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EVANGELISMO

Curso de Discipulado Bíblico, Livro 6

Por Evaristo Filho

Copyright 2014 Evaristo Filho

Smashwords Edition ISBN: 9781310559990

Publicado por Evaristo Filho em Smashwords e outros meios.

Capa e formatação por Evaristo Filho.

Todas as citações bíblicas, exceto quando indicado o contrário, são de A Bíblia Sagrada,
Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil, 2ª ed.
Copyright © 1993 por Sociedade Bíblica do Brasil®

Sobre a Licença desta Edição em Smashwords


Este livro (e-book) pode ser reproduzido, copiado e distribuído desde que o texto não seja
alterado, a referência ao autor seja mantida e a distribuição seja gratuita. Apreciamos o seu
apoio e respeito por esta propriedade intelectual.
Sumário

Apresentação
Unidade I – Aquecimento
Unidade II – Estudo principal
Introdução
1 Evangelismo
2 Usando folhetos
3 Compartilhando cristo em grupos pequenos
4 O crescimento da igreja
Considerações finais
Unidade III – Questões para Revisão
Unidade IV – Trabalho Final
Sobre o autor
Outros livros por este autor
Conecte-se com o autor
Apresentação

Sobre a Série “Discipulado Bíblico”

A série “Discipulado Bíblico” é formada por seis livros que visam fundamentar o cristão
nos primeiros passos de sua vida cristã. Discipulado é o processo de formar seguidores de
Jesus Cristo. Como tal, ele exige que o cristão se dedique, entre outras coisas, ao aprendizado
dos ensinamentos de Jesus Cristo, afinal, ser um discípulo é ser um aprendiz. Assim, esta
série foi desenvolvida para ajudar no ensino-aprendizado dos conhecimentos fundamentais
que um cristão deve ter para tornar-se um dedicado seguidor de Jesus Cristo.
O primeiro livro da série, Síntese Bíblica: Conhecendo melhor as Escrituras, apresenta o
conteúdo geral das Escrituras a fim de que o seguidor de Jesus seja capaz de conhecer melhor
a Bíblia, a revelação escrita de Deus. O segundo livro, Como Estudar a Bíblia, ensina
métodos e técnicas que ajudarão o leitor a estudar sistematicamente as Escrituras a fim de
colocá-la em prática. Disciplinas para o Crescimento Espiritual é o terceiro livro da série e
trata de inculcar no leitor a necessidade de praticar constantemente as disciplinas do estudo
da Bíblia, oração, adoração, jejum, comunhão e serviço cristão. O quarto livro, Discipulado
Pessoal, traz alguns ensinamentos importantes sobre o que significa ser e fazer discípulos de
Jesus Cristo. O penúltimo livro da série, Fundamentos Bíblicos, ensina ao leitor como
praticar os sete (07) mandamentos gerais de Jesus Cristo e outros ensinamentos bíblicos
essenciais que formam um alicerce sólido para uma vida cristã saudável, enquanto o último
livro da série, Evangelismo, concentra-se em um dos aspectos fundamentais de um desses
mandamentos, que é o de fazer discípulos por meio da evangelização.
Nenhum desses livros foi escrito com o propósito de expor tudo o que a Bíblia ensina
sobre os temas que eles procuram ensinar. Além disso, eles não visam meramente transmitir
informações. O propósito desta série é levar o leitor a refletir sobre como tem a sua vida rem
sido conduzida em relação às exigências de Cristo como o Senhor de sua vida. Portanto, o
leitor não deve ler os livros desta séria apenas para obter um conjunto de boas ideias sobre o
discipulado; antes, você deve deixar que Deus fale ao seu coração a fim de ensinar-lhe as
verdades bíblicas que são aqui ensinadas e, assim, que sejam as suas ações, atitudes,
sentimentos e pensamentos contrários à vontade de Deus sejam transformados a fim de que
você seja diariamente conformado à semelhança de Jesus Cristo.

Informações Gerais

Este livro está dividido nas seguintes partes:


Aquecimento: Antes do texto principal, há uma série de questões e/ou exercícios e/ou tarefas
que foram elaboradas para prepará-lo, tanto mental quanto espiritualmente, para o estudo
principal deste módulo. Você deverá completar estas tarefas de ‘aquecimento’ antes de iniciar
o estudo principal e realizar as tarefas que exigirão mais de você.
Estudo principal: Esta seção contém o texto para estudo que ensinará o tema e os principais
tópicos, conceitos, princípios etc., que o aluno deve aprender para concluir seus estudos
satisfatoriamente. O estudo principal não busca cobrir todos os tópicos relacionados ao tema,
mas apenas prover um sólido fundamento sobre o qual o aluno poderá construir novos e
maiores conhecimentos sobre o assunto.
Questões para revisão: Ao concluir o estudo principal, complete as questões para revisão. O
propósito delas é ajudá-lo a focar nos principais pontos do estudo e prepará-lo para o projeto
final. Você pode usar as suas notas pessoais, a sua Bíblia ou o conteúdo do estudo principal.
Quando as respostas exigirem que você use o estudo principal, procure respondê-las,
primeiramente, sem consultar o livro. Se você não conseguir, ache as respostas no texto e
estude essas partes mais uma vez antes de prosseguir.
Trabalho Final: Ao final do estudo principal há um trabalho final que foi elaborado para
ajudá-lo a viver e/ou ministrar o tema deste livro. As ideias e conceitos que você aprendeu
são muito importantes para nós. Desse modo, o trabalho final é importante para sabermos o
que você aprendeu e como você aplicará esse aprendizado em sua vida e/ou ministério.

Estrutura e procedimentos para estudar

Unidade I: Aquecimento
Passo 1: Leia todas as tarefas antes de começar a executá-las.
Passo 2: Faça as tarefas de aquecimento.
Unidade II: Estudo Principal
Passo 1: Reveja as tarefas do aquecimento.
Passo 2: Estude o conteúdo do estudo principal.
Unidade III: Questões para Revisão
Passo 1: Leia todas as questões para revisão antes de começar a respondê-las.
Passo 2: Responda as questões para revisão.
Unidade IV: Trabalho Final
Passo 1: Leia tudo o que se requer como trabalho final antes de começar a elaborá-lo.
Passo 2: Faça o trabalho final.

Recursos Opcionais

Todos os livros desta série são autodidáticos, dispensando a obrigatoriedade de o estudante


obter qualquer outro recurso externo além de um exemplar da Bíblia. No entanto, o uso de
Enciclopédias, Dicionários ou Comentários Bíblicos poderão enriquecer consideravelmente o
seu estudo. Assim, ainda que isso não seja obrigatório, nós recomendamos que, sempre que
possível, você utilize esses recursos para ampliar os seus conhecimentos sobre os tópicos
estudados neste livro.
Unidade I – Aquecimento

1. Leia Mateus 28.19-20, Marcos 16.14-18, Lucas 24.44-49 e João 21.15-17. Compare essas
passagens bíblicas e anote quais são os diferentes aspectos/ênfases da “Grande Comissão” ou
mandamento evangelístico/missionário dado por Cristo aos Seus seguidores.

2. Leia Marcos 4.26-29. Elabore 5 perguntas tomando como base o texto dado. Concentre-se
na questão de como este texto se relaciona com o crescimento da igreja.
Unidade II – Estudo Principal

INTRODUÇÃO
Este livro aborda dois temas importantíssimos no cumprimento da Grande Comissão:
evangelismo e crescimento da igreja. O estudo é dividido em duas partes: na primeira parte
será estudado sobre o evangelismo, apresentando princípios bíblicos que nos ajudarão a
aperfeiçoar o esforço evangelístico para fazer discípulos para o Senhor. Na segunda parte
serão estudados alguns princípios bíblicos que ajudarão a colaborar com o crescimento
quantitativo e qualitativo da igreja.
Evangelismo é o nome dado à tarefa bíblica de anunciar o Evangelho. Embora essa
palavra jamais apareça na Bíblia, nós podemos apreender dos Evangelhos e de Atos dos
Apóstolos que os discípulos de Jesus sempre estiveram envolvidos com essa atividade, pois a
proclamação evangelística é o cumprimento da ordem de Cristo: “Ide e pregai o Evangelho a
toda criatura” (Marcos 16.15).
O crescimento da igreja deve ser um crescimento segundo Deus (Colossenses 2.19) e
não segundo os homens. Na década de 80 surgiu um movimento conhecido como
“Movimento de Crescimento da Igreja” que, de fato, produziu um despertamento entre os
líderes cristãos a respeito desse aspecto ministerial até então pouco enfatizado ou tido como
tabu nas igrejas contemporâneas. No entanto, aspectos estranhos ao evangelho e aos
ensinamentos bíblicos também acompanharam o movimento e trouxeram alguns prejuízos
para a missão da igreja como um todo. Por isso, neste livro, considerando tanto os elementos
edificantes como os riscos presentes nas teorias e métodos de crescimento da igreja, nós
procuraremos retomar os ensinamentos bíblicos essenciais do crescimento saudável da igreja.
1 EVANGELISMO
A responsabilidade de anunciar o Evangelho não está limitada aos evangelistas – aqueles
que possuem o ministério específico de anunciar o Evangelho – mas está intimamente
vinculada à vida de cada discípulo de Cristo. Todo cristão é responsável por anunciar o
Evangelho e o será próprio Senhor Jesus quem cobrará de cada um de nós o cumprimento ou
não de Seu mandamento evangelístico.
O nosso propósito neste estudo é, portanto, investigar e conhecer os ensinamentos
bíblicos acerca da tarefa evangelística e, apreendendo-os, traçar diretrizes claras para avançar
com o evangelho, segundo o chamado geral e/ou específico do Senhor para cada um de nós.
1.1 A pregação do evangelho
1.1.1 A ordem
Estudando as palavras finais de cada Evangelho nós podemos observar que cada um
deles apresenta a ordem final do Senhor Jesus sob um aspecto diferente. Isso não constitui um
erro de registro, mas mostra a sabedoria de Deus em dirigir cada escritor de cada um dos
Evangelhos para realçar um aspecto da missão que o Senhor Jesus nos legou. Quando nós
juntamos cada um desses aspectos nós podemos obter o quadro geral que Ele colocou diante
de nós e a grandiosidade da missão que nos foi confiada.
Logo após a Sua ressurreição, o Senhor Jesus passou quarenta dias ensinando aos
discípulos a respeito do Reino de Deus (Atos 1.3) e, certamente, isso incluiu a proclamação
do Evangelho a todas as nações. Em Seu encontro com os discípulos, o Senhor expôs quatro
aspectos diferentes de uma mesma ordem, que nós denominamos aqui de ‘a ordem
evangelística’.
Vejamos:

a) Mateus 28.18-20

Mateus apresenta a ordem final do Senhor sob o aspecto de ‘fazer discípulos’. Fazer
discípulos não é registrar nomes no “rol de membros” da igreja. Fazer discípulos é mais do
que amontoar “crentes” na igreja. Fazer discípulos é levar homens e mulheres a darem o ‘sim
absoluto de obediência ao Senhor Jesus. O aspecto que foi realçado aqui pelo escritor foi
claramente o aspecto do DISCIPULADO.

b) Marcos 16.15-20

Marcos fala da última ordem do Senhor enfatizando a questão da proclamação do


Evangelho com autoridade. Mostra que nós devemos pregar em cooperação com o Senhor e
que o próprio Senhor cooperará conosco. Aqui se destaca a PREGAÇÃO PÚBLICA E
AUTORIZADA do Evangelho.

c) Lucas 24.46-49

Essa passagem nos mostra a necessidade do ‘revestimento’ do Espírito Santo para que
possamos ser testemunhas de Cristo em todos os lugares. A Evangelização só é realizada com
eficácia quando realizada no poder do Espírito Santo. Aqui a ênfase é o TESTEMUNHO
PESSOAL SOB O PODER DO ESPÍRITO SANTO.

d) João 21.15-17

Todos nós fomos chamados para dar frutos e assim nos tornarmos discípulos de Cristo.
Mas não podemos deixar o fruto por aí, de qualquer maneira. Temos que pastorear as ovelhas
de Cristo. Aqui a ênfase é O CUIDADO PASTORAL com os novos discípulos.
Diante disso, nós poderíamos compilar e resumir a ordem de Cristo como: “Proclamai o
Evangelho no poder do Espírito Santo, testemunhado a partir de sua experiência pessoal
Comigo e fazendo discípulos e pastoreando as minhas ovelhas”!
1.1.2 A mensagem do evangelho
Qual é o conteúdo da mensagem evangelística? O que é proclamado? A mensagem do
Evangelho:

a) É Cristocêntrica

O Evangelho trata das boas novas sobre Jesus – quem Ele é, o que fez, o que disse
(Lucas 2.10,11; Romanos 1.1-6,16). Cristo é o conteúdo do Evangelho. Hoje em dia as
pessoas estão pregando outras coisas e não Cristo, e ainda chamam isso de “evangelho”. 2ª
Coríntios 11.4 nos adverte quanto a pregar ou receber um “evangelho diferente”. Quando
recebemos ou pregamos um Evangelho diferente? Quando o conteúdo da mensagem não é
Cristo, quando o Cristo pregado é diferente do Cristo das Escrituras, quando a obra de Cristo
apresentada não é a que realmente Ele realizou e realiza. Precisamos refletir seriamente
nestas questões: O que devemos anunciar acerca de Jesus? O que a Escritura ensina a Seu
respeito?
A seguir, apresentamos um resumo básico sobre a pessoa e obra de Jesus: Ele é o
Deus verbo (João 1.1,2), que se tornou homem (João 1.14; Filipenses 2.7), que viveu um
viver humano perfeito (Atos 2.22; 2ª Coríntios 5.21; Hebreus 7.26), foi crucificado pelos
nossos pecados segundo as Escrituras (1ª Coríntios 15.3), foi sepultado e ressuscitou ao
terceiro dia segundo, segundo as Escrituras (1ª Coríntios 15.4), ascendeu aos céus para
derramar o Espírito Santo (Lucas 24.50,51; Atos 2.33), e voltará segunda vez para receber os
Seus e julgar os perdidos (João 14.3; Atos 17.31).
Veja alguns pontos principais da pregação do Evangelho em Atos 2.22-24; 3.14,15; 4.10;
5.30,31; 7.52; 10.39,40; 13.28-30; 17.3. Se prestamos a devida atenção a esses versículos, nós
percebemos que a morte e a ressurreição de Cristo é a mensagem chave dos apóstolos e dos
discípulos em Atos. Esses dois fatos, essas duas realizações de Cristo, são o cerne do
evangelho e não podem faltar à verdadeira pregação evangelística.
Em 1 Coríntios 15.1-3 há uma séria advertência quanto ao conteúdo do evangelho. Para
muitos isso poderia ser apenas uma questão de conhecimento intelectual, mas para Paulo é
uma questão de salvação. Aqueles que não permanecem no puro evangelho da Bíblia não
podem ser salvos, por mais que possuam todas as características externas de que sejam
“crentes”. Se o evangelho que anunciamos não fala da morte, sepultamento e ressurreição de
Cristo e das suas implicações na vida dos pecadores, então esse não é o evangelho da Bíblia!
Assim, devemos considerar seriamente o que estamos anunciando!

b) É flexível na abordagem: Veja Atos 3.16; 4.11,12; 5.42; 8.5,12; 9.20,22; 10.36,43; 17.18;
18.28.

