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••

DINÂMICA DO'"
DESENVO'LVIMENTO
LATINO-AMERICANO PRIMEIRA PARTE

RAÚL PREBISCH
APRESENTAÇÃO E CONSIDERAÇOES GERAIS·

EDITÔRA FUNDO DE CULTURA


BRASIL

~- -"
.' ..... <Ó,
\'-

\1

INTRODUÇÃO

f 1. Tromsformações eetruturaie par« abrir caminho ao


desenvolvimento

S MALES QUE afligem a economia latino-americana não


QQITeJip.9ndem_a-Ía tôres; ..cirCtlllst~~c:~i~_,<>.':! .... ga,nsi t6rios.
sões da crise da ordem ae
COIsas' eníe.,e ....da
SCª.5.Sª .?p!i9.ã.o. Q sistema econ6mico - por falhas estruturais
que nao sou emos ou pudemos corrigir - para lográr e manter
um ritmo de desenvolvimento que corresponda ao crescimento
diLpo[mlação.e às suas exigências de rápido melhoramento.
É certo que o aumento demográfico é extraordinário. Nos
prímórdíos do século havia na América Latina 63 milhões de
habitantes e esta densidade demo gráfica crescia na razão de
1,8 por cento anual. Agora somos 220 milhões e nos multi-
plicamos numa taxa anual de 2,9 por cento que parece elevar-se
mais ainda.'
Na base de dados conjeturais poder-se-iaestimar que cêrca
da metade da população atual tem uma exígua renda média,
pessoal, de _!~9.dólares por ano." S6 êsse vasto conjunto social
representa, aproximadamente, uma quinta parte do consumo
per capíta total da América Latina, com os mais altos coefi-
cientes de subalimentação, má vestimenta e desabrigo, assim
como de enfermidades e analfabetismo; tudo isso acrescido às
taxas mais elevadas de reprodução.
1. Em 1900, a população aumentou de 1.100.000 habitantes e em
1960 quase 6 vêzes mais, a saber, 6.400.000.
2. Veja o capitulo "La distribución deI ingreso en América La-
tina" no estudo El âeear-rollo econ6mico M América. La.tina en ta
p08tguerra (E/CN.12/659/Add.l).
11
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12 Ji' /.' \. DESENVOLVIMENTO LATINO-AMERICANO CONSIDERAÇõES GERAIS 13


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,,)lt' l! aí que temos de concentrar primordialmente o esfôrço de Nesta época deíncentívo gq, plan~ja1JleJ;l.tQ_dis..GllthJJos _muito
L' 1 c.:::...des€n.\LQIWnentG.-Q-coE.e~itQ,-··:ihrrda-não:=-~!g;-de-o tle~err--' sÔbrep __papel_primor.dial~dSL_.inic/iatiYa..priv.ada~a· ~m0.~'
Cl volvimento se operar espontâ.nea!!!~t.~,_sem .umesfôrço racional :t..ª-tina3.a..necessidade ..de.preservá-la, Porém, o que slgrnfICa
rY /e deITherado' para -corisegul-10,pLOyou_s.~r_uma iJ,1!~ªº.J@tOJ}a iniciativa privada,' afinal?
(')~>_/ América La?na quanto no resto. da 'perif.eria~:IDundial. Trata-.s.e--º~._p~~~ery.m:..-O....sistema-.,pre~~lJe .comprime ;~s
r.:;; . ~~qu ssas ~C(mOmlaSse.artIcularam com a fÔ,tça.S....Qa_illiciatiY..ajndiYidual,_pela-.estratif.icaçã.o-sociaLe prl-
./ r economia int~naciq!!al e a meta ~ aJ2oJWlação ain~ge viMgip? Ou será necessário abrir cami~ho através dessas tr~ns;.
1 ~~fJ7 ~e~fo~aLp.re- ~ilisla .j~c?mp.atív~i§com suas crescentes
A formações estruturais=para ..' dar- ao-eístema-a-plena.czalídez
asprra.çoes_e.c.OIl.o..ffi!Ças.e
S~l!US, . dil!.~rgif.a..de queatualmente.carece? .
--Todavia, a renda média do habi e lati o-amerícano.cé,
~preciàvelmente, sti erior às .de.-outras--regiões·· eri -as; I •
z, Acumulação de capital e distribuição da renda.
oferece~, um pon o e arti a vantajoso. ar transformar
em -~i.dade-ü.que- jUeixQu de ser--umauto ia:._a e' ~ina·~o \' A_.p-ro"yª-_q~_validez.__ dínâmícar.de __ um.isísrema .._~~tá3!O ..J;Jla
a.. () m;za-~~1:l~~~!€S-H.'!~!.e:fl-t~;::-.
_ Ç-ª-s~fW=~)!.Qp;ne-p~clãl :1\':{ ,~I c~p-ª.cic}.a.g5~ui~}.mpnI?iLC~k!:iºªº~-ªº;.ti~.9...de.desenvolvímento
~c.~gia contem~Le~-possibilidade.de.;ssimilá-la -c, '. (~_m.~lhº_r:arprogreSSIYa.m~1J..t~ ..a.....dlS.tnbulÇ.ªQ_d.ª-renda. Se co~-
. num lapso de tem120 mUlto. mais. curto do -que-a~.uele.c.que-se '~. ~ seguíssemos elevar a taxa anual do cresci~ento da renda média
~. 'strou na evoluça.o capita 'st~~ls~s..J:nais . adiantados. ,c. íJ por pessoa, da cifra recente, bastante baixa, de 1 por cento a
Entretanto, a penetração ace era a a técnica. exige .e. fraz ~.s"'\ 3 por cento no mínimo, no conjunto da América Latina, uma
. consigo transformações radicais: ~formações .Jla-:í.e-~e· -~ ~ . política redistributiva razoável permitiria atingir o, o~jetivo de
" (..' "~r na estrutura da economia, que.não ...:Se-podeti.. a- ~ '" duplicar em 17 anos a renda pessoal da metade índígente d.a
, .i/-'~. ' '1" efiCacIa semmodificar fund entalmente ~tura ~ ~ população e melhorar também - embora com menor veloci-
'I' _.' ~ .._ .._.__ .' . ~" dade - a sorte da população de rendas médias.
.--::::-e~tnItm1U.Q9iI_predominante-na -Améríca-Latína-opõe-um
"~\. '"~ Aqui se impõe a prímeíra medida trans f orma d ora da estru-
~ Y:: ·tura social pois esta taxa.. de cr.escimentQ-llão::poderia -ser
sério obstáculo ª.2_..prqgr.esso-técnico 'e, por conseguinte, ao
~ ..• ,alcànçada ~em umafortecompressão-do...consumo dosJ~1}lpos)
desenvolvimento econômico e social. São três as manifestações '\:;· í.de rendãs e~ .",,~,._ ....-~ ,._--"''''~'''''''' , .- --, .
i m dês te fator: 9 con.tÍa.s.t@-SG}G-iaLé,verdade, im ressionan~e ..Com eft<!t~,
Q~. 6! a) . ma tal estruror e~!Q.!:p.ece ..consíderàvelmente __a..mobilí- ..fmQuanto gue 50% da pop.ill.a.çãorece e âõiS:OecImos, aJ;1roXl-
dad.e.soqIa, .isto é, a origem e crescimento dos elementos dinâ- .madament.e,-d.Q-ooB:S-uffie-to.ta-l-das-pess0a-s, . Q...Outr.n..extr.emo-da
micos da sociedade, dos homens com iniciativa e energia, escala distributiva, os 5% dos habita desfrotam....q.uase dos
capazes de' assumir riscos e responsabilidades,' tanto na técnica três décimos ue e total s{;l.guI'lcl-e-a.s-es.timativas coo:'eturais.
e na economia quanto nos outros aspectos da vida coletiva; U.I!.!.Lt?Qlíticasevera} Que dom' A ~SQCÜlI: be~
b) a estrlltu!:a. social se cflr.é.lçteri:zaem _rande parte pel!> 'h . - 1"',..,.,.,....•.o •• À recl1r~<: íntemacíoneis .
•.• p
como a co.u:. ~1l1çaíL.CQUl. ~.~~~~r __ ,~~ ••. _J="'_'~
..<E:riviJé~.na_._distribUião da-J.:iq1:le-z.a--.:a.sSl.m darenda>-=-o-l2!1-
h
p~r~i.~E~am. rnm.e1lta.x~~tal~.e. ...alcançer ..9
vilégio~ e i ita ou elimina o illkootLv.o-à-at-i-v.iGlade-eGGnG-mica, 0)? objetivo de crescimento da renda por .h~bltante,.enquanto que
~ detrimento do emprêgo eficaz do L.bomens.,..da.s-ffiE:a~. ,J a política redistributiva se encarregana de, faz~r chegar o
~qul.nas; r aumento da renda assim obtido, às camadas inferiores do cor-
. c) êsse p!.!..v.ilégigdístríbutívç jião se traduz em forte. ritmo junto social. I • ", _

