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Elétrica de veleiros

Conceitos e fundamentos para sua


embarcação não ficar sem energia.

Walnei Antunes
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.

Sumário
Conceitos básicos de elétrica. ............................................................ 3
Fontes de energia elétrica. ............................................................. 3
Voltagem, corrente, potência e resistência. .................................. 4
Voltagem. ................................................................................... 4
Corrente. .................................................................................... 4
Potência...................................................................................... 4
Resistência.................................................................................. 5
Equipamentos de medição............................................................. 5
Triângulos REI e EPI. ....................................................................... 6
Triângulo REI. ............................................................................. 7
Triângulo EPI............................................................................... 8
Corrente alternada e contínua. ...................................................... 9
Corrente alternada (AC). .......................................................... 10
Corrente contínua (DC). ........................................................... 10
Esquemas elétricos e simbologia. ................................................ 11
Sistemas de proteção. ...................................................................... 13
Chave Geral. ................................................................................. 13
Fusíveis. ........................................................................................ 13
Divisão do sistema elétrico em circuitos independentes, uma
excelente ideia. ............................................................................ 15
Dimensionando os equipamentos de proteção. .......................... 18
Circuitos Básicos ............................................................................... 21
Circuito de iluminação de cortesia . ............................................. 21
[1]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Circuito de iluminação de navegação e mastro. .......................... 23
RIPEAM, regras de iluminação de navegação. ......................... 23
Circuito de tomadas 12v e USB. ................................................... 27
Circuito do inversor (corrente alternada 110/220v). .................. 27
Circuito de ventilação. ................................................................. 28
Circuito de comunicação e posicionamento................................ 29
Circuito de entretenimento. ........................................................ 30
Circuito de esgotamento e água potável. .................................... 30
Circuito de alimentação. .............................................................. 31
Tipos de baterias. ..................................................................... 31
Banco de baterias. ................................................................... 32
Carga e descarga das baterias. ................................................ 32
Chaves Seletoras. ..................................................................... 33
Instalação elétrica em ambiente marinho. ...................................... 36
Fios e cabos, qual a diferença? .................................................... 36
Cabos estanhados, vantagens e desvantagens. .......................... 37
Calculando bitolas. ....................................................................... 37
Ferramentas. ................................................................................ 38
Terminais, conectores e emendas. .............................................. 39
Tipos de emendas. ................................................................... 40
Identificando defeitos. ..................................................................... 43
Reparos de emergência ................................................................... 45
ANOTAÇÕES. .................................................................................... 46

[2]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Conceitos básicos de elétrica.
A energia elétrica foi descoberta por um filosofo grego, Tales de
Mileto que, ao esfregar um âmbar a um pedaço de pele de carneiro,
notou certa alteração. O filosofo observou que pedaços de palhas e
de madeira começaram a ser atraídos pelo âmbar, a esse fenômeno
ele deu o nome de eletricidade, pois âmbar em grego é elektron.

Com o passar do tempo os filósofos, pensadores e estudiosos


passaram a dar mais atenção à eletricidade descobrindo como
“controlar”, mensurar, aplicar e “gerar” energia elétrica e hoje a
humanidade pode usufruir dos conhecimentos adquiridos durante o
tempo.

Fontes de energia elétrica.


“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”
(Lavoisier)

A energia elétrica é gerada através de energia mecânica,


reação química, energia térmica e até mesmo de outra fonte
de energia elétrica.

As hidroelétricas são um exemplo de transformação de


energia mecânica em energia elétrica, as usinas
termoelétricas (a carvão) e as usinas nucleares também são
exemplo de transformação de energia mecânica em energia
elétrica, em todas elas uma turbina é movimentada e essa
turbina transforma o movimento em energia elétrica, funciona
como um dínamo gerando energia para o farol da bicicleta.

Outra forma muito usada de gerar energia elétrica é a reação


química, as baterias e pilhas se utilizam dessa reação para
fornecer energia elétrica, no caso das baterias tipo automotiva
uma reação entre chumbo, óxido de chumbo e ácido sulfúrico
nos fornece energia elétrica.
[3]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Outra forma de se obter energia elétrica são as células
fotovoltaicas, as placas solares, a colisão dos fótons
(partículas de luz) com os átomos das células fotovoltaicas
provoca o deslocamento dos elétrons gerando corrente
elétrica.

Voltagem, corrente, potência e resistência.


Para usarmos a energia elétrica a nosso favor é necessário
conhecermos suas propriedades, particularidades e grandezas, as
principais são a voltagem, a corrente, a potência e a resistência,
vamos conceituar cada uma delas.

Voltagem.
Voltagem é a força que empurra os elétrons ao longo de um
condutor isso acontece por meio de uma diferença de potencial
elétrico, se a eletricidade fosse um rio a voltagem seria a força que
gera a correnteza desse rio.

A unidade usada para medir a voltagem é o Volt (v).

Corrente.
Corrente elétrico é o deslocamento de carga dentro de um condutor
quando existe uma diferença de potencial elétrico (voltagem),
continuando com a analogia do rio a corrente seria a correnteza
desse rio.