Embora a morte e a ressurreição de Cristo formem o tema principal do evangelho, a


abordagem evangelística deve ser flexível, permitindo que cheguemos às pessoas e
anunciemos a mensagem do evangelho de modo contextualizado. Às vezes podemos começar
apresentando algum milagre que Cristo fez, exaltando o Seu poder, e depois passarmos ao
ponto chave do evangelho, ou seja, à morte e ressurreição de Cristo. Seja como for, uma coisa
é certa: o Senhor Jesus Cristo era sempre o conteúdo do evangelho. Os apóstolos
apresentavam-no como o cumprimento das profecias (O Cristo ou Messias), ou como o
Salvador poderoso (Jesus), e mostravam o Seu Reino, paz, vida eterna etc. O Senhor era
sempre o conteúdo do evangelho, das “boas novas”!
1.2 Métodos de pregação do evangelho
1.2.1 Princípios gerais
Quando falamos sobre métodos de pregação do evangelho e nos concentramos no que a
Bíblia mostra, nós observamos que há pelo menos cinco (05) princípios gerias governando
esses métodos. Vejamos:

a) O Princípio da explosão evangelística (Lucas 24.47; Atos 1.8)

Hoje em dia a pregação evangelística usa o princípio da concentração, mas os primeiros


cristãos usavam o princípio da explosão. Pelo princípio da concentração, os esforços
evangelísticos são concentrados em um mesmo lugar, geralmente no templo da igreja ou mais
amplamente em um bairro da cidade. Porém, em muitos casos, não passa desse ponto. Há
uma forte estrutura para manter a igreja viva e funcionando, mas sem crescimento real. A
igreja concentra-se em perpetuar a sua própria existência ao invés de gerar novas igrejas. Mas
esse não é o princípio ensinado na Palavra de Deus! O princípio da explosão, ou seja, de
expandir-se a partir de uma base e alcançar o mundo, ele foi dado pelo próprio Senhor
quando deu ordens para os apóstolos começarem a obra evangelística a partir de Jerusalém. A
partir daquela cidade os discípulos deveriam se espalhar pelas cidades vizinhas, pelos estados
vizinhos, por todo o país e daí para o mundo inteiro como em uma onda explosiva!

Veja o quadro abaixo:

A onda começa em Jerusalém e alcança aos confins da terra. Essa deve ser a visão de
toda igreja neotestamentária!

b) O Princípio da influência (Gálatas 2.2; Atos 22.2,25-28; 23.6-9)

Paulo foi, certamente, o maior missionário de seu tempo (talvez de todos os tempos!).
Ele não somente possuía unção divina, sabedoria e relacionamento íntimo com o Senhor; ele
também era um estrategista de missões. Ela sabia a quem deveria chegar primeiro. Ele queria
alcançar primeiramente aqueles que eram mais influentes. Note que eu uso a palavra
‘primeiramente’ e não ‘exclusivamente’, pois o Senhor nos ordenou ir e pregar a todas as
pessoas e não somente às mais influentes. Contudo, é um fato incontestável que, quando uma
pessoa de influência em uma comunidade ou sociedade é alcançada pelo evangelho, o
testemunho de tal conversão se torna um fator de aceitação da mensagem evangelística às
pessoas ao redor. Por exemplo, se um líder comunitário se converte, as pessoas ao seu redor
serão alcançadas mais facilmente pelo evangelho. Quando alcançamos primeiramente as
pessoas mais influentes em nossa rua, bairro ou cidade, então, o testemunho evangelístico
ganha um grande aliado. Porém, não devemos confundir pessoas ‘influentes’ com pessoas
‘ricas’. A influência em questão diz respeito à liderança formal ou informal que é validada
por meio de um caráter aprovado pelos outros.
No evangelismo, não somente devemos tentar alcançar primeiro as pessoas mais
influentes como também devemos utilizar a nossa própria influência para ‘abrir portas’ à
mensagem evangelística. Quando pregamos, nós devemos confiar inteiramente no Espírito
Santo; porém, antes da pregação, podemos e devemos usar a nossa influência pessoal para
chegar até aqueles a quem desejamos anunciar o evangelho.

c) O Princípio do dinamismo (Atos 5.42)

A igreja primitiva evangelizava todos os dias. Esse é um dos segredos do crescimento


explosivo da igreja em Atos dos Apóstolos! Eles não cessavam um dia sequer de falar de
Cristo. Mas nós também percebemos aqui outro dado importante: a igreja evangelizava todos
os dias porque todos os cristãos estavam empenhados em evangelizar. Não havia programas
evangelísticos estruturados em ação nas igrejas que encontramos em Atos dos Apóstolos.
Todos os cristãos assumiam a responsabilidade pessoal de anunciar a Cristo e evangelizavam
por onde quer que fossem. Esse é o mesmo modelo para nós hoje! Cada um de nós deverá
assumir a responsabilidade pessoal de evangelizar aos perdidos. Se fizermos uma
programação evangelística hoje e com a igreja toda reunida, muito provavelmente, não
conseguiremos manter o mesmo ritmo amanhã; talvez nem consigamos fazer algo assim na
mesma semana! Mas se cada um de nós fizer a sua parte, individualmente, então, a igreja
como um todo sempre estará cumprindo a sua missão e conseguirá manter a dinâmica
evangelística. Tenha certeza disso: o alvo evangelístico somente será alcançando se cada um
de nós evangelizar continuamente.

d) O Princípio da supervisão (Atos 8.14; 9.27; 10.48; 11.22-26; 15.40, 41)

Não adianta pregar o evangelho e ver as pessoas convertidas se não acompanharmos o


desenvolvimento espiritual delas. As pessoas que se convertem pela obra evangelística
precisam ser discipuladas, edificadas e treinadas na vontade de Deus. Portanto, não é só
pregar, mas é pregar e acompanhar, discipular. Não somente os indivíduos convertidos
precisam de discipulado e supervisão como também precisam as novas igrejas. Os
missionários e evangelistas, bem como outros ministérios de uma igreja local mais antiga,
precisam apoiar as igrejas mais novas e aos seus líderes. De tempos em tempos é importante
que eles sejam visitados e apoiados. Sem supervisão é praticamente impossível uma pessoa
continuar sadia na fé ou uma igreja local crescer solidamente.

e) O Princípio da habilitação (Atos 18.24-26; 8.4)

Todos podem e devem evangelizar, mas é certo que algumas pessoas possuem o dom
específico de Evangelista. Aqueles que não possuem esse dom geralmente acham difícil
empreender uma atividade evangelística, especialmente se for um testemunho pessoal para
um desconhecido. Este é um problema real enfrentado por muitos crentes: eles não sabem o
que falar, como falar, como abordar uma pessoa ou como concluir um testemunho
evangelístico. Porém, não é um problema sem solução. Através do discipulado e de outras
atividades de instrução, os cristãos podem ser capacitados para a evangelização pessoal ou
pública. Os cristãos mais experientes devem ensinar aos mais novos como se aproximar das
pessoas, sobre o que falar para elas, como conduzi-las a uma decisão por Cristo, como
acompanhá-las depois que uma pessoa se converte e assim por diante.
1.2.2 Métodos evangelísticos das igrejas em Atos dos Apóstolos
De modo didático, nós podemos pensar na evangelização das igrejas em Atos dos
Apóstolos em quatro categorias: evangelização em grupo, evangelização pessoal,
evangelização por literatura e evangelização apologética.

a) Evangelização em grupo

Como era desempenhada a evangelização pública e em grupo na igreja primitiva? Quais


eram os métodos utilizados? O primeiro era a pregação (Atos 3.11; 17.1,2). A pregação
pública e em massa das igrejas no primeiro século quase sempre foi circunstancial, não
programada. Sempre acontecia algum evento que conduzia à reunião de uma multidão para
ouvir a Palavra de Deus. Não há nada de errado em programar uma reunião evangelística para
as massas, mas os resultados são maiores quando é Deus quem toma a iniciativa e reúne a
audiência.
O segundo método era o ensino público (Atos 5.42; 11.26; 15.35; 18.25; 20. 20,27;
28.31. O ensino na igreja era sistemático, tanto no que se refere ao método quanto ao
conteúdo. Os apóstolos e mestres ensinavam de casa em casa, sistematicamente, e
começavam ensinando as verdades básicas do evangelho até chegar às doutrinas mais
profundas.
O terceiro método foi o uso das casas (Atos 5.42; 10.22; 12.12; 20.7, 20; 29.17). As
casas eram os principais lugares onde a evangelização ocorria. Temos que nos lembrar que o
primeiro “templo” cristão só foi construído no século IV. O “templo” a que se refere o livro
de Atos é o Templo Judaico de Jerusalém, que logo foi abandonado pela igreja após a
perseguição em Atos 8. Logo após essa perseguição, quando novas igrejas surgiram entre os
gentios, as igrejas receberam um maior ensinamento sobre a distinção e a separação que
deveria haver entre a religião judaica e a igreja. Assim, até mesmo os cristãos de Jerusalém
deixaram de realizar as suas atividades no Tempo Judaico. E, embora as sinagogas tenham
sido usadas como locais de evangelização pública, a casas sempre foram o lugar mais comum
utilizado pelos primeiros cristãos para o desenvolvimento da evangelização, do discipulado e
da vida da igreja.

b) Evangelização pessoal

Como era realizada a evangelização pessoal na igreja do primeiro século?


Primeiramente, através de encontros pessoais ocasionais (Atos 8.27-30, 35). Um dos
principais meios de evangelização era a evangelização pessoal. Isso está totalmente de acordo
com o propósito de Deus, pois cada cristão é um ministro de Deus e cada um deverá
evangelizar e fazer discípulos pessoalmente. Em segundo lugar, a evangelização pessoal
poderia ser feita através da visitação (Atos 9.17). Visitar as casas das pessoas com a
mensagem do evangelho também foi e é um excelente método de evangelização. Porém, isso
funciona melhor quando você visita pessoas conhecidas e avisando-as antecipadamente, a fim
de agendar um horário que seja adequado para elas.

c) Evangelização pela literatura

Outro meio comum de evangelização na igreja de Atos era o uso da literatura.


Primeiramente, a igreja usou as Escrituras Sagradas (Atos 8.27 e ss; Lucas 1.1-4). As
Escrituras sempre foram um excelente meio de evangelização. Distribuir porções das
Escrituras ou mesmo a Bíblia inteira proporcionará a oportunidade para que muitos conheçam
a Deus diretamente através de Sua Palavra. A história do Cristianismo tem testemunhado
inúmeras pessoas que se converteram através da leitura das Escrituras. Esse sempre foi um
método eficaz e permanece até os nossos dias. Além da própria Escritura, os primeiros
cristãos também usaram cartas ou epístolas. A maioria do Novo Testamento é composta por
cartas escritas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus. Paulo escreveu diversas castas e,
embora a maioria seja de edificação para os cristãos, muitas passagens dessas certas explicam
o evangelho, a mensagem de quem é Jesus e do que Ele fez para nos salvar e nos reconciliar
com Deus. Nós hoje também podemos usar cartas, folhetos, livretos e livros evangelísticos.
Nós podemos usar a Internet e seus recursos como, por exemplo, blogs e redes sociais. Todos
esses são meios válidos para levar a mensagem do evangelho aos perdidos, mas não devemos
esquecer que aquilo que pode ser eficaz em uma dada situação poderá ser ineficaz em outra;
portanto, é preciso usar de sabedoria e escolher o meio certo para atingir o público adequado.

d) Evangelização em campos especiais (Atos 19.9; 17.19)

