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Mecânica dos Solos II – Teórica

Teoria do Corte

Parâmetros intervenientes na Resistência de Corte. (Parâmetros não Intrínsecos)

A resistência ao corte é a máxima resistência que o solo oferece às tensões tangenciais. Quando essa resistência limite
é excedida, dá-se a rotura, geralmente sob a forma de superfícies de escorregamento. (ex: Rotura de fundações,
escorregamento de taludes e os impulsos sobre obras de suporte).
Os parâmetros que intervêm na obtenção da resistência ao corte são o atrito interno, caracterizado como o atrito físico
resultante de fricção entre as partículas e o atrito fictício que resulta da oposição ao desencaixe das partículas entre si,
e a coesão, sendo esta a resistência devida às forças tendem a manter unidas as partículas de uma massa sólida. Tanto
o atrito interno como a coesão dependem do elevado grau das condições de carregamento e do teor de Humidade. É a
lei de Coulomb que rege a ruptura por corte nos solos.

Refira a necessidade de se realizarem ensaios em várias situações, nomeadamente ensaios rápidos, rápidos
consolidados e ensaios lentos. Refira exemplos.

Os ensaios de areia são executados com drenagem, em que as condições de drenagem devem ajustar-se ás condições
a que o solo está sujeito no campo.
Os ensaios consolidados não drenados são usados quando se verificam variações do teor de humidade, devidas à
consolidação, afluências de água ou outras causas.
Os ensaios drenados são usados em problemas com solos arenosos, mas também por vezes são utilizados em solos
argilosos para estudo da estabilidade de uma barragem de terra, de um aterro ou um muro de suporte.
Os ensaios não drenados com a aplicação da tensão neutra, tem aplicação para solos coerentes, substituindo os
ensaios drenados.

Mencione e explique os tipos e condições de ensaios de corte que estudou e dê exemplos de sua utilização.

Ensaios de corte directo -Laboratório (caixa de corte directo/Vane-Test) e campo (Vane-Test)


Ensaios indirectos -Laboratório (compressão triaxial/simples)

O ensaio de caixa de corte tem como objectivo medir as variações de volume e consolidação da amostra. Como as
areias consolidem mais rapidamente se forem drenadas, fazendo o ensaio verifica-se que esta empola e dá-se a
rotura precisamente no momento em que diminui a resistência ao corte. A areia solta sofre uma compactação sob a
acção de corte.
O ensaio Vane-Test em laboratório é utilizado para avaliar a coesão em solos argilosos moles. E medido o ângulo de
rotação, o qual será tanto maior quanto for a coesão. Em campo, o ensaio é igual mas com um aparelho maior.
O ensaio de compressão triaxial é adaptável a ensaios drenados e não drenados, e são aplicados ao provete pressões
axiais e laterais, isto é, para uma determinada pressão de câmara aplica-se uma tensão, até levar a amostra à rotura.
São necessários vários ensaios (>3) até que se verifique alguma fiabilidade.
O ensaio de compressão simples é idêntico com pressão lateral nula e é apropriado para solos finos coerentes.

Carlos França
Nº 980012
28-01-03
Mecânica dos Solos II – Teórica

Recorrendo ao círculo de Mohr, se assim o entender, explique porque razão a cedência por corte não tem
necessariamente que se efectuar pela superfície onde está instalada a maior tensão tangencial de corte.
Utilizando o Círculo de Mohr explique em que consiste o estado Limite de Corte:

A cada par de valores σ1 e σ3 corresponde um círculo de Mohr, representativo de um estado de tensão. Os círculos
de mohr aos quais a recta de Coulomb de um determinado solo é tangente I correspondem a estados de limite I o
ponto de tangência corresponde ao plano em que se dá a rotura e faz com o plano I onde actua a tensão principal. T1 I
um ângulo teta = 45º + θ

Na rotura o valor de τ` não corresponde ao valor do raio do circulo representativo do estado limite, isto é, existirão
direcções com maiores τ, mas em que a resistência do solo é maior devido a um maior valor de T .
Quando o círculo de Mohr fica aquém da recta de Coulomb o solo encontra-se me equilíbrio estático.
Para um dado solo nenhum círculo de Mohr poderá ultrapassar a recta de Coulomb, isto é, não há estado de tensão
para além do estado limite.

