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Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso do Sul fls.

229
Comarca de Deodápolis
Vara Única

Este documento é copia do original assinado digitalmente por MARIO CESAR MANSANO. Liberado nos autos digitais por Mario Cesar Mansano, em 19/11/2021 às 11:33. Para acessar os autos
Autos: 0000448-32.2021.8.12.0032
Ação: Procedimento Especial da Lei Antitóxicos - Tráfico de Drogas e Condutas
Afins
Réu: Leandro Alves Tavares

SENTENÇA

processuais, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000448-32.2021.8.12.0032 e o código 8B4084F.


I. RELATÓRIO
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul ofereceu
DENÚNCIA em face de Leandro Alves Tavares, devidamente qualificado, imputando-
se-lhe a prática de conduta que se adequaria ao delito tipificado no art. 33, caput, c/c art.
40, inciso V, ambos da Lei n. 11.343/06.
Constou na denúncia que:
[...] Consta do inquérito policial que, no dia 10/07/2021, por volta das 11h,
em via pública, na Rodovia MS-276, no Distrito de Lagoa Bonita, em
Deodápolis/MS, o denunciado transportou, sem autorização e em desacordo
com determinação legal e regulamentar, 36.500 Kg da substância
entorpecente vulgarmente conhecida como "maconha", cujo uso é proibido
em todo território nacional, conforme a Portaria nº 344/98 da SVS do MS.
Segundo apurado, nas condições de tempo e local delineadas, a equipe da
Polícia Militar Rodoviária da Base Operacional de Dourados, juntamente
com a equipe TOR, durante a Operação Hórus, realizavam fiscalização na
MS-276, no Km 56, região de Indápolis.
Durante o policiamento, foi visualizada uma carreta de cor branca,
trafegando no sentido Indápolis/Deodápolis, sendo que, quando seu
condutor percebeu a presença policial, freou bruscamente e adentrou em
uma lanchonete no Distrito de Lagoa Bonita.
Ato contínuo, foi realizada a abordagem da carreta Scania/R124 420,
placas AMY-8A38 (fls. 33 do IP), que tracionava os reboques de placas
AUC-1D74 (fls. 50 do IP) e AUC-1D64 (fls. 35 do IP), todos de Nova
Andradina/MS, a qual era conduzida por Leandro Alves Tavares que,
durante a entrevista feita pelos policiais militares, demonstrou nervosismo
excessivo.
De imediato, em vistoria sob a lona dos semirreboques, constatouse a
existência de fardos de substância análoga a maconha, a grande maioria
ocultos sob grãos de soja e parte à vista, acima dos grãos.
O condutor e proprietário da carreta, ora denunciado, indagado, confirmou
ter ciência do transporte da referida droga, tendo informado que carregou
o veículo, primeiramente, com grãos de soja, em um silo, na cidade de Rio
Brilhante/MS, no dia 08/07/2021.
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Endereço: Av. Francisco Alves da Silva, s/nº, (67) 3448-1110 Fax: (67) 3448-1477, Centro - CEP
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Após carregar o caminhão com soja, em Rio Brilhante/MS, o denunciado se
deslocou até à cidade de Ponta Porã/MS, na fronteira com o Paraguai,
onde indivíduos desconhecidos substituíram a carga de soja pela carga de
entorpecente.
A carga, segundo contrato de transporte anexo ao feito3, estava destinada à

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cidade de Santos/SP, tendo sido, contudo, interceptada pela Polícia Militar
na Rodovia MS-276, no Distrito de Lagoa Bonita, em Deodápolis/MS.
Assim, efetuou-se a prisão em flagrante delito do denunciado, tendo, em
seguida, a equipe policial, deslocado-se ao pátio da empresa Copasul, em
Deodápolis/MS, onde foi realizada a pesagem da carreta, a qual totalizou a
quantia aproximada de 36,5 toneladas de maconha, divididas em vários
fardos4.
Destaca-se, por fim, que cada fardo de maconha apreendido estava
identificado por palavras como "INDIA", "Z", "YPE", "KADU", "NEON",
"LUXE", "NG", "CAR", "TOP", "SORTE", "REVOADA", "B.R", "Z Z",
dentre outros, os quais, em regra, são utilizados como códigos para
possibilitar a identificação dos vários destinatários da droga apreendida.