A unidade usada para medir a corrente é o Ampere (a)

Potência.
Potência elétrica é quantidade de energia liberada em certo período
de tempo, parece confuso mas não é, voltando ao nosso rio a
potência seria a capacidade da correnteza de girar uma roda d´água
essa capacidade depende do volume e da velocidade da correnteza,

[4]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
para rodas maiores ou mais pesadas necessitamos de mais
potência.

A unidade de medida usada para mensurar a potência elétrica é o


Watt (w)

Resistência.
A resistência elétrica é a capacidade que um corpo tem de se opor a
passagem da corrente elétrica, no nosso rio a resistência seria uma
barreira ou represa que a correnteza deve ultrapassar para mover
nossa roda d'água.

A unidade usada para medir a resistência é o Ohm (Ω)

Equipamentos de medição.
Existem muitos equipamentos para medir as grandezas elétricas,
equipamentos com mais ou menos precisão, equipamentos para
medir uma grandeza específica como os voltímetros e
amperímetros e temos os multímetros que são equipamentos que
medem várias grandezas em um único aparelho existem ainda os
multímetros analógicos e os digitais, assim como os relógios os
multímetros digitais são mais fáceis de ler.

Multímetros são equipamentos indispensáveis na caixa de


ferramentas de um velejador, dê preferência para equipamentos de
qualidade e mantenha sempre uma bateria nova junto ao seu
multímetro.

[5]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Voltímetro Amperímetro Multímetro

Triângulos REI e EPI.


Bom, agora que já conhecemos as principais grandezas da elétrica,
sim existem muitas outras, vamos ver como podemos calcula-las
para prever, projetar, proteger e conferir circuitos dentro do barco.

Grandes cérebros da humanidade descobriram a relação entre as


grandezas elétricas e de quebra fizeram dois triângulos para que
nós, simples mortais, não esquecêssemos essa relação, esses
triângulos são o REI e o EPI.

[6]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Triângulo REI.

Onde:

R= Resistência elétrica
E= Tensão elétrica (voltagem)
I= Corrente elétrica (ampere)

Utilizar este triângulo é bem simples, para saber uma grandeza


basta saber o valor das outras veja:

[7]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Resistência = Tensão/Corrente
Tensão = Resistência x Corrente
Corrente = Tensão/Resistência

A aplicação dessa teoria é podermos calcular por exemplo a


corrente que temos em um circuito sabendo-se voltagem aplicada e
a resistência oferecida.

Triângulo EPI.
Particularmente eu utilizo mais este triângulo do que o triangulo
REI, com ele é mais fácil calcular correntes e potência, já que
sempre saberemos a voltagem usada na nossa embarcação e os

[8]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
manuais dos equipamentos geralmente indicam a potência ou a
corrente.

Neste triângulo temos:

E = Tensão elétrica (voltagem)


P = Potência elétrica (watt)
I = Corrente elétrica (ampere)

Assim teremos:
Tensão = Potencia / corrente
Potência = Tensão * Corrente
Corrente = Potência / Tensão

Exemplificando:
Uma embarcação utiliza 12v como voltagem de alimentação, temos
um rádio VHF que segundo o manual consome 25w quando
operando, com isso podemos calcular a corrente que será aplicada
ao circuito e determinar a amperagem do fusível de proteção do
circuito:

I=25w / 12v
I= 2,08a

Portanto nosso fusível seria de 3a já que um fusível de 2a queimaria


com frequência utilizamos o fusível disponível logo acima do valor
obtido, no nosso caso 3a .

Corrente alternada e contínua.


Existem dois tipos de corrente elétrica a corrente alternada é aquela
que usamos em casa e a corrente continua é aquela que usamos no
carro ou no veleiro é essencial saber distinguir uma da outra.

[9]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Corrente alternada (AC).
Geralmente essa corrente é proveniente de usinas que transformam
energia mecânica em energia elétrica, já vimos que usinas
hidroelétricas e termoelétricas são exemplos deste tipo de
transformação.

Esse modelo de geração de energia utiliza-se de dínamo que nada


mais é do que um imã fixo a um eixo móvel, o eixo gira bem
próximo a uma bobina gerando assim energia por indução
eletromagnética.

Perceba no gráfico que quando estamos utilizando a corrente


alternada temos no mesmo condutor uma carga positiva e uma
carga negativa, portanto na sua casa você não tem um “fio positivo”
e um “fio negativo” alimentando sua lâmpada, na verdade você tem
dois fios com fase (220v) ou um fio com fase e o outro neutro
(110v), lembre-se neutro não é negativo.

Corrente contínua (DC).


A corrente contínua geralmente é proveniente de uma fonte
química como as baterias, essa corrente sim tem um polo positivo e
um negativo e os equipamentos que utilizam corrente contínua em
sua maioria devem ser ligados na polaridade correta, ou seja,
[10]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
possuem um terminal positivo e um negativo que devem ser ligados
corretamente.

Dito isso podemos dizer que 99% dos equipamentos elétricos no


veleiro devem ser ligados corretamente observando-se a polaridade
dos terminais.

Esquemas elétricos e simbologia.