Algumas vezes Paulo adentrou em campos especiais para dar testemunho do evangelho.
Por exemplo, ele ensinou por dois anos na Escola de Tirano, um espaço educacional em
Éfeso. Nós também podemos levar a mensagem do Evangelho em espaços como Faculdades
e Escolas públicas e privadas, hotéis, repartições públicas, etc. Os cristãos que trabalham
nesses lugares deverão ser os primeiros a se tornarem diretamente responsáveis pela
evangelização dos mesmos.
1.3 A motivação evangelística
O que motivava as igrejas de Atos dos Apóstolos a pregar o evangelho em meio a lutas e
provações? As mesmas coisas que devem nos motivar nos dias atuais, a saber:
1.3.1 O exemplo de Deus Pai e de Cristo (João 3.16; Marcos 1.14,15).
O Pai amou tanto ao mundo que enviou Jesus para salvar os pecadores. Deus mesmo
veio ao encontro dos pecadores, fazendo-se humano como eles e pregando-lhes o evangelho
da salvação. O Pai deu o primeiro exemplo de esforço evangelização quando enviou a Jesus
Cristo. Enquanto Jesus estava no mundo, Ele também deu exemplo de como ganhar vidas
para o Pai. E nós, hoje, temos a responsabilidade de seguir o exemplo do Pai e de Seu Filho
Jesus Cristo.
1.3.2 O amor de Cristo que nos absorve completamente (2ª Coríntios 5.14)
Enquanto a versão Almeida Revista e Atualiza traz a palavra “constrange”, outras
versões preferem os termos “compele”, “controla” ou “absorve completamente”. A maioria
desses termos transmite a ideia de algo que é forçado e com isso parece que o amor de Cristo
por nós não nos deixa muita escolha. Assim, acreditamos que a tradução “o amor de Cristo
absorve-nos completamente” está mais afinada com o que Paulo quer dizer, pois não se trata
apenas de um aspecto coercitivo, uma obrigação da qual não podemos escapar. Trata-se antes
de um reconhecimento derivado de uma relação intensa com Cristo, um reconhecimento que
procede de uma experiência subjetiva tão forte que nos submetemos a ela de bom grado.
Assim, quando entendemos que Cristo veio e morreu por todos, nós que agora somos de
Cristo também devemos “morrer” pela causa Dele, ou seja, temos que nos dedicar a Sua
causa. Cristo nos resgatou da maldição da Lei e nos redimiu para pertencermos a Ele e não
mais a nós mesmos. Ele nos amou quando ainda éramos pecadores e nos deu vida enquanto
estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Agora nós nos sentimos imersos,
completamente absorvidos por tão grande amor que desejamos dar as nossas vidas pela causa
do evangelho e por amor àqueles que estão na mesma condição em que nós estávamos.
1.3.3 A responsabilidade que pesa sobre nós (1ª Coríntios 9.16)
Não é somente o exemplo do Pai ou o amor do Filho que nos motiva a pregar o
evangelho. Deus colocou um encargo sobre nós, de modo que nós temos uma tremenda
responsabilidade pessoal de anunciar o evangelho a cada criatura. Em Ezequiel 33.1-20 nós
temos uma amostra bem clara de nossa responsabilidade. Se Deus nos mandar avisar aos
perdidos para que eles sejam salvos e eles não aceitarem a mensagem de salvação, então,
Deus cobrará apenas deles a responsabilidade por sua condenação eterna. Mas se nós não os
avisarmos, Deus nos responsabilizará por isso. O ponto aqui é que DEUS JÁ MANDOU que
nós avisássemos aos perdidos que eles precisam ser salvos. Assim, se formos negligentes em
anunciar o evangelho, Deus vai cobrar de nós o destino de muitas vidas perdidas. Portanto,
“ai de mim se não pregar o evangelho”!
1.3.4 A necessidade dos perdidos (Atos 3.5, 6)
Os perdidos são cegos esperando receber alguma coisa das mãos daqueles que conhecem
a Deus. Eles precisam de salvação e restauração. Quem dará isto para eles? Deus tem tudo o
que eles precisam. Mas o Senhor ordenou que NÓS fôssemos os instrumentos pelos quais Ele
salvará, restaurará e libertará os perdidos. Os perdidos esperam de Deus a solução para os
seus pecados. Nós não temos nada em nós mesmos, mas Cristo em nós é a fonte de salvação
para todos os perdidos.
1.4 Proclamação e testemunho
Leia Marcos 16.15; Atos 1.8 com Lucas 24.49.
Embora nem todos tenham o dom de Evangelista, todos devem ser proclamadores e
testemunhas, pois o testemunho faz parte de nosso serviço cristão. Como é que Deus terá uma
família de muitos filhos (Romanos 8.29) sem que haja a proclamação do evangelho? De
forma nenhuma Ele a terá se não pregarmos o evangelho! Devemos, então, proclamar o
evangelho e dar o nosso testemunho pessoal de como nos convertemos.
Para entendermos melhor a nossa responsabilidade, nós precisamos apreender
claramente os significados e diferenças entre ‘proclamar’ e ‘testemunhar’. Proclamar é
anunciar o evangelho do Reino e da Graça de Deus como um mensageiro enviado com tal
finalidade. O proclamador não se envolve com questões ou fatos pessoais, mas simplesmente
com os fatos que devem ser anunciados. Em certas ocasiões, nós devemos pregar o evangelho
apenas como proclamadores; outras vezes, porém, devemos integrar a proclamação com o
testemunho pessoal. Testemunhar é contar a nossa experiência pessoal de como
encontramos a Jesus e como isso mudou a nossa vida. Ainda que nem todos saibam se
expressar bem para proclamar o evangelho, mesmo assim todos podem e devem testemunhar,
pois estarão falando de suas próprias experiências de conversão.
1.4.1 A necessidade de dar fruto
Tudo o que tem vida se reproduz. O fruto de uma mangueira é uma manga, de um
coqueiro é um coco, e de um discípulo é outro discípulo. Se tivermos vida no Senhor, nós
iremos reproduzir essa vida em outros, transmitindo o evangelho do Reino e ganhando vidas
para o Senhor. Jesus levou muito a sério esse assunto de frutificar (João 15.1-2; Mateus
21.18-19) e nós também devemos fazê-lo.
1.4.2 Como pregar a palavra e ganhar outros para o Senhor
Não existe uma “regra” ou método fixo para isso, mas queremos dar algumas dicas que
podem ajudar aos irmãos a proclamar o evangelho. Mais adiante, nós veremos um pouco
mais sobre esse assunto na seção “Evangelismo Pessoal”. Por enquanto, basta-nos
compreender que há dois fatores básicos envolvidos: o gancho e a proclamação propriamente
dita. As ideias principais do que iremos tratar abaixo foram extraídas de uma apostila não
publicada para líderes de grupos caseiros de uma igreja em Salvador/BA. Infelizmente, não
temos os dados catalográficos para reconhecer a fonte, mas expressamos aqui a nossa
apreciação para os autores dessas ideias que muito nos tem edificado e que transmitimos ao
corpo de Cristo com muita honra.
a) O gancho
O ‘gancho’ é o termo usado para o primeiro contato com uma pessoa, quando nós
estamos procurando alguém que tenha o interesse em ouvir a mensagem do evangelho. Nesse
momento, é como se jogássemos um anzol na água para ver se o peixe belisca. Ou podemos
comparar com um radar. O radar fica emitindo ondas constantemente. Quando ele “vê” o
avião atrás das nuvens, a onda capta a presença do avião, mas se não tem avião a onda se
perde. Quando tem avião, a onda vai e volta. O gancho funciona assim: nós lançamos a
Palavra de Deus e esperamos o retorno. Não é preciso forçar ou insistir. Quando damos o
gancho, nós estamos harmonizando a Palavra de Deus com a pessoa que tem fome por Deus.
Nessa ocasião, não devemos falar muito, pois não é hora de pregação, mas sim de procura.
Devemos dar o gancho e OBSERVAR A REAÇÃO da pessoa. Não devemos insistir com
quem não tem interesse e não devemos querer convencer alguém que o Espírito Santo não
está convencendo. Quando queremos conversar forçosamente as pessoas, isso é como se
quiséssemos fazer um pintinho, mas nós não sabemos fazer um pintinho. Nós apenas
colocamos o ovo debaixo da galinha. É quem Deus faz nascer o pintinho.
b) A proclamação do evangelho
Diante de alguém que está aberto para ouvir a mensagem, e depois de ter dado o seu
testemunho pessoal, você deve pregar o evangelho para ela. Podemos resumir a mensagem do
evangelho em 5 pontos, que podem ser apresentados com os dedos da mão: (1) Dedo
indicador: Aponta para Jesus. Devemos falar tudo o que sabemos sobre Ele: pessoa, obra,
milagres, vida santa, morte, ressurreição, ascensão etc.; (2) Dedo maior: O preço para seguir
a Jesus (Lucas 14.25-33). Qual é o preço? Minha vida. Aqui deve-se explicar sobre o negar-
se a si mesmo, perder a vida, o arrependimento e a fé; (3) Dedo anelar: Esse é o dedo da
aliança. Isso fala do Batismo em Cristo (Romanos 6.3) e no Seu Corpo (1ª Coríntios 12.13).
Mostramos aqui que é necessário ser batizado como um testemunho do compromisso de
seguir a Cristo, e que esse compromisso com Cristo traz compromisso também com o Corpo
de Cristo, que é a igreja; (4) Dedo polegar: O poder de vida (Romanos 8.1-11) e de serviço
do Espírito Santo (Atos1.8), ou seja, a habitação e o enchimento do Espírito Santo; (5) Dedo
mínimo: Confissão de pecados, andar na luz, cavar (Lucas 6.46-49). Jogar tudo fora para
seguir a Jesus sem peso algum.