O denunciado foi notificado pessoalmente, fl. 173, e apresentou defesa


prévia, fls. 188-190.
Denúncia recebida em 02/09/2021, fls. 191-192.
Laudo de exame toxicológico, fls. 110-113.
Laudo de exame de identificação em veículo automotor, fls. 176-186.
Durante a instrução foram ouvidas as testemunhas PM Haune Faker Duarte,
PM Maurício Lemos da Silva, PM Thiago Heaclito Fialho Couto, PC Edilson Ferreira de
Andrade e Delegado José Guilherme Urnau Romera, bem como o réu foi interrogado,
fls. 218-222.
Em sede de alegações finais, o Ministério Público requereu a condenação do
acusado nos termos da denúncia, bem como rechaçou a aplicação do art. 33, § 4º, da Lei
nº 11.343/06. Requereu a majoração da pena-base por força da quantidade da droga e das
consequências do crime; o reconhecimento de eventual reincidência, bem como da
atenuante da confissão espontânea.
A Defesa teceu considerações acerca da não comprovação da
interestadualidade do delito, pediu o reconhecimento da confissão espontânea e pela
aplicação da causa de diminuição do tráfico privilegiado, sustentou a não majoração da
pena pela quantidade de drogas e afastamento do tráfico privilegiado, sob pena de bis in
idem. Pediu, ainda, a detração do período de prisão provisória e a não condenação em
danos morais coletivos.
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É o que cumpria relatar. Fundamento e decido.

II. FUNDAMENTAÇÃO
II.1 – TIPICIDADE, ANTIJURIDICIDADE e CULPABILIDADE
Trata-se de ação penal movida pelo Ministério Público em face de Leandro

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Alves Tavares, na qual o órgão ministerial descreveu a conduta tipificada no art. art. 33,
caput, c/c art. 40, inciso V, ambos da lei n. 11.343/06:
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar,
adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar,
trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou
fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500
(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas
de um sexto a dois terços, se:
[...]
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes
e o Distrito Federal; [...]

A pretensão acusatória merece acolhida, uma vez que os elementos de


convicção trazidos aos autos demonstram com clareza a confluência de todas as
elementares do delito.
A materialidade delitiva restou comprovada nos autos pelo auto de prisão em
flagrante, fls. 11-13, boletins de ocorrência, fls. 33-36 e 37-39, auto preliminar de
constatação de substância entorpecente, fls. 40, laudo de exame toxicológico, fls.
110-113, além dos depoimentos prestados nas fases inquisitorial e judicial.
O laudo toxicológico concluiu que (fl. 112):

Dessa forma, evidente a materialidade delitiva.


Quanto à autoria, ela é certa e recai, sem sombra de dúvidas, na pessoa do
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réu.
Conforme depoimentos prestados em juízo, restou indubitável que foram
apreendidos 36.500 Kg de maconha no interior do reboque da carreta Scania/R124 420,
Placas AMY-8A3, conduzida pelo réu, bem como que era de seu conhecimento o caráter
ilícito do carregamento.

