação. No jargão da eletrônica,
prefere-se chamar essas variáveis de sinais e não de funções matemáticas.

Tal como a corrente elétrica, uma tensão constante é chamada de tensão CC, enquanto
que uma tensão que varia senoidalmente com o tempo é chamada de tensão CA. Uma tensão
CC é geralmente fornecida por uma bateria e uma tensão CA é produzida por um gerador
elétrico.

O símbolo da fonte de tensão que iremos adotar para o restante dos nossos estudos
podem ser de dois tipos, como segue na figura 2.10.

Figura 6. Símbolos para fontes de tensão.

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A tensão elétrica é sempre determinada em relação a uma referência, na
maioria das vezes essa referência é “o terra” do circuito, ou seja, um ponto no qual a
tensão é de 0 V. Então dizer que o potencial no ponto A é de 20 V, é o mesmo que
dizer que a tensão do ponto A em relação ao potencial terra é igual a 20 V. O mesmo
raciocínio é adotado para determinar as tensões em B, C e D em relação ao potencial
terra. Por intuição, percebe-se que o ponto E está sentado sobre o potencial de 0 V,
daí dizemos que no ponto E tem-se um potencial de 0 V.

Entretanto, quando deseja-se determinar a tensão em um ponto do circuito


em relação a uma outra referência, tem-se que observar as direções de referência.
Por exemplo:

A tensão no ponto A em relação ao ponto B é de 5 V.


A tensão no ponto A em relação ao ponto C é de 9 V.
A tensão no ponto C em relação ao ponto D é de 8 V.

2.2. Corrente Elétrica

O conceito de corrente elétrica depende do fluxo de cargas elétricas de um


determinado condutor.

Corrente elétrica é a taxa de variação da carga em relação ao tempo e é medida em


ampères (A).

Matematicamente, a relação entre a corrente i, a carga q e o tempo t é:

Δ𝑄
𝑖=
Δ𝑡

Na qual a corrente é medida em ampères (A) e 1 ampère = 1 Coulomb/segundo.

Uma corrente contínua (CC) é uma corrente que permanece constante ao longo do
tempo. Esse tipo de corrente pode ser observado em vários tipos de circuitos, como por
13
exemplo, a alimentação de uma pequena bateria é feita com corrente CC. Esse tipo de
corrente vai ser o nosso principal objeto de estudo durante o aprendizado da eletricidade
básica.
Uma corrente alternada (CA) é uma corrente que muda a polaridade com o tempo.
Esse tipo de corrente é normalmente utilizado em ambiente doméstico, para acionar o ar
condicionado, refrigeradores, máquinas de lavar e outros eletrodomésticos. Podemos ter esse
tipo de sinal na forma senoidal, triangular etc.

SENTIDO DA CORRENTE ELÉTRICA

Quando falamos no sentido da corrente elétrica, estamos querendo definir em que


direção as cargas elétricas estão se movimentando.

Quando um fio condutor é conectado a uma bateria, as cargas são colocadas em


movimento. Cargas positivas se movem em uma direção enquanto cargas negativas se movem
na direção oposta. Este movimento cria uma corrente elétrica. Por uma convenção se
considera que a corrente elétrica é o fluxo de cargas que partem do polo positivo para o
negativo. Iremos adotar a convenção aceita mundialmente que diz que a corrente é o fluxo
das cargas positivas. É o sentido usado para estudos na maioria dos livros técnicos. Nesse
sentido a corrente se desloca do polo positivo para o negativo da fonte geradora.

Entretanto, deve-se saber que o verdadeiro sentido dos elétrons é, do polo negativo
para o positivo, como apresentado na Figura 7.

Figura 7. Sentido real da corrente elétrica.

2.3. Resistência elétrica

A resistência é a característica elétrica dos materiais, que representa a oposição


(dificuldade) à passagem da corrente elétrica, é representada pela letra R e sua unidade de
medida é ohm (Ω). O valor da resistência elétrica depende basicamente da natureza dos
materiais, de suas dimensões e da temperatura. Os símbolos mais comuns para representar
os resistores são mostradas na Figura 8.

Figura 8. Representação simbólica dos resistores.

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Os resistores são encontrados na maioria dos dispositivos elétricos e eletrônicos e são
utilizados nos mais variados circuitos, as suas principais funções são: limitar fluxo de corrente
e dividir ou diminuir a tensão.
Resistores geralmente são utilizados para modelar dispositivos que convertem energia
elétrica em calor ou em outras formas de energia. Estes dispositivos incluem fios elétricos,
lâmpadas incandescentes, aquecedores elétricos, fogões, fornos e caixa de som.

Num esquema elétrico, ao identificar o valor de um resistor, é comum substituir a


vírgula pela letra R ou por um prefixo métrico. Na prática, isso é feito para evitar
que uma falha de impressão na vírgula ou uma mancha resultem na leitura errada
do valor do resistor. Veja os exemplos abaixo:

2,7Ω → 2R7 Ω ou 2R7


4,7k Ω → 4k7 Ω ou 4k7
1,5M Ω → 1M5 Ω ou 1M5

2.4. Resistividade de um condutor cilíndrico

Os materiais em geral possuem o comportamento característico de resistirem


à passagem de cargas elétricas. A resistência de qualquer material depende da resistividade
desse material, portanto, materiais diferentes possuem resistências diferentes se forem
conservados os mesmos limites físicos desse material.
Para um condutor cilíndrico (como os fios e cabos elétricos comumente encontrados
nas instalações do dia-a-dia), a resistência e a resistividade se relacionam através da seguinte
propriedade matemática

𝑙
𝑅=𝜌
𝐴

em que R é a resistência do material, ρ é a resistividade do material, 𝑙 é o comprimento e 𝐴 é


a área da seção transversal. Esses parâmetros são representados na Figura 9.

