MICROAGULHAMENTO ASSOCIADO A ATIVOS CLAREADORES NO
TRATAMENTO DE MELASMA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
GOIÂNIA
2021 BRUNA ALVES CORREIA
FERNANDA BATISTA DE OLIVEIRA
MICROAGULHAMENTO ASSOCIADO A ATIVOS CLAREADORES NO
TRATAMENTO DE MELASMA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Tecnólogo em Estética e Cosmética, Campus Laranjeiras, da Universidade Estadual de Goiás.
Orientador: Prof. Lucas Sampaio
GOIÂNIA RESUMO
O melasma é uma condição de hipermelanose recorrente, que são manchas escuras
e irregulares na pele, sendo mais comum nas áreas faciais. Essa condição acomete homens e mulheres, embora seja mais comum em mulheres com período fértil ou durante e após a gestação. Não existe uma causa definida, mas normalmente essa condição está relacionada ao uso de anticoncepcionais femininos, à gravidez e, principalmente, à exposição solar. O fator desencadeante é a exposição à luz ultravioleta e, até mesmo, à luz visível. Além dos fatores hormonais e da exposição aos raios solares, a predisposição genética também influencia no surgimento desta condição. O microagulhamento é um procedimento estético que, com o auxílio de um equipamento chamado contendo cerca de 400 agulhas, promove um processo inflamatório estimulando a produção de colágeno, a vasodilatação e a angiogênese, além de promover uma abertura de microcanais que funcionam como meio de passagem de ativos permeáveis.
Objetivo: O principal objetivo deste trabalho é reunir dados que comprovem a
eficácia do microagulhamento associado a ativos clareadores na melhora do aspecto do melasma, através de uma revisão bibliográfica.
Melasma is a condition of recurrent hypermelanosis, which are dark, irregular
patches on the skin, being more common in the facial areas. This condition affects both men and women, although it is more common in women with a fertile period or during and after pregnancy. There is no defined cause, but this condition is usually related to the use of female contraceptives, pregnancy and, mainly, sun exposure. The triggering factor is exposure to ultraviolet light and even visible light. In addition to hormonal factors and exposure to sunlight, genetic predisposition also influences the onset of this condition. Microneedling is an aesthetic procedure that, with the aid of an equipment called containing about 400 needles, promotes an inflammatory process by stimulating the production of collagen, vasodilation and angiogenesis, in addition to promoting the opening of microchannels that once as a means of passage of permeable assets.
A pele é o maior órgão do corpo humano, funcionalmente age como
envoltório de proteção ao meio externo, controlando a perda de fluidos corporais, evitando a penetração de substâncias estranhas e nocivas ao organismo, atuando assim, como uma capa protetora e uma barreira impermeável a muitas substâncias. A pele é dividida em três camadas com funções distintas. A mais externa e principal barreira de defesa é a epiderme; a intermediária e vascularizada é conhecida como derme; e a mais profunda, constituída de tecido gorduroso, a hipoderme (GONCHOROSKI, CÔRREA, 2005). Os melanócitos estão localizados na camada basal e são células especializadas pela produção de melanina, pigmento de cor acastanhada, que é transferido para os queratinócitos, através dos seus prolongamentos (dendritos). A cor da nossa pele é formada por dois pigmentos: eumelanina, coloração que varia do marrom ao preto e feomelanina, coloração amarelo-esverdeado, característica de indivíduos loiros ou ruivos. A quantidade e tipo de melanina são determinados por diversos genes expressado no fototipo do indivíduo (NOUVEAU et. al, 2016). A estimulação do melanócito por fatores internos ou externos leva a produção excessiva de melanina epidérmica e dérmica, o que origina manchas hipercrômicas (GONCHOROSKI, CÔRREA, 2005). Os principais desencadeadores são as radiações solares, os hormônios sexuais e agentes externos fontes de radicais livres (PONTES, MEJIA, 2014). As discromias são alterações na pigmentação da pele, popularmente conhecidas como manchas, e são divididas em hipocromias (deficiência de pigmentação) ou hipercromias (aumento da pigmentação da pele). As hipercromias estão diretamente ligadas à radiação solar, principalmente à radiação UVA, e acabam por se tornar visíveis após algum período da sua exposição. A pele passa a apresentar manchas escuras e irregularidades na sua tonalidade (SOUZA E JUNIOR, 2011).