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Em juízo, o policial militar rodoviário Haune Faker Duarte ressaltou que
fiscalizavam a MS 276, Km 56, e, nas proximidades do distrito Lagoa Bonita, a carreta
adentrou bruscamente em uma lanchonete, então decidiram averiguar e em contato com
o condutor ele demonstrou nervosismo, disse que estava vindo de Ponta Porã, a nota
fiscal apresentada se referia a carregamento realizado dois dias antes e em Rio
Brilhante/MS; que vistoriaram a carga e visualizaram os fardos de entorpecente em
meio à soja.
Disse que o réu informou que sabia do carregamento, havia carregado em
Rio Brilhante/MS, deslocou-se a Ponta Porã/MS, onde outros indivíduos realizaram o
carregamento da droga.
Informou que a soja que estava na carreta detém qualidade inferior, distinta
da que comumente é transportada; que se não se engana, o réu disse que a droga se
destinaria a Santos/SP.
Relatou que o réu afirmou que recentemente havia se mudado para Nova
Andradina/MS; que a droga possuía vários codinomes, o que indica que havia vários
compradores; o réu confirmou que sabia que transportava a droga; a indagação sobre o
destino do carregamento, a que o réu respondeu que seria Santos/SP, ocorreu antes de
constatarem a existência da droga, então, a princípio, esse destino seria do carregamento
lícito; pela experiência que possui, a droga se destinaria a outro estado; o réu foi
colaborativo à abordagem e nunca havia sido abordado por ele; o réu não informou a
origem do dinheiro apreendido.
O PM Thiago Heaclito Fialho Couto disse, em juízo, que: o condutor parou
em uma lanchonete, foi abordado, ficou bem nervoso, e, no momento que vistoriaram a
carga constataram a droga, estava bem visível apesar da presença da soja.
Relatou que o réu disse que pegou a carga de soja em Rio Brilhante/MS e
seguiu para Ponta Porã/MS, onde dois indivíduos realizaram o carregamento da droga;
que não se recorda se o réu indicou a destinação da droga, tampouco de quanto ele
receberia e nunca havia abordado o réu.
O policial militar Maurício Lemos da Silva, por sua vez, declarou em Juízo
que no momento em que o réu visualizou a viatura, freiou e desceu rápido, assim,
durante a abordagem, ele demonstrou nervosismo, sendo que ao vistoriarem a carga
constataram que havia maconha, não estava bem escondida em meio à soja; que o réu
disse que havia carregado em Rio Brilhante e se deslocou a Ponta Porã, onde outras
pessoas efetuaram o carregamento; que o réu estava indo para Nova Andradina/MS;
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nunca havia abordado o réu.
O investigador de policia civil Edilson Ferreira de Andrade, em Juízo,
asseverou que não participou do interrogatório do réu, se recorda, pela ocorrência, que o
réu afirmou que carregou soja em Rio Brilhante/MS, se deslocou até Ponta Porã/MS
onde a carga foi substituída por droga e estava se deslocando até São Paulo. Afirmou

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que não tem certeza sobre a destinação da droga.
O Delegado de Polícia José Guilherme Urnau Romera, em Juízo, declarou
que atuou tão somente na lavratura do auto de prisão em flagrante, pois estava de
plantão, o que foi apurado foi o que consta do auto de prisão, que o réu conduzia a
carreta com 36 toneladas e meia de maconha, foi abordado pela polícia rodoviária
militar e constataram a droga, realizando a prisão.
Acrescentou que foi apurado que a droga se destinaria a Santos/SP e havia
sido retirada em Ponta Porã/MS. Afirmou que as palavras constantes nos fardos de
drogas são devido ao fato de que os traficantes costumam realizar uma espécie de
consórcio, e, no caso, possivelmente havia diversos proprietários das drogas, com vários
fornecedores. Mencionou que não havia outros inquéritos em andamento em desfavor
do réu.
Os depoimentos prestados sob o crivo do contraditório são firmes e
consistentes, de modo que não há elementos que os desabonem.
Em seu interrogatório judicial, o réu disse que estava em Rio Brilhante/MS
para fazer o carregamento de soja, um dos colegas lhe fez a proposta para realizar o
transporte da droga, seguiu até Ponta Porã/MS, onde iriam fazer o carregamento; que
iria receber R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo transporte; que deixou o caminhão na
entrada da cidade de Ponta Porã/MS e retornou no outro dia de manhã para buscá-lo;
que ele deveria esperar em Três Lagoas/MS e iriam realizar o mesmo procedimento que
fizeram para carregar o veículo; que de fato carregou o caminhão com a soja em Rio
Brilhante/MS e que se destinaria a Santos/SP, porém, se deslocou a Ponta Porã/MS,
entregou o caminhão carregado com soja; a pessoa que o contratou o orientou a levar a
droga até Três Lagoas/MS, não sabe se eles iriam levar a droga para outro local; que o
dinheiro apreendido se trata de um adiantamento, a carta-frete.
Assim, diante das circunstâncias da apreensão da droga, aliadas aos
depoimentos testemunhais e confissão do acusado, certo é que o réu praticou o delito de
tráfico de drogas.
Diante disso, percebe-se que o denunciado, com vontade livre e consciente,
transportava drogas sem autorização, conduta que se adequa ao tipo penal descrito no
art.33, caput, da Lei n. 11343/2006.
Por outro lado, não se verifica nos autos qualquer fato que aponte para a
existência de causa excludente da antijuridicidade ou de alguma exculpante.
Isso posto, por ser o fato típico, antijurídico e culpável, o denunciado
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Leandro Alves Tavares deve ser condenado por ter praticado condutas que se adéquam
ao tipo penal descrito no art.33, caput, da Lei n. 11.343/2006.

