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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE ITAPIPOCA – FACEDI


COORDENAÇÃO DO CURSO DE PEDAGOGIA – CCP

INFLUÊNCIA FAMILIAR: DESAFIOS E PARADIGMAS NA FORMAÇÃO PSICOLÓGICA


DO ADOLESCENTE.

Karoline Melo Gonçalves 1*(IC). Viviane de Sousa Lavor 1(IC), Ricardo Nogueira Ribeiro (PQ)3

1. Faculdade de Educação de Itapipoca – Curso Pedagogia


2. Faculdade de Educação de Itapipoca – Curso Pedagogia
3.Faculdade Estadual do Ceará– Mestrado em Psicologia
Karolzinhamelo75@gmail.com
Palavras-chave: Influência familiar. Adolescente. Desenvolvimento psicológico.

Resumo

O trabalho realizado tem como objetivo principal: compreender como a família influência nas escolhas
dos jovens na adolescência. Para alcançarmos o objetivo principal se fez necessário nos apoiarmos
nos seguintes objetivos específicos: identificar como os jovens e adolescentes lidam com as
influências exercidas pela família e observar os impactos, sejam eles positivos ou negativos que estas
influências representam nas tomadas de decisões acerca do seu futuro, tendo em vista que esta fase
da vida é onde ocorrem grandes mudanças e transformações significativas, sendo corporais,
emocionais e sociais, podendo levar assim mudanças nas relações familiares, sendo capaz de
acentuar situações conflitantes entre as partes envolvidas. Esta fase também traz grandes
responsabilidades, como a escolha da profissão, identidade sexual e comportamental, além de
construção da personalidade e uma série de fatores que vêm a ser conflitante com os interesses dos
pais daquele jovem. A realização do estudo é de natureza qualitativa, realizado com base na
inquietação que surgiu após leituras de textos e debates em sala de aula na disciplina de psicologia
da educação II. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica em livros, e textos da área de
educação e de psicologia, assim como a leitura de capítulos de livros que tratavam do assunto
estudado. A família sempre busca influenciar diretamente nas decisões dos jovens seja expressando
abertamente e frequentemente a sua opinião, pressionando o adolescente a seguir determinado
comportamento seja ele profissional, sexual, e comportamental, ou pode ser de maneira mais sutil
evidenciando seus interesses ou até mesmo de uma forma manipuladora.

Introdução

A criança logo na gestação já começa a desenvolver no seio familiar uma série de


expectativas e sonhos, qual vai ser o sexo, menino ou menina? Vai usar azul ou rosa? Até o
nascimento onde começam a ser criadas diferentes expectativas de como ela vai ser, quais os
comportamentos que serão aceitos ou não ao longo da sua vida, quais as atividades extras que ela
vai fazer, qual instrumento tocar e principalmente a pensar no seu futuro, na escolha da profissão, e
materializar na criança sonhos que são deles e não do indivíduo, e assim a criança cresce dentro
deste contexto cultural, onde ela já tem um futuro pré-estabelecido, ouvindo que ela deve seguir a
profissão dos pais, ou não, que determinado comportamento não é apropriado para seu sexo entre
outros fatores, até que chega a adolescência na qual o indivíduo começa a ser tutor de seus sonhos e
aspirações, e questiona-se os interesses de sua família são os mesmos dele, onde escolher muitas
vezes é renunciar, escolho meu sonho e renuncio o orgulho da minha família ou escolho seguir os
sonhos da minha família e renuncio os meus? São nestes contextos que começam a surgir os
primeiros sinais de rebeldia e conflito, e a indecisão começa a se fazer presente na vida do jovem, e a
família já começa a não reconhecer mais aquela criança que outrora era complacente com todas as
suas escolhas, desenvolvendo um certo afastamento ou conflitos periódicos.
Existem também famílias que mesmo se fazendo notória a influência familiar na tomada
de decisões do jovem a mesma não se torna abusiva, e por isso não são identificados fortes conflitos,
tudo acontece de uma forma bastante natural, se tornando até uma segurança para o jovem, na qual
tudo é resolvido a partir do diálogo, e que mesmo existindo contradições entre o que o adolescente
sonha e o que os pais planejaram ao longo da sua vida, eles conseguem facilmente conviver com
isto, não transformando essa discrepância de opiniões em mais um dilema para o jovem enfrentar,
por isso se faz importante que haja diálogo desde cedo para estabelecer confiança e afeto evitando
que o jovem se “perca” em suas decisões, a família é peça fundamental na construção do jovem
sendo ela a primeira instância social que ele vai conhecer por isso influencia de forma direta o seu
comportamento e nas suas tomadas de decisões.
A necessidade de conhecer esse tema é relevante para a educação, pois alerta aos
futuros educadores, sobre os desafios que a fase da adolescência desempenha sobre o jovem,
colaborando para ajudar a lidar com certas situações comum em sala de aula, além de proporcionar
aos pais e adolescentes conhecimento sobre este tema, informando e orientando, a fim de esclarecer
dúvidas recorrentes para ambos. Então temos por objetivos; compreender como a família influência
nas escolhas dos jovens na adolescência, identificar como os jovens e adolescentes lidam com as
influências exercidas pela família e observar os impactos, sejam eles positivos ou negativos que estas
influências representam nas tomadas de decisões acerca do seu futuro. Este trabalho é estruturado
em introdução, resultados e discussões e conclusão, onde em todo o seu contexto, discutimos e
analisamos os objetivos relatados acima.

