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Caracterização de Efluentes Líquidos

A maioria dos despejos é constituída de misturas


complexas de difícil caracterização. Inviável por via
química convencional.
Pode conter:
 matéria em solução de natureza orgânica ou
inorgânica, biodegradável ou não, ionizável ou não.
 matéria em estado coloidal ou em emulsão óleos e
graxas ou espumas (agentes tensoativos).
 matéria em suspensão de natureza orgânica ou
inorgânica, decantáveis ou não.

Uso de parâmetros globais

Caracterização de Efluentes Líquidos


Parâmetro global é necessária a definição de um
equivalente de poluição que possa então servir como
grandeza básica da medida do grau de poluição.
Ex: DQO (demanda química de oxigênio) mg O2/l
efluente

 Medida imprecisa
 Mesmo valor p/ diferentes combinações
 Influência da vazão

 Amostragem

[poluentes] pode ser determinada na amostra bruta, decantada,


filtrada ou centrifugada, desde que seja especificada.

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Caracterização de Efluentes Líquidos

Os métodos globais de medida do teor de poluição são:


1. Demanda Teórica de Oxigênio (DTO)
2. Demanda Química de Oxigênio (DQO)
3. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)
4. Carbono Orgânico Total (COT)
5. Oxigênio Dissolvido (OD)

Caracterização de Efluentes Líquidos


Demanda teórica de oxigênio (DTO)
Definição: é a quantidade estequiométrica do oxigênio
necessário para oxidar completamente uma dada substância.
É expressa em mg O2/l.
É um valor calculado.
Ex:Qual a DTO de uma solução de glicose pura de 1000mg/l.

CH O  O  CO   H O
2 2 2 2
30 32

32g O 2 mg Glicose
DTO  *1000  1067 mg / l
30g Glicose litro

O que significa?

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Caracterização de Efluentes Líquidos
Demanda química de oxigênio (DQO)
Definição: é a quantidade de oxigênio necessário para oxidar
quimicamente uma dada substância.
É expressa em mg O2/l.
O agente oxidante é geralmente o dicromato de potássio.
A determinação realiza-se a T (150oC) e na presença de um
catalisador.
A oxidação das substâncias orgânicas é quase total.
DQO/DTO
Composto DTO DQO
(%)
ác. ácético 1066 1055 99
etanol 2087 2024 97
glicose 1067 1048 98
amido 1185 1152 97
piridina 2228 0!!!! 0

Caracterização de Efluentes Líquidos


Demanda química de oxigênio (DQO)
METODOLOGIA ANALÍTICA
Agente oxidante: Dicromato de Potássio
Condição do ensaio: meio ácido (H2SO4)
temperatura elevada
presença de catalisador (AgSO4)

A sua execução pode


ser efetuada por meios
de “kits” analíticos,
empregando-se
volumes reduzidos de
reagentes.

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Caracterização de Efluentes Líquidos
Demanda bioquímica de oxigênio (DBO)
Definição: é a quantidade de oxigênio consumida
pelos microrganismos aeróbios, presentes ou
introduzidos na amostra, para oxidação
bioquímica da matéria orgânica.
É expressa em mg O2/l.
DBO raramente é igual a DQO.
A DQO mede o consumo de O2 na oxidação de
substâncias biodegradáveis ou não.
DQO-DBO=[substâncias não biodegradáveis].

Caracterização de Efluentes Líquidos


Demanda bioquímica de oxigênio (DBO)
•Sem introdução de
oxigênio

•Temperatura
controlada

•Presença de
microrganismos
•Nutrientes (N,P,K,
DBO consumida

etc...)
Consumo de Oxigênio (mg O2/L)

DBO remanescente •Período de incubação


DBO última ou
carbonácea fixo (5 dias)
•pH adequado
Medida DBO
dias

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Caracterização de Efluentes Líquidos
Demanda bioquímica de oxigênio (DBO)
Metodologia de determinação da DBO
1-Quando a água de diluição não é semeada com
microrganismos:
ODi  OD f
DBO 
Onde fração volumétrica


da amostra

2-Quando a água de diluição é semeada com


microrganismos:
Onde:
(ODi  OD f )  ( Bi  B f ) f B=OD na água de diluição
DBO 

f=% sementes em ODi/
% sementes em Bi.