II.2 – DOSIMETRIA e DEMAIS DELIBERAÇÕES


O tipo no qual se enquadra a conduta do denunciado prevê a pena de reclusão

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de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa.
Nos termos do art. 68 do Código Penal, a pena-base será fixada atendendo-se
ao critério do art. 59 do Código Penal; em seguida serão consideradas as circunstâncias
atenuantes e agravantes; e, por último, as causas de diminuição e de aumento.
Diante disso, na primeira fase, necessário analisar as circunstâncias judiciais
descritas no art. 59 do Código Penal, quais sejam, a culpabilidade, os antecedentes (f.
126), a conduta social, a personalidade do agente, os motivos, as circunstâncias e
consequências do crime, bem como o comportamento da vítima.
Ademais, nos termos do artigo 42 da Lei de Drogas "o juiz, na fixação das
penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a
natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta
social do agente."
Compulsando os Autos, verifico que a culpabilidade, os antecedentes, a
conduta social, a personalidade do agente, os motivos, as circunstâncias e consequências
do crime, de acordo com o que consta nos Autos e por não irem além do tipo penal, são
neutros.
Nesse ponto, esclareço que a despeito do pedido ministerial, o fato de que a
imensa quantidade de droga causaria efeitos negativos significativos, caso distribuída,
constitui fundamentação vinculada à circunstância do art. 42 da Lei nº 11.343/06, qual
seja, a quantidade de droga.
Ademais, o fato de causar efeitos negativos é inerente ao tipo penal, o que já
foi considerado pelo legislador ao estabelecer os limites do preceito secundário.
A quantidade de droga é descomunal (36.500 kg de maconha) e deve ser
valorada nesta fase, por ser circunstância judicial preponderante (REsp 1887511/SP, Rel.
Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
09/06/2021, DJe 01/07/2021)1.
Não por outro motivo o fato em questão foi noticiado, no portal oficial do
1
[...] 4. O tratamento legal conferido ao tráfico de drogas traz, no entanto, peculiaridades a serem
observadas nas condenações respectivas; a natureza desse crime de perigo abstrato, que tutela o bem
jurídico saúde pública, fez com que o legislador elegesse dois elementos específicos necessariamente
presentes no quadro jurídico-probatório que cerca aquela prática delituosa, a saber, a natureza e a
quantidade das drogas para utilização obrigatória na primeira fase da dosimetria. 5. Não há margem, na
redação do art. 42 da Lei n. 11.343/2006, para utilização de suposta discricionariedade judicial que
redunde na transferência da análise desses elementos para etapas posteriores, já que erigidos ao status de
circunstâncias judiciais preponderantes, sem natureza residual.[...]

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Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, como a maior apreensão de droga do Brasil2.
A seu turno, a natureza da droga não deve prejudicar o réu.
Com isso, como fração necessária e suficiente para a prevenção e reprovação
do crime, majoro a pena em 1/3 (um terço) no que tange a essa circunstância judicial3.
Por fim, não há comportamento da vítima para ser valorado no presente feito,