de acumulação de capital, a não ser em Formas exageradas do.._ Nisto consiste essencialmente a polítíca.redístríbutíve. Nao
consumo nas camadas superiores da sociedade em contraste ..retírar.zen d as na mmoDa_..sup.er1O!-p3Ia_...
se trata.. deretí .1 " , reparti
.. ~..Ias
com a precária existência das massas populares. p':lr.L8..,Simplesmente-com....as-massas..popular-6s;-pois,.,."oomo..-a
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CONSIDERAÇOE6 GERAIS 15
14 DESENVOLVIMENTO LATINO-AMERICANO 1~~ t· '\

renda pessoal ..p?r habitante 00 ,C()njuIloo"da__Â!!1.érica Latina vez queo gstrangulamento e a estreiteza interna na produção
chegá' a:i)~naS a 370 dólares, os 'éfeitos"dessa":redistribuição de bens d..?.-CapitaUmpedidam,_o. .ínvestímento. nestes, bens de
seríãiii de pequena amplitude. Ao contrário, se a: crunp.t;Miliie todo o capital adicional quedêsse modo se extraviaria. Daí a
'). necessidãâê--imperiosª' de '.reCllrSQSinternacionais,' atu~s \ ,.".

.ll'"~~
t
,do cons:umo_daqº(lles,~:~po9:qJriv.il6giad0S..,se."traduzisse·em ,

acréscimo., continuo 'do capital acumulado, o nível: de vida, tr~®i1..Ǻe.s.-e.s~e_pr.eQQ~jzª-Ul-.tQ~m


daquelas .massas. "iria elevando-se comprogressivaceleridade. BQ.m.y~I,~, Rl,~~a'\l~Ç~9 __<;lQjAçt~lllenta.:..d.o..-capital".adiçiºp~.'
Pela primeira vez na história; a tecnologia tornou realizável ~, J A contribuição de recursos internacionais, RQrtapto, tem wn
\ êste conceito dinâmico da redi~trtbuiç,ã.o>_pºrque s.em_()_~~e .§ !fn~::;cârá.t~r t.wnJlºwl.Deixariade s.er necessária qua':ldo essas
\) potencial que põe à disposição-dos-países--em-d.esemwlvimento, •• 'transformaçoes houvessem produzido plenamente os frutos que
! a operação de redistribuição.seria-de-.alcance-muito'-pequeno. i' esperamos. Não concernem apenas aos países latino-americanos,
mo
Dêsse dó; à problema da acumulação de capital bem como ~ uma vez que também é indispensável contribuir para a correção
daquele estrangulamento exterior, modificando a presente estru-
o 'da redistribuição da renda, colocam-se em têrmos : muito
diversos dos relativos à evolução capitalista dos países mais tura'doCQID..ércio.inte.,maciOlJaJ. "'<- '
..,.. adiantados.
!~ ..••.
j Tendem a sofrer progressivamente êste fenômeno os países
~
r A_acumulaÇão-do-eapi~perou-se-a.li,...{)r:iginalmente;-depois q~e, mais avança_I!1em suas industrialização. Suas dificuldades
"

~fI' /&~
./'~ YiSU!giY..Jl_.:r~distri~i~-gradual_da renda" Em 'co~pensação, nã6 surgem de modo ,exclusivo na estrutl.u:a..Sncial; ap.ar.e.~ram
' ;:.i
,.".-<I~; ambas as necessidades se apresentam agora - e tem que se também na ,estrutura..da..mtetcâmbio~".car_açteristica_dos tempos
t, /" : apresentar - simultâneamente, sob a crescente gravitação polí- ""1' d~,9.:esenvolvÍlnentp~p-ª'tí!JQrª,o.qu.e_precedeu..,a-grandfLdepx:.essão
~~ tica e sindical das massas. // , !!}:undial de l~O. Como em outros aspectos de nossos proble-
~~ Não existe outro modo exeqüível de responder a estas duas mas de desenvolvimento, apresenta-se aqui, também, urna
. exigências a não ser atacando dire~~~.!.~~L.das_contradi- constelação de idéias retéritas. l1; verdad _q.ue..,a!iJJ,al teng,i-
ções mais l:elevantes-do· ...(Iesenvolvimento---latino.americano:a namos por aceita!, a mdustrializaçãoperi ri "'-CQmoexigência
t;l9"tqi:ia'insuficiência ..:..de..;,
acumulaçãocde -capítal exígída .••pela
r..; !,!!ili;pe~sáv~I d"~_~:Q.Y-o ~~Jlt0:::~GQ1~.mie0~""tGda:via.subsiste
tecnolo.gia-eoutemporfulea., em face do ..:.!nQdp_~ªgex..ado_de ~~em~~~."de ~!2.~! inerente a êsse conceito
~.nsum9 ~I!}S gr:gPQs..®altas:".rendas: pec ar""iíãâlvisão internacional do trabalho que prevaleceu
As camadas superiores (5 por cento da população)' que abar- ,até pouco tempo: o in!~~~l>i~_-ª~.p!.~~~<?~_._P.ti!n.~-Qs. de
cam cêrca de três décimos do consumo total da América Latina, m~~~~!uE~s. Dentro dêste ..~squema desenvolveu-se a índus-
têm um consumo médio por famílía 5 vêzes maior do que o -, -::7'
biali~9.~~ª~ n<l.~~<?§.~p~íses.J.._~_.~tu~~~te _.coITl.eçarI!:9a s sentir
das camadas inferiores (50 por cento da população). Se essa pro- ,CQ..~~sres_~.I?-!e...intensida!r;le.(),obstáculo que. êletraz ao desen-
porção se reduzisse a 11 vêzes, comprimindo o consumo fara volvimento econ~mico), E9tW.~-{m.S!~<.l!l!g que ,a·procllm, _~~
aumentar os investimentos, a taxa de crescimento anua da prõ(iutos' ulâDufaturadbs que lIDpo~LJªii:ajLJLelevar-~e
renda por habitante poderia subir de 1 por cento a 3 por cento.
.. 'fápidainénte, aLexportaçõeLprimári~s. ~~.e':ltii!.ll com relativa
Assim também, se a compressão do consumo diminuísse a pro-