Resumidamente, nós mostramos acima como pregar o evangelho e ganhar outros para o
Senhor. Pode parecer um tanto mecânico a princípio, mas com a prática você poderá usar
esquema de modo mais personalizado, incluindo metáforas, exemplos e outros elementos que
podem facilitar a transmissão e compreensão da mensagem. Precisamos apenas lembrar que a
forma, o método e tudo mais pode mudar, mas o conteúdo da mensagem não!
1.5 Evangelismo pessoal: ganhar almas onde elas estão
Há dois tipos básicos de evangelismo: em Massa e pessoal. Existem bons teólogos e
pregadores que defendem um ou outro como sendo o mais importante. No entanto, nós
precisamos estar cientes de que os dois são importantes. A questão sobre a escolha de um ou
do outro método passa por duas questões importantes: (1) o fato de que no evangelismo em
massa, ou seja, para grandes multidões, somente alguns poucos cristãos podem se envolver
nesse esforço, pois é uma tarefa para aqueles que possuem um chamado específico para esse
ministério. Enquanto isso, todo e qualquer cristã pode trabalhar com o evangelismo pessoal;
(2) o evangelismo de massa exige que a igreja disponha de muitos recursos e de um alto nível
de organização para que o objetivo de ganhar seja alcançado eficaz e eficientemente. Não é
toda igreja que tem condições de prover a estrutura necessária para esse tipo de evangelismo
e um mal planejamento pode não somente resultar em dificuldades financeiras, mas também
não obter os frutos desejados, que é a conversão em massa dos ouvintes da pregação do
evangelho.
Assim, uma vez que o evangelismo de massa não é algo acessível a cada cristão e a cada
igreja, e essa é uma das preocupações de nossos estudos, ou seja, prover os cristãos com
ensinamentos sobre práticas que qualquer cristão possa aprender e ensinar, nós focaremos
aqui apenas no evangelismo pessoal.
A responsabilidade de pregar a Cristo, anunciando as boas novas da Salvação não é uma
tarefa para os especialmente chamados e capacitados, mas para todos os que professam fé no
Senhor Jesus Cristo. A igreja dos primeiros séculos cresceu mais devido ao evangelismo
pessoal, embora tenha realizado também o evangelismo em massa. Cada cristão era
responsável por testemunhar de Cristo e torná-lo conhecido a todos. Por muitas gerações os
cristãos têm evangelizado dentro das igrejas, nas classes de Escola Dominical e nas reuniões
especiais – geralmente dentro de um templo da igreja. Mas o evangelismo pessoal nos coloca
lá fora, ali onde os perdidos estão e onde devem ser alcançados. A igreja cristã passou mais
de 200 anos sem ter um local específico, um “templo” dedicado às suas atividades e, no
entanto, naquele período ela sacudiu o mundo com o evangelho de Cristo. A igreja ia até os
perdidos e não esperava que os perdidos viessem até ela e entrasse em seus salões de
adoração.
A grande maioria dos não cristãos jamais entrará em uma igreja, de modo que não
podemos ficar de braços cruzados, esperando que eles venham aos cultos e reuniões de
nossas igrejas. A nossa grande oportunidade para alcançá-los, então, é ir até os não cristãos se
encontram. Alguns poucos poderão fazer isso através do evangelismo em massa, mas você
também pode ganhá-los para Cristo através do evangelismo pessoal.
Nós queremos encorajá-lo a se lançar nesta grandiosa tarefa de ganhar os perdidos para
Cristo ali onde eles estão – nas ruas, praças, supermercados, lares etc. A seguir, nós
mostraremos como.
1.5.1 A peça fundamental do evangelismo pessoal
A obra do Espírito Santo é muito importante no evangelismo pessoal; a oração também é
muito importante. A soberana ação de Deus chamando e conduzindo os perdidos ao
arrependimento também é muito importante... Mas você é a peça fundamental desse tipo de
evangelismo.
a) Orar e fazer
Quando se fala em evangelizar aos perdidos, talvez você já tenha pensado várias vezes
que o máximo que você poderia fazer seria orar para que eles se convertam. Mas somente a
oração não é suficiente. Os perdidos irão para o inferno se tudo o que você fizer for orar.
Você precisa ir até o perdido e falar para ele do amor de Deus e da salvação em Jesus Cristo.
Você precisa orar, mas precisa mais ainda fazer alguma coisa para que os perdidos ouçam de
Cristo e possam ter a oportunidade de aceitar a salvação em Jesus.
b) Você é o representante de Deus
Deus poderia usar qualquer outro meio para que as pessoas ouvissem o evangelho, mas
Ele quis e quer usar você. A igreja é chamada de “o corpo de Cristo” (Efésios 4.4; 1ª
Coríntios 12.13; Romanos 12.4-6; Efésios 1.21-22; Colossenses 1.18; 2.19). E nós,
individualmente, somos membros deste corpo (1ª Coríntios 12.27). O nosso corpo serve para
expressar e representar o nosso ser interior. O nosso corpo é o nosso representante no mundo
dos sentidos. Da mesma forma, a igreja é a representação de Cristo nesse mundo e cada um
dos membros desse corpo tem a responsabilidade de agir em nome do Senhor Jesus,
expressando-o e representando-o plenamente.
Você é chamado de embaixador de Cristo (2ª Coríntios 5.20). Você é o sal da terra e a
luz do mundo (Mateus 5.13-16). Aonde você vai, o Senhor vai dentro de você e deseja se
manifestar através de sua vida. Cristo vive em você (Gálatas 2.20), e Ele quer alcançar aos
perdidos através de você.
Deus poderia ter escolhido os anjos para pregarem o Evangelho, mas Ele não o fez, não
faz e não fará isso, porque a responsabilidade de anunciar o evangelho pertence àqueles que
já foram alcançados por ele e que se tornaram embaixadores de Cristo no mundo.
Talvez você pense que Deus irá enviar outra pessoa para que os perdidos ouçam o
evangelho, mas a responsabilidade é sua, pessoal e individualmente. Paulo disse: “... ai de
mim se não pregar o evangelho” (1ª Coríntios 9.16). Ele não transferiu a sua
responsabilidade; pelo contrário, ele assumiu a sua obrigação pessoal de pregar o evangelho.
Você é responsável pela pregação de Cristo e Deus irá cobrar de você tal
responsabilidade. Deus não tem nenhum outro agente e o Espírito não tem nenhum outro
canal para alcançar os perdidos exceto você!
c) A metodologia não é suficiente
Você pode aprender vários métodos de evangelizar e pregar o evangelho, mas aprender a
metodologia não é suficiente. É preciso se envolver pessoalmente na tarefa de ganhar almas.
Não adianta você ter boas ideias sobre como ganhar almas para Cristo se você mesmo não
estiver envolvido nessa grande tarefa.
Talvez você não conheça nenhum método poderoso de evangelização, mas se você vai e
testemunha de Cristo em simplicidade a sua parte está sendo feita e Deus poderá usar você.
1.5.2 Sete razões para você ganhar almas
a) O exemplo de Jesus
O Senhor Jesus se envolveu pessoalmente na tarefa de ganhar almas para o Pai. Ele
pregou o evangelho para multidões, mas ganhou muitas pessoas particularmente. Ele ganhou
a Samaritana (João 4), Ele ganhou Zaqueu (Lucas 19) e muitos outros. Seu exemplo para nós
é uma das principais razões porque nós também devemos ganhar almas.
b) O desafio da colheita
Em Mateus 9.37, o Senhor adverte que a Seara é realmente grande. Há uma enorme
colheita para ser feita nesta Seara, que é o mundo. Existem muitas pessoas para serem salvas,
e se você fizer a sua parte com responsabilidade será possível obtermos uma boa colheita no
fim desta era.
Existem atualmente mais de 3 bilhões de pessoas que nunca ouviram falar de Jesus. Se
cada crente se responsabilizasse pessoalmente para ganhar almas esse número seria
rapidamente reduzido.
A colheita é muito grande nesta grande seara. Precisamos descruzar os nossos braços e
diligentemente anunciarmos as boas novas de que só há salvação em Cristo.
c) Os trabalhadores são poucos
No mesmo texto de Mateus, o Senhor também declara que os trabalhadores são poucos.
Nós temos uma grande seara com uma grande colheita para ser feita, mas onde estão os
trabalhadores? Poucos estão realmente comprometidos com a tarefa de ganhar almas. Muitos
estão comprometidos em cantar e ensinar nas igrejas, mas são bem poucos os que estão
comprometidos com a tarefa pessoal de evangelização.
Há uma tremenda diferença entre estar envolvido e estar comprometido com a
evangelização do mundo. Se tomarmos o célebre exemplo da galinha e do porco nós
poderemos ter uma ideia melhor dessa diferença. Se você tem uma refeição com ovos e
bacon, haverá um envolvimento da galinha: ela providenciou o ovo para a sua refeição. Mas o
porco se comprometeu com a sua refeição, pois para você ter o bacon o porco teve que dar a
sua própria vida. Ele não apenas se envolveu com a sua refeição; ele se comprometeu com
ela, pois ele perdeu a própria vida para que você tivesse a possibilidade de comer bacon.
O mesmo se aplica à tarefa da evangelização. Alguns se envolvem orando ou
contribuindo financeiramente para que outros possam ir pregar o evangelho. No entanto, o
Senhor deseja que todos nós estejamos comprometidos pessoalmente com a evangelização,
até o ponto de darmos as nossas vidas para que outros possam escutar de Jesus.
Infelizmente, o esforço evangelístico da igreja contemporânea tem poucos resultados
porque são os poucos os que estão comprometidos para que todos ouçam a Palavra de Deus e
possam decidir por Cristo.
d) A ordem de Cristo
Em Marcos 16.15, nós temos uma ordem clara para nós: “Ide, portanto, e pregai o
evangelho a toda criatura”. Não é mais uma questão de Cristo ter dado o exemplo. Ele deu
também a ordem, de modo que não pregar o evangelho constitui-se uma insubordinação
contra Cristo. Se você não prega o evangelho testemunhando da salvação em Cristo você está
em franca desobediência ao Senhor.
e) O retorno de Cristo
Cristo somente voltará ao fim de todas as coisas. De acordo com Mateus 24.14, o fim
virá quando o evangelho do reino for pregado em todas as nações para testemunho.
Há duas coisas muito interessantes aqui: (1) O evangelho que devemos pregar para todas
as nações é o evangelho do reino, o evangelho que fala do senhorio de Cristo e de nossa
necessidade de submeter as nossas vidas a Ele, vivendo como verdadeiros discípulos de
Jesus, e (2) todas as nações devem ter um testemunho do Senhor em seu meio. A palavra
‘nações’ não se referem aos países geopoliticamente definidos, mas sim aos povos
culturalmente definidos, ou seja, que falam a mesma língua, mantêm os mesmos costumes
etc.
O Senhor Jesus voltará somente quando você e eu testemunharmos Dele, levando a
proclamação do Seu senhorio a todas as nações. Você e eu somos responsáveis por isso!
f) A nossa responsabilidade
Em Ezequiel 3.16-21, Deus cobra da sua testemunha o sangue das pessoas. Se você não
falar para os perdidos sobre Jesus, Deus vai requerer de você o sangue deles, ou seja, a
responsabilidade pela perdição eterna deles.
A decisão de aceitar ou rejeitar a Cristo não nos pertence; o que nos pertence é a
responsabilidade de fazer os perdidos ouvirem sobre Cristo. Se eles não ouvirem não poderão
crer e assim perecerão eternamente, e a culpa será nossa.
Se você não quer ser culpado perante Deus pela perdição eterna de muitos, então, você
deverá estar comprometido com o evangelismo Pessoal.
g) A sua experiência pessoal de salvação
Você é salvo? Está satisfeito com Cristo e com os benefícios da salvação? Então porque
você não permite que outros tenham a mesma oportunidade? Muitos estão apenas esperando
que alguém lhes fale do amor e da salvação em Deus.
Você é o responsável para que as pessoas ouçam acerca de Cristo! Se a salvação em
Cristo é boa para você, então, deverá ser também para os outros. Não seja egoísta ou ingrato
nessa questão. Compartilhe com outros as bênçãos que você recebeu de Deus.
Há um mundo enorme esperando pelo seu testemunho. Deus não enviará um anjo para
pregar o evangelho. Ele escolheu você para essa tarefa – você que já recebeu a Sua salvação e
já desfruta do Seu imenso amor.
1.5.3 Ganhar almas: um estilo de vida
Ganhar almas não deve ser um evento especial da igreja ou um mutirão realizado uma
vez por mês. O evangelismo pessoal deve ser um estilo de vida para mim e para você. Note
seu estilo de vida, ou seja, as coisas que você faz costumeiramente. Você come e dorme todos
os dias, e você tem horários para isso, mesmo que não sejam rígidos. Isso faz parte de sua
vida e você não passa sem essas coisas básicas. Mas o evangelismo pessoal para você talvez
seja apenas uma raridade inusitada. Isso não deveria ser assim!
O Senhor Jesus é o nosso exemplo maior. Ele estava sempre com as pessoas, falando do
Pai para elas e testemunhando de Seu amor. Os primeiros cristãos também são um exemplo
para nós. Em Atos 2.47 nós lemos que o Senhor acrescentava à igreja, dia a dia, os que iam
sendo salvos. Note que o Senhor apenas acrescentava; não era Ele quem falava para as
pessoas sobre a salvação, pois quem fazia isso era cada um de Seus filhos.
Os apóstolos davam testemunho diário de Cristo, no templo e de casa em casa (Atos
5.42). O evangelismo pessoal não era uma questão de ter um chamado especial, mas sim um
estilo de vida, uma prática diária.
Quando Deus permitiu que a perseguição viesse sobre a igreja, os cristãos que foram
dispersos iam por toda parte pregando a Palavra (Atos 8.4). Foi um grupo de crentes
“comuns” que fizeram do evangelismo o seu estilo de vida.
Nós somos chamados para falar e testemunhar de Jesus todos os dias e em todos os
lugares. Alguns historiadores da igreja dizem que os primeiros cristãos eram considerados
inoportunos porque eles falavam de Jesus todos os dias e em todos os lugares: na casa do
vizinho, na lavanderia pública, nas escolas, nas praças, no mercado, na rua... Em todos os
lugares onde houvesse pelo menos uma pessoa que ainda não tinha ouvido da salvação em