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eis que o sujeito passivo do referido delito é a coletividade.
Assim, fixo a pena-base em 8 (oito) anos e 4 (quatro) meses de reclusão e
1.333 (mil trezentos e trinta e três) dias-multa.
No tocante à segunda fase de dosimetria, não há agravantes a considerar.
Presente a atenuante da confissão (art. 65, incisos I e III, d, do CP), de modo
que reduzo a pena para 6 anos, 11 meses e 10 dias de reclusão e 1.111 (mil cento e onze)
dias-multa.
Já na terceira fase da dosimetria, deve ser analisada a causa de aumento
prevista no art.40, V, da Lei n. 11.343/2006, bem como a causa de diminuição prevista
no §4º do art.33 da Lei n. 11.343/2006.
O Ministério Público requereu a condenação do acusado com a causa de
aumento de pena prevista no art. 40, inciso V, da lei n. 11.343/06.
No entanto, em detida análise aos Autos, concluo que não deve incidir a
aludida majorante.
Com efeito, nenhuma das testemunhas ouvidas em juízo afirmou, com a
segurança necessária, que o entorpecente se destinaria a Santos/SP.
O policial militar Haune Faker Duarte, inclusive, asseverou que o réu disse
que o carregamento se destinaria a Santos/SP antes de ser constatada a existência do
entorpecente, logo, tal destinação seria a da mercadoria lícita.
Já o policial militar Maurício Lemos da Silva disse que o réu estaria indo
para Nova Andradina/MS.
O réu, por sua vez, alegou que o entorpecente se destinava a Três
Lagoas/MS.
Com isso, não se pode reconhecer a majorante tão somente com base no
contrato de fls. 60-61, que indica que a soja inicialmente transportada pelo réu seria
destinada a Santos/SP, sob pena de basear o agravamento da pena em mera suposição de
que a droga também teria tal destino, o que não se admite.
No que tange à causa de diminuição de pena disposta no art. 33, §4º, da Lei
de Droga, é cediço que tal minorante visa conferir uma proporcionalidade à repressão
2http://www.ms.gov.br/policia-militar-rodoviaria-realiza-a-maior-apreensao-de-drogas-da-historia-do-
brasil/
3 Com base no princípio do livre convencimento motivado, ainda que valorado um único vetor,

considerada sua preponderância, o julgador poderá concluir pela necessidade de exasperação da pena-
base em fração superior se considerar expressiva a quantidade da droga, sua diversidade e natureza (art.
42 da Lei n. 11.343/2006). (AgRg no HC 637.320/RO, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA,
QUINTA TURMA, julgado em 19/10/2021, DJe 25/10/2021)

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penal do pequeno traficante, assim concebido o agente que, ipsis litteris, "seja primário,
de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização
criminosa".
Em exegese ao referido dispositivo, a jurisprudência deflagrou o
entendimento de que a quantidade e a diversidade da droga revelam-se, igualmente,

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como importantes vetores para a caracterização do pequeno traficante, devendo,
portanto, ser levadas em consideração.
No caso em exame, a quantidade descomunal de drogas: 36.500 Kg de
maconha indica que o réu não é neófito na pratica de crimes dessa natureza.
Explico.
Não é plausível que tenha sido confiada elevadíssima quantidade de
entorpecente, cujo valor certamente não é reduzido, a pessoa sem contato algum com a
atividade criminosa.
Outro aspecto digno de consideração é o fato de que, conforme depoimentos
prestados em juízo, o entorpecente pertencia a diversos compradores, tendo em vista a
identificação, com codinomes, nos fardos de entorpecentes, fator que agrega uma
responsabilidade ainda maior sobre o transportador da droga.
Além disso, pode se constatar que havia diversas pessoas envolvidas nessa
empreitada, cada qual com uma função, a saber, uma que abordou o réu no local em que
efetuava o carregamento de soja e outras duas encarregadas de substituir o carregamento
de soja por entorpecentes.
Nota-se que seria necessária certa estrutura e organização para descarregar
os 35.840 Kg de soja (f. 60) e acondicionar 36.500 Kg de maconha, o que seguramente
foi realizado com o auxílio de outras pessoas.
Anoto que não está, aqui, se afastando a minorante com base
exclusivamente na quantidade de droga, o que implicaria bis in idem.
Porém, a quantidade é aqui utilizada como fator supletivo, somada às
demais circunstâncias acima delineadas, de que o réu dedica-se à atividade criminosa.
Seguindo essa diretriz, a Corte Cidadã:
AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS.
CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA DO ART. 33, § 4º, DA LEI N.
11.343/2006. DIRETRIZES FIRMADAS NO ERESP 1.887.511/SP. USO
APENAS SUPLETIVO DA QUANTIDADE E DA NATUREZA DA DROGA
NA TERCEIRA FASE. PROPOSTA DE REVISÃO DE POSICIONAMENTO.
MANUTENÇÃO DO ENTENDIMENTO CONSOLIDADO HÁ ANOS
PELAS CORTES SUPERIORES. ACOLHIDO NO ARE 666.334/AM PELO
STF. EXPRESSIVA QUANTIDADE DE DROGA APREENDIDA.
APLICAÇÃO DO REDUTOR EM 1/6. RECURSO PARCIALMENTE