Circuitos elétricos podem ser complexos e extensos podendo
consumir quilômetros de cabos e fios e para projetar, instalar e
fazer a manutenção é necessário uma maneira de desenhar os
circuitos e indicar os equipamentos e componentes que o
compõem, para isso existe o esquema elétrico ou diagrama elétrico,
saber ler um esquema elétrico é vital para manter sua embarcação
funcionando perfeitamente.

Existe uma simbologia universal e muito extensa que tornou


possível que um diagrama elétrico seja interpretado por pessoas de
várias nacionalidades rompendo-se a barreira da linguagem, por se
tratar de material muito extenso vamos colocar aqui somente os
símbolos mais usados para nossa aplicação principal, elétrica de
veleiros.

[11]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.

Claro que existem muitos outros símbolos com funções e aplicações


diferentes, mas eu julgo que estes são suficientes para
prosseguirmos com nossos estudos, contudo, se você quiser se
aprofundar na simbologia pode facilmente encontrar muito material
interessante com um simples busca no Google.

[12]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Sistemas de proteção.
A energia elétrica é uma força poderosa e muito útil, mas pode ser
altamente destrutiva se não for controlada, e acredite, em algum
momento ela vai escapar do seu controle, por isso existem os
sistemas de proteção.

Quando a energia elétrica sai do controle a única forma de retomá-


lo é eliminando a corrente elétrica, ou seja, desligando tudo, essa é
a função dos fusíveis, disjuntores e chaves gerais, vamos ver a
diferença entre cada um desses equipamentos.

Chave Geral.
A Chave geral permite que o usuário desligue todo o sistema
elétrico da embarcação com um único movimento, por se tratar de
um equipamento acionado manualmente a chave geral é mais uma
prevenção do que uma proteção.

A maioria dos projetos elétricos para veleiros prevê uma chave geral
que é acionada quando a embarcação fica parada durante muito
tempo (no píer, por exemplo).

Apesar do nome chave geral, não se desliga todos os circuitos da


embarcação, alguns essências são desviados da chave geral como
veremos mais adiante.

Fusíveis.
São equipamentos de proteção autônomos já que não necessitam
da intervenção do usuário para cumprirem sua função, existem
vários formatos e modelos de fusível.

[13]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Fusível de vidro, são simples
eficientes e baratos, existem em
vários tamanhos e para várias
correntes (amperes), os fusíveis de
vidro perdem sua função quando são
acionados e deve ser substituídos.
Fusível automotivo, tão simples e
funcional quanto o fusível de vidro e
também é descartável, a diferença
entre o fusível automotivo e o fusível
de vidro é que o automotivo ocupa
menos espaço e é encontrado com
mais facilidade quando falamos de
correntes acima de 30a.
Fusível eletrônico é um equipamento
que corta a corrente quando a
mesma atinge uma determinada
amperagem, exatamente como os
fusíveis, a diferença é que isso é feito
através de componentes eletrônicos
que monitoram a amperagem e
abrem o circuito quando ela
ultrapassa seu valor limite, muito
usado em painéis de embarcações.

Um disjuntor corta a corrente


elétrica através de um mecanismo
que “desarma” o equipamento
quando ele atinge uma determinada
temperatura, disjuntores não são
descartáveis.

[14]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Os sistemas de proteção vão muito além de simplesmente abrir um
circuito quando necessários, existem muitas especificações como,
por exemplo, um fusível retardado que suporta um pico rápido de
2,3 ou até 4 vezes mais corrente que seu valor nominal, o tempo e a
carga suportada dependem das especificações do fusível, na
embarcação podemos usar um disjuntor retardado no circuito do
guincho elétrico já que o motor dele pode gerar um corrente de
pico 2x maior que a corrente nominal do equipamento, apesar
deste pico ser por um período muito curto de tempo um fusível
normal pode queimar ou disjunto pode desarmar.

Divisão do sistema elétrico em circuitos


independentes, uma excelente ideia.
A segurança elétrica de uma embarcação não depende somente dos
fusíveis e disjuntores, um projeto bem feito pode evitar muitos
problemas e até manter parte da elétrica funcionando enquanto
outra parte é desligada propositalmente ou não.

Imagine que uma embarcação de 16 pés tem uma rede elétrica


única e todos os equipamentos ligados nesta rede, isso funciona,
mas não é inteligente, um problema no fusível e a embarcação
ficará sem energia elétrica em nenhum equipamento, nem no rádio,
nem no circuito de luzes de navegação, olhe o esquema abaixo:

[15]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
30a

Rádio VHF Bomba de Porão

Temos vários problemas neste projeto:

1. Um único disjuntor esta fazendo a proteção do circuito,


esse disjuntor vai precisar suportar toda a carga gerada
pelos equipamentos sozinhos então ele terá que ser muito
maior que a capacidade nominal de cada circuito separado,
isso pode acarretar uma demora excessiva no desligamento
do circuito e danificar os equipamentos.
2. Uma interrupção ou mau contato do cabo terra e o circuito
fica desenergizado.
3. Se o disjuntor desarmar ou for desligado todo o circuito
será desenergizado incluindo a bomba de porão.

