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6. Afirma-se que “O que os consumidores procuram nos seus tempos livres, nas
suas roupas, no seu telemóvel, é o mesmo que irão pedir à literatura”
8. Afirma-se que “Um livro não é algo sagrado, é algo vivo. É um amigo que nos
acompanha. Também pode ser um elemento de look, uma coisa que se
compara porque se pensa que nos vai tornar interessantes aos olhos dos
outros.”
NOTA:
- As pessoas CONSOMEM literatura, de variadas maneiras, por livro clássicos,
diferentes géneros literários, revistas, diários, etc.
mecanismos de consagração podem ser diferentes – consagram algo para o
mundo.
A literatura tem que ter em conta o seu contexto; a sociedade e a cultura em que
está inserida.
a. Aristóteles [transmissão oral, portanto não literária = não literatura]
O ouvido ouve ritmar, pausar – O filósofo fala sobre uma utilização estética da
linguagem.
- O historiador tem que se restringir, mas o poeto jaz ficção verosimilhante do ponto.
> Fala de “poesia” e do papel do “poeta” opondo-se ao papel do “historiador”
Aristóteles, Poética
A diferença entre poesia e história não está na forma, mas sim na exploração do
mundo ficcional a partir da realidade.
a. Metodologia: Os instrumentos dados aos humanos são conceptuais, e para que
fosse possível trabalhá-los é necessário haver uma metodologia.
O que se pretende?
- Definir um objeto de análise
- Escolher uma metodologia para a abordagem desse objeto
Proposta de Pierre Bourdieu:
1. Integra a produção, disseminação e consumo dos textos na dinâmica social;
2 - O que escreve?
- sobre o quê;
- O que se escreve também é condicionado pelos outros campos e as suas
circunstâncias. {ou seja, condições que o campo oferece};
- como foi adquirida a ideia.
NOÇÃO DE ‘CAMPO’:
- Campo, na teoria proposta por Pierre Bourdieu representa um espaço simbólico,
no qual lutas dos agentes determinam, validam, legitimam representações. É o poder
simbólico. Nele se estabelece uma classificação dos signos, do que é adequado, do
que pertence ou não a um código de valores.
‘ESPAÇO SOCIAL’:
É por meio do habitus que desenvolve sua visão de mundo, pelo qual se guia,
percebe e julga a realidade. É por meio dele que o agente se torna um ser social.
CAMPO DO PODER:
DIFERENTES CAMPOS:
No plano do ensino, isto parece de uma evidência elementar, mas tem andado mais ou
menos esquecido. O cânone não é propriamente uma simples ferramenta para uso do
ensino, mas antes um quadro de referências indispensáveis e um complexo de
elementos literários respeitante ao sistema de valores e aos interesses culturais de
uma dada sociedade: incorpora uma série de modelos cuja evidência paradigmática se
recorta ao longo dos sucessivos tempos históricos e se impõe à mentalidade e à
sensibilidade coletivas. Na escola, a abordagem do cânone deve ser flexível e variada.
O processo de contacto com as obras dos grandes autores da nossa língua carece de
ser urgentemente reabilitado nas escolas, com critério e exigência.
Para compreender o que é o cânone literário, é melhor analisar os dois termos que
compõem a expressão.
considerado um modelo a seguir. Literário, por sua vez, é o que está ligado à
clássicas que fazem parte da alta cultura. Estas obras, quer devido às suas
cânone literário ocidental. A partir destas obras forjou-se uma tradição que foi
É importante mencionar que o cânone literário não está fechado. Com o avanço
da história, novos escritores podem ser considerados como clássicos e seus livros,
incluídos no cânone.
IMP:
- Devemos também ter em mente que não há um único cânone literário, mas que
‘INSTÂNCIAS DE COSAGRAÇÃO/LEGITIMAÇÃO’:
- Formas do campo do poder que encontram para legitimar consideradas práticas.
Isso inclui textos e prémios também como o Nobel.
RESUMO:
- Noção para definirmos Literatura/área dos estudos literários, temos que ter em
conta como se organiza o espaço social.
- ESPAÇO SOCIAL = sociedade
Bourdieu tenta arranjar um modelo explicativo.