COEF. REPOUSO (Ko) -O coeficiente de impulso Ko é a relação entre o impulso exercido pelo terreno num plano
e o impulso exercido pelo fluído correspondente quando não há escoamentos. As argilas são estáveis num suporte até
certa profundidade (0.5 a 0.75)( m )e por isso o coeficiente de impulso só pode ser aplicado a uma profundidade
considerável .

Explique como, do ponto de vista físico, ocorrem os estados plásticos limites de equilíbrio e relacione-os com os
impulsos dos maciços terrosos. Refira como funciona a resistência ao corte no valor dos impulsos

O cálculo da pressão de rotura plástica consiste no empurramento de uma cunha para baixo produzindo impulsos
laterais que vencem o impulso passivo do solo de cada um dos lados da sapata. A profundidade de cunha diminui
quando aumenta a rugosidade da base da sapata. A expressão que reúne maior número de elementos que interessam
na pressão de rotura é a de Terzaghi que tem em conta a resistência do solo ao corte, o peso das terras adjacentes à
fundação, a profundidade e da forma da própria fundação.

Carlos França
Nº 980012
28-01-03
Mecânica dos Solos II – Teórica

Caracterize os estados limites correspondentes ao impulso activo e passivo aplicados pelos solos e ponha em
confronto as duas teorias clássicas que estudou.

O impulso é a acção que os maciços terrosos exercem sobre as respectivas obras de suporte.

Impulso Activo (estado limite de equilíbrio inferior) – Quando a obra tem possibilidade de se deslocar, afastando-se
do maciço, este tende a expandir-se percorrendo estados intermédios de tensão e mobilizando a sua resistência ao
corte, diminuindo o impulso até á altura de cedência, instante que o impulso é mínimo -tendência do solo em se
afastar da estrutura. No impulso activo, o peso do solo favorece a expansão do solo, opõe-se à resistência ao corte,
aumentando o impulso.

Impulso Passivo (estado limite de equilíbrio inferior) – Quando a obra de suporte, que ao receber uma acção, se
desloca comprimindo o solo, este reage com um impulso que vai aumentando até á altura de cedência, instante em que
o impulso é máximo. No impulso passivo, o peso do solo favorece a compressão do solo, sobrepondo-se á resistência
ao corte e aumentando o impulso.

O impulso activo é o menor dos impulsos que o terreno exerce sobre a obra de suporte no momento em que toda a
resistência ao corte se encontra mobilizada no sentido de contrariar a acção da gravidade. Nesta altura designa-se por
estado de equilíbrio inferior. O impulso passivo é o maior dos impulsos na ocasião em que está prestes a dar-se a
cedência, o que implica que nesta altura esteja mobilizada toda a resistência ao corte do terreno, logo o impulso
passivo terá que ser sempre superior ao impulso activo. As teorias que foram aplicadas para desenvolveram este
estudo foram as de Coulomb e Rankine

Ponha em destaque as duas teorias clássicas para a quantificação de impulsos, incluindo as suas limitações.

As duas teorias clássicas para a determinação do impulso são a de Coulomb e Rankine. Ambas consideram o solo
sem coesão. (solos incoerentes como a areia seca), o que na prática raramente se encontra. Ambas consideram que a
superfície de ruptura do solo é plana, o que é correcto para os solos incoerentes, o mesmo não se passa com os solos
coerentes, pois estes tendem a deslizar segundo uma superfície curva.
As teorias clássicas foram formuladas por Coulomb e Rankine para o cálculo dos impulsos activo/passivo. Rankine
não estudou as tensões exercidas pelas terras no paramento do muro de suporte, mas considerou tensões
desenvolvidas no interior de um maciço terroso devido ao seu peso próprio actuando verticalmente; considerou
também que a pressão do terreno numa faceta vertical actuando paralelamente à superfície (tensão conjugada de
pressão vertical), hipótese que conduz a erros quando aplicada a muros de suporte.
A teoria de Rankine baseia-se na equação rotura de Mohr.
Coulomb em vez de estudar o equilíbrio de um elemento de solo no interior de um maciço, estudou o equilíbrio do
conjunto do material suportado quando o muro se encontra prestes a afastar do terrapleno.