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PROVIDO. 1. A Terceira Seção desta Corte, no julgamento do Eresp
1.887.511/SP, de Relatoria do Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (em
09/06/2021), fixou as seguintes diretrizes para a aplicação do art. 33, § 4º,
da Lei n. 11.343/2006. 1 - a natureza e a quantidade das drogas
apreendidas são fatores a serem necessariamente considerados na fixação

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da pena-base, nos termos do art. 42 da Lei n. 11.343/2006. 2 - sua
utilização supletiva na terceira fase da dosimetria da pena, para
afastamento da diminuição de pena prevista no § 3º do art. 33 da Lei n.
11.343/2016, somente pode ocorrer quando esse vetor conjugado com
outras circunstâncias do caso concreto que, unidas, caracterizem a
dedicação do agente à atividade criminosa ou a integração a organização
criminosa.(AgRg no HC 685.184/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS,
QUINTA TURMA, julgado em 28/09/2021, DJe 04/10/2021)

Desse modo, com o afastamento da causa de aumento do art. 40, inciso V, e


da minorante do art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06, fica o réu definitivamente condenado
à pena de 6 anos, 11 meses e 10 dias de reclusão e 1.111 (mil cento e onze) dias-
multa.
Fixo cada dia-multa em 1/30 do salário-mínimo em razão da ausência de
provas da situação econômica do réu.
Em vista do disposto no artigo 33, § 2º, c, do Código Penal, o condenado
deverá iniciar o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semiaberto.
Deixo de considerar o tempo em que o réu encontrava-se preso
provisoriamente, visto que não tem o condão de alterar o regime inicial.
Ante o quantum de pena, o réu não faz jus à substituição por penas restritivas
de direitos e suspensão condicional da pena.
Em virtude do regime aplicado, concedo ao réu o direito de apelar em
liberdade, visto que incompatível com a prisão cautelar.
A esse respeito, os seguintes acórdãos da Corte Suprema:
PRISÃO PREVENTIVA CONDENAÇÃO PENA REGIME
SEMIABERTO INCOMPATIBILIDADE. A fixação do regime de
cumprimento semiaberto é incompatível com a prisão preventiva. (HC
198912, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em
27/04/2021, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-085 DIVULG
04-05-2021 PUBLIC 05-05-2021)
PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO. SENTENÇA
CONDENATÓRIA. FIXAÇÃO DE REGIME INICIAL SEMIABERTO.
MANUTENÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA.

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INCOMPATIBILIDADE. PRECEDENTES DA SEGUNDA TURMA.
ORDEM CONCEDIDA. I Nos termos da jurisprudência desta
Segunda Turma, a manutenção da prisão provisória é incompatível
com a fixação de regime de início de cumprimento de pena menos
severo que o fechado. Precedentes. II Ordem concedida para

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revogar a prisão preventiva do paciente e determinar a sua imediata
soltura, sem prejuízo da fixação, pelo juízo sentenciante, de uma ou
mais medidas cautelares previstas no art. 319 do Código de Processo
Penal, caso entenda necessário. (HC 138122, Relator(a): RICARDO
LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 09/05/2017,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-105 DIVULG 19-05-2017 PUBLIC
22-05-2017)