1
porção para 9 vêzes, a taxa poderia subir a 4 por cento ou, " demora, em grande wu:te-po~s estranhas à vontade os
êises latino-amerlSill()s.~Há,~pod:anto, uma ten _ ~.ciajátente
talvez, mais, conforme fôssem as possibilidades políticas desta
J2ara 'o dese~íbrio,_q~~ torny. mais '!!!PJga_coIlLunte1!,sj-
operação e a aptidão de cada pais para pô-Ia em prática.
ficação ao aesenvo~!o econômi~.
Trata-se de um fenômeno nôvo •. que. não .ocorrera antes.nos I
9. Cooperaç-ão internacional e estrutura do intercâmbio \ países "mais .adíantados .. Daí s6 agora começarmos a compre- /
Neste último sentido, apresentam-se sérias limitações, em ender sua significação e reconhecer a necessídade ...vítalcde
virtude do estrangulamento exterior do desenvolvimento, uma ......IifJ Í:!.l_~~~var.l!L.expo..~@~.~dustriais dos "pa.ises periférico~"
.~.

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~\) .

CONSIDERAÇõES GERAIS 17
16 ~'DESENVOLVIMENTO LATINO-AMERICANO

. _.' .

principalmente daqueles que ultrapassaram .a..prirncira.Fase.do


aquêle que deverá segui-Io na escolha das formas adequadas
para executá-Ias.
processo dehdustiialização.
\
Este i!?centivQ às exportaçÕes industriai~,;:,bem como à':LQe
~\ lprogutoLprimários;_oáo- poderia çir.cnnscrevf!r-se.~. órbita .Qci'~ 4. O tipo de desenvolvimento fechado na América Latina"
't· ;p '\ U!ercados..-existent~. É indispensável modificar a :estrutura , O es~:n~ulamlento .ex..teriordo desenvolvimento não é apenas ~ -t,.: ~
yPJ" .•.~-v~ . ~eográfica do intercâmbio, .além de sua composição
c9n:eque~cl~ ,da lentldao com q~e tendelfl a crescer a expor- ....., .... ~ .
Às exportações da A:mérica Latina são af~tadas,descle )o~')
. J.? ~,~

.
~'Q~.
,;~f)A

por êsse fenôm~no ~mlVersal de lento creSCImento ~a procura


\Y'.I,.) t • d..e produtos pnmá~!Ps, <;pmparada com a procura Intensa, ela
I
fl\·Z
taçoes yru~anas ~n: face da ,rapIdez com· que Q fazem as ím-
I IportqCQ~_u:tdJlSJnªlS.,.:..proyementes dos grandes
~' i p.~ueno
A• Ibi
centros
mtercam !O recIproco entre OS países latíno-america- v.-
~--~ -
.••••.~
do ~ -t~ .•....•..•
a
~~
&

oP mª-DJlfaturas, à meÇidg guecresce a renda por li:a~rem,


i; esse fato agregam-se outros fatôres de consJâerave1 impor- ./ !
',.'
'm~s!am.
n~~s,
I bé.eJJLO..J..Le.1Jj~U~Jll~rancl~Lp-ªI!~_nos
,1.."..1 ~.f
ú]Q@().L<!P.,9S, .- _c..:::-~
tância. Por um lado, o .ritmo moderado.de desenvolvimento : ~_..rest!lǪ-º ..-9-ª-..rela窺-de p_@.Ǻ~ de ~ntercâmb.ÍQ....1l!J.e_t~J).J9 ~ ~~_~:C>.
d.~ia dos Estados Ilnídose suas restriçÕes à Importação ! afetlL~.Q,Çl~l-º~:'sQ!l1J2ra das exporta,Ç.Q.~s,Como resultado de /.'4
têm influído de -forma adversa sôbre as exportações.Jatino- , t~do lStO,. o valor das exportações' por habitante latino-ame-
ncano baIXOUde 58 dólares em 1930 para 39 dólares em 1960
americanas, e, por outro, o protecionismo~,easdis_crimina~s
(preços de 1950).
dei Mercado Comum Europeu impedem que possamos apro-
~itar'plemimente o crescimento incessante; da procura de '.A restrição recente da relação de preços está revelando mais
uma vez a debilidade congênita dos países periféricos para
produtos primários na vasta zona econômica ?a9.ue1: mercado.
., . Sem prejuízo das medidas tendentes à elirn.maçao ou ate-
nuação dêsses3ntraves.-ao interc~mbio, ·é imperioso e~'plorar
reter todo o fruto do seu progresso técnico. Não é grande alívio
pen~ar que quando os. países Iatino-americanos ..chegarem.no
.~uturo .a ,etapas su~nores de desenvolvírnento.. com ...plena
com afã as possibilidades de comerciar un-ou~SJ.e. ~ industrialização, terminaremos algum dia com, êste.Fenômeno
munâ:o,soore o com aquelas - as d~oononua.socJa 'i
e. tal não poderia ser, urna vez que isto requ~L I!}J,tito,J;empoe:
_PO!. e'.'em};!o -!;lu es ao r~igranao. um. ice e evado de . entrem entes, .a r~strição da ~elação d~ preços agrê.Y,l]. .õ~estran- ._1

desenvolvimento ~ulamento extenor : depnme. sensivelmente a· capacidade ,


m ora seja certo que a~olucões. de.-bas.e., ..n.estes.assunj9,s,. interna d~ acumulação de capital em detrimento ..do próprio
dependem dos grandes países industriais.e.da)iberalidade. de desenvolvunento.
sua oUtica comercial, Inao e menos cer o que os pa es latino- L. Em outr~ ponto de vista, aquêle outro conceito, que sub-
_.,a~ericanos têm' que despender um esfôrço convergente de siste, lo~aVl~, em certos m~~os,.segundo o qual o estrangula-
grandes dimensõ~s, O Mercado COI:num.r~presenta, .neste se~- mento ~xtenor e os desequilibrios com que se manifestam nas
tido, um esfôrço lmpostergáyel. Ass~ o tem entendIdo os pai- contas internacionais é mero assunto de conduta monetária
ses da AIDérica Central, onde a detenninação de formá-Io tem teve. deplorá~eis co~seq~ências, uma vez que sua aplicaçã;
sidO audaz e defuilliva. ~isdifíci1 é o problema da Associação prática - alem de influir adversamente no desenvolvimento
Latino-Americana de Comérci~~~_~-~-º-,.E?9-. ec?nôH!ico - d,esviou a atenção das soluções fundamentais que
gresso da industriahzaçao em co~entos fec~adj)~nou eXige este fenômeno estrutural.
interêsse~eron.ceitQs ~e se op§em ao intercàmblO redp~9co . Isto apresenta i:uportância considerável para a América La-
~em abranger as graves conseqüência...L.cks.s.aatitude sôbre o. tma, porq,ue se nao abordarmos resolutamente estas soluções,
q,esenvolvimento' econômico..:.~ste nã? é um me;o assunto d.e nossos palses e?contrar-se-ão levados pela fôrça dos aconteci-
tecnica, mas de grandes decIsoes políticas que tem que segUlr mentos, a um tipo de desenvolvimento cada vez mais fechado
o instrumento de Montevidéu. Já foi realizado fundamental- e a um declínio persistente da proporção de seu intercâmbio
mente o trabalho técnico que sustenta essas decisões; só falta com o resto do mundo, acrescentando novas dificuldades
18 IJESENVOLVIMENTO LATINO-AMERICANO CONSIDERAÇõES GERAIS 19