Jesus Cristo.
Nós devemos ser assim também. Nós temos inúmeras oportunidades para falar de Jesus
aos outros: na fila do banco, Correios, repartições públicas, parques, escolas e universidades,
manifestações públicas... Não há limite para as oportunidades – se nós fizermos do
evangelismo pessoal o nosso estilo de vida!
1.6 A visitação de casa em casa
O material que segue foi traduzido e adaptado de um texto e inglês intitulado
‘Evangelismo Pessoal’. Infelizmente, a fonte bibliográfica não foi informada, mas como o
texto é de domínio público, nós o apresentaremos abaixo com algumas modificações.
1.6.1 O ministério de testemunhar de Cristo
Após o cativeiro Babilônico, os filhos de Israel retornaram à sua terra nativa, mas não
como um Reino independente. Por mais de 400 anos aquele orgulhoso povo permaneceu
como uma nação marionete. Quando Jesus Cristo veio ao mundo, Israel ainda encontrava-se
nessa situação. No dia da ascensão de Cristo, então, os Seus discípulos perguntaram-lhe sobre
essa questão: “Quando será o tempo da restauração de Israel?” De modo gentil, mas firme,
Jesus respondeu: “Não compete a vocês conhecerem os tempos e épocas que o Pai
determinou por Seu próprio poder, mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo
e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os
confins da terra” (At 1.7-8). Em outras palavras, Ele estava dizendo que eles não precisariam
se prender aos detalhes proféticos do programa do Pai porque o trabalho deles seria
testemunhar de Cristo.
Eles não seriam testemunhas da vinda do Messias. Eles já haviam O aceitado como tal.
Eles não seriam testemunhas dos tempos e épocas quando o Reino seria estabelecido na terra.
Eles seriam testemunhas de Cristo! Eles seriam uma viva demonstração de vidas que haviam
sido transformadas pelo poder de Deus. Eles seriam exemplos vivos da vida de ressurreição
de Cristo e do que Ele fez em e através deles... Testemunhas de que Cristo morreu, mas está
vivo!
As Escrituras declaram que “sem visão (profecia) o povo se corrompe” (Provérbios
29.18). Como podemos admitir que multidões de pessoas pereçam sem Cristo por causa da
falta de visão da igreja? É um fato conhecido que o diabo não pode fazer santos, e o gelo não
pode produzir fogo! Pessoas sem visão não podem trazer avivamento e conduzir as pessoas
aos pés de Deus! Quando os cristãos cessam de ter dores de parto para ganhar almas, a visão
morre e as multidões clamam: “Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos”
(Jeremias 8.20).
A Bíblia diz: “E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro
nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos” (Atos 4.12). As multidões,
portanto, devem ser conduzidas a Cristo ou estarão perdidas por toda a eternidade.
Uma amiga que ainda está envolvida com seitas nega que o inferno é real. Para ela, o
inferno é apenas o túmulo. Esta é uma chocante declaração que veio de seus lábios: “Se eu
honestamente acreditasse no que você crê, que se um homem morre sem Cristo ele vai
imediatamente para o fogo do inferno sem esperança de sair dali, e tudo o que ele deve fazer
para ser salvo é aceitar a Cristo como o seu Salvador pessoal, você sabe o que eu faria? Eu
deixaria minha casa e sairia pelo mundo afora. Eu pararia e advertiria a cada pessoa que eu
encontrasse. Eu pararia em cada casa em que eu passasse. Eu contaria para eles que se
continuassem em pecado eles receberiam a ira de Deus em um inferno fervente. Eu não
descansaria e nunca pararia até que eu morresse. Se o que você diz é verdadeiro, eu teria que
fazer isso. Minha consciência iria me compelir a isso”.
Não é chocante vermos que ela tem um senso de urgência e convicção em sua declaração
muito maior do que a maioria dos cristãos?
A responsabilidade cristã para com os perdidos é enfaticamente declarada no Antigo e no
Novo Testamento. Ezequiel advertiu: “Se eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás;
e tu não falares para dissuadir o ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade,
mas o seu sangue eu o requererei da tua mão” (Ezequiel 33.8). Como podem os cristãos
dormirem pacificamente sabendo que tamanha advertência está sob as suas cabeças: “Seu
sangue requererei da tua mão”?
Jesus desafia-nos no Novo Testamento com estas palavras, “E disse-lhes: Ide por todo o
mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem
não crer será condenado” (Marcos 16.15,16). A responsabilidade é nossa!
1.6.2 A preparação
Desordem e confusão são o resultado normal da falta de preparação. Aqui estão umas
poucas sugestões para ajudar-lhe a preparar-se para testemunhar.
a) Prepare o seu coração
Para você pregar ou distribuir literatura, o Espírito Santo só poderá operar eficientemente
através de você se a sua vida for pura, reta e cheia do Espírito Santo. Antes de Deus usar-nos,
nós devemos estar preparados. São as coisas pequenas, as atitudes, a frieza, a falta de real
preocupação pelos perdidos que impedem o poder convincente do Espírito de mover-se em e
através de você.
Deus deu-lhe uma arma, a Sua Palavra, que é ”mais cortante do que qualquer espada de
dois gumes” (Hebreus 4.12). Enquanto você for com a Palavra da Verdade, Ele falará aos
corações dos ouvintes. Esta é a soberana obra do Espírito de Deus: “E quando ele vier,
convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8). Mas para usar essa espada,
você deverá preparar o seu coração para estar cheio do Espírito.
Falta de oração é falta de poder! A medida do poder de Deus em sua vida está em direta
proporção à sua falta de intimidade com Ele. A oração penetrará nas áreas ocultas de sua vida
e revelará os cantos escuros. Peça a Deus para iluminar o seu coração. Peça para enchê-lo do
Seu Santo Espírito. Assim você estará preparado e terá poder na obra de Deus.
b) Preparando um plano definido
Freqüentemente, quando eu pergunto aos cristãos porque eles não testemunham, eles
respondem “eu não sei” ou “eu tenho medo”. Na verdade, o temor é o resultado da falta de
conhecimento. Nessa área, a igreja tem falhado miseravelmente e deve aceitar a plena
vergonha. Os cristãos testemunharão se souberem como, mas a igreja tem negligenciado
ensiná-los. Ninguém conseguirá testemunhar sem ter um plano definido em mente. Tendo um
plano, então, você saberá o que está fazendo e o temor irá embora!
Eu quero ajudar você a ter um plano efetivo para ganhar almas que qualquer um poderá
usar. Com ele você: (a) sempre estará pronto e (b) apto para controlar qualquer situação, (c)
guiar a conversação, achar uma abertura, apresentar a Cristo e (d) sempre manter a sua
confiança.
Usando este plano específico você terá um equilíbrio psicológico e um padrão bíblico
para apresentar aos outros a pessoa de Jesus Cristo. Além de seguir o padrão de memorizar
passagens-chave da Escritura para refutar a muitos argumentos, você verá como é simples,
mas eficiente, falar de Jesus para os não cristãos.
Desde que a salvação não é uma mera doutrina ou um conjunto de versículos da Bíblia,
mas um encontro pessoal com Jesus, não há nenhum propósito real em aprender como vencer
um argumento. É verdade que os cristãos devem conhecer a verdade, mas eles não são
debatedores; eles são testemunhas.
Este plano para testemunhar de Cristo de casa em casa mostrará a você: (a) como iniciar
conversas sobre questões espirituais, o que geralmente é a razão para muitos cristãos temerem
testemunhar; (b) como se apresentar como um cristão, sem criar uma situação ofensiva; (c)
como lhes mostrar, pela Bíblia, o caminho da salvação; e (d) como lhes conduzir a uma
decisão pessoal.
c) Prepare sua aparência
O homem é formado por espírito/alma e corpo. Mesmo que você prepare seu espírito e
suas faculdades mentais, ainda há o homem exterior. A primeira impressão que nós temos de
um estranho é freqüentemente formada pelo que vemos. Esteja certo de que a sua aparência
causará uma boa impressão.
d) Prepare-se com a atitude certa
Um dos segredos do sucesso nas vendas é: você deve acreditar que pode e irá acertar
uma venda antes mesmo de você oferecer o produto para um comprador. Essa é a atitude de
quem diz “eu posso”. Esse tipo de confiança é radiante. É como a confiança descrita pelo
sábio: “Porque, como ele pensa consigo mesmo, assim é; ele te diz: Come e bebe; mas o seu
coração não está contigo” (Provérbios 23.7). É claro que não estamos vendendo nada. Aqui
queremos enfatizar a questão da confiança que os vendedores têm. Nós não oferecemos um
produto, mas sim uma pessoa; e não é qualquer pessoa, mas sim o Filho de Deus, Jesus
Cristo. Nós oferecemos gratuitamente a mensagem de Jesus Cristo: o evangelho. O evangelho
não é negativo; ele é positivo. Ele nunca força, mas ele guia. Reconhecendo que é o Espírito
Santo quem conduz os homens a Deus, então, você pode testemunhar sem temor. Jesus disse,
“E eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus 28.20). Se
Ele está com você, e em você, quem poderá ser contra você? Ninguém! Então, seja confiante
quando anunciar as boas novas de Jesus Cristo.
e) Prepare o caminho para uma visita de retorno
A tarefa do acompanhamento cristão será estudada em outro livro. Aqui nós
mencionaremos apenas a importância de deixar o caminho preparado para uma visita
posterior. Isso é comparativamente fácil. Após o encontro inicial terminar e uma literatura
gratuita ter sido entregue, você deverá mostrar a importância do acompanhamento e
perguntar se a pessoa deseja que você volte a visitá-la. Essa é uma das mais importantes
tarefas da visitação de casa em casa e da distribuição de literatura: preparar uma visita de
retorno.
f) Algumas sugestões para ajudar
Evite questões tolas. Satanás fará qualquer coisa para interromper e desvirtuar a sua
apresentação de Cristo. Quando a pessoa que você está evangelizando começar a apresentar
questões como “Onde Caim conseguiu sua esposa?” Ou “Qual é a igreja mais certa?”, fique
atento para perceber se Satanás está por trás desses questionamentos ou se é realmente uma
dúvida sincera da pessoa. Porém, quando essas surgem, geralmente elas são apenas
interrupções, completamente fora do assunto que estava sendo discutido, então, esteja pronto
para lidar com isso. É perda de tempo tentar responder a essas questões que são
completamente irrelevantes para a salvação e que muitas vezes tomam todo o tempo da visita.
Em tais ocasiões, uma simples declaração pode ser feita ou um texto bíblico apropriado pode
ser dado, mas logo retorne ao assunto! Quanto à questão de qual é a igreja certa, por exemplo,
você poderá dizer rapidamente que há apenas uma igreja verdadeira e que ela inclui todos os
que são verdadeiramente salvos, e que estes salvos estão em muitas igrejas ou grupos cristãos
diferentes para cumprir a Palavra de Deus conforme eles compreendem e aprendem com ela.
Após dizer isso, continue com o assunto principal, que diz respeito à salvação.
Não brigue por causa das acusações de Satanás contra a Bíblia. É comum que alguma
pessoa levante questões que põem em dúvida a autoridade ou veracidade da Bíblia durante
uma visita. Você não deverá discutir sobre essas questões, mas apenas afirmar simplesmente
que você crê plenamente na Bíblia. Se a pessoa insistir em tais questões e em obter respostas
específicas seria aconselhável você estar preparado para responder. Há alguns bons livros que
ajudam a responder essas questões que as pessoas fazem, mas se não pode ter acesso a tais
publicações, você poderá preparar uma lista em casa e pesquisar as respostas nas Escrituras.
O homem tem uma inimizade natural contra Deus e na maioria das vezes quer fugir de sua
responsabilidade de se converter através de negar ou desafiar a autoridade bíblica. Mas você
não deve se envolver em contendas por causa dessa questão. Deus defenderá Sua Palavra!
Procure ficar a sós com a pessoa a quem você evangeliza. Talvez não seja bom você
estar sozinho, mas é bom quando a pessoa está sozinha. Há uma razão psicológica para isso.
As pessoas freqüentemente riem e colocam uma falsa cobertura sobre seu embaraço quando
outras pessoas estão ao redor, e aí o seu propósito será frustrado. Se você estiver em um lar
com a família inteira presente sempre trate com os pais primeiro. Os filhos, especialmente as
crianças pequenas, distrairão o seu testemunho. Dirija-se aos filhos de vez em quando, mas
sempre mantendo em mente que ganhar almas é uma questão de apresentar alguém
pessoalmente a Cristo.
Controle a sua apresentação. Controle o tom de sua voz durante o seu testemunho. É
possível falar a verdade, ser sempre teologicamente correto e perder o interesse da pessoa por
causa da rapidez ou altura de sua voz. Não permita que a pessoa seja distraída por causa de
sua roupa amarrotada ou o laço do sapato desfeito. Vigie a si mesmo e não dê motivos para
ninguém se distrair do que você diz por causa de algo em você que dispersa a atenção dos
ouvintes.
1.6.3 O plano em ação
Há diversas seqüências de conversação evangelística que podem ser usadas pelo cristão
ganhador de almas no testemunho pessoal. Muitos irmãos usam essas seqüências como um
modelo para guiar as suas apresentações do evangelho para os descrentes. Se elas forem
usadas adequadamente em um espírito de amor, você logo descobrirá o seu próprio caminho
para se tornar uma testemunha efetiva do Senhor Jesus Cristo. O modelo que nós usamos
consiste em uma série de pequenas questões que são fáceis de memorizar. Depois de um
tempo usando esse modelo você poderá ir modificando-o, mas no começo é bom mantê-lo do
jeito que está até que você tenha adquirido experiência e firmeza como testemunha de Cristo.
Eis uma série de pequenas questões que são fáceis de decorar:

a) Você já pensou seriamente sobre as coisas espirituais, por exemplo, sobe o que virá
depois da morte, a salvação e a vida eterna?
b) Você já pensou em se tornar um cristão verdadeiro? Ou: Você já ouviu sobre conhecer
a Jesus Cristo de um modo pessoal?
c) Se alguém perguntasse a você “o que é um verdadeiro cristão” o que você
responderia? Como você pensa que alguém faz para se tornar um cristão verdadeiro?
d) Você gostaria de ver cinco textos da Bíblia que falam sobre isso? Se você puder me
escutar por dez minutos, eu gostaria de lhe mostrar o que a Bíblia diz sobre o que é um
cristão e como se tornar um.

Note que as primeiras três questões não assuntam ninguém nem são ofensivas, mas cada
uma serve a um propósito vital. A quarta declaração não é uma questão como as outras, mas
ela leva em consideração a curiosidade humana. Nenhuma dessas declarações invadem a
privacidade pessoal de quem está sendo abordado.
Antes de tratarmos dessa aproximação em detalhe, vamos ilustrar como usar o plano.
Vamos imaginar uma cena em que duas pessoas, Pedro e João, acabaram de sair de uma
reunião da igreja.
– A pregação foi muito boa, não foi? - Pedro pergunta casualmente.
– Você está interessado nas coisas espirituais?
– Bem, sim, eu estou, mas eu nunca quis admitir. Eu penso muito sobre Deus - responde
João um pouco hesitante.
– Você tem pensado em se tornar um verdadeiro cristão? - Pedro pergunta, enfatizando a
palavra “verdadeiro”.
– Ei, o que você quer dizer com isso? Não somos todos cristãos? Honestamente eu não
sei, Pedro. Há muitas religiões e cada qual diz que é mais certa. Como é que eu posso saber?
– João, se alguém lhe perguntasse “o que é um verdadeiro cristão” o que você diria?
– Bem, eu diria que é alguém que vai a igreja, vive o melhor que pode e que segue os
Dez Mandamentos. Eu não penso que Deus é um monstro. Se um homem é sincero e faz o
melhor que pode, tudo dará certo para ele no final.
– De fato, isso é o que muitas pessoas pensam. Eu mesmo já pensei assim.
João estudou Pedro por um momento e perguntou: – Você mudou de idéia? O que você
pensa, agora, sobre o que é um cristão?
– Você poderia me ouvir por uns dez minutos agora, João? Se você puder me ouvir neste
momento eu lhe darei cinco textos da Bíblia que mostrarão para nós o que é um verdadeiro
cristão e como se tornar um.
Pedro podia agora guiar a conversação e mostrar a João que uma pessoa não se torna um
cristão causa do que ela faz, mas por causa de quem ela é. Aqui os rapazes estão juntos na
igreja. Mas nem todo contato começa ou termina assim.
Você pode estar sentado próximo a alguém no ônibus, trem, avião ou em outro lugar
qualquer. Em qualquer situação, o trabalho de preparação é importante. Esteja pronto! A cada
dia nos encontramos com pessoas sem inibições e em muitas ocasiões nós desenvolvemos
amizades rapidamente, tendo um genuíno interesse por elas, ouvindo suas questões e
estabelecendo uma amizade. Lembra como Jesus sentou-se ao lado da mulher Samaritana e
pediu para ela um pouco de água? Aquele pedido guiou Jesus a uma conversação até o ponto
de testemunhar para ela sobre Si mesmo.
Noutra ocasião, Ele caminhava entre as redes de pesca na Galiléia. Encontrou dois
pescadores que desejou que trabalhassem para Ele. Aparentemente, Ele deve ter falado um
pouco sobre o trabalho e então lhes disse: “Venham após mim e eu vos farei pescadores de
homens”.
Quantas vezes você já abordou alguém diretamente, perguntando “você é salvo?” Ou
então “você nasceu de novo?” E depois a pessoa nunca mais quis estar perto de você e fez
tudo para evitar-lhe? Essa é uma forma errada de se aproximar! As três questões que
mostramos evitam que as pessoas fujam ou batam a porta em sua cara.
Haverá circunstâncias nas quais as primeiras duas questões poderão ser omitidas, e a
experiência ensinará quando isso deverá acontecer, mas geralmente elas seguem uma após a
outra. As respostas não são tão importantes porque as questões têm sido designadas de modo
que você possa guiar a pessoa às Escrituras. Elas se tornam um “gancho” para apresentar a
Cristo. Você pode usar a mesma seqüência mais de uma vez com uma mesma pessoa.
“Você está interessado...” A questão inicial é pessoal, mas não ofensiva. Você está
perguntando-lhe sobre uma questão sem forçar o ouvinte a comprometer-se.
“... Nas coisas espirituais”? Alguém poderia usar “... em religião”, “... no Cristianismo”,
“... na igreja”, “... na Bíblia” etc. Use qualquer coisa que a oportunidade exija. Muitas pessoas
estão interessadas nas questões espirituais e prontamente falarão sobre elas.
Tendo começado, talvez você seja daqueles que se atormentam com a possibilidade de
alguém dizer “Não, eu não estou interessado”! Ou “Não, eu não tenho pensado sobre isso”!
Talvez a pessoa que esteja testemunhando fique confusa diante dessas respostas e se indague:
“o que farei agora”? Suponhamos que a pessoa contatada responda negativamente, o que
fazer então?
Simplesmente passe para a segunda questão. Você não está ali para discutir, mas para
apresentar a Cristo como Salvador. Pergunte: “Você já ouviu falar sobre conhecer a Jesus de
um modo pessoal”? Então, sem hesitação dirija a pessoa diretamente à última questão, “você
tem dez minutos para que eu...” ou você pode usar, “você já pensou o que significa ser um
cristão verdadeiro”?
Se a pessoa declarou que não está interessada nas coisas espirituais não é sua função
responder a essa declaração, mas guiá-la adiante para um encontro com Cristo. A segunda
questão, assim como a primeira, é pessoal, mas não é ofensiva. Vigie o tom de sua voz! A
inflexão errada pode mostrar um tom de acusação e fechar o coração da pessoa.
A ilustração mais acima mostrou que a ênfase de Pedro sobre a palavra “verdadeiro”
atraiu o interesse de João por implicar que havia cristãos e cristãos verdadeiros. Com a
resposta negativa da pessoa, você deve apresentar um desafio amigável.
A segunda questão implica que a pessoa não é salva e ainda não está buscando a
salvação. Geralmente a pessoa tem dúvida quanto a sua salvação, mas se for questionada se é
um cristão, ela responderá que sim. A maioria das pessoas acredita que só há dois tipos de
pessoas, os cristãos e os pagãos, e quem irá considerar a si mesmo como um pagão?
Se a resposta da pessoa evangelizada para a segunda questão é “sim, eu tenho pensado
em me tornar um cristão”, então você deve proceder diretamente para a última declaração,
mas se a resposta for “eu vou à igreja...” ou “não, não muito...”, você pode apresentar-lhe a
terceira questão, “O que é um verdadeiro cristão”?
Até este ponto do seu testemunho você só tem apresentado questões e não uma pregação.
Porém, você já obteve muitas informações para usar na pregação à pessoa evangelizada.
Você deu-lhe uma oportunidade para expressar a si mesma e ao fazer isso ela expôs as suas
opiniões sobre as coisas espirituais e sobre a sua própria condição. Você está gentilmente
controlando a conversação e guiando-a até um ponto onde você pode apresentar-lhe a Cristo.
Note também que a sua aproximação não deixa nenhum lugar para argumentos que impeçam
de você chegar até a pregação do seu testemunho. Não há nenhum argumento que impeça de
você introduzir a pessoa a Cristo. Siga em frente! Você está ganhando terreno.
Responda ao desafio da terceira questão, “se alguém lhe perguntasse o que é um
verdadeiro cristão, o que você diria”? Esta questão procura por ação. A resposta sempre
revelará exatamente o que a pessoa evangelizada conhece sobre o caminho da salvação. Ao
perguntar “se alguém lhe perguntasse” você toma a pressão de sua pergunta e a coloca sobre
uma terceira pessoa imaginária. A resposta do seu contato não será para você, mas para essa
terceira pessoa imaginária, mas ao fazer isso seu contato lhe dirá exatamente aquilo que você
quer saber.
Mas, às vezes, as pessoas podem responder a essa questão de forma correta porque ela já
foi atingida pelas perguntas e por causa do seu testemunho ou de um conhecimento prévio do
que ela escutou em uma igreja ou reunião evangelística. Outras vezes, no entanto, a pessoa
pode saber a resposta apenas porque já ouviu de alguém e quer se livrar de você. Ela pode
responder que o verdadeiro cristão é “alguém que já aceitou a Cristo como Salvador”. Faça o
teste e pergunte se ela já tomou essa decisão pessoal. Se ela responder que “sim”, pergunte
quando e como.
Geralmente a resposta à questão três será alguma coisa como isto: “Um cristão é alguém
que acredita em Deus, vivendo uma vida de bondade...” etc. A resposta será centrada nas
boas obras, no que o Cristão faz mais do que naquilo que ele é. Isso se dá porque a questão é
dirigida para revelar a condição do coração da pessoa.
Aceite o que a pessoa diz sem contradizê-la diretamente, pois se você fizer isso,
possivelmente o seu testemunho terminará sem uma decisão da pessoa. Pedro não
argumentou ou corrigiu a resposta de João, mas ele despertou a curiosidade dele, dizendo “eu
já pensei a mesma coisa tempos atrás”.
Você deverá falar como se estivesse refletindo e incluir nessa sua “reflexão” outras
coisas que “você” pensava sobre o cristão, desde o batismo nas águas até a membresia na
igreja. Concorde com a pessoa que o cristão realmente faz todas essas coisas (boas obras, é
batizado, pertence a uma igreja etc.), mas vá até o ponto de questionar sobre o que é um
cristão e não o que ele faz.
Depois de você dar diversas respostas, sempre acrescentado que você pensava que um
cristão era isso e aquilo, mas que agora você vê que estava errado, a pessoa indubitavelmente
perguntará para você, “então, o que é que você diz que é um cristão”? Esse é o ponto aonde
você queria chegar. Esse é o propósito em usar este método para ganhar almas para Jesus.
“Você poderia me ouvir por uns dez minutos? Se você tiver esse tempo eu gostaria de
mostrar para você o que é um cristão e como se tornar um”. Aqui está a sua oportunidade,
mas seja cuidadoso para não arruinar tudo fazendo um passeio panorâmico pela Bíblia, de
Gênesis a Apocalipse. Você perguntou se a pessoa tinha dez minutos e você deverá usar esses
dez minutos usando cinco textos bíblicos para mostrar o que é um cristão.
1.6.4 A apresentação
Este é o último passo em seu plano de ganhar almas: apresentar a pessoa de Cristo. Para
fazer isso, use cinco textos: Romanos 3.23, Romanos 6.23, Atos 3.19, João 1.12 e 2ª
Coríntios 6.2. Até agora você manteve o seu Novo Testamento (ou Bíblia) fechado. Se você
apresentá-la antes desse momento talvez o seu contato perca o interesse logo no começo.
Se tiver esses textos já marcados em Sua Bíblia, você ganhará um bom tempo. Se
possível, decore o número das páginas da sua Bíblia onde se encontram os versículos, na
exata seqüência. Saber encontrar rapidamente os textos que você usará dará confiança àquele
que está sendo evangelizado. Ele verá que você é organizado e que sabe sobre o que está
falando.
Use a primeira passagem: Romanos 3.23, “Porque todos pecaram e carecem da glória de
Deus”. Essa primeira passagem revela o problema comum de todos nós. É por causa desse
problema que nós todos necessitamos de Cristo. O homem deve saber que ele está perdido
antes de poder ser salvo. Todos pecaram. Para mostrar à pessoa o que é o pecado, você pode
usar a Jesus como exemplo. Pergunte-lhe: “nós temos sido justos e fiéis como Cristo”? Todos
nós carecemos da glória de Deus!
Pergunte também: “quantos pecados fazem um pecador”? Você deve mostrar que todos
nós somos pecadores e culpados perante Deus.
Passe para Romanos 6.23: “O Salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é
a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Faça a transição imediatamente. A pessoa tem
visto e admitido que é um pecador. Dê Romanos 6.23 para ela ler. Aqui a Bíblia diz que nós
receberemos um salário – alguma coisa que nós merecemos justamente. Qual é o salário? A
pessoa responderá: “a morte”. Nós todos merecemos a morte. Conte-lhe que a morte é a
separação espiritual e eterna de Deus.
Depois você lê a segunda parte: “O Dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo
Jesus, nosso Senhor”. Aqui Deus está falando sobre um dom, um presente, alguma coisa que
nós não merecemos obter. Pergunte à pessoa, “Você merece este dom”? Tudo que nós
podemos fazer é aceitar ou rejeitar este dom. “Qual é o dom? A vida eterna! Essa vida está
em uma pessoa, Jesus Cristo. Para ter esse dom de Deus, você deverá ter Jesus, Seu filho”.
Atos 3.19: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos
pecados, e da presença do Senhor venha tempos de refrigério”. Neste ponto, pergunte à
pessoa: “o que este texto diz que devemos fazer para recebermos o perdão dos pecados e,
então, a vida eterna”? Arrependimento significa sentir pesar por seus pecados a ponto de
decidir abandoná-los.
João 1.12: “Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de
Deus, a saber: os que crêem no seu nome”. Tantos quantos receberam a Jesus, Deus deu-lhes
o poder de serem feitos filhos de Deus. Aqui Deus diz que nós temos que receber a Jesus para
nos tornarmos Seus filhos. Lembre-se que não é o que o cristão faz, mas a pessoa que ele
recebe, Jesus, que o torna um filho de Deus.
Mostre a sua Bíblia para a pessoa como um exemplo. Ofereça-a como um presente.
Mostre que ela deverá aceitar o presente ou nunca a possuirá. Explique que é o mesmo
quanto a receber Jesus. O dom de Deus é oferecido, mas você deverá aceitá-lo.
2ª Coríntios 6.2: “(porque diz: No tempo aceitável te escutei e no dia da salvação te
socorri; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação)”. Neste ponto você
relembra que o dom de Deus é gratuito e é a vida eterna, e que esse dom está em Jesus Cristo.
Para ter esse dom, nós precisamos receber a Jesus. Quando nós fazemos isso? Mostre à
pessoa que HOJE é o dia de tomar a decisão, pois é neste dia que Jesus está falando com ela.
Insista que a pessoa deve tomar uma decisão e que Jesus não obriga ninguém a aceitar o dom
da vida eterna, e que nós precisamos aceitá-lo como Salvador para receber a salvação, a vida
eterna.
Esse é o momento crucial do seu testemunho. Pergunte à pessoa: “Você não gostaria de
receber o dom de Deus, hoje”? Ore silenciosamente enquanto aguarda uma resposta. Se a
pessoa disser, “não, eu não quero” ou “eu ainda não estou pronto”, mostre-lhe que você está
feliz que ela está sendo honesta sobre isso. Contudo, esteja certo de que ela sabe o que está
fazendo. Pergunte-lhe se ela reconhece que está recusando o dom da vida eterna que Deus lhe
oferece por ela recusar aceitar a Jesus. Se ela compreende, não há nada que você possa fazer.
Não fique desencorajado, mas termine a sua apresentação sobre Jesus dizendo algo assim:
“Você não precisa da minha presença nem de qualquer outra pessoa para receber a Jesus
como Salvador e o seu dom de vida eterna. Sozinho, em qualquer lugar, você pode pedir-lhe
para entrar em sua vida, e naquele instante ser salvo. Mas, não espere muito tempo para fazer
isso”! Encoraje-o a fazer sua decisão pessoal rapidamente. Diga-lhe, “Curve a sua cabeça
comigo e eu vou orar”, e com os olhos abertos ou fechados, peça a Deus para fazer Jesus uma
realidade na vida da pessoa.
Se a pessoa decidir aceitar a Jesus naquele momento, ore com ela, pedindo-a para repetir
as suas palavras e assegure-lhe a respeito da salvação. Pergunte se ela crê naquilo que fez.
Use João 5.24 para explicar o que acontece com aqueles que recebem a vida eterna. Pergunte-
lhe: “Você creu nas palavras de Deus que mostramos na Bíblia? Você recebeu a vida eterna?
O que aconteceu, então, com você, de acordo com este texto bíblico”?
Termine animando a pessoa a conseguir uma Bíblia e/ou dando-lhe alguma literatura
para ler sobre como iniciar a vida cristã, e marque outro encontro para começar um
discipulado e convide a pessoa a freqüentar as reuniões da igreja.
2 USANDO FOLHETOS
Inclua a distribuição de folhetos em seu estilo de vida evangelístico. Talvez você não
possa falar detidamente sobre Cristo todos os dias, mas certamente você pode distribuir
folhetos todos os dias: no caminho para a escola ou trabalho, no supermercado, no meio da
rua etc.
Mesmo que você não estude ou trabalhe fora de casa ou não tenha condições mesmo de
sair de casa todos os dias é possível testemunhar de Jesus e/ou distribuir folhetos. Você pode
falar com a vizinha, com os vendedores de porta em porta, com o rapaz que entrega o papel
da luz e da água, com o carteiro, com o vendedor de gás de porta em porta, com os mendigos
que passam pedindo comida, com os que pedem ajuda etc.
Há serviço para todos e todos os dias, desde que estejamos comprometidos em fazer do
evangelismo pessoal um estilo de vida e não um evento especial. Uma coisa que todos nós
podemos fazer é distribuir folhetos. Você pode ter sempre folhetos com você – no bolso ou
na pasta de trabalho. Se você distribuir folhetos todos os dias a caminho do trabalho ou da
escola (ou nesses lugares mesmo) você distribuirá dezenas ou centenas de folhetos a cada
mês. Dar folhetos diretamente às pessoas é apenas um caminho para usar folhetos, mas há
alternativas tais como: colocar dentro das casas por baixo da porta ou pelas brechas das
janelas; deixar nos pára-brisas dos carros; nos locais de espera dos consultórios e escritórios
etc. Porém, verifique se isso é aceitável em sua cidade ou bairro, pois em alguns lugares isso
não é visto com bons olhos, então, pode até atrapalhar o trabalho local das igrejas.
Muitos cristãos não gostam de usar folhetos e não sabemos por quê. É muito fácil e não
custa nada, principalmente porque há muitas editoras que fornecem folhetos gratuitamente ou
por um preço de custo. Precisamos lembrar que muitas pessoas já foram salvas pela simples
leitura de um folheto. Não despreze esse trabalho de distribuir folhetos porque Deus tem
usado e poderá usá-lo ainda mais grandiosamente. Se você for fiel a Deus na distribuição de
folhetos, regando cada um deles com orações e súplicas para que Deus use-os para salvar
vidas pela fé em Jesus, certamente, você vai saber de muitas pessoas que se encontraram com
Cristo através de um folheto que você distribuiu.
Use folhetos apropriados para cada situação. Todos os folhetos que você usar devem ser
atrativos e bons para ler. Eles devem atrair o interesse das pessoas e “fisgá-las”. Uma coisa
muito importante é que os folhetos devem ser de fácil compreensão, tanto na linguagem
como no conteúdo. Você deverá se perguntar: pode um não cristão vir a crer através da
mensagem deste folheto? Infelizmente, muitos autores de folhetos não se colocam no lugar de
seus leitores quando preparam seus folhetos. Eles deveriam fazer isso sempre, principalmente
se considerar que a grande maioria deles não conhece nada da Bíblia. O resultado de muitos
folhetos escritos sem levar isso em consideração é que eles são inúteis para a evangelização.
Antes de você usar um folheto, leia-o como se você fosse um não cristão que não conhece
nada da Bíblia ou sobre a salvação, e veja se o folheto é adequado para levar a pessoa a um
encontro com Cristo.
Distribuir folhetos é muito simples e não requer qualquer habilidade especial a não ser a
de andar e de esticar a mão. Muitas vezes você não precisa falar nada. No entanto, como já
falamos, é imprescindível que cada folheto seja dado com muita oração, para que Deus possa
usá-los para a conversão de seus leitores.
A seguir, eis mais algumas dicas de lugares onde você pode distribuir folhetos:
a) Dentro dos livros da escola e nos livros das livrarias;
b) Nos pára-brisas dos carros estacionados;
c) Nas calçadas das lojas e nas praças;
d) Nos telefones públicos e nos catálogos telefônicos;
e) Nas carteiras das escolas;
f) Nas correspondências que você enviar, sejam pessoais ou comerciais;
g) Nos escritórios médicos e nos dentistas;
h) Nos elevadores;
i) De porta em porta em uma rua ou bairro com um grupo de irmãos;
j) No Natal, nos aniversários de parentes e amigos, dentro dos cartões de felicitações;
l) Nos hospitais;
m) Dentro de jornais e revistas;
n) Dentro de lojas e supermercados, nos balcões e prateleiras;
o) No banheiro de sua casa ou quando você usa o banheiro em outros lugares;
p) Nos assentos de táxis, em trens, metrôs e outros meios de transporte;
q) Em postos de gasolina;
r) Em restaurantes e lanchonetes (dentro dos cardápios, junto com a gorjeta etc.);
s) Em hotéis e outros lugares de hospedagem.

Com as dicas acima nós encerramos o texto de ‘Evangelismo Pessoal’ que traduzimos e
inserimos aqui em nosso livro. Porém, a seguir, nós apresentaremos outras possibilidades de
evangelização que você também deveria considerar como uma prática corriqueira em sua
vida cristã.
3 COMPARTILHANDO CRISTO EM GRUPOS PEQUENOS
Nas últimas três ou quatro décadas as igrejas têm redescoberto a importância de se
estruturarem com base não em programas, mas sim em grupos pequenos. Algumas igrejas
chamam esses grupos pequenos de ‘células’, ‘grupos de crescimento’, ‘estações’, ‘grupos de
base’ etc. O nome não é tão importante quando o propósito e a função do grupo pequeno,
então, seja qual for o nome escolhido para eles o que interessa de fato é saber que eles devem
existir para facilitar o pastoreio e o crescimento espiritual de cada membro da igreja e a
evangelização dos não cristãos em um ambiente seguro, flexível, informal e familiar.
Há diferentes modelos de grupos pequenos e isso será considerado em um livro
específico em outra série de estudos. Por enquanto, a nossa preocupação será tão somente em
como usar os grupos pequenos para compartilhar de Cristo com os não cristãos. A seguir,
então, nós apresentaremos resumidamente sobre fazer isso no contexto de um grupo pequeno.
3.1 Por que compartilhar no grupo pequeno?
Um princípio muito importante para o bom funcionamento de grupos pequenos é que
cada um é dos participantes deve ser responsável por compartilhar a Cristo com os outros.
Todos os membros do grupo que já são cristãos precisam entender que nós todos fomos
chamados e enviados para dar frutos, que tanto se referem ao caráter cristão como à tarefa de
ganhar pessoas para o Senhor (João 15.5,16; 20.21). Devemos lembrar sempre que o Senhor
nos chamou para sermos Suas testemunhas (Lucas 24.47-49; Atos 1.8) e que a igreja cresce
quando cada um faz a sua parte (Efésios 4.16).
Assim, nós devemos compartilhar a Cristo nos grupos pequenos porque não podemos
“deixar de falar das cousas que vimos e ouvimos” (Atos 4.20) e é exatamente por isso que
nós somos testemunhas do Senhor Jesus. Portanto, quando compartilhamos, nós cumprimos o
propósito de Deus para nossas vidas.
3.2 Como devemos compartilhar
Nos grupos pequenos, o líder é apenas um facilitador. Não é ele quem evangeliza os
parentes e amigos não cristãos dos demais membros do grupo. O evangelismo “celular” ou no
grupo pequeno não é feito somente nas reuniões ou de modo geral, mas principalmente na
base de um-a-um. Portanto, é muito importante que cada um saiba como compartilhar de
Cristo com os outros.
3.2.1 Cinco passos para compartilhar a Cristo
Primeiramente, edifique um relacionamento de confiança. Gaste seu próprio tempo
com seu oikós, ou seja, com o grupo social com o qual você se relaciona por mais tempo
(família, colegas de trabalho ou estudo etc.). Mostre genuíno interesse e cuidado por eles.
Segundo: ore. A oração precede à conversão. Evangelizar é criar uma ponte entre as
pessoas e o Espírito Santo. A obra de salvação é obra divina; portanto, devemos orar para que
o Espírito convença os corações através das “pontes” que criamos na evangelização.
Terceiro: apresente o evangelho. Depois que você conquistou a confiança de uma
pessoa e orou por ela, mostre-lhe o evangelho. Há diversos métodos e sequências para se
apresentar o evangelho às pessoas e na seção anterior nós vimos como praticar o evangelismo
pessoal usando um método bem simples. Porém, o importante agora é estarmos convencidos
de que evangelizar exige alguma preparação e que todos os crentes deverão receber essa
preparação nos grupos pequenos.
Quarto: depois de apresentar o evangelho, conte o seu testemunho pessoal. A
ferramenta mais poderosa que você tem é contar a história de como Cristo mudou a sua vida.
Depois de dar o seu testemunho pergunte se a pessoa não quer receber a Jesus.
Quinto: nutra o novo convertido. A evangelização não termina com o apelo. O novo
cristão deve ser nutrido em sua fé. Você é responsável para fazer com ele o mesmo que
fizeram com você: discipular o novo convertido!