Uma das discromias mais recorrentes atualmente é o melasma,
caracterizado pelo aumento da concentração de melanina que é depositada na 6
epiderme e em macrófagos da derme, além do aumento do número de melanócitos,
que causa manchas na pele. O melasma surge por diversos fatores como: disfunções hormonais, exposição à radiação UV, medicamentos como anticoncepcionais e repositores hormonais, gravidez, pré disposição genética, entre outras. Acomete todas as raças e ambos os sexos, porém mais recorrente em mulheres. Possui bordas bem definidas e irregulares, principalmente na porção central da face de mulheres pardas (HANDEL, 2013; PINTO, 2015). Apesar de assintomático, pela alta prevalência populacional, pelo acometimento de áreas visíveis – como a face, especialmente de mulheres em idade fértil com fototipos mais escuros (III-V) e pela refratariedade ao tratamento, constata-se importante impacto à qualidade de vida (QV) pelo melasma (Freitag, 2008; Maranzato, 2016). Atualmente, são conhecidos diversos procedimentos para o tratamento de melasma, entre eles o microagulhamento que consiste em um procedimento estético que utiliza um equipamento chamado roller, um mini rolo de agulhas, com diversas espessuras e tamanhos (variam de 0,25 mm a 2,5 mm). Este promove um processo inflamatório controlado e, por resposta do organismo, ocorre proliferação de fibroblastos, com consequente produção de colágeno e elastina, proporcionando regeneração da pele. Tem ainda como efeito a vasodilatação, angiogênese e a abertura de microcanais que irão facilitar a permeação de ativos, também conhecido como acesso transepidermal de ingredientes ou “drug delivery”. (NEGRÃO, 2015).
2 Melasma
O melasma é uma importante causa de visita dos pacientes aos consultórios
dermatológicos, pois se trata de uma patologia pertencente ao grupo das discromias, caracterizado por manchas hiperpigmentadas e simétricas, possui extensão variada entre os indivíduos, podendo acometer desde uma pequena área até a totalidade do rosto. A cor do pigmento das manchas pode variar de acordo com o fototipo do indivíduo, sendo variante do marrom claro ao escuro. É possível estabelecer a gravidade da doença de acordo com extensão da lesão e sua pigmentação. Normalmente ela se inicia entre 20 a 30 anos, podendo surgir abruptamente, devido 7
a fatores como exposição solar intensa, sendo predominante em mulheres, porém
observada em 10% dos homens (MASCENA, 2016). A classificação clínica do melasma se baseia nas áreas de acometimento, sendo os principais tipos: centrofacial e periférico. O tipo centrofacial engloba as áreas frontal, nasal, malar, labial superior e inferior e mentoniana. Já o tipo periférico compreende as regiões temporais, pré auriculares e ângulo da mandíbula. Formas mistas são identificadas em 43% dos pacientes (Tâmega, 2012). Existem ainda outras denominações como melasma malar ou melasma mentoniano (acometimento isolado destas regiões) (Tâmega, 2013). Diferentemente das hiperpigmentações pós-inflamatórias, na qual eritema e prurido podem anteceder lesões pigmentadas, sinais inflamatórios não são observados no melasma (FREITAG, 2007). Histologicamente, o melasma se caracteriza por hiperpigmentação epidérmica, sem aumento do número de melanócitos, que se apresentam hipertrofiados e com maior número de dendritos, o que caracteriza sua hiperfunção. Há aumento de melanina em todas as camadas da epiderme (Figura 5), aumento do número de melanossomas maduros, inflamação e elastose dérmica. A pigmentação dérmica não difere na pele com melasma e na pele são adjacentes (Miot, 2007).