àquelas que êste processo encontra por si. S~;,,~~~f.i.:~ coJ!!Q tamJ:!ém ao jôgQ da economia ~. De outro modo
c~nte;J(.Q.r\per.acão intemacionaLp.aIa ~es!J.l.1&ê.las, tan~,~.anlfl? ~io pode~emos estreitar gradualmente a çonsider<;lvel· bIcçha
~?ICâmhiQ..,ç,QillQ.....,nOzdiQ""f.!Uanºll!mento,'''PQderao ...,sQbr~lr ql.\~L,existe,entre a renda_média",.tural ~.rlmtl.{l.7Em verdade;
tô.d.iL.sol,t~e.,.m~4çlas,.cc.au.tID:itárias;",com,,-gralles .ccaseqüêncías uma boa parte da metade indigente da população encontra-se " ..,j.o//
~11.:f!'1',º",.~9,g~~emR:~ctª","Jªtino:aJilllr.lç_ana. . no ..campo. . .
Se ponderarmos bem, o crescimento para fora de outros tem-
5. Os pontos de estrangulamento interior pos, em tôrno daqueles adiantados característicos, estrangeiros,
que não irradiam o progresso técnico para dentro, ro~pe a
A .intensífícação do desenvolvimento não depende só da primitiva integração pró-capitalista do campo com as ~l(l:des.
,11üi:íõr·~~,i1}l:l.~.!?S~:§:~~e·"cariitãj)t...
c.QJ)J.lj.~.essár:ia,,:'P'll'ém Ora, a inQustrializaç.ãonão corrig~l~.(ka_ ..acentuar mais ainda
n~p;j:iifiçj.ê:Jl!~1:.:p~~~.seWUl.l.vimentQ..p..wle_,s.~r..lle.\l.~.ij1gid~or eS_~~ ..J!.!-:~cl!~J-,ªgr.ªY-ª!ldo Jl..TIlª .. tal dícotomiajeconômico-socíàl,
CJ.i_YS~!:s9s"futôl.es.
Acapamos de mencionar os d~ ordem exte~'lO:, É mister, agora, empenharmo-nos em corrigi-Ia.
mas há também fatores dee,sJr.@:..l}gulamento....ínterno que limi-
O motivo destaacentuª.Ǫº~l:lªO S!Ls!J:!Ç,9J!.tm..;SÓ· nos Ja~Qre~
tarn ou ~p~d.em.,.a,,fôrça:~expansiy.a ..da.acumulação de capital. eS_Íl·l!!':1!..-ªi!'-.SJ_9.S!'!!!!RQ>-..!!HJS. ..1am bém .. X1a ...insuficiência ..dinâmica
Ademais, em nossos países sóí haver uma importante margem. do desenvolvimento . .int_~I.:.r!5?Lq':!.~_E.~~~~~xnlll<!.l!... a elev~!s:~~_,,<l.as
de crescimento imediato da produção, peja capacidade em
r~!Út~Li~_p!:Q.Q!I_!o~.e...§..::...~rícºJ.a...§.. Além disso, sôbre 0ci om~r~s E,ll 11.J1~
potencial existente em muitos de seus ramos. Entr~tan~o, ês~es dêles tende a.I.ecajLumª--J.2-ª.tl!UmpQ!'!ªºt~_cl.() ...ç.l,l~t()... ª.s.l1 istí- ,

,
I:
fatôres não permitem fazê-Ia ou aparecem pressoes mfl~c.lO:-
nárias de o~igem não monetária, Se empreende~os uma poht~ca
inclinada ao.pleno ...aprov~j,j:amentQ",d~E.~ capacIdade. potencial.
Indubitàvelmente, na rodu ão a rícoí), encgpUaIDQ.$_geral-
tuição d~ ...i.mportações, a prºt~º.E.ªgexªº-~
c::l..QS'jª.1':'_.ª.bmiÍVO,
e'o custo dO.ll}er- .......o
assim como o·' dos benefícios, s~ç!ais_ e=,,º,l,ltros
Sy_rv~ç9§._Q~?.tªçlQ~.d~._.qllAe..pOU?O ?esfr,*tam. os .tr~ball:ll!.~~J:es
.~1J.m~;,. por ._<;:mog<;:!=,r de força ..slDdl<~al e artlcula~ªQ p..Q.ÜtiGa.
menteJ:!,_p.onto.".ded3strangu arríenh".~internU'""lnaiS'·intens.o do Continuam sendo clientelas descuidadas dos homens indife-
desenvolvímentoJatíno-americano. 3 1J rentes na política urbana.
São vários os elementos que aqui se conjugam: Q~.de
PQ!iSe d~ terIa,-9.!-~e difuWta a assimila~ão d~ técnica:
<1&ili.çi~n.tedo. Estadoc.para.adaptar e dJfllUd}r ..es.s.a.....te..ç;me'h,.e
a:
ªção
Ainda não foram examinadas
conseqüências
com profundidade
que êstes fatôres têm. produzid~
tôdas as
sôbre ~ emi-
gração do campo para as grandes CIdades latmo-a~encanas,
f!.~12r.~ªxiedade ..d.§..J.nyestjmentGs. Por melh?r que ~e. resolvam manifestação grave e impressionante de desequílíbrío econô-
êstes três problemas, ~~....!lªº.clermº~ incentivos suficientes aos mico e social. Não há dúvida deque ..essas.mig'!açães,.têm.que
p.rod u tQITSL ª--ª-<?.e..lçmçã.o...dcL.düeD.Ycl:yj.ro..e.D.iO...p.Q9.~K~ . en.~()_!!..tJ.:llr ocorrer, como -tampouco __gue.oo .•mai.or~.progresso ••.tecni~a9
Ó oEst4.çul(;L.maiscsériº..,.Ag,agricJlltJlra •.._e_jsto.......te.rrul~J~m =rr= , em. gera, 1 a ..d ar~lh eS.ma!s,.. lmp~p. uls Porem, , por
c;..ampo..!~ndera,
divê~sõs"i;ãíses:·:qüalquer....q.llfu.e.ja-..S.eJ.Lsistemfl.-'-~çºllQmLeo.
que' há {l.~concentrar-se a Eq,p-ulação ..~~!t~oca<!a ..nest~s'.::~an.9~s
'Os incentivos podem ser diversos; pWém ..9 maiUl!!Ps>mnte ~
·.ciclades~!Po~ não permanec~-.no ltmlte·do'con_tQ~() __ ;ruE.ªl, ~..-:' 1
ÇL-lw..ssibiltdad~-,=de~que,.a~..agr.kJllturapossa rete:c o frutode_,~@
' <?l!l_..l?0pulações p~qp.enas ..e.medIanas;--ocupa~as em m<!ust.!J.as <Y'... .,P'
p,rQgrilli~.ãQ apenas no que con,Qe~.~a~ e;.c!~Jlg_r, e serviços que satisfªQam".(;:.l!!::2ª..r.!.!Lªsn~ç;s~ldªº~,!ldo mesmo t,;;...yA ~