Metodologia

A metodologia apresentada neste trabalho é de natureza qualitativa, uma vez que a


motivação para a realização do mesmo, partiu das necessidades de conhecer, compreender e
interpretar determinado comportamento, na primeira instância educacional que indivíduo passa, a
família. Não tem por objetivo obter números e resultados. Dessa forma, “A pesquisa qualitativa
responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de
realidade que não pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo de significados,
aspirações, crenças, valores e atitudes” [...] (MINAYO, 1994, p.21-22). Com esta linha de
pensamento, buscamos entender o papel da família na formação do adolescente, e que impactos a
influência exercida pela esta instituição social exerce sobre ele, compreender as diferentes formas
que o adolescente tem de lidar com esta forte influência que ele convive todos os dias. Foi
desenvolvido também um aprofundamento teórico em artigos da área onde as ideias e críticas
apresentadas foram de fundamental importância para compreendermos o assunto e desenvolver uma
consciência crítica para a elaboração do trabalho, tendo em vista a leitura de diferentes autores em
consequentemente diferentes opiniões.

Resultados e Discussão

Mediante as contribuições teóricas de alguns autores, compreende se que a adolescência é


um período da vida humana que está cercada de grandes descobertas, e é nesta fase que se começa
a projetar o futuro, surgem sonhos, paixão, sexualidade, escolhas e responsabilidades, que agora tem
se tornado mais comum na sociedade moderna, pois, é bem comum que os pais façam um trajeto
para que os filhos percorram em busca de seus sonhos, a família tem se responsabilizado cada vez
mais pelas decisões e escolhas dos jovens, ainda que em alguns casos isso aconteça de forma
indireta a família sempre terá uma influência sobre elas.
A família por ser a primeira instancia social do indivíduo ela é responsável por lhe transmitir
uma série de valores morais e por isso tem direta relação com a personalidade e aspirações do
mesmo, porém é muito comum que na fase da adolescência o jovem fique confuso em relação ao seu
futuro e é dever da família orientar e apoia-lo, mas sem interferir diretamente nas suas decisões,
deixando sempre a última decisão para ele, pois se trata do seu futuro, mas quando esta liberdade é
privada ao jovem ele vai começar a surgir os conflitos e esta influência pode se tornar negativa tanto
para o pai como para o filho que pode desencadear em um rompimento afetivo.
A influência dos pais é tão grande sobre o jovem que o mesmo pode sofrer diretamente com
os problemas envolvidos por eles, podendo causar adoecimento psíquico, como por exemplo o fato
de os pais divorciarem-se pode ser tão traumática que o adolescente decida não se envolver
afetivamente no seu faturo, ou até se sinta culpado por isso desenvolvendo comportamento
depressivo ou imperativo, e muitas vezes os pais não reconhecem que foram os seus
comportamentos que adoeceram aquele jovem.
Muitas são as instancias da vida do jovem que sofrem interferências dos pais as principais
delas são; a escolha da profissão e a sexualidade, onde o jovem sente-se sufocado, e frustrado por
não ter liberdade suficiente para lidar sozinho, com estes fatores fundamentais para o seu futuro.
Muitos pais criam regras específicas para isto, delimitando ideias conservadores para o futuro do
jovem traçando seu futuro sem ao menos ter certeza se é isso realmente que ele quer.
A escolha da profissão muitas é conturbada para o jovem pois o mesmo tem que decidir o
que ele vai fazer durante uma boa parte da sua vida adulta, e ela se torna cada vez mais complexa,
quando a família já o tem escolhida, como por exemplo uma família em que todos são médicos o
adolescente é coagido a seguir a mesma profissão, mas se ele quiser seguir outra linha como a arte,
a família vai sancionar este sonho podendo sufoca-lo e fazer o jovem desistir do mesmo.
A fase da adolescência é marcada por algumas características, dentre elas,
a maior capacidade de reconhecer alternativas nas escolhas e encontrar
soluções através deste reconhecimento. Geralmente, esta característica é
acompanhada pela tendência de questionar as autoridades (Zarb, 1992).
Outras características que podem ser reconhecidas durante esta fase são:
aquisição de independência dos pais e família; desenvolvimento do sistema
de valores e aquisição de identidade própria; estabelecimento de relações
efetivas com outros indivíduos da mesma idade, tendência de egocentrismo
nos interesses e metas, além da preparação para a carreira profissional
(Conger, 1977 apud Zarb, 1992; Belsher e Wilkes, 1994).