Enfim, o circuito acima vai funcionar, mas está errado, não é


inteligente nem seguro, e não combina com velejadores. Um
diagrama mais “velejador” seria o este:

[16]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.

15a

3a 10A
10A
3a

Rádio VHF

As vantagens são muitas sobre o esquema anterior:

1. Os circuitos estão protegidos separadamente, assim um


curto-circuito no circuito do rádio não afetaria os outros
que continuariam funcionando.
2. Cada circuito tem seu próprio terra (negativo) e sua própria
alimentação (positivo), assim é muito difícil que um mau
contato desenergize todos os circuitos da embarcação.
3. A bomba de porão é desviada da chave geral, por isso
mesmo que ela esteja desligada ou desarmada a bomba
continuará funcionando, a proteção da bomba é feita por
um fusível “particular”.

A única desvantagem deste circuito é que ele vai ter um custo maior
por conta dos cabos e fusíveis, mas este tipo de economia não
merece ser discutida aqui.

[17]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Dimensionando os equipamentos de proteção.
De nada adianta separar circuitos perfeitamente, proteger o circuito
geral e os subcircuitos separadamente, usar os melhores disjuntores
e fusíveis disponíveis se o dimensionamento dos equipamentos de
proteção estiver errado, neste caso teremos um de dois problemas
ou os fusíveis ficam queimando com frequência ou os equipamentos
“queimam” sem explicação aparente.

Fazer o cálculo de dimensionamento dos circuitos da embarcação é


muito simples, para isso vamos usar o triângulo EPI, então vamos
calcular a proteção dos circuitos do tópico anterior.

Os cálculos devem começar pelos subcircuitos, não importa qual, o


motivo disso é que a proteção geral deve ser a soma das
amperagens de todos os circuitos ligados a ele.

Outra particularidade que deve ser bem entendida é que o seu


equipamento de proteção deve ser dimensionado com um valor
maior do que o valor calculado, digamos que você calculou 2a para
um circuito, então não vai poder usar um fusível de 2a pois ele
queimará com frequência então usamos o fusível com a maior
capacidade nominal logo acima do valor calculado, neste caso
temos os fusíveis de 3a, se o seu cálculo encontrou 17a o fusível
indicado será o de 20a já que não existem fusíveis de 18a ou 19a.

Então comecemos nossos cálculos pelo circuito de luzes de


navegação, cada lâmpada Led do circuito consome 8w de acordo
com o fabricante, então teremos

8w*3lampadas=24w
De acordo com nosso triângulo EPI para sabermos a corrente
utilizada no circuito devemos dividir a potência do circuito pela
voltagem aplicada assim teremos:

[18]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
24w/12v=2a
Pronto já temos a corrente do nosso circuito que é de 2a, como já
foi dito um fusível de 2a iria abrir com frequência, por isso
dimensionamos um fusível de 3a para nosso circuito.

Agora vamos calcular a corrente do circuito do rádio VHF, de acordo


com o fabricante o rádio quando está ligado consome 25w, mas
quando esta transmitindo consome 75w, pense bem se calcularmos
a corrente sobre os 25w toda vez que acionarmos o PPT o fusível
queimaria, então nos resta calcular o consumo sobre os 75w
consumidos quando o equipamento esta em uso:

75w/12v=6,25a
Não existe fusível de 6,25a então usamos um de 10ª conforme
estipulado lá no diagrama.

Agora o circuito da luz de cortesia , como nossa embarcação usa


uma lâmpada incandescente, dessas de farol de carro, como luz de
cortesia temos um consumo absurdo de 22w para uma única
lâmpada, aqui cabe um parêntese para explicar a importância de
trocar suas lâmpadas incandescentes por lâmpadas LED, percebe
que no circuito de luzes de navegação as 3 lâmpadas juntas
consomem 24w e a lâmpada incandescente do circuito de luz de
cortesia consome 22w, se substituíssemos essa lâmpada
incandescente por uma de LED teríamos um consumo de 7w ou 8w,
isso vai economizar sua bateria como veremos mais adiante, fim dos
parênteses vamos aos cálculos:

22w/12v=1,83a
Um fusível de 2a estaria muito próximo da corrente nominal
encontrada, por isso decidimos usar um fusível de 3a para proteger
o circuito.

[19]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Nosso circuito da bomba de porão é bem simples de calcular, de
acordo com o fabricante da bomba ela consome 63w quanto esta
em atividade máxima, portanto:

63w/12v=5,25a
Nosso fusível mais próximo desse valor é o de 10a, então já temos
nosso circuito todo dimensionado exceto pela proteção geral.

Perceba que os circuitos ligados a proteção geral não são todos, o


circuito da bomba foi desviado do disjuntor geral então temos que
somar as correntes dos outros circuitos e teremos nosso valor para
o disjuntor geral:

Circuito de luzes de navegação: 2a


Circuito do rádio VHF: 6,25a
Circuito de luzes de cortesia: 1,83a
TOTAL: 10,08a
Lembre-se a bomba de porão não entrou neste cálculo pois não esta
ligada ao circuito de proteção geral.
O fusível superior mais próximo ao valor calculado é o de 15ª e
assim temos nossos equipamentos de proteção todos calculados e
bem dimensionados.