3. 1!:ste ponto de estrangulamento interno - assim como outros <::~r.!!.Po? Fo!: que razão s_e_-ºp'~~-ª,_.na_Â1!~er!caLatin~, êste cres- ( .
que se apresentaram com freqüência no desenvolvimento latino- 5Í111ento .extraordinário das grand.~.31d-ªº-~'!p' __
.detnment~ >:.,
americano - frustrou certas tentativas de redistribuição da renda, ,4;!?....1!lç.çli.f1nasfLI2~.(IJJeQas, forª_4uôd-ª- ..J)rop-or.Ç,ª-º...sQ!!U:? ...q~e w- •.t
•...•.•...•..
pois limitou-se a atuar sôbre o nível monetário das remunerações,
deixando de lado os investimentos necessários para que aumen-
ocorreu n_~íses I1}ais...?Ai!wtados? . . . . v;..<V'"
tasse a produção ~ especialmente li agrícola ~ e fazer frente sem Estas perguntas não poderão ser respondidas satísfatõría-
pressões inflacionárias à maior procura popular provoca da pela mente, por falta de pesquisas judiciosas. Porém, em~~ra possa
redist ribuiçâo rln renda. ter tido muita importância neste fenômeno, a debilidade da
. "

20 DESENVOLVIMENTO LATINO-AMÊRICANO CONSIDERAÇCES GERAIS 21


\

.procura rural, ou, em outras r;:"lavras, a concentração da pro- manifestas limitações para manter ou conseguir uma taxa satis-
cura nas grandes cidades, em virtude daqueles fatôres estru- f!t~ria d~ crescimento, atenuand.o ~o I?~smo .~~ml?o as flutua)
turais! e elementos adventícios mencionados mais acima. Como çoes do Ciclo, e para lograr ..uma dístríbuição eqüitativa de renda;
em outros fenômenos sociais, não surgem reações corretivas, Nao sendo p'ossível~.repetirestaexperiência . histórica, .sãb
a não ser um' movimento em espiral que se reforça a si mesmo, ._.-.'" muito sérias as razões pelas quais se impõe encontrar novos
continuamente, pois a~ __C::~t:!g~~tiQl!ar:s~_ª~,s.!m
__ºG_gente as caminhos. Não é a mesma coisa assimilar em tempo relati-
grande~_~~~!~~.:,..~~??e~.t~~~~~.
mais ainda a.•procura;_nelas,pro- vamente curto uma técnica já muito desenvolvida, e o processo
v()can.ao_um novo Impulso nessa congestao. Di!..~P9-º~)mº~ r. de desenvolvimento gradual dessa técnica, pois apresentam-se
; conCluir queareâistribuição geográfica da renda tem também \1'k contrastes ou disparidades muito importantes, gue ~_E~~es-
i
;

.. ,~
, &:ªnde importâ!l<?ia social. t' \ '~ ~ª!:Üu\frºntªX, ..p~Li!..,ªçª.9...:.9.~.:~slad~. .
:;
!jo in_ício,durante li evolução capitalista, a tecnologia veio{
i
6. Por que reger delib~.t:1L.d!J:m,ente~-fôrç(J;S..,..do.-desenvo1,.. ~'Ús poucos, se introduzin~o no. proce~so produtivb, àn:edida
:, ,
vimento ~(" que s.~.acumulava:c;.Q,'capItal -necessário. Em:con;lpensaçao, ..c:s
.•..:.----- ...-.~.. ,l países em desenvolvimento' têm ue assimihn;,,,.\uua_Je.cJlolo Ia
i
; , As páginas dêste trabalho estão penetradas de uma idéia já elaborada, e hão de acer.car-se E:0gressivamente a etapa
: dominante: a América Latina terrL. uacel ra ,-seu,.ritmo._de· suprior em~~e se encontram os .palses. mais .ãdiã~~dosj-stla
J" desenvolvimento ~~omico e re istribuir ..,él,. .. reuda,_ m.,favQr ren a----uorllililtante terL e__,cresceLcQIll...lll~u.s::::.Celendadedo
r ,/ das massas opulares,. O cumprimen o a.ê.!lteo 2j~l~vo não po- qll.~_o ri~_o_..,~L!ico~ais palse,s.::
Ii . __., der,~, ·latar-s~-.2.~ª-efTnidan:~~~~Y!:!!l_cabep.~U~~.~ª~!!LQ J; Em seguida, essa,. tecnologia j~ ela~orada e ascíncessantes
~esenvolvime~to econômico>~e. apresentaria e logo sobreviria, inovações que nela ocorrem ,requerem um elevado capital por
__. comoconseqüêncía. natural,~p desenvolvimento SQciàl:Ambos pessoa, que os· países adiantados podem acumular sem difi-
. ,;y"devem cumprir-se de modo compassado. Para CQusegui-Io. éi,l culdades, em virtud ~,sua_alta,renda or habitante; Em com-
.~,:<
,Y" ~ ••.,.'~)i"'>
j. \mister agir raCional e deliberadamente sôbre a~ fôrças do d&,
s~!1volvimento. ' e .êste não . poderá ser o resultadQj'_do. jõg.o
'pensação, os países em.: esenvolvímentc-sconfrontados ..pL)J;~sa
m,~sm~J~.Çg"iç.a_decapita11aborioso, recebem·'uma..tef!~a"média
.'~ }J'~ \ ~Dntâneó' dessas fôrças. como· sucedeu-na.evº'wsão.capita- ~, por habitante apenas comparável à daqueles países,. há quase
? i Jj~tª-do.,Lpaís.esjuliantadC1S,· ...l . u.m século. Em conseqüência, é indispensável oomprimir deli-
'- .' Tem sido muito perturbador o conceito de que pudesse.
reproduzir-se em nossos países essa evolução.
mento econômico tem sido ali um fenômenn....essencialm..ente
º- desenvolvi-
'\: beradamente pelo Estado o consuma ..das camadas superiores
da coletividade, en uanto que isto não foi necessário na evo-
lução capita Is!a, graças economIa espon anea, e quase au 0-
. e_sp.Qfl.tâneo,mas ~-º-.desenyolyimento sociaJ,que se.deza.em mática dessas camadas, .
\~
grªr:úle~p-ª-rt~_ª-!!mª-p,olítiqt .cQmcie..n.re..&:.d.e~ada.) É ,evi- Estes dois contrastes trazem outro a que já fizemos reíe-
dente que naqueles paísesyai-se admitindo também .a neees- 3~ rência: que enquanto naqueles países adiantados veio primeiro
sidade de atuar dessa forma, a necessidade de planejar. .' ..,...." í1•• acumulação de capital e, rlepois a redistribuição ..da.zenda,
I Há sôbre tudo isso uma razão fundamental: que nesses ",1.1" •• " I os d,ais.problemas têm ue seL resolvido ,agora~mente
tempos em que o homem vai alcançando um domínio nunca '. . "~~"crn .face •.da su §slãQ imigente o método s-oviét co de desen-
\ sonhado sôbre as Iôrças da natureza, não se resizua a subôr:. F>" \ @ :\lllIlen p co.nômi ,
I
I
dinar-se ao jôgo espontâneo das. fôorças da econon~ia..e .~~~':l_~y.
A b
I Acrescente-se a isto a rapidez com que ~ifund~m as
técnicas de prevenção e cura de enfermidades, acarretando
4. Entre êstes' fatôres estruturais devemos levar em conta que,
0_ forte declínio da taxa de mortalidade, fenômeno ue acon-
devido ao regime de posse da terra, uma grande parte da renda
do 8010 - sobretudo..a dos grandes proprietár-ios - se gasta nas teceu muito lentamente na evolução dos palses mais a ian-
cidades e não no campo. t~dose foi acompanhado de um declínio também gradual da
"\,Ü,