Não ficamos pela escrita e leitura. A literatura caba por ser definida por um
conjunto de atividades [circular, consumido]
- Neste espaço social, organiza-se em campos – campo literário [muitas vezes
ao falar no campo cultural* fala também do espaço cultural, artístico…]
INSTÂNCIA = IGUALDADE
[A partir do momento em que a obra começa a ser estudada, a obra ganha mais
prestígio].
Questão do simbólico vs. Bens reais: pode não receber dinheiro nenhum, mas tem o
prestígio da obra.
Trazida por Bourdieu no campo cultural
Para Bourdieu existem 2 ECONOMIAS:
O QUE É A LITERATURA?
→ A literatura como área disciplinar é recente. [séc.XIX]
O critério de avaliação dos textos/ das obras do século XIX era:
- área disciplinar:
História Nacional
História Literária
A ORIGINALIDADE é imensamente valorizada, é uma característica positiva e cria de
novo alguma coisa nova e “fresca”.
→ Aristóteles:
[mimesis]/ Imitação - aprende-se tudo imitando alguém ou algo;
- é uma característica do ser humano que lhe confere superar e melhorar.
[o poeta melhora imitando]
LITERARIEDADE
→ Conjunto de características específicas que permitem classificar um texto
como texto literário, e/ou, uma propriedade, presente nas obras literárias, que as
denomina como pertencentes à Literatura.
“ não dispomos de verdadeiros critérios para distinguir uma estrutura verbal literária
de uma que não é”
REPERTÓRIOS BIBLIOGRÁFICOS
Diogo Barbosa Machado, Biblioteca Lusitana, Historica, Critica, e Cronologica,
4 vols., Lisboa, Off. António Isidoro da Fonseca, 1741-1758.
José Maria da Costa e Silva, Diccionario biografico-crítico dos melhores
autores portugueses, 10 volumes, Lisboa, Imprensa Silviana
o VALOR
o SELEÇÃO [inclusão/exclusão]
Unidades de Análise:
Idade: pressupõe que uma analogia entre a vida humana e a vida de da
Humanidade;
Periodização Literária
COEXISTEM NO INTERIOR DO CAMPO CULTURAL:
Continuidades e ruturas;
Tradição e inovação;
Instabilidades e estabilidades;
Temporalidades diferentes / diferentes modos de perceção de
temporalidade;
Temporalidade histórica e cultural não se confunde com a cronologia.
GÉNERO LITERÁRIO:
= RECONHECÍVEL;
= REGRAS FORMAIS;
= ASSUNTO / TEMA; [temática]
= ESBATIMENTO DAS FRONTEIRAS DOS GÉNEROS
→ lei do género:
É a tensão permanente de obedecer às regras ≠
É a tensão permanente de transgredir às regras.
Géneros, autores, leitores
→ Ao optar por um género um autor posiciona-se em relação a um
modelo de escrita:
Ilustrando-o / subvertendo-o
Géneros Literários
Antiguidade
→ Aristóteles → Horácio
[escreve a Poética] [escreve “Epistola ad Pisones”, a Arte Poética]
Épico
Dramático:
Tragédia
Comédia
Lírico:
Lírica
Ditirâmbica
História - “Aristóteles”:
- “O texto fundador em matéria de explicação do que é um género literário: Aristóteles,
Poética;
- Logo no início da Poética, Aristóteles diz que vai “tratar da arte poética em si e das
suas espécies, do efeito próprio de cada uma delas” [só lhe interessa a poesia];
- Distingue categorias e descreve as regras que as regem.
História - Diómedes
- Aristóteles distingue três grandes géneros:
Épico:
Lírico;
Dramático.
LEITORES:
→ Tornam-se ‘Instâncias Canónicas’, pois o trabalho dos mesmos é dizer o que
está mau ou bom;
- quem dita se um livro deve sai para o público;
= se tem lugar no MERCADO
Colocar o autor e os seus livros em causa:
estratégia de marketing:
- revizualizar
- reconfigurar
O CAMPO DOS LEITORES, é mais vasto do que dizer se está bem ou mal.
o reorganizar;
o reavaliar;
o averiguar
= a pesquisa sobre o texto lido.
Tem que se ir mais ao fundo para conseguirmos obter respostas ➕ exatas e concretas
para então conseguirmos expressar a nossa opinião e fundamentarmos o nosso argumento.