Carlos França
Nº 980012
28-01-03
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Obras de Suporte

Descreva sucintamente as obras de suporte e refira o essencial sobre o modo como resistem.

Muros de Suporte

As obras de suporte podem ser realizadas de diversas formas, dependendo da sua envergadura do seu carácter,
(provisório ou definitivo), da sua função (somente a absorção de impulsos ou garantia de estanquicidade), existência
de materiais com aptidões no local da obra e das próprias características da mesma.

- Obras de Suporte com possibilidade de rotação em tomo de uma aresta avançada.


- Obras de Suporte que não cedem por rotação em torno de uma aresta avançada: Cortinas ancoradas; estacas prancha.

Muros de gravidade (resistem por acção do peso próprio) -Podem ser de alvenaria de pedra, betão ciclópico e em
terra armada (aterro armado).

Muros de betão armado -São obras de suporte que, para a mesma altura de terreno a suportar, terão pesos próprios
consideravelmente inferiores aos dos muros de gravidade.

Se no local, existir este ou aquele material, onde se vai construir a obra, optamos pela melhor solução das estruturas
de suporte feitos por este material, por questões de economia e segurança. Poderemos conceber a obra de suporte
também de um material tal que se enquadre na paisagem vegetal ou urbana por questões estéticas.

Critério para verificação da estabilidade de um Muro de Suporte

Na verificação da estabilidade de um muro de suporte deve-se considerar o equilíbrio estático e o equilíbrio elástico.
Em relação ao equilíbrio estático ternos que considerar os impulsos activos e passivos tendo-se que salientar que são
necessários deslocamentos muito elevados para a modificação do impulso passivo enquanto que para o impulso activo
bastam deslocações muito reduzidas. Relativamente ao equilíbrio elástico, as verificações de estabilidade tem a ver
com as roturas ou deformações estruturais fora do âmbito da Mec. Solos, não sendo aqui referenciadas. A verificação
para o equilíbrio estático compreende os seguintes estados limites últimos: escorregamento global, rotação do solo de
fundação, derrubamento (rotação), escorregamento pela base.

Carlos França
Nº 980012
28-01-03
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Cortinas e Estacas-Prancha

Tipos de Estacas-Prancha: - Estacas-Prancha em consola.


- Estacas-Prancha ancoradas com apoio simples no terreno.
- Estacas-Prancha ancoradas encastrada no terreno

Mencione os factores que poderão levar a optar por um dos diferentes tipos que estudou

Estacas com ancoragem e com encastramento para solos não coerentes e com nível freático o comprimento da ficha
ou de encastramento deverá ser tal que salvaguarde a estabilidade da cortina em rotação m como a segurança
relativa a percolação a fim de evitar fluidificação (areias movediças). A ficha da estaca aumenta com a altura do
terreno e diminui com o aumento do ângulo de atrito interno. Para existir contra-impulso é necessário
encastramento e quando não temos a solução é ficha mínima e ancoragem.

Qual a importância da informação do ângulo de atrito de um terreno para o cálculo da ficha de uma cortina.

É importante que se tenha uma aproximação do valor do ângulo de atrito interno do terreno para o cálculo da ficha
dada. A dependência das características do terreno na resistência ao corte a ficha de uma cortina é directamente
proporcional a altura do terreno a suportar e inversamente proporcional ao ângulo de atrito desse terreno

O que poderá levar a ancorar uma Estacas-Prancha?

As estacas contribuem com a sua elevada resistência ao corte para a resistência total mobilizável e as ancoragens
sendo interceptáveis por partes do terreno, isto é, por superfícies de deslizamento contribuem para o momento de
respectivo pré-esforço J para o momento das forças estabilizadoras. Assim a ancoragem da estaca deverá ser
utilizada Quando por Qualquer motivo só poderemos utilizar a ficha mínima, logo a ancoragem é necessária para
garantir a estabilidade ou segurança da estaca. A ancoragem contribui para o momento das forças estabilizadoras.
As estacas prancha são estruturas de suporte do terreno que não cedem por rotação em tomo de uma aresta. O tipo
de estacas a utilizar vem em função das propriedades dos solos, das condições do nível de água, do espaço
disponível e de situações vizinhas. A ficha da estaca aumenta com a altura do terreno e diminui com o aumento
do ângulo de atrito interno.