[20]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Circuitos Básicos
Para fins de estudos apresentaremos alguns circuitos básicos, os
circuitos apresentados aqui não são a melhor solução para todas as
embarcações mas servem como uma base para novos projetos.

Circuito de iluminação de cortesia .

CC
5A

Fita de led Gaiuta


Chave Painel

Fita de Led Mastro

Paiol

Motor

Cabine Cabine

Banheiro

Este circuito foi desenvolvido para um Spring 26 e é composto por :

[21]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
 Uma Fita de Led na gaiuta principal com acionamento
desviado do painel.
 Uma fita de Led no mastro (no interior da embarcação) com
acionamento desviado do painel que iluminará a cabine
principal.
 Uma lâmpada Led no paiol.
 Uma lâmpada Led no compartimento do motor.
 Uma luminária Led na cabine de proa.
 Uma Luminária Led na cabine de popa.

[22]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Circuito de iluminação de navegação e mastro.
CC

CIRCUITO DE LUZES DE

3A 3A 3A
NAVEGAÇÃO

LUZ DE BORESTE LUZ DE


BOMBORDO

LUZ DE LUZ DA CRUZETA


ALCANÇADO

LUZ DE TOP

Analisando o circuito percebemos que as luzes de bordo e a de


alcançado são acionadas através do mesmo interruptor.

Este é um circuito que deve receber uma atenção especial já deve


respeitar as normas do RIPEAM.

RIPEAM, regras de iluminação de navegação.


A Regra 21 dispõe sobre a definição das luzes e é a seguinte:

[23]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
(a) “Luz de mastro” significa uma luz branca contínua, situada sobre
o eixo longitudinal da embarcação, visível em um setor horizontal
de 225 graus desde a proa até 22,5 graus por ante-a-ré do través em
ambos os bordos da embarcação.

(b) “Luzes de bordos” significam luzes contínuas, uma verde a


boreste e uma encarnada a bombordo, visíveis em setores
horizontais de 112,5 graus desde a proa até 22,5 graus por ante-a-ré
do través de seu respectivo bordo. Em embarcações de
comprimento inferior a 20 metros, as luzes de bordos podem ser
combinadas em uma única lanterna instalada sobre o eixo
longitudinal da embarcação.

(c) “Luz de alcançado” significa uma luz branca contínua situada tão
próximo quanto
possível da popa, visível num setor horizontal de 135 graus, e
posicionada de modo
a projetar sua luz sobre um setor de 67,5 graus, de cada bordo, a
partir da popa.

(d) “Luz de reboque” significa uma luz amarela com as mesmas


características da luz
de alcançado, definidas no parágrafo (c) desta Regra.

(e) “Luz circular” significa uma luz contínua visível num arco de
horizonte de 360 graus.

(f) “Luz intermitente” significa uma luz com lampejos em intervalos


regulares de
frequência igual ou superior a 120 lampejos por minuto.

A Regra 22 dispõe sobre a visibilidade das luzes, neste caso os


valores mudam de acordo com o tamanho da embarcação,

[24]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
portanto, vamos falar somente de embarcações de 7.01 metros até
12 metros, a regra em questão dita o seguinte:

 Luz de mastro, alcance de 2 milhas.


 Luzes de bordos, alcance de 1 milha.
 Luz de alcançado, alcance de 2 milhas.
 Luz de reboque, alcance de 2 milhas.
 Luz circular, alcance de 2 milhas.

As regras 23 e 25 falam sobre a exibição das luzes, a 23 é para


embarcações com propulsão a motor e a 25 é para embarcações a
vela e a remo, então vamos analisar a Regra 25:

(a) Uma embarcação a vela em movimento deve exibir:

(i) luzes de bordos;

(ii) luz de alcançado

(b) Em uma embarcação a vela de comprimento inferior a 20


metros, as luzes prescritas no parágrafo (a) desta Regra podem ser
exibidas por meio de uma lanterna combinada, instalada no ou
próximo do tope do mastro, onde melhor possa ser vista.

(c) Além das luzes prescritas no parágrafo (a) desta Regra, uma
embarcação a vela em movimento pode exibir, no, ou próximo do
tope do mastro, onde melhor possam ser vistas, duas luzes
circulares dispostas em linha vertical, sendo a superior encarnada e
a inferior verde, mas estas luzes não poderão ser usadas
juntamente com a lanterna combinada, permitida no parágrafo (b)
desta Regra. (NOTA: esta regra é facultativa, por isso acho melhor
descartar)

[25]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
(d) (NOTA: Este parágrafo da regra fala sobre embarcações menores
de 7 metros e a remo, por isso não falaremos sobre isso aqui!)

Percebam que parágrafo acima (e) é bastante claro e fala sobre


navegação a vela e a motor ao mesmo tempo, veremos mais
adiante (num próximo post) que as regras mudam quando o veleiro
esta navegando somente a motor.