Deixo de fixar valor mínimo para reparação dos danos causados pela
infração, pois a vítima é a coletividade. Nesse sentido:
APELAÇÃO CRIMINAL – PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO –
REPARAÇÃO DE DANOS – AFASTADA – CRIME PERIGO
ABSTRATO – VÍTIMA COLETIVIDADE – INVIABILIDADE DE
CONDENAÇÃO NOS TERMOS DO ART. 387, IV, DO CPP –
PRESCRIÇÃO PELO CRIME DE LESÃO CORPORAL CULPOSA –
PENA-BASE CONDENAÇÃO CRIME DO ESTATUTO DO
DESARMAMENTO – REDUÇÃO PARCIAL – RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. A condenação pelo crime de porte
ilegal de arma de fogo não permite a fixação de valor indenizatório
mínimo nos termos do art. 387, IV, do CPP, pois neste delito o sujeito
passivo é a coletividade, sociedade, não havendo vítima determinada,
tratando-se de crime de perigo abstrato. Deve ser afastada a
condenação à reparação de danos fixada em favor da vítima do crime
de lesão corporal culposa, cujo delito não gerou condenação ao réu
porque reconhecida a prescrição da pretensão punitiva estatal,
ressalvando-se apenas a possibilidade de buscar a indenização no
âmbito cível. A valoração negativa das circunstâncias do delito
apontando-se que o porte ilegal de arma de fogo ocorreu em uma
quadra escolar em que havia várias pessoas, inclusive crianças,
justifica o aumento da pena-base. Não se pode admitir que a lesão
causada na vítima do crime de lesão corporal, sobre o qual foi
reconhecida a prescrição da pretensão punitiva, sirva de base para o
aumento da pena-base de outro delito. (TJMS. Apelação Criminal n.

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0202121-30.2012.8.12.0020, Rio Brilhante, 2ª Câmara Criminal,
Relator (a): Des. Ruy Celso Barbosa Florence, j: 28/09/2020, p:
01/10/2020)

Quanto aos bens apreendidos, por não ter sido comprovada a relação com o

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tráfico ilícito de entorpecentes, determino a restituição do valor apreendido, corrente,
pulseira e anel (f. 45), bem como do telefone celular (f. 89).
Quanto ao veículo Scania R124, Placas AMY8038/PR, ano 2005, e reboques
(fls. 49-50), visto que comprovadamente utilizados para a prática do delito de tráfico
ilícito de entorpecentes, decreto o perdimento em favor da União, na forma do art. 243,
parágrafo único, da Constituição Federal.

III. DISPOSITIVO
Isso posto, CONDENO o réu Leandro Alves Tavares, brasileiro, inscrito
no RG n. 20660588 SSP/MS e no CPF n. 027498921-20, nascido em 07/05/1989, filho
de José Maria Alves Bueno e Minervina Tavares de Jesus, pela prática do delito previsto
no art. 33, caput, da Lei n. 11.343/06, à pena privativa de liberdade de de 6 anos, 11
meses e 10 dias de reclusão, a ser cumprida inicialmente no regime semiaberto, e a
1.111 (mil cento e onze) dias-multa dias-multa à razão de 1/30 do salário-mínimo
vigente, devidamente corrigidos até o efetivo pagamento.
Revogo a prisão preventiva do réu. Em vista disso, expeça-se o competente
alvará de soltura, a fim de que a respectiva Autoridade Policial/Carcerária o coloque
imediatamente em liberdade, salvo se por outro motivo deva permanecer preso.
Condeno o denunciado ao pagamento das custas.
Ante o quantum de pena, o réu não faz jus à substituição por penas restritivas
de direitos e suspensão condicional da pena.
Determino a incineração da droga apreendida, caso ainda não realizada,
observando-se o disposto no art. 72 da Lei n. 11.343/06.
Determino a restituição do valor apreendido (f.45) e do telefone celular (f.
89), somente após o trânsito em julgado.
Determino a restituição da corrente, pulseira e anel (f. 45),
independentemente do trânsito em julgado.
Decreto o perdimento em favor da União do veículo Scania R124, Placas
AMY8A38, ano 2005, e dos reboques placas AUC1D64, ano 2011, e AUC1D74, ano
2011 (fls. 49-50).
Certificado o trânsito em julgado desta sentença:
(i) expeça-se guia de execução penal/carta de guia, encaminhando-a à
Vara de Execução Penal competente;

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(ii) inscreva-se o nome do réu no rol dos culpados;
(iii) comunique-se a condenação ao Instituto de Identificação de Mato
Grosso do Sul e Nacional; e,
(iv) comunique-se ao Juízo Eleitoral, isto com base no artigo 15, III, da
Constituição Federal.

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Publique-se. Registre-se. Intimem-se.
Por fim, nada mais havendo, arquive-se.
Cumpra-se, promovendo-se as diligências necessárias.
Deodápolis, data da assinatura digital.

Mario Cesar Mansano


Juiz de Direito
(assinado por certificação digital)

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