Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Imprimir ()
15/08/2019 - 05:00
As três maiores locadoras de veículos do país mantiveram o ritmo de crescimento acelerado de suas atividades no segundo
trimestre deste ano, mesmo em um ambiente de economia ainda fraca. Juntas, Localiza, Unidas e Movida tiveram um
avanço de receita de 45%, para R$ 4,5 bilhão. O lucro avançou mais de um terço, para R$ 313,5 milhões. A frota totalizou
535,1 mil carros, 34% a mais que no mesmo período do ano passado.
O mercado de locação cresce não apenas descolado da crise dos últimos anos, mas, de certa forma, até como efeito dela.
Com consumidores buscando novas formas de se movimentar pelas cidades, e reduzir gastos, a locação - diária ou por
períodos mais longos - tem avançado como uma opção à compra de um carro. Quem está desempregado e busca em
aplicativos como Uber e 99 uma alternativa de renda também tem recorrido às locadoras para não empatar dinheiro em
um carro novo. No mundo corporativo, a busca por redução de custos tem levado empresas a trocarem frotas próprias por
contratos de aluguel.
Na avaliação de Felipe Vinagre, do Credit Suisse, a locação de veículos para motoristas de aplicativos, destacadamente o
Uber, deve ser um dos grandes motivadores desse incremento. Para ele, mesmo com a retomada da economia, a tendência
é que o número de motoristas se mantenha alto, já que muita gente que buscou essa opção de trabalho na crise deve
manter a alternativa aberta. "A renda obtida é maior que o salário mínimo e a jornada é mais flexível", disse. O Brasil é hoje
o segundo maior mercado do Uber, atrás apenas dos Estados Unidos. A estimativa é que existam no país 600 mil
motoristas, que rodam com 450 mil carros. Desses, 360 mil são veículos alugados, sendo apenas 60 mil da Localiza, da
Unidas e da Movida.
Para o presidente da Movida, Renato Franklin, o aluguel mensal de carros para pessoa física será o grande negócio para o
setor no futuro. A modalidade cresceu 50% no segundo trimestre dentro da operação de locação de veículos da companhia.
"A demanda está alta, temos bastante clientes e estamos sendo seletivos na operação [para garantir rentabilidade], disse o
executivo ontem, em teleconferência sobre os resultados.
Entre abril e junho, a Movida apresentou crescimento de 4% no lucro líquido, para R$ 41,5 milhões. A receita líquida
saltou 57%, para R$ 956,2 milhões, impulsionada pela alta na venda de seminovos. Calcanhar de aquiles da operação, a
unidade foi o destaque da companhia no período, superando a projeção interna de vender 14 mil unidades e registrou 16,1
mil, um avanço de 83,4%. A divisão também perdeu menos dinheiro, apresentando margem negativa de 1,8%, quase
https://www.valor.com.br/imprimir/noticia/6391387/empresas/6391387/locadoras-tem-forte-crescimento-e-refletem-mudanca-de-habitos 1/2
metade dos 3,2% do segundo trimestre do ano
28/08/2019 passado.
Locadoras têm De
forteacordo comeFranklin,
crescimento a tendência
refletem mudança de melhora se mantém e a
de hábitos
expectativa continua sendo atingir o ponto de equilíbrio da operação no começo de 2020. Na Localiza e na Unidas, as
vendas de seminovos também cresceram: 40,1% e 30,5%, respectivamente.
Na Unidas, o destaque do segundo trimestre foi o aumento na locação para pessoas físicas, segmento menos tradicional da
companhia, que avançou 74,2%, para R$ 219 milhões. Na Localiza, o desempenho veio saudável, mas abaixo do esperado
por analistas. O lucro de R$ 190,1 milhões ficou 11% abaixo do consenso de mercado, impactado principalmente por
resultados financeiros mais pressionados. Ainda assim, o desempenho foi bem avaliado. "Continuamos observando sinais
contínuos de crescimento forte e saudável", escreveu Bruna Pezzin, analista da XP, em relatório para clientes.
https://www.valor.com.br/imprimir/noticia/6391387/empresas/6391387/locadoras-tem-forte-crescimento-e-refletem-mudanca-de-habitos 2/2