Agora vamos ver a Regra 23

(a) Uma embarcação de propulsão mecânica em movimento deve


exibir:

(i) uma luz de mastro (Regra 21 a) a vante;

(ii) diz respeito a embarcações >= 50 metros

(iii) luzes de bordos;

(iv) uma luz de alcançado.

(b) Fala sobre embarcações de colchão de ar;

(c) Fala sobre aeronaves, isso mesmo aviões;

(d) (i) Uma embarcação de propulsão mecânica com menos de 12


metros de comprimento pode, ao invés das luzes no parágrafo (a)
desta Regra, exibir uma luz circular branca e luzes de bordos;

[26]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Circuito de tomadas 12v e USB.

CC

3A

Tipo USB
automotiva

Essa é simples, o maior cuidado aqui é em relação a carga que será


conectada nas tomadas, para que não haja o fusível não queime.

Circuito do inversor (corrente alternada


110/220v).
Disjuntor
conforme
indicação do
fabricante

Inversor Tomada 110/


220v
AC
DC corrente
alternada

[27]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Este circuito é um perigoso já que pode causar choques elétricos se
não forem tomadas as medidas de segurança adequadas, além do
que o inversor pode ser um grande vilão no consumo de energia
elétrica da embarcação.

Circuito de ventilação.
CC

CIRCUITO DE VENTILAÇÃO

10A

CAMA CAMA BORESTE CAMAROTE


BOMBORDO

[28]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Circuito de comunicação e posicionamento.

CC
CIRCUITO DE
COMUNICAÇÃO/POSICIONAMENTO

3A 3A 10A

GPS RÁDIO VHF

RADAR

Hoje os equipamentos de auxílio a navegação são complexos e tem


um nível alto de dificuldade de instalação, este esquema indica
apenas como devemos proteger e separar o circuito, instalar um
radar por exemplo é muito mais complexo do que se possa imaginar
ao ver este diagrama.

[29]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Circuito de entretenimento.
CC

CIRCUITO DE ENTRETENIMENTO
10A 10A

RÁDIO AM/FM –
CD/DVD TV

Circuito de esgotamento e água potável.


O circuito de esgotamento é um circuito que deve permanecer
ligado sempre, deve ser desviado da chave geral e protegido
individualmente.

As bombas de porão devem ser precedidas de um interruptor


automático conhecido popularmente como sapinho, do diagrama
abaixo o sapinho é representado por um interruptor.

[30]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Chave Geral

Acionamento manual 5a
5a

DC Acionamento Automático

Bomba de Bomba
porão pressurizada

Circuito de alimentação.
Esse circuito é muito importante para a saúde do sistema elétrico
do veleiro, existem várias técnicas usadas para que a embarcação
não fique sem energia elétrica, como baterias de backup e banco de
baterias onde você pode selecionar qual bateria deve ser usada
naquele momento, antes de estudarmos os circuitos vamos ver
alguns tópicos:

Tipos de baterias.
Existem dois tipos de baterias que são usadas em veleiros, as
estacionárias e as automotivas, a diferença entre elas é sutil mas
muito importante, as baterias automotivas são fabricadas com a
intenção de suprir uma corrente (amperagem) alta por um curto
período de tempo, além disso os materiais fabricados permitem
uma carga mais rápida, um bom exemplo de uso das baterias
automotivas é a partida do motor que exige um grande pico de

[31]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
corrente por um curto período de tempo, o preço a se pagar por
essa condição é a degradação maior do material interno da bateria
e por isso sua vida útil é menos, já as baterias estacionárias são
construídas para fornecer uma corrente menor por um longo
período de tempo os materiais utilizados na sua fabricação são mais
nobres e a carga deve ser mais lenta a grande vantagem é a vida útil
da bateria.

Analisando o parágrafo acima é possível concluir que baterias


estacionárias não devem ser utilizadas para atuar em motores de
arranque, mas as baterias automotivas podem ser usadas para fazer
o trabalho das baterias estacionárias com o custo de terem uma
vida útil menor.

Banco de baterias.
Projetar bem um banco de baterias pode ajudar a manter o sistema
elétrico do veleiro sempre funcionando, uma técnica é separar
baterias para uso contínuo e outras para backup atuando quando o
bloco de uso contínuo não puder mais fornecer energia, para isso as
chaves seletoras são usadas fazer a seleção da bateria que será
usada.

Um banco de baterias deve possuir baterias separadas para os


circuitos da embarcação e outras para trabalhar com o motor, claro
que isso depende muito do tamanho do veleiro um veleiro de 23
pés não necessita de um banco de baterias, uma única bateria com
capacidade suficiente pode ser a fonte do sistema, claro que isso
exige que o consumo da embarcação seja moderado e compatível
com a fonte.

Carga e descarga das baterias.


Quanto tempo vai durar a minha bateria? Qual a autonomia da
embarcação?

[32]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
A resposta para essas perguntas não é simples, depende de vários
fatores como o consumo do circuito elétrico, a capacidade da
bateria e o poder de carregamento que você vai aplicar ao sistema,
mas é fácil entender como tudo funciona, baterias tem uma
unidade de medida chamada Ah, ou seja, ampere-hora e é a
quantidade de carga elétrica transferida em corrente estável no
período de uma hora.