Carlos França
Nº 980012
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Taludes

Qualquer ta1ude está sujeito á acção de me teorização tais como a neve, geada, ventos, chuva e a erosão dos rios ou
do mar no seu pé. O efeito combinado destes elementos é o de diminuição da inclinação dos taludes aumentando a
sua extensão. Se o fenómeno se der a grande escala, podemos ter um escorregamento de taludes muito violentos:

- Desmoronamento de um penhasco arrastando taludes de atritos rochosos, destruindo uma estrada. Escorregamentos
Circulares.
- A erosão interna provocada pela acção da água num estrato arenoso causando afundamentos e escorregamentos.
- Camadas de turfas lubrificadas. pela neve a derreter ,escorregando sobre superfícies rochosas inferiores.
- A argila e o xisto amolecidos pela chuva, podem formar uma camada superficial sem resistência sobre o material
rijo, assim toda a camada pode começar a escorregar.

O que entende por superfície crítica e diga como poderá ser determinada e qual a importância de se conhecer.

Quando o material é suficientemente homogéneo para se poder admitir que a sua resistência de coesão é constante em
toda a superfície do escorregamento, pode-se detem1inar facilmente um circulo fictício, onde se localiza o
escorregamento que passa no pé do talude ou abaixo do mesmo. E de maior importância pois ficamos a saber então
em que limites se vai dar o escorregamento.

Medidas para a estabilização de Taludes

1) Construir um muro de suporte externo para estabilizar o pé do talude. Isto pode ser, conseguindo cravar estacas
que atrevessem o talude na parte inferior e levantando um muro de suporte ao longo do pé, ou então por meios de
grandes cargas externas aplicadas ao pé do talude.
O 1ºprocesso (estacas ou muro suporte )só é bom quando as suas proporções são grandes e as fundações descem
abaixo da superfície de escorregamento .O processo é usualmente considerado como temporário sendo satisfatório.

2) Remoção do material susceptível de escorregar. Se o material a escorregar for retirado na crista do talude, o
momento derrubador é reduzido pois o peso do solo é diminuído .Alguns métodos :

a) Reduzindo o declive do talude J aumenta o coeficiente de segurança.

b) Como a superfície do. talude atravessa diferentes estratos. o material mais fraco que está no topo
dispõem-se enquanto que o material mais resistente com declive maior.
c) Redução do peso da porção superior do talude executado por um ou mais patamares.

3) Aumento da resistência do solo onde pode ocorrer escorregamento através da drenagem. A diminuição do teor de
humidade melhora as capacidades resistentes do solo.

Carlos França
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Os escorregamentos que geralmente ocorrem em maciços terrosos podem dividir-se em:

- Escorregamento planares: movimentos de translação

- Escorregamentos Circulares: movimentos de rotação

- Escorregamentos mistos.

- Queda de Blocos

Causas que podem estar na origem destes escorregamentos

Taludes naturais:

-características geológicas e geotécnicas dos materiais constituintes.


-regime hidrogeológico no interior do maciço.
- Manifestações sísmicas.

Exemplo da importância da passagem da água por percolação no talude do interior para o exterior deste
(Aplicação).

A maior parte das instabilidades de taludes esta relacionada com problemas de ordem hidrogeológica, assim em
regime de percolação a pressão neutra intersticial aumenta diminuindo assim em certa medida as características
geotectónicas do terreno, principalmente pelo amolecimento e redução da resistência ao corte J degradando a
superfície do solo e aumentando o seu peso especifico J com isto tudo possibilitando o escorregamento do talude. A
estabilidade dos terrenos cujo coeficiente de segurança é insuficiente por este tipo de problemas de percolação pode
ser melhorada drenando-os através de trincheiras drenantes; esporões drenantes; drenos ; mascaras drenantes ,etc.
drenagem tem por papel reduzir a pressão intersticial neutra dos terrenos e não drenar caudais importantes I ao '
diminuir a pressão neutra vai diminuir também o peso específico do terreno logo melhora significativamente o
coeficiente de segurança.