(.
. ~

22 DESENVOLVIMENTO LATINO-AMERICANO CONSIDERAÇÕES GERAIS 23

t(lxa"de, ..natalidacje: O aumento da renda favoreceu até novas Está destinado tanto aos que resistemintemamente .às trans-
atitudes psicológicas, em'-frrcQ:f.:1õ íi1Úiça o:::da-fnmíHa, ...que formações como aos que se propõemrealízá-las, e também aos
::lip'âa.não .se manifes~aram ,na grande" m~ssa .',da população que de fora_.11:ªQcompreendem a natureza e -gravidade dos,
latJPo-amencana,_.de .ta,?. ~lpgllos",l:ec.~~l:sOs..J DaI, o contraste acontecimentos latino-americanos. \
entre a extraordinária taxa de aumento da população da Amé- A02.,j1rimeirQj;gostaríamos de demonstrar a ,ne.c.e.$s.i!;t1!.(:t~n-
rica Latina e a taxa relativamente moderada que prevaleceu dispensável de introduzir essas transformações na ettn!~!a
na evolução capitalista. social para que a forma de produzir e.a ..esPutura.da,eco.!~a ti)
~ssa tax~' el<lvada de .cl:,e~.~~rne.I?to.dem0.gráficO, impõe um possam atender às exigências do desenvolvimento. S~
esforço maIs, intensa deacul11ubção de, c.~pi!al, e contribuí pl~~~fupa preservar intangível sua posição na escala disWbu-
para agravar o contraste entre, a abundância persistente de tíva, desejaríamos sublinhar a impossibilidade hist6r.i~~
j """""'''.

mão-de-obra em nossos países e a técnicaquetemos de assimí- prolongar a contradição entre o considerável-potencial de


Ia r, técnica que foi elaborada em grandes,.'centros industriais , capitalização que se. malogra, com suas formas de consumo e ,
aguilhoados pela crescente escassez daquela. \ as vastas necessidades de acumulação de capítal.r'Se lhesínte-"
-c': Finalmente; é mister mencionar aquêle outro contrnstcc..iu .; ressa o curso futuro da democracia, é mister sugerir-lhes"q~
r disparidade da procura' de importações e,-,~~portações" ..q te , nada poderá fortalecê-Ia mais na América Latina do que-a
I"
" I
. ' também n~o.,.se deu. no passado. Não tiveram, pois, os ,grandes \ l;lobilidade social, a origem e crescimento dos elementos díaâ-
I; , centros,., ernseu . desenvolvimento," aquela ....tendência pará':' o \ 11l.i~s da sociedade, em virtude daquelas transíormações..,,e
~:,! ·es~ra~gula.!!l~.Rt~,..~xte.l'i9r.,q1.1e".çaracte.Úza.,os
.países.Iatíno-ame- que.a resistência pertinaz para realizá-Ias poderia forçar outros
11: ríêanos. . .
!
homens igualmente inspirados a prescindir do' jôgo democrá-
O superar aquêles contrastes e promover. o desenvolvimento
lil impQ§Jrês form~LdC_,Jlç.ã.íLdíLEsí.ado,Antes de tudo, "as trans-
-::tiS"Q"para alcançar êste propósito, movidos, talvez, pela-ilusão
1 ; d.e recuperar-com o transcurso do tempo, as oportunidades-de
~ I~fOf.I:rla,çQ~s_!l_ª_3~trutJ'!I~,:"sQr:iill, ~com. o.. fím.ide __.climirW.L.Q.S I uma evolução democrática salutar, que assim se haveria 'per-
""l obstáculos .ql~~2f,3,-º1)õemao ,desenvolvime...!!.t.lULq:U~3..9.ll..áillillJ I dído na contenda' social.
a, • e~~encialmente em empregar.a fl.mQ.-º--º_P.Q.!~,!lçiª-L-º.ELr.§.!i~rv,!, .._ . Quem se proponha fi realizar estas transformações terá pi.êW:e
.11 .t"f~ti~l!la!.--º--ªFroveitamento jhtensiv.a da terra_..e_..D-CapiJ:aLe de si uma tremenda responsabilidade. Está-se acumulando na
;ElJerar~no@e pot~ncial de in..idaJiYU.J.OOiYiduaLque,_agiJL.'1. ) América Latina umaTôrça emocional considerável, ..aJQ(ça
está malogrado, dando ao sistema sua plena validez dinâmica. , ~:n.9cional dos grandes movimentos coletivos. rt_.!le..cessário
" Essa transformações na estrutura social abrem passagem
'·,'para 01 Tas, na forma de produzir et;a estrutura da economia, ~ ~~.~~l.~zá.~!~ __~~._fi!eção aclaros desígniosconstrutívos. N~o, s~_
constrói sem calculo nem racíonalidade, Entretanto, tambem
transfoi mações inerentes ao processo de extensão e assimila- não setonúim decisões audazes - as decisões audazes que
ção da tecnologia contemporânea. . . exigem nossos países ~ sem o impulso. dessa Fôrça. A prova
'~',Finaunente, "La.çãQ,do.Estado é ..indispensáve1--para ..que, ...em., definitiva de eficácia final estará na aptidão dos dirigentes
\ favor do aumento da renda que essas transíormaçõcs-trazem ~ra combinar êstes elementos na política de des~n.'y.Qb:'~~!I~~
corúiígo, corrijam-se progressivamente asgrandesdisparidades :f:-'úeées'sáriü ter sempre presente o risco de malograr tais
distributivas. transformações e a ação que há de segui-Ias, se perdermos de
vista os objetivos fundamentais. Nª.<?__..~J!y~rá transf.?E~ações.
7, Resistência às reformas e responsabitidade de reaii- eficazes na estrutura d~._~ociedac1~_se se tratar simplcs~~!?,~e
zâ-lae d~acesso de novos titulares aos privilégios exis~en!~~!_ou se
! .~.crescentam novos privilégios ou sinecuras.
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Este estudo ocupar-se-á dessas transformações estruturais Além disso, é necessário que se compreenda, tanto dentre
internas e da cooperação internacionalpara o.ª~~.~.nv0vi~~nto. quanto fora de nossos países, que nos encontramos em tudo
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I,,'. V DESEN1!OLVIMENTO LATINO-AMERICANO CONSIDERAÇOE~ GERAIS

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9 levou ..t~!LP.ª!li~,s ...a ..I.e~X11tããoSltnpressl.opantes.-TooavIa, infor-
. . tunadamente, isto. conduz, via de regra, ,'h.l!h.tud~!b,J.llu.i.to
,I lamentáveis, mesmo ..!l-ª.<;l.Uclf.Lquc~!ilg-1ll9vi9_~_-RQL...:~incero
e~Eíri!.~.....m.gl?:©:Lª&:ã.-f? .uma ..vez.quc.há.fambém os-queespe-
.•..
ram :d~_i2§3m~.U\ç~o_jnternacionª1-certas;virtudes-.de.influência
,I pQl:.í~1.9_..que•...&mbbra~udessem-sel:._efica~~.s._nesta-ou -naquela
sü~ação ~~mpQ,çªLs,eria~ ...Ç.<?lltraprod.~l:.~.~.n.~~~ .._~~_.mantidas·longo
:i tempo,..f~ única significação política admissivel desta coope-