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Figura 9. Representação esquemática de um fio condutor cilíndrico com seus parâmetros geométricos.

Bons condutores, como o cobre e alumínio, possuem pequena resistividade, enquanto


que isoladores, como a mica e o papel possuem grandes resistividades.

A Tabela 2 apresenta os valores de 𝜌 para alguns materiais mais comuns no dia a dia,
além de apresentar quais materiais são utilizados como condutores, isoladores e
semicondutores.

Tabela 2. Valores típicos de materiais mais usuais

Material Resistividade (Ω.m) Uso


Prata 1,64 × 10−8 Condutor
Cobre 1,72 × 10−8 Condutor
Ouro 2,45 × 10−8 Condutor
Alumínio 2,80 × 10−8 Condutor
Carbono 4,00 × 10−5 Semicondutor
Germânio 47 × 10−2 Semicondutor
Silício 6,4 × 102 Semicondutor
Papel 1 × 1010 Isolante
Mica 5,00 × 1011 Isolante
Vidro 1 × 1012 Isolante
Teflon 3,00 × 1012 Isolante

RELAÇÃO ENTRE VOLTAGEM, RESISTÊNCIA E CORRENTE ELÉTRICA

A primeira lei de Ohm estabelece que a tensão V em um resistor é diretamente


proporcional à corrente i que flui através do resistor.

𝑣 = 𝑅𝑖

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Para aplicar a lei de Ohm, deve-se atentar para a direção da corrente e a polaridade da
tensão. A direção da corrente 𝑖 e a polaridade da tensão 𝑣 devem seguir a convenção do sinal
passivo, como mostrado na Figura 10. Uma avaliação desse tipo implica dizer que a corrente
flui do potencial mais alto para o potencial mais baixo, de tal forma que 𝑣 = 𝑅𝑖. Se a corrente
fluir do potencial mais baixo para o mais alto, então temos 𝑣 = −𝑅𝑖.

Figura 10. Convenção passiva que define o sentido da corrente em relação à voltagem no resistor.

Como já se sabe, a Lei de Ohm pode ser utilizada para se determinarem os valores de
tensão (𝑉), corrente (𝐼) ou resistência 𝑅 em um circuito, como apresentado. Sempre que se
conhecem dois valores em um circuito (𝑉 e 𝐼, 𝑉 e 𝑅 ou 𝑅 e 𝐼), o terceiro valor desconhecido
pode ser determinado pela Lei de Ohm.
Para tornar mais simples o uso da equação da Lei de Ohm, costuma-se usar o triângulo
mostrado na Figura 11.

Figura 11. Triângulo da Lei de Ohm.

Quando se deseja determinar a intensidade da corrente (𝐼) que flui em um circuito,


coloca-se o dedo sobre a letra I do triângulo, como ilustrado na Figura 12, dessa forma, com a
ajuda do triangulo, descobrimos que a medida de interesse (corrente) é calculada fazendo a
voltagem dividido resistência, ou seja,

𝑉
𝐼=
𝑅

17
Figura 12. Com a letra I (corrente) coberta, o triângulo fornece a equação que deve ser usada para calcular a
corrente do circuito.

Quando for necessário determinar a resistência 𝑅 de um circuito, deve-se cobrir a letra


𝑅 no triângulo (Figura 13) e a equação necessária será então dada por
𝑉
𝑅=
𝐼

Figura 13. Determinação da resistência ao se cobrir a letra 𝑹 no triângulo.

Por fim, a tensão aplicada em um circuito pode ser determinada quando se conhece a
corrente e a resistência. Para tanto, a equação pode ser determinada pelo triângulo ao cobrir,
agora, a letra 𝑣 (Figura 14), ficando com

𝑣 =𝑅×𝑖

Figura 14. Determinação da equação para a voltagem ao cobrir a letra 𝒗 no triângulo.

18
Para que as equações decorrentes da Lei de Ohm sejam utilizadas, as grandezas
elétricas devem ter seus valores expressos nas unidades fundamentais: Volt, Ampère e Ohm.
Quando os valores de um circuito estiverem expressos em múltiplos ou submúltiplos das
unidades, devem ser convertidos para as unidades fundamentais antes de serem usados nas
equações.

2.5. Noções de voltagem alternada

A tensão utilizada nos cargueiros e petroleiros brasileiros é tipicamente alternada, trifásica


com 60 Hz e 440 volts, gerada e distribuída a bordo. De acordo com a NR-10, tensões AC abaixo
de 1 kV (1000 V) utilizadas a bordo são chamadas de sistemas LV (Low Voltage) e tensões
acima de 1 kV são chamadas de High Voltage (HV).

Uma tensão e corrente alternada (CA) é aquela que muda de intensidade e polaridade em
intervalos regulares chamados ciclos (ou períodos). Um ciclo é a menor porção não repetitiva
de uma forma de onda periódica, ou seja, uma sequência de formas de onda sem repetir
processos que tem o mesmo período (duração) 𝑇. O número de vezes por segundo que esse
ciclo se repete é chamado frequência (𝑓), medida em Hertz (𝐻𝑧) ou RPM quando essa
repetição se dá por minuto. A representação gráfica de uma tensão alternada é formada por
uma curva chamada senoide (oriunda da função matemática seno), daí também ser chamada
de senoidal, representada na Figura 15.