Caracterização de Efluentes Líquidos


Demanda bioquímica de oxigênio (DBO)
Variação da DBO com o tempo

DBON
DBOu

DBO5- 60 a 70% da matéria orgânica foi oxidada


DBOu- corresponde a oxidação completa matéria orgânica
DBON- oxidação da matéria nitrogenada

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Demanda bioquímica de oxigênio(DBO)

Procedência do Efluente Faixa de DBO5 (mg/L)

Esgoto doméstico 120-500

Refinaria de petróleo 300-800

Indústria de papel e celulose 300-800

Cervejarias 300-800

Vinhoto 5000-15000

Pescado em conserva 2000-4000

Laticínios 800-2000

Caracterização de Efluentes Líquidos


Demanda bioquímica de oxigênio (DBO)
A DQO apresenta as seguintes vantagens sobre a DBO:
 maior precisão: erro médio na faixa de 8 a 10%,
enquanto a DBO apresenta um erro médio de 20%.
 maior rapidez: o tempo gasto na determinação da
DQO3 horas e da DBO5 dias  emprego da DQO no
monitoramento contínuo da qualidade do efluente.

Para que se utiliza a DBO?


 Dimensionar instalações de tratamento de efluentes.
 Medir a eficiência dos processos de tratamento.

 Avaliar o cumprimento da legislação para descarga


de efluentes nos corpos receptores

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Caracterização de Efluentes Líquidos
Relação DQO x DBO
Efluente DQO/DBO
Esgoto doméstico 1,5-2,0

Efl. da indústria de papel 3-5

Efl. de cervejarias 1,5-2,0

Efl. de refinarias de petróleo 2,5-3,5

Lixiviado de aterro municipal 20-30

DQO/DBO<2,0– efluente biodegradável


DQO/DBO>2,0– existência da matéria orgânica não biodegradável

Caracterização de Efluentes Líquidos


Carbono Orgânico Total (COT)
Definição: é o teor de compostos orgânicos
presentes em uma amostra, quantificados a partir
do CO2 produzido durante a queima na presença
de um catalisador numa fornalha (680-1250oC).
O CO2 produzido é medido por meio de um
analisador infravermelho.
É uma técnica muito rápida resultado disponível
em minutos.
Erro médio na faixa de 3 a 6%.
Pode ser automatizado.

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Caracterização de Efluentes Líquidos
Carbono Orgânico Total (COT)
Equipamento da SHIMADZU para
determinação de COT em amostras
sólidas e líquidas.  1º determina-se o
carbono total (CT).
 2º determina-se o
carbono inorgânico (CI) -
injeção da amostra em
outra câmara do mesmo
equipamento que opera em
condições mais brandas.
 3º Calcula-se COT=CT-
CI.
 Expresso em mg de C/L.

Desvantagens: custo elevado do equipamento e falta de dados


para comparação.

Caracterização de Efluentes Líquidos


Oxigênio Dissolvido (OD)
Importância: Manutenção e proteção da vida aquática
Operação de sistemas biológicos aeróbios

Pressão parcial de O2 constante

Atmosfera
O2(g)

O2(l)
Água

Formas de adição de O2 na água: ar atmosférico,


fotossíntese das algas, ação dos aeradores.

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Caracterização de Efluentes Líquidos
Oxigênio Dissolvido (OD)
 Forte influência da temperatura e altitude

Caracterização de Efluentes Líquidos


Características Físicas
As principais são: turbidez, cor, odor e sabor,
temperatura e sólidos.

TURBIDEZ
Definição: Capacidade de interferência da
passagem da luz em uma amostra, em função da
presença de material coloidal e em suspensão.
É expressa em unidades arbitrárias da opacidade
do efluente comparada com certos padrões (UT-
unidade de turbidez).
Análise rápida e confiável, podendo ser executada
em equipamentos de bancada ou on-line.