,I
.1
I
ração, do ponto de vista latino-americano," é contribuir para
que se torne poll.ticamente realizàvel. um· esfôrço interno in-
tenso, de desenvolvimento. t" )
_-1""

.i

"I
li 8. Um sistema de idéias e nova.s atitudes }
,J Tudo isto representa um nÔy-º--PIoblema--para ...a ...América
::,!~. Latina, mUito. diferen.~ _apresentou '.'às. gerações
J ,& ~~E2!~~· Em lena ôe ressão mundia não~sabíamQs que
:1 r/.. -consi tia ..o" rob ema e ~ Vlmento . latino-a erícsno.
1 VU ~~'Í: ~ §.mninava a slmE;es i eia· de"restabel<~~a"l;1orm;Üiª~d.!;;. de
.\ ••.U ."~ )"e.tomar ao J?~aaõ:-Hâ qumze anos p po~ defínír.v de
certo moao, esse problema e assinalar com grande convicção
algumas soluções fundamentais. ~ avançamos suficiente-
~p-anto_d~~laho.mr.. um sisJe~]jja~.c~Yla .ç@-
, ~~.~~~~ci'()_dese:I1'\f.QIMim~e»1Q_~conômico ~e social_q,1;le
:! L~2-lt~~
!~~..
\ cussão púb ica
Temos, agora, que promover sua dis-
gar especialmente aos dirigentes políticos
i, l:
! ~ sindicais. É necessário superar a in~igênciaideol6gica pre-
dominante em nossos países nestas matérias, essa tendência
<._~-º.Ula~., de ..rec~lheLfor~ .o,_que é~,e~tr~p,h?,~em.grande parte
<a .realIdaçle .Iatino-americana e às suas. eXlgenclas.
S e essa ~i~~~~:::~e-es-eel'l'l'l'(')m~s.ta~lffi.f.nÊ>...a.ffig.r,.i€
..atlQs.....têm
•..~rãb;rado dSVM~~M.-a-~P-~~:9~g,.J1~~~tado.,J.,~~e
.~hJ;..çit~,.,dp••..
df:s-ª-Ii1'(..ol.y,Lm,~tl.lQ,
.•.•
~..m)S~t~l~·pr.eS€ntaJ.as•.•em,..f.Qr.ma
icl6"u~a."e.acessível.Nada há em matéria de desenvolvimento que
i ,'rrirose "'"pôssa expor com 'nitidez, ainda que sua elaboração
i

,fi
'}~
.l·
~ 1t:_
;~~

CONSIDERAÇÕES GERAIS
26 DESENVOLVIMENTO LATINO-AMERICANO ~ 27

tado.É uma série de atos de previsão, de antecipação das


necessidades futuras, de vinculação racional da forma de sa-
tisfazê-Ias com os escassos recursos disponíveis. .
Tudo isto d~.@9}.!~.tr.a,.qlle-O ..desÍgnio-de..influirr.sôbr.e...a6..f.G1'~às
c:!9.,.:des.eny"Qlvjmenoo'M,é-de'~gralldes...dim~.Fl5€íg.s..n." ., .@...e~-
,I teXl$.io. Nã a )ena '. ... .' . - ~
também. t1~ae tlVI a ·s,·de .."v. •. ~
·:e, a u .. ~ atem, conseguír-se-ão estas mu anças em nossos
.;~
palses. Perguntá-Io demonstra, freqüentemente, um .sentido
de ceptícísmo que desalenta a ação; é mister empenhar-se,/des-
temidamente em fazê-lo, porque não lJ.á 9..~ solução/~
há-solllção--pel~ relç!\S do mefooG9, .•..apenas, a -üiU;~A pri-
I vâg~. estrangeira e o Estado omisso.

1 9. É mister encontrar nossos prôprio« caminhos no. âesen-


J 1- volvimentn .
_"A.,x. ..d~(. A política do dese.ny..ol;\i,hu.e,l)to.....te.llL....q..'llL~h~car Qll...l1111::t t , .: ..
1I
-f\VI.' . ~S,i~ferpJ;e.t~t.êntica..da..:r~illida.dtUati,!1~e.dca.n--ª- ~n;'l .•:::'·'ii:,:"'; ,
....
Á f.,O~ ~ ~~.t~g,~"'.tóc'OIU~~lJiall.,
.'-'" ~ l' ~ ._._.....:
.. . .,.~~~,aGla""llm~
...:
__
..mJ
. Qâ...~&~,p>exiQP-~'~~.aJJ,d.~J. -1
;~~·f-1Jd·'·
sa...pretensaO.x;,Ç~e:-Jm.ll~l<Sal~.~. r"
~
~t&- -V !oca~no~. ~ssencjalmeD.te~...homens ~T,p.~!.ii$).!i-ª,,~c9tltr~9.:Qjr .?
fi
(

\... - .pat..~gll:~"§,Rs .•,J:eOJ:ia.s.".~introauzú;"Jlel,gl!.~ps:f,eleme!ltós,..:di - .)


fi
'I ri
\\. lf@l)c.9_~._u~ ...r~~~~p,axª .•.J:lPH?2çin?~r,;~e;;.ª~_,nQss.a"'~~lidap.e..
r--~SIm am em Ocorre na prática do desenvolvimento. A9!!ela
0l?o~~ão intnillsigente-à:....jndustriali-za~nass.o.s~país.es "[á
fQ.L.suEerad'l. com(uu~sJá.....s.endo a renúncia .._~L@Ǻp.hi';!c~r•.a
i sigl}ificação. da-lírní tação·'darelação-de-preçoS"'do-intercâm bío.

l Porém, ainda há muito que avançar - e talvez com maior ur-


gência - no campo da política monetária, no que sói atribuir-
se, todavia, ins~raçª.<?.j~naciQnistaa. guemse .negueaencarnr
1 a iI].n~S_ª-<2_~.~!,l)o T~nômen.o alheio à estrutura social.
I! .;J!
No mesmo _pl~!.l~jament9_sIo ..desenvolvimento é e\'iºen~ ....a

.~!
; ~~c:.~~idad~-º-~nçQntracnosso próprio caminho. t:LQ.s país~
,;1 Qcidentais mais adiantad~!.Lcomeçando uma experiênçia
pI~E~íadQra,..EQrém em condições d.ifert.'Utes.º-ª.§A~:b:.!!'!~Iicª:.~a-
!i!:?a.G9nvém seguir com, tô?a a ate_I!çª()_~_~;a~.mett~~cia,
. assim como é aconselhável fazê-locom .a" expeneoclªosOCJall§.!a,
j~ ~ m._. -ais anti.gª,_~I!!....IDl~lanejamento se bas.,illa,ua"gestão,.,eÇ,?-
~\) " ;Tl·8mica_ªjJ.~ta do Estado e o sistema nclítíco..que parece!,!::;
\ ~~r.-lh~_inl!rent~ rr4"""r f (~C.~Jl-.J
1t
j

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I,11

28 DESENVOLVIMENTO LATINO-AMERICANO CONSIDERAÇÕES GERAIS 29


,li

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~
.1

"