Figura 15. Parâmetros básicos de uma tensão ou corrente alternada.

Uma onda senoidal possui diversos valores instantâneos ao longo de seu ciclo. O valor de
pico (𝑉𝑃 ) é o mesmo que valor máximo (𝑉𝑀 ) e corresponde ao valor máximo assumido pelo
sinal contado a partir de seu ponto médio e aplica-se a picos negativos e positivos. Um valor
pico a pico é o dobro do valor de pico se os picos positivos e negativos forem simétricos e, por
fim, o valor RMS ou Eficaz (𝑉𝐸𝑓𝑓 ) corresponde à mesma corrente ou tensão contínua que pode
gerar a mesma potência de aquecimento. A tensão eficaz 𝑉𝑒𝑓𝑓 do cicuito corresponde a
aproximadamente 70,7 da tensão de pico, ou seja, 𝑉𝑒𝑓𝑓 = 0,707. 𝑉𝑝 . Exemplo: Uma tensão de
alimentação de 220 V significa que o valor eficaz da tensão de alimentação é de 220 V.
Portanto, seu valor de pico é Vp = 220V/0,707 = 311,17V.
19
A relação entre os valores rms e máximo (pico) de uma onda senoidal é
𝑉𝑒𝑓𝑓 = 0,797 𝑉𝑃

Exercício Resolvido

Imagine que a tensão em uma tomada de alimentação seja de 120 Vrms. Qual deve ser a
tensão de pico?

Solução

𝑉𝑟𝑚𝑠 120𝑉
𝑉𝑝 = = = 170𝑉
0,707 0,707

Exercício Resolvido

Um transformador abaixador tem uma relação de espiras de 5:1. Se a tensão no primário


for de 120V rms, qual será a tensão no secundário?

Solução

Divida a tensão do primário por 5 para encontrar a tensão no secundário:

120 𝑉
𝑉2 = = 24 𝑉
5

20
Exercícios Propostos

1) Porque um voltímetro precisa ter uma resistência interna muito alta?

2) Porque um amperímetro precisa ter uma resistência interna muito baixa?

3) Determine a corrente elétrica que um resistor de 100Ω consome quando conectado a


uma fonte de 5V.

4) Um resistor de 100 kΩ é atravessado por uma corrente elétrica de 3,2 mA. Calcule a
queda de tensão provocada por esse resistor.

5) Determine a resistência elétrica de um resistor que consome 0,06 A ligado a uma rede
de 12V.

6) Suponha que um transformador abaixador tenha uma relação de espiras 5:1. Se a


corrente no secundário for de 1 A rms, qual é a corrente no primário?

21
3. POTÊNCIA E ENERGIA
3.1. Potência elétrica e sua unidade de medida

Para uma análise do circuito mais abrangente, nota-se que somente a ideia dos sinais
de tensão e corrente elétrica não são suficientes para descrever as características de um
circuito. As aplicações que são realizadas na prática requerem o conhecimento do valor da
potência que um determinado circuito ou dispositivo elétrico pode trabalhar. Como um
exemplo mais típico, podemos observar que uma lâmpada com potência nominal de 100 W
produz uma maior intensidade luminosa do que uma lâmpada de 60 W.
Outra observação típica da importância de conhecermos a potência elétrica é o
consumo residencial dos equipamentos domésticos, pois o consumidor paga pelo período de
requisição de energia elétrica durante um dado período de tempo. Daí a importância de
estudarmos as relações da potência elétrica em um dado circuito que, matematicamente,
pode ser dado por

𝑃 = 𝑉𝑖.

Se a potência possuir um sinal positivo (+) então está dissipada (“consumida”) pelo
equipamento. Se, por outro lado, a potência possui um sinal negativo (-), está sendo fornecida
pelo equipamento.
Mas como nós sabemos quando a potência possui um sinal positivo ou negativo? A
direção da corrente e a polaridade da tensão são muito importantes na determinação do sinal
da potência. Portanto, é muito importante observarmos a relação entre a corrente 𝑖 e a tensão
𝑣 da Figura 16a para que a potência possua um sinal positivo. Este padrão é chamado de
convenção de sinal passivo. Pela convenção de sinal passivo, a corrente entra pelo terminal
com a polaridade de tensão positiva.
Neste caso, 𝑝 = +𝑣𝑖 𝑜𝑢 𝑣𝑖 > 0, significando que o elemento está absorvendo
potência. Entretanto, se 𝑝 = −𝑣𝑖 𝑜𝑢 𝑣𝑖 < 0, como mostrado na Figura 16b, o elemento está
liberando ou fornecendo potência.

Figura 16. Convenção passiva para determinação da potência dissipada ou fornecida pelo equipamento.

22
A convenção de sinal passivo é satisfeita quando a corrente entra no terminal
positivo de um elemento e 𝑝 = +𝑣𝑖. Se a corrente entrar no terminal negativo, 𝑝 = −𝑣𝑖.
Até posição em contrário, iremos seguir a convenção de sinal passivo ao longo de todo
o curso. Por exemplo, o elemento nos dois circuitos da Figura 17a absorve uma potência de
+ 24 W (12𝑉 × 2𝐴) porque a corrente positiva entra pelo terminal positivo nos dois casos. Na
Figura 17b, entretanto, o elemento está fornecendo uma potência de -24 W (12𝑉 × −2𝐴)
porque a corrente positiva entra pelo terminal negativo. Sendo assim
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑟𝑣𝑖𝑑𝑎 = − 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎.