Concluímos que uma bateria de 60ha pode fornecer 60a durante


uma hora, mas isso vai depender da saúde da bateria, digamos que
você tem uma bateria de 100a totalmente carregada e seu sistema
consome 10a, sua bateria vai conseguir manter o circuito
funcionando por 10 horas, vale lembrar que todo equipamento tem
um pico de consumo quando ligado e isso também interfere no
consumo.

Já sabemos a lógica na descarga da bateria, a carga é exatamente


igual, usando a mesma bateria de 60ah se você aplicar uma carga de
10a para carregá-la a carga total da bateria ocorrerá em 6 horas.

Chaves Seletoras.
As chaves seletoras, como já foi dito muitas vezes, são responsáveis
por selecionar as baterias que serão usadas para alimentar o
sistema elétrico da embarcação, as chaves mais comuns possuem 4
posições:

 Off: Sistema desligado, não deixa passar a corrente.


 1: A bateria 1 alimenta o sistema elétrico.
 2 A bateria 2 alimenta o sistema elétrico.
 All: Ambas as baterias alimentam o sistema.

Chaves seletoras também podem ser usadas para escolher quais


sistemas serão alimentados, assim podemos alimentar

[33]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
emergialmente o circuito estacionário1 com as baterias
automotivas2.

Circuito Estacionário Circuito Automotivo

Chave3 Chave4

Circuito Esgotamento

Chave1 Chave2

BE-1 BE-2 BA-1 BA-2


DC DC DC DC

 BE-1: Bateria Estacionária 1


 BE-2: Bateria Estacionária 2
 BA-1: Bateria Automotiva 1
 BA-2: Bateria Automotiva 2
 A Chave 1 seleciona qual das baterias estacionário será
usada no momento.
 A Chave 3 seleciona qual circuito o banco de bateria
estacionário vai alimentar.
 A Chave 2 seleciona qual das baterias automotivas será
usada no momento.

1
Circuito estacionário é aquele alimentado pelas baterias estacionárias,
como os circuitos iluminação de cortesia e navegação.
2
Baterias de automotivas são usadas nos circuitos relacionados ao motor e
cargas mais pesadas como guincho elétrico e motor de arranque
[34]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
 A Chave 4 seleciona quais circuitos o banco de baterias
automotivas vai alimentar.

Perceba que o circuito de esgotamento esta ligado direto ao banco


de baterias automotivas e desviado da chave seletora para que não
haja possibilidade de desligado acidentalmente, esta técnica é
chamada de “anti-cunhado”.

[35]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Instalação elétrica em ambiente marinho.
Agora que já conhecemos a teoria é hora de colocar a mão na
massa, fazer uma instalação em elétrica em um veleiro é uma tarefa
árdua e cansativa, não é fácil esconder os cabos e fios as vezes é
necessário desmontar acabamentos e criar caminhos para a rede
elétrica.

O ambiente marinho é muito inóspito para metais como cobre,


latão e bronze, a maresia costuma criar muito zinabre nos polos das
baterias e oxidar rapidamente os conectores e terminais da rede
causando mau contato, aquecimento nos cabos, falhas no
funcionamento de eletrônicas e problemas na hora da partida. Por
isso deve-se limpar periodicamente os polos e conectores da bateria
com bicarbonato de sódio diluído em água e depois escová-los com
uma escova de aço e aplicar uma camada de WD-40, se você fizer
isso a cada 90 dias vai aumentar muito a vida útil das baterias e
conectores, nas conexões dos equipamentos e barras uma vistoria
também deve ser feita periodicamente e a aplicação de WD-40
também é muito bem vinda.

As emendas devem ser evitadas a todo custo, emendas são difíceis


de inspecionar pois é necessário retirar o isolamento (geralmente
fita isolante) da emenda para avaliar seu estado.

Para que a instalação seja bem feita é necessário conhecer bem os


materiais e ferramentas utilizados.

Fios e cabos, qual a diferença?


A energia da embarcação alimenta os equipamentos por meio de
condutores, também chamados de fios ou cabos, cuidado, chamar
um cabo de fio pode irritar um eletricista assim como chamar cabo
de corda pode irritar um comandante, por isso saibamos a
diferença.
[36]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Cabos são formados por vários fios finos, geralmente são flexíveis e
mais fáceis de manipular e ajustar ao contorno da embarcação, um
fio é rígido e mais difícil de manipular, a vantagem do fio sobre o
cabo é que ele pode ser “moldado”.

Fio Cabo

Cabos estanhados, vantagens e desvantagens.


Como já foi dito os metais como o cobre sofrem muito com a
maresia e a umidade, por isso em embarcações há de se considerar
uso de cabos estanhados.

Cabos estanhados, como o nome diz, são cabos de fio de cobre


estanhados fio a fio, o estanho protege muito o cobre da ação do
ambiente náutico (tanto na água doce quanto na água salgada) por
isso a grande vantagem dos cabos estanhados é que eles têm a vida
útil maior a desvantagem é o custo já que eles costumam ser muito
mais caros que os cabos comuns.