"
10. A concentração do poder econômico e seus efeitos
políticos
Sem dúvida, as circunstâncias poderiam levar na America
Latina a decisões que não se inspirem friamente em conside-
rações desta natureza. A. resistência às reformas _estruturais'

.1j
•• 1

·CONSIDERAÇõES GERAIS 31
30 D~SENVOLVIMENTO LATINO-AMERICANO

0..:Estado oDãa-é-uma-entidª.da::ahs.tra.ta.:JLincOO:pórea. ,-AJ4!!~J§.S


.j' Nã~ no~ enganemo.s. 1l:ste.assunto ~ão se resolverá num plano
doutrinárIo, mas emmentemente pohtico. 0_ signo PQlítico ~p que maneiam seus recursos são movidos por interêssese. pai-
.'? gual se cumpra o desenvolvimento latino-americanº_!liO é_ xões e não apenas por objetiYQS.J:Q}elÍYQs .. Concebe-se que ao
sójluestãO 'de prefe~ências intelectuªjs~_maLem.grande_parte ~eter o poder econômico - ao-±.omáJO'fortemente @msuas
g.ependerá(ldo prÓprIO curso d~s. aconte:imento~ nestes R!:.(>xi- I!lãos, levados por êsses interêsses e pressões· .=_J!b~telJ.balIl~.~e
tpo~-ª-I!9sJHá uIIl.s.~!9 determinismo neles e nao existe outro d..e.!'1l?9rdinar os outros ho~eº-~ua RrQp.riay....ol:l.
tad.~?.:r.ode-
m.~do. de 'escapa~-lhés senão trabalhar prõVTSÓrJ::1t1:l~~t~.=sQ1Jr~:~.(L :t::la.I!L~.I~~
ser indep-endenteJL~nLillMJltitude.Le_.decisões. se ..em
propno curso desses acontecimentos. tôda sua ativiqade, e em seus meios d!L.exisJOOcifLdependem
. Já o mencionamos no início e não há necessidade de repe- daqueles outros, sem ter ao seu alcance rienhl!!!la outra ª,çªo?
. Eis aqui ~ questão fundamental, que não ~rtmç,e_'l~Lplane- .
ti-to agora. Basta recordar as muitas e sérias complicações
que ~stão -lli-<W..!-1r~~1.g-º_.i'
tcn<lçnC!fLp-g@._.2.... de~enyQlvimento Ja.I!~~JQ,_pOl~_êl~!!1 daqueles qº~!LpJ),s9ID.do.s~de..convicções
f.ech:<!9.Pnwõ~-se jll~?!.J,~m esfôrÇQ2!,!}2remopara conter essa d.~IPOcr.ªliG.a.s_ii.rmQ~.8Quêles que crêem na liberda.d?.política
t~IlªeºgiiLn..QLpJªºPLl}ªQ.iºl}ªLI!:i.1ino-amer@nº....JLintern..acio- e_~os. direi!º.Lh~.!Dano~.....poderiaQL_~erarrastado5..:.:ª~;ç!.a!1.Çliçar,
Iiãl>-.EQ~-Eão)'ealiz~:!º -'- ou .não tea1i.zá:Loa=-tgm.pº-.=_pQ.d~ria p.1Jme!!º-'p-~.la!!!!l;losiçãodas circunstâncias ..e,.e.!!l-s~.&!1icl~::p'ela
l~}~.r_,ao.~stado a~bri!ªtiQ.,--ª- p~potência dacõmpul~ão.A.ôbre pró.r;!na lógICa dos acontecimentos. . . ..
os Incentivos para â atividade econômica. , ~~g.é. esta, certamente, a ordem de coisas a que gostaríamos
. Determínismo. nos fatos e talvez, uma lógica não coercitiva de chegar para substituir a atual. Seria trágico que paraeman-
em suas conseqüências. Com efeitQ, ao fechar-s~.progres~~'l.- ! cipar o homem da necessidade, tivéssemos ~_PJescindir, d.~
'( ()utros va!~re~; ,tivéssemosue subordi.ná-Io-às exi ências ~e_um
I~.ent.e o desenvolvimento, teríamos Jill!lbém ...qpe.~1.O.s...~~pllJ.'ªr
f\.poder armtrano.' No fundo, nada disto é compatíve com...o
i'riiº~~~~-=i:fQit~~~~~~~~:%~~'~d:~~e;~~~;~1;~~~_~~ I temperamento dos povos latino-americanos, com sua aspiração
\ tlldo isto .misturadoAna,.urdidura::~1~..:~.ª-jdeol9gi-ª-. que, valen- latente de· libertar-se .da necessidade.para-exaltar a personalí-
I dade do homem, para dar plena vigência - por obra do desen-
'dÇl-se damesma-máquina"repressiva;,haveria, de resguardar-nos
i~alme!!..te. da~inclemêncl~_da crítica. volvimento econômico - à democracia e aos direitos humanos,
São vários Os caminhos para chegar ao Estado. autoritário .. sobretudo nessa metade submersa da população latino-ameri-
Não é êste o único.' b-t:esistência às transformações estruturais' cana. E para que aqui e em tôdas as camadas, a mobilidade
que abrggl ..largo campo às fôrças do desenvolvimento é outrà social leve os melhores para cima em prol do desenvolvimento
econômico: e da democracia. ~ia-l:-isenta-(&}e-pl"i< .
çi~les.*,P_oré.!!h, ª~gª-,y'~.;>:
__ .... __º~_p~IbiIª--.§-P-ºlíti~~_llãiL
.Q.~.Rº.1'!:tg
légios e não só de XriVilé~iCOS, senão também do
e;on.ôI1)iAco~~1.2~~an:?~~~nvir1am ao .m~smor Se a res..is-
tência fosse inflexível, Ja as reformas em SI, J<l à Sua exccuçao, h'emendo privilégio . e aI s o en " nderem domí-
poderiam sobrevir situações extremamente críticas.
l •••'

::!!!o sti1'5reas ITrêi' .li aemais, ~QR.reas fôrças criadoras do esW-


. Dêsse modo, os homens em c1Úasmãos ~steja··(t.l?0der12Cl1.í- nto e sôbre os sentime s..ma.i,s-pr,otbltlQ.s de seus corações:
tIco, para efehlar essas reformas pelo imp-u~º-ªca.~9· inco.ntido ~
das marés I22P-ul~~L.PQª.~rú v~r-~~jQl.:ç~dos_uon.Q~ntrar eIJl,
SUªLI!!~()S_--::O_. poºeX_E)CQp.~9.!!liç,Q_RQ..m ..robust?ç.eL;.aquêl~,:..,I2~J~ .. '
\) i tA f»\QJ\
consolidar su~..P-º,!.~gª.4~ __
.P2lítiç.ª--<?,J-ªJ!!.ºém.para.,utjli~ªr. todo "
o potencial de poupança coletiva, ante a grandez[td~-p-r.9}:>}~J'.l.~
a resolvere a !imitação~a iniciativa priva_ºª .. UIl}.po.der eco- __
n.§mico guejamais, tey~ _()...Estadq pa evoluçã9._G.ªP!taI,iga.
i\,_~centr-ª~ãQ_iliLpoàe!~ç-º.I1-º!l1.Ü~º =-DJ~!l1aou _noutra for-
ma - é sempre um perjg~ara a autçºtLç.i.da.rl~_daudemocra~i~~

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