(a) (b)

Figura 17. (a) Potência dissipada (consumida) pelo equipamento pois a corrente atravessa do polo positivo para
o negativo enquanto que em (b) a potência é fornecida pelo equipamento pois a corrente está fluindo no
sentido oposto.

Existem outros procedimentos para determinar a potência elétrica dos elementos, elas
são obtidas a partir da 1ª Lei de Ohm, daí temos que:
Sendo que:
𝑃 = 𝑉𝑖 𝑒 𝑉 = 𝑅𝑖

𝑃 = 𝑉𝑖 = (𝑅𝑖)𝑖 = 𝑅𝑖 2 , daí temos:

𝑃 = 𝑉𝑖 2

Sendo que , 𝑖 = 𝑉⁄𝑅 , temos

𝑉 𝑉2
𝑃 = 𝑉𝑖 = 𝑅 𝑉 = , então
𝑅

2
𝑃 = 𝑉 ⁄𝑅(6.13)

23
Exercícios Propostos

1) Qual a importância de se conhecer a potência elétrica dos resistores?

2) Qual o valor máximo de corrente que um estabilizador de 110 V/1 kW pode fornecer?

3) Um ferro elétrico de 2 kW é conectado a uma fonte de 120 V. Calcule a corrente drenada


pelo ferro.

4) O componente essencial de uma torradeira é um elemento elétrico (um resistor) que


converte energia elétrica em calor. Quanta corrente é drenada por uma torradeira com
resistências de 12Ω em 110 V?

5) Determine a potência fornecida pela fonte e a potência consumida pelos resistores abaixo.

3.2. Potência em CA

Quando se está diante de circuitos de corrente alternada, existem dois tipos de energia
em sistemas elétricos: energia ativa e energia reativa. Dispositivos com enrolamentos como
motores, transformadores, bobinas em lâmpadas fluorescentes e bobinas em lâmpadas de
mercúrio requerem energia magnetizante como mediador de energia ativa e passam a contar
com energia ativa e reativa. O mesmo se aplica a circuitos capacitivos.
A potência ativa (𝑃) de um circuito mede a taxa de conversão de energia elétrica em
trabalho produzindo calor, iluminação, movimento, etc. Sua unidade é W e seu valor pode ser
determinado pela seguinte fórmula:

𝑃 = |𝑉𝑒𝑓𝑓 |. |𝐼𝑒𝑓𝑓 |. cos(𝜙)

Em que 𝜙 é o ângulo de defasagem da impedância.


A potência reativa mede a taxa do processo de carga e descarga de elementos reativos
em um circuito, mantendo assim um campo elétrico ou eletromagnético. Suas unidades é Volt
Amperes Reativos (VAR) e seu valor pode ser determinado pela seguinte fórmula:

𝑄 = |𝑉𝑒𝑓𝑓 |. |𝐼𝑒𝑓𝑓 |. sen(𝜙)

24
Ou seja, a energia reativa utilizada para gerar os campos magnéticos ou elétricos do
circuito é trocada entre os elementos e o sistema ao invés de ser consumida como energia
ativa. No entanto, sua presença em circuitos é essencial para a criação de campos magnéticos
que produzem trabalho ao consumir energia ativa.
A potência reativa está presente em um circuito quando um elemento de
armazenamento de energia (capacitor ou indutor) é inserido no circuito. O valor médio da
potência reativa indutiva e capacitiva é zero, indicando que não houve nenhum consumo de
energia na forma reativa. Porém, ocorre o processo de carga e descarga de energia reativa,
cuja taxa é dada pelo termo de potência reativa.
Por fim Potência Aparente (𝑆) é a soma vetorial da potência ativa e reativa, também
chamada de potência total ou instalada. Sua unidade é o volt-ampère (VA) e seu valor pode
ser calculado pela seguinte fórmula:
𝑆 = 𝑉𝐸𝑓𝑓 . 𝐼𝐸𝑓𝑓

4. MEDIÇÕES COM INSTRUMENTOS ELÉTRICOS


4.1. Principais instrumentos elétricos de medida

Um medidor é um instrumento de medição. O resultado de uma medição é uma


medida. Não existe comprovação de resultados se não houver medida. Em Eletrônica, os
amperímetros medem intensidades de corrente, os voltímetros medem a diferença de
potencial (tensão) entre dois pontos e os ohmímetros medem as resistências elétricas dos
condutores.
Um multímetro ou multitestes (Figura 18) incorpora todas essas funções de medidores
e possivelmente outras mais, em um só equipamento.

Figura 18. Representação pictórica de um multímetro (multitestes).

25
No laboratório aprendem-se técnicas de manuseio dos multímetros, entretanto na
teoria de eletricidade básica o mais importante é ter uma ideia clara de como os medidores
são conectados ao circuito sob inspeção.

4.2. Medidas de tensão elétrica com voltímetro e multímetro

A ilustração da Figura 19, mostra um circuito em duas situações: antes e depois de se


ligar um voltímetro. Observe que, para a medida de uma diferença de potencial (tensão) entre
dois pontos (os terminais do resistor R2, na ilustração), o circuito não precisa ser
interrompido; o voltímetro é conectado em paralelo. Para que a inclusão do voltímetro não
altere substancialmente o valor da resistência do trecho sob medição é preciso que a
resistência interna do medidor seja a mais alta possível, aproximando-se de um circuito
aberto. Em outras palavras, a intensidade de corrente através do voltímetro deve ser mínima.