As fases do fenómeno de taludes são distintas e com mecanismo diferentes:


a) A rotura inicial delimitando um volume libertado.
b} O deslizamento desse volume para jusante .
c} A água tem um papel importante na rotura.

Carlos França
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Fundações

Tipos de Fundações

Os tipos de fundações que existem são fundações superficiais (directas) e profundas (indirectas).
Se admitirmos que nas fundações superficiais o solo que se situa acima da face inferior actua apenas como sobrecarga,
não haverá dúvida que a carga é entregue ao solo exclusivamente através da parte inferior e daí a designação directa.
No caso de fundações profundas temos que admitir que a aderência lateral está sempre presente, a carga não é
exclusivamente feita pela ponta da fundação, sendo assim chamadas indirectas.

Fundações Superficiais – Sapatas isoladas, sapatas contínuas, ensoleiramentos


Fundações Profundas – Estacas, cravadas e moldadas; Pegões

Os critérios da escolha do tipo de fundação dependem do tipo de terreno, do tipo de carregamento e das condições de
assentamentos.
As fundações superficiais deverão ser utilizadas quando a camada resistente está a pouca profundidade. Utilizaremos
sapatas se a estrutura for leve, e ensoleiramentos se a estrutura for pesada.
As fundações profundas utilizam-se onde os terrenos superficiais forem pouco consistentes e a estrutura a fundar for
de grande porte.

Bolbo de Tensão – Designa-se à zona do maciço de fundação afectada pela carga. Tem elevada importância
porque é através dele que se vê até que profundidade deve ser efectuada a prospecção do solo, para se estudar a
estabilidade da fundação. O interesse é o de facilitar a análise da propagação de uma carga ou a profundidade
permitindo verificar a sobreposição de efeitos devido a vários carregamentos e' a ver qual a intensidade com que
um carregamento atinge uma camada compressível. Designa-se de BOLBOS DE TENSÃO, ao conjunto de
superfícies isostáticas (curvas ou superfícies que ligam os pontos de igual pressão vertical), para cargas
concentradas.

Pressões de Contacto – são pressões que surgem na zona de entrega de uma carga através de uma fundação, a
distribuição das pressões de contacto depende das características mecânicas do solo e da rigidez da própria fundação.
Em solos argilosos os terrenos são compressíveis e a deformação é maior no centro obtendo assim pressões menores
do que nos bordos da fundação. Se as fundações são flexíveis, elas acompanham a deformação.
Em solos arenosos temos terrenos, incompressíveis, a resistência ao corte é nula na periferia e no centro temos as
maiores pressões.

Carlos França
Nº 980012
28-01-03
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Variação do bolbo de pressões com a área carregada, admitindo a mesma pressão de contacto.

Para cada tipo de carregamento temos um bolbo característico e no caso de áreas quadradas ou circulares é costume
limitar os bolbos pela curva Tz = 0.20 g .A profundidade atingida por essa curva é de cerca de 1.5 d que determinará
o valor mínimo onde deverão ser estudadas as propriedades do solo

1- Pequena área carregada I provocando um bolbo de pequena profundidade.


2- Maior área carregada com a mesma carga unitária originando um bolbo de maior profundidade.
3. Se tivermos pequenas áreas carregadas mas muito próximas, provocam bolbos muito mais profundos quando
comparados com o primeiro.

Numa fundação superficial num solo argiloso quais são os critérios de dimensionamento mais importantes a curto
e longo prazo.

O dimensionamento de fundações superficiais dependem de critérios de rotura e deformação com efeito procuramos
assegurar uma conveniente margem de segurança em relação à rotura os assentamentos deverão ser compatíveis
com as exigências da estrutura, segurança estéticas e funcionais. Apesar de serem os assentamentos que influenciam
o dimensionamento, a verificação da -segurança relativamente à rotura não deverá ser dispensada. O cálculo da
pressão da rotura plástica é obtido através de um método que consiste na ocorrência de uma cunha que ao ser
empurrada produz impulsos laterais que vencem o impulso passivo do solo.

Carlos França
Nº 980012
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Consolidação e Assentamento

Processo de consolidação.

A consolidação resulta da compressão do solo através de uma carga estética.

Partes da consolidação : - reversível – redução da espessura das películas de humidade que separam as partículas.
- Irreversível – alteração na redução das partículas.