Calculando bitolas.
Chamamos de bitola o diâmetro do condutor, se voltarmos na
analogia da corrente elétrica e o rio o condutor seria o leito deste
rio então quanto mais profundo o leito mais água ele suporta sem
transbordar, no caso dos condutores quanto maior a bitola mais
corrente ele consegue transportar.

Existem duas unidades usadas para medir a bitola dos cabos o AWG
e o mm².
[37]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Bitolas corretas são calculadas utilizando-se duas informações,
corrente que o condutor deve suportar e a distancia que o condutor
deve conduzir a corrente, na verdade não precisamos calcular isso,
pois existem muitas tabelas disponíveis na internet que especificam
a bitola para cada aplicação.

Até 100 metros de distância podemos usar a seguinte tabela:

mm² AWG Corrente máxima


indicada (a)
1.0 16 14
1.5 14 17
2.5 12 24
4.0 10 32
6.0 8 41
10.0 6 57

Ferramentas.
As ferramentas que todo eletricista e entusiasta deve ter na sua
caixa de ferramentas são:

 Alicate universal.
 Alicate de bico.
 Alicate de corte.
 Alicate de crimpar (fixar terminais e conectores dos
condutores).
 Desencapador de cabos.
 Estilete.
 Chaves de fenda e Philips.
 Chaves de precisão.
 Fita isolante comum.
 Fita isolante de autofusão.

[38]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
 Multímetro.
 Conectores e terminais de todos os tipos.
 WD-40
 Abraçadeira de nylon (enforca gato)
 Ferro de solda.
 Estanho.
 Alguns metros de cabos de várias bitolas
 Fusíveis de vários tamanhos e amperagem.

Terminais, conectores e emendas.


Terminais e conectores fazem um trabalho pesado no sistema
elétrico da embarcação, geralmente é onde ocorrem os maus
contatos e problemas mais comuns, por isso devem ter uma
atenção especial.

Existem vários modelos de terminais como mostra a figura abaixo:

Assim como os condutores é importante observar a bitola do


terminal.
[39]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Conectores substituem as emendas e podem ser tipo borne

Ou do tipo engate ou macho/fêmea

Emendas devem evitadas a todo custo dê preferência para os


conectores.

Tipos de emendas.
Se não tiver como evitar uma emenda esta deve ser feita da forma
correta e segura.

Quando se deseja derivar um cabo de uma rede a emenda dever ser


feita da seguinte maneira:

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Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.

Para unir vários cabos utilizamos a emenda tipo rabo de rato

[41]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Quando se deseja prolongar um condutor ou ligar um equipamento
ao final de uma linha usamos a emenda em prolongação:

Toda emenda deve ser estanhada e isolada corretamente.

[42]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Identificando defeitos.
Identificar defeitos requer um pouco de experiência e
conhecimento, a observação de algumas situações pode ajudar
nessa identificação.

Situação O que observar


Todo o veleiro esta sem  Chave geral
energia  Conectores das baterias
 Chaves seletoras
 Barras de conectores
Somente um equipamento  Fusível do equipamento
não funciona  Conexões e emendas
 Interruptores
 O próprio equipamento
Um circuito inteiro não  Fusível do circuito
funciona  Interruptores
 Conexões e emendas
Queima constante de  Curto circuito
fusíveis ou disjuntores  Dimensionamento dos
sistemas de proteção
 Bitola dos cabos
 Conexões e emendas

Antes de tudo deve-se isolar o defeito, digamos que sua bomba de


porão não aciona, primeiro certifique-se de que somente a bomba
não funciona, se o circuito possuir mais de uma bomba verifique se
o problema é em uma bomba ou em todas, problema isolado
certifique-se de que a corrente esta chegando ao equipamento isso
é feito com auxílio do multímetro, deve-se pesquisar o circuito de
dentro para fora (do equipamento para a fonte) e encontrar o
ponto aonde a energia chega assim você diminui o campo de
trabalho.

[43]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
No nosso exemplo acima, digamos que a energia chega até o
sapinho, mas mesmo quando ele é acionado a energia não chega à
bomba, pronto encontramos nosso equipamento defeituoso, antes
de substituir o interruptor automático verifique as emendas e
conexões para garantir que não substituir um equipamento bom.

Muito cuidado ao medir a tensão nos equipamentos, as ponteiras


do seu multímetro ou uma chave de fenda podem causar um curto
circuito, curtos circuitos em instalações de 12v não costumam ser
perigoso mas podem queimar equipamentos, especialmente os
mais caros.

[44]
Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
Reparos de emergência
Circuitos que necessitem de um reparo de emergência devem ser
isolados do resto da rede e desviados do painel, além claro de
serem protegidos com fusíveis ou disjuntores devidamente
dimensionados, ao fazer um reparo de emergência de especial
atenção a bitola do condutor e a proteção do reparo, nunca em
hipótese alguma ligue algo a sua bateria sem um sistema de
proteção.

Não custa dizer que reparos de emergência são temporários e não


devem ser substituídos por um reparo integral assim que possível.

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Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.
ANOTAÇÕES.

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Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.

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Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.

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Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.

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Elétrica de veleiros – Conceitos e fundamentos.

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