(a) (b)
Figura 19. (a) Representação do circuito formado por uma fonte de tensão V ligada a dois resistores R1 e R2,
sobre o qual deseja-se medir voltagem elétrica sobre. (b) o voltímetro ligado em paralelo. Note que não é
necessário interromper o circuito para efetuar esta medição.

Um bom voltímetro deve ter resistência interna muito alta.

4.3. Medidas de corrente elétrica com amperímetro

Veja agora a situação da Figura 20. Para se medir a intensidade de corrente que circula
por um dado componente ou em um trecho de circuito, tal circuito deve inicialmente ser
“aberto”, “cortado”, “interrompido” para poder intercalar o amperímetro em série. Toda a
corrente que passa pelo componente ou no trecho em questão deve passar também através
do medidor. Na ilustração, não importa se o amperímetro é inserido na posição indicada,
entre R1 e R2 ou entre R2 e a fonte de tensão. Para que a inclusão do amperímetro não altere
a medição é preciso que o mesmo tenha a menor resistência possível, aproximando-se de um
curto-circuito.
26
(a) (b)
Figura 20. (a) O mesmo circuito da Figura 19a. (b) Um amperímetro ligado em série com o circuito para medir a
corrente que passa pelo ramo. Note que o circuito teve que ser interrompido para que o amperímetro fosse
inserido com parte do mesmo.

Um bom amperímetro deve ter resistência interna praticamente nula.

4.4. Medidas de resistência elétrica em resistores

O resistor é um componente elétrico utilizado para a limitação de corrente e divisão


de tensão em um circuito. Um resistor ficará caracterizado através de duas especificações, das
quais podemos destacar:

• Valor ôhmico: Valor da resistência nominal do resistor.


• Potência: Máxima potência admitida pelo resistor.

TIPOS DE RESISTORES.

Comercialmente os resistores estão disponíveis em diversos tipos cuja utilização será


de acordo com uma aplicação prática específica. Segue abaixo a classificação dos resistores
mais encontrados:

• Resistores de filme de carbono (carvão);


• Resistores de filme metálico;
• Resistores de fio;
• Resistores SMD;
• Resistores variáveis: Os resistores variáveis também conhecidos como
potenciômetros ou reostatos.

27
Resistores de filme de carbono (carvão).

Formados por um corpo cilíndrico de cerâmica onde é depositada uma camada de


filme de carbono. São os resistores de uso mais comum no contexto de Eletrônica Analógica
e digital. Comercialmente estão disponíveis em potências que variam de 0,25 W a 2 W. O valor
do resistor de carvão é dado por um código de cores impresso no componente e a potência
terá relação direta com as dimensões físicas, e tem a aparência da Figura 21.

Figura 21. Representação esquemática de três resistores de carvão de diferentes valores e potência dissipadas.

LEITURAS EM RESISTORES DE CARVÃO: RESISTORES DE QUATRO CORES

A Figura 22 em conjunto com a Tabela 3 apresentam as informações necessárias para


fazer a leitura do código de cores dos resistores.

Figura 22. Representação esquemática de um resistor evidenciando a posição das faixas.

28
Tabela 3. Valores utilizados no código de cores

1ª e 2ª faixas 3ª faixa 4ª faixa


1º e 2º dígitos Multiplicador Tolerância
Cor Dígito Cor Multiplicador Cor Tolerância
Preto 0 Preto 1 = 100 Prata 10%
Marrom 1 Marrom 10 = 101 Ouro 5%
Vermelho 2 Vermelho 100 = 102 Sem faixa 20%
Laranja 3 Laranja 1000 = 103
Amarelo 4 Amarelo 10000 = 104
Verde 5 Verde 100000 = 105
Azul 6 Azul 1000000 = 106
Violeta 7 Prata 0,01
Cinza 8 Ouro 0,1
Branco 9

Tomando como exemplo o resistor da Figura 23, as duas primeiras faixas representam
os dois primeiros algarismos significativos, a terceira faixa representa o multiplicador e a
quarta o valor da tolerância.

Figura 23. Resistor de 𝟏, 𝟓 𝑲𝛀.

Então, juntando os valores correspondentes as duas primeiras cores, teremos o


número 15 que será multiplicado pelo valor correspondente à terceira cor (15 x 100), portanto
o valor do resistor em questão será de 1500Ω (1,5 KΩ = 1K5Ω).O valor da tolerância é de 5%
representado pelo ouro na quarta cor. Na Tabela 4 encontramos mais exemplos

29
Tabela 4. Exemplos para leitura de código de cores de resistores.

Exemplo Solução

18x1000 = 1800Ω = 1,8KΩ com ±5% de


Tolerância.

MÁXIMO: 1800 + 5% = 1890 Ω

MÍNIMO: 1800 – 5% = 1710 Ω

22x100000 = 2,2MΩ = 2M2Ω com ±5% de


Tolerância.

MÁXIMO: 2.200.000 + 5% = 2 310 000 Ω ou


2,31M Ω

MÍNIMO: 2.200.000 + 5% = 2 090 000 Ω ou


2,09M Ω

39x10 = 390Ω com ±5% de Tolerância.

MÁXIMO: 390 + 5% = 409,5 Ω

MÍNIMO: 390 – 5% = 370,5 Ω

33x0,1 = 3,3Ω com ±5% de Tolerância.

