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9 – Fonologia Métrica

A fonologia métrica traz como inovação entender a concepção


hierárquica da estrutura linguística da sintaxe e fonologia. A fonologia métrica
tem por objetivo descrever e formalizar os padrões acentuais e de ritmo da fala,
a fonologia métrica busca os aspectos supra-segmentais da fala, como acento
e tom, não tiveram um tratamento adequado na proposta da fonologia gerativa
padrão.
As grades e árvores métricas ilustradas em são construídas a partir de
princípios universais e de parâmetros específicos. Os princípios são definidos
para todas as línguas e os parâmetros são estabelecidos para cada língua em
particular.
A aplicabilidade da fonologia métrica à língua portuguesa tem suscitado
discussões teóricas interessantes.

10 – Teoria da Otimização

A teoria da otimização propõe um programa que explicita um modelo de


análise gramatical. A fonologia tem sido o foco de pesquisa nesta linha. Como
em Archangeli (1997) e Pulleyblank (1997) para uma discussão introdutória do
modelo e sua aplicabilidade. Pesetsky (1997) e Speas (1997) discutem
aspectos teóricos relacionados à aplicação da teoria de otimização ao
componente sintático e avaliam tal proposta teórica em termos comparativos
com a teoria sintática padrão de princípios e parâmetros formulada por
Chomsky.

Um trabalho que aborda aspectos morfológicos na teoria de otimização é


aquele elaborado por Russel (1997). Os dois objetivos centrais da pesquisa em
linguística são resumidos por Axchangeli (1997) como: determinar e
caracterizar as propriedades universais da linguagem, as quais são
compartilhadas por todas as línguas; determinar e caracterizar os limites
possíveis de variação linguística entre as línguas naturais.

De acordo com a teoria da otimização, a gramática universal consiste


“do conhecimento lingüístico inato que é compartilhado por seres humanos
normais, que caracteriza as propriedades universais da linguagem e a variação
tolerada entre línguas específicas”. Ao lingüista, compete encontrar evidências
para postular a existência de um determinado padrão a ser estudado e formular
a natureza de tal padrão. Determina-se então uma caracterização formal para o
padrão identificado e classificado.

Estudos de uma língua em particular fornecem informações quanto aos


padrões definidos para tal língua. Já os estudos comparativos fornecem uma
avaliação dos limites possíveis de variação das línguas naturais. Ao
determinar-se as variações possíveis nas línguas naturais determina-se
conseqüentemente as variações que são excluídas (que não ocorrem nas
línguas). Assume-se que as propriedades e os padrões que são encontrados
recorrentemente nas línguas são universais e portanto fazem parte do
conhecimento lingüístico inato. Contudo, nem todos os universais manifestam-
se da mesma maneira em todas as línguas.

11 – Interface Fonologia e Sinxate

A relação fonologia-sintaxe é compreendida na teoria gerativa clássica.


Uma conseqüência natural de tal proposta teórica é quanto ao questionamento
da interação entre os componentes fonológico e sintático. Surje então uma
proposta de interface fonologia-sintaxe. Selkirk (1984) formula uma proposta de
interação entre os componentes fonológico e sintático.

A interface fonologia-sintaxe pode ser pesquisada principalmente nos


trabalhos de Selkirk (1980, 1984, 1986); Pullum & Wicky (1984); Nespor &
Vogei (1986); Inkelas & Zec (1990). Dentre os trabalhos em português que
discutem a interface fonologia-sintaxe temos: Abaurre (1996); Abaurre, Galves
& Scarpa (no prelo); e Scarpa (1999). Certamente ainda temos muito trabalho
pela frente. Contudo, parece que as propostas teóricas de análise lingüística
têm evidenciado a necessidade de buscarmos uma relação explícita entre
componentes lingüísticos. Os falantes certamente Uso efetivam a relação entre
os componentes da gramática. Resta à lingüística encontrar formalismos que
explicitem tal relação.

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