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Caracterização de Efluentes Líquidos
Características Físicas/Turbidez

Padrão de Potabilidade
1,0 UT (Água filtrada)
5,0 UT (Sistema de
distribuição)

 Turbidez: coagulação, sedimentação e filtração

Caracterização de Efluentes Líquidos


Características Físicas/Cor
Definição: Capacidade de uma amostra em transmitir
luz visível em um comprimento de onda sensível ao
olho humano.
Classifica-se como cor verdadeira (substâncias
dissolvidas) e cor aparente (cor + turbidez).
O teste de cor se faz por comparações visuais
(soluções ou discos) ou por espectrofotometria.
Unidade: uH (unidades Hazen - padrão Pt-Co)
Efluentes de indústrias de papel, têxtil, curtumes,
etc. são normalmente coloridos inibição da
fotossíntese.

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Caracterização de Efluentes Líquidos
Características Físicas/Odor e sabor
Definição: O odor está relacionado com a
sensação olfativa e sabor é a interação entre o
gosto (salgado, doce, azedo e amargo) e o odor.
Principais responsáveis: Sólidos em suspensão,
sólidos dissolvidos e gases dissolvidos.
Importância sanitária: Manutenção da
característica estética da água tratada
aceitação para fins de consumo humano.

Caracterização de Efluentes Líquidos


Características Físicas/Temperatura
Importância sanitária:
Manutenção da vida aquática
Controle de processos biológicos de tratamento
Padrão p/ descarte de efluentes em corpos
receptores.
Origem:
Natural relacionada à transferência de calor
por radiação, condução e convecção entre
atmosfera e solo.
Antropogênica relacionada com águas de
torres de resfriamento e despejos industriais.

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Caracterização de Efluentes Líquidos
Características Físicas/Sólidos
São compostos por substâncias dissolvidas e em suspensão, e
também são classificados como fixos (inorgânicos) e voláteis
(orgânicos). Metodologia do Standard Methods.

Sólidos
Totais

Sólidos Sólidos
Suspensos Dissolvidos
(> 1,2  m) (< 1,2  m)

Sólidos Sólidos Sólidos Sólidos


Suspensos Suspensos Dissolvidos Dissolvidos
Voláteis Fixos (Mat. Voláteis Fixos
(Mat. Orgânica) Inorgânica) (Mat. Orgânica) (Sais Inorgânicos)

Caracterização de Efluentes Líquidos


Características Químicas
As principais são: pH, dureza, substâncias tóxicas.

pH
Indica o caráter ácido ou básico do efluente.
Importância: manutenção da vida aquática e
controle de processos de tratamento.
Unidades: 0 a 14
Problemas:
pH- corrosividade e agressividade.
pH- incrustações em tubulações.
Valores  da neutralidade  problemas bióticos.

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Caracterização de Efluentes Líquidos
Características Químicas/Dureza
Definição: concentração de cátions multimétalicos
(Ca2+ e Mg2+) em solução.
Origem: natural (Ca e Mg de rochas) e
antropogênica (despejos domésticos ou industriais) .
Importância: sem significado sanitário, formação de
incrustações, redução de espumas.
Unidade: mg/l de CaCO3
Resultados:< 50 mg/l CaCO3  água mole
50 e 150 mg/l CaCO3  dureza moderada
150 e 300 mg/l CaCO3  água dura
> 300 mg/l CaCO3  dureza elevada

Caracterização de Efluentes Líquidos


Características Químicas/Inorgânicos
Compostos tóxicos: metais Pesados (As, Cd,
Cr, Pb, Hg, Ag) e cianetos.
Origem: atividades industriais e agricultura.
Toxicidade: cumulativa na cadeia alimentar.
Unidade: µg/l (ppb) ou mg/l (ppm).
Padrões: variáveis com legislação1.

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Caracterização de Efluentes Líquidos
Características Químicas/Orgânicos
Compostos tóxicos: Moléculas resistentes à
decomposição, pesticidas, hidrocarbonetos
aromáticos, alifáticos, detergentes, etc.
Origem: atividades industriais e agricultura
Toxicidade: cumulativa na cadeia alimentar.
Unidade: µg/l (ppb) ou mg/l (ppm).
Padrões: variáveis com legislação1.

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