MÁXIMO: 3,3 + 5% = 3,465 Ω

MÍNIMO: 3,3 – 5% = 3,135 Ω

47x100 = 4700Ω = 4,7KΩ = 4K7Ω com ±5% de


Tolerância.

MÁXIMO: 4700 + 5% = 4935 Ω

MÍNIMO: 4700 - 5% = 4465 Ω

30
5. INTRODUÇÃO AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS
5.1- Circuito elétrico resistivo em série, em paralelo e série-paralelo

O valor nominal da resistência de um resistor é padronizado, devido a isso nem sempre


podemos obter determinados valores de resistência desejados em determinadas aplicações.
Para solucionar esse problema, comumente associamos resistores afim de obter resistências
maiores ou menores dependendo da necessidade. Damos o nome de resistor equivalente, ao
resistor que pode substituir uma associação de resistores, sem que o resto do circuito note
diferença.

Outra aplicação corriqueira para a associação de resistores é a divisão de tensão ou de


corrente. Mas esse tema será abordado mais adiante.
Apesar do ilimitado número de associações diferentes que se pode obter interligando
resistores em um circuito elétrico, todas essas associações podem ser classificadas segundo
três distribuições básicas que serão estudadas nesse capítulo, são elas:

Associação série.
Associação paralela.
Associação mista.

Cada um dos tipos de associação apresenta características específicas de


comportamento elétrico.

ASSOCIAÇÃO SÉRIE

Uma associação de resistores é denominada de associação série, quando os


resistores que a compõem estão interligados de forma que exista apenas um caminho para a
circulação da corrente elétrica entre seus terminais, exemplificado na Figura 24.

Na associação série existe apenas um caminho para circulação da corrente elétrica


entre os terminais.

Figura 24. Diagrama esquemático de três resistores R1, R2 e R3 em série.

31
Conectando-se uma fonte geradora aos terminais A e B da associação série, verifica-se
que existe realmente apenas um caminho para a circulação da corrente elétrica, conforme
ilustrado na Figura 25.

Figura 25. Uma fonte de tensão conectada aos pontos A e B do circuito na Figura 24

A resistência equivalente de qualquer número de resistores conectados em


série é a soma das resistências individuais., ou seja, para N resistores em série temos:

𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 + … + 𝑅𝑁

Para n resistores iguais a 𝑅, têm-se:


𝑅𝑒𝑞 = 𝑛𝑅

Por exemplo, se 10 resistores de 1 kΩ estiverem conectados em série, então a


resistência equivalente é igual a 10 kΩ.

ASSOCIAÇÃO PARALELA

Uma associação de resistores é denominada paralela quando os resistores que a


compõem estão submetidos à mesma diferença de potencial em relação a seus terminais.
Nesse tipo de associação, existe mais de um caminho para a circulação da corrente elétrica
entre as ligações, como mostrado esquematicamente na Figura 26.

Figura 26. Três resistores R1, R2 e R3 formando um circuito em paralelo.

32
Conectando-se uma fonte geradora aos terminais das associações paralelas
apresentadas nesta figura, verifica-se que existe sempre mais de um caminho para a
circulação da corrente elétrica e os terminais de todos os resistores estão submetidos à
mesma diferença de potencial (ddp), como pode ser visto na figura 4.4.

Figura 27. Bateria conectada aos terminais abertos do circuito da Figura 26. Note que, agora, há três caminhos
possíveis para a corrente seguir.

A resistência equivalente de qualquer número de resistores conectados em paralelo é


a soma dos inversos das resistências individuais, para 𝑁 resistores em paralelo temos

1 1 1 1
= + + ⋯+
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 𝑅𝑁

Na maioria das vezes, têm-se somente dois resistores em paralelo, daí pode-se utilizar
a fórmula a seguir:
𝑅1 𝑅2
𝑅𝑒𝑞 =
𝑅1 + 𝑅2
Para 𝑛 resistores iguais a 𝑅, têm-se:

𝑅
𝑅𝑒𝑞 =
𝑛

Por exemplo, se quatro resistores de 300Ω estão associados em paralelo, então a


resistência equivalente será 75Ω.

Quando os resistores estão em paralelo, a resistência equivalente será sempre


menor do que a menor resistência da associação.

33
ASSOCIAÇÃO MISTA

Uma associação de resistores é denominada de mista quando for composta por ramos
em série e ramos em paralelo. A Figura 28 mostra um exemplo de associação mista de
resistores.

Figura 28. Diagrama esquemático de três resistores em que R1 e R2 estão em paralelo que, juntos, estão em
série com R3.

5.2- Técnicas de Análise de circuitos resistivos.

Nesta seção serão apresentadas algumas técnicas introdutórias de análise de circuito


que utilizam os conceitos estudados até aqui. O estudo será feito na forma de problemas e
exercícios.

APLICAÇÃO DIRETA DA 1ª LEI DE OHM

Problema 1: Uma lâmpada utiliza uma alimentação de 6 V e tem 36  de resistência.


Qual a corrente que circula pela lâmpada quando ligada?

Solução:

Como os valores de tensão e resistência já estão nas unidades fundamentais (Volt e


Ohm), aplicam-se os valores diretamente na equação da primeira lei de Ohm:

𝑉 6
𝑖= = = 0,166 𝐴 𝑜𝑢 166 𝑚𝐴
𝑅 36

O resultado é dado também na unidade fundamental de intensidade de corrente. A


resposta indica que circulam 0,166 A ou 166 mA quando a lâmpada é ligada.

