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Conversas
Ricardo – Ainda por cima na situação em que o país está… Se o país estivesse rico, eu não me
importava. Mas pobre, para estar com coisas, depois agora tens que fazer isto, depois tens que
fazer aquilo.
Pedro – Renovava as escolas que estão a cair e mobilava as sem mobília. E depois mandava
meter guardas em todas as escolas, dez guardas por cada escola.
J.R.L. – Acham que estes que têm agora não sabem brincar?
Paulo – Eles brincam connosco. Não tenho mesmo assim razão de queixas dos meus
professores.
J.S.M. – Mas então não percebo! Afinal já ninguém tem razão de queixa dos professores, nem
da escola?!
Pedro – Nas que estão a cair de velhas, restaurava-as, ou mandava-as abaixo e construía
novas.
J.S.M. – E tu também?
Ricardo – Porque uma pessoa vai aprender, vai criar algo, que é para depois, quando for maior
trabalhar.
Ricardo – Isto é uma passagem de um lado para o outro: um aprende e ensina ao outro, o
outro aprende e ensina a outro…
J.S.M. – Está bem, mas isso é conversa dos adultos, isso é o que eles vos dizem a vocês acerca
da escola. E vocês o que é que pensam da escola? Gostam da escola ou não gostam da escola?
Se agora fechasse a escola durante um ano?
Ricardo – Ficava chateado. Eu, nos primeiros dois meses, ficava todo contente porque tinha
muitas férias, mas acho que depois começava a ver que eram férias a mais, que estava
separado dos meus colegas que viviam longe.
J.R.L. – Qual é o momento da escola, desde que entram até que saem, de que vocês gostam
mais?
Pedro – Os intervalos.
J.S.M. – Quando eu disse fechar a escola, queria dizer as aulas, só acabar com as aulas.
Ricardo – Era capaz de saturar. Saturava de brincadeira. Eu estou de férias, vou para a praia,
brinco, jogo à bola, não sei que mais, mas quando chego ao último mês, começo a ficar
saturado de não fazer nada.
Pedro – E depois acho que o que ia acontecer era nós, por exemplo, quando íamos para casa,
víamos os nossos colegas, os nossos vizinhos, e isso tudo, começava tudo a conversar sobre as
aulas, e nós estávamos atrasados, não percebíamos nada. Eu acho que também começávamos
a sentir que nos faltavam as aulas.
Leitura orientada
1.2. Seleccione uma, e apenas uma, das opiniões emitidas pelos entrevistados e comente-a, ou
seja, dê a tua opinião sobre ela, justificando a sua posição.
1. Entrevista
Uma entrevista é um diálogo entre um jornalista (aquele que faz as perguntas) e o
Entrevistado, ou seja alguém que tenha conhecimentos sobre determinado assunto.
As entrevistas podem aparecer nos jornais, nas revistas, na rádio ou na televisão.
Quando se Trata de uma entrevista escrita, surge a descrição da personagem, do
ambiente em que se desenrola a entrevista e a indicação dos gestos, bem como das
suas reacções.
1. Características da entrevista
Duas características são indispensáveis a entrevista: informar e caracterizar alguém.
Reproduz em directo as falas dos diferentes interlocutores;
Destaca quem fala com quem;
Destacam-se na entrevista os traços linguísticos (referentes a redundâncias,
repetições,Hesitações, discurso directo).
Apresenta actos de fala (argumentativo, persuasivo, justificativo,…);
Tem o carácter dialogal e a sua estrutura em trocas regulares: pergunta do
entrevistador (jornalista), resposta do entrevistado.
Apresenta as funções da linguagem com as marcas da oralidade.
2. Tipos de entrevista
Há diferentes tipos de entrevista, a saber:
a. informativa – centra-se exclusivamente na opinião do entrevistado. O
Entrevistador limita-se a fazer perguntas já previamente preparadas ou
pensadas. As respostas São gravadas e reproduzidas textualmente.
b. Entrevista criativa – é mais livre e requer mais habilidade por parte de quem a
efetua. O Questionário não é fixo, não é rígido e varia mesmo conforme as
respostas dos entrevistados. O entrevistador como que dialoga com este,
descreve-o e recolhe as suas opiniões.
Assim a entrevista pode ter objectivos variados:
- Entrevista noticiosa – recolhe factos que se transformam em notícias.
Entrevista de opinião – recolhe-se o ponto de vista do entrevistado sobre
determinado assunto;
- Entrevista de personalidade recolhem-se factos biográficos e pessoais do
entrevistado;
- Entrevista de grupo – recolhe-se opiniões de um certo número de pessoas sobre
certo assunto;
- Entrevista colectiva – quando um grupo de entrevistadores recolhe opiniões junto de
uma pessoa.
3. Estrutura da entrevista
O texto da entrevista apresenta três partes principais:
a. Cabeçaolho: contém uma introdução que fornece informações sobre o assunto
a tratar e o entrevistado. Apresenta também o objectivo da entrevista,
descrição do ambiente em que decorre a entrevista.
b. Corpo do texto: é composto basicamente por perguntas e respostas.
c. Conclusão: apresenta as considerações e opinião do entrevistador e os
respectivos agradecimentos.
4. Tipo de linguagem
Na entrevista usa-se uma linguagem clara (compreensível a todos), objectiva e directa
(predominância do discurso directo).
5. Como fazer uma entrevista
Para fazer uma entrevista é necessário:
1º Informar-se sobre a vida e actividade profissional do entrevistado;
2º Elaborar um guião com as perguntas que se desejam fazer;
3º , através de um pequeno texto introdutório, destacar o entrevistado;
4º perguntas de modo natural;
5º No final, transcrever a entrevista: primeiro, a introdução de apresentação do
entrevistado e depois as perguntas e as respostas, ou seja, o corpo da entrevista;
6º Mostrar, sempre que possível, a entrevista transcrita ao entrevistado para evitar
erros de interpretação.
Teste
6. Elabore uma entrevista com o seguinte tema: “Benefícios do aleitamento
materno”.