Conclusão

A adolescência tem sido um tema cada vez mais discutido, isso se dá por causa da
complexidade de comportamentos que os jovens têm e pela dificuldade em saber onde esta termina,
considerando que varia de pessoa para pessoa, e assim vão formando as características da fase que
antecede a vida adulta, a família também se sente impactada por que as mudanças ocorridas
interferem no meio de modo geral levando o adolescente a se resguardar porque tem assuntos que
são bem pessoais e íntimos já que se encontram na fase da sexualidade, e vários outros fatores que
por mais que pareçam simples vai distanciando o jovem da família, algumas vezes isso se dar por
opiniões contrárias e outras pelo fato de sentir medo em expor as ideias e o que de fato se sente,
entender como a família influência nas escolhas dos jovens na adolescência é muito importante para
um convívio digno de família, ser capaz de perceber como os jovens e adolescentes lidam com as
influências exercidas pela família é o primeiro passo para amenizar os impactos que esta fase traz,
sejam eles positivos ou negativos já que estas influências têm grande peso nas tomadas de decisões
acerca de tudo que é esperado para seu futuro.
É importante aceitar que o jovem precisa de autonomia para prosseguir com suas
escolhas, a família faz parte de todo o ciclo da vida, mas se torna necessário que ela conceda ao
jovem o espaço necessário para ele se sentir livre, para ele perceber que as responsabilidades
mudam e agora tudo depende de suas escolhas, seu próprio espaço vai permitir que ele usufrua de
suas escolhas, e entenda que cada vez mais ele pode ter voz diante da sociedade, tendo em vista
que o papel de adulto está diretamente ligado a autonomia. Considerando que os jovens buscam a
autonomia, existe uma necessidade de pertencer a um grupo, o que pode lhe ajudar a construir sua
identidade se encontrando ele encontrará a autonomia, já é sabido que o jovem tem uma grande
imagem de si, e usa isso para chamar atenção, para mostrar que é capaz de grandes coisas de
maneira independente.

Referências

MINAYO, M, C. Pesquisa Social: teoria método e criatividade. 17ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes,
1994. 80 p.
BElSHER; WILKES, T. C. R. Principles of Adolescent Cognitive. Rio de Janeiro, 1994. 435p.

Agradecimentos

Queremos agradecer primeiramente a Deus pela força e a coragem, durante o período de realização
deste trabalho. Ao professor Ricardo Ribeiro, pela oportunidade e a paciência que demonstrou ao
longo deste estudo, e às nossas famílias, que não mediram esforços para que tal feito fosse
realizado.

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