Problema 2: O motor de um carrinho de autorama atinge rotação máxima quando


recebe 9 V da fonte de alimentação. Nesta situação, a corrente do motor é de 230 mA.
Determine a resistência do motor.

34
Solução:

𝑉 9𝑉
𝑅= = = 39,13
𝑖 0,23 𝐴

Problema 3: Um resistor de 22 k foi conectado a uma fonte cuja tensão de saída é


desconhecida. Um miliamperímetro colocado em série no circuito indicou uma
corrente de 0,75 mA. Qual a tensão na saída da fonte?

Solução:

𝑉 = 𝑅. 𝑖 = 22𝑘 𝑥 0,75 𝑚𝐴 = 16,5𝑉

DIVISOR DE TENSÃO

Um circuito divisor de tensão permite a distribuição de tensão para o restante do


circuito a partir de uma única fonte de tensão (pilha ou bateria), como representado na Figura
29. Essa divisão de tensão é realizada de acordo com o valor nominal de cada resistor, de
forma diretamente proporcional ao valor da resistência do resistor. Dessa forma pode-se
definir circuito divisor de tensão como

Um circuito formado por resistores em série que permite obter, a partir da


alimentação fornecida, qualquer valor de tensão menor, necessário ao
funcionamento dos circuitos.

Figura 29. Representação de um circuito divisor de tensão.

Podemos encontrar as voltagens 𝑣1 e 𝑣2 da Figura 29 da seguinte maneira.

𝑅1 𝑣
𝑣1 =
𝑅1 + 𝑅2
e

35
𝑅2 𝑣
𝑣2 =
𝑅1 + 𝑅2

Das equações anteriores podemos constatar que a queda de tensão em cada resistor
é diretamente proporcional ao valor de cada resistência, logo pode-se concluir que, quanto
maior o valor do resistor, maior será a queda de tensão em relação a esse resistor. O divisor
de tensão é muito utilizado nos circuitos eletrônicos para a obtenção da tensão típica de
funcionamento de cada componente sem que seja necessário usar diversas fontes de
alimentação. A seguir será aplicado essa análise na forma de um problema.

Problema 4: Para o circuito da Figura 30, encontre as tensões nos pontos 𝑎, 𝑏 e 𝑐


pelo método do divisor de tensão.

Figura 30. Figura do Problema 4

Solução:

Para determinar as tensões nos pontos de interesse, primeiro deve-se encontrar qual
a queda de tensão entre os mesmos. Assim, primeiro determinaremos a queda de tensão
sobre R1, ou seja, encontraremos 𝑣𝑎𝑏

𝑣. 𝑅1 12 . 100
𝑣𝑎𝑏 = =
𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 100 + 100 + 100

𝑣𝑎𝑏 = 4 𝑉
Como todos os resistores possuem valores iguais (100Ω) pode-se afirmas que 𝑣𝑎𝑏 =
𝑣𝑏𝑐 = 𝑣𝑐0 = 4 𝑉. Então temos que

𝑣𝑎 = 12 𝑉 (mesma da fonte)
𝑣𝑏 = 12 − 𝑣𝑎𝑏 = 12 − 4 = 8 𝑉

𝑣𝑐 = 8 − 𝑣𝑏𝑐 = 4 𝑉

36
DIVISOR DE TENSÃO COM CARGA

A divisão da tensão através de um divisor resistivo tem por finalidade fornecer uma
parte da tensão de alimentação para um componente ou circuito. Por exemplo, pode-se
utilizar um divisor de tensão para obter 6 V numa lâmpada, a partir de uma fonte de 12 V,
conforme ilustrado na Figura 31.

Figura 31. Divisor de tensão com carga.

A tensão fornecida pela fonte ao divisor é denominada de tensão de entrada, e a


tensão fornecida pelo divisor à carga é denominada de tensão de saída. O circuito ou
componente que é alimentado pelo divisor é denominado de carga do divisor. A carga de um
divisor pode ser um componente eletrônico, uma lâmpada ou até mesmo um circuito
eletrônico.

DIVISOR DE CORRENTE

Considere o circuito da Figura 32, na qual tem-se dois resistores conectados em


paralelo e, portanto, possuem a mesma tensão aplicada em seus terminais. Intuitivamente
observa-se que a corrente elétrica varia em intensidade de forma inversamente proporcional
em relação ao resistor em questão, ou seja, quanto menor o valor do resistor, menor será a
corrente elétrica que atravessará o mesmo.

Figura 32. Circuito divisor de corrente.

A divisão de corrente é uma técnica que deverá ser aplicada somente para casos onde
tem-se dois resistores conectados em paralelo.
Da Figura 32, temos:

37
𝑅2 𝑖
𝑖1 =
𝑅1 + 𝑅2

𝑅1 𝑖
𝑖2 =
𝑅1 + 𝑅2

Mais uma vez a Lei de Ohm é obedecida, ou seja, quanto maior o valor da resistência
menor o valor da corrente elétrica consumida pelo mesmo.

Em uma ligação em paralelo os resistores possuem a mesma diferença de potencial


aplicada em seus terminais.

LEIS DE KIRCHHOF

Para a correta compreensão das leis de Kirchhoff, devemos observar com bastante
minúcia os conceitos que envolvem um circuito elétrico. Em nosso estudo, os elementos do
circuito elétrico serão resistores e fontes, entretanto, os conceitos analisados poderão se
estender para qualquer conjunto de elementos elétricos, podendo estar operando em
corrente contínua ou corrente alternada.