Esperamos que esses pequenos estudos sobre evangelismo pessoal, distribuição de


folhetos e evangelização em grupos pequenos possam despertar-lhe para a grande
responsabilidade de testemunhar de Jesus em todos os lugares. Você deve se conscientizar da
necessidade de fazer do evangelismo pessoal um estilo de vida, algo que você fará todos os
dias e em todos os lugares. Assim, se você agarrar essa ideia e tornar-se uma testemunha fiel
de Cristo, nós ficaremos felizes em saber que esses estudos contribuíram de alguma forma
para isso.
Embora tenhamos dado ênfase ao evangelismo pessoal até esse ponto de nossos estudos
é importante reconhecermos que ele é importante não somente para o cumprimento de nosso
dever cristão de anunciarmos a Cristo e como uma expressão de nosso amor pelos outros,
mas ele também é um fato essencial para o crescimento da igreja. Porém, o crescimento da
igreja não se resume à evangelização e ao aumento do número de membros. O crescimento da
igreja começa sim com a evangelização e com a adição e multiplicação de novos convertidos;
porém, ela é muito mais do que isso, como veremos a seguir.
4 O CRESCIMENTO DA IGREJA
Aqui nós apresentaremos apenas uma introdução ao tema do crescimento da igreja. Em
outro livro de outra série nós estudaremos mais detalhadamente os princípios envolvidos no
crescimento saudável da igreja. Por enquanto, nós estudaremos apenas alguns princípios que
são defendidos por líderes e estudiosos do crescimento da igreja no mundo. Nós
apresentaremos aqui quatro expoentes de princípios e métodos de crescimento da igreja que
são fatores-chave para que edifiquemos igrejas que crescem saudavelmente em número e em
espiritualidade.
Antes, porém, convém observar que nenhum grupo de fatores e nenhum modelo de
crescimento da igreja é mais correto ou mais bíblico do que outro. Não há uma fórmula
infalível para o crescimento da igreja nem ele pode ser medido tão somente em termos
quantitativos ou qualitativos. É preciso haver equilíbrio e usar de sabedoria na aplicação de
qualquer um dos princípios e fatores de crescimento aqui apresentados, pois alguns desses
fatores podem ser aplicáveis em uma igreja, mas não em outra. Assim, ao considerar tais
fatores e princípios de crescimento da igreja, considere primordialmente a direção do Espírito
para discernir o que pode ser mais bem aplicado em sua igreja.
4.1 Doze chaves para uma igreja efetiva
Kennon L. Callahan introduz seu livro com o título acima por enfatizar a noção de
planejamento em larga escala com vistas ao sucesso da igreja. A premissa básica é que uma
congregação pode tornar-se mais efetiva por aumentar o nível de satisfação enquanto diminui
o nível de insatisfação dos seus membros. Para tanto, ele identificou seis características
relacionais que contribuem para a satisfação da congregação. Da mesma forma, ele descobriu
seis características funcionais que afetam o nível de insatisfação.
Para ele, então, estas são as doze chaves necessárias para que uma igreja se torne efetiva:

4.1.1 Objetivo Missional


Callahan advoga que a igreja precisa estar ciente de que ela não somente tem uma
missão, mas que também está em constante missão. E que, como igreja, ela deve servir aos
indivíduos e às comunidades para a cura de suas feridas. Para cumprir o seu objetivo
missional, a igreja deve ser estruturada em cima de cinco pilares: Missão, Administração,
Membros, Dinheiro e Manutenção. Cada membro deve descobrir e usar os seus dons e
recursos para cumprir a missão da igreja. Pessoas com dons e ministérios similares devem se
unir para cumprir a missão da igreja.
4.1.2 Visitação
O autor de Doze chaves para uma igreja efetiva sugere que uma igreja efetiva deve
primeiro estender a sua “destra de comunhão” e mostrar genuína preocupação por visitar as
pessoas da comunidade na qual a igreja está inserida. Conseqüentemente, as pessoas visitadas
virão à igreja quando elas estiverem prontas. Também é importante visitar imediatamente
aqueles que visitam a igreja pela primeira vez. Isso é parte do cuidado essencial que uma
igreja saudável proporciona não somente aos seus membros, mas também aos seus visitantes.
4.1.3 Adoração
Callahan enfatiza também que uma dinâmica adoração corporativa é central para uma
congregação tornar-se efetivamente bem sucedida. Essa adoração dinâmica só acontece
quando ela é cuidadosamente planejada por pessoas que têm um verdadeiro chamado ao
ministério da adoração.
4.1.4 Grupos relacionais
“Pessoas buscam por comunidade, não por comitês”, diz Callahan. Relacionamentos
verdadeiros e um senso de comunidade é uma necessidade social que a sociedade secular não
pode satisfazer – somente a igreja pode. Quando ela providencia relacionamentos de
qualidade através de pequenos grupos, a igreja cresce efetivamente.
4.1.5 Liderança forte
Um líder é definido simplesmente como alguém que efetivamente lidera. Callahan diz
que “o estilo de liderança orientado por processo presente na igreja atual contribui
significativamente para que as congregações declinem ou morram”. Embora não defenda o
autoritarismo pastoral, Callahan coloca o pastor como a peça-chave na equipe de liderança
composta por pessoas com forças complementares. Ele também sugere que o ministério deve
ser liderado por mais leigos e que deve haver um líder leigo para cada cinqüenta membros
ativos na congregação.
4.1.6 Tomada de decisões
Nesse modelo de igreja, a congregação participa ativamente no processo de tomar
decisões e assim ela se tornará mais confiante em desenvolver-se como uma igreja saudável.
Quanto mais aberto e inclusivo for o processo de tomar decisões tanto maior será o
compromisso da congregação em participar dos sucessos e fracassos do grupo.
4.1.7 Programas
Callahan diz que programas não alcançam pessoas – pessoas alcançam pessoas. Contudo,
os programas reúnem as pessoas. Daí, os programas da igreja devem ser suficientemente
competentes para atrair, reunir e manter as pessoas na igreja. Quando as pessoas de fora da
igreja são tocadas pelos seus programas, aí sim podemos dizer que a igreja está sendo bem
sucedida em seus programas e isso, conseqüentemente, resultará em crescimento para a
igreja.
4.1.8 Acessibilidade
A igreja deve estar em um local de fácil acesso às pessoas. Se a igreja estiver localizada
em um local de fácil acesso as pessoas se aproximarão da igreja.
4.1.9 Visibilidade
O local onde a igreja se reúne não somente deve ser de fácil acesso, mas também precisa
ter boa visibilidade. O prédio da igreja precisa ser facilmente visto e identificado. Mas não é
somente o local que deve ser bem visualizado pela comunidade; os pastores e membros
também. As pessoas devem poder identificar quem é o pastor e quem é membro da igreja
pela movimentação deles no meio da comunidade.
4.1.10 Boa aparência e condições prediais
Para muitos isso pode ser insignificante, mas Callahan defende que muitas pessoas não
se aproximam de edifícios de igrejas porque eles não oferecem nenhum atrativo ou não
possuem estacionamento seguro, boa iluminação, a pintura está gasta etc. Então, quando a
igreja se preocupa e investe em suas dependências físicas, ela abre uma oportunidade a mais
para as pessoas se aproximarem dela e, como conseqüência, serem apresentadas ao
evangelho.
4.1.11 Condições interiores do prédio
Callahan diz que coisas simples como iluminação, pintura, a visibilidade do púlpito, a
altura do som, o espaço entre as cadeiras ou bancos etc., podem influenciar grandemente no
retorno e permanência de um visitante à igreja. Uma igreja que se preocupa em oferecer
melhores condições internas de seus prédios são igrejas que atraem e mantêm pessoas para
ouvir o evangelho, proporcionando o subseqüente crescimento na igreja.
4.1.12 Finanças
Sólidos recursos financeiros são a característica final de uma igreja efetiva. Callahan diz
que não é a quantidade de dinheiro em caixa que determina a efetividade de uma igreja, mas
sim a administração e uso do mesmo. Uma congregação efetiva investe seu dinheiro em seus
membros, programas e em planos de desenvolvimento. Ela planeja seu orçamento, não
ultrapassa os gastos planejados e presta contas de seus gastos com muita transparência. Isso
gera confiança nas pessoas e, conseqüentemente, o nível de contribuição não se torna
oscilante, o que gera confiabilidade para a realização de projetos evangelísticos.
4.2 A igreja com propósitos
Rick Warren é o autor do modelo e do livro com o título acima. Ele começa seu livro
perguntando não o que faz a igreja crescer, mas sim o que a impede de crescer. Ele inclusive
apela para o conceito de Rolland Allen (um dos pais da ênfase atual em crescimento e
plantação de igrejas) da expressão espontânea da igreja. Se a nossa igreja não está crescendo,
nós devemos perguntar “por que não”? Assim, Warren defende que quando uma igreja é
saudável, ela cresce o crescimento que Deus pretendeu para ela. Portanto, ele trabalha aquelas
coisas que fazem a igreja ser saudável, pois quando a igreja é saudável, o crescimento fluirá
espontaneamente.
A saúde da igreja somente pode ocorrer quando a mensagem da igreja é bíblica e sua
missão é equilibrada. Isso leva às cinco dimensões do crescimento da igreja, segundo Warren.
Igrejas crescem através de comunhão, discipulado, adoração, ministério e evangelismo.
Warren também defende que as igrejas não precisam escolher entre quantidade e
qualidade. O propósito de Deus é que as igrejas tenham os dois, mas lembremos que a
qualidade sempre produz quantidade, enquanto que a quantidade nem sempre é sinal de
qualidade. Portanto, para crescer saudável, a igreja deve investir no discipulado, na formação
de membros de qualidade e, então, ela também crescerá em quantidade.
Rick Warren procura corrigir um erro comum em muitos pastores e líderes: o erro de que
se nós somente trabalharmos duro, Deus fará a igreja crescer. Ele lembra, contudo, que
dedicação não é o suficiente. É preciso ter também habilidade (Eclesiastes 10.10). Nós não
somos observadores passivos da obra de Deus, mas devemos ser ativos participantes! Ele diz:
“Fidelidade é realizar tanto quanto é possível com os recursos e talentos que Deus nos tem
dado”. Então, resumindo, ao focalizarmos sobre a saúde da igreja, nós teremos o caminho
para o seu crescimento quantitativo.
Segundo Warren, as igrejas são dirigidas ou impulsionadas por vários fatores: tradição,
personalidades, programas, edifícios e outras coisas mais. No entanto, as igrejas precisam ser
dirigidas ou impulsionadas por um propósito definido. É isso que produz real crescimento.
Planos, programas e edifícios não duram para sempre, mas os propósitos de Deus sim.
O primeiro passo para se tornar uma igreja com propósitos é definir o seu propósito e,
então, comunicar esse propósito (ou propósitos) para todos na igreja. Definir o propósito de
uma igreja deve ser marcado por sério estudo bíblico e autorreflexão. Ao definir seu
propósito, a igreja deve escrever a sua declaração de propósitos, que deve ser bíblica,
específica, fácil de relembrar e mensurável.
A igreja de Warren desenvolveu a sua declaração de propósito em torno de cinco
palavras: Magnificação (adoração), Missão, Membresia, Ministério e Maturidade.
Parte da importância de definir o propósito da igreja jaz no fato de que nenhuma igreja
pode alcançar todas as pessoas. Para que a igreja seja mais efetiva no evangelismo, ela deve
decidir alcançar um alvo específico. O seu público-alvo deve ser definido e, então, alcançado
através de grupos de relacionamentos e por suprir as suas necessidades através da pregação e
da ajuda prática.
4.3 O desenvolvimento natural da igreja
A obra de Christian Schwartz é um monumental esforço para oferecer um substituto
ao pensamento tecnocrático inerente às teorias mercadológicas do movimento de
crescimento da igreja. Ele se preocupa profundamente com o crescimento da igreja, mas
constrói a sua preocupação sobre o fundamento da saúde da igreja. Ele diz que quando
os esforços de produzir crescimento na igreja falham é devido a ênfase exagerada nas
habilidades humanas. Segundo ele, “Deus tem providenciado tudo que é necessário para o
crescimento da igreja”.
Schwartz defende que cada igreja tem em si mesma um princípio biótico de
reprodução. Ela tem em si mesma todo o potencial, dado por Deus, para crescer e
reproduzir-se. Baseado nesta compreensão, ele volta a sua preocupação para a qualidade da
vida da igreja. Através de pesquisar centenas de igrejas, ele destilou o que ele considera ser
as oito características de uma igreja saudável, características que ele identifica como as
chaves universais para o crescimento saudável da igreja.
As oito características são:

4.3.1 Liderança capacitadora


Ou seja, os líderes de uma igreja saudável não fazem tudo, mas capacitam cada membro
da igreja para a obra do ministério. Igrejas saudáveis são igrejas lideradas por pastores que
treinam outros mais do que por pastores que fazem as “coisas acontecerem”.
4.3.2 Ministério orientado por dons
As pessoas primeiro descobrem seus dons e, então, passam a atuar no ministério que se
encaixa com seu dom. Igrejas baseadas em cargos ou que oferecem funções de serviço na
base do voto não seriam igrejas saudáveis.
4.3.3 Espiritualidade apaixonada
Isso significa que as pessoas vivem a fé cristã com alegria e entusiasmo. Há verdadeiro
compromisso com Cristo, com a causa de Cristo e com o corpo de Cristo.
4.3.4 Estruturas funcionais
Estruturas funcionais é o exato oposto do que é oferecido pelo tradicionalismo. O
tradicionalismo é relativamente estático e não está comprometido com autorreflexão, mas o
princípio de estruturas funcionais é dinâmico. Há e deve haver um constante processo de
avaliação e autorrenovação. Nesse sentido, as estruturas de uma igreja saudável promovem
uma contínua multiplicação do ministério.
4.3.5 Adoração inspiradora
Mais do que um culto orientado para não cristãos, o culto de adoração inspira as pessoas
que participam por causa da presença do Espírito Santo. Quando a adoração é inspiradora, ela
atrai as pessoas à igreja.
4.3.6 Pequenos grupos holísticos
Pequenos grupos holísticos são o lugar natural para os cristãos aprenderem a servir aos
outros – tanto dentro como fora do grupo – com seus dons espirituais. O desenvolvimento de
liderança, evangelismo e discipulado pessoal, tudo acontece dentro do grupo pequeno.
Schwartz enfatiza que a exata essência da vida de uma igreja é trabalhada em seus grupos
pequenos.
4.3.7 Evangelismo orientado pelas necessidades
Essa característica é alimentada por todas as características anteriores. Contudo,
Schwartz rejeita a noção de que cada cristão é um evangelista. Ele concorda com C. Peter
Wagner que não mais do que 10% de todos os cristãos têm o dom de evangelismo. A despeito
disso, ele insiste que cada cristão “use seus dons espirituais para servir aos não cristãos com
quem ele tem um relacionamento pessoal, para que eles ouçam o evangelho, e para encorajar
o contato com a igreja local”. Todos os esforços que constituem evangelismo devem ser
enfocados nas necessidades dos não cristãos.
4.3.8 Relacionamentos amáveis
A última característica de uma igreja que cresce naturalmente não é menos importante
que as demais. Desenvolver relacionamentos amáveis dentro da comunidade da fé assim
como com os de fora da comunidade é um princípio bíblico. “A congregação edificada sobre
um genuíno compromisso de amar uns aos outros como Jesus nos amou cooperará com os
líderes-servos e se tornará uma comunidade de amor”, diz Schwartz. Essa dinâmica atingirá
diretamente o desafio pós-moderno de uma comunidade significativa.
4.4 Dez características de uma igreja saudável
Stephen Macchia, presidente de Vision New England, começou anos atrás um longo
processo de auto-avaliação. Ele concluiu que “nós necessitamos determinar a saúde do
veículo que transportará a mensagem do evangelho e as pessoas do evangelho”. A partir daí
ele observou dez princípios ou características que fazem uma igreja saudável.