Parâmetros que conduzirão á previsão de um assentamento:

- Coeficiente de compressibilidade.
- Índice de compressibilidade
- Grau de consolidação
- Velocidade de consolidação
-coeficiente de consolidação
- Variação da pressão
- Altura do solo.
- Factor do tempo

Dê uma explicação física do processo de consolidação dos solos caracterize fundamentalmente os parâmetros que
conduzirão à previsão de um assentamento e respectivo tempo para a sua ocorrência.

O volume do estrato de argila é constituído pelo volume das partículas sólidas e pelo volume de vazios que
compreende o volume de água e de ar.
Quando um solo é carregado, a pressão no estrato de argila aumenta forçando a expulsão de água no estrato. Quando
isso acontece, o volume de vazios vai diminuir, provocando assim uma diminuição de volume e o consequente
assentamento.

Os parâmetros são os seguintes:

-Altura do estrato, variação da altura do estrato e aumento de pressão.


t- Tempo de ocorrência do assentamento:
d - distância de onde se dá a drenagem

Os factores intervenientes na previsão dos assentamentos para um determinado tempo são:

-Coef. de consolidação, tempo de consolidação e maior distância que uma partícula de água tem que percorrer para
abandonar o estrato.

Carlos França
Nº 980012
28-01-03
Mecânica dos Solos II – Teórica

Justifique a necessidade de controlar as pressões neutras durante um processo de consolidação


acelerada. No caso dessa consolidação decorrer simultaneamente coma execução de um aterro de
altura. Considerável qual a implicação que um excesso de pressão neutra terá na segurança da obra.

- Grandes assentamentos ao longo do tempo


- Aumentar a capacidade resistente do solo

Processos:

Carregamento ou pré-carga.
Introdução num maciço de menos verticais de elevada permeabilidade (colunas de estacas de areia ,
geodrenos ).
As estacas de areia são muito impermeáveis, ao atingir estas, a água seca como se fosse dentro de um tubo.
Os geodrenos são tubos com paredes de material têxtil e são achatados.

Qual o interesse no conhecimento de pressão de pré-consolidação?

Quando recolhemos uma amostra, o perfil do terreno e tendo em conta apenas o peso próprio, determina nc,ponto de
recolha numa pressão PO.

A consolidação da amostra, decorrente da sua história geológica, poderá ter ocorrido para uma pressão superior PC,
que foi diminuindo para PO devido a um processo de erosão do terreno.
Quando isso acontece, dizemos que o solo é sobreconsolidado ou pré-consolidado e a pressão de pré-consolidação
pode ser determinada a partir da construção empírica de Casagrande.

Interesse em conhecer PC

Suponhamos que um carregamento transmite em determinado ponto um acréscimo Pl;

Se PC = PO, o terreno diz-se normalmente consolidado. Um acréscimo P 1 provocará uma defolmação. por
compressão ao longo d a recta virgem.

Se PC > PO, o terreno já esteve submetido a uma pressão maior, diz-se pré-consolidado e só haverá deformação ao
longo da recta virgem quando (PO +Pl) > PC.

Se PC < PO, trata-se de um solo que ainda não atingiu as condições de equilíbrio e a deformação ao longo da recta
virgem dar-se-á de acordo com a diferença (pO -PC) sem se introduzir qualquer acréscimo PI.

Carlos França
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28-01-03
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Efeitos da consolidação

Os efeitos de assentamentos dependem não só da sua grandeza mas também do grau de uniformidade e da natureza da
obra a efectuar.

Causas de assentamentos: - cargas estáticas


- Cargas móveis.
- Variações do teor de humidade
- Escavações subterrâneas.

Em situações marcadamente desfavoráveis como poderá atenuar previamente os efeitos de consolidação?

- Colocar um aterro antes da execução da obra (para aumentar a pressão) ou formação de poços filtrantes
- Aumentar a área das sapatas.
- Rebaixamento do nível das fundações
-utilização de fundações em estacas
-estabilização do solo pela utilização de agentes quimicos, cimentos ou materiais betuminosos.
- Fazendo um projecto de estruturas sujeitos a assentamentos.

Carlos França
Nº 980012
28-01-03

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