Ramo

Qualquer parte de um circuito elétrico composta por um ou mais dispositivos ligados


em série.

Qualquer ponto de um circuito elétrico no qual há a conexão de três ou mais ramos é


denominado nó.

38
Malha

Qualquer parte de um circuito elétrico cujos ramos formam um caminho fechado para
a corrente é denominada malha.

Observando o circuito da
Figura 33, observamos todos os elementos de circuito elétrico:

Figura 33. Circuito de referência.

Com base na figura temos:

Ramos: BAFE, BE, BCDE.


Nó: B, E = D.
Malha: ABCDEF, ABEF, BCDE.

39
Observe, que dada a presença de um curto (falta de componente) entre os pontos E D,
temos que E e D são coincidentes, logo eles constituem um nó.

PRIMEIRA LEI DE KIRCHHOFF – LEI DOS NÓS

Ao definirmos de forma arbitrária as correntes que chegam a um determinado nó


como positivas e as que saem desse nó como negativas, estamos criando subsídios para a
aplicação da Lei dos Nós, também conhecida como Primeira Lei de Kirchhoff ou também como
Lei de Kirchhoff para Correntes (LKC).

A Lei das Correntes de Kirchhoff (LCK) soma das correntes que entram em um nó é
igual à soma das correntes que saem desse nó.

Figura 34. Representação esquemática de um nó onde entre uma corrente I 1 e saem I2 e I3.

SEGUNDA LEI DE KIRCHHOFF – LEI DAS TENSÕES

A Lei das tensões de Kirchhoff (LTK) estabelece que a soma algébrica de todas as
tensões em um caminho fechado (ou loop) é zero.

Para definirmos a Segunda Lei de Kirchhoff, precisamos determinar


corretamente o sinal em cada tensão de acordo com a polaridade do terminal encontrado
primeiro enquanto percorremos a malha no sentido adotado.

40
Figura 35. Aplicação das leis das tensões sobre uma malha percorrida por uma corrente arbitrada no sentido
horário.

Problema 5:

Determinar as correntes e as tensões do circuito apresentado na figura abaixo.

Figura 36. Circuito do problema 5.

Solução:

Malha 1:
−5 + 2𝐼1 + 8(𝐼1 − 𝐼2 ) = 0 → 10𝐼1 − 8𝐼2 = 5 (1)
Malha 2:
−3 + 8(𝐼2 − 𝐼1 ) + 4𝐼2 = 0 → −𝟖𝑰𝟏 + 𝟏𝟐𝑰𝟐 = 𝟑 (2)

Resolvendo o sistema de equação (1) e (2) pelo método da adição, temos:

10𝐼1 − 8𝐼2 =5 (× 𝟑)
{
−8𝐼1 + 12𝐼2 =3 (× 𝟐)

30𝐼1 − 24𝐼2 = 15
+ { −16𝐼 + 24𝐼 = 6
1 2
14𝐼1 = 21
21
𝐼1 = = 1,5𝐴 → 𝐼1 = 1,5𝐴
14
41
Determinação de 𝐼2

De (1) Temos

10 .1,5 − 8𝐼2 = 5
15 − 8𝐼2 = 5
8𝐼2 = 10

10
𝐼2 = = 1,25𝐴
8

Determinação de 𝐼3

Pela Lei dos Nós, temos que

𝐼3 = 𝐼1 − 𝐼2 = +1,5𝐴 − 1,2𝐴 = 0,25𝐴

ou

𝐼3 = 𝐼2 − 𝐼1 = −0,25𝐴 (O sentido correto seria o contrário ao proposto)

42
Exercícios Propostos

1) Determine qual aparelho é o amperímetro e qual aparelho é o voltímetro, e calcule os


valores medidos por cada um deles no circuito abaixo, bem como a potência dissipada e
fornecida pelos resistores e pelas fontes respectivamente.

2) Determine as correntes nas malhas e as quedas de potencial em cada resistor e a potência


nos resistores R1 e R3.

3) F1, F2 e F3 são fusíveis de resistência desprezíveis, que suportam no máximo, as correntes


neles indicadas. Determine os fusíveis que irão abrir.

43
4) Dois resistores de 100 Ω e um resistor de 220 Ω estão conectados em série em uma bateria
de 9V. Determine, utilizando a técnica de divisão de tensão, as quedas de tensão em relação
a cada resistor.

5) Observe a figura abaixo. Inicialmente a chave CH está aberta. Fechando-se a chave CH, o
que acontece com o brilho das lâmpadas L1 e L2?

6) Três lâmpadas estão conectadas em série a uma bateria de 100 V. Determine a corrente 𝑖
que passa nas lâmpadas.

44
REFERÊNCIAS

ALEXANDER, Charles K.; SADIKU, Matthew NO. Fundamentos de circuitos elétricos. AMGH
Editora, 2013.
CAPUANO, Francisco Gabriel; MARINO, Maria Aparecida Mendes. Laboratório de eletricidade
e eletrônica. Saraiva Educação SA, 2007.
DORF, Richard; SVOBODA, James. Circuitos eléctricos. Alpha Editorial, 2015.
MALVINO, Albert P.; BATES, David J. Eletrônica-Vol. 1-8ª Edição. McGraw Hill Brasil, 2016.
PEREIRA, Norton et al. Eletrônica para eletricista de manutenção− Eletrônica básica. São
Paulo: SENAI, 1991.

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