4.4.1 A presença capacitadora de Deus


“Uma igreja saudável procura ativamente a direção e capacitação do Espírito Santo para
sua vida e ministério diário” – ele diz. Macchia afirma que experimentar a presença de Deus
é da mais alta importância para a saúde da igreja inteira. Uma vida espiritual pessoal saudável
assim como uma igreja saudável começa com a dependência do Espírito Santo. Isso leva à
liberação dos frutos do Espírito e ao crescimento espiritual.
4.4.2. Adoração
“A igreja saudável se reúne regularmente como a expressão local do corpo de Cristo para
adorar a Deus de uma maneira que envolve o coração, a mente, a alma e as forças do povo”.
Para Macchia o propósito central da adoração é levar as pessoas a Deus: “nós cantamos a
Deus mais do que nós cantamos sobre Deus, a despeito do estilo de música que serve de canal
para Sua presença”.
4.4.3 Disciplinas espirituais
“A igreja saudável providencia treinamento, modelos e recursos para os membros de
todas as idades desenvolverem as suas disciplinas espirituais diária” (Macchia). Além disso,
“nosso relacionamento com Deus tem um impacto direto sobre nosso relacionamento com os
outros, a nossa habilidade de tomar decisões, nossa compreensão de nossa missão e nossa
visão para o serviço no ministério” (Macchia). Assim, segundo Macchia, uma das maiores
necessidades dos membros de uma igreja saudável é cultivar as disciplinas do silêncio e da
solicitude.
Ele também enfatiza que para ministrar a um mundo ferido a nossa alma deve estar
centrada em Cristo. “Jesus não nos fala de uma mudança de atividades, uma mudança de
contatos, ou mesmo uma mudança de lugar. Ele fala de uma mudança de coração” (Macchia).
Assim, gastar tempo para refletir é essencial para desenvolver uma vida espiritual saudável e
uma igreja saudável. “Superficialidade é a maldição de nossa era. A doutrina de satisfação
instantânea é um problema espiritual primário. A necessidade desesperadora de hoje não é
por um grande número de pessoas inteligentes, ou pessoas dotadas, mas de pessoas
profundas”.
4.4.4 Comunidade
“A igreja saudável é intencional em seus esforços de edificar amáveis e carinhosos
relacionamentos dentro das famílias, entre os membros e dentro da comunidade onde ela
serve” (Macchia). Deste modo, a igreja se torna uma comunidade alternativa bem-vinda
dentro da comunidade secular.
4.4.5 Relacionamentos
Macchia lista sete questões específicas que uma igreja necessita considerar em seu
desejo de desenvolver os relacionamentos: (1) cuidado com as crianças, (2) camaradagem, (3)
cada membro deve pertencer a um grupo pequeno em aliança, (4) educação cristã, (5)
desenvolver continuamente mestres na igreja, (6) boa comunicação entre a liderança e a
igreja inteira, (7) ser uma comunidade de impacto.
4.4.6 Liderança servidora
Macchia diz que “a igreja saudável identifica e desenvolve indivíduos a quem Deus tem
chamado e dado o dom de liderança e os desafia para se tornarem líderes-servos”. Macchia
aponta para Jesus como o exemplo primário de um estilo de liderança servidora. Enquanto
Ele investia a Si mesmo em Seus discípulos, Ele foi um modelo de humildade, serviço e
pastoreio – três princípios essenciais da liderança servidora. Ele define liderança nas palavras
de J. W. McLean: “uma pessoa envolvida num processo de influenciar e desenvolver um
grupo de pessoas em ordem para realizar um propósito por meio de poder espiritual”.
4.4.7 Foco para fora
“Uma igreja saudável dá alta prioridade em comunicar a verdade de Jesus e demonstrar o
amor de Jesus àqueles que estão fora da fé cristã” (Macchia). A igreja saudável dá um alto
valor ao evangelismo. Macchia enfatiza a importância de compreender o processo de
evangelismo da perspectiva daquele que busca. Ouvir as suas necessidades e construir a sua
confiança é o mais importante.
4.4.8 Administração
“A igreja saudável utiliza prédios, equipamentos e sistemas apropriados para
providenciar suporte máximo para o crescimento e desenvolvimento de seus ministérios”.
Macchia sugere que a igreja saudável desenvolva a sua agenda administrativa ao redor de
cinco componentes: (1) planejamento estratégico, (2) estabelecimento de objetivos, (3)
estruturas de prestação de contas, (4) avaliação regular e (5) responsabilidade administrativa.
“Pensamento e planejamento estratégico ajuda a nos integrar à vontade do Espírito Santo,
nossa própria singularidade como igreja, e nossa contínua responsabilidade como líderes para
desenvolver uma igreja centrada em Cristo” (Macchia).
4.4.9 Trabalhar em rede
Macchia afirma que “a igreja saudável alcança a outros no corpo de Cristo para
colaboração, compartilhar recursos, oportunidade de aprendizado e celebrações de louvor”.
Macchia ressalta o testemunho do Novo Testamento de como as igrejas primitivas buscavam
encorajamento e aprendizado uns das outras. Baseado em exemplos bíblicos, ele apela para as
congregações se estenderem além de seus próprios limites eclesiásticos ou denominacionais
enquanto elas buscam ser igrejas saudáveis. “Ao invés de meramente focar no crescimento e
desenvolvimento de sua igreja local, una-se à família de Deus enquanto nós influenciamos as
nossas comunidades, a nossa nação e o nosso mundo para Cristo – juntos! Para a saúde da
igreja, não há nenhuma alternativa” (Macchia).
4.4.10 Mordomia
Segundo Macchia, “a igreja saudável ensina a seus membros que eles são mordomos de
seus recursos dados por Deus e desafia-os a sacrificar generosamente ao compartilhar com
outros”. Macchia enfatiza a natureza da mordomia como mais do que simplesmente reunir-se
para fazer o orçamento anual ou levantar fundos para projetos. Ele define a mordomia cristã
como um estilo de vida. “A questão central é nosso amor por Deus com todo o nosso coração,
alma, mente e força e nosso amor por nosso próximo como a nós mesmos” (Macchia).
Enquanto nos voltamos a Cristo para direção e liderança, nós devemos também nos voltar uns
aos outros para parceria e suporte.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste último livro da série “Discipulado Bíblico”, nós procuramos mostrar qual é a real
dimensão da ordem evangelística registrada nos evangelhos. Cada evangelho enfatiza um
aspecto da ordem e somente poderemos dizer que temos cumprido a ordem evangelística
quando colocarmos em prática cada um deles. Contudo, não basta compreendermos os
diferentes aspectos da obra de evangelização – nós também precisamos compreender qual é a
mensagem central do evangelho de Cristo, pois como cumpriremos a ordem de pregar o
evangelho se conhecermos o evangelho a ser proclamado? E hoje, mais do que nunca,
precisamos conhecer e compreender claramente o conteúdo e as implicações da mensagem de
Cristo.
Além de conhecermos os diferentes aspectos da obra evangelística e o conteúdo do
evangelho, nós também precisamos seguir o exemplo da igreja do primeiro século da era
cristã em seus esforços de levar a Palavra de Cristo até os confins da terra. A igreja recém
formada seguiu diversos princípios a fim de espalhar a mensagem do evangelho e esses
princípios a levaram a uma grande colheita de almas para o Senhor. Assim, se nós seguirmos
esses mesmos princípios nos dias atuais, nós poderemos estar certos de que também
poderemos obter uma boa colheita, afinal, os campos já estão prontos para serem colhidos.
Quando pensamos, porém, na grande colheita de almas para o Senhor, devemos lembrar
que é necessário usar diferentes métodos para alcançar o objetivo final de levar as pessoas a
darem o ‘sim’ completo de obediência a Cristo. Nenhum método é infalível ou melhor do que
o outro; tudo depende da direção do Senhor e das condições do campo que precisa ser
trabalhado, plantado e colhido. No entanto, temos que dar uma atenção especial à peça-chave
da evangelização dos campos de colheita espiritual, que é você. Sim, você que é um cristão
nascido de novo, redimido pelo sangue de Jesus, você é a peça principal na ceifadora de Deus
neste mundo. Deus quer e pode usar a você para levar muitas pessoas à conversão espiritual.
Deus quer usar você para levar a mensagem de Cristo a quem ainda precisa ouvi-la. Assim,
gaste um tempo agora ao terminar a sua leitura deste livro para orar ao Senhor e encomendar
a sua vida ao Seu serviço, a fim de que aqueles que ainda não conhecem a Cristo venham a
conhecê-lo por meio de sua pregação e de seu testemunho.
Uma vez que você esteja comprometida em compartilhar a Cristo com outras pessoas,
seja através da evangelização pessoal, distribuição de folhetos, evangelização em massa ou
através de grupos pequenos, ou outro meio qualquer, é importante considerar que aqueles que
creem precisam se unir a uma igreja saudável. Assim, considere os diferentes princípios e
modelos que foram mostrados aqui sobre o crescimento da igreja e veja quais seriam
aplicáveis em sua localidade e igreja. Talvez o Senhor mostre para você algum outro
princípio ou talvez você possa adaptar o que aprendeu aqui. O importante é que você entenda
que edificar igrejas saudáveis é parte da grande obra de evangelização, pois não adianta
colher se você não tiver onde guardar o que foi colhido. A igreja é o grande celeiro onde as
pessoas conquistadas para Cristo deverão ser guardadas por meio da oração, do ensino da
Palavra, da comunhão e das diferentes práticas cristãs individuais e coletivas. Portanto,
considere não somente a importância de ser uma testemunha efetiva para o Senhor, mas
também em ser um canal por meio do qual a sua própria igreja também possa se tornar um
canal coletivo por meio do qual muitas vidas serão edificadas na fé, no amor e na esperança.
Se você fizer isso, então, o objetivo básico deste livro terá sido alcançado.
Unidade III – Questões Para Revisão

Após completar a Unidade II, você deverá responder as questões abaixo. Use uma folha
de papel ou um arquivo de computador para responder. Não precisa transcrever as perguntas,
mas apenas identifique cada questão respondida com o número da mesma.

1. Resuma a ordem evangelística registrada nos evangelhos.


2. Qual é a mensagem central do Evangelho?
3. Cite dois princípios evangelísticos utilizados pela Igreja Primitiva.
4. Quem é a peça fundamental no evangelismo pessoal?
5. Cite duas razões para ganharmos almas ao Senhor.
6. Cite 4 chaves para o crescimento de uma igreja efetiva.
7. Qual é o significado de ser uma igreja orientada por propósitos?
8. Cite 3 características do crescimento natural da igreja.
9. Cite 5 características de uma igreja saudável.
Unidade IV – Trabalho Final

As informações que você recebeu durante o estudo principal foram planejadas para
providenciar um fundamento básico de compreensão sobre o tema estudado. Mas nós
queremos que você interaja com o que aprendeu a partir de suas próprias experiências. Todo
o material deste livro foi elaborado para ajudá-lo a viver e ministrar o tema proposto.
Portanto, as ideias e conceitos que você aprendeu são muito importantes para nós. Deste
modo, o trabalho final é importante para sabermos o que você aprendeu e como você aplicará
este material em sua vida e/ou em seu ministério.

Tarefa:

Escreva uma redação (mínimo de 50 linhas) a respeito de um dos modelos ou princípios


sobre o crescimento da igreja que consideramos na parte final do estudo principal deste livro.
Certifique-se de apresentar os pontos que você considera mais importantes e a sua
justificativa, bem como aqueles pontos com os quais você não concorda e a sua justificativa
para tanto.
Sobre o autor

Evaristo Filho é teólogo, cientista social, escritor e professor. Ele é o fundador e diretor do
SETEB – Seminário Teológico Evangélico Bíblico, um ministério cristão que oferece cursos
‘livres’ de teologia sem cobrar mensalidades. Através do SETEB, o autor deste livro tem
facilitado o acesso a uma educação teológica de qualidade para líderes brasileiros e luso-
africanos em várias partes do mundo. A sua grande paixão é ver centenas de igrejas sendo
edificadas de acordo com o modelo padrão do Novo Testamento, a fim de que o evangelho
seja pregado a milhares de pessoas que se converterão e serão discipuladas.
Outros livros por este autor

Por gentileza, visite seu distribuidor favorito de e-books para descobrir outros livros por
Evaristo Filho:

Como a igreja deveria ser


Cristianismo: o que fazer com ele?
O Cristão Bíblico
Conhecendo a igreja
Oito temas essenciais para o cristão
Reflexões e exortações
Ser como Jesus
Vida dedicada a Deus
A vida cristã: princípios elementares

Outros livros da série “Discipulado Bíblico”:

Síntese Bíblica: conhecendo melhor as Escrituras – Livro 1


Como Estudar a Bíblia – Livro 2
Disciplinas para o crescimento espiritual – Livro 3
Discipulado pessoal – Livro 4
Fundamentos Bíblicos – Livro 5
Evangelismo – Livro 6

Série “Liderança Bíblica”:

Princípios de liderança cristã – Livro 1


Princípios de administração bíblica – Livro 2
Introdução ao Estudo da Teologia – Livro 3
Hermenêutica: princípios de interpretação bíblica – Livro 4
Homilética: pregação e ensino – Livro 5

Série “Ministérios da Igreja”:

A visão essencial – Livro 1


Introdução à Missões – Livro 2
Plantação de Igrejas – Vol. 1 – Livro 3
Plantação de Igrejas – Vol. 2 – Livro 4
Ministérios com crianças – Livro 5
Ministério com jovens – Livro 6
Grupos pequenos – Livro 7
Conecte-se com o autor

Eu realmente espero que você tenha apreciado a leitura do livro. Se quiser entrar em contato
conosco, envie um e-mail para jeof@hotmail.com.br

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